OS NOVÍSSIMOS DO HOMEM

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  • 8/3/2019 OS NOVSSIMOS DO HOMEM

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    OS NOVSSIMOS -OS LTIMOS FINS DO HOMEM.

    "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se no fim perde a

    sua alma".Mt 16,26

    "Em tudo o que fazes lembra-te do teu fim e jamais pecars."Ecle7,4" bom pensar nos novssimos todos os dias... porque este

    pensamento eficacssimo para nos fazer evitar o pecado." S.Pio X,Catecismo Maior.

    A MORTE

    Origem da Morte

    A morte na ordem atual de salvao conseqncia punitiva dopecado (de f)

    Em seu decreto sobre o pecado original nos ensina o conclio de Trento que

    Ado, por ter transgredido o preceito de Deus, atraiu sobre si o castigo da mortecom que Deus o tinha ameaado e transmitiu esse castigo a todo o gnero humano.cf Dz788 s ; Dz 101, 175.

    Dz 788. Se algum no confessar que o primeiro homem Ado,

    depois de transgredir o preceito de Deus no paraso, perdeuimediatamente a santidade e a justia em que havia sido constitudo; e que

    pela sua prevaricao incorreu na ira e indignao de Deus e por isso namorte que Deus antes lhe havia ameaado e com a morte na escravido e,debaixo do poder daquele que tem o imprio da morte (Heb 2, 14), isto ,o demnio, e que Ado por aquela ofensa foi segundo o corpo e a almamudado para pior seja excomungado.

    Dz 789. Se algum afirmar que a prevaricao de Ado prejudicou

    a ele s e no sua descendncia; e que a santidade e justia recebidas deDeus, e por ele perdidas, as perdeu s para si e no tambm para ns; ou[disser] que, manchado ele pelo pecado de desobedincia, transmitiu atodo o gnero humano somente a morte e as penas do corpo, no porm omesmo pecado, que a morte da alma seja excomungado, porque

    contradiz o Apstolo que diz: Por um s homem entrou o pecado nomundo, e pelo pecado a morte e assim a morte passou para todos oshomens, no qual todos pecaram. (Rom 5, 12).

    Ainda que o homem seja mortal pela sua natureza j que o seu ser est

    composto por partes distintas, sabemos pelo testemunho da revelao que Deusdotou o homem, no paraso, do dom preternatural da imortalidade corporal. Mas,no castigo de ter quebrado a ordem que tinha imposto para o provar, o Senhorinfligiu-lhe a morte, com que j antes o tinha intimidado. Gen2,16-17 Podescomer do fruto de todas as arvores do jardim; mas no comas o da rvoredo conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que o comeres,certamente morrers

    S.Paulo ensina que a morte castigo do pecado de Ado; Por isso, tal

    como por um s entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte, assim

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    a morte atingiu todos os homens, uma vez que todos pecaram... Rom5,12 Portanto como pela falta de um s, veio a condenao para todos oshomens, assim tambm pela obra de justia de um s veio para todos oshomens a justificao que d a vida. Rom 5,18 que o salrio do

    pecado a morte; Rom 6,23.

    O que a morte?

    A morte a separao da alma do corpo.O corpo entregue terra e a se desfaz. Regressa ao p donde

    saiu. Gn 3,19. Mas a nossa alma, no se desfaz, imortal. Imediatamentedepois da morte, a nossa alma comparecer perante o Deus vivo Criador supremode tudo quanto existe e a ser julgada. Est determinado que os homensmorram uma s vez, e depois disto ser o juzo Heb 9,27.

    Pertence ao depsito da f que a alma a forma substancial do

    corpo (Denz 481). Pois bem, na morte rompe-se essa unio substancial existenteentre a alma e o corpo. O corpo sem o seu principio vital, do qual dependeintrinsecamente fica sem vida e converte-se automaticamente em cadver...Diz asagrada escritura: Lembra-te do teu Criador nos dias da mocidade, antesque venham os dias da desgraa...Antes que o fio de prata se rompa e ocopo de ouro se parta, antes que o jarro se quebre na fonte a roldanarebente no poo, antes que o p volte terra de onde veio e o esprito[=alma] volte a Deus que o concedeu. (Eclesiastes 12,1,6-7)

    Significado da morte.Com a chegada da morte cessa o tempo de merecer e desmerecer e

    a possibilidade de converter-se (sentena certa).

    Esta doutrina da Igreja elimina a doutrina dos "origenistas" que defendiamque os homens e os anjos condenados acabariam por se converter e finalmentepossuiriam a Deus. Diz o Magistrio da Igreja em Denz. 211 Se algum disserou sentir que o suplcio dos demnios e dos homens temporal e que terfim algum dia, verificando-se a restituio e reintegrao dos demnios edos homens mpios, seja antema. Vigilio, Papa (contra Origenes)

    Tambm elimina a doutrina da "transmigrao das almas" ou reencarnaomuito difundida, segundo a qual a alma depois de abandonar o corpo atual, entranoutro corpo distinto at encontrar-se totalmente purificada para conseguir a bem-aventurana.

    O snodo de Constantinopla no ano 543 DC reprovou esta doutrina; Dz 211.

    doutrina fundamental da Sagrada Escritura que a retribuio que se recebe navida futura depender dos merecimentos ou desmerecimentos adquiridos durante avida terrena. Segundo Mt, 25,34ss o soberano Juz faz depender a sua sentena documprimento ou omisso das boas obras na terra. O rico Epulo e o pobre Lzaroacham-se separados no mais alm por um abismo insupervel (Lc 16,26). O tempoque se vive sobre a terra "o dia", o tempo de trabalhar; depois da morte vem a"noite", quando j ningum pode trabalhar" (Jo 9,4).

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    S.Paulo ensina : Porquanto todos ns teremos de comparecermanifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um recebaa retribuio do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para obem, seja para o mal 2 Cor 5,10. Por isso nos exorta o Apstolo a fazer obem enquanto temos tempo Gal 6,10; cf Ap. 2,10.

    Assim com a morte termina para a alma o tempo de proba ou o "estado deviajante" e penetra para sempre no "estado final ou eterno" aonde j no podemerecer nem pecar. Com a morte se chega ao estado de trmino, que permanecerimutvel por toda a eternidade. Mais alm da morte no existe possibilidade demudar o destino que o homem mereceu ao morrer.

    A Morte e Maria

    Diz-se que um dia uma alma eleita, perguntou ao Bom Deus:- Porque certasalmas que vivem no vosso amor, temem a morte? No ela a porta do Paraso? Eis

    o que Jesus respondeu:" Minha Filha, a morte temvel porque o castigo do pecador. Mas

    h uma luz que ilumina: minha Me! Na agonia da morte, quando o inimigose levanta para roubar-me almas, eis que minha Me brilha, qual luzeiroluminoso e mostra-lhes que me tambm dos pecadores e que h deadvogar por eles ante o tribunal divino!

    Se meus filhos, quando recitam " Santa Maria, Me de Deus, rogai

    por ns pecadores, agora e na hora da nossa morte" rezassem bem navida, no teriam medo de morrer.

    Quem verdadeiro devoto de minha Me, morre com um sorriso noslbios, porque Ela assiste a todos os meus filhos na hora da morte. Nestahora suprema Ela vem assistir aos pobres pecadores para ver se aindaconsegue abrandar os seus coraes endurecidos. Como Me alegram oscoraes que nela confiam, porque ainda tenho esperana de salv-los!

    Quem conhecer esta Me amvel e a invocar na vida com confiana,

    no meio da agonia, encontrar este farol luminoso, que lhe mostrar asportas do paraso"

    Maria! a mais Bela Flor do altssimo. Ela a mais bela flor do Cu e da

    Terra, humilde e elevada acima de qualquer criatura. Nenhum outro ser apoder jamais igualar. Ela a loucura de Deus, o delrio de Deus. Objeto dacomplacncia divina. Ela nunca conheceu, mesmo por um instante, a escravido deSatans. Satans odeia Maria, a Filha de Deus, a Me de Deus, o objeto dasdelcias divinas, a obra prima da Omnipotncia, da Omniscincia e daOmnipresena Divina. Diante dela se inclinam as tropas anglicas e todos os santosdo Paraso. Maria pe em fuga todas as potncias tenebrosas e com o seu pesmaga, todas as vezes que quer, a cabea da serpente venenosa, Satans. Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre a tua linhagem e a linhagemdela. Ela te esmagar a cabea e tu lhe ferirs o calcanhar. Gn 3,15

    Feliz de ti se invocas a Virgem Imaculada, a Porta do Cu no momento da

    tua morte e lhe suplicas que interceda por ti junto do Altssimo. Sim, feliz de ti! Poisj ests a caminho do Paraso. Se conhecssemos o poder da Orao de

    Maria, junto do trono do Altssimo! Por isso recomendo-te. Pensa em Maria, falacom Maria, Ora a Maria, suspira por Maria e entrega-te a Maria, durante toda a tua

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    vida, mas de forma especial na hora da morte! E quando chegar a tua hora finalsobre esta terra, invoca Aquela que o Refgio dos Pecadores e sers salvo.

    Lembra-te de Maria e Ela lembrar-se- de ti junto do Altssimo.Diz Santo Afonso Maria de Ligrio que: impossvel que algum

    devoto de Maria se condene, se procura obsequi-la e encomendar-se aoseu patrocnio... Aqueles devotos com desejo de emenda, juntam afidelidade em obsequiar e encomendar-se Me de Deus. Destes afirmo,que moralmente falando, no possvel que se condenem. eAcrescenta: ...Oh Virgem benditissma! To impossvel que se salve, oque de Ti se aparta, como perder-se o que se vale de Ti. Glrias de Maria,Cap VIII.

    A Morte, o Moribundo e a Famlia.

    dever dos familiares fazer tudo quanto possvel e est ao seu

    alcance para salvar a alma do moribundo sob pena de pecado grave oumesmo mortal. conveniente chamar o Sacerdote para que o enfermo ou moribundo receba

    a absolvio dos seus pecados, apenas iniciada a gravidade da situao ainda queno exista, todavia, perigo de morte prxima.

    Infelizmente, existe um miservel e estpido costume, anti-cristo [ que a

    tantas almas ter custado a sua salvao eterna] de s chamar o Sacerdoteno ltimo instante, alegando os familiares que no se pode melindrar o enfermofalando-lhe de confisso ou extrema uno, chamando para isso o sacerdote poispoderia induzir o doente que est prxima a sua morte. Este um dos maiores

    crimes que se podem cometer, daqueles que clamam vingana ao Cu e que noficaro sem castigo j neste mundo e depois no outro. Existem famlias to nsciase insensatas que preferem que o enfermo v tranquilamente para o inferno semassustar-se, do que ir para o Cu, mesmo que para isso se lhe deva dizer,caritativamente, a verdade. Isto o cmulo da cegueira e insensatez! Ai dos quetenham sobre a sua conscincia semelhante crime. Tero que dar contas terrveis aDeus...

    ... Morrirs sem te dares conta? Quem so os moribundos

    inconscientes? Chamo eu assim, aqueles desgraados que, gravementeenfermos, mas enganados pelos seus parentes, ocultam-lhes a gravidadeda sua enfermidade e a aproximao do seu fim, no sabem que vomorrer at que morrem; nem caiem na conta que vo ao Juzo de Deus atque esto nele. Seus parentes e amigos, seu Pai, sua Me, seus irmos,cruis e mpios apesar de v-lo a caminhar para a morte, para no alarm-lo, no o avisam, nem lhe trazem um Sacerdote, nem lhe procuram osltimos sacramentos, nem o avisam que se prepare. Oh, Que terrveldesgraa e terrvel castigo do Justo Juz, que permite que os prpriosamigos e parentes sejam cmplices criminais da condenao de tantosmoribundos! Quem dir os que se condenaram porque seus parentes nolhes avisaram a tempo que recebessem os sacramentos?...P.Vilarinho,Caminhos da Vida, n 11, Como se morre.

