Os Numeros

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  • OS NMEROS

    JOS LARCIO DO EGITO

  • 2

    AGRADECIMENTOS:

    Dedico este livro aos colaboradores:

    Carlos Dassaev - pela dedicada colaborao para a publicao deste trabalho.

    Prof. Arthur Buchsbaum - pelo quanto tem colaborado na organizao dos nossos temas.

    Filipe Lima Pelo zelo que tem dedicado ao nosso trabalho.

    Pela V O H

    JOS LARCIO DO EGITO.

  • 3

    S I M B O L O G I A ............................................................................................................................................................. 5

    O SIMBOLISMO DOS NMEROS ...................................................................................................................................... 11

    A ORIGEM DOS NMEROS .............................................................................................................................................. 17

    OS NMEROS E A CREAO ............................................................................................................................................ 19

    PROPRIEDADE DOS NMEROS ........................................................................................................................................ 21

    O LADO OCULTO DOS NMEROS .................................................................................................................................... 24

    O CONTEDO DO VAZIO.................................................................................................................................................. 27

    SIMBOLISMO GEOMTRICO DOS NMEROS ZERO, UM, DOIS E TRS.............................................................................. 30

    GNESE DA RVORE DA VIDA E DOS NMEROS .............................................................................................................. 35

    O VAZIO E O UM ............................................................................................................................................................ 40

    O UM E A CONSCINCIA .................................................................................................................................................. 43

    A UNICIDADE ................................................................................................................................................................... 47

    ESTUDO DO UNISMO ...................................................................................................................................................... 50

    A UNIFICAO ................................................................................................................................................................. 52

    A POLARIZAO DO UM.................................................................................................................................................. 57

    A POLARIDADE ANTE O INFINITO .................................................................................................................................... 60

    ASPECTOS DA MULTIPLICIDADE ...................................................................................................................................... 63

    O DIVINO TRS ................................................................................................................................................................ 66

    A TRINDADE DO UM ........................................................................................................................................................ 70

    O PRIMEIRO TRINGULO DAS NOVE VIRTUDES. .............................................................................................................. 74

    O SEGUNDO E O TERCEIRO TRINGULO DAS NOVE VIRTUDES ........................................................................................ 77

    MISTRIOS DO NMERO QUATRO .................................................................................................................................. 82

    A CRUZ E O NMERO QUATRO........................................................................................................................................ 86

    A SUSTICA E OS MISTRIOS DO NMERO QUATRO ....................................................................................................... 89

    QUADRADOS MGICOS................................................................................................................................................... 93

    O QUADRADO MGICO DE SALOMO ............................................................................................................................ 97

    ESTUDO DO NMERO CINCO ........................................................................................................................................ 101

    MISTRIOS DO NMERO CINCO - O PENTAGRAMA. ...................................................................................................... 105

    ENSINOS DE SALOMO QUALIDADES DO HOMEM PERFEITO ..................................................................................... 105

    O VERDADEIRO HOMEM ............................................................................................................................................... 105

    MISTRIOS DO NMERO CINCO - A QUINTESSNCIA ............................................................................................... 109

    MISTRIOS DO NMERO CINCO O GIRO DO UNIVERSO .............................................................................................. 112

    MISTRIOS DO NMERO CINCO A MO ..................................................................................................................... 117

    MISTRIOS DO NMERO SEIS ........................................................................................................................................ 120

    MISTRIOS DO SEIS PRONTIDO E PRUDNCIA .......................................................................................................... 123

    MISTRIOS DO SEIS PACINCIA E PERSEVERANA ...................................................................................................... 126

    MISTRIOS DO SEIS - A PERFEIO ............................................................................................................................... 129

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    MISTRIOS DO SEIS - A PEDRA CBICA .......................................................................................................................... 131

    MISTRIOS DO SEIS - O HEXAGRAMA ...................................................................................................................... 133

    MISTRIOS DO NMERO SETE ....................................................................................................................................... 137

    OS SETE PASSOS DA SENDA. .......................................................................................................................................... 141

    MISTRIOS DO NMERO SETE - O NMERO DA CRIAO ............................................................................................ 147

    MISTRIOS DO NMERO OITO ...................................................................................................................................... 151

    MISTRIOS DO NMERO NOVE ..................................................................................................................................... 156

    MISTRIOS DO NMERO DOZE ..................................................................................................................................... 160

    MISTRIOS DO NMERO DOZE A MAGIA DAS HORAS ................................................................................................ 164

    OS NMEROS - ALM DO NOVE .................................................................................................................................... 167

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    S I M B O L O G I A " A APARNCIA ESMAGA A PRPRIA VERDADE ".

    SIMNIDES

    1978 - 3326

    T E M A 0.9 1 0

    Quando se fala de smbolo comum pessoa no levar em considerao o assunto, em decorrncia da ligao que logo ela estabelece com os sistemas mstico-religiosos, contudo os

    smbolos vo muito alm da notao metafsica. Os smbolos so representaes atravs de

    objetos, sons, conceitos, esculturas, sinais grficos, etc. atravs dos quais idias podem ser

    expressas, constituindo-se assim instrumentos indispensveis para qualquer tipo de

    comunicao.

    Na palestra seguinte veremos as origens dos smbolos; nesta visamos fundamentalmente mostrar que eles no so apenas sinais cabalsticos e coisas assim. Pelo contrrio, a vida

    humana depende diretamente das representaes simblicas.

    Os smbolos eram muito importantes para os povos primitivos porque no eram expresses de supersties, e isto pode ser justificado pela capacidade de agir como

    demonstram os mecanismos parapsicolgicos atualssimos.

    O que vem a ser um smbolo? - Um smbolo uma representao de uma idia qualquer, mais comumente por meio de representaes grficas.

    Mesmo que vivamos completamente envolvidos num mar de smbolos, a maioria das pessoas ignora isto completamente por no perceber o quanto eles so importantes, o que faz

    com que jamais os aceitem por julgarem coisas insignificantes.

    Temos convico de que o homem moderno no sobresistiria sem os smbolos porque a vida nesta poca no pode de forma alguma prescindir deles. Hoje, bem mais do que na

    Antigidade, os smbolos fazem parte do dia a dia de cada um. Bem mais do que em pocas

    pregressas da humanidade, eles so indispensveis, pois o uso deles vai desde simples

    anotaes grficas at os altamente sofisticados programas de informtica.

    Analisemos como os smbolos participam de todas as nossas atividades atuais:

  • 6

    A ESCRITA

    O homem primitivo sentindo a necessidade de estender as idias para alm dos limites do alcance da sua voz, tanto no espao quanto no tempo, utilizou como meio de perpetuao de

    um evento alguma forma de escultura ou de desenho. Para perpetuar algo, ou mesmo como

    curiosidade, ele gravava a forma dos animais e das coisas conhecidas. A seguir ele viu que era

    possvel gravar no s a forma das coisas, mas tambm uma ao, como por exemplo, uma

    caada ou uma luta. Para isto evidentemente teve que utilizar desenhos mais complexos. Com o

    passar do tempo foram sendo estabelecidas simplificaes na representao de uma idia por

    meio de um desenho grfico ou por algum objeto, e assim nasceu a escrita ideogrfica, ainda

    utilizada hoje especialmente na China.

    Em nossa civilizao ocidental, como exemplo de um ideograma, podemos tomar um smbolo muito conhecido, a Cruz. Este desenho simples transmite uma idia tanto mais ampla,

    complexa, completa e profunda, tanto maior quanto maior for o conhecimento da pessoa quanto

    ao tema representado pelo referido smbolo.

    Na cruz, por exemplo, uma pessoa pode sentir uma infinidade de idias. Pode associ-la ao Cristo, sua doutrina, sua moral, bondade, ensinamentos, sofrimento, etc., enquanto outra

    pessoa pode ter uma idia completamente diferente e at mesmo inversa disso tudo conforme o

    que haja aprendido a ligar Cruz.

    Se, por um lado, um ideograma fala amplamente, por outro lado ele apresenta-se insuficiente quando se deseja preciso naquilo que se quer expor. Por isto a escrita ideogrfica

    evoluiu para uma outra forma diferente em que em vez de ser usado um desenho da coisa

    propriamente passou-se a empregar um sinal para representar os sons, cujas associaes

    formam as palavras.

    Disto nasceram as letras em substituio aos ideogramas; smbolos representativos no de idias completas, mas simplesmente dos sons constitutivos das palavras.

    Cada letra um som, portanto a letra nada mais do que uma representao simblica de um som constitutivo da parte de uma palavra.

    Neste ponto j podemos antever como apenas com a escrita o homem passou a viver mergulhado num "oceano" de smbolos.

    Um texto escrito, para um analfabeto parece uma sucesso interminvel de risquinhos sem sentido algum e mesmo tolos. Mas, para aquele que sabe ler, aqueles risquinhos tomam

    vida, absorvem as funes intelectivas e despertam sentimentos e emoes na mente do leitor

    despertam estados psicolgicos os mais diversos, pois aqueles smbolos juntos podem

    transmitir uma variedade enorme de conceitos e idias.

    Quando algum desenha smbolos literais, quando dispe aqueles smbolos de uma maneira conveniente, pode estar compondo um livro cuja leitura pode conduzir a pessoa a um

    estado total de abstrao do mundo real, pois ele passa a integrar as cenas e o ambiente

    descrito. Aquele estado uma condio imposta pela leitura que age como elemento condutor.

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    Quando algum passa diante dos olhos uma sucesso de smbolos constitutivos de uma obra literria acontece que a pessoa pode sentir alegria, tristeza, dio, erotismo, felicidade e

    todas as emoes existentes. Quem verdadeiramente evoca todos esses estados interiores? -

    Certamente a leitura, o texto escrito. Ora, qualquer texto nada mais do que uma sucesso

    de smbolos grficos.

    LOGOGRIFOS:

    As marcas dos produtos comerciais, dos clubes, das naes; as bandeiras nacionais dos pases, municpios, estados e organizaes, nada mais so do que linguagens simblicas.

    O que algum sente se ver a bandeira da sua ptria ser destrudo? - Em essncia qualquer bandeira nada mais do que certa poro de tecido acrescido de tintas; mas eis que

    surge nela um sentido diferente devido exatamente ao valor que se lhe atribui como smbolo,

    sendo assim a pessoa se inflama segundo o modo como ela for tratado.

    A flmula de um clube de futebol desperta no torcedor toda uma histria de lutas, derrotas e glrias, e isto constitui a "alma simblica" da organizao, mas uma flmula nada

    mais do que um smbolo.

