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1 1 Os Pecados e os Vícios do Garotinho 1. Pecados 2. Vícios 3. O Garotinho 4. Nascimento 5. Carteirinha de Pessoambiente 6. Hellraiser 7. Tricotando a Vida 8. Agulhas 9. Agulhadas 10. Costuradinhos Vitória, sexta-feira, 06 de novembro de 2009. José Augusto Gava.

os pecados e os vicios do garotinho

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ningué é culpado do gesto de outrém; só se pode imputar a ele aquilo que foi feito pelo indivíduo

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    Os Pecados e os Vcios do Garotinho

    1. Pecados 2. Vcios

    3. O Garotinho 4. Nascimento

    5. Carteirinha de Pessoambiente 6. Hellraiser

    7. Tricotando a Vida 8. Agulhas

    9. Agulhadas 10. Costuradinhos

    Vitria, sexta-feira, 06 de novembro de 2009. Jos Augusto Gava.

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    Captulo 1 Pecados

    Tomemos um garotinho de dois anos, pouco mais que nascido, na

    mais tenra infncia: ser nosso personagem. Voc talvez desejasse que eu escolhesse algum mais novo ou mais velho, ou uma pessoa mais velha, mas se eu tivesse escolhido uma pessoa adulta voc pensaria ter ela arranjado seus pecados por conta prpria.

    No isso. um garotinho. Poderia ter escolhido um recm nascido, mas voc pensaria

    tratar-se do pecado mitolgico de Ado e Eva. Enfim, um garotinho de dois anos. Poderia ter trs ou quatro,

    ou um, ou cinco, o que fosse; preferi dois anos. Pois bem, esse garotinho j est cheio de pecados, mentiras,

    mau-criaes, traies, indecncias e todo o lado ruim e superruim do dicionrio; est repleto tambm do lado bom e superbom do dicionrio. Ele est dentro de tudo que foi feito de bom e de ruim pela humanidade (300 a 200 mil anos dos neanderthais e 80 a 70 mil anos dos CRO-magnons), particularmente nos mais recentes 11 mil anos desde o incio da urbanizao da humanidade me Jeric.

    TODO PECADO SER CASTIGADO

    a) pecados pessoais:

    (-o sempre, efetivamente; o prprio pecado a punio; indelvel, fica na memria da pessoa)

    a.1. pecados individuais; a.2. pecados familiares; a.3. pecados grupais; a.4. pecados empresariais;

    b) pecados ambientais: b.1. pecados urbano-municipais; b.2. pecados estaduais; b.3. pecados nacionais; b.4. pecados mundiais.

    Essa coisa ACUMULA. Cresce como um balo que em algum momento estoura. fsico-qumico (deforma), biolgico-p.2 (provoca dores e

    doenas), psicolgico-p.3 (leva a confrontos e choques). O CONHECIMENTO DO PECADO ( preciso estudar e entender ou tentar entender como funciona o mecanismo perverso) 1. magia-arte do pecado; 2. teologia-religio do pecado; 3. filosofia-ideologia do pecado; 4. cincia-tcnica do pecado; 5. matemtica do pecado. Em resumo, os pecados e os vcios do garotinho (ele j nasce

    carregando seu fardo, porque ao chegar ao mundo aprender a lngua e com ela lhe sero adicionados o bom e o ruim) ser-lhe-o CARREGADOS, independentemente de onde ou quando nasa.

    A CARGA DEPENDE DAS CHAVES 1. de qual seu desenho da chave da proteo (lar,

    armazenamento, segurana, sade, transportes);

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    2. da insero do garotinho e de como ele lida com a chave da economia (agropecuria-extrativismo, indstrias, comrcio, servios, bancos);

    3. de em qual sexo se nasce (parecemos vindos de algum lugar, mas na prtica o zero o comeo; e o zero foi posto na fecundao);

    4. da situao socioeconmica ou da chave psicolgica [figura ou psicanlise, objetivos (eles podem ser e geralmente so fixados pelo que est fora de ns, o coletivo) ou psico-snteses, produes ou economias, organizaes ou sociologias, espaotempos ou geo-histrias];

    5. da disponibilidade da bandeira elementar (ar, gua, terra-solo, fogo-energia, vida); fartura ou falta;

    6. do lugar onde nascemos ou LAL (latitude-altitude, longitude); 7. do conhecimento disponvel no momento do nascimento ou do

    acesso a ele (espontneo ou forado). Enfim, depende de uma quantidade incrvel de fatores.

    Captulo 2 Vcios

    TIRO AO ALVO

    Quando o garotinho, pelo nascimento, ATINGE A TERRA, quer

    dizer, nasce - depois de todos aqueles zilhes de operaes celulares - como criatura vivel (que, ainda, deve ser alimentada por vrios meses, a seguir nutrida e ensinada por a fio antes de poder viver sozinha), ele j entra num ambiente global com uma carga IMENSA de coisas boas e ruins teoricamente equilibrada em 50/50, mas na prtica inserta MAIS OU MENOS em situaes fceis ou difceis.

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    ATERRA GAROTINHO

    Quase conseguimos errar...

    ... mas nascemos verdes, amarelos, azuis e brancos...

    ... no Esprito Santo...

    ... em Cachoeiro do Itapemirim.

    Pouco importa - voc ter nascido noutro lugar. O que importa, mesmo, que quando chegamos a este lugar (eu,

    em 1954), j pegamos o trem andando em alta velocidade, quase descarrilando.

