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Jornal mensal da Igreja Metodista Agosto de 2009 Ano 123 número 7 Palavra Episcopal Memória Fala, criança! Educação Cristã Doutrinas Entrevista Os mistérios da oração Nossa oração não é apenas um meio de expressão de nossos desejos. Ela deve nos conduzir a um verdadeiro relacionamento de amor e confiança com o nosso Pai. Páginas 8 e 9 A arte da discordância Conflitos ocorrem nas comunidades de fé. Mas as crises, enfrentadas com sinceridade e amor cristão, podem levar ao crescimento. Página 12 e 13 Oferta Ação Social Projetos sociais de todo o país podem ser bene- ficiados com a sua contribuição. Página 15. Concílios Regionais acontecem a partir de outubro. Veja na página 4. O serviço como resposta à graça O significativo mila- gre da cura da sogra de Pedro? Página 3 Poesia não morre Déa Kerr e Jaci Maraschin vivem em nossa saudade. Página 5 Deus é nosso amigo Mesmo quando não somos: a descoberta do pequeno Elias Página 5 O que é transubstanciação? O leitor pergunta, o Expositor responde Página 10 Ressurreição Qual o sentido da ressurreição de Cris- to em nosso viver? Página 11 Rute Noemi Talento dedicado à música e à educação infantil. Página 14 Karina Bertoncini_olhares fotografia online

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Jornal mensal da Igreja Metodista • Agosto de 2009 • Ano 123 • número 7

Palavra Episcopal

Memória

Fala, criança!

Educação Cristã

Doutrinas

Entrevista

Os mistérios da oraçãoNossa oração não é apenas um meio de expressão de nossos desejos. Ela deve nos conduzir a um

verdadeiro relacionamento de amor e confiança com o nosso Pai. Páginas 8 e 9

A arte da discordânciaConflitos ocorrem nas comunidades de fé. Mas as crises,enfrentadas com sinceridade e amor cristão, podem levarao crescimento. Página 12 e 13

Oferta Ação SocialProjetos sociais de todo o país podem ser bene-ficiados com a sua contribuição. Página 15.

Concílios Regionais acontecem a partir de outubro. Veja na página 4.

O serviço comoresposta à graça

O significativo mila-gre da cura da sograde Pedro?

Página 3

Poesia não morre

Déa Kerr e JaciMaraschin vivem emnossa saudade.

Página 5

Deus é nossoamigo

Mesmo quando nãosomos: a descobertado pequeno Elias

Página 5

O que étransubstanciação?

O leitor pergunta, oExpositor responde

Página 10

Ressurreição

Qual o sentido daressurreição de Cris-to em nosso viver?

Página 11

Rute Noemi

Talento dedicado àmúsica e à educaçãoinfantil.

Página 14

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Agosto 20092 Palavra do leitor

Presidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos LopesConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini, Paulo RobertoSalles Garcia e Zacarias Gonçalves de Oliveira Júnior.Jornalista Responsável: Suzel Tunes (MTb 19311 SP)Estagiário de comunicação: José Geraldo Magalhães JúniorCorrespondência: Avenida Piassanguaba nº 3031 Planalto Paulista - São Paulo - SPCEP 04060-004 - Tel.: (11) 2813-8600 Fax: (11) 2813-8632home: www.metodista.org.br e-mail: [email protected]

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendoassim, reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadassão responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opiniãodo jornal. Propriedade da Associação da Igreja Metodista.

Órgão oficial da Igreja Metodista, editado mensalmente sob a responsabilidade do Colégio EpiscopalFundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James Ransom

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com oInstituto Metodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação edistribuição do periódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacionalda Igreja Metodista.Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de SáProjeto Gráfico: Alexander Libonatto FernandezImpressão: Gráfica e Editora RudcolorAssinaturas e RenovaçõesFone: (11) 4366-5537e-mail: [email protected] do Sacramento n. 230 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo - SPCEP 09640-000 www.metodista.br/editora

Editorial

Alguém resolveu que o dia 20de julho fosse o “Dia do Amigo”e algumas empresas aproveita-ram comercialmente mais essadata. É claro que datas especi-ais podem ser bons motivospara matar a saudade de umamigo, cultivar ou estreitar laçosde amizade, e isso é muito bom.Mas também aprendi na Bíbliaque o amigo ama em “todo otempo” e, quando a angústiavem, ele vira irmão (Pv 17.17).Por isso, a amizade, em diasespeciais ou comuns, não é umrelacionamento fugaz, é dádivapreciosa e bastante rara.

A amizade é um tema queperpassa mais esse número doExpositor, que tem como maté-ria de capa a oração. Na ediçãode janeiro de 2008 já havíamospublicado trecho do livro “Ami-zade com Deus pelos meios dagraça”, do pastor José CarlosBarbosa, no qual ele falava sobrea oração. Agora, a partir de umbate papo franco e aberto com obispo Nelson, o Expositor volta afalar sobre oração, buscando ti-rar dúvidas, aprofundar concei-tos, compreender um poucomais esse relacionamento espe-cial que temos com Deus. Rela-cionamento que se concretizamuitas vezes por intermédio doirmão ou irmã que nos oferecesua amizade. Creio firmementeque Deus, inúmeras vezes, nostoca por meio dos relacionamen-tos humanos. Mas podemos tertamanha dificuldade em nosabrir ao outro(a), em ouvir, falarno momento certo ou perdoar,que acabamos deixando de sentiressa graça de Deus. Nesse mo-mento, o que podemos fazer é,como nos diz Jesus, entrar nosilêncio do nosso íntimo, pedirperdão e buscar orientação parao nosso viver.

Relacionamentos humanosnão são simples... somos com-

Amizadeplexos, limitados. Por isso, amatéria sobre oração é acom-panhada por uma reflexão so-bre “a arte da discordância”,nas páginas 12 e 13. Quantasvezes a Igreja deixou de seruma comunidade terapêuticapara ser origem de desentendi-mentos e dores? O artigo,extraído de uma revista daIgreja Unida do Canadá, dáorientações práticas de comosolucionar os conflitos que sur-gem, eventualmente, em nos-sas comunidades. Que não se-jam as doutrinas as fontes dediscórdia! O Expositor Cristãoestá trazendo uma série de ar-tigos sobre Doutrinas e inaugu-rou mais uma seção sobre Edu-cação Cristã. São textos que,esperamos, tragam orientação,maturidade e crescimento, ja-mais polêmicas vãs.

As palavras existem paraunir e devem ser fonte devida e saúde; que cumpram,pois, essa função. E as pala-vras, também é bom lembrar,sustentam-se em ações, sejamelas individuais ou coletivas.Por isso, veja a seção Agen-da: o terceiro domingo deagosto é o dia da Oferta paraAção Social de nossa Igreja.Metade do que é arrecadadopelas doações fica na própriaigreja, para os trabalhos soci-ais da comunidade; a outrametade ajuda a sustentar pro-jetos sociais escolhidos previ-amente pelas regiões.

Que Deus nos ajude a ser-mos bons amigos dEle e dosnossos próximos. E quando nãoo formos, que possamos nosvoltar Àquele que, apesar eacima de tudo, é nosso amigo,como bem nos lembra o peque-no Elias (seção Fala, Criança).

Suzel [email protected]

DoutrinasNossa escola anda com uma

freqüência muito baixa, sem con-tar que não temos definido umprograma de estudo, em funçãodo exposto sugerimos:

1) Que vocês elaborem estu-dos sobre doutrinas, tais comoBatismo, Batismo com EspíritoSanto, Dons de Línguas, Dons doEspírito, que são assuntos polêmi-cos e sempre há divergência entremembros da Igreja e principal-mente membro de outras denomi-nações. Conhecer a posição daIgreja Metodista em relação aestes temas é de fundamental im-portância para unificação deaprendizado, e para possíveis de-bates sobre o tema; 2) Demaisestudos doutrinários;3) Estudosobre Libertação e cura (mesmoque não sejam bem-vindos no seioMetodista, é importante a Igrejasaber porque a Cúpula Metodistarejeita a doutrina) e Batalha Espi-ritual, mesmo enfoque. José Américo, membro da Igreja

Metodista de Raul Soares - MG

Muito obrigada por sua contri-buição e sugestões. Alguns dessestemas já foram publicados no site(www.metodista.org.br) e no jornalExpositor Cristão. Já publicamosartigos de estudo sobre: Profecias(Expositor Cristão, abril de 2007;Dom de Línguas (no ExpositorCristão de julho de 2008); Bata-lha Espiritual (no Expositor Cris-tão de agosto de 2008); Batismo(Expositor Cristão, fevereiro de2009); Santa Ceia (Expositor Cris-tão, março de 2009); Trindade(Expositor Cristão, junho de 2009);Encarnação de Jesus (ExpositorCristão, julho de 2009). Estamos,no momento, publicando uma sé-rie de artigos doutrinários basea-dos nos 25 Artigos de Religião doMetodismo. Ajude-nos a divulgaro jornal. Dois exemplares de cadaedição são enviados gratuitamen-te para todas as igrejas locais, emnome do pastor titular e auxiliar.Sempre pedimos para que o pas-tor divulgue o jornal na igreja lo-cal. Se o pastor de sua igreja nãoestá recebendo os jornais, ele

pode entrar em contato com aEditora Metodista ([email protected]). Por meio desse e-mail é possível também fazer assinatu-ra do jornal.

Abraço fraterno,Suzel Tunes

Bispo Paulo AyresQuando leio um texto como

o que se apresenta nas páginasdo metodista.org (a Palavra Epis-copal do bispo Paulo Ayres, “Aespiritualidade do caminho”) medá orgulho (...) Penso que suaproposta não é ensinar nada aninguém, sua vida já o faz por simesma. Sua biografia fala mais doque suas palavras. Mas é semprebom ler, ver a mensagem do ve-lho profeta, diferente do profetavelho que perdeu a visão mesmosendo novo em idade (...) Louvoa Deus, pois o primeiro pastorque tive continua sendo paramim referência, como pretendoser para meus paroquianos (...)

Pastor Walkimar Gomes,por e-mail.

AniversárioRegistramos e agradecemos o

recebimento do convite de ani-versário de Edy Rosa Capelão,irmã de Porto Alegre, RS. Umculto em gratidão por sua vidaocorreu na Igreja Metodista daGlória, dia 28 de julho. E no dia8 de agosto, a Igreja em VilaMariana, SP, celebrou os 70 anosde vida do Bispo Nelson LuizCampos Leite. Graças a Deus poressas vidas, parabéns!

CorreçãoNa edição de junho do Exposi-

tor, publicamos o informe de fa-lecimento do pastor Rogério Bar-ros Pereira Barbosa, da SextaRegião Eclesiástica. Recebemosdepois a informação de que a no-tícia foi escrita pelo pastor EliasColpini e publicada no jornalNotícias da Sexta.

