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OS SERES VIVOS SITUADOS NA EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

Leliane de Castro Bittencourt1Professor Dr. Marcos Antonio Florczak2

RESUMO

O ensino de Ciências requer uma relação constante entre a teoria e a prática, pois essa disciplina encontra-se subentendida como uma ciência experimental, que articulada os pressupostos teóricos e os resultados empíricos. As atividades práticas em sala de aula podem ser uma ferramenta essencial para que o aluno estabeleça uma relação entre os conhecimentos teóricos e a sua base experimental, além de levantar suas idéias e suposições sobre os fenômenos científicos que ocorrem no seu entorno. Baseado nessas premissas, as atividades práticas podem auxiliar os alunos a atingirem níveis mais elevados de cognição, facilitando a aprendizagem de conceitos científicos e seus fins sociais. Este artigo mostra os resultados de atividades relativas à disciplina de ciências direcionadas aos alunos de 6ª série/7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Paula Gomes, no Bairro de Santa Quitéria em Curitiba. As atividades sugeridas foram: caça-palavras, questões sobre Charles Darwin e opiniões dos alunos referentes à Era Arqueozóica, Cenozóica, Paleozóica e Mesozóica. Os resultados foram satisfatórios e mostraram o grande interesse dos alunos pela disciplina de Ciências, como também, facilitaram aos alunos o relacionamento da teoria desenvolvida em sala de aula com a realidade a sua volta.

Palavras-chave: atividades, ciências, disciplina, prática, sala de aula.

1 Introdução

A aprendizagem no ensino de Ciências implica no entendimento de que o

estudante deve aprender conteúdos científicos para a produção de significados

como elemento central do processo de ensino-aprendizagem. Neste enfoque,

algumas ações se fazem necessárias, como um novo direcionamento no sentir,

agir e refletir sobre as estratégias metodológicas utilizadas em sala de aula.

Levando em consideração esses aspectos, este artigo mostra a

experiência de atividades relativas à disciplina de ciências direcionadas aos

alunos de 6ª série/7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Paula

Gomes, no Bairro de Santa Quitéria em Curitiba.

1 Professora de Ciências e Matemática do Ensino Fundamental da Rede Pública Estadual do Paraná.2 Professor do Departamento Acadêmico de Física. UTFPR

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O projeto foi aplicado numa turma com 26 alunos, sendo que, em média 20

alunos compareceram. Trata-se de atividades práticas desenvolvidas

predominantemente em sala de aula cuja finalidade é favorecer a investigação e

experimentação abrindo espaços para um novo processo de pensar a Ciência.

Essa prática certamente vai levar os alunos a construir atividades

inovadoras e a evoluírem em seus conceitos, habilidades e atitudes no sentido de

tornar imprescindível o domínio dos saberes da Ciência.

2 A importância do Ensino de Ciências

Nos dias de hoje, o mundo tem valorizado a Ciência por suas descobertas

que tem trazido muito progresso para diversas áreas como: saúde, educação,

medicina, tecnologia e muitas outras.

“A Ciência se apresenta nos dias de hoje, como o alicerce do

conhecimento humano. A grande transformação do mundo contemporâneo é,

sem dúvida, a apropriação e o uso inteligente do conhecimento científico”

(NARDI, 2001, p. 135). Isso porque

o conhecimento científico tem por finalidade orientar as novas gerações para a aquisição de uma consciência cientifica que os prepare para atuar em uma realidade que a cada dia requer mais e mais a presença da ciência e da tecnologia. Mobilizar e difundir a cultura científica por meio da aprendizagem de elementos científicos e tecnológicos que permitam a compreensão e a incorporação de um mundo cada vez mais “cientificizado” deve ser também a meta da educação científica atual (NARDI, 2001, p. 136).

Para Santos (2010, p. 29) “o conhecimento científico é um conhecimento

causal que aspira à formulação de leis, à luz de regularidades observadas, com

vistas a prever o comportamento futuro dos fenômenos”.

Por sua vez, o objetivo da ciência fundamenta-se nas grandes sínteses,

apresentadas na forma de leis, princípios e teorias, mas o confronto com o mundo

se da sempre pelos casos particulares. “A ciência não é nada mais do que a

procura da descoberta da unidade na desordenada variedade da natureza – ou,

mais exatamente, na variedade de nossas experiências” (CARVALHO, 2004, p.