    Advertimos, por outro lado, que a recepo dos santos sacramentos em

    perigo de vida um verdadeiro mandamento da Santa Igreja, que obriga to

    gravemente, como ouvir missa aos domingos e dias festivos. De maneira que oenfermo grave que recusa receb-los ou os familiares que para no o assustar ou

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    Impressionante mas verdade! Por detrs de meia dzia de dezenas de

    anos, neste mundo, esconde-se uma Eternidade formidvel... E j no existeretorno. Estamos j a caminho. A felicidade em Deus a nossa vocao.

    Renunciar a ela um crime punido com a infelicidade eterna, pois significarenunciar a Deus e ao Amor Infinito que nos oferecido em Cristo Crucificado.

    Deus no morreu numa cruz, no meio de tormentos inarrveis para ainteligncia humana, para que o homem vivesse como um demnio, isto ,separado de Deus... Quem Ama grato. E quem ama a Deus sabe dizer obrigado,com a vida e com a inteligncia. Se Deus nos pede que obedeamos sua Lei paranos dar a vida eterna, porque no faz-lo, em lugar de arriscar uma eternidademaldita? Para qu tentar a Deus? Quem como Deus?Ai daqueles que resolvemenfrentar Deus. Sabemos o que aconteceu a Satans!

    Acreditemos ou no, estamos a caminho e dentro em breve encontrar-nos-

    emos com Aquele que nos moldou e criou sua imagem e semelhana. Ai daquelesque nada quiseram com Deus em Vida.

    O Deus que no quiseram conhecer em Vida, dizia Sto Agostinho, no os

    reconhecer na Morte e para eles ser a sentena: No vos conheo! Mt 25,12O CU

    As almas dos justos que no instante da morte se encontram livres de

    todo a culpa e pena de pecado entram no Cu (de F).

    O papa Benedito XII declarou na sua constituio dogmtica BenedictusDeus (1336) que as almas completamente purificadas entram no cu e contemplamimediatamente a Deus, vendo-O "cara a cara", pois o Deus Vivo, se lhes manifestaaberta e imediatamente, de maneira clara e sem velos. As almas em virtude dessaviso - viso beatfica - so verdadeiramente felizes e tm a vida eterna e eternodescanso; Dz 530; cf Dz 40,86,693,696.

    O Concilio de Florena ensina que ... as almas dos que morrem sem

    necessidade de purificao, ou depois de realiz-la no purgatrio, soimediatamente recebidas no Cu e vm claramente a Deus uno e trino, talcomo ; uns, no entanto, com mais perfeio do que outros, conforme adiversidade de merecimentos Denz 693

    A ttulo de exemplo, se algum contemplar o mar da praia, no o v em

    toda a sua imensidade e profundidade; mas evidente que v o mar, tal e qual ele em si mesmo. Apesar de tudo, este exemplo bastante imperfeito, pois o que

    contempla o mar desde a praia no v o mar em toda a sua imensidade, mas osbem-aventurados no cu vm toda a essncia divina, mas sem esgotar a suainfinita cognoscibilidade, isto , os infinitos modos de conhecer a Deus. comoque, se elevados acima do mar, pudessem contemplar todo o mar, mas penetrandona profundidade do mar em grau desigual.

    Os eleitos do cu vm a Deus na sua totalidade, mas no totalmente. Assim,os eleitos no Cu vm claramente a Deus tal como em si mesmo: uno emessncia e trino em pessoas, com todos os seus atributos essenciais. Contudo, unscontemplam-no com mais perfeio que outros, em funo dos mritos adquiridosna vida humana.

    O Cu consiste na viso imediata de Deus: 1Jo 3,2: seremos

    semelhantes a Ele porque o veremos tal qual . A escolstica insiste nocarter sobrenatural da viso beatifica e exige uma especial iluminao de

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    entendimento a que chamou a "lumen gloriae", ou luz de glria que seria um domsobrenatural e habitual do entendimento que o capacita para o ato da viso deDeus. Cf Sum. Th. I 12, 4 e 5

    Jesus apresenta a felicidade celeste debaixo de uma imagem de um

    banquete de bodas, Mt 25,10; cf Mt 22, 1 ss; Lc 14,15ss, qualificando esta bem-

    aventurana de vida ou vida eterna; cf Mt 18, 8s;19,29;25,46;Jo 3,15ss;A condio para alcanar a vida eterna e conhecer a Deus e a Cristo: esta

    a vida eterna, que te conheam a ti, nico Deus verdadeiro, e ao teuenviado Jesus Cristo Jo, 17,3. Aos limpos de corao, lhes promete que vero aDeus: Bem Aventurados os limpos de corao, porque eles vero aDeus (Mt 5,8).

    S.Paulo insiste no carter misterioso do Cu : Nem olho viu, nem

    ouvido ouviu, nem veio mente do homem o que Deus preparou para osque o amam 1Cor 2,9;cf 2 Cor 12,4

    S. Pio X no seu Catecismo dizia "O Cu o gozo eterno de Deus, nossafelicidade e nele a posse de todos os outros bens sem mal algum; e mereceo Cu quem bom, isto , quem ama e serve fielmente a Deus e morre na

    sua graa."A viso direta de Deus, "cara a cara, tal como em si mesmo"(1Jo 3,2)

    enche a alma de uma felicidade to imensa e inarrvel que nenhuma mentehumana a pode conceber e da qual, neste mundo jamais teremos a menor idia.

    A felicidade celestial consiste na possesso e gozo fruitivo do Bem absolutoe infinito que Deus. O bem aventurado torna-se participante da natureza divina. E tal essa felicidade que todos os outros prazeres, e que so imensos, so umagota de gua no oceano. como se a um multimilionrio lhe dessem alguns

    cntimos.Pois bem, a felicidade humana, no seu gozo e prazer mximos aqui na

    terra..., no passam de tomos de felicidade, quando comparados com o universodesses cntimos... E pensemos nos cntimos que possuirmos um corpo glorioso,que brilhar mais do que o nosso sol natural Ento os Justos brilharo comoo sol no reino de seu Pai. O que tem ouvidos, oua. Mt 13,43.

    O corpo dos eleitos brilhar com um resplendor nico, uns mais do queoutros, segundo o grau de glria que tiverem alcanado, nesta vida. O dote daclaridade manifestou-o tambm o Senhor no dia de sua Transfigurao, em que ostrs apstolos lhe viram o rosto mais resplandecente que o sol, (Mt. 17,2.)

    Relembro que o grau de glria no cu redundar do grau de graasantificante atingido nesta vida ou se quisermos, quem mais se pareceucom Cristo na terra, maior participao ter na sua glria, no cu.

    Alm disso os corpos dos eleitos possuiro o dom da Agilidade, em virtude

    do qual, podero deslocar-se velocidade do pensamento a locais remotssimos,atravessando distncias fabulosas em um instante: Mas os que pem a suaesperana em Iahweh renovam as suas foras. abrem asas como asguias, correm e no se fatigam, caminham e no se cansam. Is 40,31.

    Este dote do corpo glorioso, permitir aos bem aventurados, deslocarem-se

    sem estar presos s leis da gravidade ou quaisquer outras leis materiais. Voarodiramos ns, na nossa linguagem humana. Mas voaro de forma perfeitssima,com completa e total liberdade!

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    A Sutileza ser outro dom espantoso que os bem aventurados possuiro,pois o corpo glorioso dos eleitos estar completamente espiritualizado, Omesmo se d com a ressurreio dos mortos; semeado corruptvel, o corporessuscita incorruptvel; semeado desprezvel, ressuscita reluzente de

    glria; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de fora; semeado corpopsquico, ressuscita corpo espiritual. 1 Cor 15,42-43.

    Significa a "espiritualizao" do corpo glorificado. Existir um domnioabsoluto da alma sobre a matria; o corpo no oferecer a menor resistncia alma. O corpo que antes era grosseiro e compacto, despir no cu a mortalidade etornar-se- sutil e espiritual e assim j no precisar de alimentao ou sono ou deoutras funes animais.

    A matria corporal, perder a sua pesadez e torpeza, ficando espiritualizada,aptssima para seguir em tudo os vos ou exigncias da alma.

    Alm disso o corpo dos bem aventurados ser um corpo impassvel; esse

    dom da impassibilidade impedir que os corpos sintam qualquer dor, sofrimento ouincomodo. Tanto o fogo, como o frio em graus absolutos no tero qualquer efeitosobre o corpo glorioso dos eleitos, pelo que poderiam, literalmente andar no sol,

    sem sofrerem qualquer incomodo com isso. Sero corpos incorruptveis e como talimpassveis a qualquer dor ou sofrimento.Mas repito, todos estes dotes do corpo glorioso, assim como todos os

    deleites nos sentidos que os eleitos experimentaro no seu corpo em completodelrio de felicidade e prazer, sero meras sombras com aquela felicidade queadvir da nossa unio com a essncia divina, que elevando misteriosamente anossas faculdades intelectuais, permitir-nos-, contemplar aquele que o Amor e aBeleza infinita...O nosso DEUS e PAI.

    A felicidade essencial do Cu que brota da viso imediata de Deus

    acrescenta-se uma felicidade acidental procedente do conhecimento natural e amor

    dos bens criados (sentena comum) tambm motivo de felicidade acidental para os bem aventurados,

    conhecer as obras maravilhosas de Deus, encontrar-se na companhia de Cristo(referente sua humanidade), da Virgem Imaculada, dos anjos e santos, e tornar aencontrar-se com os seres queridos e com os amigos que se tiveram durante a vidaterrena. A unio da alma com o corpo glorioso no dia da ressurreio finalsignificar um aumento acidental de gloria celestial.

    Eternidade

    A felicidade do Cu dura por toda a eternidade (de F )O Papa Benedito XII declarou uma vez que haja comeado neles essa

    viso intuitiva, face a face, e esse gozo, subsistiro continuamente nelesessa mesma viso e esse mesmo gozo sem interrupo, nem tdio denenhuma classe, e durar at ao Juzo Final e desde a, indefinidamente,

    por toda a eternidade Dz 530

    Jesus compara a recompensa pelas boas obras aos tesourosguardados no cu, aonde no se podem perder(Mt 6,20; Lc 12,33). Osjustos iro vida eterna (Mt 25,46; cf Mt 19,29; Rom 2,7; Jo 3,15s.)

    Agora vemos atravs de espelho, de modo obscuro, mas ento

    veremos face a face 1 Cor 13,12 ; Alegrai-vos e exultai pois grande a

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    vossa recompensa nos cusMt 5,12 ; Dai e dar-se-vos-: retribuir-se-vos- uma medida boa, batida, sacudida e transbordante Lc 6,38

    Sto Agostinho acrescenta : Como podia falar-se de verdadeira

    felicidade se faltasse a confiana da durao eterna da mesma? De Civ.Dei XII 13,1

    A vontade dos bem aventurados se encontra de tal modo confirmada no

    bem por uma intima unio de amor com Deus, que lhes moralmente impossvelafastar-se Dele pelo pecado Impecabilidade Moral.

    DesigualdadeO grau de felicidade celestial distinto em cada um dos bem-

    aventurados segundo a diversidade dos seus mritos (de F)As alegrias do Cu no so igualmente intensas para todos os bem-

    aventurados. Quem aqui na terra, amou mais a Deus e o serviu mais fielmente,receber no cu o amor de Deus em medida mais abundante.Jesus nos assegura: o Filho do Homem dar a cada um segundo as

    suas obrasMt 16,27. S. Paulo afirma, cada um receber a sua recompensaconforme o seu trabalho 1 Cor 3,8. O que semeia com largura, comlargura colher 2 Cor 9,6; cf 1 Cor 15,41s.

