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OS REGISTROS FOTOGRÁFICOS DO MOVIMENTO TENENTISTA EM FOZ DO IGUAÇU (1924-1925) Emerson dos Santos Dias – Univ. Estadual de Londrina (UEL) e Fac. Maringá (Cespar) [email protected] Resumo: Este trabalho tem como objetivo mostrar, por meio de imagens coletadas entre 1924 e 1925, o comportamento e o processo de fusão dos movimentos tenentistas paulista e gaúcho. Tal fato histórico se deu em Foz do Iguaçu (PR) durante sete meses de estado de sítio em que a cidade viveu. O artigo expõe detalhes dos registros fotográficos que antecederam a formação da famosa Coluna Prestes, assim como as marcas visuais posteriores deixadas na região conhecida como Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai). Entre as fotografias selecionadas estão trabalhos do fotógrafo amador, agricultor e recenseador, Harry Schinke (1902-1976), considerado o autor da primeira imagem fotojornalística de Foz, assim como imagens do autor deste artigo produzidas entre 2000 e 2006. A opção metodológica para resgatar e avaliar o material envolveu a Análise Documental, História Oral e História Cultural. Ancorados nestas três referências das Ciências Humanas, foram coletados documentos e informações – 75 entrevistas e mais de 150 fotos Tríplice Fronteira e assim entender as mudanças drásticas ocorridas entre 1910 e 1930. Mudanças estas influenciaram tanto os tenentes quanto os moradores. Palavras-chave: Fotografia, História, Movimento Tenentista Introdução
Considerada um marco dos movimentos revolucionários brasileiros, a Coluna Prestes
deu continuidade ao Movimento Tenentista surgido em 1922, no Rio de Janeiro. Os levantes
se estenderam do Rio para São Paulo, onde centenas de soldados se mobilizavam contra a
passividade das Forças Armadas diante das oligarquias políticas e econômicas que
dominavam o País. Com apenas 26 anos de idade, Luis Carlos Prestes se viu influenciado por
tais ações. O manifesto gaúcho eclodiu em Santo Ângelo e se estendeu por São Borja e São
Luiz. O grupo, já chamado de Divisão do Rio Grande, inicia marcha para se unir aos tenentes
paulistas no Paraná, especificamente na região de Foz do Iguaçu, onde Prestes dividiria o
comando com Miguel Costa. A liderança total de Prestes viria em 10 de junho de 1925.
O grupo percorreu 13 dos 20 estados brasileiros da época. Em todo o trajeto, a Coluna
Prestes jamais propôs arrebanhar civis. Suas metas eram claras: conscientizar a população
sobre os ideais da revolução e reunir mais soldados contrários ao comando do Exército. A
publicidade negativa e desaprovação popular – aliada ao cansaço, fugas constantes e à fome –
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enfraqueceram o movimento, que seguiu até o auto-exílio na Bolívia em março de 1927.
Porém, a crítica às políticas públicas feitas pelo grupo ampliou discussões nas capitais, onde a
população urbana – por meio dos jornais e folhetins – acompanhava as ações dos rebeldes
pelo interior do Brasil. A Coluna Prestes virou referência das mobilizações sociais e de
levantes tenentistas posteriores que culminaram com a Revolução de 1930, que depôs o
presidente Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder.
O interesse deste pesquisador pelo período em que a região de Foz do Iguaçu
permaneceu sitiada pelos movimentos tenentistas, entre setembro de 1924 e abril de 1925,
surgiu a partir da imagem abaixo (Foto 1), considerada a precursora do foto-jornalismo na
região: a fotografia da primeira igreja de Foz do Iguaçu em chamas, produzida em 1925 pelo
fotógrafo pioneiro Harry Schinke (1902-1976). Um flagrante jornalístico onde o autor foi
rápido e ao mesmo tempo preocupado em detalhar uma imagem com qualidade estética e
informativa que ultrapassaria divisas e fronteiras e provocaria polêmicas duradouras.