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    Bilhes de pessoas viviam. EU J ERA HERDEIRO DE BILHES

    Crescimento populacional Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

    (voc tambm, no finja que pobre, v ler a cartilha Convivendo com os Bilionrios)

    Crescimento populacional mundial entre os anos de 1800 a 2054

    O crescimento populacional a mudana positiva do nmero de indivduos de uma populao dividida por uma unidade de tempo. O termo populao pode

    ser aplicado a qualquer espcie viva, mas aqui refere-se aos humanos. A populao mundial em 1950 era de 2,5 bilhes de pessoas. Em 2000 j havia

    mais de 6 bilhes de humanos no planeta. Para um estudo da populao, essencial a anlise estatstica acompanhada

    das caractersticas histricas e geogrficas das sociedades existentes no planeta. Alguns locais que apresentam elevadas taxas de densidades demogrficas so: Sudeste Brasileiro, nordeste dos Estados Unidos da

    Amrica, leste da China e sul da frica. Cada umas dessas regies tem as suas particularidades socioeconmicas, culturais e ambientais.

    De acordo com os dados obtidos junto ONU, no nosso planeta vivem mais de 6,3 milhares de milho de pessoas. Dessas, mais de 75% vivem em pases

    subdesenvolvidos e com menos de dois dlares por dia, 22% so analfabetos, metade nunca utilizou um telefone e apenas 0,24% tm acesso internet.

    Histrico do crescimento da populao mundial em milhares.Evoluo

    [1][2][3] A disponibilidade de cifras sobre o histrico populacional varia de regio para

    regio.

    An Mundo frica sia Europa Amrca Ltina

    Amrica Anglo-saxona

    Oceania

    1 AD 300 000

    1000 310 000

    1750 791 000 106 000 502 000 163 000 16 000 2 000 2 000

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    1800 978 000 107 000 635 000 203 000 24 000 7 000 2 000

    1850 1 262 000 111 000 809 000 276 000 38 000 26 000 2 000

    1900 1 650 000 133 000 947 000 408 000 74 000 82 000 6 000

    1950 2 518 629 221 214 1 398 488 547 403 167 097 171 616 12 812

    1955 2 755 823 246 746 1 541 947 575 184 190 797 186 884 14 265

    1960 3 021 475 277 398 1 701 336 604 401 218 300 204 152 15 888

    1965 3 334 874 313 744 1 899 424 634 026 250 452 219 570 17 657

    1970 3 692 492 357 283 2 143 118 655 855 284 856 231 937 19 443

    1975 4 068 109 408 160 2 397 512 675 542 321 906 243 425 21 564

    1980 4 434 682 469 618 2 632 335 692 431 361 401 256 068 22 828

    1985 4 830 979 541 814 2 887 552 706 009 401 469 269 456 24 678

    1990 5 263 593 622 443 3 167 807 721 582 441 525 283 549 26 687

    1995 5 674 380 707 462 3 430 052 727 405 481 099 299 438 28 924

    2000 6 070 581 795 671 3 679 737 727 986 520 229 315 915 31 043

    2005 6 453 628 887 964 3 917 508 724 722 558 281 332 156 32 998

    Estima-se que, h cerca de 2000 anos atrs, a populao global era de cerca de 300 milhes de

    Fases do aumento populacional fase de crescimento lento e fase de crescimento acelerado

    habitantes. Por um longo perodo a populao mundial no cresceu significativamente, com perodos de crescimento seguidos de perodos

    de declnio. Decorreram mais de 1600 anos para que a populao do mundo dobrasse para 600 milhes. O contingente populacional estimado para o ano de 1750, de 791 milhes de pessoas, das quais 64% viviam na sia, 21% na

    Europa e 13% em frica. A humanidade gastou, portanto, dezenas de milhares de anos para alcanar o primeiro milhar de milho de habitantes, fato ocorrido por volta de 1802. Em

    seguida, foram necessrios mais 125 anos para dobrar a populao, alcanando assim o planeta, por volta de 1927, 2 milhar de milho de

    habitantes. O terceiro milhar de milho foi atingido 34 anos depois, em 1961, e assim por diante.

    Durante este perodo, o homem abandonou o modo de vida que criara h cerca de 10 mil anos, com o advento da agricultura, e passou a multiplicar-se

    nas cidades, um mundo parte da natureza. Em 1900, nove em cada dez homens, mulheres e crianas, que somavam uma populao de 1,65 milhar de milho de humanos, ainda viviam no campo. Calcula-se que atualmente quase

    metade dos atuais seis milhar de milho de pessoas habitar cidades; dessa populao urbana, estima-se que uma proporo de trs para vinte pessoas se encontre nas cerca de meia centena de metrpoles e megalpoles (populao

    igual ou maior que 5 milhes de habitantes). A ONU estima que no ano 2000 a populao mundial crescia ento a um ritmo de 1,2 % (77 milhes de pessoas) por ano. Isto representa um decrscimo da taxa de crescimento em relao ao seu nvel em 1990, sobretudo devido

    quebra das taxas de natalidade. A China atualmente o pas mais populoso do mundo com 1.300 milhes de

    habitantes, porm, devido baixa taxa de natalidade ser superada em 2050

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    pela ndia, que na altura atingir os 1.600 milhes.