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125). Dessa maneira, a realização de experimentos em Ciências representa uma

ótima ferramenta para que o aluno concretize o conteúdo e possa experimentar o

que se pretende e deve ser desenvolvido sob a orientação do professor. Por isso,

a atividade experimental deve oferecer condições para que os alunos possam

levantar e testar suas idéias em relação aos fenômenos científicos que ocorrem

ao seu redor.

Para Gaspar (2005) a atividade experimental tem pelo menos três

vantagens em relação à teórica. A primeira está na quase certeza de que, durante

a atividade experimental, todos os parceiros vão discutir as mesmas idéias e

tentar responder às mesmas perguntas. A segunda vantagem da atividade

experimental está na riqueza da interação social que ela desencadeia. A terceira

vantagem da atividade experimental se refere ao maior envolvimento do aluno,

pois ele dificilmente arrisca previsões quanto ao resultado de atividades teóricas.

Desse modo, infere-se que a participação dos alunos nas atividades

experimentais garante o desencadeamento de uma interação social mais rica,

motivadora e eficaz.

O experimento pode proporcionar aos alunos uma exposição de suas

idéias a respeito de algum fenômeno que está no plano da subjetividade e

desencadeia um processo pautado na intersubjetividade do coletivo, cujo

aprimoramento fundamenta o conhecimento objetivo. O processo de objetivação

do conhecimento, por ser uma necessidade social, deve ser um eixo central da

prática educativa e desempenha um papel de fórum para o desenvolvimento

dessa prática (GIORDAN, 1999).

O aprimoramento do ensino de Ciências se constitui um grande desafio

para os educadores. A prática pedagógica com a escolha adequada de

abordagens e estratégias com recursos pedagógicos tem se constituído um

instrumento para que o estudante se interesse e se aproprie dos conceitos

científicos. Sobre o assunto, Carvalho (2004, p. 129) aduz:

A ciência na escola deveria ser o momento privilegiado de exercitar a imaginação e com isso ser uma fonte de prazer permanente. No entanto, o que tem ocorrido é justamente o contrário. As aulas de Ciências são chatas e monótonas. Os alunos não conseguem conceber os conteúdos científicos para além das palavras e símbolos utilizados.

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Os significados vinculam-se apenas ao caráter superficial dos conceitos e fórmulas.

É importante ressaltar que “a efetividade das estratégias depende do

contexto da aprendizagem e das características dos estudantes. Comumente o

aprendiz vê sua própria aprendizagem como um ato passivo e de

responsabilidade do professor” (NARDI, 2001, p. 69).

Neste enfoque, ensinar Ciências é oferecer várias ferramentas para que o

aluno possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus

valores, sua concepção de mundo e com as adversidades que irá encontrar. O

professor poderá construir novos materiais didáticos com os alunos e desta

forma, estará contribuindo para que eles se apropriem de conhecimentos de

forma significativa. As Diretrizes Curriculares de Ciências apontam que o ensino-

aprendizagem pode ser mais bem articulado com o uso de recursos

pedagógicos/tecnológicos como: figuras, revistas em quadrinhos, mapas, texto de

jornal, revista científica, entre outras (PARANÁ, 2008).

O ensino de Ciências requer uma relação constante entre a teoria e a

prática. Tudo isso porque a disciplina de Ciência encontra-se subentendida como

uma ciência experimental, de comprovação científica, articulada a pressupostos

teóricos. Nardi (2001) afirma a necessidade de ajustar a teoria com a realidade,

pois a ciência é uma troca entre experimento e teoria.

Neste contexto, a maneira de o professor e alunos apresentarem o

conhecimento em suas falas está inserida num contexto que pode levar ao

alcance de um objetivo maior que é o de apresentar a Ciência como uma

atividade humana. Carvalho (2004) aponta que nas propostas do ensino de

Ciências pretende-se alcança um ensino que leve os alunos a construírem o seu

conhecimento através de uma integração harmônica entre os conteúdos

específicos e os processos desses mesmos conteúdos.