    A MSICA

    A msica escrita nada mais do que uma forma de linguagem simblica representativa dos tons, ritmos, etc. Um meio simblico representativo de ritmos e melodias. Algo mais

    requintado do que a escrita simples das palavras, mas tambm se constitui uma forma de

    linguagem simblica. Cada nota simboliza um som. Quando algum compe, isto , quando

    algum dispe aqueles smbolos musicais sob uma maneira conveniente muita coisa vai ser

    transmitida, ou mesmo produzido, para deleite de qualquer outra pessoa habilitada para

    reproduzi-la, compreend-la e senti-la.

    Com este exemplo da msica escrita demonstra-se praticamente que os smbolos podem no s transmitir, mas tambm criar estados especiais de conscincia e de humor.

    A msica, por exemplo, alegra ou entristece, pode at nos fazer chorar. Portanto o uso adequado dos smbolos que representam as notas musicais inegavelmente traz a capacidade de

    criar algo na mente dos seres.

    A MATEMTICA:

    Esta cincia usa muitos smbolos para a representao de valores, e quanto mais avanada ela se torna, mais smbolos requerem para a indicao dos valores abstratos.

    A QUMICA:

    Entre todas as cincias, a que mais usa smbolo, talvez, seja a qumica, onde todos os elementos, todas as substncias, aes e reaes entre as substncias so indicados por meio de

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    letras e outros sinais grficos. A representao das substncias se faz pela frmula qumica, os

    detalhes variam, as formulas se complicam, e os smbolos dos elementos constitutivos se

    agrupam de forma a representarem a prpria estrutura atmica.

    A qumica criou uma linguagem simblica prpria graas qual um qumico pode escrever uma srie de reaes com letras, sinais vrios, sem nenhum sentido para o leigo, mas,

    perfeitamente claros e lgicos para outro qumico independentemente das barreiras lingsticas

    que possam existir.

    Dentro da qumica o tomemos um exemplo:

    Se uma pessoa ignorante da existncia da linguagem simblica da qumica solicitasse um explosivo a um cientista, se fosse atendido este por certo desenharia num papel uma srie

    de smbolos, letras, setas e sinais grficos vrios, sem qualquer sentido aparente para o leigo.

    Este, recebendo aquele papel e levando-o para distante, entregando-o a um outro qumico, ele

    desenvolveria o explosivo. Certamente o leigo iria obter do segundo qumico aquilo que

    solicitou ao primeiro. Por este exemplo vemos que se a pessoa fosse totalmente ignorante

    quanto existncia dessa linguagem por certo poderia de inicio pensar que se tratava de uma

    loucura aquela srie de sinais sem sentido algum para ele, mas quando visse o resultado obtido

    pelo segundo qumico, certamente passaria a julgar que naquele papel havia alguma forma de

    magia ou arte demonaca qualquer.

    Vamos mais longe afirmando que a vida moderna exige uma comunicao entre os seres humanos e as mquinas, assim dependemos do dia mais dos computadores.

    Os computadores requerem uma forma de linguagem entre eles e o homem O elemento que torna possvel esse tipo de comunicao, o programador trabalha de certa forma com

    smbolos. Aquele que codifica nas linguagens dos computadores as questes propostas pelo

    homem. Programar" equivale transformar a linguagem humana na linguagem da maquina. Qual essa linguagem? - H vrias, inicialmente a mais comum foi a dos cartes perfurados,

    um verdadeiro desenho, um labirinto de pequenos furos num carto especial. Algum que

    desconhecesse a natureza daqueles cartes e os visse certamente catalogaria como uma

    mensagem simblica, pois em essncia aquilo uma linguagem gravada de forma tanto ou

    quanto simblica. Atualmente so usadas linguagens muito mais simples, porm todas

    basicamente so simblicas.

    MENSAGENS:

    Outra razo de ser do simbolismo sem dvidas a de guardar por meio de um desenho simples uma grande quantidade de ensinamentos.

    Aps essas consideraes em que tentamos demonstrar que os smbolos esto ligados intimamente a todas as pessoas, que a vida moderna no poderia existir como tal sem eles; que

    so capazes de exercerem um papel ativo e passivo, que so capazes de provocar efeitos os

    mais diversos na mente e estados psicolgicos os mais variados, vamos agora abordar uma

    outra face do problema.

    Os smbolos podem servir como uma forma de linguagem oculta para transmisso de conhecimentos velados. Exatamente neste campo que se constituem uma verdadeira

    linguagem para os ensinamentos perseguidos atravs dos tempos.

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    Nada foi to perseguido durante o evoluir da histria do que a verdade. Muitas organizaes polticas e religiosas, sempre visando interesses prprios os mais diversos,

    desvirtuaram a histria, adulteraram informaes e desviaram linhas de pensamento. No

    somente no tocante as verdades histricas, como tambm s verdades cientficas;

    conhecimentos os mais variados da sabedoria milenar foram perseguidos para que tudo se

    amoldasse a determinadas linhas de pensamento. Escolas filosficas inteiras foram perseguidas

    e eliminadas. Essa situao, em determinadas pocas, atingiu o clmax quando os sabedores de

    certos ensinamentos autnticos, de certas verdades metafsicas e cientficas, foram

    sumariamente eliminados para que nenhuma dvida pudesse ser levantada quanto quilo que

    era ensinado como verdades oficiais.

    As causas dessa forma de atuao de certos grupos dominantes fazem parte dos grandes segredos das Fraternidades Iniciticas e que no podemos mencionar nesta palestra por serem

    revelaes profundas que requerem um conhecimento prvio de outras verdades menores.

    Assim sendo, as Fraternidades Iniciticas visando perpetuao dos conhecimentos arcanos, das grandes verdades, dos grandes mistrios" das coisas, procuraram criar uma forma velada de linguagem. Uma forma em que pudessem ser gravados certos conhecimentos de

    maneira a serem passveis de interpretao somente para aqueles que fossem iniciados. Por isto

    havia necessidade de uma forma de linguagem atravs de smbolos no susceptveis de serem

    interpretados pelo mundo profano e pelas autoridades dominantes inimigas do saber.

    Por essa razo certos ensinamentos foram sendo gravados por meio de uma sucesso de smbolos, velando assim os ensinamentos completos que no deviam ser diretamente gravados

    em palavras, porque se o fossem, alm de confundirem os prprios iniciados no

    suficientemente preparados, seria uma forma de expor queles grupos insnia dos

    perseguidores da luz e da verdade. Neste caso os smbolos funcionavam como uma forma de

    linguagem oculta.

    Como era neste caso utilizada a simbologia? - Suponhamos, um assunto muito longo ensinando sobre a origem do universo era dado em aulas extensas de boca para ouvido nos

    templos iniciticos e no final tudo, aquilo ficava explcito num smbolo mnemnico, em sinais,

    ou algo aparentemente inocente. Algumas daquelas informaes ensinadas assim, hoje so

    verdades cientficas, porm muitas outras a cincia oficial nem sequer sabe ainda da sua

    existncia.

    Certas verdades perigosas em seu contexto, necessariamente eram registradas assim, para evitar os problemas que poderiam causar.

    Tomemos um exemplo hipottico: suponhamos uma guerra nuclear com todo um sqito de desastrosas conseqncias. O que sobrasse da humanidade teria dois caminhos para

    serem seguidos: Um era fazer a qualquer preo apagar todo o conhecimento sobre tomos,

    desviando qualquer tipo de estudo naquele campo, criando a idia de tabu" ou de "pecado" para indagaes a respeito da constituio ntima da matria para evitar que num futuro tudo

    viesse a se repetir. O Outro meio seria outro meio negar a verdade para uns e ensina-la para

    outros, mantendo assim o sistema sob um rgido controle. Esta maneira foi a adotada pelas

    Escolas Iniciticas. Ensinavam-se certas verdades aos iniciados segundo a evoluo de cada

    um. Ensinava-se de boca para ouvido e, como meio de memorizao e perpetuao do saber,

    usava-se um desenho representativo de todo o conhecimento. Criavam-se smbolos

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    representativos que somente dissessem alguma coisa para aqueles que houvessem recebido

    certa forma de iniciao.

    A interpretao daquele smbolo seria o desvendar de todo um conhecimento. Esta a parte mais importante do simbolismo oculto das ordens Iniciticas.

    Cada smbolo representa uma verdadeira lio. Temos ali a imagem de um tringulo, l a de uma estrela, em outra parte a de um olho, etc. Simplesmente isto nada diz par o leigo, para

    o "pseudo-iniciado" (Chamamos pseudo-iniciado aquele que admitido nas Sociedades

    Iniciticas, mas que por no merecer ou no querer jamais penetrou em qualquer mistrio

    simblico verdadeiro) O olho j oferece certo significado, embora superficial para alguns.

    O olho representa a viso divina observando contentemente cada pessoa. Isto certo, mas h lago mais, h no olho simblico um sentido metafsico extremamente alto em que ensinada a

    verdadeira natureza do Universo.

    Partindo do "olho" o iniciado pode falar horas a fia sobre os princpios universais, sobre a gnese das coisas, o seu evoluir e a sua prpria natureza. Para se falar do olho inicitico

    seriam necessrias vrias palestras e mesmo assim no seria dito tudo a respeito dos

    ensinamentos metafsicos nele representados.

    Este apenas um dos smbolos existentes nas Fraternidades Iniciticas, inmeros outros existem e cada um representa verdades eternas.

    Nenhuma biblioteca universitria engloba tantos conhecimentos filosficos, metafsicos e histricos, quanto queles smbolos.

    Falar sobre os smbolos hermticos levaramos muito tempo. Se muitos no aceitam isto como verdade, no importa, procurem antes estudar a simbologia e por certo aps alguns

    decnios tero mudado essa opinio, e por certo passaro a ter dvidas se uma existncia inteira

    basta para dominar uma fatia aprecivel dos conhecimentos arcamos contidos nos smbolos

    hermticos.

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    O SIMBOLISMO DOS NMEROS

    NMERO UM DOIS TRS

    "O NICO MISTRIO DO UNIVERSO O MAIS E NO O MENOS..."

    FERNANDO PESSOA

    1975 - 3328

    T E M A 0. 0 7 6

    Nestas palestras iniciais apresentaremos alguns conhecimentos msticos bsicos sobre o simbolismo dos nmeros. Focalizaremos alguns conhecimentos j ensinados pelas cincias hermticas,

    alm de outros ainda no divulgados.