    Foram vrias as causas desta fase de rpido crescimento da populao mundial. Os ndices de

    Causas do rpido aumento da populao mundial

    mortalidade nos pases em desenvolvimento tiveram uma queda marcante aps a Segunda Guerra Mundial. Campanhas de sade

    pblica e de vacinao reduziram espetacularmente as doenas e a mortalidade infantil.

    Nos pases desenvolvidos, esses declnios na mortalidade tinham levado sculos para ocorrer, medida que a prpria sociedade gradualmente se

    transformava, tornando-se mais urbanizada e menos dependente de grandes famlias. Como resultado, as taxas de natalidade e mortalidade tendiam a

    decrescer proporcionalmente e as taxas de crescimento populacional nunca atingiram o nvel que atingiriam mais tarde, nos pases em desenvolvimento. Na dcada de sessenta, as mulheres nos pases em desenvolvimento estavam

    tendo, em mdia, seis filhos.

    O Populao mundial futura Previses

    crescimento futuro da populao difcil de prever. As taxas de natalidade esto a diminuir em geral, mas variam muito entre pases desenvolvidos e

    pases em desenvolvimento. As taxas de mortalidade podem mudar inesperadamente devido a doenas, guerras e catstrofes, ou avanos na medicina. A ONU publicou vrias projeces da populao mundial futura,

    baseadas nos diferentes pressupostos. Ao longo dos ltimos dez anos, a ONU tem revisto constantemente as suas projeces da populao mundial, corrigindo-as para valores inferiores aos anteriormente anunciados. Se

    nenhuma ao, em escala global em especial nos pases subdesenvolvidos for tomada para conter o crescimento exponencial da populao mundial, ele

    prosseguir, tal como tem sido, at meados do prximo sculo.

    O contnuo aumento populacional pode ter vrias consequncias negativas. A mais falada a questo da escassez de

    Consequncias do aumento populacional

    alimentos, mas a verdade que os alimentos esto mal distribudos mundialmente, uma vez que, nos pases

    desenvolvidos existe um grande problema de sade por excesso de alimentao (obesidade e problemas cardiovasculares).

    Com o aumento da populao e desenvolvimento dos pases aumenta tambm a poluio produzida, e se j com a populao actual os problemas ambientais relacionados com a poluio so bastantes, ento deduz-se que sero muito

    piores com uma populao ainda maior e a produzir cada vez mais desperdcios; este aumento da poluio poder implicar tambm a

    degradao de muitos ecossistemas naturais. Na sociedade globalizada em que vivemos outro grave problema a

    propagao de epidemias, que agora o fazem com muito mais facilidade devido ao contacto entre indivduos de todos os pontos do mundo uns com os outros devido aos avanos dos meios de transporte. O facto de haver cada vez

    mais gente, para menos rea habitvel faz tambm com que comecem a surgir populaes que habitam reas perigosas do planeta, facilmente

    susceptveis a catstrofes (ex.: reas de grande actividade vulcnica). Tm tambm preocupado as autoridades governamentais os problemas associados

    criao de empregos, meios de habitao, transportes, educao e sade.

    Para tentar conter o elevado aumento populacional j esto tomadas e estudadas certas medidas. necessria a expanso de servios de alta qualidade de

    Medidas a tomar para conter tal aumento

    planeamento familiar e sade reprodutiva. As gravidezes indesejadas ocorrem quando os casais que no querem ter uma gravidez no

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    usam nenhum mtodo para regular eficazmente a fertilidade. Uma das prioridades de vrios governos dos pases em vias de desenvolvimento deve

    ser oferecer aos casais e a pessoas individuais servios apropriados para evitar tais gravidezes.

    Deve-se tambm divulgar mais informao sobre planeamento familiar e aumentar as alternativas de mtodos anticoncepcionais, nos casos em que tal

    seja legal. tambm muito importante a consciencializao do pblico sobre os meios existentes para a regulao da fertilidade e o seu valor, da importncia da

    responsabilidade e da segurana na prtica de relaes sexuais e a localizao dos servios. Devero ser criadas condies favorveis para famlias pequenas.

    Importa tambm aumentar a escolaridade, especialmente entre as adolescentes. Melhorias na situao econmica, social e jurdica das jovens e das mulheres podero contribuir para aumentar o seu poder de negociao,

    conferindo-lhes uma voz mais forte nas decises relacionadas com os aspectos reprodutivos e produtivos da famlia.

    Artigos Relacionados

    Anexo:Lista de pases por crescimento populacional Demografia Evoluo

    Ligaes externas

    O dia dos 6 milhares de milho de habitantes Populao mundial superar 9,2 bilhes em 2050, estima ONU

    13/03/2007 A Populao Mundial: uma Das Principais Questes Do Novo Milnio

    Crescimento da Populao e Opes de Polticas nos Pases em Dsenvolvimento

    6 BILHES

    Internet registra a exploso populacional

    Em algum momento do dia de hoje (12/10/1999), em algum lugar do mundo, segundo as estatsticas, estar nascendo a criana que completar o nmero

    mgico de seis bilhes de habitantes. No h estatstica que permita tal preciso, mas na Internet h at sistemas de contagem, mostrando o nmero

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    de nascimentos a cada minuto. E hoje, justamente quando

    comemoramos o Dia da Criana, a exploso populacional da Terra

    atinge esse recorde.