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Agosto 2009 3Palavra Episcopal

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Em Mateus 8 vemos Jesusvoltando da montanha ondehavia pronunciado o “sermãoda montanha”. Muitas pessoaso estão seguindo. Um homemleproso vai ao seu encontro.Pede que Jesus o cure e Jesusatende ao pedido. Depois umsoldado romano – um centurião– vai ao seu encontro. Seu ser-vo está muito doente. Ele pedea Jesus que cure o seu servo.Jesus manda que o centuriãovolte para casa dizendo que seuservo já está curado.

Agora, no versículo 14, Je-sus está parando na casa dePedro. É importante lembrarque Jesus conheceu Pedro qua-tro capítulos atrás quando, nocapítulo 4, convidou Pedro eseu irmão André a se unir aogrupo. Então Jesus agora vaiconhecer a família de Pedro. Eos versos 14 e 15 dizem que:“tendo Jesus chegado à casade Pedro, viu a sogra desteacamada e ardendo em fe-bre, mas Jesus tomou-a pelamão, e a febre a deixou”.

Não parece um milagre dig-no de muita ênfase não é? Apa-rentemente, no contexto dessecapítulo, esse foi um milagreaté insignificante para Jesus.No primeiro o homem tinha le-pra – uma doença que poderiamatá-lo. O segundo milagreJesus fez à distância. Foi sen-sacional. O homem veio a Je-sus, pediu para ele curar seuservo e Jesus apenas falou delonge e o milagre aconteceu.Agora essa mulher tem apenasuma febre.

Bem, algumas coisas queeu não sabia a respeito de fe-bres no Novo Testamento, eque agora eu sei, é que:

1º. Febre não era conside-rada como um sintoma de do-ença. Era considerada como uma

O Serviço como resposta à GraçaMateus 8.14 – 15 e Efésios 2.10

João Carlos Lopes, bispo naSexta Região Eclesiástica

doença mesmo. Em outras pala-vras, alguém podia sofrer malá-ria, câncer, enfisema ou febre.

2º. Febre tinha um fortesignificado teológico. De acordocom Levítico 26 e Deutero-nômio 28 febre era uma puni-ção enviada por Deus paraaqueles e aquelas que tivessemviolado a aliança com Deus. Natradição rabínica era considera-da como “fogo celestial”. En-tão, quando alguém agia con-

trariamente à aliança, podiacontrair uma febre alta.

3º. Pela tradição rabínicaera proibido tocar alguém comfebre.

O fato é que o texto é bemsimples e direto: “Jesus to-mou-a pela mão (Jesus a to-cou) e a febre a deixou”. Sefosse uma simples febre conse-qüente de algum outro problemano seu corpo, já seria um gran-de milagre. Mas se algumaquestão de desobediência emsua vida tivesse causado aquela

febre, então pense comigo:Apenas um toque de Jesus aliberta do resultado de seuspecados. Mas é sempre assimmesmo. É graça! Pura graça!Eu posso me identificar comisso. Você também pode.

Você consegue perceber aimportância desse milagre paraaquela mulher? Se a febre eracausada por seus pecados, oumesmo que não fosse, ela nãotem mais que lidar com aquelasituação. Como é que podemos

saber se aquele milagre foiimportante na vida dela?

Veja o final do versículo 15:Ela se levantou e passou a ser-vi-lo. Isso é o que a gente podechamar de resposta à graça.

Quando somos tocados porDeus, verdadeiramente curadospor Jesus, a resposta mais le-gítima e completa é levantar-mos para servi-lo.

Algumas traduções dessetexto e as outras narrativasencontradas em Marcos 1.29-31 e Lucas 4.38-39 dizem queela se levantou e passou aservi-los, no plural. Em outras

palavras, ela não apenas pas-sou a servir a Jesus, masàqueles que estavam com elee trabalhavam com ele.

Alguns estudiosos pensamque essa parte foi incluída nes-sa história como uma prova deque ela foi realmente curada.Eu creio que seja mais do queisso. Mas mesmo que esses es-tudiosos tenham razão, aindafaz sentido. Ou seja, a provada cura é demonstrada peloserviço.

Eu fui tocado por Jesus. Eufui perdoado dos meus pecados.Eu não tenho mais que convivercom a culpa. Deus me adotoucomo seu filho. Eu recebi umchamado específico. Eu tenhotodas as razões do mundo parame levantar a cada manhã e re-dedicar minha vida ao serviçodo meu Deus. Efésios 2.10:“Pois somos feitura dele,criados em Cristo Jesus paraboas obras”.

A verdade é que Deus, emCristo, nos alcançou, nos re-criou e nos curou para que pu-déssemos servir. Fomos cria-dos à imagem de Deus nonascimento, mas, pela graça,fomos recriados à imagem deseu filho – aquele que veiopara servir. Fomos redimidospara servir. Ponto Final.

E quando ficamos feridos,enfermos na alma, com má-goas, desencorajados, cansa-dos, a graça de Deus se renovaem nós para que possamos ser-vir melhor e com mais alegria.

Mas voltemos à história dasogra de Pedro. Depois que foicurada, se ela ficasse na camamais uns dois ou três dias seriacompletamente normal. Afinal,todos nós que já tivemos febresabemos que é desgastantepara o físico. Mesmo depoisque a febre passa precisamosde um pequeno descanso.

Não no caso dela. Ele selevantou imediatamente, que-rendo servir.

Que seja assim conoscotambém. Que estejamos sempredispostos a servir, testemunhan-do a graça e fazendo discípulos.

“Aproximemo-nos, confia-damente, junto ao trono dagraça, a fim de recebermosmisericórdia e acharmos graçaem tempos de necessidade”.

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Agosto 20094 Oficial

A partir de outubro de 2009, as Regiões Eclesiásticas da IgrejaMetodista estarão realizando seus Concílios Regionais. Veja aquios dias e horários dos concílios já agendados.

Edital de Convocação do 39º Concílio Regional da3ª Região Eclesiástica

CONVOCO, nos termos do artigo 95, § 1º, dos Cânones da Igre-ja Metodista, edição 2007, em consonância com a decisão de Leido Revmo Bispo Nelson Luiz Campos Leite (possibilidade de realizarum Concilio Regional Ordinário antes do término do período ecle-siástico regional), de 15 de outubro de 1983, publicado no ExpositorCristão da 2ª Quinzena de novembro de 1983, o 39º CONCILIOREGIONAL DA 3ª REGIÃO ECLESIÁSTICA, para reunir-se nos dias 30e 31 de outubro, 1 e 2 de novembro de 2009, na UniversidadeMetodista de São Paulo, Rua do Sacramento, 230, Rudge Ramos,São Bernardo do Campo, São Paulo.

• CULTO DE ABERTURA: dar-se-á dia 30 de outubro de 2009,sexta-feira, às 16h, na IM em Rudge Ramos, São Bernardo doCampo, SP.

• SESSÃO DE INSTALAÇÃO: dia 30 de outubro de 2009, sexta-feira, às 20h, no Salão Nobre da Universidade Metodista de SãoPaulo, Rua do Sacramento, 230, Rudge Ramos, São Bernardo doCampo, SP.

• CULTO DE ENCERRAMENTO: dar-se-á dia 02 de novembro de2009, segunda-feira, às 8h30min, nas dependências do Templo daIgreja Metodista em Rudge Ramos.

Peço ao povo metodista nos limites da 3ª Região Eclesiásticamanter-se em oração ao nosso Deus em favor deste importanteconclave regional, a fim de que ele possa impulsionar nossa Igrejaa: “Testemunhar os sinais da graça na unidade do Corpo de Cristo”.

São Paulo, 02 de julho de 2009.Revmo. Adriel de Souza Maia

Bispo Presidente da 3ª – Região Eclesiástica

Convocação ao XVI Concílio Regional da RegiãoMissionária do Nordeste – Remne

Convoco, nos termos do Art. 97 ítem 1, dos Cânones da IgrejaMetodista, edição, 2007, Editora Cedro, São Paulo – SP, o XVICONCÍLIO REGIONAL DA REGIÃO MISSIONÁRIA DO NORDESTE, parareunir-se nos dias 27 a 29 de novembro de 2009, nas dependên-cias do Hotel Casa Grande Gravatá – Gravatá - PE.

O Culto de Abertura dar-se-á às 14h do dia 27 de novembro,seguindo-se a Sessão de Instalação dos trabalhos conciliares. Oencerramento está previsto para às 13h do dia 29 de novembro,com o culto de encerramento.

O tema do Concílio será: Cada metodista um (a)missionário(a); cada lar uma Igreja.

Ênfase: Consolidação e avanço – vitórias e desafiosRogo ao povo metodista nos limites da Região Missionária do

Nordeste que esteja em oração ao nosso Deus em favor desteimportante conclave regional, a fim de que ele possa impulsionarnossa Igreja a “Testemunhar a graça e fazer discípulos (as).”

Recife, 25 de junho de 2009.Revma. Marisa de Freitas Ferreira – Bispa Presidente da REMNE

Edital de Convocação do II Concílio Regional Or-dinário da Região Missionária da Amazônia

Convoco, de acordo com o Artigo 95, dos Cânones, edição de2007, o II Concílio Regional Ordinário da Região Missionária daAmazônia da Igreja Metodista, para reunir-se no AcampamentoMetodista, nos 3 a 6 de Dezembro de 2009 - Manaus-AM. O cul-to de abertura dar-se-á às 20h, do dia 03 de dezembro, noAcampamento Metodista- Km. 11 da BR. 174 (Manaus - Boa Vis-ta), seguindo-se a sessão de instalação dos trabalhos conciliares,no mesmo local. O culto de encerramento com ordenação depresbíteros e consagração de pastora será no mesmo local,às10h, do dia 06 de dezembro.

Nosso Tema: Testemunhar a Graça na Unidade do Corpo de Cristo.

Concílios Regionais acontecem a partir de outubroTodas as demais informações sobre o Concílio serão enviadas

após a constituição da Delegação Regional, cumpridos os prazosestabelecidos.

Que o povo metodista na Região Missionária da Amazônia -REMA esteja em oração, intercedendo por esse Concílio Regional.Jesus Cristo é o Senhor.