Quando se fala no ensino de Ciências, a abordagem do conteúdo

estruturante biodiversidade contemplado nas Diretrizes de Ciências da Rede

Pública Estadual do Paraná aponta para que o aluno compreenda que o

conhecimento científico exerce uma interação integrada e dinâmica, envolvendo a

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diversidade das espécies atuais e extintas, as relações ecológicas estabelecidas

entre as espécies com o ambiente ao qual se adaptaram, viveram e ainda vivem

e os processos evolutivos pelos quais têm sofrido adaptações.

Contudo, o que parece claro é que a imaginação não participa das aulas de

Ciências. Fora dela, no entanto, a imaginação é o motor de muitas atividades que

se faz espontaneamente (CARVALHO, 2004).

A imaginação deve ser pensada como a principal fonte de criatividade. Explorar esse potencial nas aulas de Ciências deveria ser atributo essencial e não periférico. A curiosidade é o motor da vontade de conhecer que coloca nossa imaginação em marcha. Assim, a curiosidade, a imaginação e a criatividade deveriam ser consideradas como base de um ensino que possa resultar em prazer (CARVALHO, 2004, p. 132).

No caso do conhecimento científico, o professor precisa deixar de ser um

mero transformador e agir como investigador e reconhecer os alunos como

potenciais construtores de seus saberes a partir de suas atividades propostas

que devem ser coerentes com a atividade científica (OLIVEIRA, 1999).

Quando se fala em conhecimento científico, é importante citar a Teoria da

evolução das espécies do cientista Charles Robert Darwin (1809-1882) que

introduziu a idéia de evolução a partir de um ancestral comum, por meio de

seleção natural. Essa teoria admite que toda a vida seja relacionada e tenha

descendido de um ancestral comum: os pássaros e as bananas, os peixes e as

flores – todos são relacionados. A seleção natural age para preservar e acumular

pequenas mutações genéticas vantajosas. Ainda de acordo com essa Teoria, no

mecanismo de seleção natural os indivíduos mais adaptados têm maior

probabilidade de sobrevivência do que os menos adaptados. Como

consequência, os mais adaptados teriam maior número de descendentes, o que

provocaria, na geração seguinte, um aumento no seu número em relação aos não

adaptados. Essas adaptações levariam à evolução biológica, a qual ocasiona

mudanças nas características das populações dos organismos que transcendem

o período de vida de um único indivíduo (SOUZA, 2011).

Para Futuyma (1992) a biologia evolutiva consiste em interferir a história da

evolução e elucidar seus mecanismos. Com isso pode-se compreender o

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passado da história evolutiva por meio de registros históricos (fósseis), mas em

outras eras da história não há registros, então, esses eventos devem ser

compreendidos a partir de padrões atuais. A abordagem deve ser histórica, em se

tratando de evolução é importante determinar os mecanismos genéticos e

ecológicos das mudanças evolutivas e determinar como foi a evolução.

Já a teoria criacionista baseia-se principalmente na Bíblia, na qual o texto

bíblico da criação (Gênesis, capítulos 1 e 2) era entendido pelos judeus e cristãos

como uma narrativa que explicava como foram criados o céu, a terra e tudo o que

nela existe. Esse tipo de interpretação atualmente é considerada como

fundamentalista, mas outras posições começaram a se configurar tentando

ajustar as passagens da Bíblia às teorias científicas, na tentativa de harmonizar a

fé e a ciência. O Criacionismo moderno rejeita de maneira incisiva o papel que a

teoria da evolução tem atribuído ao acaso ou à sorte. A posição aceita pela Igreja

Católica – após o Papa Pio XII reconhece a possibilidade de uma evolução

biológica ter chegado ao homem. De acordo com Blanc (1994) o texto da criação

é um relato mítico escrito para confrontar as mitologias cosmogônicas pagãs e

corrigi-las em alguns casos, completá-las em outros e inseri-las no contexto da

história da salvação.

3 Relatório de Atividades

A primeira atividade foi um caça-palavras abrangendo o assunto da

origem da vida na terra (atividade individual). Esta atividade foi desenvolvida por

vinte alunos. Escolheu-se esse tipo de atividade por mexer com a astúcia e a

atenção do leitor, na qual o jogo é complementado por uma lista de indagações,

conceitos ou sinônimos que estão em correspondência com as palavras que

devem ser caçadas no quadro fornecido (OLIVEIRA, 1994).

Objetivo: despertar no aluno o interesse pela origem da vida na terra.