    Pelas tendncias estatsticas, essa nova criana no ter muito o que comemorar: devido s falhas de

    produo e distribuio de alimentos e riquezas,

    provavelmente ela nascer numa regio pobre, e sequer ter muito

    tempo de vida, pois a falta de infra-estrutura bsica causar sua

    morte provavelmente bem antes de que chegue ao ano mgico de 2001,

    que inaugura o novo milnio. Na Web, h at um site inaugurado zero hora de hoje, YouDraw, que pretende receber 500 mil desenhos pela Internet, de crianas de todo o mundo, para formar um livro que ter exatas 12 mil cpias - totalizando

    portanto a impresso de 6 bilhes de desenhos. Cada livro ter 500 pginas e mil desenhos por pgina, o que possvel devido ao pequeno tamanho dos desenhos. O trabalho, com os 12 mil livros, ser tambm mostrado em uma

    exposio internacional. Essa instalao ser acrescida de trs livros por semana, correspondendo ao aumento populacional (1,5 milho de pessoas).

    Contagem Esquea o Bug do Milnio (Y2K, sigla do ingls Ano 2 Mil)! Mais grave que ele o crescimento explosivo da populao mundial, neste Y6B (Ano 6 Bilhes), destaca o site Y6B da organizao Zero Population Grouth

    (ZPG - Crescimento Zero da Populao) na Internet. No alto da pgina, a contagem da populao estimada, atualizada a cada acesso, seguindo-se noticirio a respeito dos problemas que o crescimento

    populacional est trazendo ao mundo e links para doaes que os internautas queiram fazer, contribuindo para sua campanha de educao social que visa reduzir o crescimento da populao humana e melhorar suas condies de

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    vida. Uma das notas lembra que em 1804 a populao mundial era de apenas 1 bilho, mas bastaram apenas os ltimos 12 anos para que passssemos de 5 bilhes para 6

    bilhes de pessoas. O servio de buscas Yahoo! criou uma pgina

    especial, coletando notcias de diferentes fontes da imprensa a respeito do tema.

    Como a do Christian Science Monitor, que apresenta amplas estatsticas, como a de populao urbana (a cidade de So Paulo

    est em terceiro lugar no mundo, com 17,5 milhes de habitantes, aps Tquio e Cidade do Mxico; em quarto lugar, encostando com 17,4 milhes, est Bombaim, na ndia). J o ecologista David Pimentel, da Universidade

    de Cornell (EUA) - e que no tem parentesco conhecido com o editor de Informtica,

    antes que perguntem - informa em notcia da Associated Press que durante o prximo

    sculo, pelos atuais indicadores, "12 milhes de humanos em condies miserveis

    devero sofrer uma vida difcil na Terra". O escritrio do Censo norte-americano mantm a pgina de informaes sobre

    a populao mundial. Devido aos critrios de clculo, para essa entidade o nmero de seis bilhes de pessoas foi atingido j no final de 7/1999 (desde

    ento, j tero nascido mais 18 milhes de humanos). Outro contador o do Fundo da Populao das Naes Unidas (UNFP - United

    Nations Population Fund), com amplas informaes sobre o crescimento populacional. Segundo as estimativas, h menos de uma chance em dez de chance de nascer numa famlia em relativa prosperidade, e mais de trs

    chances em dez de nascer num ambiente de extrema pobreza. O quinto mais prspero da humanidade consome 86% dos recursos mundiais e tem um ganho eqivalente a 82 vezes a renda da populao mais pobre, tal a concentrao

    de riquezas, sem precedentes na histria.

    Planeta Terra sem gua doce

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    Caso no haja consenso poltico em relao a exploso populacional faltar gua potvel em menos de 20 anos.

    Quando garotinho chegou em 1954 (coloque sua data) o mundo

    j estava entupido de decises certas e erradas, tudo em ciclos de dominncia; o palco j estava tomado pela trupe de ento, que encenava

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    certa pea viciada. Pelos 55 anos seguintes (idade que tenho agora; coloque a sua) participou um tiquinho das decises, fez besteiras e cometeu alguns acertos.

    UM ZILHO DE COISAS FOI POSTA POR NOSSA GOELA ABAIX

    O (multiplique cada caixinha abaixo por milhes)

    Voc e eu somos herdeiros. Somos herdeiros fsico-qumicos da Terra, biolgicos-p.2 da Vida

    (em processo de desaparecimento acelerado), psicolgicos-p.3 em crescimento acelerado. Mais e mais, ilimitadamente mais decises certas e erradas.

    Quando esse garotinho de dois anos emergiu na Vida geral, na Psicologia geral, ele recebeu uma cesta de problemas-solues j postos, recebeu de presente um caminho, uma trilha existencial-essencial.

    T bom, foi assim: papai e mame se uniram (naquele tempo no tinha proveta, s proveito; no tinha replicao assexuada, s sexuada era um tempo bom e nem AIDS tinha, mal se conhecida a gonorria), o espermatozide se uniu ao vulo e produziu o espermatvulo, como venho chamando; do primeiro e da segunda saiu o terceiro e comeou a corrida

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    desenfreada para produzir a inflao celular que chegou aos bilhes de neurnios e aos trilhes de clulas.

    E quando o garotinho emergiu, ele j entrou num palco complicadssimo que s fez aumentar em complexidade e falsidade durante as dcadas seguintes.