A tentativa de reconstrução (ou representação) do cenário que serviu de pano de fundo
para identificar convivências e conflitos sociais da época. Tem-se aqui referenciais da História
Cultural, onde a utilização dos relatos – obtidos por meio de fotografias, reportagens e
entrevistas com pioneiros – formata um painel temporal que oferece faces de um prisma que
identificamos como fato.
A opção metodológica principal para resgatar e avaliar o material foi a da Análise
Documental ancorada em outras linhas acadêmicas das Ciências Humanas (História Cultural,
História Política, Sociologia, entre outras). Buscaram-se indícios (entrevistas, fotos e
depoimentos para a reconstrução do cenário exposto) e ainda dados e informações em livros,
revistas e principalmente em jornais da região. Material suficiente para amparar a construção
da memória coletiva da Tríplice Fronteira e assim entender as mudanças drásticas ocorridas
entre 1910 e 1930. “A Análise Documental, muito mais que localizar, identificar, organizar e
avaliar textos, sons e imagens, funciona como expediente eficaz para contextualizar fatos,
situações, momentos. Consegue, dessa maneira, introduzir novas perspectivas em outros
ambientes, sem deixar de respeitar a substância original dos documentos. (MOREIRA, 2005,
p. 276).
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O fato aqui exposto – em texto e imagem – tem um contexto curioso: a Igreja de São
João Batista pegou fogo em três de maio daquele ano e a principal versão histórica passada de
pai para filho durante décadas foi a de que o prédio de madeira havia sido incendiado pelos
últimos revolucionários tenentistas que batiam em retirada antes da chegada das tropas do
Exército enviadas pelo presidente Arthur Bernardes. Unidas na fronteira, as colunas Paulista e
Rio Grande seguiram para o norte, em direção a Guaíra, e em seguida ao Paraguai, de onde
surgiria depois a famosa Coluna Prestes. Segundo Drummond (1986) e Meirelles (2002), o
contingente tenentista (diferentes relatos e pesquisas apontam entre 1,5 mil e 3 mil pessoas)
desmontou acampamento em Foz entre 25 e 26 de abril de 1925. Muitos moradores, no
entanto, afirmam que os últimos rebeldes haviam deixado o vilarejo no começo de maio e que
eles teriam sido os responsáveis pelo incêndio.
As suspeitas de “atentado rebelde” foram eliminadas somente anos depois, por meio
de depoimentos dos poucos moradores que ficaram na cidade sitiada (a maioria fugiu para os
países vizinhos com medo de ser morta pelos tenentes) e também da versão divulgada pelo
Clero. Foi necessário o esclarecimento do bispo Dom Olívio Aurélio Fazza sobre o que
Foto 1: Igreja incendiada fotografada por Harry Schinke em Foz do Iguaçu (3 de maio de 1925).
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realmente ocorreu naquele conturbado dia de outono: depois de voltar dos esconderijos
paraguaios e argentinos, parte da população festejou a saída dos rebeldes da cidade soltando
fogos de artifício. “Soltaram muitos rojões e um deles se alojou no telhado de tabuinhas [da
igreja], causando o incêndio. Isso aconteceu em maio, dia 3. No dia 6 de junho, dia do
Padroeiro da cidade, foi benta a pedra fundamental da nova igreja, inaugurada só em 1942”,
explicou Dom Olívio (CAMPANA & ALENCAR, 1997, p. 80).
A pesquisa aqui resumida baseou-se nos estudos realizados entre 2000 e 2008 que
resultaram na publicação do capítulo de um livro (DIAS, 2008). O trabalho investigativo
concentrou-se nos registros fotográficos feitos em Foz e desenvolveu-se pensando no fato que
um fotógrafo e sua câmera podem gerar História, mas não isoladamente. Harry Schinke
congelou o acontecimento no papel, mas foram depoimentos que deram aos historiadores a
versão correta do ocorrido em três de maio de 1925. Buscou-se compreender como
transcorreu a vida dos colonos de Foz do Iguaçu durante o estado de sítio pelo qual passou o
vilarejo e entender como se desenvolveu a relação de “espaço e sociabilidade” primeiramente
entre moradores e rebeldes, e em seguida entre os primeiros e as tropas federais comandadas
por Cândido Rondon.