    Iniciaremos pelos trs primeiros nmeros conforme so estudados pelos msticos. Procuraremos discuti-los usando alguns exemplos de carter prtico, fugindo tanto quanto possvel daquela

    linguagem velada que normalmente usado na divulgao de conhecimentos esotricos, para que

    certas dvidas e erros possam ser eliminados da compreenso dos discpulos da senda.

    Sabemos que grande nmero de estudantes da senda tem dvidas quanto ao significado esotrico dos nmeros, e o que pior, muitos tm idias errneas a respeito , ou simplesmente no entendem o

    real significado dos trs primeiros nmeros.

    As idias deformadas derivam, segundo o nosso entender, da leitura de muitos livros que mais confundem as pessoas do que ensinam as verdades do misticismo, por isto no sem razo que as

    ordens autnticas recomendam muito cuidado quanto aquilo que oferecido em forma de livros

    aparentemente srios.

    Nossa inteno dar respostas s indagaes que nos tm sido feitas sobre os princpios ensinados pelas Ordens Iniciticas usando uma linguagem clara, fcil e lgica, para que a matria seja

    acessvel ao buscador de forma que ele possa ter alguma compreenso metafsica inerentes natureza

    das coisas. Da maneira como o assunto atualmente vem sendo exposto em alguns livros, o buscador

    certamente nada consegue entender, acaba perdendo o seu precioso tempo, ou pior ainda fica sujeito a

    confundir verdades com supersties como conseqncia de ensinamentos deformados de numerologia.

    Procuraremos usar uma forma de linguagem simples, com exemplos fceis e claros, pois na natureza a verdade jamais complexa. Onde h complexidade indubitavelmente h erros. As leis

    naturais so fundamentalmente simples e isso se comprova medida que elas so devidamente

    estudadas.

    No passado um tanto remoto os algarismos, assim como as letras, traziam um duplo sentido. Um sentido exotrico, comum, o que todos entendiam, profano, tcnico, e concomitantemente um sentido

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    essencialmente esotrico, isto , um sentido oculto acessvel s aos membros das sociedades iniciticas.

    Em outras palavras, os algarismos tinham um sentido profano usado como meio de contagem, e um

    sentido inicitico indicativo de mensagens veladas.

    Nesta palestra nosso intento fazer alguns comentrios preliminares sobre o significado oculto dos nmeros tentando retirar parte do vu de mistrios que envolvem o sentido esotrico do l, 2 e 3,

    sem nos aprofundarmos, porm nesses ensinamentos para no fazermos revelaes no liberadas s

    pessoas no iniciadas.

    N M E R O UM

    Esotericamente se diz que o UM no por si mesmo manifesto e por isto ele no tem existncia real para o nosso intelecto. Vejamos o que isto significa.

    Quem observar um pssaro pousado sobre um cabo eltrico facilmente nota que nunca acontece uma eletrocusso. No acontece porque a ave no est ligada a terra, ou a um outro fio com diferena

    de potencial. Quando o pssaro est pousado em apenas um dos fios nada acontece com ele porque a

    eletricidade est para ele em fase que podemos chamar "fase um". Somente quando uma outra situao

    se estabelece, que a presena de um segundo fio por onde tambm escoe corrente eltrica com um

    diferente nvel (diferena de voltagem), que acontece algo, isto , a eletricidade se torna manifesta e

    passa a existir realmente para a ave. No sendo assim ela no sofre a mnima ao de qualquer coisa

    que exista ou que ocorra no fio em que est pousada.

    Algum que esteja sem contato com um segundo cabo ou com o solo no tem condies de saber diretamente se este est ou no est eletrificado. absolutamente impossvel sab-lo, pois, naquela

    situao o fio simplesmente um arame.

    Vale notar o seguinte; mesmo que a ave nada sinta, ou que uma pessoa nada sinta, mesmo assim no h garantia de que um determinado fio esteja sem corrente. Absolutamente, o que ocorre que

    apenas no h manifestao da corrente por falta de meios para evidenci-la. Pode acontecer que entre

    o fio e o solo, ou que entre um fio e outro haja diferena de potencial, haja diferena de voltagem,

    ento quando um contato for estabelecido com aquele segundo elemento, que surgir o "choque

    eltrico", a descarga eltrica se tornar real. Enquanto no houver o segundo elemento nada se saber a

    respeito da presena ou no da corrente. Corrente eltrica em UM s fio, mesmo que em elevadssimo

    nvel de intensidade, no aquele uma resistncia eltrica, no acende uma lmpada, no faz girar um

    motor e nem gerar qualquer tipo de trabalho. Para que ela faa tais coisas necessria a presena de um

    SEGUNDO fio. Por esse exemplo podemos dizer que a corrente eltrica est para o pssaro numa

    primeira condio, numa condio UM.

    Evidentemente no fio existe algo, que a pessoa no se d conta. Tomando-se UM s fio indiscutivelmente nele poder "existir eletricidade", contudo esta estar imanifesta, razo pela qual no

    possvel se ter percepo direta dela.

    Se numa sala escura colocarmos qualquer objeto negro, evidentemente este no ser visvel. Ele se comporta como se no existisse, embora esteja l. Porm se clarearmos o objeto negro ento ele se

    tornar visvel.

    Na primeira situao ele est na fase UM em relao conscincia, e quando clareamos criamos uma condio oposta, isto , introduzimos o elemento DOIS que permite que o objeto (elemento UM)

    se torne visvel. A recproca verdadeira, se clarearmos a sala o objeto aparecer e passar a existir

    para a conscincia objetiva.

    Para demonstrao prtica da imanifestao de algo em condio UM, sugerimos o seguinte experimento: Tome um recipiente de vidro, uma lmina de vidro que possa ser colocada dentro do

    recipiente, e uma certa quantidade de gua limpa. Em seguida coloque a gua no recipiente e a lmina

  • 13

    de cristal dentro dele. Ento, se verificar que a lmina aparentemente some, como que desaparece, isto

    , a pessoa deixa de se dar conta dela, como se a lmina desaparecesse, deixasse de existir para o

    observador. Porm, se for modificada a cor da lmina condio DOIS ou a cor diferente da gua ento a lmina se tornara visvel. Criando-se uma segunda condio oposta primeira cor da lmina ento o evento se torna conscientizvel, se torna visvel. No primeiro caso a lmina fase UM em

    relao ao meio liquido em que est imersa. Tambm poderia ser derramado um corante no recipiente o

    que faria com que a lmina de vidro se tornasse visvel. O corante age com segundo elemento o DOIS sem o qual o evento no detectado diretamente pelo sentido da viso. Erroneamente algum poder julgar que neste experimento o resultado decorrente de uma incapacidade ou limitao da acuidade do

    sentido visual, contudo no isto, pois se trata na verdade da aparente inexistncia objetiva de qualquer

    fenmeno em fase UM.

    Examinemos o problema com outro exemplo. A produo de energia hidreltrica. Suponhamos um lago em uma plancie. Lago e terra sem qualquer potencial utilizvel. Ento elevemos o lago para

    um planalto e surgir potencial hidreltrico capaz de gerar energia. Lago e terra nos dois casos, porm

    na ltima situao h o acrscimo de uma segunda situao (DOIS) que o desnvel. O lago pode ser o

    mesmo, ele pode no mudar em nada quanto a sua natureza de uma para outra situao. A nica

    diferena que no segundo caso foi introduzida uma situao a mais, independentemente da natureza

    prpria do lago.

    No reino animal, ns vamos encontrar o princpio da imanifestabilidade do UM exatamente no mimetismo dos animais. Mimetismo a capacidade que tm certos animais de tomar as cores do

    ambiente para se camuflarem e no serem percebidos pelos predadores. Certos lagartos e insetos

    confundem-se com o meio ambiente tornando-se "invisveis" ao assumirem a mesma cor da superfcie

    em que repousam. Forma um conjunto de uma s cor, razo pela qual torna-se de difcil visualizao

    objetiva. Em essncia o que acontece naquela situao que o animal se torna uno com o meio, ou seja,

    ele fica na fase UM em relao ao ambiente.

    A partir desse ponto queremos salientar algo muito importante. O UM no significa esotericamente algo inexistente. A fase UM existe realmente, mas apenas ela no pode ser diretamente

    conscientizada. Nos exemplos que demos fcil admitir que a eletricidade existe num s fio, que a

    lmina embora invisvel existe no recipiente, que o animal embora oculto existe verdadeiramente sobre

    a superfcie com a qual se confunde. Por meio de instrumentos que sejam capazes de estabelecer

    alguma forma de contraste o UM se torna detectvel. Assim sendo podemos afirmar que a fase UM

    existe, mas nunca ela detectada diretamente. Quando um instrumento a detecta porque o seu

    mecanismo estabeleceu alguma forma de contraste, de oposio, que se constituiu uma segunda

    condio.

    Agora suponhamos um hipottico pas em que s houvesse uma temperatura uniforme para todas as coisas. Em conseqncia, aquilo que chamamos temperatura jamais seria conscientizado l. Nunca

    as pessoas se aperceberiam de algo para denominar temperatura onde ela s se manifestasse em UM s

    nvel. Naquele lugar os seres somente teriam conscincia de temperatura se houvessem variaes

    trmicas. Se tudo tivesse uma s temperatura, se todos os climas e todos os objetos tivessem uma

    temperatura uniforme, constante, digamos 20 C., as pessoas por certo no teriam conscincia dela e

    evidentemente no criariam sequer uma palavra, e muito menos um aparelho, para medir temperatura.

    Mas, mesmo as pessoas no se dando conta da existncia da temperatura, mesmo assim aquele nvel de

    calor existia. Tanto isto verdade que se algum de um outro lugar onde existissem variaes trmicas

    l chegasse ele teria por certo se daria conta da temperatura ambiente e at poderia determin-la por

    meio de um termmetro. Para os nativos no haveria conscincia de calor, de modo algum eles

    poderiam entender aquilo que o visitante estivesse falando ou medindo, pois somente conhecendo um

    nvel trmico que eles teriam conscincia de calor. Este seria UM para eles. Certamente nunca se

    usaria um termmetro num hipottico mundo de uma s temperatura, pois, se descendncia ali o calor,

  • 14

    jamais surgiria a necessidade de medi-la e de construir um instrumento para medir algo que nem sequer

    suspeitava-se existir. Este tipo de descoberta s poderia ser feito por raciocnio dedutivo e no por

    registro objetivo.Temperatura uniforme 20 C seria fase UM.