    Captulo 3 O Garotinho

    L est o garotinho de dois anos, mal sabendo andar. A Terra gira em torno do Sol, que caminha na constelao de

    Lira, dentro da galxia Via Lctea, imodestamente chamada Galxia o garotinho no sabe de nada disso, s sabe defecar, urinar e pedir comida e gua ou leite. Papai sai de casa para trazer poder de compra, me cuida de tudo ali, o garotinho no sabe dos laos inumerveis que alimentam o coletivo.

    um prisioneiro (veja a cartilha Prisioneiros das Cidades) e vai ser, logo depois, prisioneiro do sistema educacional decidido alhures. Desejam que ele use o crebro sem pensar (trabalho braal) como povo ou pense sem mourejar (trabalho mental) como elite; depende, nisso tambm, das decises cotidianas de papai e mame, bem como de vrias conjunturas.

    Logo mais ser, como disse, prisioneiro do sistema reprodutivo do capital (veja a cartilha A Nova Grade que Ir nos Prender) educativo. O sistema reprodutivo-sexual tambm o prender, assim como as amizades e tudo mais.

    Mas esse garotinho, com apenas dois anos, no pecou ainda de moto prprio, pela prpria vontade; e ainda no entrou em nenhum ciclo vicioso auto-congratulador, auto-adulador. POR ENQUANTO ele segue impoluto, apenas por no saber decidir entre o certo e o errado NATURAL (supostamente o sentido pr-humano do correto e do incorreto), e tambm existem escolhas humanas quanto ao que (humanamente) certo ou errado.

    Com dois anos esse garotinho no pode ter pecado, pela simples razo dele no saber da existncia do pecado (como visto pela humanidade).

    Contudo, sem ser sequer possvel que ele peque, ele j herdou uma carga incomensurvel de decises e de futuros julgamentos a respeito do que fazer e do que no fazer. H constituies, emendas constitucionais, leis ordinrias, leis mais ordinrias ainda, decretos, portarias, ordens de servios malha inacreditvel de obedincias. E ainda os costumes, os falares e tudo a que dever prestar ateno.

    No apenas centenas nem milhares, porm MILHES DE LEIS vo se acumulando ou sendo acumuladas (porque leis no nascem por gerao espontnea; como os germens elas so criadas pelos antecedentes, s vezes pelos maus antecedentes). Ele deve prestar ateno a infinidade de costumes. Conforme nasa aqui ou acol deve atentar para os preceitos religiosos mais ou menos rigorosos, de forma que a pureza com que nasceu logo poluda por milhes de palavras que o pem em conflitos.

    Do Brasil e sua Constituio MILHES DE ESPADAS SUSPENSAS

    Jasson Ferreira Lima (02/07/2008 22:33)

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    1,2 milhes de leis federais, estaduais e municipais, so dados de uma herana constitucional; a Carta

    criou insegurana jurdica, tornando o Pas ingovernvel. (Roberto Campos). Isso fora dito j

    algum tempo por este homem pblico brasileiro, e denota que os nmeros j esto bem maiores;

    confesso que no sei dos dados atuais. Agora, sempre achei meio complicado para quem leciona a disciplina de Direito Constitucional, principalmente depois da conturbada e polmica Constituio de 1988. Nunca

    houve no Brasil tanta celeuma em torno das questes de Estado e dos direitos relacionados aos interesses do

    cidado, quanto nos tempos ps-constituinte. J se passaram vinte anos, e o balano que se faz, que nosso to sonhado

    arcabouo jurdico parece que no atendeu aos reclamos de um povo sedento de sua proteo. H uma constante inquietude na sociedade civil e nos

    movimentos sociais contra o poder pblico, que, confuso e fragilizado diante da demanda que lhe chega diariamente, sente-se abatido e mal visto pela

    populao. A Constituio infla-se cada vez mais, cresce como uma anaconda que parece assustar a todos que vivem a temer a instabilidade social. Diante dela, at o

    prprio pacto federativo enfraqueceu; os estados membros so tratados desigualmente, e suas constituies so simplesmente ignoradas. preciso se

    pensar num novo pacto entre os estados membros, para que a distribuio das riquezas da Unio atenda melhor aos anseios do povo.

    Como no Brasil as pessoas costumam acordar tarde demais para as coisas, agora que nossas cabeas pensantes esto percebendo que alguma coisa deu errado com essa gigantesca compilao de normas que criamos sobre

    nossas carapuas. A corrupo com sua cleptocracia aumentaram, as desigualdades

    permanecem, a violncia disparou para ndices alarmantes, os privilgios cresceram nos trs poderes, e os duodcimos tornaram-se uma excrescncia

    pblica. O sistema poltico no evoluiu, criando uma ditadura branca; o sistema tributrio vampiresco e concentrador de renda; os interesses

    particulares cresceram em detrimento dos interesses coletivos, criando uma descrena da populao no setor pblico, que o mais importante regulador

    das prioridades e estratgias das polticas de estado. Repensar o ordenamento jurdico maior de um pas, no enxertar nele

    matrias e normas pertinentes as leis ordinrias e complementares, desvirtuando-lhe de sua natureza, que a de ter normas gerais. A

    Constituio precisa ser mais enxuta, mais genrica, mais inacessvel s questinculas jurdicas locais e das normas especficas. Precisa sair deste

    misencene poltico social, que ela mesma provocou na sociedade brasileira por irresponsabilidade de alguns, para que possa assumir o seu papel de Carta

    Magna da Repblica, dando-lhe estabilidade poltica e um leme seguro. E assim, sendo um espelho que reflita de forma sucinta e clara, o pensamento

    democrtico e cristo da nao brasileira.

