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Hpessoas cuja vida luminosa, e exemplar é de urna riqueza tamanha que nenhum dis- curso, por extenso que seja, pode fazer justica a tudo quanto a nobilita e a faz digna de admiracão e emulacão. Perante vidas assim, vence-nos a penosa sensacão de que, por mais que exalternos Os seus méritos, por mais que ressalternos suas máltiplas realizacöes, por mais que lou- vemos a nobreza do caráter, a seriedade de propósitos e a fecundidade das idéias e as realizacôes dessa pessoa, não faremos mais do que acenar para urn nimero rnuito limitado dos sobejos motivos que a fazern merecedora da nossa estima, do nosso respeito e da nossa gratidao. E precisamente isto o que ocorre quando, em aten- cão ao que nos foi solicitado pelos companheiros de di- retoria da Academia Cristã de Letras, cabe-nos a subida honra de saudar Ives Gandra da Silva Martins, o renornado advogado que se forrnou em janeiro de 1959 pela Facul- dade de Direito da Universidade de São Paulo e conquis- tou corn brilho invulgar o titulo de Doutor em Direito pela Universidade Mackenzie em 1982; o especialista de altIssimo nivel em Direito Tributário e em Ciências das Financas, igualmente pela tradicional faculdade do Largo de São Francisco, em 1970 e 1971, respectivamente, e em Direito Constitucional pela Universidade Mackenzie em 1990; o Professor Emérito das Universidades Mackenzie, Paulista e da Escola de Comando do Estado 21

Os seus méritos, por mais que - Gandra Martins · e ladainha de Nossa Senhora. Versos de Pelos caminhos do siléncio: LANCA CRAVADA ... para a nossa emocão e nossa meditacão! Razöes

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Hpessoas cuja vida luminosa,

e exemplar é de urna riqueza tamanha que nenhum dis-curso, por extenso que seja, pode fazer justica a tudo quanto a nobilita e a faz digna de admiracão e emulacão. Perante vidas assim, vence-nos a penosa sensacão de que, por mais que exalternos Os seus méritos, por mais que ressalternos suas máltiplas realizacöes, por mais que lou-vemos a nobreza do caráter, a seriedade de propósitos e a fecundidade das idéias e as realizacôes dessa pessoa, não faremos mais do que acenar para urn nimero rnuito limitado dos sobejos motivos que a fazern merecedora da nossa estima, do nosso respeito e da nossa gratidao.

E precisamente isto o que ocorre quando, em aten-cão ao que nos foi solicitado pelos companheiros de di-

retoria da Academia Cristã de Letras, cabe-nos a subida honra de saudar Ives Gandra da Silva Martins, o renornado advogado que se forrnou em janeiro de 1959 pela Facul-dade de Direito da Universidade de São Paulo e conquis-

tou corn brilho invulgar o titulo de Doutor em Direito

pela Universidade Mackenzie em 1982; o especialista de altIssimo nivel em Direito Tributário e em Ciências das Financas, igualmente pela tradicional faculdade do Largo de São Francisco, em 1970 e 1971, respectivamente, e em Direito Constitucional pela Universidade Mackenzie em 1990; o Professor Emérito das Universidades Mackenzie, Paulista e da Escola de Comando do Estado

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Major do Exércjto; o professor titular universitárjo de

cursos de pós-graduacão e graduacão das Universidades Mackenzie e de várias instituicôes renomadas de ensino

superior, corn extensa folha de contribuicöes como orientador e autor de pesquisas, publicadas desde a déca-

da de 70. Este é apenas o inIcio de urn extensIssimo e men-

tório curriculum vitw que se estende em letras miádas por mais de 130 páginas - urn cuff Iculo verdadeiramen-te assombroso, que retrata o seu labor profIcuo e multi-plo, em que, a par da atividade profissional em que Se

notabilizou no ârnbito juridico, dá conta do seu desempe-nho exemplar no âmbito académico e da multiplicidade dos seus escnitos, fiel que é ao brocardo latino de nulla