    Jesus fala-nos das muitas moradas que existem na casa do

    Pai( Jo,14,2).A Igreja afirma no decreto " Decretum pro Graecis" do conclio de Florena

    (1439) que as almas dos justos intuem claramente ao Deus Trino e Uno, talqual , ainda que uns com mais perfeio do que outros, segundo adiversidade dos seus merecimentos; Dz 693, Dz 842.

    O INFERNO

    DOUTRINA DA IGREJA CATLICA

    As almas dos que morrem em estado de pecado mortal vo aoinferno (de f)

    Morrer em pecado mortal sem arrependimento e sem dar acolhimento ao

    amor misericordioso de Deus a mesma coisa que morrer separado d'Ele parasempre, por livre escolha prpria. E este estado de auto-excluso definitiva dacomunho com Deus e com os bem aventurados que se designa pela palavrainferno. Catecismo da Igreja Catlica n 1033.

    A doutrina da Igreja afirma a existncia do inferno e a sua eternidade. As

    almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente depoisda morte, aos infernos, onde sofrem as penas do inferno, o fogo eterno. Aprincipal pena do inferno consiste na separao eterna de Deus, nico em quem ohomem pode ter a vida e felicidade para que foi criado e a que aspira Catecismo

    da Igreja Catlica n 1035.

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    Quem at ao ltimo instante da sua vida na terra rejeita o amor e amisericrdia de Deus e morre em pecado mortal separa-se de Deus para sempre. Oinferno aparece ento como a ltima conseqncia do prprio pecado, que se viracontra quem o cometeu. a situao em que se coloca quem rejeita a misericrdiado Pai, tambm no ltimo instante da sua vida... O inferno o lugar de penadefinitiva, sem possibilidade de retorno ou de mitigao do sofrimento. cf Lc 16,19-

    31Joo Paulo II, Audincia Geral de 28 de Julho de 1999.Jesus ameaa os pecadores com o castigo eterno do inferno. Chama-lhe

    Geena (Mt 5,29s;10,28;23,15 e 33;Mc 9,43,45 e 47; Originariamente significa valede Ennom), geena de fogo Mt 5,22;18,9; geena aonde o verme no morre nem ofogo se extingue Mc 9,46s; fogo eterno ;Mt 25,41; fogo inextinguvel Mt 3,12;Mc9,42; forno de fogo Mt 13,42 e 50; Suplicio eterno Mt 25,46. Ali existem trevasMt 8,12; gritos e ranger de dentes Mt 13 42 e 50; 24,51; Lc 13,28. S. Paulo d oseguinte testemunho: esses [os que no conhecem a Deus nem obedecem aoEvangelho] sero castigados a runa eterna, longe da face do Senhor e da glria doseu poder 2 Tess 1,9; cf Rom 2, 6-9; Heb 10, 26-31.

    Segundo Ap. 21,8 os mpios [os sem Deus na Sagrada Escritura] tero a suaparte nolago de fogo e de enxofre... A sero atormentados de dia e denoite, pelos sculos dos sculos Ap. 20,10; cf 2 Pd 2,4 Com efeito, Deusno poupou os anjos que pecaram mas, precipitando-os no Inferno,entregou-os a um fosso de trevas...; Lc 12,4-5. No temais os quematam o corpo e depois nada mais podem fazer. Vou mostrar-vos a quemdeveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem o poder de lanar naGeena. Sim, eu vo-lo digo, a esse que deveis temer.

    No inicio do sc. II, S. Incio da Antioquia (110 DC) afirma : Todo aquele

    que pela sua pssima doutrina, corromper a f de Deus pela qual foi crucificadoJesus Cristo, ir ao fogo inextinguvel, ele e aqueles que o escutam (Eph 16,2).

    A Igreja ao longo dos sculos definiu dois elementos no suplicio eterno doinferno: A "pena de dano" (suplicio da privao) e a "pena dos sentidos" (supliciodos sentidos). A "pena de dano" o que constitui propriamente a essncia docastigo do inferno e consiste em ver-se privado da viso de Deus e de todos osbens que se seguem dela; cf Mt 25,41 Apartai-vos de mim, malditos!; Mt 25,12 no vos conheo.

    A "pena dos sentidos" consiste nos tormentos causados externamente pelos

    meios sensveis. A Sagrada Escritura fala com freqncia do fogo do inferno, aondeso lanados os condenados; designa o inferno como um lugar aonde reinam osgritos e ranger de dentes, imagem de dor e desesperao.

    O Magistrio da Igreja nunca se pronunciou abertamente sobre a natureza

    do fogo do inferno, mas a maior parte dos padres, escolsticos e quase todos ossantos e telogos supem a existncia de um fogo fsico ou agente de ordemmaterial, ainda que insistem que a sua natureza distinta do fogo atual.

    A ao do fogo fsico, sobre os seres puramente espirituais a explica S.Tomas de Aquino - seguindo o exemplo de S. Agostinho e S.Gregrio Magno - comosujeio dos espritos ao fogo material que instrumento da Justia Divina. Osespritos ficam sujeitos desta maneira matria no dispondo de livre movimento;Suppl. 70,3.

    impressionante, mas de f, que a pena de sentido principal consiste no

    tormento do fogo e que este no metafrico, mas verdadeiro e real, apesar de

    desconhecermos a natureza do mesmo. De qualquer natureza que seja o fogo do

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    inferno atormenta no somente as almas dos condenados, mas tambmatormentar os corpos aps a ressurreio final.

    O fato que o fogo do inferno atormenta as almas e aps a ressurreio finalos corpos uma verdade de f! Consta claramente na Sagrada Escritura que osdemnios padecem a pena do fogo (Mt 25,41) e o mesmo as almas separadas (Lc16,24). A Igreja definiu que as almas dos que morrem em pecado mortal descem

    imediatamente ao inferno, aonde so atormentadas com penas infernais Dz 531S. Afonso Maria de Ligrio afirma ...e ainda diz algum insensato : " Se vou

    para o inferno, no irei s..." Infeliz! Quantos mais rprobos haja ali, maiores seroos teus tormentos. Ali - diz S.Toms - a companhia dos outros condenados noalivia, antes aumenta a infelicidade comum. Muito mais sofrero, sem dvida, pelafetidez asquerosa, pelos lamentos daquela multido desesperada e pela estreitezem que se encontraro amontoados e oprimidos, como ovelhas em tempo deinverno (Sl 48,15), como uvas prensadas no lagar da Ira de Deus (Ap 19,15).

    Padecero do tormento da imobilidade (Ex 15,16). Tal como cai ocondenado no inferno, assim h de permanecer imvel, sem que lhe seja dadomudar de local nem mover uma mo ou p enquanto Deus seja Deus. Preparao

    para a Morte, cap.26, Das penas do inferno.Diz a Sagrada Escritura: Quando o rei entrou para ver os convidados,

    viu um homem que no trazia o traje nupcial. E disse-lhe: "Amigo, comoentraste aqui sem o traje nupcial?" Mas ele emudeceu. O rei disse, entoaos servos: Amarrai-lhe os ps e as mos e lanai-o nas trevas exteriores;ali haver choro e ranger de dentes. Mt 22,11-13; coisa terrvel cairnas mos do Deus vivo Heb 10,31; Ento o Rei dir tambm aos daesquerda: Apartai-vos de mim, malditos para o fogo eterno, preparado

    para o diabo e os seus anjos. E estes iro para o tormento eterno; mas osjustos, para a vida eterna Mt 25,41,46

    Muitos infelizes minimizam as palavras de Cristo porque segundo eles aJustia Divina deveria ser do tamanho da sua tacanha inteligncia e fazem de Deusum "super-homem" ou um "um deus imagem da terra"... Esquecem-se que aMajestade de Deus e a sua Santidade so infinitas e que o pecado o supremo dosmales. A todos os infelizes que no querem pensar na Justia divina para poderemcontinuar a pecar, aplica-se a mxima de Eusbio de Cesareia:

    Infeliz daquele que agora se ri do inferno porque dever

    experiment-lo pessoalmente antes mesmo de crer neleO inferno um lugar de tormentos (cf Lc 16, 19-31) o conjunto de todos

    os males sem mistura de bem algum e sem fim; ou como dizia S.Pio X "o inferno

    o sofrimento eterno, que consiste na privao de Deus, nossa felicidade,e no fogo com todos os outros males sem bem algum."

    O PECADO MORTAL

    Deus no predestina ningum para o inferno. Para ter semelhante destino, preciso haver uma averso voluntria a Deus (pecado mortal) e persistir nela atao fim. Catecismo da Igreja Catlica n 1037

    ...Que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao

    conhecimento da verdade. 1Tim 2,4O que o pecado?

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    O pecado uma transgresso voluntria da Lei de Deus.Supe sempre 3 elementos essenciais:Matria Proibida ou ao menos estimada como tal.

    Advertncia por parte do entendimento, isto , conhecimento que a matria grave.

    Consentimento ou aceitao por parte da vontade, isto , querer o mal,sabendo que mal e que grave.

    Se a matria grave e a advertncia e o consentimento so plenos, comete-

    se pecado mortal. S se comete pecado mortal quando se peca em matria grave.Mas tambm se requer que se conhea claramente que se trata de uma coisa gravee que se consinta plenamente. S comete pecado mortal quem pecavoluntariamente, isto , com pleno conhecimento e inteiro consentimento, emmatria grave. Sem liberdade no existe pecado.

    Segundo S.Toms de Aquino o pecado um ato pelo qual nos afastamosde Deus, nosso ltimo fim, prendendo-nos livre e desordenadamente a qualquerbem criado S. Thom. I,II, q.71-73. E diz-nos Santo Afonso Maria de Ligrio, nasua preparao para a morte, cap.26, das penas do inferno.

    Dois males comete o pecador quando peca: abandona Deus, Bem infinito e

    entrega-se s criaturas. Porque o meu povo cometeu um duplo crime:abandonou-me a Mim, nascente das guas vivas, e construiu cisternas

    para si, cisternas rotas, que no podem reter as guas Jr 2,13. E porque opecador se entregou s criaturas, com ofensa a Deus, justamente seratormentado no inferno por essas mesmas criaturas, fogo, e os demnios; esta apena de sentido. Mas como a sua maior culpa, na qual consiste a maldade do

    pecado afastar-se de Deus, a pena maior que h no inferno a pena de dano, ocarecer da vista de Deus e t-lo perdido para sempre. (cf Antonio Royo Marin,Teologia da Perfeio Crist, acerca do pecado mortal)

    O pecado Mortal um mal gravssimo - o supremo dos males - pois

    Deus o castiga terrivelmente. Porque tendo presente que Deus infinitamente justono pode infligir aos culpados castigo maior do que merecem; e que infinitamentemisericordioso e que por s-lo, castiga sempre os culpados menos do quemerecem, pois tempera o rigor com a Bondade.

    necessrio, pois, que o pecado seja a suprema abominao, para ser

    punido to rigorosamente.Assim por um s pecado mortal:Milhes de anjos do paraso converteram-se em horrveis demnios para

    toda a eternidade.Expulsou do paraso aos nossos primeiros pais e submergiu a humanidade

    num mar de lgrimas, doenas, guerras e morte.Manter por toda a eternidade no fogo do inferno em castigo os culpados a

    quem a morte surpreendeu em pecado mortal. de f.O Verbo de Deus, Jesus cristo, o Filho muito amado, em quem o Pai coloca

    todas as suas complacncias (Mt 17,5) quando quis ser fiador do homem culpvelteve de sofrer os terrveis tormentos da paixo e, sobretudo experimentado em si

    mesmo - enquanto representante da humanidade pecadora - a indignao da justia divina, at ao ponto de faz-lo exclamar no meio de uma dor

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    incompreensvel : Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonas-te? Mt27,46.