    Em busca de 3 milhes de leis Juliana Cipriani

    Publicao:

    O direito informao, previsto no artigo 5 da Constituio Federal, ganhou uma nova arma para ser exercido pelos cidados com acesso rede mundial

    11/07/2009 22:57

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    de computadores: um site recm-lanado pelo Senado Federal que vai reunir legislao e jurisprudncia de todo o pas em um mesmo banco de dados.

    Com a ferramenta, inspirada em uma experincia da Itlia, o usurio poder descobrir todas as regulamentaes e a posio do Judicirio sobre o tema

    que desejar, alm de portarias de ministrios e agncias reguladoras. Mas o abastecimento do sistema ainda depende de estados e municpios

    compartilharem suas informaes. At 30 de junho, quando o Senado lanou o site www.lexml.gov.br, foram reunidos 1.284.323 documentos, que

    totalizaram quase 3 milhes de links sobre os mais variados assuntos. A adeso de rgos federais, como Advocacia Geral da Unio, Supremo Tribunal

    Federal, Justia Eleitoral, Cmara dos Deputados e Senado, macia. O mesmo no ocorre com estados e municpios. At agora, s a Assemblia

    Legislativa de Minas Gerais e a Prefeitura de So Carlos (SP) esto integrados ao sistema. No caso do Legislativo mineiro, o espao conta com 72.660 itens

    sobre legislao estadual. O universo total de dados brasileiros no conhecido, mas para se ter uma

    idia no plano legislativo, at 2007, em 19 anos de vigncia da Constituio Federal foram criadas mais de 3

    milhes de leis: 148.577 federais, 956.695 estaduais e 2.522.741 municipais. J na esfera do judicirio, por exemplo, apenas um banco de

    dados dos tribunais regionais federais rene mais de 4 milhes de jurisprudncia.

    A expectativa dos idealizadores do projeto que dentro de um ano pelo menos 10 estados tenham se integrado Rio Grande do Sul e So Paulo j esto fazendo o trabalho necessrio para a incluso. No caso das cmaras

    municipais, cerca de 400 usam o sistema de software oferecido pelo Senado, que vai repassar outro que permita o compartilhamento.

    Segundo o analista de informtica legislativa do Senado e lder do projeto, Joo Alberto Lima, o site vai facilitar o acesso informao. A idia criar uma rede de informao de legislao e jurisprudncia para o cidado que

    consiga economizar tempo na hora de obter os dados, disse. No site, o usurio tem um espao para digitar o assunto da pesquisa e tem a opo de incluir nos resultados legislao, jurisprudncia, proposies legislativas ou todas juntas. Uma busca pela palavra cigarro, por exemplo, resulta em 97 itens, 92 deles na esfera federal esto disponveis 53 jurisprudncias, 29 leis, 13 propostas e outras duas manifestaes. Sobre casamento, so 463 tpicos. J sobre tributos so 3.394 opes de legislao ou instrumentos

    jurdicos.

    Adeso

    Para participar, estados e municpios devem assinar um termo de adeso e cooperao tcnica com o Senado, baixar software de adaptao e exportar

    seus dados. A dificuldade que nem todos mantm seus bancos de dados atualizados. Para o diretor de Processo Legislativo da Assemblia de Minas

    Gerais, Sabino Fleury, o site vai ajudar a democratizar as informaes pblicas. A vantagem organizar a forma de recuperao dos dados e, com

    isso, facilitar para o cidado o acompanhamento dos trabalhos dos legislativos.

    Querendo ser a pessoa mais correta do mundo, a qualquer momento o garotinho pode tropear em alguma lei.

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    BURRO CARREGADO

    Antes, como agora, l vamos ns, sempre carregados de leis e de

    extraes variadssimas que nos tolhem e nos ordenham. O garotinho, que comeou quando o primeiro e a segunda se

    uniram, produzindo o terceiro, originalmente no tinha culpa: nem vcios nem pecados. Contudo, no primeiro vagido, estando apenas vivo, j passou a herdeiro de todas as nossas implicncias mtuas, todos os ndulos do emperramento socioeconmico, todas as divises esprias da Bandeira Elementar (ar, gua, terra-solo, fogo-energia, vida), todas as classificaes, todas as sexualizaes inventadas e por inventar, todos os horrores, todas as lutas e assim por adiante.

    S por ser posto aqui o garotinho se deu mal pra caramba. Sem ter pedido para vir, ele foi trazido vida, dado luz pela

    conspirao irrefrevel de pai e me. E antes dele, com o pai e a me foi a mesma coisa, postas as diferenas para o tempo e o espao dos avs e das avs, e assim para trs, remontando primeirssima de todas as amebas e algas. Ningum pediu para vir, mas no reclamamos disso.

    O CENRIO DE GUERRA EM QUE FOI INSERIDO O GAROTINH

    ESQUERDA

    O (os pares polares se dilaceram)

    rebentado entre o querer e o no-querer

    DIREITA

    BOMBORDO ESTIBORDO

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    Embora esse tal garotinho no tenha nada a ver com a antiga luta dos pares, s por chegar ao ringue ele bombardeado pelas acusaes mtuas.

    Em resumo, o garotinho (qualquer que seja) j chega a este mundo bombardeado, gauche, andando todo torto e capenga pela vida.

    Captulo 4 Nascimento

    parto normal A PORTA DE ENTRADA

    cesariana

    Decorre que os seres humanos vm (pela porta) luz, desde a

    escurido do tero, onde ficaram imersos e sendo alimentados; na realidade nasceram na fecundao logo na unio do primeiro com a segunda (todos ns temos a idade + tantos dias desde a concepo), no nasceram ao despontar.