dies sine linea. São muitos livros, entre os quais rnais de meia centena de obras individuais, cerca de setenta em co-autoria; são dezenas de opüsculos e prefácios, urn rnilhar de pareceres e estudos juridicos publicados, pa-lestras, conferências, cursos e aulas em profusão... Como se tudo isso não bastasse, o cunrIculo menciona urna su-perabundância de atividades sociais, polIticas, culturais,

empresaniais, jornalIsticas e desportivas, mês após mês, ano após ano, nurn afa tamanho que nos dá a irnpressão de alguérn que consegue manter-se em vigIlia 24 horas

por dia, on pouco menos. Tmpressão errônea, pois esse lidador infatigável sabe ter tempo para seus queridos: é o esposo afetuoso de dona Ruth Vidal da Silva Martins - a quem rendernos a nossa respeitosa homenagern -, e pai extrernoso e fliho que foi muito ligado aos seus

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pais, Os saudosos José da Silva Martins e dana Alay Gandra Martins, alérn de ser a irmao dedicado de seus não menos admiráveis irrnãos João Carlos e José Eduar-

do Martins. Como, pois, em tao breve tempo coma este que nos é destinado, e tendo em vista a curriculo de tamanha riqueza, como desincumbir-nos dessa gratissima missao que é a de apresentar aos nossos pares da Acade-mia Cristã de Letras e ao distintIssimo püblico aqui pre-sente, a Acadêmico que, mercê dos seus incontáveis méritos e tItulos, passa a ocupar a Cadeira no 23, que tern por patrono a figura excelsa de Dom Duarte Leopoldo e Silva?

Parodiando o tItulo de urna célebre série de televi-são do passado, resignerno-nos a dizer que esta é, de fato, uma "missão irnpossivel". Talvez convenha mais, a

esta altura, deixar que fale o próprio homenageado, re-produzindo aqui alguns textos saIdos da pena de Ives Gandra da Silva Martins. Não a pena do festejado cultor das letras jurIdicas, do autor de tantas obras fundamen-tais neste dominio. Mas a pena do ensaista e poeta que ocupa, tao merecidamente, urna cadeira na Academia Paulista de Letras - a cadeira no 31, além de pertencer aos quadros de titulares de várias outras entidades renornadas, como a Academia Lusiada de Ciências, Le-tras e Artes; a Academia Paulista de Letras Juridicas; a

Academia de Ciências, Letras e Artes; a Academia Paulista de Direito; o Conseiho de Econornia, Sociologia e Poll-tica da Federacão do Cornércio do Estado de São Paulo; o Conselho Superior de Estudos da Federacâo do Corner-

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cio do Estado de São Paulo, o Conselho Superior de

Estudos Juridicos da mesma Federacao, Conseiho de que

é presidente; a Academia Paulista de Educacão; a Acade-

mia Brasileira de Ciências Sociais e Poilticas a Acade-

mia Brasileira de Letras Juridicas; a Academia Luso-

Hispano-Brasileira de Direto, e várias outras.

Comecemos pelo poeta. Geraldo de Carnargo Vidigal

conta que Ives estreou sua carreira literária muito cedo.

Era quase menino quando publicou poemas, contos, arti-

gos, ensaios e estudos em urn jornal de Ribeirão Preto.

Em 1956 editou os prirneiros poemas, denominados Pe-los caminhos do silêncio. Em 1965 seus versos conquis-

taram o primeiro prêrnio dos "Jogos Florais da Comuni-

dade Luso-Brasileira". Vieram depois, em 1982, os sone-

tos do Tempo pretérito, reeditado em 1994; uma colecão

de quarenta poemas compostos em épocas diversas: Olhar do tempo, em 1994; Dois poemas, tambérn em 1994;

Pretérito imperfeito, em 1997; e neste 2001, Meu rosário e ladainha de Nossa Senhora.

Versos de Pelos caminhos do siléncio:

LANCA CRAVADA

Lanca cravada pela came nua Em pleno profundor da alma silente, Ferida nova, informe e diferente.

E eu desvendando o som que continua Na chaga insone da distância interna, Em busca de mim mesmo... em busca eterna.