A memória bidimensional
O trabalho teve amparo teórico de autores como Maria Linhares Borges, que reforça a
importância da fotografia em uma pesquisa histórica ao mesmo tempo em que alerta – com a
ajuda do filósofo Platão – que “sempre que uma imagem é lida sem a mediação da razão, ela
se transforma em um simulacro do real, ou seja, cria uma ilusão da realidade” (BORGES,
2003, p. 25). Claro que podemos usar também o referencial do texto “Da Alma” de
Aristóteles (“A alma nunca pensa sem uma imagem”) para lembrar que um fato perde duas
das quatro dimensões antes mesmo de se consolidar na fotografia. O ser humano tende a
converter o acontecimento em algo bidimensional já na memória, evidenciando os pontos
pertinentes como destaque em primeiro plano. A responsabilidade deste processo se deve, em
parte, pela criação da escrita que eliminou as dimensões restantes da imagem (transformou-a
em texto) e deu linearidade aos acontecimentos que antes eram interpretados por meio de
relações circuncêntricas (compreensão e visualização giram em torno delas mesmas), como
nos alerta Vilém Flusser (2009, p. 8): “O vaguear do olhar é circular: tende a voltar para
contemplar elementos já vistos. Assim, o ‘antes’ se torna ‘depois’, e o ‘depois’ se torna o
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‘antes’. O tempo projetado pelo olhar sobre a imagem é o eterno retorno. O olhar diacroniza a
sincronicidade imagética por ciclos.”
Voltando a falar da relação entre imagem e História, o trabalhou absorveu da
pesquisadora Sílvia Zanirato a importância dos registros fotográficos para uma comunidade,
por funcionarem como “suportes da memória que comportam elementos para a história e o
entendimento de seu presente” (ZANIRATO, 2005, p. 142). Por fim, tem-se o reforço de
Boris Kossoy, pesquisador que reafirma a importância das imagens para a formatação
histórica da sociedade sem deixar de citar os perigos quanto à manipulação ou o
direcionamento pretendido pelo autor de qualquer imagem. “Paisagens das áreas urbanas e do
campo, a natureza, os tipos humanos em seu habitat natural, os conflitos sociais e as guerras
foram registrados pela fotografia; melhor dizendo: nem todos os fatos, ou apenas os que
interessavam para determinados grupos, num dado momento” (KOSSOY, 1998, p. 46).
O trabalho reuniu os resultados das análises feitas sobre os registros fotográficos com
os relatos coletados entre 2000 e 2005, período em que o autor morou na chamada “tríplice
fronteira” (Brasil-Argentina-Paraguai). É sabido que a Coluna Prestes foi um marco entre as
grandes mobilizações nacionais e que os rebeldes percorreram milhares de quilômetros pela
América do Sul. Mas como se comportou tal movimento durante a ocupação? Por que a fusão
dos movimentos tenentistas ocorrida naquela região é citada em diversas publicações e
pesquisas acadêmicas com tão poucos detalhes e principalmente distante da percepção da
comunidade envolvida?
Foucault (1999) mostra que a História Local pode não somente revelar pontos isolados
ou passados despercebidos em pesquisas mais abrangentes, como fazer ligações entre fatos
que encontramos em análises, pesquisas ou publicações distintas. Tudo isso a partir do
“homem histórico”, aquele que dá sustentação para compreender o “movimento da História”
enquanto oferece subsídios para compreender a formação desta ou daquela sociedade.
“Uma vez que o homem histórico é o homem que vive, trabalha e fala, todo conteúdo da História, qualquer que seja, concerne à psicologia, à sociologia ou às ciências da linguagem. Mas, inversamente, uma vez que o ser humano se tornou, de ponta a ponta, histórico, nenhum dos conteúdos analisados pelas ciências humanas pode ficar estável em si mesmo nem escapar ao movimento da História” (Foucault, 1999, p. 513).