Porto Velho, 17 de julho de 2009.Revmo.Adolfo Evaristo de Souza

Bispo Presidente da Região Missionária da Amazônia

Edital de Convocação 39º Concílio RegionalOrdinário da Primeira Região Eclesiástica

da Igreja Metodista

CONVOCO, de acordo com o Artigo 95, § 1, dos Cânones, edi-ção de 2007, e em consonância com a decisão de lei do Revmo.Bispo Nelson Luiz Campos Leite, em 15 de outubro de 1983,publicada no Expositor Cristão, 2ª quinzena de novembro de 1983,o 39º Concílio Regional da Primeira Região Eclesiástica da IgrejaMetodista, para reunir-se no Instituto Metodista de FormaçãoMissionária – IMFORM (Escola de Missões), Estrada Rio-Bahia BR116, s/n°, Km 46,5 – Serra do Capim – Teresópolis, Rio de Janei-ro, nos dias 05 a 08 de novembro de 2009. O Culto de aberturadar-se-á às 14h do dia 05 de novembro, seguindo-se a sessão deinstalação dos trabalhos conciliares. O encerramento está previstopara as 11h do dia 08 de novembro, com o culto de encerramento.

Este Concílio terá como tema: Testemunhar a Graça na Uni-dade do Corpo de Cristo, sendo o versículo base Efésios 4.3,que diz: “esforçando-vos diligentemente por preservar a unidadedo Espírito no vínculo da paz.”

· Os mandatos da COREAM - Coordenação Regional de AçãoMissionária e Comissões Regionais Permanentes têm sua vigência até31 de dezembro de 2011, quando o Concílio Regional for realizadoantes desta data, conforme artigo 233, item III, Cânones 2007.

Rogo ao povo metodista da Primeira Região Eclesiástica queore ao Senhor para que, neste Concílio Regional, tenhamos navisão regional: O Evangelho para cada pessoa neste Estado, umgrupo de discipulado em cada rua, uma igreja em cada bairro.

Revmo. Paulo Tarso de Oliveira LockmannBispo-Presidente da Primeira Região Eclesiástica

De acordo com os Cânones citado, art. 93, o Concílio Regional com-põe-se de:

I – presbíteros/as ativos/as;II – pastores/as, com nomeação episcopal;III – diáconos e diaconisas, com nomeação episcopal;IV – pastores/as suplentes, com nomeação episcopal;V – delegados/as eleitos/as pelas Igrejas Locais, na proporção deum/a para 500 membros, e, no máximo, dois (duas) para igrejas Lo-cais com número de membros superior a esse.VI – Presidente do Conselho Diretor de cada instituição regional ouseu substituto legal;VII – Presidentes das Federações de Grupos Societários;VIII – Conselheiro/a Regional de Juvenis e Coordenador/a Regionaldo Departamento de crianças;IX – Presbíteros/as inativos/as, sem direito a voto;X – pastores/as suplentes inativos/as, sem direito a voto;XI – membros da Coordenação Regional de Ação Missionária, sem di-reito a voto, salvo se delegados/as eleitos/as;

• O Concílio Regional se instala, ordinária e extraordinariamentecom a presença mínima de 2/3 (dois terços) de seus membros vo-tantes, conforme §4º do artigo 92, dos Cânones 2007.• Os mandatos dos membros da Coordenação Regional de AçãoMissionária e Comissões Regionais Permanentes têm sua vigência até31 de dezembro de 2009, quando o Concilio Regional for realizadoantes desta data, conforme art. 233, item III, dos Cânones 2007.

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Agosto 2009 5Memória

Fala, criança!Deus é meu amigo

Já não vos chamo servos,porque o servo não sabeo que faz o seu senhor;mas tenho-vos chamado

amigos, porque tudoquanto ouvi de meu Pai

vos tenho dadoa conhecer.João 15.15

Começo a viver uma

nova fase com meu filho decinco anos. Até a pouco,tudo o que eu dizia era ver-dade, agora a escola come-ça a ser a verdadeira. Devez em quando, o Elias mepergunta uma coisa, eu respondo, não com as mesmas palavrasque ele gostaria de ouvir; aí ele diz: “Não, não é isso”. Ésinal que respondi de maneira diferente da professora.

Esses dias, ele me perguntou: “Deus é nosso amigo”?Mais do que depressa eu respondi: “Sim, somos amigos deDeus”! Irritado ele retrucou: “Não. Não somos amigos deDeus. Deus é nosso amigo!”

Ali como estava, ao volante, ri baixinho. Meu filho já temo conceito de que Deus é nosso amigo, mas nós não o somospara Ele. Claro, com cinco anos, não tenho a pretensão deque meu filho analise as coisas teologicamente. Mas a respos-ta dele me fez meditar. Realmente Deus é muito, mas muitomais nosso amigo do que nós podemos ser para Ele.

Quantas vezes, quando as coisas estão bem, marcamoschurrasco com amigos. Planejamos viagem junto com ami-gos. Comemoramos aniversário com amigos. E, em quantasdessas oportunidades nos dedicamos para estreitar nossaamizade com Deus? O quanto aproveitamos nosso tempofazendo algo para Deus? Quantas vezes privilegiamos epriorizamos nosso trabalho, nossos amigos ou outra ativi-dade, até os afazeres da igreja, em detrimento de passarmais uns minutos na presença do Bom Amigo?

Comemoramos o Dia do Amigo em 20 de julho. Certa-mente recebemos mensagens pela Internet, correio e/oupessoalmente. E, provavelmente, alguém que você consideramuito não vai lembrar de dar um alô pra você. De outramaneira, também, é possível que alguém que lhe tem emalta estima espere algum gesto de sua parte e você pode es-quecer-se dele.

Que maravilha é para nós, cristãos, saber que, apesardas falhas e decepções que podemos ter com nossos ami-gos, há um Bom Amigo que nunca se esquece de nós. Aocontrário de nós, que somos solicitados em meio à neces-sidade do outro, Deus está sempre nos concedendo sua mãopara nos apoiar. Mais que a mão, a vida de Jesus foi con-cedida para que nós possamos viver bem a nossa vida.

Que o amor de Deus derramado em nosso coração nosajude a ser amigos fiéis a Ele. Nos ajude a ser amigos me-lhores uns dos outros. Nos ajude a ser abnegados, como Je-sus, o Bom Amigo, é para conosco.

Revda. Cristiane Capeleti Pereira, mãe do Elias

Pereira Lima (o papai é Ronald da Silva Lima,parabéns pelo seu dia!)

Poesia não morreTeólogo, psicanalista, educador, nos últimos anos Rubem Alves

não tem se importado com estes títulos. Ser lembrado como poetajá lhe basta. “Quem experimenta a beleza está em comunhãocom o sagrado”, diz um de seus textos. E a poesia, ele sabemuito bem, é uma das formas de expressão da beleza com a qualDeus presenteou alguns de seus filhos e filhas.

Déa Kerr Affini e Jaci Correia Maraschin estão entre essesirmãos e irmãs a quem Deus conferiu o dom da poesia. Falece-ram, beirando a casa dos 80 anos, com poucos dias de diferença:o professor Jaci no dia 30 de junho; dona Déa no dia 3 de julho.E depois que eles morreram, muitos textos, publicados em sitese blogs, falaram de suas vidas, dedicadas à música e à poesia.

Regente de coral, es-critora, contadora de histó-rias, a “tia Déa” encanta-va crianças e adultos comseu jeito doce, a alegriano olhar, transmitindo oamor de Deus por meio devárias publicações (a revis-ta Voz Missionária, entreelas) e produções artísti-cas da Igreja Metodista.Jaci, pastor anglicano eprofessor da UniversidadeMetodista por 35 anos,tem seus versos cantadospor irmãos e irmãs de mui-tas igrejas e países. Os textos escritos em sua homenagem trazemtrechinhos inesquecíveis, como esse verso da canção Lavapés:

Na poeira das estradas desta vida,Vem nossos pés lavar, tão doloridos;

Vem dar-nos mãos que acalmem a feridaDos que ainda longe estão de ti, perdidos.

Curiosamente, os textos escritos emhomenagem a esses dois irmãos têm umacaracterística: eles também são poéticos!Jaci e Déa são lembrados em textos sua-ves, que falam de sentimentos, trazemlembranças do passado, olham com espe-rança para um futuro onde esses irmãosestarão sempre presentes por meio de suaobra. Na realidade, são textos que trazempoucas informações de ordem “prática”:

que idade exata eles tinham? De que morreram mesmo? Onde foio velório? (Jaci já havia deixado uma recomendação: não queriavelório) Ah, mas será que isso importa? – parecem dizer esses tex-tos. Importa como viveram e a poesia que deixaram por onde pas-saram, como pequenos e perceptíveis sinais do sagrado imenso. Dealguma maneira, as pessoas que homenagearam o professor Jaci eda dona Déa perceberam a mesma coisa: poesia não morre.

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Projeto Sombrae Água Fresca

Educação cristã para crianças eadolescentes. Veja como realizaresse projeto em sua Igreja.

Ligue para (11) 2813-8600ou mandeum e-mail

[email protected]

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Agosto 20096 Pela Seara

Escola de Missões na Rema

O projeto Escola de Missões é uma realidade desde o dia 12de junho, com a aula inaugural do Curso de Evangelista ministradona Igreja Metodista Coreana de Manaus, pelo pastor Carlos RobertoCidade, da sexta região, Paraná, e com a presença de membrose pastores/a das igrejas de Manaus.

Com o apoio da REMA, através do bispo Adolfo e abraçadopelos pastores e pastora do Distrito, o projeto visa à capacitaçãode obreiros, obedecendo à visão de santidade. Um sonho partilha-do pelos metodistas brasileiros e coreanos (os dois ramos), prin-cipalmente pelo Reverendo Sung Lee. A formação de missionáriospretende atender, além da cidade de Manaus, toda a RegiãoMissionária da Amazônia, com cursos e seminários. O próximopasso é o seminário de capacitação com 4 anos de duração, cominício em março de 2010, através da parceria estabelecida com aWesley Theological Seminary, dos Estados Unidos, com o envio dosprofessores a cada módulo.

Curso de Evangelista

O Curso de Formação Básica em Teologia Para a Missão é umaparceria do Instituto Metodista da Amazônia - IMAM e a Rema, soba coordenação do Reverendo João Coimbra e da Secretaria de Edu-cação Cristã. No distrito Manaus/Roraima o curso teve seu primeiromódulo, Introdução ao Antigo Testamento, nos dias 13 e 14 de ju-nho nas dependências da Igreja Central ministrado pelos pastoresFabio Cachone e Luiz Augusto. Com 53 alunos participantes, o cursoque dá início à Escola de Missões superou todas as expectativas,na quantidade de inscrições e no desenvolvimento das aulas.Rev Fábio Cachone dos Santos – Coordenador do CFBT e Escola

de Missões - Distrito Manaus/RR

Eu me importoCom apoio de todo distrito a Igreja Metodista em Pirajá

(Salvador, Bahia) realizou o projeto: “Eu me importo”, queconsistiu em atender famílias do bairro atingidas pelachuva. Mais de 50 famílias foram abençoadas com cestas bá-sicas, roupas e cobertores. Antes da entrega das cestas e rou-pas, houve um culto no qual refletimos sobre “Jesus: o pão quedesce do céu” e sobre as “vestes espirituais”. Na mensagem,o reverendo Misael ressaltou a urgência e necessidade de en-tregarmos nossas vidas a Jesus Cristo. Foi tremendo ver aquelepovo sofrido vir ao altar, junto conosco, receber a minis-tração sobre suas vidas ... demonstrando que pelo menos emuma necessidade somos iguais: A necessidade de Cristo.