    A razo de tudo isto porque o pecado uma injria tremenda, contra

    Deus, cuja majestade infinita e existe uma distncia infinita entre Deus e acriatura. Ora tendo em conta a dignidade de Deus que infinita, o pecado encerra

    em si um malcia de certo modo infinita, porque a dignidade do ofendido infinita.Da o castigo terrvel que pesa sobre o pecador, quando este livremente

    escolhe o pecado por malcia. Em lugar de amar e adorar o Criador, este amae reverencia as criaturas e as coisas criadas fora do seu Criador e da suaLei, porque aspira a ser como Deus isto a ser "livre" fora do seu Criador,estabelecendo ele as leis pelas quais quer existir, na sua sede de prazer eliberdade. Isto , quer ele prprio ser deus, pois quer definir o que deve ou nodeve fazer e dessa forma cai na velha tentao do Diabo No, no morrereis;Porque Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-o os vossosolhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal Gn 3,4.

    O homem criatura de Deus e como tal deve obedecer, pois se tm algo debom, deve-o ao seu Criador. Mas na sua soberba, este para no ser confrontadocom o seu crime de desobedincia s leis do seu Criador - que uma lei de amor efoi colocada para garantir a felicidade de todos e no s de alguns - opta por fazer-se a si mesmo de deus e definir o que bem e o que mal. O pecado pressupeuma ingratido espantosa, pois por ele, o homem usurpa os direitos divinos dehonra e glria, substituindo-se a Deus. Que aquele que menos que um tomo, seensoberbea perante o Criador Supremo de tudo e de todos, o supremo dosmales e merece o supremo dos castigos: o inferno.

    Todo aquele que permanece em Deus no se entrega ao pecado; e todo

    aquele que se entrega ao pecado no o viu nem o conheceu... quem comete o

    pecado do diabo, porque o diabo peca desde a origem. Para isto se manifestou oFilho de Deus: para destruir as obras do diabo... Nisto que se distinguem os filhosde Deus e os filhos do diabo Cf 1Jo 3,6-10.

    Se algum vir que o seu irmo comete um pecado que no leva morte,

    pea, e dar-lhe- vida. No me refiro aos que cometem um pecado que no leva morte; que existe um pecado que conduz morte; por esse pecado no digo quese reze. Toda a iniqidade pecado, mas h pecados que no conduzem morte1 Jo 5,16-17.

    Logo, segundo S. Joo existe um pecado que conduz morte! a este

    pecado que conduz morte eterna da alma, que a Igreja, desde o inicio da eracrist, chama o pecado mortal - porque d a morte alma, fazendo-a perder agraa santificante que a vida da alma como a alma a vida do corpo. Alis jdizia S.Paulo ao Hebreus Pois, se pecarmos voluntariamente e com plenoconhecimento da verdade, j no h sacrifcios pelos pecados. Aguarda-nos apenas um julgamento tremendo e o ardor de um fogo que consumiros adversrios. Hb. 10,26-27.

    Eis os efeitos que o pecado Mortal produz na alma do pecador:1. Perda da graa santificante, das virtudes infusas e dons do Esprito Santo.

    Supresso do influxo vital de Cristo, como o sarmento separado da vide. Priva aalma da graa de Deus e da amizade de Deus.

    2. Perda de presena amorosa da Ssma. Trindade na alma.

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    3. Perda dos mritos adquiridos em toda a vida passada e torna-a incapazde adquirir novos.

    4. Fessima mancha na alma mcula animae que a deixa tenebrosa ehorrvel, viso divina.

    5. Torna a alma escrava de Satans, aumento das ms inclinaes eremorsos de conscincia.

    6. F-la merecer o inferno e tambm os castigos desta vida. O pecadomortal o inferno em potncia. um verdadeiro suicdio da alma e da vida dagraa de Deus em ns.

    A Eternidade do Inferno

    As penas do Inferno duram por toda a eternidade (de F)O captulo Firmiter do conclio de Latro (1215) declarou: Aqueles [os

    rprobos] recebero com o Diabo o suplcio eterno Dz 429; cf Dz 40, 835, 840.

    A Sagrada Escritura coloca muitas vezes em relevo o carter "eterno" daspenas do inferno, pois nos fala de eterna vergonha e confuso Dn 12,2; cf Sb4,19, de fogo eterno Mt 18,8;25,41; de suplcio eterno Mt 25,46 e de runaeterna 2 Tess 1,9; O epteto eterno no pode ser entender-se no sentido deuma durao muito prolongada, mas ao final de contas limitada. Assim o provam oslugares paralelos que se fala de fogo inextinguvel Mt 3,12; Mc 9,42,46. Eigualmente o evidencia a anttese suplcio eterno e vida eterna em Mt 25,46.Segundo o Ap 14,11(19,3) o fumo do seu tormento [do condenado] subir pelossculos dos sculos, isto , sem fim; cf Ap. 20,10.

    A restaurao de todas as coisas da que se nos fala em At 3,21

    no se refere sorte dos condenados,mas renovao do mundo que ter

    lugar com a segunda vinda de Cristo.Desigualdade do sofrimento dos condenadosA quantidade da pena de cada um dos condenados diversa segundo o grau

    diverso da sua culpa. (sentena comum)Os conclios de Lyon e Florena declararam que as almas dos condenados

    so afligidas com penas desiguais. Dz 464,493.Jesus ameaa os habitantes de Corozain e Betsaida assegurando que por

    sua impenitncia ho de ter um castigo muito mais severo que os habitantes deTiro e Sidon; Mt 11,22; Lc 10,12-15. Os escribas tero um juzo mais severo; Lc20,47. Ver tambm Lc 12,47-48 ; Jo 19,11 ; Tg 3,1

    S. Agostinho ensina-nos que a infelicidade ser mais suportvel a

    uns condenados do que a outros (Enchir. III).A justia exige que magnitude do castigo corresponda da gravidade da

    culpa. E Deus, como diz S. Pio X, "premeia os bons e castiga os maus porque Justia Infinita".

    INFERNO SEGUNDO S. FAUSTINA KOWALSKA

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    Hoje, conduzida por um Anjo, fui levada s profundezas do Inferno. umcavernoso lugar de grandes suplcios - e como abissal a sua vastido! Eis osdiferentes tormentos que vi:

    O primeiro castigo que constitui o inferno a perda de Deus; o segundo o

    perptuo remorso da conscincia; o terceiro o de que essa condio nunca mudar;

    o quarto, o fogo que penetra a alma embora sem a destruir - um sofrimentoterrvel, um fogo puramente espiritual, aceso pela Ira de Deus; o quinto, acontnua treva, um horrvel cheiro sufocante - e, embora haja escurido, osdemnios e as almas danadas vem-se mutuamente e reconhecem todo o mal querdos outros, quer seu; o sexto a constante companhia de Sat; o stimo, otremendo desespero, dio a Deus, maldies, pragas e blasfmias.

    Estes so os tormentos por que todos os condenados em conjunto passam,

    mas no se acabam aqui os suplcios. H outros dirigidos a algumas almas emespecial: so as penas dos sentidos. Cada alma e atormentada com o que pecou,de maneira horrvel e indescritvel. Existem pavorosas prises subterrneas,cavernas e poos de tormento, onde cada tortura difere da outra. Eu teria morrido

    s de ver essas terrveis expiaes, seno fora a Onipotncia de Deus haver-meamparado. Que cada pecador saiba que, naquele dos seus sentidos, com quepecou, h de vir a ser atormentado por toda a eternidade. Escrevo isto por ordemde Deus, para que nenhuma alma se desculpe, dizendo, que no h inferno, ou queningum l esteve e no sabe como .

    Eu irm Faustina, por desgnio de Deus, visitei os abismos do inferno, para

    que o possa noticiar s almas e testemunhar que ele existe. Sobre ele, no me permitido falar agora, mas tenho ordem de Deus para deixar isto por escrito. Osdemnios estavam cheios de dio por mim, todavia pela vontade de Deus eramobrigados a obedecer-me. E o que acabei de descrever d apenas uma plidaimagem das coisas que vi. Notei no entanto, uma coisa: a maior parte das almas

    que l esto justamente daqueles que no acreditavam que o inferno existia.Quando voltei a mim quase que no podia refazer-me do terror daquela

    viso. Como as almas sofrem horrores ali! Por isso, rezo com mais fervor ainda pelaconverso dos pecadores. Rogo incessantemente a Misericrdia de Deus para eles. meu Jesus, preferia sofrer a maior agonia, at ao fim do mundo do que vosofender com o menor que fosse dos pecados. Dirio da Irm Faustina, caderno II,741.

    A VISO DO INFERNO SEGUNDO OS VIDENTES DE FTIMA,PORTUGAL

    - Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre

    que fizerdes algum sacrifcio: Jesus, por vosso amor, pela converso dospecadores e em reparao pelos pecados cometidos contra o Imaculado Corao deMaria.

    Ao dizer estas ltimas palavras, abriu de novo as mos como nos doismeses passados. O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos como que um mar defogo, mergulhados nesse fogo os demnios e as almas como se fossem brasastransparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam noincndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saiam, juntamente com nuvensde fumo caindo para todos os lados, - semelhante ao cair das fagulhas em grandesincndios - sem peso nem equilbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero,que horrorizava e fazia estremecer de pavor (devia ser ao deparar-me com essa

    vista que dei esse ai que dizem ter-me ouvido). Os demnios distinguiam-se por

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    formas horrveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mastransparentes como negros carves em brasa.

    Assustados e como a pedir socorro levantamos a vista para Nossa Senhora,

    que nos disse com bondade e tristeza:

    Vistes o inferno, para onde vo as almas dos pobres pecadores. Para assalvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoo ao meu Imaculado Corao. Sefizerem o que Eu vos disser, salvar-se-o muitas almas e tero paz. A guerra vaiacabar, mas, se no deixarem de ofender a Deus... Comear outra pior. Quandovirdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que o grande sinalque Deus vos d de que vai punir o mundo de seus crimes por meio da guerra, dafome e de perseguies Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedia aconsagrao da Rssia a meu Imaculado Corao e a comunho reparadora nosprimeiros sbados. Se atenderem a meus pedidos, a Rssia se converter e teropaz; seno, espalhar seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguies Igreja; os bons sero martirizados; o Santo Padre ter muito de sofrer; vriasnaes sero aniquiladas. Por fim o meu Imaculado Corao triunfar. O Santo

    Padre consagrar-me- a Rssia que se converter e ser concedido ao mundoalgum tempo de paz. Em Portugal, conservar-se- sempre o Dogma da F, etc. Istono o digais a ningum. Ao Francisco, sim, podeis diz-lo.

    Quando rezais o tero, dizei depois de cada mistrio: - meu Jesus

    perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Cu,principalmente aquelas que mais precisarem. Apario de 13 de Julho -Sexta Feira.

    O INFERNO SEGUNDO S.Teresa de vila, Doutora da Igreja

    Estando um dia em orao achei-me de repente, sem saber como, esegundo me parece, toda metida no inferno. Entendi que o Senhor queria que visseo lugar que os demnios l me tinham preparado, e eu merecido, por meuspecados.

    Foi de brevssima durao, mas embora eu vivesse muitos anos, parece-me

    impossvel esquec-lo. Parecia-me a entrada maneira de um beco muito compridoe estreito, semelhante a um forno muito baixo e escuro e apertado. O chopareceu-me duma gua com lodo muito sujo e de cheiro pestilencial e cheio demuitas sevandijas peonhentas. No fundo havia uma concavidade aberta numaparede a modo dum armrio, aonde me vi meter em muita estreiteza.