História, memória e imagem
A primeira impressão que se tem é que a permanência dos tenentes junto aos
moradores da pequena cidade de Foz do Iguaçu pareceu efêmera, principalmente se diluirmos
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os sete meses em que os tenentes permaneceram na fronteira dentro dos anos em que a grande
marcha da Coluna Prestes existiu (abril de 1925 a março de 1927) ou durante todo o
movimento tenentista (de 1922 até a Revolução de 1930) ou ainda – segundo o historiador
Drummond (1986) – dentro do período de intervenção militar e política dos jovens oficiais
nas questões nacionalistas que se estenderia até 1935, durante a primeira fase da Era Vargas
(1930 – 1945).
No entanto, bastou iniciar a montagem do arquivo (fotos, entrevistas, pesquisas, etc.)
para perceber que o estado de sítio ocorrido na Tríplice Fronteira foi decisivo para acelerar
mudanças na História da sociedade brasileira, fossem elas em âmbito nacional, regional ou
local.
Sobre a importância dos acontecimentos naquela época para a História do Brasil, além
do surgimento da Coluna Prestes tem-se, por exemplo, as reformulações geográficas
propostas pelo Governo Federal dentro dos novos entendimentos de “fronteira política”
apontados na década de 1920 por pesquisadores como Everardo Backheuser e Elyseo de
Carvalho (precursores das pesquisas de Geopolítica no Brasil), entre outros (MENEZES,
2006); e o fortalecimento militar na região, entre Guaíra e Foz do Iguaçu, já que desde a
fundação da Colônia Militar do Iguaçu em 1889 (BRITO, 2005), quase nada fora feito para
garantir a soberania nacional na região.
Na História do Paraná, vê-se a ampliação do programa de migração e ocupação do
oeste paranaense, parcialmente paralisado entre a Guerra do Contestado (1912 – 1916) e a
demarcação definitiva das divisas atuais entre Paraná e Santa Catarina em 1921; sem contar
com o início da valorização dos recursos naturais fronteiriços, como o potencial hídrico
alavancado com a ampliação dos portos (Porto Meira em Foz do Iguaçu e Puerto Franco no
Paraguai) durante o auge da exploração de madeira e mate na região. Detalhes se projetam na
lembrança imagética, como o comércio ilegal de produtos entre os países vizinhos. Hoje, vêm
à memória os sacoleiros, os produtos comprados no Paraguai, etc., mas a história do
contrabando começa muito antes da popularização dos aparelhos eletrônicos em Ciudad del
Este. “Houve a chamada ‘Época do Ouro Branco’, uma alusão ao tráfico de farinha de trigo
argentina. ‘Pessoas ficaram ricas fazendo o contrabando para o Paraguai e também para o
Brasil em pequenos barcos, garantindo o sustento dos moradores ribeirinhos. Hoje, o pó
branco é outro, rende mais dinheiro e é altamente perigoso’, brincou Francisco Amarilla
[historiador e ambientalista paraguaio], referindo-se ao narcotráfico” (DIAS, 2002, p. 23).
O potencial eco-turístico na região foi outro referencial que sofreu influência do
conflito entre tenentes e tropas legalistas. Vários desembarques militares ocorridos depois de
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abril de 1925 trouxeram soldados, engenheiros, topógrafos e também curiosos e até
empresários interessados em conhecer e aproveitar comercialmente as belezas que viam em
fotografias estampadas em jornais da época. Também de autoria de Harry Schinke (Foto 2), a
imagem revela inúmeros dados para a pesquisa, como o aparente relacionamento amigável
entre moradores, turistas e tenentes paulistas, a organização das lideranças do movimento a
ponto de oferecer momentos de entretenimento aos comandados e ainda a investigação
geográfica da tríplice fronteira (a começar pelo marco que delimita os três países) a partir de
diligências direcionadas com claros objetivos táticos para a guerrilha.
O número de navios a vapor vindos de Paranaguá, passando por Buenos Aires e
Montevidéu1, com destino às cataratas (Rio Iguaçu) e aos saltos de Guaíra (Rio Paraná) foi
crescente até resultar em um fluxo considerável para que a criação do Parque Nacional do
Iguaçu fosse efetivada em 10 de janeiro de 1939.