Material: Papel, textos, caneta.

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Desenvolvimento:

Teoria criacionista: é a crença religiosa de que a humanidade, a vida, a

Terra e o universo são criações de um agente sobrenatural.

Atividade: encontre cinco palavras que se referem à teoria criacionista.

M L C T U X Z V T B

K M G E N E S I S T

A V F G U I O P L N

G A I L B I B T K L

T R E L I G I Ã O V

A D Ã O V B M J A T

V T A V E T K L M N

T Z C V B M N O P Z

Questões:

1) Qual é a religião dos seus pais? E o que eles sabem sobre a origem

do homem na Terra?

A maioria dos alunos, ou dez deles, responderam que é a religião

católica e acreditam que Deus criou o homem.

Quatro alunos são evangélicos e acham que foi Deus quem criou os

seres vivos e os animais, acreditam em Adão e Eva. Um aluno é

Testemunha de Jeová e disse que Deus é o Criador de todas as coisas

conforme Gênesis 1:1 e Apocalipse 4:11.

O restante dos alunos não respondeu.

As respostas deixam claro que os alunos já conhecem o mundo

bíblico, pois sabem aliar as palavras encontradas no texto com a religião

e nenhum deles preferiu dar opinião contrária à Bíblia.

2) Pergunte ao padre ou pastor sobre a origem do homem na Terra?

A maioria dos alunos respondeu que Deus criou o homem como a

sua imagem e semelhança, soprou em suas narinas e lhe deu a vida, fez

o homem adormecer e de sua costela criou a Eva sua esposa. Outros

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alunos falaram sobre Adão e Eva que Deus criou os dois para povoarem a

Terra.

Naturalmente, como todos os alunos seguem a Bíblia, ficou evidente

que não aceitam outras teorias da criação do homem como a Teoria

Evolucionista de Darwin.

3) Você faz estudos bíblicos? Qual?

Sete alunos fazem estudos bíblicos como catequese, Escola Bíblica

em Igreja Evangélicas. Apenas quatro alunos não fazem estudos bíblicos.

Essa maioria deixa claro que os alunos entrevistados são cristãos e

seguem os ensinamentos bíblicos.

A segunda atividade constou de questões referentes ao texto falando

sobre Charles Darwin. A pesquisa envolveu 24 alunos.

Um pouquinho sobre Charles Darwin

Notável cientista inglês que veio revolucionar o mundo científico foi

Charles Robert Darwin (1809 – 1882), o qual recebeu um convite para viajar

numa expedição científica no navio Beagle com outros cientistas. Darwin passou

cinco anos navegando pela América do Sul, Cabo Verde, Nova Zelândia,

Galápagos, Brasil, nos lugares que passou ele coletou rochas, plantas e animais

(fósseis e vivos) para estudá-los mais tarde na Inglaterra.

Fez várias observações sobre os tipos de vida dos animais e anotou em

seu diário de bordo. Observou que nas Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico,

ocorria muita variação do mesmo gênero que outras da América do Sul e também

constatou que todas as ilhas do arquipélago possuíam tipos próprios de

tartarugas e pássaros que eram diferentes em aparência e hábitos alimentares,

mas eram muito parecidos. Na América do Sul encontrou fósseis de animais

extintos similares a espécies modernas.

Após a longa viagem, que durou cinco anos, Darwin retornou a seu país

com suas anotações e observações dos lugares por onde passou e começou a

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escrever sua grande obra para a humanidade “A Origem das Espécies”, que

formula a teoria da evolução dos seres vivos mediante uma seleção natural a qual

favorece nos indivíduos variações úteis na luta pela existência e que esta é

transmitida aos descendentes. Também chamada de teoria evolucionista, em

virtude da seleção natural, sobrevivem os indivíduos melhor adaptados.

Esta obra que marcou o início da revolução na Ciência e foi o impulso

para revisão das concepções filosóficas e religiosas vigentes, gerando

controvérsias naquela época e ainda nos dias atuais, mesmo que em menor

proporção, fora do meio científico, porque sua obra relatava idéias do surgimento

da raça humana no Planeta Terra, constatando em seus estudos que a seleção

natural é o mecanismo pelo qual precede a evolução.