    Tudo isto era deleitoso vista em comparao do que ali senti... Senti umgrande fogo na alma que eu no chego a entender como poder dizer de quemaneira . As dores corporais so to insuportveis que, apesar de eu as terpassado nesta vida gravssimas, tudo nada em comparao do que ali senti. E,segundo dizem os mdicos, tive as maiores que aqui se podem passar. Foiencolherem-se-me todos os nervos quando fiquei tolhida, alm de outras muitas ede muitas maneiras, e at algumas, como tenho dito, causadas pelo demnio. Poistudo isso nada em comparao do que ali senti e ver que havia de ser sem fim esem jamais cessar. E do agonizar da alma: um aperto, uma sufocao, uma aflioto sensvel e com um to desesperado e aflitivo descontentamento, que eu no seiexplicar. Porque dizer que um estar sempre arrancando-se a alma, pouco, poisque ento ainda parece que outro vos acaba com a vida; mas aqui a prpria almaque se despedaa. O caso que eu no sei como encarecer aquele fogo interior eaquela desesperao sobrepostos a to gravssimos tormentos e dores. No via eu

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    quem mos dava, mas sentia-me queimar e retalhar, ao que me parece; e digo queaquele fogo e desesperao interior o pior.

    Estando em to pestilencial lugar, to desesperada de toda a consolao,

    no h sentar-se, nem deitar-se, nem h lugar porquanto me puseram neste comoque buraco feito na parede; porque estas paredes, que so espantosas vista

    apertam por si mesmas e tudo sufoca. No h luz, mas tudo trevas escurssimas.Eu no entendo como pode ser isto, que, no havendo luz, se v tudo o que vistah de causar pena.

    No quis o Senhor que eu ento visse mais nada de todo o inferno; depois,

    porm, tive outra viso de coisas espantosas: o castigo de alguns vcios. Quanto vista, pareceram-me muito mais espantosos, mas como no sentia a pena, no mefizera tanto temor como na viso em que o Senhor quis que eu verdadeiramentesentisse aqueles tormentos e aflio no esprito, como se o corpo o estivessepadecendo. Eu no sei como isso foi, mas bem compreendi ser grande merc e queo Senhor quis que eu visse - numa vista de olhos - donde me tinha livrado a Suamisericrdia. Porque no nada o ouvi-lo dizer, nem eu ter meditado de outras

    vezes sobre diversos tormentos - embora poucas vezes o fizesse, pois que porcaminho de temor, no ia bem a minha alma -, nem que os demnios atanazem,nem outros diferentes suplcios que tenho tido. No, nada como esta pena,porque outra coisa. Enfim, to diferente como a pintura o da realidade;e o queimar-se aqui na terra muito pouco em comparao com este fogode l...

    E assim no me recordo vez alguma em que tenha trabalhos ou dores que

    tudo quanto c na terra se pode passar no me parea ninharia e assim julgo que,em parte, nos queixamos sem razo. Torno pois, a dizer que foi uma das maioresmercs que o Senhor me tem feito, e me tem aproveitado muitssimo, tanto paraperder o medo s tribulaes e contradies desta vida, como para esforar-me a

    padec-las e dar graas ao Senhor que me livrou, ao que agora me parece, demales to perptuos e terrveis.De ento para c, como digo, tudo me parece fcil em comparao dum

    momento que se haja de sofrer o que eu ali padeci. Espanta-me como, tendo lidomuitas vezes livros que do alguma idia das penas do inferno, como no as temianem as tinha no que elas so... Daqui cobrei a grandssima pena que me do asalmas que se condenam (destes luteranos em especial, porque j eram pelobatismo membros da Igreja) e os grandes mpetos de salvar almas, que a mim meparece certo que, para livrar uma s de to gravssimos tormentos, padeceria eumuitas mortes de muito boa vontade. Santa Teresa de Jesus, Livro da Vida, cap.XXXII.

    O INFERNO SEGUNDO SANTA JOSEFA MENENDEZ...Vi muita gente do mundo cair dentro do inferno e agora as palavras no

    podem descrever, nem por assombro, seus horrveis e espantosos gritos: "Condenado para sempre...Eu me enganava a mim mesmo...Estou perdido...Estouaqui para sempre, jamais!"

    ...Os rudos de confuso e blasfmias no cessam por um instante. Um

    nauseabundo odor asfixia e corrompe tudo; como queimar carne putrefata,misturada com alcatro e enxofre... Uma mistura a que nada na terra pode sercomparvel.

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    ...comecei a ouvir muitos gritos e de seguida encontrei-me numapassagem muito estreita. Na parede existiam uma espcie de nichos, donde saimuito fumo mas sem chama e muito mau odor. Eu no posso dizer o que se ouve,toda a classe de blasfmias e de palavras impuras e terrveis. Uns maldizem ocorpo... Outros maldizem seu pai ou me... Outros reprovam-se a si mesmos, noter aproveitado tal ocasio, tal luz, para abandonar o pecado. Enfim, uma

    confuso tremenda de gritos de raiva e desesperao... Mas o que no tmcomparao com nenhum tormento a angstia que sente a alma, vendo-seseparada de Deus. Para poder livrar-me do inferno, e eu sou to medrosa parasofrer, eu no sei a que estou disposta.

    ...No sei dizer o que sofro... tremendo tanta dor...Parece que os olhos

    sarem do seu lugar, como se os tirassem, arrancando-os...Os nervos contraem-se. O corpo est como dobrado, no pode mover-se, nem um dedo... O odor queexiste horrvel, no se pode respirar, mas tudo isso nada em comparao daalma, que conhecendo a bondade de Deus, v-se obrigada a odi-LO e sobretudose o conheceu e amou, sofre muito mais... cf Josefa Menendez, Convite ao AmorDivino.

    O inferno segundo Santa Catarina de Sena... Filha, tua linguagem incapaz de descrever os sofrimentos

    destes infelizes..., no inferno os pecadores padecem quatro tormentos principais.Primeiro tormento a ausncia da minha viso. Um sofrimento to grande que oscondenados, se fosse possvel, prefeririam sofrer o fogo vendo-me, que ficar foradele sem me ver.

    Segundo tormento, como conseqncia, o remorso que corriinteriormente o pecador privado de mim longe da conversao dos anjos, aconviver com os demnios. Alis, a viso do diabo constitui o terceiro tormento. Ao

    v-lo, duplica-se o sofrer... Os infelizes danados vem crescer seus padecimentosao verem os demnios. Nestes, eles se conhecem melhor, entendendo que porprpria culpa mereceram o castigo.

    Assim o remorso os martiriza e jamais cessar o ardor da conscincia. Muito

    grande este tormento porque o diabo visto no prprio ser; to horrvel suafealdade, que a mente humana no consegue imaginar... Segundo a Justia Divinaele visto mais ou menos horrvel pelos condenados, segundo a gravidade dassuas culpas. O quarto tormento o fogo. Um fogo que arde sem consumir, semdestruir o ser humano. algo imaterial, que no destri a alma incorprea. Naminha Justia, permito que tal fogo queime, faa padecer, aflija; mas no destrua. ardente e fere de modo crudelssimo em muitas maneiras. A uns mais, a outrosmenos, segundo a gravidade dos pecados. Santa Catarina de Sena, O Dilogo,14.3.2

    PORQUE CRIOU DEUS O INFERNO? Argumentos Teolgicos e Racionais.

    Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo do inferno, preparadopara o diabo e os seus anjos... E iro estes para o tormento eterno, mas osjustos para a vida eternaMt 25,41,46.

    Aquele que afirmou Porque no entendeis a minha linguagem?

    Porque no podeis ouvir a minha palavra? Vs tendes por pai o diabo, e

    quereis realizar os desejos o vosso pai. Ele foi assassino desde o principio,e no esteve pela verdade, porque nele no verdade... Por isso no

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    acreditais em mim, porque vos digo a verdade...Se digo a verdade, porqueno em acreditais? Quem de Deus escuta as palavras de Deus; vs no asescutais porque no sois de Deus. Jo, 8,42-47.

    Jesus no mente. Ele a Verdade. Se ele afirmou que o inferno uma

    realidade, por que duvidar? Todo aquele que nega a realidade do inferno, nega que

    Jesus seja a Verdade e todo aquele que no cr em Jesus, est dito:Quem cr no Filho tm a vida eterna; quem se nega a crer no Filho

    no ver a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus. Jo 3,36. E ainda Quemnele cr no condenado, mas quem no cr j est condenado, por nocrer no Filho Unignito de Deus Jo3,18

    Quem que no acredita no inferno? Quem lhe convm que ele no exista! De fato quem pratica o mal odeia a Luz e no se aproxima da Luz

    para que as suas aes no sejam desmascaradas. Mas quem pratica averdade aproxima-se da Luz, de modo a tornar-se claro que os seus atos

    so feitos segundo Deus Jo 3,20-21.Jesus referencia aproximadamente 20 vezes o inferno no evangelho S.

    Mateus e em cerca de 10 vezes fala em Fogo! E no Novo Testamento afirma-secerca de 23 vezes que existe fogo. Porque esta preocupao, diria quase obsessiva,em alertar-nos para a terrvel realidade do inferno, se ele no existisse?

    Deus, o Sumo Bem, afirma: Porque quereis morrer, casa de Israel?

    Pois eu no me comprazo com a morte de quem quer que seja - orculo doSenhor Deus. Convertei-vos e vivei. Ez 18,32. Porventura me hei decomprazer com a morte do pecador - orculo do Senhor Deus - e no com ofato de ele se converter e viver? Ez 18,23.

    Pergunta: Deus quis o inferno?R: O Inferno existe, porque existe o Pecado! O pecado obra do homem e

    do demnio; o inferno o fruto do pecado. Deus no quer o inferno, como ns noqueremos as prises, mas assim como estas devem existir, pelo fato de os homensserem livres e de poderem abusar dessa liberdade, da mesma forma Deus teve decriar o inferno, para garantir a ordem e a justia. Caso contrrio, Deus no seriaJusto e se Deus no fosse justo, seria injusto e como tal no seria Deus, o que nofaz sentido algum! Existe um abismo infinito entre a criatura e o Criador.

    Pergunta: Porque Deus criou o Inferno?R: Para castigar o PecadoPergunta: Porque o inferno to terrvel?R: A justia perfeita exige que exista uma proporo entre a magnitude do

    crime e a magnitude do castigo. Sendo Deus, um Deus de natureza infinita, esendo o pecado mortal uma ofensa voluntria contra Deus, encerra em si umagravidade e uma malcia infinitas; Logo mereceria um castigo infinito. Como acriatura finita, e no suportaria tal castigo, proporcional gravidade da sua culpa,este em lugar de ser infinito em intensidade, por permisso divina, ser infinito nasua durao. Alm disso, se Deus fizesse um inferno light ou suave, como se dizagora, o pecador seria induzido a pecar indiretamente pois seria induzido a no

    temer o Senhor, nem os seus juzos, j que o castigo seria um castigo light. Enesse caso Deus, de forma indireta, seria agente de pecado. E se fosse assim,

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    como poderia castigar o pecado que ele prprio induziu? Deus j no seria Justo ecomo tal no seria Deus.

    Pergunta: Ento o inferno eterno?R: Sim eterno. Deus no pode perdoar a quem no quer ser perdoado.

    Seria uma monstruosidade e uma tirania. E como o pecador no quis aceitar operdo de Deus e dessa forma ultrajou a Misericrdia Divina, pois a recusou, Deusdever exercer a sua Justia. Ora Justia dar a algum, aquilo que seu e quemerece por direito. Como o pecador ofendeu a Deus, Deus pela sua Justia, retiraao pecador tudo aquilo que Lhe pertence, ficando o pecador com aquilo que seupor direito, isto o seu pecado. Como o fruto do pecado o inferno, e este tmuma gravidade infinita, tendo presente a dignidade do ofendido, o pecador mereceum inferno eterno.