1 Até a década de 1930, o trajeto mais rápido para chegar a Foz ou a Porto Mortinho no Pantanal era sair do litoral brasileiro, seguir até o Rio da Prata (onde ficam as capitais da Argentina e do Uruguai) e subir pela foz do Rio Paraná em direção às cidades-irmãs argentinas de Resistência e Corrientes. Lá, os interessados seguiam pela esquerda (Rio Paraguai) para chegar ao Pantanal ou à direita (ainda Rio Paraná), em direção à Tríplice Fronteira.
foto 2: a imagem de 1925 registra os rebeldes tenentistas no Marco das Três Fronteiras,acompanhados de moradores de Foz do Iguaçu. Ao fundo, o Rio Paraná e o vizinho Paraguai.A foz do Rio Iguaçu fica 200 metros abaixo do marco brasileiro.
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Reserva ambiental hoje já tombada como Patrimônio Natural da Humanidade e cujos
seus primórdios também fazem parte da História Local (e do imaginário) de Foz do Iguaçu,
pois foi a passagem de Alberto Santos Dumont por lá, em 19162, que alavancou o processo de
formação do parque. Ilustre visita que é lembrada em diversos relatos: “Para o desespero do
meu pai, o grande inventor caminhou em direção à tora [presa sobre uma das rochas das
cataratas] e, lentamente equilibrou-se entre o céu e o abismo sem medir as conseqüências nem
se preocupar com o tempo. Cruzou os braços e permaneceu de pé, contemplando a Garganta
do Diabo”, narrou Elfrida Engel Nunes Rios (1905-1991), descrevendo em detalhes as ações
do famoso aviador (CAMPANA & ALENCAR, 1997, p. 87). Outro pioneiro de Foz, José
Werner (1900-1990), também acompanhou a ilustre visita. “O pessoal gracejava: pois é,
Santos Dumont, nóis esperava o senhor por riba, mas o senhor veio por baixo” (idem, 1997,
p. 137). Já a esposa do fotógrafo Harry Schinke, Marieta Schinke (data de nascimento
desconhecida e falecida em 1984), foi mais longe. “Houve uma grande festa, baile e tudo
mais. Eu dancei uma valsa com Santos Dumont” (idem, 1997, p. 153).
Tais depoimentos serviram de grande motivação para a pesquisa aqui apresentada: a
reconstrução do cenário da época – garimpados em fotografias, entrevistas, livros, revistas e
em jornais da região – ampara a construção da memória coletiva de forma visual (imagética) e
linear (escrita). Ao relatar, com intimidade, os fatos envolvendo Santos Dumont e também a
presença dos rebeldes tenentistas na região de fronteira, os pioneiros renovam o círculo
envolvendo imagem e acontecimento analisado por Flusser (2009, p. 9), onde “imagens são
mediações entre homem e mundo”.
Basta vaguear o olhar sobre a narrativa de alguns pioneiros para percebermos o
afloramento de imagens históricas em nossas memórias. “Lembro que era formada por jovens
altos, fortes e bonitos, muito bem educados. Foi uma pena que tenham perdido a revolução.
Se tivessem vencido, acho que hoje o Brasil estaria melhor”, avalia Marieta Schinke. “Todo
mundo ficou com medo, pensando que os revolucionários iriam matar a todos. Mas quando
[os homens de Isidoro Lopes] chegaram e viram aquilo [fuga para os países vizinhos],
disseram que quem tinha fugido devia voltar porque não iria acontecer nada de mal a
ninguém”, afirma Alfredo Mertig (1914-1997). “Os revolucionários eram gente boa. Vinham 2 Santos Dumont visitou a Vila Iguaçu entre 26 e 27 de abril de 1916 hospedando-se no quarto número 2 do Hotel Brasil, na verdade uma pequena pensão com capacidade para 14 hóspedes, descreve a pioneira Elfrida Engel Nunes Rios (CAMPANA & ALENCAR, 1997, P. 87). Depois de conhecer as cataratas, seguiu para Curitiba tentar recorrer junto ao então Presidente do Estado do Paraná, Affonso Alves de Camargo, para que as terras que abrangiam a foz do Rio Iguaçu – pertencentes a particulares – se tornassem patrimônio público. Naquele mesmo ano – 28 de julho – o decreto nº 63 declarava de utilidade pública os 1.008 hectares que abrangiam as 275 quedas das cataratas. Somente em 1939, por decreto do Presidente Getúlio Vargas, a área passou a se chamar Parque Nacional do Iguaçu e ser ampliada para 156.235 hectares.
