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OS JOGOS DE OPOSIÇÃO COMO POSSIBILIDADE PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO DO CONTEÚDO LUTA1

Sandra Regina Gonçalves2

Lucinar J. Forner Flores3

RESUMO O conteúdo “Luta” figura em proposições curriculares da disciplina de Educação

Física desde meados da década de 1990, quando das reformas educacionais

daquele período histórico que culminaram com a elaboração dos Parâmetros

Curriculares Nacionais – PCN’s. Contudo, como na maioria das reformas

curriculares brasileiras, a estruturação das escolas para a realização de tal

conteúdo, nunca aconteceu, tampouco, a formação dos professores. Essa situação

redunda numa quase nulidade do trabalho com o conteúdo “Luta” na escola básica

brasileira. Assim, o objetivo do trabalho que foi desenvolvido era dúplice: ao mesmo

tempo, estudar e conhecer os jogos de oposição como viabilidade para o trabalho

com o conteúdo “Luta” no Ensino Fundamental e realização implementação

pedagógica do conteúdo “Luta”, sob perspectiva de abordagem dos jogos de

oposição, em turmas de 6º Ano do Ensino Fundamental. A metodologia de

implementação contou com a realização prévia de Plano de Unidade Didática que

previa todas as atividades a serem desenvolvidas, bem como com o

desenvolvimento de atividades teóricas e práticas em duas turmas de 6º Ano do

Ensino Fundamental da Escola Estadual da Cango de Francisco Beltrão – PR,

totalizando cerca de 60 alunos envolvidos no desenvolvimento das atividades. Não

foram conseguidos, por problemáticas próprias da aplicação, resultados com grande

grau de objetividade. Contudo, o que se percebeu pelo desempenho dos alunos,

pelo envolvimento deles nas aulas e, principalmente, pelo pleno rendimento das

atividades que foram concluídas com êxito, pode-se considerar como totalmente

viável o uso dos jogos de oposição, numa abordagem teórico-prática, como

alternativa para o ensino do conteúdo “Luta” na disciplina de Educação Física.

PALAVRAS-CHAVE Luta. Jogos de oposição. Educação Física. Ensino Fundamental.

1 Artigo apresentado ao PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como requisito final para conclusão do curso. 2 Professora de Educação Física, autora do artigo. 3 Professor do Campus de Marechal Cândido Rondon da Unioeste. Orientador.

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1. INTRODUÇÃO

Desde o lançamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) há cerca

de 15 anos, o conteúdo “Luta” figura nas proposições pedagógicas da Educação

Física. Contudo são muitas as dificuldades enfrentadas pelos professores de

Educação Física quando decidem realmente seguir os PCNs e trabalhar o conteúdo

de lutas em suas aulas. Tendo em vista a falta de formação dos professores na área

de lutas, local adequado para este trabalho e mesmo o tempo escolar que não nos

permite trabalhar efetivamente com os inúmeros tipos de artes marciais existentes,

autores4 defendem que os jogos de oposição se apresentam como uma opção mais

possível e aplicável para a formação dos nossos alunos das escolas públicas do

Paraná.

Isto nos remete a um novo questionamento: devemos em nossas aulas

trabalhar as Lutas (artes marciais) ou os jogos de oposição? E é justamente aí que

começa o desafio a que este projeto esta se dispondo, buscar uma metodologia

adequada ou um novo prisma que nos abra caminhos para de fato efetivarmos este

conteúdo nas escolas públicas do Paraná. Por isso, pensou-se em abordar os jogos

de oposição como possibilidade para o trabalho pedagógico do conteúdo luta,

estabelecendo os seguintes objetivos para serem alcançados ao longo da aplicação

do projeto:

1. Conhecer e pesquisar os Jogos de Oposição para uso no trabalho

pedagógico do conteúdo Lutas.

2. Introduzir o conteúdo ''Lutas'', usando como base os Jogos de Oposição, às

aulas de Educação Física dos 6° anos do ensino fundamental, de forma

teórica e prática.

Através desse trabalho tentou-se abordar tal conteúdo ampliando o

conhecimento, debatendo e discutindo temas ligados ao cotidiano da sociedade,

fazendo uma análise da importância do respeito, da convivência e a necessidade do

outro para que tenhamos uma sociedade menos individualista e agressiva.

