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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
OS NOVOS MEIOS DE DEFESA DO
RÉU: A CONTESTAÇÃO E DEMAIS
DEFESAS
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Objetivo:
Fornecer conhecimentos teóricos e práticos sobre a nova
contestação do Novo CPC, inclusive as principais alterações
dessa peça de defesa. Analisar as principais mudanças na
contestação do Novo Código de Processo Civil e os novos
procedimentos de defesa do réu.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Conceito de contestação
2. Análise dos novos requisitos da nova contestação
3. Prazo para contestar diante da nova sistemática do Código
de Processo Civil
4. Prazo para contestar se o réu não quiser participar da
audiência de conciliação ou mediação
5. Das defesas do réu no Novo Código de Processo Civil
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1. Conceito
A contestação é uma peça processual que apresenta
várias teses argumentativas com o objetivo de resistir à
pretensão do autor.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
OBSERVAÇÃO:
A contestação deve ser escrita.
Ao ser citado, incumbe ao réu alegar abusividade da
cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de
precluir a matéria. Art. 63, § 4º, do CPC
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Art. 64 do CPC. A incompetência, absoluta ou relativa, será
alegada como questão preliminar de contestação.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 65 do CPC. Prorrogar-se-á a competência relativa se o
réu não alegar a incompetência em preliminar de
contestação.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 99 do CPC. O pedido de gratuidade da justiça pode ser
formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 100 do CPC. Deferido o pedido, a parte contrária
poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica,
nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido
superveniente ou formulado por terceiro, por meio de
petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze)
dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu
curso.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 293 do CPC. O réu poderá impugnar, em preliminar da
contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena
de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o
caso, a complementação das custas.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 335 do CPC. O réu poderá oferecer contestação, por
petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial
será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da
última sessão de conciliação, quando qualquer parte não
comparecer ou, comparecendo, não houver
autocomposição;
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Art. 335 do CPC. O réu poderá oferecer contestação, por
petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial
será a data:
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência
de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu,
quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 335 do CPC. O réu poderá oferecer contestação, por
petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial
será a data:
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi
feita a citação, nos demais casos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese
do art. 334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para
cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo
pedido de cancelamento da audiência.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
§ 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II,
havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em
relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá
da data de intimação da decisão que homologar a
desistência.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 336 do CPC. Incumbe ao réu alegar, na contestação,
toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de
direito com que impugna o pedido do autor e especificando as
provas que pretende produzir.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• O réu deve impugnar ponto a ponto da contestação.
• A chamada “impugnação por negativa geral” tem indicação
específica no Código de Processo Civil.
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Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as
alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se
verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão: são os casos de
direitos indisponíveis como, por exemplo, aqueles referentes à
personalidade. uma pessoa não pode vender um órgão do seu corpo,
embora ele lhe pertença. Direito a alimentos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
II - a petição inicial não estiver acompanhada de
instrumento que a lei considerar da substância do ato:
a norma está de conformidade com aquela indicada no
artigo 406 do Código Processo Civil que registra o seguinte:
“Quando a lei exigir instrumento público como da
substância do ato, nenhuma outra prova, por mais especial
que seja, pode suprir-lhe a falta”.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu
conjunto: se estiverem em contradição com a defesa, considerada em
seu conjunto: opera-se esta situação jurídica, quando o autor
desenvolve uma série de fatos na petição inicial e o réu impugna
diretamente apenas alguns, porém da impugnação destes surge, ainda
que implicitamente, a rejeição dos demais, por incompatibilidade lógica
entre o que foi arguido e os acontecimentos não apreciados pelo réu.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 342, parágrafo único. O ônus da impugnação
especificada dos fatos não se aplica ao defensor público,
ao advogado dativo e ao curador especial.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 342 do CPC
Depois da contestação, o réu somente poderá deduzir novas alegações
quando:
a) relativas a direito superveniente;
b) competir ao juiz conhecer delas de ofício;
c) por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer
tempo e juízo.