Gilcimária SouzaMinistério de Comunicação

Congregação Metodista em Pirajá

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Agosto 2009 7Pela Seara

Sabamingo

O Programa de Combate ao Racismo do CMI comemorou os seus40 anos realizando um encontro internacional no vilarejo de Dorn,Utrecht (Holanda) e convidou representantes de todos os continen-tes para ajudarem no repensar da Missão da Igreja nesta espinho-sa área. Tive a honra de ser o único convidado para expor como sedeu e está se dando o avanço na luta contra o racismo no Brasil.Foram selecionados um representante de cada continente para falardurante o encontro e no culto de encerramento, que teve a presen-ça da Rainha Beatriz. Após o cerimônia de encerramento a Rainhagentilmente dialogou com vários participantes e eu tive a honra decompartilhar com ela as atividades desenvolvidas atualmente noBrasil, com destaque para o grande número de crianças e familiaressem documentos, tornando “invisíveis” estes cidadãos e cidadãs.A Rainha Beatriz achou interessante o avanço do movimento inter-fé (Movimento Inter-religioso) que está adquirindo consciência danecessidade de participação de todos os seguimentos religiosospara lutar e superar a violência e a corrupção que estão numprocesso assustador de crescimento no Brasil. Veja mais informa-

Conselho Mundialde Igrejas em combate ao racismo

Rainha Beatriz, da Holanda, e Reverendo Antônio Olímpio de Sant´Ana.

O encontro ministerial de pastores e pastoras da 2ª RegiãoEclesiástica aconteceu no Distrito da Serra, em Caxias do Sul, nosdias 18, 19 e 20 de abril e contou com a presença de muitos in-tegrantes das famílias pastorais. O culto de abertura surpreendeualguns pela celebração da Santa Ceia, geralmente realizada nosmomentos de encerramento dos encontros, porém a comunhãorepresentada neste sacramento só figurava o clima que se esten-deria e prevaleceria por todo o ministerial.

O tema central do ministerial neste ano foi “Compromissos eVivências Institucionais” em consonância com o tema do biênio ,“Testemunhar a graça e fazer discípulos e discípulas”. Além doBispo Luiz Vergílio Batista da Rosa, presidente da Região, queministrou estudos e a Palavra, o encontro contou com a presençae participação ativa do Bispo Stanley da Silva Moraes, que não sórepresentou o Colégio Episcopal, mas também dirigiu estudo aospastores e pastoras.

Os estudos focaram a dinâmica da vivência pastoral commaturidade e compromisso, porém é necessário ressaltar os tra-balhos apresentados pela Pra. Maria Eugênia Kiehl e pelo Pr. ArturFula, enfocando o cuidado com a saúde do pastor e da pastora edas famílias pastorais. Mais uma vez tornou-se claro que quandoo tema é “família” sempre existirá interesse e necessidade deaprofundamento de questões ligadas a esta instituição e comotais relações se refletem na vida da igreja e na sua caminhada.

Encontro Ministerial de Pastores e Pastorasda 2ª Região Eclesiástica

Em uma das noites foi realizada uma vigília de oração onde oEspírito de Deus pôde ser sentido nas orações, cânticos e na re-novação da experiência de muitos que participaram deste momen-to. Houve um derramar do Espírito que certamente prefigura omovimento espiritual que Deus está preparando para a IgrejaMetodista na 2ª Região, no Brasil e no continente Sul-Americano.

Houve também a participação dos órgãos regionais e ministé-rios, com divulgação dos trabalhos realizados e com a satisfaçãode conquistas já alcançadas neste biênio, como o reconhecimentodo programa Cristo é Vida, na Rádio Esperança, com excelenteresultado obtido em pesquisa realizada pelo IBOPE.

Os participantes assistiram a um filme intitulado Jornada paraa Liberdade que trata da luta pela abolição da escravatura nostempo de John Wesley, na Inglaterra. O filme levantou muitasquestões sobre a presença da igreja e sua contribuição pela refor-ma das situações contrárias a vontade de Deus e dos valores doseu Reino.

A celebração de encerramento foi coroada com a emocionantecerimônia do Lavapés, onde todos e todas experimentaram comalegria o modelo deixado por Jesus para aqueles que verdadeira-mente querem ser seus discípulos e discípulas.

Louvamos a Deus por este encontro e porque vivemos a graçado Espírito em todo o tempo!

Pr. Silvio G. Mota

ções no site do Conselho de Igrejas dos Paises Baixos(raadvankerken.nl), clicando, à direita, na expressão “apartheid”.

Reverendo Antônio Olímpio de Sant´Ana

Neste período de férias, agarotada de Sorocaba, São

Paulo, teve um final desemana todo especial,promovido pela Igreja

Metodista: o “sabamingo”,realizado pela Congregação no

Parque Manchester.

Informou: Rev. Laurindo Prieto

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Agosto 20098 Capa

uito se fala sobre oração. Existem até encontros e cursosespecíficos sobre adoração e intercessão. Mas a oraçãoainda é um tema envolto em mistérios, dúvidas e

incompreensões que, ficam, muitas vezes, ocultas por nossa timi-dez, por nossos condicionamentos culturais e teológicos e até pornossa falta de reflexão. Sabemos realmente orar? O Expositor Cris-tão teve um bate-papo com o bispo Nelson Luiz Campos Leite, criadordo Disk Oração. De maneira franca e tranqüila, ele falou como pensae sente esse privilegiado meio de relacionamento com Deus.

Como você define oração?Na minha experiência pessoal, oração é um estado de intimi-

dade e comunhão com Deus através do qual expressamos nossaadoração e sentimentos diante do Pai, em nome do nosso Senhor,Jesus Cristo.

Se Deus sabe do que necessitamos, por que pedimos? Não de-veríamos apenas agradecer?

É uma questão que há séculos têm levado o ser humano a re-fletir. O próprio Jesus quando diz para entrarmos em nosso quarto,em silêncio, demonstra o fato deque Deus sabe as nossas necessi-dades. Então, por que orar de for-ma intercessória? Creio que issorevela uma confiança em Deus,nossa disposição de receber umaorientação de Deus a respeito dascoisas que estamos buscando edeixar Deus agir em nosso interior,confirmando ou modificando a nos-sa perspectiva. Tiago (cap.4, v.3)diz ....“pedi e não recebeis, por-que pedis mal, para esbanjardesem vossos prazeres” e não segun-do os critérios da nova vida.

A oração altera circunstâncias oueventos da vida humana? Tomocomo exemplo um texto do teólo-go Rubem Alves no qual ele dizque, ao contrário da maioria das pessoas, ele não ora ao entrarem um avião. Diz ele: “Se rezar adiantasse, aviões não cairiam,porque há sempre alguém que faz o sinal-da-cruz quando o aviãoarranca para a decolagem. Por que caem aviões? Por que as rezasnão foram suficientes? (...) Não rezei. Para não perder o respeitopor Deus. Eu não respeitaria um Deus que só salvasse os homensque constantemente o chamam ao telefone”.

Orar no avião dá segurança à própria pessoa que ora... É, naverdade, um amparo para si mesma. Creio que Deus pode agir deforma até sobrenatural, mas sem ferir a sua soberania e os pro-pósitos básicos de sua natureza e Reino. Existem dezenas de si-tuações concretas nas quais a oração promoveu mudança, trans-formação, cura. E outras centenas em que o que se buscava nãoocorreu, mas Deus agiu de outra forma, preparando mentes ecapacitando a enfrentar a situação. Ele nunca deixa de responder.

Mas o que dizer, por exemplo, a uma mãe temente a Deus quepede a cura para um filho e não tem o seu pedido atendido?

Mesmo no contexto evangélico, existe uma consciênciadeterminista que coloca nas mãos de Deus todos os aconteci-mentos, dando-lhe a responsabilidade por tudo o que ocorre.Na verdade, somos seres criados à imagem e semelhança deDeus, a quem foi dada a liberdade de escolha e a responsabi-lidade por tudo aquilo que optamos. Creio que a maioria dosmales individuais, familiares e sociais existem não por deter-minação de Deus, mas por equívocos da escolha humana. Emgeral, uma enfermidade tem histórico que pode ser genético,congênito ou fruto de uma situação de vida. O fato de Deusnão curar uma pessoa não significa negação, abandono ou

Mistérios da oraçãodistanciamento de Deus. Não há ninguém que sofra mais doque Ele, junto de nós. Mas de uma forma acima de nossacompreensão ele permite determinadas coisas que para nós sãoabsurdas e não as entendemos.

Diante do sofrimento de uma mãe que perde um filho, o quemais precisamos fazer é mostrar nossa solidariedade e amor cris-tãos num momento em que a pessoa está cheia de perguntas evivendo uma crise existencial muito séria.

Deus entende que a pessoa questione. Na sua natureza degraça e amor, ele não reprime o ser. Isso é parte da oração e éuma forma terapêutica de Deus agir. E nas enfermidades nasquais o âmago é psicológico, com reflexos físicos, os resultadosda oração são tremendamente evidentes. A importância da fé notratamento é comprovada. A maior cura é a interior. Plenitude emsaúde é viver a vida em abundância.

A teóloga Suzanne de Dietrich (1891-1981) era uma pessoa deespiritualidade impressionante. Sofria de graves problemas físicos,de ordem congênita. As pessoas lhe perguntavam: “Você não orapedindo cura?” Ela respondia: “Com toda essa minha limitação,eu me sinto plena”.

Oramos muito pedindo saúdee, nos últimos tempos, em quecresce a violência urbana, tam-bém por paz. Vemos muitos“atos proféticos” nos quais seora pela paz diante de uma ban-deira ou mapa da cidade, estadoou país. Será que existe a cons-ciência do significado simbólicodesse ato, ou acredita-se que oato profético seja um escudo ou“cobertura espiritual” capaz deproteger o local indicado pelabandeira?

A fé não pode ser no “atoprofético” em si, não se trata deum ritual mágico. O uso da ban-deira ou mapa do local deve tãosomente simbolizar a entrega a

Deus e também a nossa disposição em sermos agentes contra aviolência, nos manifestando profeticamente contra algo que con-traria os princípios do Reino. E nos dispondo a colaborar comDeus para que a paz se construa por meio das pessoas, família,instituição, políticos.