Neste artigo estarão expostos desde os fundamentos teóricos que

substanciaram a pesquisa e aplicação pedagógica do projeto, até os resultados

4 Sobremaneira, referencia-se Souza Junior, Oliveira e Santos (2010)

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desta aplicação. Também serão expostos os elementos metodológicos que

organizaram a pesquisa e a aplicação didática do projeto. Por fim, no capítulo

“Considerações Finais”, são feitas as análises e são apresentados os indicativos que

como foram possíveis as vivências e atuações deste trabalho.

2. DA LUTA AOS JOGOS DE OPOSIÇÃO: A ABORDAGEM TEÓRICA

Luta é todo tipo de combate corpo a corpo, sem armas e sem luvas, em que dois

contentores procuram por um ao outro no chão. Combate; peleja; guerra; conflito; esforço;

empenho (Bueno, 1996). Combate de dois atletas, corpo a corpo, e sem armas. De modo

geral, ação de combater, com armas ou sem elas. Ainda podemos considerar Luta pela vida,

fato biológico, observado por Darwin, o qual consiste na luta direta entre espécies e,

sobretudo, a luta pelo espaço, pela adaptação ao meio, pela sobrevivência, etc.

Contudo a definição que vem de encontro a aplicabilidade da luta como conteúdo

escolar é o citado nos PCN (1998).

''As lutas são disputas em que os oponentes devem ser subjugados com

técnicas de estratégias de desequilíbrios, contusão, imobilização ou

exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e

defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica a fim de punir

atitudes de violência e deslealdade. Podem ser citados como exemplos de

lutas desde as brincadeiras de cabo- de- guerra e braço- de- ferro até

práticas mais complexas da capoeira, judô e caratê”.

Nos dias atuais, desde cedo as crianças já estão em contato com as lutas,

principalmente as de origem oriental, através da observação dos desenhos animados, que

em sua maioria apresentam as artes marciais, muitas vezes misturando magias e super

poderes. Nos filmes as presenças dessas artes são marcantes, porém sempre tendendo ao

exagero e excesso de efeitos especiais. Isto fica claro através da pesquisa realizada pela

professora Natalia Gonçalves, buscando conhecer a visão real ou fantasiosa das lutas pelas

crianças em idade escolar.

“Pedi para que me dissessem o que havia de diferente nas lutas dos

desenhos, foi difícil, percebi que alguns tinham dificuldade para separar a

realidade do mundo dos desenhos, mas as respostas foram: - não tem

vilões na vida real, nos desenhos não tem lugar próprio para lutar, no

Dragon Ball Z os personagens lutam até morrer e quando morrem

continuam lutando com uma aréola na cabeça, algumas armas e

apetrechos não existem na vida real.” (Gonçalves, 2010)

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Sem orientação e devido à falta de embasamento teórico e prático as crianças e

adolescentes tendem a ter uma compreensão errônea e fantasiosa das lutas e sua

importância para a humanidade. Isto se intensifica se analisarmos as transmissões

esportivas, como nos mostra Gonçalves (2010). “Grandes corporações econômicas, as

quais, cada vez mais, assumem o gerenciamento do esporte como espetáculo televisivo;

essa tendência distancia, na sua forma (embora não no seu simbolismo)” A luta, através de

sua enorme gama de movimentos e sua filosofia própria pode auxiliar na melhora do ser

humano em seus vários aspectos, porém isto não os tornara super-homens ou super-

mulheres. A mídia procura o sensacionalismo, o show o sobre humano para chamar atenção

do público e garantir a audiência. Segundo GONÇALVES, (2010) os alunos gostam de

abordar o tema Lutas, porem a conotação dada ao conteúdo tende para a violência,

agressividade e a invencibilidade.

No Ocidente também surgiram algumas artes marciais como o Pancrácio

Greco-romano o qual originou várias técnicas de luta sem armas na Europa, como o

Boxe, o Savate, o catch-catch can, etc e a Capoeira no Brasil.As artes marciais

desde sua criação até os dias atuais se modificaram e ramificaram em quase todo

mundo, sendo inúmeros os tipos de lutas sem armas existentes, com técnicas e

filosofias diferentes, mas com a mesma essência: o combate homem a homem.

Quando pensamos no uso da luta nas aulas de Educação Física, nos

questionamos se realmente alguma luta é trabalhada, em todos os aspectos e com

propriedade, pelos profissionais da nossa área. Primeiro pela formação que nós

profissionais recebemos no ensino superior, segundo Alves Junior, 2006 “o principal

foco das lutas nos cursos de graduação em Educação Física é e ênfase nas

técnicas e na competição, estreitando as possibilidades de utilização das lutas como

instrumento educacional”, sendo que, segundo Antunes (2009) “A arte marcial que

se mostrou mais presente como disciplina na graduação de Ed. Física foi o Judô,

com 44% de ocorrência, em segundo lugar vem a capoeira, com 14% de

representatividade.”