    Alm disso, faria algum sentido que depois de ser condenado, o Diabo, que

    a personificao da soberba, dissesse: condenaste-me a um milho de milniosno inferno, mas quando eu sair, ajustaremos contas... Poderia uma justia assim

    ficar satisfeita? Nem a justia humana, quanto mais a divina. Alm de que se aspenas do inferno no fossem eternas, por analogia a felicidade dos eleitos no seriaeterna, e estes ao saberem que o Cu no seria eterno, no teriam felicidadeperfeita, logo o cu deixaria de ser Cu, o que no faz sentido algum.

    Pergunta: Mas no existe proporo alguma entre 50 ou 60 anos de

    pecado e uma eternidade no inferno?R: Quando o assassino mata algum e demora 5 segundos, significa isso

    que s mereceria ser castigado por 5 segundos. E se um violador demora-se umahora a violar uma criana, mereceria ser castigado uma hora? A Justia humana dizque no e isso repugna inteligncia humana. Ento o castigo dado no em

    funo do tempo que demorou a ser executado o crime, mas em ateno gravidade intrnseca do crime. Como um crime [pecado mortal] cometido contraDeus de gravidade infinita, merece uma condenao proporcional magnitude docrime cometido.

    Pergunta: Mas o objeto de um castigo no a reforma daquele que

    faz o mal?R: No. Existem duas espcies de castigo: Um para corrigir e outro para

    satisfazer a Justia. Para corrigir, serve-se Deus das tribulaes desta vida Meufilho, no desprezes a disciplina de Iahweh, nem te canses com a suaexortao; porque Iahweh repreende os que ele ama, como um pai ao filho

    preferido Pr. 3, 11-12; mas se mesmo assim o pecador faz-se surdo ao apelosdivinos, e despreza o seu Criador e as sua Leis, implcita ou explicitamente a Justiaexige que o mal efetuado seja satisfeito.

    Se o pecador no quis reparar o seu pecado, no tempo ,enquanto podia,ento deve satisfaz-lo na eternidade. Se Deus ameaa o homem com as penas doinferno, Ele deve levar a cabo a Sua ameaa se o homem no observa a sua Lei econtinua a pecar. Deus no s Infinitamente Bom e Santo. tambmInfinitamente Justo e Sbio ...o senhor daquele servo vir em diaimprevisto e hora ignorada. Ele o partir ao meio e lhe impor a sorte doshipcritas. Ali haver choro e ranger de dentes Mt 24,50.

    Pergunta: Mas a maioria dos homens s peca provisoriamente,

    esperando arrepender-se depois. Por que conden-lo?

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    R: Quem morre em pecado mortal significa que no se arrependeu. Noentanto essa esperana num arrependimento futuro uma iluso v e imoral. V,porque sem a graa de Deus o pecador no pode sair do seu pecado, isto , sem agraa do arrependimento, que Deus no est obrigado a dar a ningum e que podeinclusive neg-la em face de tanta ingratido do pecador. O que se lana a um poodo qual no pode sair sem que lhe estendam uma corda, resigna-se a permanecer

    nele eternamente, se algum de cima no lhe estender uma corda, corda essa queningum est obrigado a estender em funo da sua temeridade. Imoral, porque seapia precisamente na misericrdia de Deus para ofend-lo com maiortranqilidade.

    Pergunta: Mas Deus no Infinitamente Bom e Pai de todos os

    homens. Como pode ento condenar algum ao inferno?R: Deus infinitamente Bom, mas tambm infinitamente Justo e a sua

    Justia infinitamente sria. A Justia Divina assinalou um prazo para o exerccioincondicional e total da sua misericrdia: a hora da morte. E a infinita Seriedade deDeus o impede de voltar atrs, oferecendo ao pecador uma nova oportunidade de

    salvao, depois deste ter injuriado a Misericrdia Divina. Se Deus voltasse atrs nasua deciso, estava a autorizar os pecadores a injuri-Lo indefinidamente. Se Deusperdoasse de todas as formas mesmo para l da morte, estava a induzir o pecadora pecar a rir-se Dele eternamente, e ento era um Deus pouco srio e nada Justo,isto , no era Deus.

    Alm disso no verdade que todos somos filhos de Deus: Todos somos

    criaturas de Deus, mas no filhos. Jesus bem claro em Jo 8, 42,44,47 ...SeDeus fosse vosso pai, vs me amareis, porque sa de Deus e delevenho...Vs sois do Diabo, vosso pai, e quereis realizar os desejos do vosso

    pai...Quem de Deus ouve as palavras de Deus; por isso no as ouvis:porque no sois de Deus

    E diz S.Joo em 1 Jo 3, 8,10 ...Aquele que comete o pecado dodiabo, porque o diabo pecador desde o principio. Para isto que o Filhode Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo... Nisto se revelamos filhos de Deus e os filhos do Diabo: todo o que no pratica a justia no de Deus nem aquele que no ama o seu irmo.

    Ento existem os filhos do diabo e os filhos de Deus. Quem comete o

    pecado mortal e nele morre, renuncia voluntariamente paternidade divina,mesmo sabendo que fere Deus infinitamente - Ver o Deus Vivo Crucificado no meiode tormentos inarrveis numa cruz - e por isso no Filho. No filho porque noquis e para sempre ser filho do Diabo. S Filho de Deus, quem est na graa deDeus, quem se esfora em cumprir os mandamentos de Deus e o invoca como seuPai.

    Pergunta: Porque que Deus ento, sendo infinitamente Bom e

    prevendo que uma alma iria para o inferno, a criou?R: Assumamos que Deus no tinha criado os "maus", mas s os "bons"!

    Estes, "os bons", no poderiam ser livres, pois no teriam possibilidade de escolha.Teriam de ser "bons" quer quisessem ou no! Ora, isso significaria que Deus seriaum tirano e que tinha criado robs, desprovidos de liberdade e de livre arbtrio.

    Aonde pra a dignidade humana de sermos criados imagem e semelhanade Deus e de sermos livres? Qual a glria de Deus em ser servido por seresdesprovidos de vontade?

    Ao argumentarmos assim, estamos a colocar o homem ao nvel do animalirracional e repugna inteligncia humana e divina. Alm de que, se Deus levado

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    pela sua infinita misericrdia no criasse seno aqueles que se iriam salvar, mesmoque estes fossem criados livres, se seguiria que os homens podiam burlar-se deDeus, pecando incessantemente contra cada um dos mandamentos divinos.

    No seria necessrio sequer arrepender-se dos seus pecados, j que Deusteria forosamente que perdoar-lhe mais tarde ou mais cedo. Pelo que, depois deter sofrido uma pena, mais ou menos larga no purgatrio, entraria finalmente no

    Cu sem ter-se arrependido e sem ter pedido perdo a Deus! Quem no v nistouma monstruosidade espantosa! Deus ficaria escravo do pecador, pois estaria merc dos seus caprichos... Que triste Deus seria o nosso. Um Deus escravo da suacriatura! Numa palavra, deixava de ser Deus!

    Pergunta: Ento Deus no criava os homens e o mundo.R: Mas a seria Deus que no seria livre... Pois para evitar que algumas

    almas cometessem alguns crimes e fossem para o Inferno, deixaria de criar aquelesque o serviriam e amariam por toda a eternidade, voluntariamente, por sua livreescolha. O mal triunfava sobre o bem. Para evitar o mal, aniquilava-se o bem.

    Onde estaria liberdade divina? Seria Deus escravo do mal, que em ateno aeste no poderia criar o bem. Este argumento tambm ele, repugna nossainteligncia.

    Pergunta: Nesse caso Deus deveria aniquilar o pecador, isto , faz-

    lo voltar ao nada, de onde foi criado.R: Com este argumento, colocamos Deus abaixo de Hitler. Este matava os

    corpos, mas Deus, por esta forma de pensar, mataria os corpos e as almas, aoaniquilar o pecador. O Aniquilamento pressupe uma retificao da obra de Deuspor parte de Deus, e a criatura culpvel e no o Criador quem deve retificar. Almde que Deus seria injusto ao dar o mesmo castigo a todos os condenados que

    pecaram em graus muitos diferentes de maldade e malcia.O aniquilamento, igualaria todos os condenados num mesmo castigo e

    idntico para todos. Ora a Justia, exige que no se castigue por igual aos quefizeram pecados em graus desiguais variadssimos.

    Paralelamente, o aniquilamento impossibilitaria a glria de Deus atravs dasua Justia diante de toda a criao. Deus nunca poderia receber Glria pelo fato deser justo j que esta com o aniquilamento no poderia ser exercida. O nosso Deusseria um Deus finito e limitado e como tal no seria Deus.

    O problema deste argumento que desconhece na totalidade a natureza

    divina. Deus um ser infinito em todos os seus atributos. Se infinito em todos osseus atributos, tambm o na sua Bondade e Justia. Assim quando Deus criou ohomem, criou-o sua imagem e semelhana" Depois, Deus disse: faamos o

    ser humano nossa imagem, nossa semelhana... Gn 1,26.Como Deus eterno, Deus ao criar o homem, no o criou para o tempo,

    mas para a eternidade, pois criou-o sua imagem e semelhana, isto , criou-ocom uma alma imortal. Criou-o no tempo, para eternidade.

    Assim raciocinam [os mpios= os sem Deus], mas se enganam porque a

    sua maldade os cega. Eles ignoram os segredos de Deus, no esperam o prmiopela santidade, no crem na recompensa das vidas puras. Deus criou o homempara a incorruptibilidade e o fez imagem de sua prpria natureza; foi por inveja dodiabo que a morte entrou no mundo: experimentam-na quantos so do seupartido! Sb 2,21-24

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    Deus no se contradiz a si mesmo. Depois de dar, Deus jamais voltaatrs. Porque os dons e a vocao de Deus so semarrependimento Rom 11,29 e em 1 Sm 15,29 diz A Glria de Israel nomente nem se arrepende, porque no homem para se arrepender.

    Jamais poderia chamar existncia um ser para a incorruptibilidade, suaimagem e semelhana e de seguida, porque as suas opes livres - liberdade

    oferecida por Deus - no foram de acordo com a sua vontade, aniquilava o pecador.Mas ento no seria um Deus infinitamente Bom e Justo, mas um dspota, pois quecriava e destrua por capricho... Se assim fosse o nosso Deus seria imperfeito ecomo tal no seria Deus.

    A morte de que fala a Sagrada escritura quando fala dos mpios ou "semDeus", no o aniquilamento, mas a morte espiritual, mais conhecida como,"morte eterna" ou inferno, na linguagem crist.

    Paralelamente, se fosse verdade o aniquilamento dos mpios a bblia estaria

    a mentir, pois afirma claramente : O fumo do seu tormento subir pelossculos dos sculos Ap 14,11 ; O diabo, que os tinha enganado, foiprecipitado no lago de fogo e enxofre, onde tambm esto a besta e o falso

    profeta. A sero atormentados de dia e de noite, pelos sculos dossculos Ap 20,10Se sero atormentados pelos sculos dos sculos sinal que no foram

    aniquilados. Se fossem aniquilados, como defendem alguns hereges e apstatas,ento a Palavra de Deus mentirosa, pois afirma o contrrio. Em Mt 25,46 dizJesus: E iro estes para o tormento eterno, mas os justos para a vidaeterna. Como poderia o seu tormento ser eterno se foram aniquilados por Deus.Alm disso porque que Deus no destruiu o Diabo e os demnios?

    Em lugar, de os destruir, criou para eles um inferno...Apartai-vos demim malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e os seusanjos. Mt 25,41. O homem foi criado livre, imagem e semelhana de Deus e

    como tal foi criado para o mrito ou desmrito. Deus manifesta mais, o seu Poder ea sua Glria, na conservao dos seres que criou do que na sua destruio.S acredita na aniquilao do pecador, quem est fora da verdade e a

    caminho do inferno, pois um dos pecados contra o Esprito Santo, que notm perdo neste mundo nem no outro "negar a verdade conhecida comotal". Foi o pecado dos Fariseus, pois conheciam a verdade mas no a queriamaceitar enquanto tal...

