3
03/03/15, 22:53 Página 1 de 3 about:blank Os Pais Que Dopam Seus Filhos

Os pais que dopam seus filhos

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Muito me assusta, já há algum tempo, o número de crianças que são diagnosticadas TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).

Citation preview

Page 1: Os pais que dopam seus filhos

03/03/15, 22:53

Página 1 de 3about:blank

Os Pais Que

Dopam Seus Filhos

Page 2: Os pais que dopam seus filhos

03/03/15, 22:53

Página 2 de 3about:blank

Muito me assusta, já há algum tempo, o número de crianças que são diagnosticadas TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Parece que todas as crianças que apresentam determinadas características, que a princípio se encaixam nessa problemática, tem o mesmo diagnóstico, e para tal, o mesmo tratamento a base de estimulantes psiquicos tais como Ritalina e Adderall.

Essa minha preocupação vem do fato de acreditar que os diagnósticos não são assim tão cuidadosos. Não bastam alguns testes restritos e isolados, um relatório do professor com a descrição do comportamento do aluno e a ansiedade dos pais para um veredicto final. É claro, que se olharmos para a questão de forma prática e objetiva, num mundo em que ninguém tem tempo para nada, uma simples consulta seria suficiente. Mas não é! Não quando o que está em jogo é a vida e o futuro de uma criança.

Quando ouvi pela primeira vez a frase “os pais que dopam seus filhos” senti um arrepio na espinha. Ela vinha da boca de um médico, quando uma mãe foi lhe falar o diagnóstico do seu filho. Ele lhe disse que essa era uma opção para remediar o problema da criança, em outras palavras “dopá-la”. Muitos pais não tem se quer a consciência do que estão fazendo ou dos medicamentos que estão administrando nos seus filhos para “tratar” um problema que acreditam ser meramente biológico.

O que me disponho a discutir aqui, é exatamente isso, será que esse é um problema apenas biológico e que deva ser tratado exclusivamente com produtos farmacêuticos? Essa é uma visão bastante americanizada da questão. Nos Estados Unidos, cerca de 9% das crianças em idade escolar tiveram esse diagnóstico e estão fazendo uso de medicamentos “pesados” para resolverem o problema. Varias características comportamentais da criança, são consideradas como fazendo parte dessa “patologia”, colocadas todos sem distinção dentro do mesmo frasco e recebendo o rótulo de TDAH.

Ao fecharem um diagnóstico, muitos profissionais não tem em mãos alguns dados, que a meu ver, são de suma importância para que o problema não seja avaliado de forma fragmentada, levando em conta apenas um desequilíbrio químico do cérebro da criança. Muitos não questionam aspectos psicossociais, que em muitos casos, são os reais fatores para que as crianças apresentem determinados comportamentos, que acabam por entrar no frasco do TDAH.

A forma como as crianças são educadas e o ambiente que ela vive, são de suma importância na hora de fecharmos um diagnóstico. Se formos comparar a forma como as crianças são educadas no Brasil e nos Estados Unidos, com outros países, como a França, por exemplo, veremos que o número de diagnósticos nesse último país é muito menor do que nos dois citados acima. Isso, porque a forma como se concebe a criança na França é totalmente diferente do que nos Estados Unidos ou no Brasil.

Antes de fecharem um diagnóstico, os Franceses levam em conta como é o contexto social no qual a criança está inserida. Não olham apenas para um Foco da situação, mas entendem a criança como um todo. A forma como é educada, a disciplina, as atividades físicas, a sua alimentação...Esses são alguns dos aspectos a serem avaliados e tratados antes de um

Page 3: Os pais que dopam seus filhos

03/03/15, 22:53

Página 3 de 3about:blank

diagnóstico com conseguências tão fortes que nada mais fazem do que mascarar um problema muito mais abrangente do que se pensa.

Certo dia, ao comprar uma gelatina em Portugal, como tenho a mania de ler os rótulos antes de adquirir alguns produtos, aquela gelatina de origem vegetal, vinha destacando que continha corantes que poderiam colaborar para a hiperatividade. Achei o máximo aquilo. Pois sabemos que muitos alimentos que damos para os nossos filhos, podem colaborar para que fiquem mais agitados e por isso, menos concentrados. Com sinceridade, nunca vi numa dessas consultas, um médico perguntando sobre a alimentação da criança. Ou seja, restringiram tanto o problema, simplificaram de tal forma, que basta administrar um medicamento e pronto. Será esse o método mais indicado quando o que está em questão é uma vida e o futuro de uma criança? Não deveríamos esgotar todas as possibilidades? Forma estranha essa que encontramos para resolvermos esse problema. Mas isso, é um assunto que não se esgota aqui. Vamos ampliá-lo num próximo artigo, pois o tema assim o pede.

Com carinho,

~Danielle Fidelis

Visite o meu blog oficial

http://buildingabrandonline.com/lifextreme