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Oseias
Silvio Dutra
DEZ/2015
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A474 Alves, Silvio Dutra Oseias./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2015. 90p.; 14,8x21cm 1. Teologia. 2. Profeta. 3. Justiça. 4. Amor 5. Comentário Bíblico. 6. Misericórdia. I. Título.
CDD 230.224
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Sumário
Oseias 1............................................ 4
Oseias 2............................................ 12
Oseias 3............................................ 19
Oseias 4............................................ 22
Oseias 5............................................ 28
Oseias 6............................................ 36
Oseias 7............................................ 40
Oseias 8............................................ 47
Oseias 9............................................ 54
Oseias 10.......................................... 60
Oseias 11.......................................... 70
Oseias 12.......................................... 76
Oseias 13.......................................... 81
Oseias 14.......................................... 86
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Oseias 1
A Prova do Amor que Cobre Multidão de Pecados
Oseias foi contemporâneo e profetizou nos dias
dos profetas Isaías, Miqueias e Amós, tendo tido um ministério tão extenso quanto o de Isaías.
Estes profetas que foram levantados pelo Senhor, especialmente para anunciarem a ida
de Israel e de Judá para o cativeiro, apareceram em cena próximo do fim do longo reinado do rei
Uzias de Judá, o qual foi contemporâneo do rei Jeroboão II de Israel, tendo ambos recebido
prosperidade da parte do Senhor em seus respectivos reinos, sendo que até mesmo o
piedoso Uzias deixou que seu coração se elevasse na parte final do seu reinado, por causa
de toda aquela prosperidade, e quis se engrandecer a tal ponto, que pretendeu tomar
para si o ofício do sumo sacerdote, o qual lhe era vedado.
Ao ter oferecido incenso no interior do templo, Deus o feriu com uma lepra na testa, de modo que ficasse visível a todos que ele havia se
tornado impuro até mesmo para se aproximar do átrio do templo, quanto mais entrar no seu
interior, por ter agido irreverentemente.
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Não somente isto, teve que ser afastado do convívio social e ser declarado imundo, como
era determinado em relação aos leprosos debaixo do regime da Lei de Moisés.
O mesmo mal de orgulho havia acometido o rei Jeroboão II de Israel, e nós vemos as profecias que foram dirigidas especificamente contra ele
e o seu reino, de modo detalhado, no livro do profeta Amós, que foi comissionado por Deus
para sair de Judá e ir para Israel para profetizar contra aquele reino que cultuava os bezerros de
ouro, desde que havia sido inaugurado, com a divisão do reino unificado de Salomão, tendo
Roboão seu filho sido seu sucessor em Judá (Reino do Sul), e Jeroboão I, seu servo, escolhido
por Deus para começar o Reino do Norte (Israel).
Deste modo, como os israelitas haviam se prostituído espiritualmente contra o Senhor, com a adoração de falsos deuses, tanto em Judá
quanto em Israel, Oseias foi chamado por Ele logo no início do seu ministério profético, a se
casar com uma meretriz, para que tivesse filhos com ela, de modo a servir de ilustração em sua
própria família, quanto ao que havia sucedido com o Senhor em relação ao Seu povo.
Ele estava casado com uma nação prostituta que lhe dera filhos de prostituição, porque também estes seguiram o exemplo de sua mãe, a nação
de Israel, e não de seu Pai, o Senhor.
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Ao primeiro filho nascido da união de Oseias com Gômer, foi dado o nome de Jezreel, por
ordem do Senhor.
Este nome significa “Deus semeia”, que indicava profeticamente que o Senhor havia
semeado um juízo contra a nação do Reino do Norte (Israel) porque tinha um juízo contra a
casa de Jeú, da qual Jeroboão II era o penúltimo descendente dele no trono, mas se aproximava
o dia em que exterminaria a descendência de Jeú no vale de Jezreel, e não somente a casa de
Jeú, como toda a nação de Israel, quando fosse levada em cativeiro pelos assírios.
Gômer gerou mais uma vez e deu uma filha a Oseias, à qual por ordem do Senhor deu o nome
de Ló-Ruama, que significa não favorecida, ou desfavorecida, porque com este nome profético
o Senhor estava dizendo a Israel que não tornaria a favorecer aquela nação, para lhe
perdoar o seu pecado, uma vez que já tinha sentenciado a ida deles para o cativeiro.