    Como podemos ver, a primeira manifestao de qualquer coisa exatamente aquilo que se pode definir como o um esotrico.

    Se todas as coisas do mundo, por exemplo, fossem igualmente verdes ningum se aperceberia daquilo que chamamos cor, embora ela existisse realmente. Se num dado momento surgisse uma outra

    cor, o azul, por exemplo, s ento as pessoas se aperceberiam de que algo estava existindo, perceberia

    que duas coisas estavam existindo, o verde e o azul, e ento haveria a conscincia de cor.

    Diante de uma situao isolada nunca ser perceptvel a fase um por isto se diz que o um no tem existncia real. Tem existncia num sentido absoluto como uma atualidade pois desde que passvel de ser detectado dedutivamente, ou por meio de instrumentos, etc., mas num sentido relativo,

    isto , em relao conscincia objetiva dos seres tudo se passa como se no existisse.

    O UM representa a primeira fase da evoluo de qualquer coisa que s se torna manifesta e conscientizvel quando surge uma diferena de nvel, uma polarizao, uma segunda situao que lhe

    sirva de contraste.

    NMERO DOIS

    Para que algo seja conscientizado necessria uma segunda condio, ou seja, uma fase dois. Vamos chamar dois aquela condio que surge para complementar a manifestao da fase um. Nos

    exemplos dados a fase dois o solo ou o segundo fio com diferena de potencial, no exemplo da ave;

    a modificao de colorao do liquido ou da lmina; o desnvel no do lago, etc. O pssaro s ser

    eletrocutado com o surgimento de uma segunda dois condio, se tocar um outro fio; o lago s ter potencial hidreltrico se estiver num nvel elevado e o animal mimetizado s ser visto se surgir um

    contraste entre ele e o ambiente.

    Agora vale notar que a fase dois complementa a fase um, mas no de natureza diferente. A fase dois sempre de idntica natureza da fase um. S se tem idia daquilo que se chama "grande" porque

    existe o seu oposto, o "pequeno; o escuro s percebido porque existe o seu oposto, o claro; o bom, porque existe o ruim; o bonito, porque existe o feio; o rico porque existe o pobre, e assim por diante.

    Como se pode perceber, o dois o contraste do um. Sem o dois o um pode existir, mas no pode ser conscientizado, no pode se manifestar objetivamente por falta de um contraste. O um existe sem se

    manifestar, sem que se tenha conscincia da sua existncia at que surge a fase dois que o seu oposto.

    O dois por si s tambm no se manifesta, pois equivalente ao um. necessrio salientar que a fase

    dois oposta fase um, mas ambos nunca so de naturezas diferentes. So idnticas em natureza, mas

    situados em extremos opostos. O UM e o DOIS constituem apenas plos opostos de uma mesma coisa.

    Pensemos profundamente no seguinte: quantas coisas devem existir no Universo, mesmo em torno de ns, das quais no temos a menor conscincia, exatamente por estarem na fase um em relao

    a ns.

    Nos dois fios eltricos citados no existem coisas diferentes em cada um deles e sim uma mesma coisa, que o fluxo de eltron. O que acontece que num dos fios o fluxo mais intenso em um que

    em outro. Disto decorre que quando se toca ao mesmo tempo nos dois fios h uma corrente de eltrons

    oriundo do fio de maior fluxo para o de menor fluxo, mas em ambos a coisa a mesma, to somente

    fluxo de eltron. O lago, tanto no planalto quanto na plancie, uma mesma coisa, gua e terra. Toda

    diferena reside no desnvel que faz a gua fluir do ponto mais elevado para o menos elevado. O

    grande e o pequeno so uma mesma coisa, pois aquilo que sobra em um corresponde exatamente aquilo

    que falta no outro.

  • 15

    Se todos os vales da terra fossem preenchidos, se pusesse terra neles, as montanhas desapareceriam tambm. Na montanha sobre terra, no vale falta terra.

    Algum mau, por no possuir bondade; pobre por no possuir riquezas; baixo por no ter altura; feio por no possuir beleza, etc. Adicione-se altura ao baixo, ele se tornar alto; bondade ao

    mau, ele se tornar bom; riqueza ao pobre, ele se tornar rico. Tire tamanho de uma coisa alta e ele se

    tornar baixa. Assim os opostos, o um e o dois so idnticos em natureza.

    Vemos tambm que o um e o dois se completam e se comportam como plos opostos e disto aplicao da Lei da Polaridade presente em todo o Universo Creado.

    Para que a temperatura seja notada preciso que existam pelo menos duas graduaes de calor. Para que o dia seja notado necessria uma situao oposta ao dia fase um que a noite fase dois e ento a pessoa se d conta daquilo e assim surge a necessidade de uma denominao para as duas

    situaes opostas. Mas, dia e noite, em essncia, uma mesma coisa. Noite a ausncia do dia e vice-

    versa. Isto sempre vlido, para que algo exista no atendimento da nossa conscincia objetiva h

    necessariamente a obrigatoriedade de um contraste entre duas ou mais situaes. H necessidade de

    duas condies que se oponham para que algo tenha existncia real para a nossa conscincia objetiva.

    A mente objetiva analgica, isto s percebe por analogia, por comparao entre dois valores. A

    pessoa s se d conta da existncia da luz porque existe a treva como seu oposto, e vice-versa. Treva e

    luz uma mesma coisa porem em polaridades opostas.

    Qualquer coisa sem o seu oposto como se no tivesse existncia para ns. Assim so todas as coisas existentes no Universo.

    NMERO TRS

    Vimos que ao surgir a fase dois a pessoa se d conta da existncia da fase um, isto , o um se torna manifesto quando surge o dois e imediatamente surge sempre um elemento trs, uma terceira

    condio. Podemos dizer que o trs o se dar conta de.

    O pssaro est pousado em um fio e nada acontece a ele, mas quando surge o contato com o segundo fio dois imediatamente surge a terceira trs condio que a corrente eltrica capaz de provocar uma eletrocusso. Quando aquela lmina de cristal est mergulhada na gua ela est invisvel,

    mas quando posto um corante no lquido fase dois que determina uma diferena de cor entre o lquido e o cristal, imediatamente surge a conscincia de algo fase trs a lmina de cristal. Na comparao entre a condio que se chama "bem" e aquela que se chama "mal" surge a terceira

    condio que a idia de bondade, e assim por diante.

    Sempre que se estabelecem duas polaridades em alguma coisa haver simultaneamente uma terceira condio representada, no mnimo, pela conscientizao do evento.

    Foi exatamente dessa interao entre trs condies, valores interligados, que as Doutrinas Msticas tiraram o Simbolismo do Trinculo. Geralmente para aquelas doutrinas o tringulo sagrado

    porque representa graficamente a Trindade de todos os eventos, pois tudo o que existe pode ser

    estudado por um desdobramento de tringulos, ou seja, pela interao dos trs primeiros nmeros

    esotricos.

    O nmero TRS simboliza a manifestao perfeita de algo, por ser a condio necessria para que a conscientizao se apresente, e o intelecto registre.

    Podemos pressentir duas situaes advindas da manifestao do Trs:

    A - Conscientizao de coisas abstratas;

    B - Conscientizao de coisas concretas.

  • 16

    Conscientizao de coisas abstratas:

    Como j citamos em alguns exemplos, mesmo as coisas abstratas, as percepes abstratas so tambm trinas em manifestao. Exemplo: grandeza uma idia abstrata, ela nada mais do que a

    resultante de duas condies tambm abstratas que so a idia do grande e a idia do pequeno. Beleza

    a conscientizao de duas situaes abstratas opostas; feio e bonito. Assim, se pode afirmar que toda

    idia abstrata tambm suscetvel de ser desdobrada em duas componentes. Se este desdobramento

    no for possvel, certamente estaremos diante de uma idia composta por vrias trindades passveis de

    sucessivos desdobramentos.

    Conscientizao de coisas concretas:

    Tambm no campo da conscientizao de coisas concretas a Lei do Tringulo soberana. Quando algo no for susceptvel de ser desdobrado em duas componentes certamente ele complexo e

    precisa sofrer vrios desdobramentos secundrios.

    Tomemos como exemplo as cores. Aparentemente elas so inmeras, mas aps vrios desdobramentos restar s trs delas: Vermelho, Amarelo e Azul. Qualquer nuance de cor existente,

    essencialmente o resultando de uma combinao em partes variveis daquelas trs cores

    fundamentais.

    No Universo, com relao quela condio objetiva que denominamos "tempo" h trs situaes a serem consideradas: Passado, Presente, Futuro. pela comparao dos dois plos passado e futuro

    que vamos encontrar o presente. O presente uma idia metafsica de concepo difcil e impossvel de

    existir no Mundo Imanente. O que o presente? Onde termina o passado e comea o futuro para que se

    possa situar o presente? Por menor que seja intervalo de tempo considerado sempre possvel que

    aquilo seja o passado. O "agora" somente existe em funo das limitaes sensoriais. O presente

    apenas a conscientizao das duas situaes, passado e futuro. Por outro lado tambm podemos dizer

    que praticamente o futuro no existe porque sempre que atingimos um momento que antes

    considervamos futuro ele se torna presente. No sentido relativo o passado UM, futuro DOIS e

    presente TRS. Como no sentido absoluto s existe o Presente, logo s existe o TRS, mas como ele

    est s, ento s existe o UM.

    Tudo aquilo que existe constitudo de trs partes, duas das quais constituem um biplo.

    Existimos num Universo, de mais de trs dimenses, mas para a nossa mente objetiva ele se manifesta por trs delas. A mente necessita apenas de trs dimenses, por isto somos seres de um

    mundo tridimensional. Esta a razo pela qual tudo que basicamente existe para o nosso intelecto

    trino em essncia, num mundo de mais dimenses a regra outra conforme o seu nmero bsico.

    O Tringulo a representao grfica deste princpio fundamental da constituio das coisas susceptveis de conscientizao. Somente aquilo capaz de ser representado graficamente por um

    tringulo pode ter existncia real para o nosso intelecto porque somos adaptados a um Universo de trs

    dimenses bsicas.

    ***********

  • 17

    A ORIGEM DOS NMEROS O IGNORANTE AFIRMA, O SBIO

    DUVIDA E REFLETE.

    ARISTTELES.