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muito lá em casa buscar leite, que eu dava sem cobrar porque tinha bastante”, recorda Ottília
Ignez Werner Friedrich (1904-1999), depois de ressaltar ter sido uma das poucas a não buscar
refúgio nos países vizinhos. São descrições como as apresentadas acima que reforçam a
continuidade desta pesquisa, pois há uma série de relatos que precisa ser resgatada.
Sendo assim, a relevância deste trabalho é reforçada em dois ambientes históricos: o
local, com a reconstrução do cenário que servia de pano de fundo para os conflitos da época; e
o da História do Brasil, onde subsídios (imagéticos ou não) trazem à luz um período ainda
obscuro da História dos Movimentos Sociais que envolve o processo de unificação dos
movimentos tenentistas.
O objetivo almejado aqui foi destacar a percepção dos pioneiros sitiados, a fim de
revelar detalhes da micro-história relacionados aos rebeldes em um momento de decisões
cruciais a serem tomadas (acabar com o movimento e dispersar o contingente? Buscar o auto-
exílio no Paraguai ou na Argentina? Seguir em marcha mesmo sabendo que as tropas federais
estão próximas? Definir um novo comando?), mas também expõe o impasse dos próprios
moradores diante de tamanha mobilização nacional, cheios de incertezas sobre o que fazer
para proteger as famílias e a própria cidade (fugir para os países vizinhos? Apoiar os rebeldes
e enfrentar as tropas legalistas ou vice-versa? Permanecer neutro diante de tamanha crise?).
Quadro teórico-metodológico
Para entender a convivência entre rebeldes e a comunidade foram usados fundamentos
e metodologias da História Oral (entrevistas e depoimentos), da História Cultural
(CERTEAU, 1998 e CHARTIER, 2006, 1990) e Política (RÉMOND, 2003) aliados aos dados
da História Local e Regional (livros, jornais e revistas da e sobre a região) para amparar a
construção da memória coletiva da Tríplice Fronteira, uma maneira de entender as mudanças
drásticas ocorridas entre 1924 e 1925. Assim como o autor deste trabalho debate, Santos
(1995) diz que o “relato” é a ferramenta essencial para a apreensão da formação de uma
cidade ou vilarejo, dando mobilidade ao processo de formação da memória coletiva:
“A memória, individual ou coletiva, é necessária à atualização da percepção da realidade, e é o que torna possível a compreensão das transformações operadas na sociedade. Um relato, fundado na memória, é uma forma de superar esquecimentos, de reelaborar significações e (re)estabelecer relações com o passado. Comunicar as experiências do passado permite apreender a dinâmica da própria sociedade. Ou seja, oferece a possibilidade de se compreender como o que está estabelecido é percebido, vivenciado e construído por aqueles que dão sentido à própria existência do estabelecido (SANTOS, 1995, p. 27).
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Observações como as do sargento José Maria de Brito – um dos oficiais da expedição
que fundou a Colônia Militar de Foz do Iguaçu em 1889 – abrem veredas nesta região pouco
conhecida e pouco observada pelas pesquisas acadêmicas. Tal como ele descreve no relato de
1937, a região já havia sido cartografada como território brasileiro, mas permanecia isolada
do resto do país, ocupada por uma maioria castelhana. “Por ocasião da descoberta da foz do
Iguaçu, o território brasileiro já era habitado. Existiam no mesmo 324 almas, assim descritas:
brasileiros, 9; franceses, 5; espanhóis, 2; argentinos, 95; paraguaios, 212; inglês, 1.” (BRITO,
2005, p. 56-57).