Deus tem poder ilimitado para agir. Ele tinha poder paraevitar tudo o que ocorreu com Cristo. Podia agir com seus an-jos, com sua própria autoridade, mas não agiu assim. Muitascoisas Deus permite que ocorra para chamar o ser humano àresponsabilidade.

Existe a idéia de que “Deus ouve de maneira especial a oraçãodas crianças”. Da mesma maneira, há membros de igrejas quefazem questão que seu pastor ou alguém que julguem mais“espiritual” ore por eles. Esse pensamento não pressupõe al-gum tipo de mediação entre Deus e o ser humano? Ou a exis-tência de algum “mérito” para que a oração seja ouvida?

Quando se buscam crianças, líderes, pastores(as) ou grupospara a prática da oração é muito mais no sentido de apoio, dasegurança, amizade e solidariedade que a pessoa precisa naque-le momento. Não existem mediadores entre Deus e o ser huma-no a não ser Jesus Cristo. Ele que é nosso intercessor, na pre-sença do Espírito Santo. E Deus não age segundo nossosméritos, mas segundo a sua infinita misericórdia. Assim, eleouve todas as pessoas da mesma maneira. Creio na compaixãodivina e na avaliação de Deus da sinceridade de nossa buscaconfiante. Podemos nos achegar com confiança e expor a Deusos nossos desejos, mas, sempre, oferecer o resultado a Ele,para sua honra e glória.

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Mas por que existem tantos cursos e encontros de inter-cessores hoje em dia? Jesus já não nos ensinou a orar, quandonos disse para orarmos sem alarde e vãs repetições e quandonos ensinou a oração dominical? (Mateus 6.5-15)

Quando tem fundamentação bíblica séria, correta, o “curso deintercessão” pode nos ajudar em nosso relacionamento com Deus.Intercessão é parte da oração, mas é a parte final do processo daadoração. Como temos tantos equívocos hoje em dia quanto à ora-ção, eu creio que é importante refletir, estudar e agir corretamente.

Quando e como surgiu o Disk Oração? E qual tem sido o resultadodesse trabalho?

O Disk Oração surgiu no início do meu ministério, quando lisobre a experiência do Linha da Vida (Lifeline), da Austrália. Ocriador desse trabalho, Allan Walker, foium dos maiores evangelistasmetodistas. Em 1963, ele implantou oprocesso criando equipes que atendiam24 horas por dia para ouvir, acolher, darsegurança e ajudá-los a confiar no amore graça de Deus. Há mais de 25 anoseu trouxe a idéia para o Brasil. Estiveno Upper Room nos Estados Unidos (aversão americana do devocionário NoCenáculo) e conheci o trabalho no CallPrayer. Com a ajuda do Upper Room con-segui verba de implantação do equipa-mento e reforma do prédio (no bairro daLiberdade, em São Paulo, capital). Háuns 12 anos o serviço começou a funci-onar oficialmente e desde então já atendeu mais de 70 mil pes-soas, praticamente todas cadastradas.

A equipe de atendentes do Disk Oração passa por um treina-mento no qual aprende, sobretudo, a ouvir a pessoa do outro lado.Oferecemos gratuitamente nossa literatura e, quando necessário,encaminhamos a um psicólogo.

Fazendo um levantamento dos principais motivos que levavamas pessoas ao Disk Oração começamos a produzir os livros dasérie Quando e veio unir-se a outro sonho, o áudiolivro, emformato de CD ou mp3, com músicas e mensagens especiais paraa família e datas especiais, como Páscoa e Natal. Há um grandepercentual de não evangélicos (católicos, espíritas e mesmo pes-soas sem uma religião definida) que buscam o Disk Oração e seinteressam pela literatura. Pelo telefone (11) 3277-1390, que

funciona em horário comercial, de segunda a sexta, a pessoa podepedir uma oração e orar junto com o atendente. À noite e nosfinais de semana, a pessoa que liga ouve uma mensagem do NoCenáculo. Existe também o Disk Aconselhamento, pelo telefone(11) 3277-1270 e tem crescido o contato via Inernet, pelo [email protected] , que respondo pessoalmente.

PARA SABER MAISAmizade com Deus pelos meios da graça, do pastor e profes-

sor metodista José Carlos Barbosa. Neste livro, o pastor explica avisão wesleyana dos “meios de graça” (oração, jejum, leitura daBíblia, participação da Ceia, confissão de pecados, serviço cristãoe vida em comunhão) canais de transmissão da graça divina aoser humano. Coleção Cepeme, Equilíbrio Editora. Tel. (19) 3435-5300, Piracicaba, SP.

Em nome do Pai, de Larry Crabb, EditoraMundo Cristão: o teólogo e conferencista nor-te-americano fala do relacionamento pessoalque deve existir entre o Pai Eterno e seusfilhos e filhas. Informações e vendas:www.mundocristao.com.br, tel (11) 2127-4147.

Decepcionado com Deus, de PhilipYancey, Editora Mundo Cristão: o pastor eescritor norte-americano busca analisar, à luzda Bíblia, a questão do sofrimento e da dor.“O autor mostra como, muitas vezes, nossassúplicas são tentativas inconscientes de en-caixar Deus nos parâmetros da nossa inteli-gência limitada. Então, incrivelmente, nosdecepcionamos com Deus por não se subme-ter à nossa vontade”, comentou a senadora

Marina Silva, uma das leitoras desse livro.A Cabana, de William P. Young, Editora Sextante: é uma obra

de ficção, que se tornou um best-seller nos Estados Unidos e agorano Brasil. Mack, que perdeu sua filha, vive em tristeza, rancor edúvida: se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para ame-nizar o nosso sofrimento? Em um surpreendente encontro numacabana na floresta, ele terá a sua resposta.

Série Quando, vários autores, Editora Cedro: quinze temastrabalhados de forma simples e direta, a partir das necessidadespercebidas pelo Disk Oração: luto, perda, depressão, família, criseetc. Livraria Cedro, telefone (11) 3277-7166. Desta iniciativanasceu o projeto do “Áudio-livro”, que tem sido desenvolvidopessoalmente pelo bispo Nelson.

Suzel Tunes

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra;

e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho

lhe pedir pão, lhe dará pedra?Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra?

Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossosfilhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas

coisas aos que lhe pedirem?Mateus 7.7-11

Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus,santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua von-tade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temosperdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em ten-tação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glóriapara sempre. Amém! Mateus 6.9-13

Cuidado, acolhimento, confiança... são palavras que associa-mos à paternidade. É como Pai nosso Criador se apresenta a nósem vários textos de suas Sagradas Escrituras. Ele nos ensinou aorar com intimidade e confiança e prometeu nos ouvir com o afe-to e cuidado de um pai amoroso.

Ao se apresentar como Pai,nosso Deus também valorizou oamor humano que une pais efilhos, ainda que imperfeitos,pecadores e incompletos. Que-ridos pais: neste mês em que serealizam homenagens pelo seudia, queremos que saibam denossa gratidão pelo amor pater-no que, sendo humano, foi usa-do por Deus como um exemplodo próprio amor. Não somosperfeitos como nosso Pai Celes-te, mas somos amados e ama-das por Ele. Da mesma maneira,nossos relacionamentos huma-nos não são perfeitos, mas es-tão debaixo da graça e doamor de nosso Deus. Desdeque uma nova vida é gerada eas mães a carregam no ventre, os pais carregam responsabilida-des e preocupações nos ombros. Que nesse Dia dos Pais, essepeso seja substituído pela leveza da graça de Deus!

Conversa com o Pai

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Agosto 200910 Educação Cristã

m dos principais meios da transformação da pessoa eda sociedade é a educação cristã. Pela formação siste-mática ou pelo esclarecimento de questões afins à ex-periência com Deus, a educação possibilita a maturida-

de cristã. Sendo assim, nada melhor do que dialogar sobretemas que são fundamentais na caminhada de fé. Recebemos aseguinte correspondência: “Ao ler a matéria sobre a Santa Ceiano site www.metodista.org.br (também publicada no Expositor demarço de 2009) fiquei com algumas dúvidas. Na Igreja Metodistaé adotada a transubstanciação ou a consubstanciação? Obrigado,Paulo.” É a Revda. Hideíde Brito Torres, teóloga, jornalista epastora da Igreja Metodista em Cataguases, MG, 4ªRE, que res-ponde a essa pergunta.

Ceia do Senhor: seu significado para nósTexto bíblico: 1 Coríntios 11.23-30

Frequentemente, a Ceia do Se-nhor é celebrada em nossos cultosnas igrejas evangélicas hoje de duasformas: como algo tão místico e es-piritual que muita gente é excluída;ou de forma tão banal que se faz umaespécie de apêndice no culto pararealizá-la; num último momento, comcorreria porque o horário já venceu.

Mas a Ceia é um dos momentosmais sérios da vida cristã. Desde osprimeiros tempos, os cristãospriorizavam este momento e o rea-lizavam com grande freqüência (At2.42). A Ceia é sinal do nosso com-promisso e envolvimento na obra doReino de Deus. Nós, metodistas,cremos nisto por, pelo menos, trêsrazões principais:

1. É uma refeição memorial: Em1 Coríntios 11.23-30, quando oapóstolo Paulo discute os problemasdaquela comunidade relacionadoscom a prática da Ceia do Senhor, eleafirma: “Eu recebi o que tambémvos entreguei”; e repete as palavrasproferidas por Jesus: “Fazei isto emmemória de mim”. A palavra recor-dar, no hebraico, significa “lembraralgo ou alguém de forma tão inten-sa que esse evento adquire uma di-mensão vital, renovada, nova efresca no presente”. Quando partici-pamos da Ceia, a presença de Jesus se renova em meio à comu-nidade, porque atualizamos sua mensagem, como se nós mesmosestivéssemos lá, com seus discípulos, na noite em que celebroucom eles a primeira ceia.