“Pôde-se verificar que, nas ementas das disciplinas que abordam as lutas e

artes marciais, há uma ênfase maior aos aspectos técnicos e práticos, que

englobam; os fundamentos técnicos, termos técnicos, uniformes, materiais,

regras, arbitragem, organização de campeonatos, procedimentos do

professor e formação prática. Já nos aspectos teóricos as ementas se

detêm em: metodologia de ensino (das técnicas), avaliação da

aprendizagem técnica, fisiologia, psicomotricidade, didática, prevenção de

acidentes, mercado de trabalho, história e aspectos sócio-educativos. Os

temas como valor cultural, a influência da cultura oriental na formação do

aluno, conceituação do que é luta e arte marcial, integração das lutas à ed.

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Física escolar, a influência da filosofia oriental na formação sócio-cultural e

ética esportiva, são muito pouco abordados nas ementas das disciplinas

analisadas. Os aspectos Pedagógicos pertinentes a utilização das lutas

como conteúdo da educação física escolar nem são citados como

possibilidade nas ementas analisadas” (Antunes, 2009).

Segundo Souza Junior e Santos (2010), “ao vivenciar os Jogos de Oposição,

o aluno experimenta situações de disputa que o conduzem ao conhecimento sobre o

seu próprio corpo e seus limites e sobre estas mesmas noções em relação ao

companheiro de atividade”.

Esta abordagem sobre os jogos de oposição nos ampara e nos dá mais

segurança em nosso trabalho prático em sala de aula, principalmente nas séries

finais do Ensino Fundamental, onde nossos alunos estão em pleno desenvolvimento

físico mental e emocional.

“A expressão Jogos de Oposição, segundo a escola francesa, considerada

como uma das mais progressistas em termos metodológicos e didáticos

pode ser entendida como: poder agir sobre o outro aceitando a

possibilidade de ganhar, igualmente, o risco de perder, as regras e as

convenções de segurança. Ou ainda, considerando os desafios da

educação, onde estamos inseridos, como um dos conteúdos para formação

integral de cidadãos. Estes desafios, dentro dos jogos de oposição, podem

ser qualificados como: de formação de um acervo psicológico, social,

afetivo e motor dos educandos. Podemos classificar objetivos relacionados

com a afetividade e de relacionamento: ousar agir sobre o outro, aceitar o

contato, a situação de confrontação, assumir diferentes papéis (ser

atacado, atacar) sempre respeitando as regras. Conhecimentos

comportamentais: respeitar o outro, respeitar as regras, dominar as suas

emoções” (Souza Junior, Oliveira e Santos, 2010).

Segundo Souza Junior, Oliveira e Santos, (2010) “..., há necessidade de uma

modificação na terminologia utilizada com referência ao ensino de artes marciais na

escola, academia e outros segmentos, como por exemplo, o ensino de terceiro

grau.” Isto se faz necessário não apenas por questões burocráticas, mas de

entendimento e visão quanto a aplicação deste conteúdo no ensino da educação

física, pois conforme a pesquisa realizada por Ferreira (2003), apenas 32% dos

professores utilizavam as práticas das lutas em suas aulas, 68% jamais recorreram

às aulas com estes conteúdos e destes apenas uma pequena parcela utilizava as

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lutas de forma lúdica. Brincar de luta desenvolve os fatores físicos e ao mesmo

tempo exige um grande esforço cognitivo.

O fator afetivo e social também é exaltado e podemos observar que os alunos

desenvolvem a auto-estima, autocontrole e a determinação, reforçando com isso a

mudança na terminologia usada de luta para jogos de oposição, abrisse o leque de

atividades e metodologias, facilitando introduzir este conteúdo em todas as séries do

ensino Fundamental e Médio, sem o compromisso com as técnicas específicas de

uma ou outra arte marcial e com maior adesão dos profissionais da Educação

Física.

3. DA PERSPECTIVA TEÓRICA AO TRABALHO COM JOGOS DE OPOSIÇÃO:

CONSTRUINDO A ABORDAGEM METODOLÓGICA

Segundos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) a organização dos conteúdos

da disciplina de Educação Física é feita em três blocos.