Após a leitura do texto pelos estudantes, alguns aspectos foram

ressaltados em sala de aula pelo professor. A seguir, o professor apresentou

algumas questões aos alunos que foram prontamente respondidas. Veja-se:

1) Marque a opção correta:

( ) O Cientista Charles Darwin era francês.

( ) O Cientista Charles Darwin era brasileiro.

( ) O Cientista Charles Darwin era inglês.

( ) O Cientista Charles Darwin era argentino.

2) Escreva V para verdadeiro e F para falso:

( ) Em sua viagem no navio Beagle Darwin coletou rochas, plantas e

animais (fósseis e vivos) para estudá-los.

( ) Na América do Sul Darwin encontrou fósseis de animais extintos

similares a espécies modernas.

( ) O livro A Origem das Espécies foi escrito por Charles Darwin.

( ) O livro A Origem das Espécies relata idéias do surgimento da raça

humana na Terra.

( ) Na seleção natural, sobrevivem os indivíduos melhor adaptados.

( ) A Bíblia Sagrada relata as idéias de Charles Darwin.

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Na primeira questão vinte e quatro alunos responderam que Charles

Darwin era inglês, o que confirma o entendimento sobre o assunto.

Na segunda questão todos responderam verdadeiras para as alternativas

1, 2, 3, 4 e 5 e falsa para a última questão. Também aqui os alunos souberam

interpretar adequadamente o que leram.

Na última questão os alunos deram suas opiniões a respeito da Era

Arqueozóica, Cenozóica, Paleozóica e Mesozóica. O conhecimento sobre essas

eras geológicas possibilitou aos alunos analisar melhor os aspectos da história da

terra, antes geralmente ignorados. Uma das finalidades desse estudo foi o de

melhorar o clima da aula e a participação no processo de ensino aprendizagem.

Após a pesquisa levada a efeito pelos alunos, alguns aspectos foram ressaltados

em sala de aula.

Seis alunos deram suas opiniões referentes a Era Arqueozóica, como se

observa a seguir:

No começo desta era, o planeta terra era até três vezes mais quente que

hoje.

Começaram a aparecer as primeiras células (organismos unicelulares).

A terra é constantemente atingida por meteoros.

Milhares de vulcões estavam em atividade.

Não existiam fósseis reconhecidos.

As evidências de vida não determinadas por trações de grafite ou

carbono puro, provavelmente restos de corpos de organismos vivos.

Baseados nesses aspectos pode-se afirmar que os alunos reconhecem

alguns dos caminhos que geraram a evolução da era geológica, pois se observa

nas falas apresentadas vários aspectos dessa evolução como o aparecimento

das primeiras células, o clima da terra, entre outros.

Quatro alunos deram suas opiniões sobre a Era Cenozóica.

Durante 65 milhões de anos a Era Cenozóica era a Era dos Mamíferos.

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Era dividida em 2 períodos: Cretáceo e Jurássico.

Foi o surgimento dos mamíferos da terra.

A explicação científica para eles surgiram, foi a evolução a partir dos

répteis já extintos. Os mais antigos conviveram com os dinossauros a

cerca de 225 milhões de anos atrás.

Nessas respostas, os alunos perceberam o surgimento dos mamíferos da

terra. O trabalho com essa Era possibilitou a oportunidade de discussões acerca

dos animais que povoaram a terra naquela época, seu tamanho, idade,

desenvolvimento, evolução das espécies, entre outros.

Quatro alunos deram seus pareceres sobre a Era Paleozóica.

O início da Era Paleozóica marca na verdade o aparecimento de animais

com partes mineralizadas (conchas ou carapaças) que hoje facilita a

descoberta desses animais.

O ramo da ciência que estuda os fósseis é chamado Paleontologia e o

cientista que se dedica a esse estudo é chamado Paleontólogo.

Os fósseis são restos ou vestígios de seres vivos que foram conservados

ao longo do tempo. Os fósseis permitem aos cientistas realizarem

estudos sobre a forma, o habitat, o clima e a época em que determinadas

espécies viveram, entre outras informações.