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a) Relativas ao direito superveniente: Direito
superveniente: Pelo termo “superveniente” entende-se o
surgimento um novo direito para o autor que ocorre
posteriormente à contestação.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
b) Reconhecimento de ofício pelo juiz: as objeções
processuais, defesas que digam respeito à matéria de
ordem pública.
Exemplo: prescrição e decadência.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
c) Por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em
qualquer tempo e juízo: essa hipótese coincide com a anterior, em
parte, porque a matéria que o réu pode alegar, por autorização legal, são
as de ordem pública, não sujeitas à preclusão.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito,
alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação: nessa caso a
citação não existiu ou se existiu foi nula. Por exemplo: na
ação usucapião é obrigatória a citação dos confinantes. A
ausência de citação induz nulidade e desconstituição da
sentença.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Nulidade de citação: A citação por edital da parte
demandada somente pode substituir a pessoal na hipótese
de ocorrer o exaurimento dos meios existentes, à disposição
da parte autora, para a localização daquela. Não havendo
este esgotamento, revela-se nula a citação por edital.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
II - incompetência absoluta e relativa: dá-se a
incompetência absoluta em razão da matéria e da função.
Pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição e,
também, de ofício. A relativa opera-se em razão do lugar e
do valor da causa.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
III - incorreção do valor da causa: o autor deve indicar o
valor da causa na inicial, no entanto, se a indicação houver
incorreção, o réu deve impugná-lo sob pena de se convalidar
o valor dado à causa.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
IV – Inépcia da petição inicial: dar-se-á a inépcia da inicial,
quando ela não preencher os requisitos do art. 330, § 1º, I a
IV, do NCPC, ou apresentar os defeitos indicados no art. 330
do NCPC.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
V – Perempção: entendemos por perempção a extinção do processo sem que o
juiz tenha resolvido o mérito, por culpa do autor, porque deixou de praticar ato
processual que lhe competia, durante período de tempo superior a 30 (trinta)
dias, caracterizando abandono da causa (extinção do processo sem resolução
de mérito); ou, porque abandonou a causa, deixando-a extinguir por três vezes.
Assim, o autor estará impedido de ajuizar a mesma demanda pela quarta vez.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
VI – litispendência: esta palavra origina-se do latim litis que significa
litígio, e a palavra pendência. Inferimos, portanto, que litispendência é
litígio em andamento. Ocorre a litispendência quando houver duas ou
mais ações judiciais propostas que apresentam as mesmas partes, o
mesmo pedido e a mesma causa de pedir. A consequência jurídica do
acolhimento da litispendência é a extinção do processo sem resolução
de mérito;
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
VII - coisa julgada: trata-se da reprodução de ação anteriormente
ajuizada e decidida por sentença; a coisa julgada ocorre quando o autor
repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba mais
recurso. O art. 502 do NCPC explica que a coisa julgada material a
sentença que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito de uma
ação não mais sujeita a recurso. Neste caso o juiz não resolverá o
mérito do processo, extinguindo-o sem resolução de mérito.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
VIII – conexão: trata-se da existência de dois processos
que apresentam o mesmo pedido ou a mesma causa de
pedir. As partes são diferentes. É uma defesa dilatória e visa
à reunião de dois ou mais processos para julgá-los em
conjunto, diante do juízo prevento, evitando decisões
conflitantes entre si.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de
autorização: quando alguém ingressa com uma ação ordinária, precisa ter
capacidade para ser parte, isto é, aptidão para ingressar pessoalmente em
juízo. O mesmo ocorre no caso da representação ou autorização. Para o autor
iniciar uma demanda judicial, ele precisa estar representado por procurador ou
advogado legalmente habilitado, ou deve ter autorização do cônjuge nos casos
exigidos por lei. Estes três institutos referem-se aos pressupostos de
desenvolvimento válido e regular do processo e ensejam a extinção do feito
sem resolução de mérito se tais vícios não forem sanados no prazo fixado pelo