2. É uma refeição com a real presença de Cristo: Quandofalamos isso, muita gente pensa em termos místicos ou supers-ticiosos. Muitas lendas surgiram em torno da Ceia do Senhor. Nós,protestantes, cremos que não há modificação dos elementos; nãoé transubstanciação (os elementos não se tornam mesmo carne esangue de Cristo. O pão continua pão e o suco de uva continuacom sua natureza e substância). Também não há a presença realde Cristo no pão e no vinho (a doutrina chamada consubs-tanciação). É sim, que o Cristo ressurreto está presente no meioda comunidade cada vez que a Ceia é celebrada. Ele vem por meio

Corpo e SangueO significado da Santa Ceia

de seu Espírito, o qual se faz presente na comunidade e no mo-mento celebrativo. Por isso, quando o pastor ou pastora convidaos/as presentes a partilhar da mesa, o convite não é da IgrejaMetodista, mas do próprio Cristo. A graça de Deus não pode ser“sequestrada” por nenhuma igreja ou sacerdote: ela é de todos.Por esta razão, discordamos da prática de algumas comunidades,que limitam a participação da Ceia apenas para seus própriosmembros, ignorando que a Igreja de Cristo é mais do que a pró-pria denominação. Por outro lado, é sempre importante lembrarque os cristãos e cristãs são chamados/as a esta mesa por com-preender a seriedade deste momento para seu crescimento na fé.Por isso mesmo é que Paulo diz que é um momento consciente:“Examine, pois, o homem a si mesmo e assim coma do pão etome do cálice”. Ele não diz que devemos nos examinar e nosabster de participar! Ao contrário, o auto-exame e a confissão sãoos passos daquele que quer assumir o compromisso com Deus. Ja-mais devemos deixar de participar desta mesa, mas sempre te-

mos de fazê-lo com consciência!

3. É uma refeição que é pe-nhor: Penhorar significa dar umagarantia: A Ceia do Senhor é umagarantia do céu. Jesus mesmo disse:“Não mais beberei do fruto da vi-deira, até que venha o Reino deDeus” (Lucas 22.18). Participar des-sa ceia é ter a promessa do céu.Quem não participa dessa graça aquinão experimentará a futura tam-bém; pois indica que não está emcomunhão com o Senhor. Mas quemrecebe aqui, participará lá. Na ceia,louvamos a Deus pela vida eterna eantecipamos nossa entrada no céu.

João Wesley, fundador da IgrejaMetodista, no século 18, declarou:“Que todo aquele que tem no seucoração algum desejo de servir aDeus, ou algum amor à sua alma,possa servir a Deus e buscar o bemdo seu coração por meio da comu-nhão, toda vez que isso for possí-vel”. E ele disse ainda: “Comer ebeber indignamente significa parti-cipar do Santo Sacramento de for-ma tão desordenada e rude que al-guns estão com fome enquantooutros se fartam e se embebedam.Mas o que isso tem a ver convosco?Não é possível que estejais fazendo

isso – comendo e bebendo de forma tão indigna”?Assim sendo, fica claro que, então, a questão é o modo de

comungar e não o caráter de quem comunga. Pois, exceto Jesus,que era sem pecado, quem é digno de participar da mesa? Porisso, ela é graça. Além disso, é uma ordem de Jesus: “Fazeiisso.” Quem não o faz está em desobediência a uma ordem diretado Senhor. E que servo é este que desobedece seu Senhor? Queserva é esta que ignora uma ordem direta do Mestre? O chamadoà Ceia é um chamado à obediência; é um ato de fé naquele quemorreu por nós. E é um testemunho: “Anunciais a morte do Se-nhor até que ele venha”!

Revda. Hideíde Brito TorresIgreja Metodista em Cataguases, MG, 4ªRE

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Agosto 2009 11Doutrinas

á temas fundamentais para o discurso cristão que, porvezes, na história, desaparecem momentaneamente. Hátempos não se escutam sermões e estudos enfocandotemas como conversão, mudança de vida, e, interes-

santemente, isso reflete na diminuição de pregações sobre a res-surreição. Ou seja, falar da fé na ressurreição tem impacto diretoem como vivemos nossa vida no cotidiano.

Em meio a essa discussão, devemos registrar que o terceirodos “Os Vinte e Cinco Artigos de Religião do Metodismo Histó-rico” afirma:

(3) Da ressurreição de CristoCristo, na verdade, ressuscitou dentre os mortos, tomando

outra vez o seu corpo com todas as coisas necessárias a umaperfeita natureza humana, com as quais subiu ao Céu e lá estáaté que volte a julgar os homens, no último dia.

Ou seja, não só o tema da ressurreição é um tema fundamentalpara nossa vida de fé como é parte de nossa herança teológica. Apergunta que nos dirige nessa pequena reflexão é: quais são osdesafios que a fé na ressurreição coloca para o nosso cotidiano?

1. A Fé na ressurreição e os primeiros cristãos

Não podemos nos esquecer que a fé na ressurreição se cons-tituiu no primeiro núcleo da pregação dos primeiros cristãos. Oimpacto da ressurreição de Cristo motivou as primeiras prega-ções. Encontramos, por exemplo, nos sermões registrados emAtos, uma ênfase constante em afirmar que Cristo, que estavamorto, ressuscitou. Paulo, também, enfatiza esse tema e emCoríntios 15 ele debate a inutilidade da fé se Cristo não houvesseressuscitado. No mundo greco-romano pregar a ressurreição eraloucura. Se o corpo era, para eles, o cárcere do espírito, ressus-citar era voltar para a cadeia.

Nesse ponto, o artigo de religião “Da ressurreição de Cristo” estáafinado com a pregação primitiva. É fundamental para uma fé quenão nos torne os mais infelizes dos seres humanos (1Co 15.19) partirda firme convicção de que Cristo ressuscitou dentre os mortos.

2. A fé na ressurreição e o cotidiano cristão

Porém, uma simples afirmação de crença na ressurreição nãoé suficiente. Isso tem de ter impacto em nossas vidas e na formaem que vivemos o cotidiano. Na discussão que Paulo estabelececom a igreja em Corinto (1Co 15) ele afirma “se os mortos nãoressuscitam, comamos e bebamos, que amanhã morreremos”(1Co 15.32b). A vida sem a fé na ressurreição é uma vidaautocentrada, baseada somente no hoje e nos interesses pes-

soais. Por outro lado, Paulo afirma que se cremos na ressurreiçãonos expomos a perigos e morremos todos os dias (1Co 15.30-31).

Essa discussão de Paulo com a igreja de Corinto aponta o cen-tro do problema. Professar a fé na ressurreição de Cristo nos abreuma nova forma de nos posicionarmos diante da vida. Diante dis-so, temos duas formas de viver nossa vida. A primeira se caracte-riza pela convicção de que nossa vida se esgota apenas nessemundo, e que somos desafiados a vivê-la aproveitando-a e desfru-tando tudo que é possível, já que em pouco tempo ela se acaba.Uma vida egoísta é o resultado desse tipo de fé. A segunda secaracteriza pela convicção de que podemos ser participantes daressurreição de Cristo: somos desafiados a viver o nosso cotidianocomo uma expressão de nosso compromisso com Cristo e com avida futura. Uma vida de serviço é o resultado desse tipo de fé.

3. O cotidiano da fé e a fé do cotidiano

Retomando a ausência de temas tão caros ao protestantismo(conversão, mudança de vida, etc.) percebemos que o cotidiano dafé em nossos dias está mais focado na vida presente do que na es-perança futura. Com isso, focam-se mais as necessidades dos sereshumanos do que o seu compromisso com a fé. Por isso, em umtrocadilho podemos dizer que o cotidiano da fé hoje não nos desafiaa uma fé que nos motive a um compromisso cotidiano com Cristo.

Ao afirmar nossa fé na ressurreição do corpo, somos desafi-ados a uma mudança de vida que valorize o desenvolvimento deum corpo ético, ou seja, um corpo que se relaciona eticamente como próximo, com a sociedade e com a natureza na construção desinais que apontem para a salvação e a redenção divina. Por isso,essa mudança não se esgota somente nas participações cúlticas enas atividades da igreja (as quais são muito importantes), mas al-cançam também dimensões relacionais.

Se a nossa vida não se esgota nesse mundo, devemos, naspalavras de Cristo, acumular “tesouros no céu, onde traça nemferrugem corrói, e onde ladrões escavam e roubam” (Mt 6.20).

A pergunta final é a preocupação primeira: se anunciamos aressurreição do Senhor, se cremos em nossa ressurreição futura,como isso muda a minha vida? Como isso determina meu modode ser e agir em nosso mundo? Como isso determina os meusvalores e os meus projetos? Como isso transforma a minha exis-tência? Podemos como Paulo, afirmar que por causa dessa fé“morremos todos os dias”?

Paulo Roberto GarciaPastor na Igreja Metodista em Campos do Jordão, Professor

de Novo Testamento na Faculdade de Teologia da IgrejaMetodista. Doutor em Ciências da Religião.

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Da Ressurreição de CristoA fé na ressurreição e o cotidiano cristão

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Agosto 200912 Reflexão

Não há como negar: conflitos acontecem nas igrejas. E issonão é necessariamente algo ruim, porque as diferenças de opiniãosão naturais – até saudáveis, dizem os especialistas. Mas ocorretambém que muitas vezes as igrejas evitam tocar em assuntosdifíceis e permitem que os conflitos se acentuem, causando pro-fundas feridas. Quando isso acontece, até pessoas boas falamcoisas e tomam atitudes que nos deixam chocados. Não se assus-te, há maneiras de prevenir que os conflitos fujam ao controle.

Não brigue por e-mail

Em nossa cultura, nós estamos aumentando o uso datecnologia nos relacionamentos pessoais, diz Arthur Paul Boers,autor do livro Never call them jerks: healthy responses to difficultbehavior (que poderia ser traduzido para “Nunca os chame de es-túpidos: respostas saudáveis para comportamentos difíceis): “Es-tudos tem mostrado que nos escritórios, por exemplo, as pessoasconversam cada vez menos face a face”, ele diz. “Até na escolaonde eu ensino, as pessoas sentam-se em carteiras a poucosmetros de distância, mas em vez de conversarem pessoalmente,mandam e-mails”. Por causa disso, estamos perdendo nossa ha-bilidade do cultivarmos aqueles bate-papos casuais que constroemrelacionamentos e confiança”. “Isto é um exemplo de um proble-ma que está se disseminando em nossa cultura”, diz Boers. “Nósestamos tendo cada vez mais dificuldade de saber como ser civi-lizados com o outro, como conversar com o outro e como se re-lacionar com o outro... E então nós nos tornamos tão impacientescom nosso irmão quanto ficamos com o nosso computador quandoa Internet cai”.

Boers aconselha as lideranças das igrejas e seminaristas anunca resolver conflitos por e-mail, especialmente porque o e-mailnão permite à pessoa ouvir nuances no tom de voz ou ver expres-sões faciais. “As pessoas tendem a interpretar os e-mails positivoscomo neutros e os e-mails “neutros” negativamente”, ele diz. “E ose-mails negativos são interpretados de forma ainda mais negativa”.

As conversas por e-mail também podem rapidamente evoluirpara conflitos porque frequentemente apertamos o botão “enviar”no calor do momento. Para tornar as coisas ainda piores, envol-vemos outras pessoas em nossas brigas incluindo cópias dos e-mails para terceiros. “Isso vai aumentando cada vez mais a con-fusão”, diz Boers.