Todavia, quanto ao Reino de Judá, o Senhor ainda continuaria lhes favorecendo por um
tempo, porque se compadeceria deles, e seriam salvos por Ele próprio, e não por terem que se
defenderem de seus inimigos, das guerras que teriam que empreender (v. 7).
Nós vemos esta promessa sendo cumprida especialmente nos dias do rei Ezequias, quando
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os assírios depois de terem levado Israel para o cativeiro, se voltaram contra Judá, mas o Senhor
aniquilou o exército deles, sem que Ezequias tivesse que entrar em guerra contra os assírios.
O terceiro filho de Oseias foi um segundo menino, ao qual Deus lhe ordenou que desse o
nome de Lo-Ami, palavra hebraica que significa “não meu povo”.
Veja que a mensagem profética era a seguinte para Israel: Ele o Senhor, Santo e Justo, gerara
Israel, mas o Seu filho escolhera viver em prostituições, e ser amamentado no seio de uma
nação prostituta.
Então seriam rejeitados por Ele, para não serem mais o Seu povo.
Aqueles israelitas incrédulos e idólatras iriam para o cativeiro, todavia, o Senhor não desfaria a promessa feita aos patriarcas de Israel, de modo
que não somente restauraria um remanescente fiel entre eles no futuro, como lhes agregaria os
gentios que se convertessem a Ele (v. 10).
Já não haveria naqueles dias separação entre Reino do Norte (Israel) e Reino do Sul (Judá), porque haveria um só rebanho e um só pastor (v.
11).
Muitos pensam que por ter Deus ordenado que o profeta se casasse com uma prostituta, que
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isto seria uma evidência de que Ele aprova a prostituição.
Todavia, o contexto imediato do próprio livro de
Oseias, revela para qual propósito ele recebera tal ordem de Deus, a saber, que Ele não aprovava
a prostituição de Seu povo com falsos deuses, adulterando contra Ele e Sua vontade, e quis
demonstrar isto de forma visível e sentimental para todo o povo, pelo que obrigara o profeta a fazer.
Porém, apesar de não aprovar a prostituição, Ele ama pessoas na citada condição, uma vez que não deixou de amar o seu povo de Israel.
Esta verdade foi por Ele demonstrada na ilustração do casamento de Oseias, porque este amava sua esposa Gômer, apesar de a mesma
ser dada ainda à prostituição, tal como era Israel.
Quanta insensatez há, portanto, em toda a batalha em prol de uma chamada moralidade, desprovida de amor divino, na questão de se
levantar uma bandeira contra a prostituição, e todo tipo de prática de vida que ofenda à
santidade de Deus.
Não vemos isto em Jesus e nos apóstolos.
Ao contrário, nosso Senhor disse que havia maior esperança para prostitutas e ladrões do
que para os religiosos do seu tempo.
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Ele não fez nenhuma campanha em prol da moralidade, perseguindo os praticantes das
coisas que Ele condena.
Se alguém quiser se dedicar a isto, que não o faça em nome de Deus e do evangelho de Cristo, porque não é este o caráter do evangelho, que a
ninguém procura condenar, antes salvar.
Nem mesmo contra a idolatria, a dominação de Israel pelo império romano, ou qualquer outra prática injuriosa, nosso Senhor se levantou em
condenação.
Não há proveito neste tipo de atitude quando se procura chamar o pecador ao arrependimento,
porque isto não faz justiça ao caráter de Deus, que detesta o pecado, mas não desiste de amar o
pecador, e de lhe dar todas as oportunidades possíveis para chegar ao citado
arrependimento, para o seu próprio bem.
Além disso, não há quem não seja pecador aos olhos de Deus.
Na verdade, Gômer representava simbolicamente não apenas a nação de Israel em sua prostituição cultual, mas a condição em
que todos se encontram diante do Senhor, porque não há e jamais houve alguém que
cumprisse perfeitamente todos os Seus mandamentos durante todos os dias de sua
vida.
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Oseias 1.1 A palavra do Senhor, que veio a Oseias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e
Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel.
Oseias 1.2 Quando o Senhor falou no princípio por Oseias, disse o Senhor a Oseias: Vai, toma
por esposa uma mulher de prostituições, e filhos de prostituição; porque a terra se
prostituiu, apartando-se do Senhor.