    Todos os pecados e todas as blasfmias que proferirem os filhosdos homens, tudo lhes ser perdoado; mas quem blasfemar contra oEsprito Santo, nunca mais ter perdo; ru de pecado eterno Mc 3,28-29

    A todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do Homem,h-de perdoar-se; mas, a quem tiver blasfemado contra o Esprito Santo,

    jamais se perdoar Lc 12,10. E ainda Se algum disser uma palavra contra o filho do homem ser-lhe-

    perdoado, mas se disser contra o Esprito Santo, no lhe ser perdoado,nem neste mundo nem no vindouro Mt 12,32.

    Reparem na expresso, nem no vindouro. Significa que no mundo queh de vir estes infelizes, nem a tero perdo! E para ter perdo tero de existir,pois no se perdoa algo ao que no existe!

    O grande mal, de alguns homens a sua soberba descomunal! Julgam-se

    melhores do que Deus. E querem impor ao Criador o que ou no justia,segundo a sua tacanha inteligncia. Se Deus nos revelou que o inferno existe e noscolocou de sobreaviso em relao a ele, mais vale escut-LO, do que construir

    teorias no ar, e acabarmos por cair naquele abismo que no tm fim, porque nosrecusamos a crer no bvio.

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    impressionante o relato da Irm Faustina, pois constatou que a maiorparte dos que estavam no inferno no acreditavam nele...E lgico, pois como noacreditavam, no procuraram evit-lo e quando acreditaram j foi tarde demais.

    O inferno um mistrio! Mas um mistrio algo que existe, mas que no

    pode caber na nossa inteligncia limitada ou que no explicvel por esta. O fato

    de eu no saber explicar o que o Amor, no significa que ele no exista. Sinto-o,mas no sei explic-lo. E no entanto o Amor existe. O Amor, um grande mistrioe no entanto profundamente real. O inferno, segundo a revelao divina algoreal, mas como desconhecemos os termos infinito, natureza divina, fealdade dopecado, no conseguimos seno dar plidas imagens que ajudam a perceber oporqu da sua existncia.

    O grande mistrio do inferno que apesar de Deus desejar loucamente a

    nossa salvao - contemplemos Jesus Crucificado -, ns somos capazes de noscondenar. Deus criou-nos livres e quer que nos comportemos como tais. Negar apossibilidade de algum se condenar negar a liberdade do homem. anular ohomem. Se o homem no livre para dizer NO a Deus tambm no o seria para

    dizer SIM.A possibilidade de optar por Deus inclui a possibilidade de o rejeitar.Afirmar que existe o inferno levar a srio a liberdade humana. Deus oferece asalvao, no a impe. O inferno o respeito de Deus pela ltima vontade dohomem. Se o pecador livremente elege o pecado, Deus o respeita, enquanto no

    se arrepende. E como com a morte acaba a liberdade, assim o pecador ficar portoda a eternidade.

    O que fazer para no ir para o infernoJesus disse: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ningum vem

    ao Pai a no ser por mim. Jo 14,6 Pilatos lhe disse: "Ento, tu s rei?" Respondeu-lhe Jesus: "Tu o

    dizes: eu sou rei. Para isso nasci e para isto vim ao mundo: para dartestemunho da verdade. Quem da verdade escuta a minha voz." Jo 18,37

    Jesus o Filho de Deus Vivo, foi claro como a gua, ao afirmar que era a

    Verdade e o Caminho. Ele prprio acrescentou : Disse-vos que morrereis emvossos pecados, porque se no crerdes que EU SOU, morrereis em vossos

    pecados Jo 8,24 e Se algum guardar a minha palavra , jamais provara morte Jo 8,52 e ainda Eu sou a ressurreio. Quem cr em mim, aindaque morra, viver. E quem vive e cr em mim jamais morrer. Crsnisso? Jo 11,25-16.

    S.Paulo afirma em Hb 11,6 Ora, sem a f impossvel ser-lhe

    agradvel. Pois aquele que se aproxima de Deus deve crer que ele existe eque recompensa os que o procuram.

    Ento o que preciso fazer para no ir para o Inferno?Se Jesus a Verdade, ele no mente. Ele disse : E o que pedirdes em

    meu nome, eu o farei a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se mepedirdes algo em meu nome, eu o farei Jo 14,13-14

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    Em verdade, em verdade, vos digo: o que pedirdes ao Pai, ele vosdar em meu nome. At agora, nada pedistes em meu nome; pedi erecebereis, para que a vossa alegria seja completa. Jo 16 23-24

    Pedi e vos ser dado; buscai e achareis; batei e vos ser aberto;

    pois todo o que pede recebe; o que busca acha e ao que bate se lhe abrir.

    Quem dentre vs, dar uma pedra a seu filho, se este lhe pedir po? Ou lhedar uma cobra, se este lhe pedir peixe? Ora, se vs que sois maus sabeisdar boas ddivas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que est noscus dar coisas boas aos que lhe pedem. Mt 7,7-10

    E tudo o que pedirdes com f, em orao, vs o recebereis. Mt

    21,22 ...a fim de que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome ele vos

    d. Jo 15,16Ento para no ir para o inferno devemos pedir ao Pai, em Nome de Jesus,

    que salve eternamente a nossa alma. to simples como isso. Isto , devemos rezar. Dizia S.Joo Crisstomo

    que a orao falar com Deus Orat I de. orat. dominic: MG 44,1125.Ento devemos nas nossas conversas com Deus pedir a graa da

    salvao eterna da nossa alma.Pedir e pedir incessantemente, eis o que Deus pede ao homem adulto que

    faa, se quer salvar-se. Dizia Santo Afonso Maria de Ligrio que todos oscondenados se perderam porque no rezaram. Se tivessem rezado ter-se-iamsalvo. E acrescentava:

    Quem reza salva-se, quem no reza perde-se. E por que pedir?Porque a orao pressupe humildade. S reza quem humilde e se sente criaturade Deus. O pecador no quer rezar, porque isso seria reconhecer-se criatura deDeus e isso ele no suporta... Por isso no reza e por isso se perde. J dizia SantaTeresa de vila, Quem pede alcana, quem no pede, no alcana!.

    No resisto a citar completamente Santo Afonso Maria de Ligrio, no seu

    tratado da "Preparao para a Morte" : Coloquemos, portanto, fim a esteimportante captulo resumindo todo o dito e deixando bem claro estaafirmao: que o que reza, se salva certamente, e o que no reza,certamente se condena.

    Se deixarmos de lado as crianas, ... todos os bem aventurados sesalvaro porque rezaram e os condenados se condenaram porque norezaram. E nenhuma outra coisa lhes produzir no inferno mais espantosadesesperao que pensar que lhes tinha sido coisa fcil o salvar-se, pois oteriam conseguido pedindo a Deus suas graas e que sero eternamentedesgraados, porque passou o tempo da orao. cf Preparao para a morte,cap XXX, 2

    Muitos pedem, mas no pedem o essencial. Pedem dinheiro, riquezas,

    sade, amor, felicidade, soluo para os problemas, mas no pedem o essencial: asalvao eterna da sua alma. E como no pedem o Deus das coisas criadas, masas coisas criadas de Deus, no tero umas nem as outras. Buscai , em

    primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justia, e todas essas coisas vossero acrescentadas. Mt 6,33 e Pois onde est o teu tesouro a estar

    tambm teu corao Mt 6,21

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    Pedir a graa da salvao eterna, pedir a graa de ser santo e de irpara o cu. E pedir incessantemente, enquanto durar a nossa vida sobre a terra.Eis o que devemos fazer para no ir para o inferno, isto , ir para o Cu.

    E quando orardes..., entra no teu quarto e, fechando tua porta, oraao teu Pai que est l, no segredo; e o teu Pai, que v no segredo, terecompensar. Mt 6, 5-6

    Entrai pela porta estreita, porque largo e espaoso o caminho

    que conduz perdio. E muitos so os que entram por ele. Estreitaporm, a porta e apertado o caminho que conduz Vida. e poucos so osque o encontram. Mt 7,13-14

    A Virgem Maria e o Inferno Amar Maria sinal de predestinao eterna. S.Bernardo de

    Claraval.Maria Me de Jesus, o filho do Deus Vivo. Qual seria o filho que amasse a

    sua Me, e que podendo content-la, no o faria? Jesus, porque a Deus podendofazer sua Me feliz, no pode recusar nada, Aquela que nada lhe recusou. Fariasentido que Jesus recusasse algo Aquela que venera e ama acima de todas ascriaturas a ponto de a ter escolhido para sua Me? No faria. Por isso dizemos queMaria onipotente junto de Deus, pelas suas splicas.

    Diz o evangelho, Desceu ento com eles para Nazar e era-lhes

    submisso. Se Jesus era submisso a Maria e Jos, na sua vida terrena, porquerazo agora que est glorificado, direita do Pai, no o continuar a ser na ordemdivina? Ser que seria to ingrato a ponto de se ter esquecido de Maria e de Jos?

    A grandeza de Jesus, diz S.Paulo reside no fato de que Ele tinha

    condio divina, e no se considerou o ser igual a Deus como algo a que seapegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condio deservo, tomando a semelhana humana. E, achado em figura de homem,humilhou-se e foi obediente at morte e morte de cruz! Por isso Deus o

    sobre exaltou grandemente e o agraciou com o Nome que sobre todo oNome, para que ao nome de Jesus... toda a lngua confesse que Jesus oSenhor Fip 2,6-11

    E se Jesus o Senhor, Maria a Me de Jesus, a Me do Senhor. Ora a Me

    de um Rei [ Ento, tu s Rei? Respondeu Jesus: " Tu o dizes: eu sou rei"Jo 18,37 ] uma Rainha. E de senso comum, que o poder de uma Rainha juntodo corao de um Rei, tremendo. Por isso, repito, os cristos afirmam que Maria toda poderosa junto do corao de Deus, isto , junto de Jesus, pois Jesus, comofilho perfeito, deve obedincia, no sentido estrito, sua Me, mesmo no Cu. Noporque Maria tenha poder algum por si s. Mas o Poder de Maria, vem no delamesmo, mas do seu poder de intercesso, j que Deus no quer recusar nada delegtimo, Aquela que venera e ama acima de todas as suas criaturas. Assim, Nodevemos recear venerar Maria, pois Deus que veneramos em Maria.

    Ento se Maria Onipotente nas suas splicas junto do Deus Altssimo,

    quem melhor do que Ela, para livrar o pecador do Inferno, seno aquela que imolouo prprio filho, para satisfazer a Justia Divina pelo pecado.

    Por isso dizia S.Bernardo: Se levantam as tempestades das tentaes,

    se vos encontrais no meio dos escolhos das tribulaes, erguei os olhos

    para a estrela do mar, chamai Maria em vosso auxlio; se sois sacudidos merc das vagas da soberba, da ambio, da maledicncia, da inveja, olhai

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    para a Estrela, invocai a Maria. Se, perturbados pela grandeza dos vossoscrimes, confusos pelo estado miservel da vossa conscincia,transpassados de horror com o pensamento do juzo, comeais a soobrarno abismo da tristeza e do desespero, pensai em Maria, invocai a Maria. A

    sua invocao, o pensamento dela no se afastem nem do vosso corao,nem dos vossos lbios; e para obterdes mais seguramente o auxlio das

    suas preces, no vos descuideis de imitar os seus exemplos. Seguindo-A,no vos extraviareis; suplicando-A, no desesperais; pensando nela, novos perdeis. Enquanto Ela vos tem de sua mo, no podeis cair; sob a sua

    proteo, no tendes nada que temer, sob a sua guia, no h cansao; como seu favor, chega-se seguramente ao termo Homil. II. De LaudibusVirg.Matris,17

    Ento, apoiemo-nos em Maria e supliquemos Aquela que a nossa Me na

    ordem da Graa, pois se Ele nos predestinou para sermos seus filhosadotivos por Jesus CristoEf 1, 5 , ento significa que somos irmos de Jesus ese somos irmos de Jesus, somos filhos de Maria, pois Maria nos tomou como seusfilhos, quando Jesus disse: Eis a tua Me! Jo 19,27 Em Joo, estavas tu e eu!