Assim, não se trata de uma estrutura estática ou inflexível, mas sim

uma forma de organizar o conjunto de conhecimentos abordado, segundo

os diferentes enfoques que podem ser dados: Esportes, jogos, lutas e

ginástica: Atividades rítmicas e expressivas: Conhecimento do corpo (PCN,

1997).

Orientando-nos para que abordemos o conteúdo lutas em nossas aulas de educação

física, o mesmo acontece nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCES, 2008) de

Educação Física do estado do Paraná, onde nos diz que ''… as lutas devem fazer parte do

contesto escolar, pois constitui das mais variadas formas de conhecimento da cultura

humana ...'' diz ainda:

A Educação Física, juntamente com as demais disciplinas do currículo,

deve, com seus próprios conteúdos, ampliar as referências dos estudantes

no que diz respeito aos conhecimentos em especial no campo da cultura

corporal, isso significa. Desenvolver por meio das práticas corporais na

escola conceitos, categorias e explicações científicas reconhecendo a

estrutura e a gênese de cultura corporal, bem como condições para

construí-la a partir da escola.

Não basta simplesmente apresentar com demonstrações vazias ou comentários

superficiais o que as lutas significam para a humanidade, de onde elas vêm, por que

surgiram e qual sua relevância, bem como deixar de incluir a diversidade e a riqueza das

experiências corporais que as mesmas podem proporcionar. Isto posto, e considerando que

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na maioria das instituições de ensino superior que possui o curso de Educação Física

contemplam apenas dois ou três tipos de lutas em sua grande maioria o foco é aprender sua

prática e não seu uso pedagógico em escolas e muito menos a filosofia e importância da

mesma para a humanidade. Temos pouco conhecimento e embasamento teórico-prático

para que consigamos aplicar com segurança e resultados satisfatório este conteúdo para

toda educação básica.

Este aspecto está claro, mas como elencar quais as lutas são de maior importância e

são praticadas no Brasil, sendo que o ''leque'' é extenso e o material tanto teórico quanto

prático é escasso ou não tem um olhar pedagógico com aplicabilidade no ensino básico,

bem como os profissionais de Educação Física não tem formação e muitas vezes nem

conhecimento da maioria das lutas existentes.

Para que possamos trabalhar pedagogicamente as lutas temos que ter claro

onde queremos chegar, ou seja os objetivos a serem atingidos. Sabemos que não

podemos trabalhar a luta como um conteúdo que tem um fim nele mesmo, ele deve

extrapolar os seus limites. Cognitivamente ele deve não só mostrar a história e

filosofia, mas também a ligação com o dia-a-dia do educando, com seus hábitos, sua

qualidade de vida, com seu desenvolvimento físico, dando ênfase ao repúdio à

violência e ao uso da força física para resolução de problemas sociais ou

emocionais, mudando assim concepções errôneas e transformando a ideia de luta

geradora de agressividade para disseminadora da paz.

A luta deve na escola, buscar uma visão mais lúdica e formativa, no que diz

respeito a prática, não se atendo a técnicas específicas desta ou daquela arte

marcial, mas sim nos fundamentos comuns as lutas em geral, ou seja,, ou seja, os

jogos de oposição, através dos quais podemos inserir objetivos como:

Ordem Física – agir sobre o outro, velocidade de organização

perceptiva e de decisão; conservar seu próprio equilíbrio jogando contra o

desequilíbrio do outro; velocidade de ação; resistência; resistência a força.

Conhecimentos motores: esquivar, desequilibrar, aprender a imobilizar, cair,

opor, libertar-se, dominar seus apoios, e as suas deslocações, ganhar em

velocidade de execução, apropriar-se de um espaço, de um objeto, aceitar o

contato agindo sobre o corpo do outro, dominando suas pegadas; 2. Ordem

Cognitiva: escolher estratégias para ser eficaz em condições de pressão

temporal, elaborar estratégias adaptativas; e 3. Conhecimentos

metodológicos: adaptar as regras de ação, agir com uma estratégia de ação

individual e coletiva, cooperar para agir. Analisar, avaliar, organizar as suas

ações e as dos outros (Souza Junior, Oliveira e Santos 2010).

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Contribuindo assim para a formação física, mental, emocional e social de

nossos alunos, criando um ambiente de cooperação onde a participação do outro é

essencial para o aprendizado de todos.