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SONETO DE VIDA INTERIOR

Senhor, poe-me outra vez, a Tua frente E faze-me encontrar o Teu caminho. Perdido fui e sou, se de repente Somente a mim me entregas e sozinho.

Quantas vezes me sinto diferente E volto a set, no tempo, descaminho! Quantas vezes Te fito e sou descrente E, no espaco, me faco agreste espinho!

Senhor, mostra-me sempre o Teu amor, Qual tesouro enterrado num terreno, Valendo mais que todos, pois que é vida.

E faze-me Teu fliho no que for A vivência daquele torn sereno, Que me leva a chegada da partida.

Alguns versos de Olhar do tempo:

POEMA DO EU INCERTO

Gostaria de cavaleiro ser De urn reinado esculpido para ti, Cavaleiro sincero ate morrer Nurn amor que tarnanho nunca vi.

Eu vivo tanto tempo, amando tanto, Que teu amor me causa sempre espanto.

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Dois PRELUDIOS

o mistério do amanhã, Quem desvendará?

Condenados a morte, todos nós.

E for A for nascida for, Pela rnanhä, E murcha no amanhã?

Condenados a morte, todos nós. 0 segredo da for, Quern revelará?

Versos de Pretérito imperfeito:

SERENAMENTE

A saudade pretrérita desfaz-se. A verdade presente dilacera. Por mais que meu outono eu 0 trespasse,

Já não enxergo mais a primavera, A vida se transforma em claro impasse Neste encurtar do tempo sem espera.

VERSO

o passado que foi desaparece E o futuro não cria urn novo gesto Capaz de germinar florida messe.

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o toque decomposto fica imerso No pobre desconsolo de meu verso.

MEU CANTO

Meu canto tern a forma de teus olhos, o sorriso que alegra minha vida, Ultrapassando os naturais escoihos,

Que a todos acompanharn pela lida.

Meu canto, para ti e para mirn,

E o sonho que plantaste em rneu jardim.

Versos de Meu Rosário:

COROAçAO

A coroa que é a mais linda, Recebeu, na eterna vida, A Virgern de graca infinda, A Virgem compadecida.

Sornos todos flihos seus. Seu manto a todos encerra. Corn razào o próprio Deus, Por seu ventre, veio a terra.

Es Senhora do Universo,

A quern sirvo corn meu verso.

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Como são betas, intemporais, essas jóias de poesia

pura que Ives Gandra da Silva Martins generosamente

nos oferece, para a nossa emocão e nossa meditacão! Razöes de sobejo tinha, pois, o Clube de Poesia, nascido em São Paulo em 1945, para acoihé-lo como diretor de

edicöes em 1988 e como seu presidente, nos anos noven-ta. E esse Poeta corn P maii'isculo sabe também ser

virtuose do piano! A observacão é novamente de Geraldo Vidigal: "Ha, ate, quem proponha - diz ele - compe-

ticöes entre Ives, João Carlos e José Eduardo para apurar qual dos trés deve representar o Brasil em exibicOes in-

ternacionais da grande müsica". Deixemos, porém, o poeta e oucamos, a seguir, o

ensaIsta corajoso, sagaz, penetrante; o autor de livros

como 0 Poder, o Estado do futuro e Urna visão do Mundo

Contemporáneo. Vejarnos uma diminuta amostra das fra-ses lapidares do primeiro desses livros, que saiu em 1984,

corn apresentacão de Rui Mesquita; "0 povo necessita de esperancas. 0 povo necessita

de acreditar. 0 povo necessita participar. 0 povo neces-sita opinar sobre aquilo que será obrigado a obedecer e

a viver." "Nenhuma nacão e forte se não tiver economia for-

te e, em matéria econôrnica, a confianca é ainda mais

importante que nos demais setores." "Os projetos econômicos da iniciativa privada ne-

cessitam de seguranca, de certeza de que as regras que os disciplinam são estáveis. [ ... ] Urn governo que não acer-ta, que promete e não cumpre, que fixa metas que nunca

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são atingidas, que altera quase sernanalmente as regras do jogo econômico, é urn governo que, no minimo, pa-ralisa qualquer iniciativa, inoculando o virus da poliomie-lite no organismo econôrnico-social da nacão. [...] A mais ingente meta de governo é restabelecer a confianca nacio-nal, nao mais possivel pelo rotineiro exercicio do hábito de governar na esperanca de que o povo continuará vi-vendo o hábito de obedecer."