Na Era Paleozóica houve grande interesse pelos alunos, especialmente

por conhecerem os animais que viviam em ambiente marinho e outros grupos de

animais e de plantas, como os Psilophytales, trilobites, euripterídeos, granptólitos,

corais dos grupos tetracorais, briozoários, foraminíferos, peixes dos grupos

Ostracodermas e Placodermas. O que chamou a atenção dos alunos foi o estudo

dos fósseis que são uma importante ferramenta para os geólogos e biólogos, pois

através do seu estudo é possível identificar o ambiente gerador das rochas

sedimentares, sua idade, movimento dos continentes, a variação do clima da

Terra, entre outros.

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Quatro alunos opinaram sobre a Era Mesozóica.

Há 245 milhões de anos, a fauna do planeta terra era bem diferente da

atual.

Na Era Mesozóica (225 a 65 milhões de anos atrás) existia uma grande

variedade de espécies de dinossauros, desde pequenos, como um gato,

até dinossauros enormes com mais de 20m de comprimento. Devido a

essa grande variedade de espécies, o período Mesozóico é conhecido

como a “Era dos Dinossauros”.

Após terem vivido praticamente dominando o ambiente terrestre durante

150 milhões de anos, os dinossauros desapareceram há cerca de 65

milhões de anos.

Há várias hipóteses que tentam explicar a extinção desses animais. Uma

delas afirma que um meteoro teria caído na terra provocando catástrofe

como incêndios, excesso de poeira na atmosfera e que assim, animais

teriam desaparecido.

Os alunos demonstraram muito interesse na Era Mesozóica, especialmente

por causa dos dinossauros, que atingiram tamanhos gigantescos e se extinguiram

no fim dessa Era.

Conclusão

Neste artigo procurou-se mostrar a importância das atividades práticas

para o ensino-aprendizagem dos alunos na disciplina de Ciências. Na parte

teórica desse artigo, defendemos que a Ciência deve ser vista como um alicerce

do conhecimento humano e seu objetivo baseia-se nas grandes sínteses

apresentadas em forma de leis, princípios e teorias. Contudo, percebeu-se que o

ensino-aprendizagem de Ciências exige várias ferramentas como as atividades

práticas, ou seja, através de recursos pedagógicos/tecnológicos como: figuras,

revistas em quadrinhos, mapas, textos de jornal, revistas científicas, entre outros.

Neste enfoque, as atividades práticas levadas a efeito com os alunos de 6ª

série/7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Paula Gomes, no Bairro

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de Santa Quitéria em Curitiba foi bastante produtiva. Em primeiro lugar, mostrou

que os alunos já estão conseguindo fazer construções de aprendizagem a partir

de caça-palavras ou a partir de textos consagrados.

Dessa maneira, atividades bem planejadas e executadas como foram as

levadas a efeito, constituem momentos extremamente ricos no processo ensino-

aprendizagem e sem dúvida nenhuma, os alunos aprendem mais quando

realizam este tipo de atividade. Por isso, é responsabilidade dos docentes

proporcionarem cada vez mais experiências de aprendizagem inovadoras,

combatendo as dificuldades mais comuns e atualizando sempre, os instrumentos

pedagógicos que utilizam.

REFERÊNCIAS

BLANC, Marcel. Os herdeiros de Darwin. São Paulo, SP: Scritta, 1994.

CARVALHO, Ana Maria Oessia de. Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Pioneira Thomsom Learning, 2004.

FUTUYMA, Douglas J. Biologia evolutiva. Sociedade Brasileira de Genética.CNPq. 2.ed. São Paulo: Ribeirão Preto, 1992.

GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2005.

GIORDAN, Marcelo. O papel da experimentação no ensino de Ciências. Química Nova Escola. N. 10, novembro de 1999.

NARDI, Roberto. Educação em ciências: da pesquisa à prática docente. São Paulo: Escrituras Editora, 2001.

OLIVEIRA, D.L. de. Ciências nas salas de aula. Porto Alegre: Ed. Mediação, 1999.

OLIVEIRA, V.M.de. O que é Educação Física? São Paulo: Editora Brasileira, 1994.

PARANÁ. Secretaria do Estado de Educação. Ciências. Diretrizes curriculares de ciências para o ensino fundamental do Paraná. Curitiba: SEED, 2008.

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SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as Ciências. São Paulo: Cortez, 2010.

SOUZA, Carina Merheb de Azevedo. A presença das teorias evolucionistas e criacionistas em disciplinas do Ensino Médio (Biologia, Geografia e História). Disponível em [email protected]. Acesso em: 15 jul. 2011.

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