A busca por uma identidade regional nas décadas seguintes permaneceu instável na
memória dos brasileiros fronteiriços. Além de abandonados pelo Governo Federal, os
moradores de Foz conviviam com os perigos da selva (mata estimada em 12 vezes maior que
a atual reserva do Parque Nacional do Iguaçu, com 185 mil hectares), com a falta de escolas e
órgãos públicos e até mesmo de lideranças. Brito segue com sua explanação criticando o
descaso dos estrangeiros tanto em relação à natureza quanto aos próprios aldeões, tratados
muitas vezes com violência e total desrespeito às leis. “Estes estrangeiros exploram as
mesmas matas por espaço de 36 anos mais ou menos e não deixaram o menor benefício!
Como demonstração de sua passagem deixaram a devastação! Do solo pátrio apossaram-se,
legislaram, impuseram o seu jugo, aliás pesadíssimo (pau, ferro, bala e relho). Nesta região
ninguém tinha o direito de tugir nem mugir, senão os prepotentes Senhores!” (BRITO, 2005,
p. 80).
Existem ainda lacunas sobre o real comportamento dos rebeldes durante o estado de
sítio. Drummond (1986) mostra atos de violência ocorridos entre 1926 e 1927, quando a
Coluna Prestes já marchava pelo Nordeste do País. “Os oficiais da Coluna Prestes não
conseguiram impedir que seus soldados, em represália à hostilidade popular, fizessem
requisições exorbitantes, saqueassem e incendiassem vilas inteiras ou matassem prisioneiros
desarmados” (DRUMMOND, 1986, p.143). O mesmo pode ter ocorrido em Foz? Se houve,
em qual intensidade?
Durante a coleta de material, foram encontrados registros de ações violentas no
decorrer da ocupação do Oeste Paranaense. O depoimento de José Werner mostra que houve
excessos na região fronteiriça. “Sei que fuzilaram um homem, Franklin de Sá Ribas, lá no
Porto do Rio Paraná. Ele cuidava do Cartório do correio e levava gado ao Paraguai. Os
revolucionários o proibiram de fazer isso, mas ele continuou. Então o condenaram à morte”.
Ottília, irmã de José Werner, também descreveu o ocorrido. “Levaram o coitado à barranca do
Rio Paraná, fizeram abrir sua própria sepultura e o mataram”, afirmou a pioneira.
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Antes de mudar para Foz, a família de Fausto Palma (1906 – 1993) vivia em Ponta
Porã (MS), cidade onde seu pai, João Palma, havia montado um hotel. Depois da passagem
dos tenentes por lá, eles fugiram para o Paraguai. “Tudo ia bem, até que em 1924 ou 1925,
passaram por lá os revolucionários da Coluna Prestes e invadiram o hotel. Saquearam o hotel
e quebraram tudo. Quebraram espelhos a tiros, por divertimento. Arrombaram o cofre e
levaram todo o dinheiro”, relatou Fausto. Depois do fato, a família fugiu para o Paraguai. Os
Palma voltariam ao Brasil somente em 1928, para montar um cinema que exibia filmes mudos
em Foz do Iguaçu.
Somente enquadrando os moradores que vivenciaram o conflito como agentes da
História é que será compreendido este período tão conflituoso. Mesmo porque entende-se que
o conflito também forja o sujeito histórico, como também afirma Orlandi (1999):
“Atravessado pela linguagem e pela história, sob o modo do imaginário, o sujeito só tem acesso a parte do que diz. Ele é materialmente dividido desde sua constituição: ele é sujeito de e é sujeito à. Ele é sujeito à língua e à história, pois para se constituir, para (se) produzir sentidos ele é afetado por elas. Ele é assim determinado, pois se não sofrer os efeitos do simbólico, ou seja, se ele não se submeter à língua e à história ele não se constitui, ele não fala, não produz sentidos” (ORLANDI, 1999, p.49).