    ATRAO DA ESQUERDA

    A TRILHA PELA VIDA

    ATRAO DA DIREITA

    A pessoa no esquerda ou direita, ela esquerdireita,

    centro; centro mais para a esquerda ou centro mais para a direita, mas centro. Ela uma linha oscilante entre o certo e o errado; e dizer que est de

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    um lado ou de outro depende da fotografia dentro do ciclo. SEMPRE haver mdia e SEMPRE haver esquerda e direita em relao mdia, a menos que o ciclo da pessoa seja interrompido, com ela de um lado ou de outro. Pessoas santas so-no NAQUELE MOMENTO; se o retrato demorasse mais deixariam de s-lo. Agora, certo que tendo nascido numa boa rvore (como disse Jesus) o fruto ser bom; e tendo cumprido seu ciclo voltar bondade.

    Em todo caso, a pessoa mergulha em depsitos de limpeza ou de sujeira e se contamina deles. O julgamento popular de dize-me com quem andas e te direi que s parcial e preconceituoso, pois a pessoa tem e detm a personalidade, a persona identificada, a internalidade; tendo mergulhado, pode absorver mais ou menos do entorno, conforme as predisposies, j que a psicologia-p.3 tem dentro de si biologia-p.2 e fsico-qumica tudo que acontece num dos nveis afeta os demais.

    O GAROTINHO BALANA

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    O garotinho assume como seus os valores alheios, as decises de antes de si, e do lado de si no aqui-agora: ele torna-se PARTIDRIO, partido-e-otrio.

    O ARMRIO DE PERSONALIDADES (cada qual escolhe as suas, com recheios de iluso)

    Pobre do garotinho: ele pensa que est escolhendo com total

    livre-querer, livre-arbtrio, mas no totalmente verdade: a liberdade s metade da histria toda. De fato, a soma de outras vontades o condiciona de milhes de modos diferentes, a comear do fato de que todos os pecados e todos os vcios so-lhe passados.

    Por exemplo, detectaram que desde a constituio federal de 1988 j so mais de TRS MILHES de leis (fora decretos, portarias, ordens de servios).

    O universo total de dados brasileiros no conhecido, mas para se ter uma idia no plano legislativo, at

    2007, em 19 anos de vigncia da Constituio Federal foram criadas mais de 3 milhes de leis: 148.577

    federais, 956.695 estaduais e 2.522.741 municipais. J na esfera do judicirio, por exemplo, apenas um banco de dados dos tribunais regionais federais rene mais de

    4 milhes de jurisprudncia.

    DE LEI

    3,6 milhes de leis, mais de 180 mil por ano em mdia como jogar contra trs milhes de jogadores adversrios. NA REALIDADE, certo que - enquanto jogam a favor - os (a

    caminho de) 7,0 bilhes de seres humanos tambm jogam contra.

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    Captulo 5 Carteirinha de Pessoambiente

    CARTEIRA DE IDENTIDADE

    (para conhecer realmente a pessoa lembrando que s o no-finito pode de fato conhecer qualquer um deveramos conhecer seu caminho na vida)

    1. indivduo (carteira de identidade) 8. mundo 2. famlia 7. nao (passaporte) 3. grupo 6. estado

    4. empresa 5. cidade-municpio Como conhecer o que e quem o indivduo? No possvel. A CI (carteira de identidade) no identifica mesmo nada: nem a

    fsica-qumica, nem a biologia-p.2, nem a psicologia-p.3 (nem a figura, nem os objetivos, nem a produo, nem a organizao; mal-e-mal o espaotempo); nem as outras chaves. DE FATO, ela deveria apenas conter uma chave de acesso a todo um banco de dados.

    DADOS QUE

    (a pessoa eletromagntica: uma chave para adentrar autorizadamente um banco de dados; acesso posteriormente investigado)

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    Captulo 6 Hellraiser

    MILHES DE CORDINHAS PUXANDO AS PESSOAS

    Somos todos, ou quase todos, como esse garotinho, menos os

    que no atingiram dois anos. Somos mamulengos, tteres, fantoches, marionetes neste teatro-Terra de bonecos.

    Aos dois anos o garotinho no sabe que herdeiro desses dois baldes de porcarias, tanto as boas quanto as ruins.

    INSERIDO NA TINA DE LAVAGEM

    o cocho dos pobres, rude e

    objeto de repulsa o cocho mais elegante,

    dos ricos

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    Objetos dos desejos, desejos dos objetos l vai a multido-boiada, caminhando a esmo dia aps dia, do nascer ao morrer tantos mil dias. Quando o garotinho chega, apenas por ser capaz de falar, por ter emoes ele inserido IMEDIATAMENTE na construo do prximo cabide de personalidades.

    Um inferno de ofertas, tanto para homens quanto (muito mais) para mulheres; com isso l vo todos durante 25, 30, 35, 40, 45 ou mais anos (exceto Lula e FHCB, que aposentaram duas ou mais vezes cada um, e bem cedo) trabalhar at cansar, em troca da satisfao dos seus desejos.