Os jogos de Oposição vem de encontro as angústias dos professores de

Educação Física que ao se depararem com este conteúdo não vislumbram uma

maneira realmente possível, sendo produtiva e também prazerosa, de trabalhá-lo.

Os jogos de oposição nos dão a possibilidade de efetivamente trabalhar a luta

usando o lúdico, onde ganhar ou perder não são relevantes, mas sim o trabalho

corporal e os valores e princípios atrelados ao mesmo.

Segundo Santos e Souza Junior (2010)

... as lutas não se resumem apenas as técnicas, elas também ensinam a

seus praticantes a disciplina, valores tais como respeito, cidadania e ainda

buscam o autocontrole emocional, o entendimento da história da

humanidade, a filosofia que geralmente acompanha a sua prática e acima

de tudo, o mais importante, que é o respeito pelo seu próximo.”

Poder-se-ia, também, dizer da necessidade e da importância do outro para a

boa convivência na escola e fora dela. Ainda segundo Santos e Souza Junior (2010)

“Durante a vivência dos jogos a criança estará sendo estimulada a trabalhar os

aspectos cognitivos, sócio-afetivo e motor.”, estando a mesma motivada pelo caráter

lúdico desta proposta. Vemos assim que este conteúdo pode e deve ser trabalhado

em todas as faixas etárias, respeitando suas especificidades, mas fazendo parte da

formação integral da criança e do jovem.

Souza Junior e Santos (2010) classificam os jogos de oposição em três

grandes grupos.

1. Jogos que aproximam os combatentes: Estes jogos são procedentes dos esportes de combate que mantém contato direto (corpo a corpo), os quais consistem em tirar, emperrar, desequilibrar, projetar e imobilizar. Entre estes Jogos de Oposição podemos citar o Judô, Luta olímpica, Jiu-Jitsu, sumo etc.

2. Jogos que mantêm o adversário á distância: estes jogos têm como característica não manter contato direto com seu adversário, este contato só se da no momento da aplicação de uma técnica. Os exemplos que podemos destacar são o Karatê, Boxe, Muay Thay, Taekwondo. 3. Jogos que utilizam um instrumento mediador: Esgrima e Kendo.

Esta nova proposta metodológica para inserção das lutas como conteúdo

relevante ao desenvolvimento do aluno, abre um grande “leque” de possibilidades e

tira da obscuridade este conteúdo, trazendo-o a luz de um trabalho pedagógico

inovador e possível de ser realizado em todas as escolas.

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MATERIAIS E MÉTODOS- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Com o conhecimento da relevância e importância do conteúdo Lutas nas

aulas de Educação Física e a possibilidade de uma nova abordagem metodológica

para o trabalho do mesmo, foi desenvolvido o material didático através de unidades

didáticas, ou seja, foram planejadas aulas que seriam aplicadas aos alunos do sexto

ano do ensino fundamental (duas turmas, totalizando 58 alunos) da Escola Estadual

da Cango da cidade de Francisco Beltrão-PR. Estas unidades didáticas foram

divididas em três momentos: teórico, teórico/prático e prático.

Para iniciarmos fez-se uma construção conceitual partindo do que os alunos

já conheciam. Ainda nesta unidade foi apresentado um pouco da história das lutas

bem como sua filosofia. Usou-se, nesta etapa, aulas expositivas, debates, textos

impressos, imagens, além disto, foi desenvolvida em sala de aula com recursos

disponíveis na mesma (quadro branco, pincel, Tv, Pendrive).

Num segundo momento realizaram-se atividades em duplas, trios e grupos

maiores salientando qual era a luta que estávamos nos reportando através daquele

exercício, bem como os valores e regras a serem cumpridos. Foram usadas, nesta

etapa, aulas práticas em sala de aula com o uso da Tv Pendrive e no laboratório do

Paraná Digital, no qual, tentou-se levar os alunos a produzirem conhecimentos

através de pesquisas e debates sobre trechos de filmes selecionados sobre o

conteúdo em questão.

Finalizando com as atividades propriamente ditas baseadas nos Jogos de

Oposição conforme Souza Junior e Santos (2010), no qual tentou-se desenvolver:

equilíbrio, coordenação, estratégias, domínio das emoções, a imobilização, o

arrastar,o empurrar, o respeitar as regras e o outro, aceitar a derrota entre outras

capacidades. Estas atividades foram desenvolvidas em quadra esportiva com

material disponível na escola e quando necessário confecção do mesmo com

material alternativo.