Euclides da Cunha é um exemplo de sujeito histórico que também se sujeitou à
História, assim como seu assassino, o capitão Dilermando de Assis, cuja imagem surgiu entre
resgates memoriais dos pioneiros. O capitão comandava o posto avançado do Exército que
fazia a segurança de Guaíra até o aparecimento da Coluna Paulista que seguia a Foz do Iguaçu
(Dilermano matou Cunha em 1909).
O fotógrafo, agricultor, recenseador e também agente de profilaxia, Harry Schinke, é
outro exemplo de sujeito orlandiano: foi agente ativo e passivo durante o estado de sítio. Os
amigos pioneiros de Schinke são igualmente “sujeito de e sujeito à” História. Nós,
pesquisadores, estamos em situação semelhante. As relações sociais dos sujeitos surgem por
meio da relação social durkheimiana que “pressupõe que dois seres dependem mutuamente
um do outro porque ambos são incompletos e ele [o relacionamento social] nada mais faz que
exteriorizar essa dependência mútua” (DURKHEIM, 1990, p. 64) e seguem interferindo na
História de uma região com sua história pessoal.
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Está claro que a pesquisa não se estanca nos sete meses discorridos durante o estado de
sítio. Para compreender o período histórico recortado, foi preciso resgatar análises e
descrições da região nas décadas de 1920 e 1930 e anteriores a ela. Foi necessário analisar o
Movimento Tenentista por meio de autores como Drummond (1986) e ainda compreender o
desenrolar da formação do Oeste Paranaense. Mas o núcleo do trabalho esteve mesmo nas
imagens aliadas aos depoimentos, à voz dos pioneiros. Entre as principais fontes usadas está o
trabalho de Campana & Alencar (1997), jornalistas que perceberam a importância de reunir
depoimentos (com fotos) de dezenas de moradores em uma única publicação. “Uma missão
gratificante: colher dos nossos ‘velhinhos’ seus depoimentos e suas histórias sobre os
primeiros anos de nossa cidade, sobre as adversidades que eles enfrentaram para implantar
aqui, no Extremo-Oeste do Paraná e nesta tríplice fronteira Brasil-Paraguai e Argentina, este
cidade única em todo o imenso território nacional. Foram eles, os nossos pioneiros, as
legítimas sentinelas avançadas do Brasil” (CAMPANA & ALENCAR, 1997, p. 5).
foto 3: a imagem de Harry Schinke mostra a divisão da Tríplice Fronteira (Brasil-Paraguai-Argentina).
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Boa parte das fotos usadas na pesquisa
foi encontrada na Biblioteca Pública de Foz,
em jornais, junto às famílias de pioneiros e
também reproduzida do arquivo pessoal de
Harrison Schinke, cujo pai é tido como o
principal fotógrafo das primeiras décadas do
Século XX naquela região. A pesquisa terá
ainda imagens e depoimentos produzidos pelo
próprio proponente. Como exemplo, citamos
as fotografias tiradas recentemente em locais
onde passaram os rebeldes tenentistas, como O
marco projetado por Oscar Niemeyer em Santa
Helena (foto 4). A partir destas fontes que
resgatou-se o cenário onde foram
desencadeados a Coluna Prestes e o conflito
envolvendo os moradores. Assim, é possível
dizer que foi dada “imagem à voz” dos
pioneiros e “imagem” aos documentos que
falam da região.
“O documento, pois, não é mais, para a história, essa matéria inerte através da qual ela tenta reconstituir o que os homens fizeram ou disseram, o que é passado e o que deixa apenas rastros: ela procura definir, no próprio tecido documental, unidades, conjuntos, séries, relações” (FOUCAULT, 2002, p. 7).
Foto4: projeto de Niemeyer, construído em
Santa Helena, dedicado à Coluna Prestes.
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ICONOGRAFIA
Foto 1: arquivo Biblioteca Pública de Foz do Iguaçu. Harry Schinke – 3 de maio de 1925 Foto 2: arquivo da Família Schinke. Harry Schinke – março de 1925 Foto 3: arquivo Biblioteca Pública de Foz do Iguaçu. Harry Schinke – agosto de 1919 Foto 4: arquivo pessoal. Emerson Dias – 21 de janeiro de 2005
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