    Se somos filhos de Maria, invoquemo-LA como Me, que o . E qual a Me querpermanece surda s splicas de um filho em perigo de morte?Ento, supliquemos a Maria, dia e noite, que interceda por ns junto do seu

    Divino Filho, para que sejamos contados no nmero dos eleitos e dessa forma nocaiamos naquele stio que a sagrada escritura descreve como o "horroreterno": O Senhor Todo-Poderoso as punir no dia do juzo. Por fogo evermes em suas carnes, e choraro de dor eternamenteJudite (Jt. 16,17)

    Por isso digamos como J O Temor do Senhor, eis a Sabedoria; fugir

    do mal, eis a Inteligncia. J 28,28. Pois os olhos do Senhor esto voltadospara o pobre e para o abatido, para aquele que treme diante da minha

    palavra Is 66,2

    Sntese sobre o Inferno.Deus no amor, para que ns sejamos maus. Se Deus fosse bom para que

    ns fossemos maus, Deus no seria bom. O Temor do Senhor o principio dasabedoria Prov 1,7. Muitos, esquecem-se que a sua misericrdia perdurade gerao em gerao, para aqueles que o temem. Lc 1,50 E no paraaqueles que abusam dessa mesma misericrdia. Errar e pecar humano. Amar opecado e o erro e nele persistir diablico. O Amor de Deus no um jogo. No se amado impunentemente por um Deus Infinito at morte de Cruz. Quem no

    est convencido da seriedade da eternidade, no convence ningum e prega umevangelho que no o de Cristo.Alguns dizem-se to misericordiosos, mas no fundo so cruis pois ao no

    pregarem abertamente sobre o inferno e sobre as conseqncias do pecadoinduzem o pecador em erro, levando-o a adiar a sua converso e dessa formaconduzem-no ao inferno, pois este acumula, pecados sobre pecados, obstinando-seno pecado, esperanado que um dia ter perdo... S que a muitos, a mortesurpreende-os sem terem tempo de se preparar convenientemente... J dizia Deusa Santa Catarina de Sena: por presuno, erroneamente, firmam-se naesperana de serem perdoados, continuam a ofender-Me. Pensam podercontar com a misericrdia. Jamais ofereci ou ofereo minha misericrdia

    para que me ofendam. A finalidade do meu perdo que, pelamisericrdia, os pecadores se defendam do demnio e da confuso deesprito. Agem diversamente! Ofendem-Me porque sou bom!... S.Catarinade Sena, O dilogo, 14.14

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    Uma eternidade sem ningum que de fato se condenou ou se v condenar,

    uma eternidade frvola, no sria, um inferno light, suave . No vale a penalutar para evit-lo. A proposta dos modernistas uma proposta demaggica eautoritria. Autoritria, porque todos se salvam, ainda que no queiram.Demaggica, porque como os polticos atuais fazem promessas fceis de eterna

    salvao, que logo no cumpriro, muitos descobriro o engano quando j sejatarde; e a quem reclamaro? No que no devamos ter esperana. Mas esta, deveser fundamentada numa procura incessante pelo Rosto de Deus e um afastamentodo pecado e das ocasies que levam a ele. Apelar esperana, sem apelar parauma vida sria segundo a moral crist, longe do pecado e das suas ocasies purademagogia.

    Se Deus fosse misericordioso com todos os homens bons e maus, se

    concedesse a todos a graa da converso antes da morte, seria ocasio de pecadoat para os bons, pois induziria estes a pecar e a esperar na sua misericrdia. Masno, quando chega ao fim das suas misericrdias, castiga e no perdoa mais

    Agora chegou o teu fim: vou desencadear a minha ira contra ti e te julgarei

    de acordo com o teu comportamento; farei cair sobre ti as tuasabominaes de acordo com o teu comportamento; farei cair sobre ti astuas abominaes. J no terei um olhar de compaixo para ti; no te

    pouparei; antes, farei cair sobre ti o teu comportamento e as tuasabominaes ficaro expostas no meio de ti. ento sabereis que eu sou

    Iahweh. Ez 7,3-4 e acrescenta O meu olhar no se compadecer; eu nopouparei, antes, pagar-te-ei de acordo com o teu comportamento Ez 7,9

    Se Deus quisesse com vontade eficaz a salvao de todos os homens, para

    qu a encarnao de seu Filho? Para qu a morte na cruz? Para qu a Igreja? Paraqu o Papa, os bispos, os padres, os diconos? Para qu os sacramentos, a liturgia,a palavra de Deus, a Bblia...

    O inferno povoa-se mais com a Misericrdia do que com a Justia. Osmodernistas de agora querem o inferno vazio at evitam falar dele - e tudo o queconseguem fazer povo-lo mais. So os colonizadores do inferno, pois como noavisam o homem do perigo que transgredir a Lei de Deus, induzem este a pecarindiretamente e por isso mesmo a perder-se.

    Escreve Santo Afonso Maria de Ligrio Certo autor indicava que o inferno

    se povoa mais pela Misericrdia do que pela Justia divina; e assim , porque,contando temerariamente com a misericrdia, prosseguem pecando e secondenam. Deus misericordioso, quem o nega? E apesar de isso, a quantos hojeem dia manda a misericrdia ao inferno. Deus misericordioso mas tambm

    justo e por isso est obrigado a castigar a quem o ofende. Ele usa demisericrdia com os pecadores, mas s com quem aps o ofender o lamenta etemem ofend-LO outra vez: a Sua Misericrdia perdura de gerao em

    gerao, para aqueles que o temem. cantou a Me de Deus. Com os queabusam da sua misericrdia para desprez-lo, usa de justia. O Senhor perdoa ospecados, mas no pode perdoar a vontade de pecar.

    Escreve S. Agostinho que quem peca com esperana de arrepender-se depois de pecar, no penitente, mas ri-se de Deus. Ora S.Paulo advertiu-nos que de Deus no se zomba Gl 6,7 . Seria gozar Deus ofend-lo como equanto um quer e depois ir ao cu.

    Por muito incmodo que seja para o homem moderno, o que est revelado,

    revelado est. E no existe forma de nos evadirmos desta realidade. No pelo

    fato de no falarmos no inferno que este deixa de existir e de ser uma realidadeassombrosa.

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    Infelizmente hoje ouvimos muitos cristos e inclusive padres dizer emmatria de f e moral: a minha opinio que..., eu acho que... parece-meque... eu penso que...... A esses digo:

    - Mas amigo, que nos interessa a tua opinio, o teu pensamento, o teu... Ans cristos interessa-nos o que Deus pensa, o que Deus acha e o que Deus diz. Ese Deus nos diz que h inferno porque h! ou achas que vamos ser estpidos e

    fazer mais caso das tuas "filosofias de treta " do que da Palavra de Deus?O Relativismo fruto da soberba humana! Deus Eterno. O que disse,

    est dito, quer gostemos ou no. Assim, estamos a caminho ou do Cu ou doinferno... No h meios que nem mas. Se no estamos a caminho do Cu,para o inferno iremos... Por isso, trabalhemos na nossa salvao com Amor eTemor a Deus, pois como diz S.Paulo, meus amados... operai a vossa

    salvao com temor e tremor Fil 2,12.Que diferena! Antes dizia-se: "os que aqui entrais abandonai toda a

    esperana" agora afirma-se "Proibido aqui entrar". Antes os maus iam para oinferno. Agora, se existe inferno, Deus mau! Agora, no so os homens que tmque obedecer a Deus, Deus que tm que se adaptar aos homens.

    Os modernistas de agora, resolveram re-inventar o evangelho e suprimirama doutrina do Inferno dos plpitos e das catequeses pois no querem "ferirsusceptibilidades" ou " instalar psicoses de medo"... Numa palavra, no queremdesagradar ao mundo, pois correriam o risco de serem chamados de"loucos" e de "ultrapassados"! No percebem que a sabedoria destemundo loucura diante de Deus 1 Cor 3,19.

    Mas como se identificaram com o mundo, a eles aplica-se aquela palavra deDeus No ameis o mundo nem o que h no mundo. Se algum ama omundo, no est nele o amor do Pai. Jo 2,15 E seno est nele o amor doPai, diz Jesus: Se algum no permanece em mim lanado fora, como oramo e seca; tais ramos so recolhidos, lanados ao fogo e se

    queimam. Jo 15,6 .Hoje prega-se um evangelho manco, um evangelho de moeda com uma

    face, isto , um evangelho deficiente pois j no se fala dos novssimos dohomem " salvo raras excees", da graa santificante e atual, do pecado mortal...E que se conseguiu com isso? Sempre que a luz se ofusca, avanam as trevas!Queixam-se que, as igrejas esto vazias, h falta de vocaes, que os seminriosesto vazios... Mas seno acreditam na eternidade, como podem convencer alguma abandonar tudo por Cristo?

    Sem eternidade impossvel existir vocaes vida consagrada.

    Humanizaram de tal maneira Jesus, que se esqueceram que ele Deus. Assimfizeram um cristianismo horizontal: do homem para o homem. E se o homem relativo nas suas posies morais e de f, Jesus Cristo porque homem, tambm o. Ento, segundo essa forma de pensar, tudo relativo. E tudo de tal formarelativo que absolutizaram a relatividade. a ditadura de relatividade. A verdade relativa, mesmo a verdade de Cristo!!! E a de quem prega novamente asverdades eternas e os dogmas da Santa Igreja de Deus! Esse umfundamentalista, um tradicionalista, numa palavra, um retgrado, estagnou notempo...

    Hoje s se fala de amor mas esquecem-se os cupidos do Amor, que amar

    para Deus tm significado diferente do que tm para o homem Quem temmeus mandamentos e os observa que me ama Jo 14,21 Isto : quem noos guarda e observa no me ama e engana-se a si prprio! claro como a gua.

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    Sempre existiram dois caminhos para chegar at Deus. Um mais perfeito doque o outro.O Amor e o Temor. Da mesma forma que um carro tem umacelerador e um freio. Da mesma forma, na estrada da vida, devemos acelerar noAmor de Deus e travar perante o pecado, pelo temor de Deus. O que seria de umcarro s com acelerador? Na primeira curva despistava-se. De mesma forma, noexiste outra forma de caminharmos para Deus. Evitar o pecado, pelo temor de

    ofender a Deus, Pai Infinitamente Bom e se isso no chegar, pelo medo doscastigos do inferno, com que nos ameaa a justia divina; e pelo amor a Deus e aosirmos levado ao sacrifcio.

    Se Deus pudesse mudar os Seus ensinamentos no seria Deus. A

    palavra de Deus no se modifica, no muda, no mudar jamais; ela eterna como Deus. Ora, Deus deu aos homens uma norma de vida, omandamento do Amor, mas disse tambm que o amor a Deus deve estarunido ao Temor de Deus. Tal como o amor um dom que se deve pedir

    sem cessar, tambm o temor de Deus um grande dom. Teme o Senhorque passa! Mas os homens desta gerao verdadeiramente perversadeformaram tudo e tentam demolir tudo. Do temor de Deus, hoje j no se

    fala, fala-se de amor a Deus, mas do temor, no