A avaliação do projeto foi proposta inicialmente de forma qualitativa através

de entrevista semi-estruturada, na qual um grupo de 10 alunos será escolhido

aleatoriamente e participaram de uma entrevista antes do inicio do projeto e outra

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depois da aplicação do mesmo para posterior comparação das respostas e analise

das mudanças ocorridas. Contudo, pela inviabilidade do tempo, essas avaliações

foram diluídas ao longo de toda a aplicação dos módulos da unidade didática.

4. DA ABORDAGEM METODOLÓGICA À APLICAÇÃO PRÁTICA.

Para desenvolver, em termos práticos, a abordagem metodológica pensada,

criou-se unidade didática desenvolvida em blocos temáticos e atividades que dariam

conta de responder aos objetivos propostos em cada um dos blocos. A Unidade

Didática em questão possuía a seguinte divisão:

1. Bloco 1 – Diagnóstico. O objetivo era de Incentivar a discussão e expressão

dos alunos quanto ao conteúdo luta.

2. Bloco 2 – história da luta. Objetivo: apresentar a história e a filosofia das lutas

de forma simples e acessível, para que os alunos interessem-se pelo

conteúdo trabalhado e vejam sua importância para a humanidade.

3. Bloco 3 – modalidades de luta. Objetivo: dar acesso aos alunos ao

conhecimento das mais variadas modalidades de luta, dando ênfase as

olímpicas e as mais praticadas no brasil.

4. Bloco 4 – empurrar e tracionar. Objetivo: desenvolver através de atividades

diversas as habilidades de empurrar e tracionar sempre em contato com um

colega ou um grupo.

5. Bloco 5 – equilibrar e desequilibrar. Objetivo: incentivar o aluno a equilibrar-se

em diversas situações e usando estratégias conjuntas desequilibrar os

oponentes.

6. Bloco 6 – coordenação, imobilização. Objetivo: propor atividades para o aluno

desenvolver a coordenação motora usando-a para imobilizar seu colega.

7. Bloco 7 – atividade com materiais alternativos. Objetivo: confeccionar e

manusear o material desenvolvendo o domínio do mesmo, incentivando a

descoberta de novas possibilidades motoras.

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No primeiro bloco, através de aula com conversas direcionadas por

questionamentos do professor, foram percebidos os conhecimentos prévios dos

alunos quanto à luta. Ficou claro que o conhecimento dos estudantes está, em

muito, pautado pela reprodução midiática das lutas, construindo uma noção um tanto

limitada do conteúdo.

Nas duas atividades propostas para o Bloco número dois, tentou-se fazer

abordagem teórica sobre as lutas. Através de aula expositiva falou-se sobre a

origem das lutas nos primórdios da humanidade. Após isso os alunos foram

conduzidos à sala de informática onde acessaram o site

Wikipédia.org/wiki/Artes_Marciais. A intenção era lhes dar maiores detalhes com

imagens e vídeos de algumas lutas e a linha do tempo para melhor localização dos

alunos do surgimento até os dias atuais. Após, em grupos, os alunos fizeram uma

produção sobre o que foi trabalhado, citando o maior número de informações que

acharam interessantes e importantes. (com desenhos, pois nesta idade os

educandos apreciam desenhar).

No terceiro bloco, que possuía como objetivo apresentar as diferentes

modalidades de luta, os alunos foram, novamente ao laboratório de informática onde

pesquisaram diferentes lutas e buscaram informações básicas sobre cada uma

delas e, num segundo momento, apresentaram para seus colegas a luta que cada

um deles pesquisou.

Nos blocos seguintes, do quarto ao sétimo, as atividades práticas foram

priorizadas, focando na perspectiva dos jogos de oposição e nas habilidades que

eles poderiam desenvolver.

No Bloco 4, as atividades propostas objetivavam desenvolver as habilidades

motoras de empurrar e tracionar. Na atividade 1, realizou-se o Cabo de Guerra. A

turma foi dividida em 4 grupos com igual número de alunos, cada 2 grupos recebeu

uma corda. Fez-se uma linha no chão e colocou-se um grupo em frente ao outro, à

mesma distância da marca feita no chão. Ao sinal do professor os grupos deveriam

tracionar a corda fazendo com que o outro grupo chegue até a marca no chão.

Trocaram- se os grupos para que todos disputassem com todos. A segunda

atividade foi uma adaptação da primeira, tirando agora a corda e os colegas uniram-

se uns aos outros pela cintura, e os dois da frente pelos pulsos.