    2 0 0 5 - 3 3 5 8

    T E M A 1.5 9 0

    Os nmeros encerram muitos mistrios desconhecimentos que no so considerados pelos matemticos, mesmo que tenham uma importncia fundamental no sentido do conhecimento sobre a natureza do

    Mundo e da problemtica da existncia dos seres. Esse lado dos nmeros tem sido estudado pelos Iniciados de

    todos os tempos, em especial pelos Pitagricos.

    A Matemtica tem se aprofundado imensamente na operacionabilidade dos nmeros, mas no na natureza deles; ela nem ao menos indaga desde quando os nmeros existem e como eles passaram a se constituir

    elemento importante na gnese das coisas existentes.

    Nada se pode dizer dos nmeros, ou de quaisquer coisas em nvel da inefabilidade; no mximo se pode especular sobre o primeiro nvel da sua manifestao, que o da Conscincia. Tudo est nela contido como , e nesse caso incluem-se os nmeros, contudo, em tal nvel, apenas existe o Um. Evidentemente a Unicidade no

    pode conter mais que uma unidade. Pelo que j temos estudado sobre os nmeros, evidentemente na unicidade a

    Mente incapaz de perceber algo. Para isso ela tem que desdobrar a unicidade, dividi-la em partes. Assim

    aconteceu com a unicidade, foi preciso a ocorrncia perceptiva da descontinuidade para que fosse possvel se dar conta da sua existncia.

    Quando ocorreu a descontinuidade, simultaneamente houve o surgimento dos nmeros e naturalmente tambm da contagem, ou seja, da existncia da numerao. Como j assinalamos vrias vezes a Mente incapaz de perceber qualquer coisa em fase Um, para que ela possa se dar conta de algo preciso a ocorrncia de

    polarizao, pois no pode haver polarizao sem descontinuidade (A Mente funciona analogicamente). O Um

    no pode se afastar em plos, isso s possvel com o desdobramento em pelo menos dois. Disso decorre que os

    nmeros s existem em funo da descontinuidade, que, por sua vez, fruto da percepo limitada da Mente. muito importante considerar que se a descontinuidade no existe realmente, por ser fruto da percepo parcial,

    consequentemente realmente no h coisas para serem contadas, e ento os nmeros so meras especulaes. Os

    nmeros, e, consequentemente, a contagem, mais um dos engodos oferecidos pela Mente. Pura creao mental, pois na verdade s existe o Um. O dois , assim como os demais nmeros, so fantasias, determinaes de algo

    que realmente no existe.

    Por que a Mente no percebe o Um? Exatamente porque Ele unicidade e a Mente somente percebe a multiplicidade. Ela existe porque a percepo sempre limitada; porque o Um unicidade, totalidade, e o alcance da mente no chega a esse nvel; ela s tem cincia das coisas limitadas, fracionadas. Na verdade ela

    existe como resultado do fracionamento (aparente) da existncia Una.

    O Infinito no pode ser percebido, pois se o fosse estaria limitado, e o limitado contradiz o sentido de Infinito. Por isso jamais o Infinito pode ser percebido, jamais a mente pode percebe-lo e disso resulta que apenas parcialidades podem ser mentalmente registradas.

    Vemos, ento, porque as Doutrinas Tradicionais dizem que s existe o Um e que tudo est nele contido. Todos os nmeros so meras limitaes na percepo do Um como todo. Todos os nmeros esto contidos no

    Um. Sabendo-se que as formas geometria so expresses espaciais dos nmeros, logo tudo se resume expresso geomtrica do Um, o ponto.

  • 18

    O surgimento dos nmeros coincide com o surgimento da descontinuidade, e assim tambm as formas. A Mente quando percebeu, em descontinuidade, possibilitou a contagem, e da o surgimento dos nmeros, e

    quando quis expressar graficamente gerou a geometria.

    Do que dissemos advm que todos os nmeros so percepes limitadas que se tem do prprio Um, e o mesmo podemos dizer a respeito das formas, todas esto contidas no ponto, e dele derivam como resultado e

    percepo limitada. Isso quer dizer que, realmente s existe um nmero, o Um, e todos os demais esto nele

    contidos. Seja qual for o nmero, na verdade, so aspectos limitados do Um. No h outros alm dele. Somente

    ele existe, o seu desdobramento outros nmeros apenas uma condio aparente.

    Poder-se-a at admitir que os nmeros sejam uma das condies bsicas do Universo, pois na verdade eles so resultantes da descontinuidade, assim tambm o prprio Universo (descontinuidade aparente).

    Por que a necessidade de contar? Isso est ligado a espao, espao exige ordenao, e ordenao implica em contagem.

    Os nmeros trazem em si uma capacidade ativa, eles no exercem apenas o papel de distribuir as coisas sequencialmente contagem , mas tambm a de gerir tudo quanto h. Quando se diz que as fases um, dois, e trs de qualquer evento no podem ser estruturadas, o que somente possvel a partir do quatro, isso no se trata de

    contagem, mas de um poder determinante. Nesse caso, no estamos numerando simplesmente. Aquilo que uno no pode ser percebido, e menos ainda ser representado graficamente. Quando surge a polarizao se estabelece o

    dois, mas isso implica na creao do trs. impossvel mente a existncia do dois sem o trs simultaneamente.

    Isso no um simples processo de numerao, e sim uma propriedade intrnseca dos nmeros, no se trata diz respeito a conceitos e nem ao seu desenho grfico, mas de sua prpria natureza de existir. Na verdade no se trata

    de uma propriedade do nmero, mas do universo representado pelo numero dois. Dois uma condio que vai

    muito alm de simples distribuio seqencial.

  • 19

    OS NMEROS E A CREAO TUDO AQUILO QUE A NATUREZA DISPS SISTEMATICAMENTE NO UNIVERSO PARECE, SIDO DETERMINADO E HARMONIZADO PELO NMERO.

    Nicmano de Gerasasua

    Matemtico Pitagrico

    120 0 5 - 3 3 5 8 J.L.E.

    2 0 0 7 3 3 6 0

    T E M A 1. 7 8 3

    No sem razo que a Escola Pitagrica considera os nmeros como base de toda a creao, razo pela qual a Matemtica e a Geometria servem de base como estudo para o entendimento da natureza do Universo. De um modo geral, podemos dizer que tudo quanto se manifesta na composio do Universo no fruto de um

    processo aleatrio, tudo se efetivou segundo normas, em obedincia a determinadas leis. O Hermetismo diz que

    antes do incio do Mundo Imanente existiam duas naturezas, dois aspectos do Absoluto que as religies chamam de Deus que os Sacerdotes do Antigo Egito denominaram de RA e MA cujas naturezas so inconcebveis para o entendimento do ser humano.

    RA correspondendo ao princpio ativo e MA seria um algo inconcebvel para a compreenso do ser humano. Tudo o que pode ser dito sobre MA que se trata de uma essncia inconcebvel e susceptvel de vibrar pela ao de RA o lado impulsionador da vibrao. RA atuando sobre MA determina uma vibrao e, conforme o nvel coisas vem a ser detectadas.

    Algumas Doutrinas dizem que o Absoluto quis crear e o fez mediante a interao dos dois atributos. Em outra linguagem, o Absoluto a prpria Conscincia Csmica a qual existe como Eterno Agora e donde tudo

    tirado pela Mente. Nesse conceito, RA e MA seriam inerncia da prpria Conscincia.

    Deus criou porque sentiu a necessidade de crear, dizem as doutrinas. O Hermetismo no endossa essa afirmativa, ele diz diferente, diz que O Absoluto no exerceu um ato de querer, porque se houve a necessidade de crear ento o Absoluto no seria pleno, desde que no se pode conceber algo pleno que sinta necessidade de

    algo, ele tem que ser a totalidade. S se sente necessidade do que, de alguma forma, esteja faltando, e coisa

    alguma poderia faltar a Deus, pois se tal acontecer Ele no seria Absolto. Por isso o Hermetismo prefere no falar de creao propriamente, mas sim da manifestao do que existe no Absoluto, de algo que pode ser

    comparado a uma forma de afloramento de algo eternamente existente.

    No interessa em nossa palestra divagar pelo campo da Metafsica, pois queremos analisar condies da Imanncia no interessando serem elas realidades ou iluses. Falaremos da creao, quer isso diga respeito a

    uma creao real, ou como o Hermetismo afirma, de uma iluso imanncia.

    Na linguagem das religies tradicionais, no comeo houve uma necessidade de cear, ento RA agiu sobre MA provocando um estado de vibrao que determinou a origem do mundo e que segundo a freqncia

    vibratria as coisas surgiram. Cabe uma indagao: A creao seria fruto de um processo aleatrio ou ordenado?

    Sabemos que tudo foi ordenado em obedincia a leis, sendo as bsicas conhecidas por Princpios Hermticos e mais cinco condies fundamentais sem as quais os princpios no podem atuar.

    A creao se processou mediante uma planificao planta arquitetnica , segundo um modelo de construo Planta Arquitetnica, a qual representada precisamente pelo esquema da rvore da Vida da Cabala.

    Em uma construo geralmente se tem a considerar basicamente: Arquiteto Material Modo de construo Localizao (espao tempo) Planta Arquitetnica Quantidade e propores de cada material. Aplicando-se isso ao Universo teremos: O Grande Arquiteto do Universo (Conscincia Csmica) RA e MA

  • 20

    (Material da Grande Obra), Princpios Hermticos (Leis inerentes construo) Espao/Tempo (localizao a obra) - rvore da Vida (Planta arquitetnica) - Propores Numricas ( nmeros).

    Neste livro vamos nos ater proporcionalidade quantitativa do universo, ou seja, aos nmeros. Numa construo, alm do material e do local se fazem precisas quantificaes no tocante ao material. A creao exigiu quantidades e proporcionalidade do material para haver harmonia, pois se assim no fosse ocorreria uma creao desordenada, algo totalmente catico. Visando o estabelecimento de uma ordenao houve, ento, a

    necessidade de valores numricos, dando isso origem aos nmeros. No bastaram apenas nmeros visando a

    contagem de unidades, de parcelas, mas envolvendo qualidades bsicas. Da a grande diferena entre numerao quantitativa e numerao qualitativa, esta corresponde ao lado exotrico dos nmeros. Para efeito de contagem

    os nmeros se distribuem em series e so em numero ilimitado, contudo em natureza eles so apenas sete (=

    nove). Neste contexto cada nmero apresenta propriedades extrnsecas. nesse sentido que vamos estudar os nmeros e no sob o ponto de vista quantitativo, e sim qualitativo operativo.