    INFINITOS DESEJOS

    DESEJOS DA ESQUERDA

    (so os mais coloridos e brilhantes possveis; todos ns somos prisioneiros, por mais que achemos que no, at os que fogem e vo para os mosteiros ou para as cavernas)

    DESEJOS DO CENTRO DESEJOS DA DIREITA

    O garotinho montado desde o zero como 1+ 1 = 2, 1 + 2 = 3, e desde ento, j bilhes e bilhes de clulas conectadas, emerge na luz; cuidado durante mais uma dcada ou duas e ento, j repleto de desejos, pecados e vcios vai ajudar a construir a prxima gerao, numa cadeia ininterrupta de 10.000 geraes desde os 300 mil anos dos neanderthais ou 80 ou 70 mil anos dos CRO-magnons ou 400 geraes a partir das primeiras cidades.

    Pobre garotinho, quando ele chega, pelado que apresentado, j existe, prontinho pra ele, um bornal de tarefas, uma sacola de confuses, uma bolsa de sonhos.

    Captulo 7 Tricotando a Vida

    O TRIC DO GAROTINHO

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    As agulhas da vida vo tricotando o garotinho e cada vez mais aos 15, 18, 21, 24, 27, 30 anos ele j tudo que a sociedade queria que fosse; vira pedreiro, carpinteiro, engenheiro, dignitrio da ONU, caador ou o que for. O que 1, frente a 7.000.000.000? O que pode 1? Por toda parte, de noite e de dia, do norte e do sul, do leste e do oeste, de cima e de baixo os seres humanos vo fazendo o garotinho ser o que ele pensa que quer ser: oferecem-lhe um quatrilho de objetos como possibilidade e uma chance de trabalhar por aquilo: a idia de ser superior, de ser mais belo, de ir mais longe, de querer mais.

    Captulo 8 Agulhas

    AGULHAS E AGULHADAS

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    Captulo 9 Agulhadas

    Cutucado daqui e dali, empurrado e puxado, escorado e detido,

    arrastado o garotinho vai sendo construdo como todos esses bilhes de exemplos: trgico, mas risvel tambm, uma comdia. Pobre do garotinho, convencido de que decidiu caminhar e seguiu sua trilha, quando as oportunidades foram ao acaso oferecidas, e ele embarcou.

    O GAROTINHO FOI CORTADO E RECONSTURADO (foi pelo seu bem, disseram na maior sem-vergonhice; o bem do garotinho devo dizer que ele resistiu quanto pode)

    O garotinho foi desintegrado e reintegrado como convinha ao

    coletivo de trabalho; pensava, ou pensa ainda, que escolheu; mas s escolheu porque estava ali, como o Everest e estar ali era aquilo de que a sociedade precisava. O cabide de empregos foi oferecido, e mesmo que o garotinho no tivesse escolhido um daqueles o novo cabide que inventou ainda coube nas necessidades.

    Finalmente, o garotinho foi engrupido, foi enganado, foi trapaceado cada um (de todos os bilhes de garotinhos e de menininhas) foi enrolado, fraudado, logrado. Claro, foi feliz tambm, algumas vezes at imensamente feliz. Quando sozinho, de noite ou de manh, o garotinho at pode entrar em comunho total com i (ELI, Elea, Ele-Ela, Deus-Natureza), porm isso no impede que durante o dia entre de novo no circuito.

    Porm, no h como negar que os garotinhos imaginam pensar com a prpria cabea, sem saber que milhes de agulhas os empurram para aqui e ali, onde conveniente ir e estar.

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    Captulo 10 Costuradinhos

    Existe um livro horrvel, de Clive Baker, Abarat. ESTE AQUI (demonaco, maligno)

    Nele o malfico autor fala de certas criaturas, os

    costuradinhos, feitos de partes como Frankenstein, com a diferena de este ter um resqucio de bondade. H desenhos no livro, todos horrveis, e a malcia impera.

    parte isso, somos tambm costuradinhos (ainda que no malignos), feitos de pedaos de pessoas que j morreram, assim como de outras que esto vivas. Em nossos corpos-almas esto tatuados os pecados e os vcios dos de antes e dos de agora; contudo, herdamos igualmente coisas boas, pois muita gente sofreu para nos dar liberdade, paz e tranqilidade. Tudo de bom veio de quem nos deu o bem. No vem de quem nos trouxe o mal contra esses devemos nos rebelar.

    PORQUE, embora eu fale neste texto em pecados e vcios, tudo metafrico, A MENOS QUE ele os pratique; e isso s pode ser julgado DEPOIS QUE PRATICAR, no antes (no pode ser presumido).

    Por certo, durante toda a vida do garotinho ele pode ser chamado a praticar tais e quais atos, mas enquanto no os praticar est ileso. Assim e assim deve ser. ERRADO as pessoas serem vigiadas na presuno de que cometero porventura os atos. Por enquanto no os cometeram e errado assumir que os cometero.

    METAFORICAMENTE, esse garotinho genrico PODE fazer isso e aquilo; porm a linha de sua vida s levar aquilo que ele verdadeiramente colou ou agregou a ela. Nada mais e nada menos. Tem de ser de moto prprio. Tem de ser por escolha. O garotinho pode ser provocado, pode ser instado a fazer isso e aquilo e, no obstante, no aceitar os desafios; pode ser chamado aos vcios e aos pecados e os recusar.

    A balana da vida de cada um s pesa aquilo que foi feito por vontade prpria, no por vontade alheia. Os pecados e os vcios da coletividade empurraram e puxaram o garotinho, porm s o que ele decidiu mesmo dele.

    Vitria, quarta-feira, 18 de novembro de 2009. Jos Augusto Gava.

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