Na atividade 3, os alunos foram postos em grupos de 4 alunos, dois frente a

frente segurando pelo pulso o outro, 2 ficam atrás segurando-os pela cintura

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tentando separá-los. Na quarta atividade, foram feitos círculos no chão, colocando

uma dupla em cada círculo, os dois deveriam ficar frente a frente com os braços

estendidos e mãos entrelaçadas no centro do círculo, ao sinal do professor um

deveriam empurrar o outro tentando tirá-lo do círculo. Na última atividade do bloco,

com a mesma formação, os colegas deveriam manter as pernas semi-flexionadas e

o apoio agora seria com as mãos nos ombros, o objetivo da atividade era o mesmo,

tirar o colega do círculo.

No quinto bloco, continuando o trabalho prático, a perspectiva era o

desenvolvimento de atividades de equilíbrio/desequilíbrio. Na primeira atividade, os

alunos foram postos em grupos de quatro alunos, cada dupla de braços no ombro

um do outro e apenas um dos pés no chão. Com pequenos empurrões uma dupla

tentaria fazer com que a outra coloque o pé no chão. Na segunda atividade, a turma

foi dividida em quatro colunas fazendo uma linha ou colocando uma corda em frente

a cada uma delas. Os alunos usando apenas um dos pés tentariam chegar ao outro

lado, pulando de um lado para o outro da corda. Sendo que no meio do caminho

haveria um colega que tentaria não deixá-los passar, o qual não se deslocaria,

apenas abriria e fecharia os braços flexionando e estendendo as pernas, dificultando

a passagem.

Na sequência das atividades deste bloco, foi proposto formar duas colunas,

cada uma tendo uma atividade diferente e todos deveriam passar por todas elas.

Uma delas deveria passar sobre dois bancos no meio de cada um deles deveria se

colocar na posição avião. A outra deveria pular em um pé só primeiro de frente e no

meio do trajeto virar-se de costas e continuaria até o final onde havia um trampolim o

aluno deveria pular sobre ele com as pernas apoiadas e manter o equilíbrio. Na

quarta atividade, usando arcos colocados a certa distância lateralmente um do outro,

formando um corredor. Os alunos fizeram uma coluna em frente a este corredor.

Todos deveriam passar pelo mesmo pulando em um só pé, alternando direito e

esquerdo, procurando não colocar o outro pé no chão. Na atividade 5, ainda usando

os arcos colocou-se uma dupla dentro de cada um. As duplas estavam apoiadas

apenas em um dos pés. Com a ajuda do colega deveriam se colocar em várias

posições de equilíbrio sugeridas pelo professor sem sair do arco.

Como última atividade deste bloco, os alunos foram postos em duplas com

os dois pés apoiados, ficando na ponta dos mesmos, vendo quem conseguia ficar

mais tempo equilibrado, procurando sempre trocar as duplas.

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No sexto bloco, as habilidades que se buscaram desenvolver foram as de

coordenação e imobilização. Para tal, foram desenvolvidas cinco atividades. Na

primeira delas, Em grupos de 4 alunos, formou-se um pequeno circulo onde os

alunos pudessem se tocar, a partir da ordem do professor, os alunos executaram

movimentos coordenando-os com os colegas ex: mão direita a frente, perna

esquerda para trás (as mãos devem tocar a dos colegas) depois inverte

rapidamente. Na segunda atividade, ainda em grupos de 4, utilizaram-se 2 bolas

cada grupo. Os alunos deveriam passar esta bola sem que as mesmas se batam ou

eles as deixassem cair coordenando os movimentos do grupo. Na atividade

seguinte, em duplas, com o pé direito e o braço esquerdo amarrados ao pé

esquerdo e o braço direito do colega, a dupla deveria percorrer um trajeto, pré-

determinado, superando alguns obstáculos. Na quarta atividade, ainda em duplas de

joelhos sobre um colchonete frente a frente, o objetivo era, através do contato com o

outro, tentar imobilizá-lo, outra dupla ficaria em pé ao lado para observar se os

colegas, realmente, foram imobilizados e, se não estava havendo movimentos em

que o colega poderia ser machucado de alguma forma. Neste exercício o mais

importante era a técnica, a estratégia e não a força física apenas. As duplas foram

trocadas durante o exercício. Na última atividade do bloco, em grupos de quatro

pessoas, 2 no colchonete, agora em posição quadrúpede, o objetivo era o mesmo:

tentar prender o colega em uma posição de imobilização, a dupla que estava fora do

colchonete, deveria mediar e ver quando o objetivo foi atendido ou parcialmente

atingido, nunca permitindo o uso da força excessiva ou movimentos que possam

prejudicar o colega. Sempre foram trocadas as duplas e experimentando técnicas

diferentes sugeridas pelo professor.