    Alm dos nmeros positivos veremos tambm temas sobre propriedades do Zero e do Infinito.

  • 21

    PROPRIEDADE DOS NMEROS A CINCIA DOS NMEROS O

    SUPORTE INTELECTUAL DA MAGIA.

    RAYMOND ABELLIO.

    1995

    T E M A 0. 3 7 3

    A Escola Pitagrica geralmente atribui a cada nmero uma representao espacial, geralmente uma figura geomtrica. Um dos mais famosos pitagricos, o abade Jean Tritheime, mestre de

    Paracelso, dizia que as cincias matemticas so como parentes da magia, to indispensveis a essa que aquele que, sem as dominar, acredita poder exercer as artes mgicas, se encontra em um caminho

    inteiramente errado, esfora-se em vo e no chegar jamais a qualquer resultado.

    O que disse o Abade Tritheime que vamos encontrar tanto na magia, quanto em muitos ramos das cincias hermticas, uma grande riqueza de representaes numricas e geomtricas.

    Os pitagricos sempre que possvel procuravam representar, por nmeros e desenhos geomtricos, as leis e os segredos da natureza, associando idias atravs dos nmeros e os

    representando geometricamente. Pode parecer que esse procedimento tinha em vista facilitar a

    compreenso dos princpios metafsicos. Em parte isso pode ser considerado verdade a viso espacial de um problema metafsico torna-o bem mais compreensvel mas existe outras razes bem mais importantes que levam os Iniciados a evitar o ensinamento direto.

    Como sistema de linguagem velada podem-se usar os nmeros e as formas geomtricas com vantagens, pois elas no requerem chaves de interpretao alguma, apenas preciso se ter alguns

    conhecimentos bsicos, saber raciocinar, e tudo se torna claro atravs dos nmeros. Vale salientar que

    h uma lei pouco conhecida que leva a mente a penetrar nos mistrios inerentes aos nmeros.

    Conhecendo-se alguns elementos bsicos de um sistema numrico, ou geomtrico, ao se pensar nas

    relaes dos nmeros logo o conhecimento se auto-revela. Quando no esoterismo se usa uma forma de

    expresso por palavras h necessidade de cdigos de decifrao e sendo assim est sujeita interpretao

    equivocada. Por outro lado os nmeros e as figuras geomtricas falam por si, so o que so sem

    necessidade de chaves de interpretao.

    Por esse motivo, entre outros sistemas, os cabalistas e especialmente os pitagricos baseados em conhecimentos milenares, optam pelo sistema metafsico numrico. Disso resultou a numerologia

    tal como hoje conhecida. Pensa-se que a numerologia um sistema esotrico, quando na verdade ele

    no um sistema em si, mas sim um mtodo utilizado por algumas escolas iniciticas, em especial a

    Cabalstica e a Pitagrica, para o entendimento dos princpios que respondem pela natureza do mundo

    imanente.

    Muitas Escolas Iniciticas preferem transmitir o conhecimento atravs de nmeros e smbolos como parte da linguagem velada peculiar aos msticos de todos os tempos.

    Houve poca em que a totalidade dos conhecimentos, mesmo aqueles que hoje so ensinados nos colgios e universidades, eram proibidos e as pessoas que os estudavam eram at mesmo

    sacrificadas. Por isso era imperioso, em decorrncia das perseguies movidas, especialmente por

  • 22

    algumas doutrinas religiosas, que as cincias no oficiais, e at mesmo a prpria histria, fossem

    mantidas fora do alcance das pessoas comuns.

    Num passado um pouco mais remoto as Escolas Iniciticas eram rgos oficiais e assim o ensinamento podia ser feito atravs delas de forma direta, sem necessidade de linguagem figurativa

    alguma. Mas depois que o obscurantismo dominou os sistemas governamentais do mundo at as

    prprias Escolas Iniciticas passaram a existir na clandestinidade, e os seus ensinamentos deixaram de

    ser transmitidos em linguagem clara, passando ento a s-lo em linguagem velada.

    Houve poca em que havia uma restrio draconiana a todos os ensinamentos no oficiais extensivo a todo o mundo, haja vista a inquisio. Mais recentemente esse controle foi rompido em

    muitos lugares onde h uma liberdade relativa de culto e de pensar, mas queremos salientar que ainda

    no assim em todo o mundo. A perseguio ao saber ainda ocorre em muitos pases do mundo

    controlados por fanticos e sectrios que vem perigo no conhecido de certos princpios. Em algumas

    culturas esse controle feito em nome de Deus, apenas vale indagar qual o aspecto de manifestao

    dele.

    J temos mostrado uma srie de representaes geomtricas ligadas natureza e as leis do universo e, portanto torna-se mais fcil aceitar que os nmeros no so apenas elementos usados com a

    nica finalidade de contar coisas. Na realidade eles trazem conhecimentos inerentes, contm em si

    desde a origem das coisas at as leis mais simples com que lidamos no dia a dia. Por detrs do contar

    existe o revelar no sistema de numerao. Baseado nisto que o sistema pitagrica tornou-se uma

    escola de ensinamentos esotrico de grande respeito no mundo, especialmente entre os iniciados em

    geral.

    Nesta palestra iniciaremos a falar sobre algo bem conhecido de muitas pessoas, mas, por outro lado, pouco compreendido por elas, pelos no iniciados. Trataremos de trazer algum esclarecimento

    sobre a propriedade dos nmeros para que tenhamos uma idia melhor de algo muito usado em magia e

    ocultismo e pelos numerologistas que so os chamados Quadrados Mgicos, que estudaremos com

    mais detalhes num tema futuro.

    Sabemos que a mente muito simblica e que por isso a comunicao entre o mundo fsico e o hiperfsico se processa atravs de smbolos. Os quadrados mgicos so estrutura constituda de

    nmeros ou de letras. Assim a relao entre os nmeros constitutivos de um quadrado mgico tem um

    poder inerente aos nmeros que o constituem. Funciona de forma semelhante a rvore da Vida.

    Dissemos em palestra bem anterior que um dos perigos do Tar ele por se tratar de uma representao dos sephirot e estes ocuparem simbolicamente o lugar de todas as coisas que existem,

    sejam elas ms ou boas. Ao se manipular cartas de jogar se fazem associaes aleatrias que pode

    orientar a mente tanto no negativo quanto no sentido positivo. H perigo porque direciona a mente em

    sentidos muitas vezes completivos o que torna possvel a ocorrncia de uma espcie de curto circuito a nvel mental como conseqncia da tentativa de estabelecimento de correlaes aleatoriamente

    propostas, mas essencialmente incompatveis.

    Vamos fazer uma analogia bem simples para que se possa sentir a problemtica das combinaes aleatrias na Arvore da Vida. Suponhamos que um valor fosse representativo da gua e um outro de incinerao. Numa combinao aleatoriamente sassem dois valores cada um indicando

    uma coisa incompatvel com a indicao do outro. Por exemplo, um indicando mente que ele deveria

    incinerar algo e o outro indicando a gua. A associao seria: incinerar gua. Como isso no possvel,

    a mente congelaria como faz uma tela de computador diante de situaes completivas. Assim tambm acontece com a mente cerebral, diante de situaes conflitavas e incompatveis ela entra em

    pane. Por isso que o tar perigoso, pois ele indica direcionamentos e associaes inviveis mente.

    A mente ao nvel subconsciente age segundo aquilo que lhe ditado de alguma forma. Assim sendo as representaes simblicas tm o poder inerente quilo que atravs dele ordenado mente

  • 23

    fazer. Sendo assim trs tipos de comandos podem se fazer presentes entre as quais, associaes

    inviveis que provocam situaes conflitivas, e as viveis, aquelas que so favorveis, factveis de

    realizao, mas que podem ser negativas ou positivas.

    Os quadrados mgicos agem como linguagem simblica direcionando a mente. Os nmeros tm grande significao conforme temos estudado, eles representam condies tais como se fossem

    sephirot da rvore da Vida cujos caminhos so vias associativas entre os diversos valores expressos em cada um deles. Os sephirot representam os valores, a coisa em si, enquanto a via

    representa a ligao entre os diferentes valores, , portanto uma via de associao. Os conflitos ocorrem

    todas as vezes que tentada alguma associao impossvel.

    Situaes negativas esto sujeitas a ocorrerem de conformidade com aquilo que associado. como na qumica, da combinao de duas substncias incuas pode resultar um produto perigoso. Claro

    que as combinaes qumicas aleatrias em grande parte so inviveis e sendo assim coisa alguma

    resulta delas. Somente quando uma combinao vivel que pode resultar algo perigoso ou no

    perigoso. Em se tratando do mundo da qumica uma associao impossvel no acarreta transtorno

    algum. O mesmo no acontecendo no que diz respeito ao mental; uma associao impossvel

    altamente completiva e por isso capaz de gerar conflitos susceptveis de prejudicar seriamente o

    comportamento mental da pessoa.

    Todos os mistrios do universo esto contidos nos nmeros assim tambm todas as leis e princpios. Grande parte desse conhecimento j existe registrado ao nvel de subconsciente, algo

    adquirido em outras encarnaes. Assim no preciso que a pessoa saiba o significado dos nmeros

    para que um poder seja desencadeado, ele se manifesta naturalmente desde que haja um estmulo

    preciso. i Quando o discpulo aprende os mistrios dos nmeros a capacidade de us-los se torna algo

    automtico. Quando estudamos os biorritmos dissemos que importante que a pessoa aprenda os

    ritmos, quais so eles e como operam. Na prtica no preciso ficar fazendo clculos e mais clculos,

    pois desde que a mente haja registrado o modus faciendi, ela promove todos os clculos e fornece uma resultante comum de todos os ritmos envolvidos. Ento esse resultado surge na mente da pessoa

    como um afloramento, como uma intuio, no momento exato, mostrando o melhor momento para que

    algo seja feito. O mesmo acontece com referncia aos poderes ocultos dos nmeros.

    i - Um dom na realidade o afloramento de uma qualidade em que a pessoa j aprendeu antes e se manifesta numa

    encarnao futura. Assim que as pessoas tm mais facilidade para aprenderem uma determinada lngua, querendo isso

    dizer que antes aquela lngua j lhe foi mais familiar que as outras.