juiz.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
X - convenção de arbitragem: foi instituída pela Lei nº. 9.307/96. A arbitragem
permite solucionar conflito de interesses estabelecido entre as partes sem que a
questão seja submetida ao Poder Judiciário. As pessoas têm liberdade de decidir
que problemas originários da interpretação e descumprimento contratual serão
levados ao conhecimento de um árbitro e por ele decididos. O árbitro pode ser
designado desde já ou escolhido futuramente. A convenção de arbitragem é
incluída em cláusula denominada cláusula arbitral. Se a convenção de arbitragem
for aceita, o processo será extinto sem resolução de mérito. É defesa peremptória
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
XI - ausência de legitimidade ou de interesse
processual: para figurar na ação, a parte deve ter
legitimidade ou interesse da demanda. Isso significa que
o bem pleiteado deve pertencer efetivamente à parte
demandante. Caso contrário, o processo será extinto sem
resolução de mérito. Extingue-se o processo sem resolução
de mérito.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como
preliminar: l) falta de caução ou outra prestação: Neste caso, a caução ou
outra prestação funcionam como um meio idôneo para a existência do
processo. Se não houver a prestação da caução ou outra prestação, o feito
será extinto sem resolução do mérito. Para que algumas ações judiciais
possam ser ajuizadas, a lei exige a prestação de caução ou outra prestação.
Caso o autor não preste caução ou não ofereça a prestação exigida, o
advogado do réu, ao contestar, suscitará esta preliminar, sob pena de extinção
do feito.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça: o
autor que não pode arcar com as despesas e custas processuais faz jus
aos benefícios da justiça gratuita. Deverá comprovar por meio de
documento que é pessoa pobre na acepção jurídica do termo. Se o juiz
conceder a justiça gratuita, e o réu souber que o autor tem condições de
suportar o ônus das custas e despesas processuais poderá, em sede de
preliminar da contestação, demonstrar que a concessão do benefício de
justiça gratuita é indevida.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A defesa material ou de mérito classifica-se em:
a) defesa de mérito de forma direta: o réu resiste
diretamente ao fato constitutivo ou ao direito alegado pelo
autor. Este deve comprovar a veracidade dos fatos alegados.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
b) defesa de mérito de forma indireta: reconhecimento
pelo réu da existência de fato jurídico alegado pelo autor,
mas com a apresentação de um fato novo que modifica,
impede ou extingue o direito do autor.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Depois da contestação, só é permitido ao réu deduzir novas alegações,
quando:
a) relativas a direito ou a fato supervenientes: é possível defesas
novas, depois de protocolado a contestação, quando os fatos novos
estiverem apoiados em direito superveniente à própria contestação, isto é,
direito que somente se constituiu ou se integrou posteriormente a esta.
Assim, por exemplo, os aluguéis, as rendas, as prestações periódicas em
geral, que se tornaram exigíveis somente depois da contestação.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
b) competir ao juiz conhecer delas de ofício: é permitido ao
réu aduzir novas alegações mesmo depois do prazo da
contestação, quando se verificar que assistia ao juiz tomar
conhecimento delas de ofício, como é o caso, por exemplo, de
nulidades absolutas, ou o surgimento de fato constitutivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor;
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
c) por expressa autorização legal, puderem ser
formadas em qualquer tempo e juízo: nesse caso, são
defesas que podem ser formuladas em qualquer fase do
processo, como a prescrição, a incompetência absoluta do
juízo etc.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
RECONVENÇÃO – Art. 343 do CPC
Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento
da defesa.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 343, § 1º, do CPC
§ 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na
pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo
de 15 (quinze) dias.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 343 do CPC
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa
extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao
prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 343, § 2º, CPC
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa
extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao
prosseguimento do processo quanto à reconvenção.