No último bloco da Unidade Didática, a intenção era a de trabalhar com

materiais alternativos, pois como já citado, algumas lutas estão pautadas em algum

instrumento de mediação. A primeira atividade era para confeccionar o material

utilizado. Utilizando jornais velhos e fita adesiva larga, cada aluno usou folhas

enrolando-as bem firme, formando um cone que possa ser segurado sem se dobrar.

Após o material estar pronto, a turma foi separada em 2 grupos, cada grupo deveria

fazer movimentos diversos como se o cone fosse uma espada para familiarizar-se

com o material. Todos foram orientados para não destruir o cone, os movimentos

foram individuais, mas o grupo podia sugerir e copiar o movimento dos colegas.

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Na segunda atividade proposta para o bloco, foram formadas duplas

espalhadas pela quadra e um colega deveria tentar tocar o outro com o cone,

quando um conseguia tocar o outro a dupla devia afastar-se e tentar novamente.

Quando o professor dava um sinal sonoro, as duplas trocavam de companheiro. Na

terceira atividade, as duplas deveriam tentar tocar o colega, mas os dois usando os

cones poderiam se defender com os próprios cones sem se afastar muito um do

outro. Novamente, ao sinal do professor as duplas deviam ser trocadas. Esses

toques eram orientados a ser sempre do pescoço para baixo, não valendo nenhum

toque acima dos ombros. Os toques deveriam sempre ser efetuados com a ponta

dos cones. Semelhante à atividade anterior, a quarta atividade propunha que a mão

que não estivesse segurando o cone deveria ficar nas costas e um pé deveria ficar a

frente do outro, podendo se deslocar apenas desta maneira.

Todas as atividades eram retomadas ao final da aula, com vistas a articular a

teoria estudada inicialmente com a prática que acabava de ser realizada. Esse

exercício de reflexão foi extremamente produtivo, principalmente, pelo fato de que foi

o responsável pelo adensamento do conhecimento dos alunos. Isso foi verificado na

avaliação, tanto pelas produções dos alunos quanto pelo seu envolvimento

percebido pelas observações que foram realizadas no transcorrer das atividades.

Tendo como maior objetivo a aplicação do Projeto em sala de aula, a forma de

avaliação do projeto foi alterada, da entrevista semiestruturada para a observação e

diálogo frequente com os alunos, ficando os resultados mais subjetivos, indicando

ser esta uma fragilidade em termos de avaliação deste projeto, pois os depoimentos

dos alunos quanto ao conteúdo trabalhado bem como a motivação dos mesmos

estão diretamente ligados a troca de informações e mudanças de atitudes ocorridas

durante toda a implementação pedagógica.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final da aplicação do projeto descrito neste artigo, algumas

considerações e indicativos foram construídas. Primeiramente, que os jogos de

oposição se mostraram ser de grande valia para a introdução das lutas, nos sextos

anos do Ensino Fundamental, pois despertaram o interesse dos alunos e motivaram

a prática consciente, desmistificando práticas pouco consubstanciadas que,

normalmente, se constroem nesta Etapa da Educação Básica.

Importante salientar que, ao momento inicial, houve resistência por parte dos

alunos, fruto da inexistência de práticas dirigidas para lutas ou jogos de oposição em

sua experiência escolar. Contudo, o envolvimento se mostrou crescente,

especialmente quando os alunos eram “levados” pela ludicidade das atividades.

Por fim, considera-se que o sucesso do trabalho se deu, sobretudo, por dois

motivos. O primeiro é o fato de que, ao se trabalhar com jogos de oposição não se

caracteriza o trabalho numa ou em outra luta, mas englobam-se várias ao

desenvolver a base de movimentos necessários. O segundo motivo e, talvez o

principal, é o fato de que, como muitas atividades eram desenvolvidas em duplas,

trios ou grupos maiores, o desenrolar da temática propiciou o desenvolvimento de

práticas respeitosas entre os alunos que se socializavam entre si enquanto

melhoravam sua base motora.

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6. REFERÊNCIAS

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