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    O LADO OCULTO DOS NMEROS APENAS SOMOS QUANDO EM NADA NOS TORNAMOS

    RUMI

    2 0 0 3 - 3 3 5 6

    Os nmeros encerram caractersticas que os matemticos comumente no percebem, so as caractersticas que podem ser consideradas de natureza metafsica. Pitgoras, e aqueles que vieram constituir a sua escola, dedicaram-se ao conhecimento dos nmeros tanto em seu aspecto comum quanto no transcendental.

    Esse lado somente era ensinado aos Iniciados, e mesmo depois de Pitgoras o lado misterioso dos nmeros foi guardado ciosamente e s difundido de forma muito velada pelas escolas iniciticas entre discpulos confiveis.

    Conhecer os mistrios dos nmeros equivale a conhecer os mistrios do universo, pois eles representam aspectos do prprio ser (), enquanto a matemtica leva em conta os quatro aspectos do existir. Existir requer lugar, lugar requer espao, e espao mundo material.

    Os trs primeiros nmeros no requerem espao, tudo o que diz respeito a eles no diz respeito quilo que pode ocupar lugar, ser medido ou ser pesado, e a rigor no pode ser contado. S a partir do quatro que tais condies se fazem sentir, e isto uma das razes pela qual o quatro representa a estabilidade.

    Como tudo no mundo imanente est sujeito polarizao e portanto tudo tende a ter dois plos, no ser humano o quatro tanto pode significar estabilidade quanto materialismo grosseiro. Isto acontece com todos os nmeros, pelo que a rigor no existe nmero negativo e nem positivo, tudo depende da polaridade em ele se

    situe. O Um indica inicio, princpio, iniciativa, mas o excesso de iniciativa significa ingerncia, prepotncia.

    No desdobramento da creao o Um representa a causa primeira, o poder criador, enquanto o quatro representa a matria, constituda pela ao da unidade sobre o trs. Mais do que representa, ele dita a natureza de tudo o que material. S a partir do quatro que a existncia vem poder se manifestar de forma a poder ocupar

    espao, ser medida e ser pesada, condies estas impossveis para os trs primeiros nmeros.

    O quadrado tem 4 retas que formam a base de um tringulo, e cujo vrtice superior tende a um ponto no infinito, pelo que corresponde ao Um. Portanto, gera um tringulo em que se evidencia a ao do ponto sobre o tringulo, do um sobre o trs formando o quatro quadrado. Assim quando ao trs representativo do mundo no material acrescentado o Um ele muda de natureza, aquilo que constitua o abstrato passa a ser a base essencial do mundo material, o subjetivo passa a ser objetivo;

    o que no ocupa espao, nem pode ser pesado e nem medido adquire essas condies.

    A representao grfica plana do nmero quatro o quadrado. Na realidade, como estudamos em outra palestra, o quadrado formado por 4 semi-retas e a sua projeo espacial a pirmide de quatro faces que

    contm 4 arestas opostas 2 a 2, que por sua vez delimitam 4 faces triangulares. As faces que se projetam do

    quadrado se opem duas a duas e isso tem muita significao como veremos depois. O ser do mundo material quatro pode ascender at o Um, ou seja, pode se unificar. Esse processo evidentemente leva at o Um, mas no at o Zero. Isto mostra que a unificao a unio com o Um e no com o zero (Inefvel).

    Nestas palestras sobre os nmeros temos usado o termo mistrio. Mistrio significa aquilo que se desconhece, e h muitos aspectos desconhecidos nos nmeros, por isso se diz que os nmeros encerram muitos mistrios. Por exemplo, no sabemos por que ao ser acrescida uma unidade a um determinado nmero as suas

    caractersticas mudam totalmente. No caso do trs, por exemplo, que no tem expresso no mundo da matria,

    T E M A 1. 4 8 8

  • 25

    ao ser acrescentado o um o que imaterial passa a ser material, o que no pertence ao mundo fsico passa a

    existir no plano fsico, o que subjetivo passa a ser objetivo.

    No se sabe por que sendo acrescida uma unidade ao quatro ele se transforma no cinco e ento a matria inerte passa a ser matria biolgica. Sempre pelo acrscimo de uma unidade a um nmero h modificao total de sua natureza. Tambm no se sabe por que isto s acontece com os nmeros at nove, acima deste ocorrem

    qualidades especiais, mas no ocorre uma transformao bsica. O porqu da transformao da natureza de algo

    pela adio de uma unidade, , portanto um mistrio.

    Como os nmeros s so sete (Se forem considerados separadamente, o um se desdobrando em 3 ento so 9) este o limite de transformaes essenciais possveis no Mundo Imanente. Da por diante os nmeros

    podem ter peculiaridades, mas no capacidades de transformao. Assim sendo, a rigor s se pode dizer que

    somente os nmeros de um a nove envolvem mistrios por serem somente eles que capazes de ocasionarem transformaes cuja causa no se sabe por que - mistrios. Assim, podemos dizer que o mistrio dos nmeros se

    encerra com o nove. A partir da apenas se repetem as qualidades inerentes ao nmeros resultantes da reduo

    aritmtica. Por exemplo: 44 igual a 4 + 4 = 8 . Por isso que a numerologia reduz os nmeros elevados aos seus componentes, trazem um nmero qualquer para o nvel do mistrio e exatamente no mistrio que est

    contido aquilo que pode ser revelado.

    Os nmeros elevados encerram caractersticas do nmero resultante da reduo numrica e tambm dos componentes. Consideremos, por exemplo, o nmero 33. Pela reduo 3 + 3 = 6. Pelos componentes 11 +11 + 11 = 33. Mas como 11 1 + 1 = 2 ento ele encerra tanto caractersticas do 6 quanto do 2. Outro exemplo o 12

    pela reduo 3 pelos componentes 3 + 3 +3 +3. Pelo produto 3 x 4. As caractersticas resultantes do produto

    muito mais forte que o da soma.

    Resumindo: Pela ordem de importncia numrica: Em primeiro lugar o valor do prprio nmero (evidentemente se ele estiver compreendido entre 0 e 9. Quando se trata de um nmero superior, ento primeiro

    lugar o valor da reduo mxima; em segundo lugar, o valor dos produtos; e em terceiro o valor das somas.

    Os nmeros alm do nove podem conferir caractersticas especiais, mas no conferem transformaes como o fazem os nove primeiros nmeros. Por exemplo, no acrscimo de um nmero as treze que modifica a natureza se expressando como 14. Este nmero tem caractersticas peculiares, assim como 0 32, 44, 72, 666 e

    muitos outros, mas que no refletem transformaes essenciais como acontece com os 9 primeiros nmeros, que

    ao ser acrescido de uma unidade geral naturezas totalmente diversas. Pela adio de uma unidade, o trs (imaterial) geral o quatro (material); O quatro geral o cinco (material biolgico) e assim por diante.

    Lembremos Pitgoras em suas palavras. Deus geometrisa, querendo com isto dizer que todas as transformaes do universo podem ser representadas por figuras geomtricas.

    O quadrado gera a pirmide de 4 faces e cada face contm o trs ngulos.

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    Por sua vez a pirmide de trs faces gera o cubo, o trs gera o seis, pela projeo das suas arestas.

    Ilustrao 1 Ilustrao 2

  • 27

    O CONTEDO DO VAZIO

    A PRECISO A COISA MAIS DIFCIL EM UM MUNDO RELATIVO EM CONSTANTE

    MOVIMENTO.

    2 0 0 5 - 3 3 5 8

    Consideremos que s teoricamente existe o zero, este consistindo da anulao das polaridades, do gnero, da vibrao, etc. Somente em nvel de intelecto que se pode chegar ao zero, pela anulao dos

    princpios hermticos. Por exemplo, se chega teoricamente ao zero pela anulao da polaridade, ou de qualquer

    um dos demais Princpios.

    Pode-se dizer que o infinito o tudo, mas tambm se pode dizer que ele o nada. O que o tudo? Intelectualmente o tudo a manifestao das incontveis polaridades, e o nada mais do que isso. Mostra a Fsica

    que duas polaridades opostas ao se encontrarem elas se anulam, zeram. Mas, isso s tem sentido para um

    determinado limiar de percepo, desde que a anulao s ocorreria no Infinito, portanto em um nvel cuja preciso difcil de ser concebida pela mente.

    Ser que o Infinito existe? Suponha-se algo cujos extremos se afastem ou se aproximem indefinidamente, ser que ele chega ao um nvel do infinito ou apenas tenda para infinito sem que este jamais

    seja alcanado. Aplicando o paradoxo de Zeno se ver que jamais o infinito alcanvel. S se chega ao Infinito sendo o prprio Infinito.

    No Mito Gnstico da Creao, o engano de Sophia foi considerando-se um ser independente separado do Pai Deus acreditar que poderia chegar at Ele. O erro dela foi acreditar ser um ser parte do Pai e no um aspecto Dele.

    J vimos que Deus o prprio Infinito ento impossvel atingi-lo, o mesmo se pode dizer a respeito de Deus. Um ser em separado no pode chegar a Deus. Quando muito pode se direcionar para Ele, mas jamais

    chegar at Ele. Sophia no percebeu ser um aspecto do prprio Pai e no algo distinto. Julgando ser uma

    existncia parte ela quis chegar ao Pai. Como um aspecto do prprio Pai ela no poderia chegar at Ele, pois j estava nele. No se pode chegar a um lugar onde j se est. Evidentemente, como algo independente, por mais

    que se aproximasse no chegaria jamais ao seu objetivo. O mesmo se pode dizer de cada um de ns fragmento de Sophia jamais chegaremos a Deus, porque j somos Ele. O que se pode fazer unir os plos oposto de nossa existncia, anular a polaridade que nos d a iluso de sermos eus separados do Eu (Seres separados do SER), quando que tal independncia existe apenas em funo da percepo limitativa.

    Esse estudo nos leva a sentir que o Tudo e o Nada uma mesma coisa, que as diferenas residem no na coisa em si, mas na percepo.

    No se pode separar a idia de infinito da idia de Deus, pois por mais que se tente entender o Infinito mais se chega concluso de que se trata to somente de um aspecto de Deus. A idia de independncia pode ser

    considerada apenas como fruto da limitao da percepo, portanto, como uma das muitas iluses geradas pela

    mente.