Sobre a tecnocracia: "A tecnocracia é urna casta social não vocacionada para buscar os direitos funda-mentais do hornem, rnas para se auto-alirnentar e repro-duzir-se no poder [ ... ] Quando enquistada no governo, subordina-Ihe os politicos e passa a ditar, independente das aspiracôes dos povos e das sociedades, as normas que entende acertadas para sua visão lirnitada do Estado-firn e não meio."

Sobre a economia: "0 Brasil vive urn modelo eco-nôrnico falido, no piano externo, e incontrolável, no pia-no interno, pela conjuncão de três erros de avaliacao, ern que o investimento átil não foi procurado corn o impres-cindIvel desternor, em que o investirnento necessário foi afastado peio medo da subjugacão, e em que o investi-mento perigoso foi fartamente utilizado, alérn dos limites de tolerância permitidos pelo organismo econômico e social da nacão."

Sobre a dIvida externa: "A divida externa brasileira é fruto simultaneamente de uma dupla irresponsabilidade, a saber: daqueles que a contrairam em nome do Brasil, pelos rnais variados rnotivos, e daqueles que empresta-

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ram seu dinheiro ao pals corn taxas elevadIssimas de juros, percentual de risco, comissôes e demais encargos, objetivando lucratividade muito acima da existente no mercado internacional [...10 Brasil paga, hoje, por urn monumental erro de avaliacão, que fez toda a sua econo-mia voltada para o inütil a urn preco financeiro inimaginável ."

Sobre os tributos: "Temos de incentivar a retomada do processo de desenvolvimento, por todos os rneios e de todas as formas. Ora, uma das formas mais utilizadas, em todos os palses, como Kennedy já o fez no passado, para permitir a retomada de crescimento da economia americana, é a de reduzir e não auinentar tributos."

Vejamos corn que limpidez, corn que agudeza Ives Gandra da Silva Martins escreve a respeito do princlpio da moralidade administrativa. Diz ele no texto de aber-tura do Iivro 0 principio da moralidade no direiio tribu-

tário:

"0 princlpio da moralidade administrativa e o mais relevante principio da Administracão. 0 artigo 37 da Constituicão Federal contém quatro principios fundarnen-tais a conformar o perfil de administrador páblico. São a saber: os principios da legalidade, da moralidade, da publicidade e aquele da impessoalidade [...] Todos ter-minam por desaguar na moralidade püblica. 0 principio da legalidade reveste todo o sistema juridico do pals. 0

artigo 50 [••] da Constituicão Federal elenca, como seu alicerce, a obediência a lei, que nos regimes democráti-cos, aprovada pelos representantes do povo, garante a ordern, oferta seguranca e protege os cidadãos.

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Dizer. pois, que os administradores devem cumprir a lei é reiterar formulacão essencial e postada no mais relevante artigo da Constituicao Federal que é voltada ao cidadão mais do que àqueles que a devem servir.

Por outro lado, determinar que o administrador pi.Iblico deve ser impessoal, pois está a disposicão da sociedade, não podendo privilegiar amigos, parentes ou interesses em detrirnento do bern servir, é afetar faceta da ética administrativa, sendo, pois, a impessoalidade dirnensão parcial da moralidade.

o mesmo se dá corn o princIpio da publicidade. Excecão feita as questOes de seguranca nacional, os atos administrativos devem ser transparentes, não se admitin-do decisöes escusas, resolucöes de gaveta, visto que o administrado não pode desconhecer as regras da Admi-nistracão.

o princIpio da moralidade administrativa, portanto, é princlpio essencial. 0 mais relevante, aquele que se destaca de forma absoluta. Que torna a Administracão confiável perante a sociedade e que faz do administrador páblico urn ser diferenciado.