Chame as pessoas à maturidade

Boers também acredita que é importante que as lideranças dasigrejas “chamem as pessoas à maturidade” recusando aceitarreclamações por terceiros. Frequentemente, as pessoasprocuram suas lideranças contando o que “estão falan-do” deste ou daquele(a) irmão(ã). Mas não citam no-mes e nem expressam sua própria opinião. Esse“diz que diz” aumenta o nível de ansiedadedas igrejas e toma o espaço de conversassaudáveis. “Você não sabe realmentequem está dizendo aquelas coisas. Al-gumas pessoas precisam de ajuda paraaprender a se comunicar diretamen-te”, diz Boers.

Uma vez ele foi ministro emuma igreja na qual muitos mem-bros tinham dificuldade em ex-pressar suas opiniões. Duranteas reuniões decisórias eles nãofalavam muito. Então, alguémdizia algo com grandeexaltação, paixão e energiae todos se submetiam ao

ponto de vista daquela pessoa – quer dizer, até que elesdeixavam a reunião. “Algumas vezes as pessoas já es-tavam insatisfeitas com a decisão antes de chegarao estacionamento da igreja”, lembra Boers.“Depois que chegavam em casa, elas fi-cavam discutindo e se queixando entresi por telefone”.

Para resolver este problema, as lide-ranças explicaram que todos tinham aresponsabilidade de se expressar. Nosanos seguintes, quando um tema vinhaà tona, as lideranças faziam uma mesae pediam que cada pessoa falasse.“Uma vez que todas as posições esta-vam na mesa, nós podíamos discutir aquestão e tomar uma decisão”, dizBoers. “Então nós dizíamos: ´Vejam,esta é a decisão que está sendo toma-da pelo grupo, e todos nós somos res-ponsáveis por mantê-la`.” Natural-mente, algumas pessoas tinham oproblema oposto. Elas diziam tudo quepensavam – e um pouco mais. Defato, algumas vezes descarregavamqualquer problema que estivessemtendo com alguém da igreja sobreseus pastores”. “Seja compassivocom elas, e não leve seu comporta-

A arte da discordânciaContendas na igreja podem ficar fora de controle. Veja como resolver e seguir em frente

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Agosto 2009 13Reflexão

mento para o lado pessoal”, aconselha Boers. “Somos todos pere-grinos, e todos cometemos erros. É muito importante para o(a) lí-der ter essa postura em resposta às pessoas da congregação”.

Observe boas maneiras

As duas igrejas que agora formam a Igreja UnidadeDalston-Crown Hill em, Ontário, Canadá, atravessaram um

período muito difícil quando estavam decidindo se de-viam aceitar o casamento entre pessoas de mesmo

sexo, alguns anos atrás. Querendo evitar um pro-blema similar no futuro, a igreja decidiu criar um“contrato de boas maneiras”.

O processo começou durante duasdevocionais nas manhãs de domingo. Na primei-ra sessão, em setembro último, todos fizeramum teste de personalidade que classifica os ti-pos de personalidade por cores. “Foi muitodivertido”, diz reverendo George Moore.“Ajudou as pessoas a apreciarem a diversi-dade entre nós e respeitarem nosso lema“Crescendo espiritualmente quando cele-bramos a diversidade”. Ao final da ses-são, a congregação discutiu comporta-mentos construtivos e destrutivos para acomunidade, com base nas Escrituras.

Escolher um período livre de confli-tos para trabalhar esse processo é fun-

damental, alerta Moore. “Isso pre-cisa ser feito em tempos de

calmaria. Quando não há ur-gência deste trabalho, você

pode dar a ele o tempoque necessitar”.

Foco no propósito, não nas preferências

Conflitos frequentemente acontecem em igrejas por causa daspreferências das pessoas, diz o autor e consultor denominacionalGil Rendle. Por exemplo, uma parcela de uma igreja prefere músicatradicional, enquanto a outra prefere guitarras elétricas no culto.E porque nós vivemos numa cultura competitiva, as pessoas fre-quentemente se fixam em quem vai vencer estas disputas.

Em vez de falar a respeito de preferências ou vencedores eperdedores, direcione as discussões no propósito, diz Rendle. “Paraquem nós estamos tentando desenvolver nosso trabalho”? A quem nósqueremos alcançar? Como? Então volte e pergunte: “Que tipo de mú-sica se encaixa nesta proposta?”

Pessoas frequentemente querem que seus líderes os conduzama uma “mudança profunda” sem experimentar perdas, mas geral-mente isso é impossível, diz Rendle. Quando uma congregação fazuma mudança muito difícil, tende a perder pessoas e receita. Aboa notícia é que a maioria das igrejas começa a florescer depoisde dois ou três anos de esforços. A má notícia é que o futuroparece sombrio para igrejas que se recusam a mudar. “Ou cami-nhamos para mudanças ou caminhamos para uma morte lenta”,diz Rendle. “E em muitas de nossas congregações e denomina-ções, nós estamos nesse ponto de decisão”.

Chame um mediador

Uma razão para o aprofundamento das tensões nas igrejas éque muitos ministros não têm experiência em gestão de conflitos,diz a Reverenda Susan Garrod-Schuster, uma mediadora de con-flitos que trabalha com as Igrejas Unidas do Canadá. Alguns mi-nistros evitam lidar com conflito – particularmente porque se es-pera que os(as) cristãos(ãs) sejam gentis e não se metam emconfusão. “O que o clérigo necessita é mais encorajamento parase envolver e dialogar ao primeiro sinal de problema e conversar”,ela diz. “Mas muitos dos pastores são ´fujões´.”

Desnecessário dizer, mas geralmente quando Susan chega àcena, o conflito já se espalhou como fogo em mato seco e jácausou sérios prejuízos. Mas não importa quão ruins as coisasestejam, a cura é ainda possível, ela diz.

Ano passado, ela ajudou a Igreja Unida de Ontário a se recon-ciliar depois de um complicado, longo e doloroso conflito entre oministro e uma parcela da congregação. A disputa não apenas ra-chou a igreja, mas também contaminou o relacionamento entre amembresia e o pastor. Como resultado, cerca de 100 pessoas dei-xaram a igreja, e, depois de uma séria enfermidade, o pastortambém precisou ir embora.

Susan conduziu os participantes numa mesa redonda na qualas pessoas tinham liberdade para falar honestamente. O processorevelou toda a informação necessária para que elas se curasseme seguissem adiante. “Eu tenho visto situações terríveis rever-terem apenas porque as pessoas conseguiram se sentar juntas econversar”, diz Susan. “Muitas dessas situações envolvem pessoassimplesmente clamando por serem ouvidas. Seja qual for o con-flito, sempre há esperança”.

Por Jennifer McPhee(extraído da revista TheUnited Church Observer,publicação da Igreja Unidado Canadá, denominaçãonascida em 1925 a partirde uma união entre asigrejas Metodista,Congregacional ePresbiteriana. Tradução eadaptação Suzel Tunes)

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Agosto 200914 Entrevista

e sua igreja realizou EscolaBíblica de Férias no últimomês de julho, é muito prová-vel que você tenha cantado

com as crianças alguma composiçãoda Rute Noemi de Souza. Metodista(filha, sobrinha e cunhada de pas-tor), formada em Teoria Musical, Di-reito, Comunicação e Serviço Social,Rute está estudando Teologia no Ins-tituto Metodista Bennett, Rio de Ja-neiro. Além de compor, cantar e mi-nistrar oficinas sobre música e arte,Rute Noemi atua como Pafúncia,uma palhaçinha simpática eantenada com os direitos das crian-ças. Atualmente congrega na IgrejaMetodista na Barra da Tijuca, onde,como seminarista, pastoreia as cri-anças. Nesse bate-papo com o Ex-positor, ela fala de seu trabalho e de suanova versão para o hino 165, o “Vinde,Meninos” que, numa tradução mais adapta-da ao propósito inclusivo da IgrejaMetodista, tornou-se “Vinde, crianças”.

Há quanto tempo você compõe músicaspara crianças? Quando começou?

A música sempre esteve presente emminha vida, aliás ouço música todos osdias. Meu pai toca violão, minha mãe to-cava piano, um irmão é músico, outra irmãformada em piano, todos cantam bem, en-fim, a música está no nosso código genéti-co! Aos 10 anos ganhei meu primeiro prê-mio cantando numa rádio... Aos 15 anos,comecei a ensaiar grupo de louvor numaigreja que meu pai pastoreava... Não tiveescolha, por isso não sei dizer quando co-mecei a compor. O fato é que quando fuiconvidada pela Rosete Andrade a participarcomo colaboradora da equipe nacional detrabalho com crianças, já tinha um montede músicas prontas pra compartilhar.

No último CD dos Aventureiros em Missãovocê compôs a música: “Por um mundomelhor”. Essa letra fala dos direitos dascrianças, que é ter onde morar, comida,praça para brincar...a sua formação emDireito, Comunicação e, principalmente,em Serviço Social contribui para suascomposições?

Engraçado porque nunca em minha vidaplanejei qualquer coisa. Lembro que quaseadolescente, queria fazer Medicina porqueachava que podia ajudar as pessoas esalvá-las da morte... Mas o sangue e ocheiro forte dos hospitais me impediram.Sem pensar, escolhi Direito e percebi maistarde que estava no caminho certo poissempre fui movida por um senso de jus-tiça que me fez levantar muitas bandeiraspela vida afora.... O fato é que existe ummover interior que me leva a “comprarbrigas” que não são propriamente minhas,mas de todos. Quem não quer um mundomelhor onde haja colo e carinho, escolasdecentes e inclusivas; justiça acessível

Música, justiça e esperança

para todos e não só para brancos e ricos;um mundo sem violência contra a mulhere a criança, um mundo onde os corrup-tos serão criteriosamente punidos e arenda distribuída? Eu quero! Por isso éque coloco em minhas letras minhas an-gústias e reflexões! Mas também colocominha alegria e esperança num mundodiferente desse em que estamos vivendo.Já trabalhei com crianças e adolescentesem situação de rua, famintos de afeto ecomida; dei aula para adolescentes em si-tuação de vulnerabilidade social, onde osvalores acabam sendo mudados em fun-ção da situação de pobreza e exclusão emque vivem; atendi a famílias deses-truturadas e criminalizadas que não vêemsaída para suas dores e não tenho dúvida:todos, absolutamente todos, querem serrespeitados como cidadãos que são. Nãoposso esquecer que preciso fazer hoje eurgentemente alguma coisa para o mundomelhorar. Daí que ensinar as criançasatravés da música que isso pode aconte-cer é muito legal!

O porquê a sugestão dessa nova letra dohino 165?