    A impossibilidade de separar as qualidades do infinito das qualidades de Deus fez com que os matemticos cticos abominassem estudar o infinito. Foi principalmente Cantor quem tentou quebrar essa barreira, mas para isto ele teve que pagar um alto preo. O conflito acadmico chegou at a esfera pessoal, e a

    entrada de Cantor em crculos de mais altos nveis da matemtica foi barrada. Ele chegou at a enfrentar dificuldades para publicar seus trabalhos em revistas conceituadas. Pessoalmente, Cantor acreditava que

    existiam vrios nveis de infinito. O mais alto deles, o Absoluto e inatingvel, era o prprio Deus. Seu carter

    T E M A 1. 5 0 8

  • 28

    mstico e sua mente conturbada devem t-lo levado a se debruar sobre tema to profundo, revolucionrio e

    ousado na matemtica. Por isso Kronecker aproveitava o lado esotrico de Cantor para acusar suas teorias

    matemticas de misticismo ficcional. Segundo o ex-mestre, cientistas no deveriam dar crdito ao seu ex-aluno, e seus trabalhos 'subversivos' deveriam ser rejeitados pelas revistas cientficas renomadas.

    Como resultado, Cantor sempre trabalhou sozinho e fora do centro da comunidade matemtica. Suas frustraes e as perseguies, somadas ao trabalho estafante e solitrio - e ao carter explosivo e irritadio do matemtico -, acabaram por minar sua sade mental. Ele foi internado vrias vezes para se recuperar das

    depresses, mas, entre uma crise e outra, prosseguia no trabalho.

    Os matemticos j sabiam do carter infinito de alguns conjuntos, como o dos nmeros inteiros, dos racionais (os que podem ser escritos como frao de dois nmeros inteiros), dos irracionais e dos reais (que englobam os inteiros, os racionais e os irracionais). Mas ningum ainda tinha parado para pensar que alguns

    conjuntos podem ser mais infinitos que os outros. Estranho? Cantor demonstrou que, embora infinitos, os

    nmeros racionais podem ser enumerados - ou contados -, assim como os inteiros. Mas os irracionais so 'mais

    infinitos' que os racionais e no podem ser contados. Ento, a quantidade de infinitos racionais, valor chamado de 'alef zero', menor que a quantidade de infinitos irracionais, chamada de 'alef 1'. Em outras palavras, Cantor

    nos disse que os nmeros racionais, assim como os inteiros, so, de fato, infinitos, mas so contveis. J os

    irracionais tambm seriam infinitos, mas incontveis. E o infinito dos nmeros racionais menor do que o infinito dos nmeros irracionais.

    Transportando isto para o campo mstico equivale a dizer que h aspectos de Deus que podem ser intelectualizados e outros impossveis.

    Como em escala decrescente se tende ao infinito, ento isto faz pensar que neste caso o infinito tenda ao vazio absoluto e em escala ascendente, tenda para a plenitude. Por isto, para muitos persiste a indagao se o infinito o nada ou se o tudo. Segundo o que preceitua a Teoria Quntica, o nada absoluto no existe, isto porque ele sempre pleno.

    Alguns trabalhos cientficos modernos se referem obteno de energia do vcuo. Graas Teoria Quntica, a cincia comea a reconhecer que no vcuo, naquilo que consideram o vazio, existe uma substncia que chamam de substancia quntica, que est associada a uma grande quantidade de energia conhecia como

    zero point energy (ZPE). Como cita o Dr. Prof. Jos Pedro de Andrade: A origem dessa energia que envolve e interliga tudo o que existe no universo no ainda bem conhecida pela cincia. Isso no impede, no entanto, que a cincia atual, reconhecendo a correo desses ensinamentos filosficos antigos, esteja se preparando

    para a utilizao no futuro prximo dessa fonte inesgotvel de energia.

    O que est citado no pargrafo anterior seria um paradoxo na admisso da existncia de um vazio, mas mostra que aquilo que se considera vazio, na verdade um tudo, de onde atravs da energia se pode gerar o todo, todas as coisas que existem ou que possam vir a existir.

    Em um dos temas iniciais destes escritos citamos um gerador de eletricidade. Dissemos que os princpios da termodinmica lembrando que em certo nvel no so violados. A quantidade de energia necessria

    para girar o induzido de um gerador igual quantidade da energia eltrica produzida. Mas fizemos ver que no se trata da transformao de uma coisa em outra. Nem sequer o induzido toca fisicamente nos ims, ele apenas

    gira dentro do campo magntico e a corrente eltrica se forma sem que se possa ver donde ela provm. Vejam o

    colossal volume de trabalho exercido, o volume tremendo de energia gerada, mas extrada de onde se nem o rotor e nem os ims se desgastam. Algo que a eletricidade produzida no decorre de consumo direto algum da

    matria do gerador. De onde vem, ento a energia sob a forma de corrente eltrica? Ela no tem como fonte de

    abastecimento nem o induzido e nem nos ims do gerador. A cincia no tinha uma explicao para isso antes da

    Teoria Quntica falar da existncia de uma colossal abundncia de substancia quntica existente naquilo que considerado vazio, confirmando o que se via na prtica e citada pela filosofia mstica h milnios. Na verdade a

    eletricidade corrente eltrica no sai de uma vazio absoluto, ela no tem como verter de um nada, mas sim a partir da substncia quntica, exatamente aquela que os Antigos Egpcios atribuam o nome de MA. A corrente eltrica faz parte do tudo, mas ao mesmo tempo antes de se manifestar ela faz parte do nada. MA, na verdade, no uma forma especial de matria, no se assemelha a coisa alguma dentro do plano imanente,

    por isso nesse sentido considerada a nada, mesmo assim ela a base do tudo quanto existe ou que possa vir a existir.

  • 29

    Podemos considerar o nada como a aniquilao de todas as coisas, a existncia de todas as coisas em nvel de zero polaridade. Em tal nvel tudo se aniquila como coisa e isto o nada, um vazio de coisas. Uma alquimia que consiste em coisa alguma que a mente possa conceber, mas, que na verdade, se trata apenas de um

    estado de repouso, que se chama de nada.

    Vamos concluir esta palestra com um texto do Escritor Norte Americano Mark Coming sobre o vazio. O vazio esta emitindo a todo o momento o que poderamos chamar de luz de vazio. A intensidade que provm do vazio muitas vezes maior que a intensidade da luz da superfcie do Sol. Estamos, portanto, mergulhados na

    luz o tempo todo. No espao em que nos encontramos agora mesmo, h mais luz do que na superfcie do Sol. E se no podemos ver isso como nossos sentidos fsicos, porque nossos sentidos fsicos foram sintonizados para

    captar apenas as diferenas referentes s manifestaes da matria. Ento, esta imensa luz sempre presente fica

    no fundo e no a vemos como nossos olhos. Todavia, as pessoas que alcanaram nveis msticos elevados confessaram ver enormes quantidades de luz branca. Essa percepo que os msticos tm da luz branca foi

    tomada pela Antiga Cincia como um desequilbrio qumico raro nos crebros de tais pessoas, porque os

    cientistas no podiam compreender que essa luz radiante est presente, sim. Agora podemos compreender o que os mstico percebiam era a manifestao do que realmente existe. Nos estados msticos, o sistemas nervoso e os

    sentidos esto sincronizados de maneira que se pode ver o que aparentemente no est ai.

    Esse oceano de MA infinito, um dos aspectos de Deus, mostrando que tudo quanto existe vem da energia, e, mas que a energia um dos atributos do prprio Deus. Se tudo o que existe no mundo objetivo provm da energia e para mais cedo ou mais tarde retornar, ento, tudo vem de Deus e retorna para ele. Na

    verdade no h retorno algum, tudo j est e se processa como um existir um no como perceber.

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    SIMBOLISMO GEOMTRICO DOS NMEROS ZERO, UM, DOIS E TRS " EMBORA TUDO SEJA "UM", EM REALIDADE

    E ESSNCIA, TUDO DE MANIFESTA E APARECE COMO "DOIS"

    JORGE ADOUM

    JOS LARCIO DO EGITO. FRC.

    1 9 8 7

    T E M A 0.0 7 7

    Nas Ordens Iniciticas vamos encontrar smbolos de vrias naturezas, tais como objetos, gravuras, desenhos geomtricos algarismos e outros. Em todas as cincias iniciticas, e especialmente

    na Cabala, os algarismos tm uma grande importncia simblica porque podem representar conceitos e

    ensinamentos que devem ser cuidadosamente guardados.

    Em palestra anterior comentamos sobre o que existia antes do universo primitivo, afirmando que apenas existia a Conscincia Csmica e uma Essncia especial susceptvel de vibrar. Aquela "essncia", de certa forma, comporta-se como o nada, pois coisa alguma reconhecvel se manifesta nela, nenhum evento passvel de ser compreendido ou percebido pelo ser humano acontece em seu

    seio. Por outro lado, tambm no um nada absoluto desde l existe a prpria essncia. um nada como manifestao, mas no como existncia. No um nada absoluto, pois ali existe um princpio imanifesto contido

    ii.

    Como representar graficamente uma situao de tal natureza? - Certamente a figura geomtrica que melhor se presta para esse fim um crculo vazio, e numericamente o zero.

    O zero absoluto - vazio absoluto - no pode existir porque onde nada houver ainda existe MAiii. O zero absoluto s pode existir como parte do Inefvel. Como fora deste s existe MA e RA como aspectos de uma mesma coisa. MA e RA no so coisas, no so algo, se tratam apenas de condies. So condies que existem embora no passiveis de serem detectados. Se MA e RA existem como

    atributos de UM SER, que pode ser representados numericamente pelo nmero UM. Por outro lado, quando a condio MA interage com a condio RA ocorre a polarizao e ento possvel algo

    conscientizado como alguma expresso de existncia. a atuao de RA sobre MA que faz com que o

    imanifesto possa se tornar manifesto dando origem ao TRS, ou seja, existncia mentalizvel.

    Vimos que em dado momento ocorre uma manifestao de freqncia vibratria no seio de MA. Quando em algum ponto daquilo que os msticos metafsicos chamam de Oceano Incomensurvel de MA, se faz presente ao de RA ento acontece uma manifestao de vibrao e a partir disto passa a existir algo (creao). A natureza daquilo que passa a existir depende da

    freqncia vibratria provocada. Para o nosso raciocnio bastante entender que passa a existir algo

    onde antes s existia o imanifesto. Essa situao pode ser representada por um ponto dentro de um

    circulo vazio. O ponto MA vibrando e o circulo e o espao onde o evento est ocorrendo. Na

    linguagem da fsica quntica o ponto um campo, e o crculo vazio o continuum.

    ii Segundo a Teoria Quntica, no Nada h informao. iii Tambm denominado de Fohat por algumas doutrinas.

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