Quern presta concurso para servir ao povo, sabe de antemão que sua probidade deverá ser absoluta, pois seu exemplo é fundamental para que as instituicöes sejam estáveis."

Em Uma visào do mundo contemporáneo, que me-receu traducão ate no idiorna russo, e que foi Iancado em 1996, Ives Gandra da Silva Martins termina corn urn conjunto de seis consideracOes, a guisa de sugestOes para

O que denomina "o caminho da retornada: 1°- E necessá-

rio que governantes e governados voitem a buscar os

valores que dignificam a natureza humana, para corn des

tentar veneer as iniquidades próprias dessa rnesma natu-

reza, a fim de que o choque do futuro não se transforme

em choque sem futuro. 20- Para que a sociedade cresca é

necessário que o Estado diminua, sern abandonar suas

funcôes essenciais de ofertar seguranca püblica externa e

interna e estirnular a educacâo e a saüde, prestando assis-

tência social e aposentadoria, nos lirnites das forcas or-

camentárias. 3°- A globalizacao da Economia está a exi-

gir uma participacão regulatória - não executória - em

âmbito mundial, para que o sucesso da internacionalizacão não ocasione estragos irreversiveis, a curto prazo, a to-

dos os palses ou economias, sem capacidade concor-rencial. Sugere o autor a criacäo de mecanismos mais

efetivos no cornércio internacional, visto que o enfoque

é ofertar condicöes sobrevivenciais na globalizacão da Economia, as econornias sem condicOes concorrenciais,

as quais poderão minimizar os efeitos substitutivos do

homem pela máquina. 4°- Este item refere-se a mudancas

nas formas de Estado e de Governo, ganhando relevo o

problerna de equilibrar ordern e liberdade, poder central

coordenador e não por pressão e o modelo de Estado

(Federacao x Estado Unitário) num mundo cada vez mais

aberto; algumas estruturas do poder poderão ser repensa-das ou extintas, por já nao atenderem as necessidades da

sociedade. 5°- Se os governos nao voltarem a ter orca-

mentos equilibrados, a inflacão terrninará por gerar pro-

blernas adicionais aos da globalizacao. 6°- E necessário

preparar meihor os hornens püblicos, não apenas os bu-

rocratas, e tambérn os politicos, o mais das vezes, nas

palavras do autor, corn manifesta incultura sobre tudo,

pois são verdadeiras "enciclopédias do despreparo".

Silva Martins admite que náo é fácil implementar

algumas dessas sugestöes, "pois a natureza humana não

é alterável de urn momento para o outro e os principais

meios de comunicacão e organismos politicos estão nas

rnãos de pessoas acosturnadas a raciocinar corn o passa-do para solucionar o problema presente, mas não visua-

lizarn as questôes futuras". DaI concluir que, "a continu-ar o rnundo atual enfrentando os problernas futuros corn

categorias do passado, o choque será inevitável, mas será urn choque sern futuro".

Este Uma visâo do mundo contemporáneo é livro

que deveria ser lido obrigatoriarnente por todos os brasi-

leiros. No portico da obra, João de Scantimburgo lembra,

corn rnuita razão, que "tern vida cristã exemplar Ives Gandra da Silva Martins, inspirado no exemplo dos seus

venerandos pais, apoiado na doce companheira, corn a qual partilha a vida, freqUenta os sacrarnentos corn assi-

duidade preceitual. CatOlico admirável, deve ser incluldo

na galeria dos moralistas teológicos que vêm defenden-do, através das idades, o depósito da Revelacão... Como

ardoroso rnoralista, nesse expresso e religioso sentido,

Ives Gandra da Silva Martins é urn lutador pela liberdade

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da pessoa, como ficou patenteado nas suas reflexöes neste

Iivro e patenteado está em toda a sua obra, na sua lumi-

nosa vida". Seja hem vindo, caro Ives. A Academia Cristã de

Letras o recebe exultante e comovida corn os bracos

abertos, pois a sua luta é a nossa luta.

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