Deus é muito engraçado!Uma amiga ia batizar o filhote eme pediu a versão que tinha fei-to do hino 165 do HE que cantocom as crianças em nossa igreja.E ao enviar para a Revda JoanaD’Arc uma outra música minha,acabei enviando o mesmo e-mail com a letra do hino e omp3 que tinha mandado antespara a minha amiga... Mas quebom que a reação foi positiva. Ésinal que há pessoas pensandoas mesmas coisas e que temosque agir logo. Amo os hinos doHinário Evangélico, mas precisa-mos rever o que estamos can-tando! Não podemos mais cantarque o horror é negro (HE 265)!Como cantar com as crianças que

“quero ser um anjo?” (HE 168). A teologiaprecisa ser anunciada com um olhar con-temporâneo. O que temos dito sobreDeus? Que resposta temos para a huma-nidade que vive escrava da dor e do so-frimento? Será que ainda devemos dizerque tudo isso vai passar porque um diairemos para o céu? Por que não construir-mos um lugar de paz e de justiça paraser usufruído hoje? O Reino dos céusestá dentro de nós, logo, é para hoje, épara ser construído e usufruído já.

Como a música pode influenciar na vidada criança?

Sabe qual o maior elogio que já ouvi naminha vida? Quando fiz a música tema paraa EBF de 2007, que tratava de Ecologia,uma criança de 10 anos me disse: “TiaRute, a sua música é contagiante!” Amúsica tem, sim, esse poder! Ela podebagunçar a vida das pessoas no melhorsentido da palavra!

E se soubermos fugir da pobreza queé hoje a música gospel, tocada nas rá-dios em nome do deus mercado, podere-mos construir um mundo muito mais ple-no e rico de valores do Reino! E ascrianças precisam ser desafiadas a expe-rimentar o que é vida em Deus! A cons-trução do Reino é coletiva e elas podemcompreender e participar disso!

Algum projeto futuro que queira com-partilhar?

Ah, quero muito gravar as minhasmúsicas. Elas tem tido alguma visibili-dade e sou sempre cobrada por aindanão tê-las gravado. Mas sei que isso vaiacontecer, só não sei por que via. Tam-bém quero continuar a ministrar minhasoficinas, a apresentar a “Pafúncia” paraas crianças, enfim, ter as crianças sem-pre por perto.

O desaf io é crescer com elas.Dostoievski diz que “a alma é curada aoestar com crianças”. Fiquemos curados,pois, afinal, o Reino dos céus é delas!

José Geraldo Magalhães Jr.

Hino 165 (HE): VINDE, CRIANÇAS. (versão: Rute Noemi)

Vinde, crianças, vinde a JesusEle nos ama e cuida de nósGuia a vida e nos dá pazÉ nosso SalvadorCoro:Que alegria celebrar o amorQue nos dá Jesus nosso SenhorPreenche a vida e nos quer bemVamos louvar então

Sempre é tempo de celebrarO amor de Cristo a nos guardarNos faz seguros longe do malCristo, o Salvador

Nesse momento de comunhãoDeus tão presente no coraçãoNos faz felizes; vamos cantarJunto de nosso irmão/ã

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Agosto 2009 15Cultura

Agenda

O segundo domingo de agosto, dia 9, é Dia dos Pais. O sitewww.metodista.org.br traz uma liturgia especial para a data e dicasde atividades e presentes para confeccionar na Escola Dominical.Dia 16, terceiro domingo de agosto, é o Dia da Oferta para AçãoSocial 2009, dia da Festa da Família Metodista! Metade daoferta levantada com a festa é destinada aos projetos da própriaigreja local e outra metade beneficia projetos sociais selecionadospelas regiões. Para programar a festa, vale a criatividade: a “atra-ção” pode ser gastronômica (pizza, sorvete, pratos especiaispreparados pelas famílias...), cultural (noite dos talentos com

Hours concours em Cannes, um dos filmes demaior sucesso no badalado festival francês foi Ágora,direção de Alejandro Amenabar. A estrela é a inglesaRachel Weiz, premiada com o Oscar 2006 de melhoratriz coadjuvante em O jardineiro fiel, dirigido porFernando Meirelles.

Em Ágora ela interpreta Hipácia, única mulher daAntiguidade a se destacar como cientista. Astrônoma,física, matemática e filósofa, Hipácia nasceu em 370,em Alexandria. Foi a última grande cientista de reno-me a trabalhar na lendária biblioteca daquela cidadeegípcia. Na Academia de Atenas ocupou, aos 30 anos,a cadeira de Plotino. Escreveu tratados sobreEuclides e Ptolomeu, desenvolveu um mapa de cor-pos celestes e teria inventado novos modelos deastrolábio, planisfério e hidrômetro.

Neoplatônica, Hipácia defendia a liberdade dereligião e de pensamento. Acreditava que o Universoera regido por leis matemáticas. Tais idéias suscita-ram a ira de fundamentalistas cristãos que, em plenadecadência do Império Romano, lutavam por con-quistar a hegemonia cultural.

Em 415, instigados por Cirilo, bispo de Alexandria, fanáticos arras-taram Hipácia a uma igreja, esfolaram-na com cacos de cerâmica econchas e, após assassiná-la, atiraram o corpo a uma fogueira. Suamorte selou, por mil anos, a estagnação da matemática ocidental.Cirilo foi canonizado por Roma.

O filme de Amenabar é pertinente neste momento em que o fana-tismo religioso se revigora mundo afora. Contudo, toca também outrotema mais profundo: a opressão contra a mulher. Hoje, ela se manifes-ta por recursos tão sofisticados que chegam a convencer as própriasmulheres de que esse é o caminho certo da libertação feminina.

Na sociedade capitalista, em que o lucro impera acima de todosos valores, o padrão machista de cultura associa erotismo e merca-doria. A isca é a imagem estereotipada da mulher. Sua autoestima édeslocada para o sentir-se desejada; seu corpo é violentamentemodelado segundo padrões consumistas de beleza; seus atributosfísicos se tornam onipresentes.

Onde há oferta de produtos — TV, internet, outdoor, revista,jornal, folheto, cartaz afixado em veículos, e o merchandising embu-tido em telenovelas —, o que se vê é uma profusão de seios, nádegas,lábios, coxas etc. É o açougue virtual. Hipácia é castrada em suainteligência, em seus talentos e valores subjetivos, e agora dilaceradapelas conveniências do mercado. É sutilmente esfolada na ânsia deatingir a perfeição.

poesia, música, teatro...), esportiva (campeonato de vôlei, fute-bol, xadrez...)... O que importa é que toda a igreja participe emprol da missão e transforme este momento numa grande oportu-nidade de confraternização em família !Entre os dias 27 a 29 de agosto a Catedral Prebiteriana do Riosedia o 4º Encontro RENAS – Rede Evangélica Nacional de AçãoSocial – que vai discutir a “A Igreja de Cristo promovendo a jus-tiça”. O Encontro RENAS tem como objetivo específico despertara igreja para ações de justiça e misericórdia com e para os po-bres. Mais informações pelo site www.renas.org.br

Segundo a ironia da Ciranda da bailarina, de EduLobo e Chico Buarque, “Procurando bem / todomundo tem pereba / marca de bexiga ou vacina / etem piriri, tem lombriga, tem ameba / só a bailarinaque não tem”. Se tiver, será execrada pelos padrõesmachistas por ser gorda, velha, sem atributos físicosque a tornem desejável.

Se abre a boca, deve falar de emoções, nuncade valores; de fantasias, e não de realidade; da vidaprivada e não da pública (política). E aceitar ser li-sonjeiramente reduzida à irracionalidade analógica:“gata”, “vaca”, “avião”, “melancia” etc.

Para evitar ser execrada, agora Hipácia devecontrolar o peso à custa de enormes sacrifícios(quem dera destinasse aos famintos o que deixa deingerir...), mudar o vestuário o mais frequentementepossível, submeter-se à cirurgia plástica por meraquestão de vaidade (e pensar que esse ramo damedicina foi criado para corrigir anomalias físicas enão para dedicar-se a caprichos estéticos).

Toda mulher sabe: melhor que ser atraente, é seramada. Mas o amor é um valor anticapitalista. Supõe solidariedade e nãocompetitividade; partilha e não acúmulo; doação e não possessão. E omachismo impregnado nessa cultura voltada ao consumismo teme aalteridade feminina. Melhor fomentar a mulher-objeto (de consumo).

Na guerra dos sexos, historicamente é o homem quem dita olugar da mulher. Ele tem a posse dos bens (patrimônio); a ela cabe ocuidado da casa (matrimônio). E, é claro, ela é incluída entre osbens... Vide o tradicional costume de, no casamento, incluir o sobre-nome do marido ao nome da mulher.

No Brasil colonial, dizia-se que à mulher do senhor de escravosera permitido sair de casa apenas três vezes: para ser batizada, ca-sada e enterrada... Ainda hoje, a Hipácia interessada em matemáticae filosofia é, no mínimo, uma ameaça aos homens que não queremcompartir, e sim dominar. Eles são repletos de vontades e parcos deinteligência, ainda que cultos.

Se o atrativo é o que se vê, por que o espanto ao saber que amédia atual de durabilidade conjugal no Brasil é de sete anos? Comoexigir que homens se interessem por mulheres que carecem de atri-butos físicos ou quando esses são vencidos pela idade?

Pena que ainda não inventaram botox para a alma. Nem cirurgiaplástica para a subjetividade.

Frei BettoEscritor, autor de A arte de semear estrelas (Rocco), entre

outros livros. Fonte: Correio Braziliense, 26 de junho de 2009

Difícil arte de ser mulherUm comentário sobre o filme Ágora, sucesso no Festival de Cannes

No Encontro Ministerial Regional da 6ªRegião Eclesiástica, realizado no final do mêsde junho em Foz do Iguaçu, Paraná, foram fei-tos dois importantes lançamentos da IgrejaMetodista:

• Promessa de Fé, livro do bispo João CarlosLopes: segundo o autor, o livro propõe-se a “ex-

plicar o como e o porquê do princípio... que talvez seja desconhecidopor muitos, mas que existe há muito tempo”. A prosa coloquial do bispoJoão Carlos, rica em informações, mas acessível a leigos e clérigos, jáé conhecida do leitor do Expositor Cristão (confira na página 3)

Lançamentos metodistasDuas boas dicas de literatura para momentos de meditação e estudos

• A revista - Ênfases Metodistas: Re-denção – revista escrita pelo saudosoprofessor Dr. Duncan A. Reily, ela estásendo relançada pelo CEMETRE, com au-torização da Sede Nacional da IgrejaMetodista.

Os dois lançamentos podem ser adqui-ridos na Sede Regional da Sexta Região –Fone 41-33231675 – www.metodista.com .Informações: [email protected]

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Agosto 200916 Página da Criança