Oseias 1.3 Ele se foi, pois, e tomou a Gomer, filha de Diblaim; e ela concebeu, e lhe deu um filho.
Oseias 1.4 E disse-lhe o Senhor: Põe-lhe o nome de Jizreel; porque daqui a pouco visitarei o sangue de Jizreel sobre a casa de Jeú, e farei
cessar o reino da casa de Israel.
Oseias 1.5 E naquele dia quebrarei o arco de Israel no vale de Jizreel.
Oseias 1.6 E tornou ela a conceber, e deu à luz uma filha. E o Senhor disse a Oseias: Põe-lhe o nome de Lo-Ruama; porque não tornarei mais a
compadecer-me da casa de Israel, nem a perdoar-lhe de maneira alguma.
Oseias 1.7 Mas da casa se Judá me compadecerei, e os salvarei pelo Senhor seu Deus, pois não os
salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem pelos cavalos, nem pelos
cavaleiros.
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Oseias 1.8 Ora depois de haver desmamado a Lo-Ruama, concebeu e deu à luz um filho.
Oseias 1.9 E o Senhor disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu povo, nem sou
eu vosso Deus.
Oseias 1.10 Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode ser
medida nem contada; e no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós
sois os filhos do Deus vivo.
Oseias 1.11 E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e constituirão sobre si
uma só cabeça, e subirão da terra; pois grande será o dia de Jizreel.
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Oseias 2
Correções por Amor e para o Amor
No segundo capítulo de Oseias vemos que
Israel pensava que a prosperidade que havia
recebido provinha de suas adorações devotadas especialmente a Baal e ao culto aos bezerros de
ouro.
Já de há muito que isto vinha sucedendo no Reino do Norte, respectivamente, desde os dias do rei Acabe e do rei Jeroboão I.
Não era destes seus amantes espirituais que recebiam tais favores, mas diretamente do
Senhor, que é o único que tem poder sobre a terra, para fazê-la fértil ou estéril, e para livrá-la
de guerras e assolações.
Todavia, Israel atribuiu tudo isto aos seus falsos
deuses, que são nomeados pelo Senhor na profecia como amantes do Seu povo, porque era
Ele o esposo de Israel, e não Baal ou qualquer outra divindade falsa representada por ídolos, que eram adoradas por eles.
Então, para que soubessem que era dEle que provinha a prosperidade na qual se regozijavam,
Ele os privaria dela para que soubessem que seus amantes nada poderiam fazer para
restaurá-la e retirá-los de debaixo do juízo que
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estava determinado pelo Senhor sobre as suas infidelidades e prostituições.
Tal como quem provia a necessidades de Gômer era o profeta Oseias, e, no entanto, ela vivia a
sonhar com os seus amantes, pensando nas antigas provisões que recebia deles.
Ela sonhava com o pago da prostituição quando era provida por seu marido.
Todavia, por ter desposado um povo prostituto e infiel, o Senhor manteria a Sua fidelidade na aliança de matrimônio que fizera com eles, e
uma vez purificados de suas prostituições, tornaria a se mostrar favorável a eles
novamente, de maneira que não seriam mais chamados de Não Meu-Povo e de Desfavorecida,
mas Meu-Povo, e Favor, porque tornaria a ser benigno para com eles lhes manifestando a Sua
grande misericórdia, ante o arrependimento deles, uma vez repreendida as prostituições de
sua mãe, a saber, da nação de Israel.
Deus não dera provisões e prosperidade a Israel para que aumentassem ainda mais os templos e os altares de falsos deuses.
Eles foram miseráveis, isto é, fizeram um mau uso da graça que Deus lhes havia dado, tal como
tem agido a Igreja infiel de Laodiceia, que transforma a graça de Jesus em luxúria, para
aumentar seus cultos religiosos luxuriantes,
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nos quais Jesus fica do lado de fora, pela irreverência e carnalidade que impera neles.
O favor de Deus seria restaurado em relação a Israel, na medida em que fossem repreendidas as infidelidades da nação, e que esta
reconhecesse que não estava agindo como uma verdadeira esposa, de modo que não podia ter o
Senhor na condição de seu marido, enquanto perdurassem suas prostituições (Os 2.2).
De tal forma Deus julgaria a infiel Israel, que ficaria impedida de continuar em
prostituição com seus amantes, porque cercaria seus caminhos com espinhos de aflição, e
levantando um muro contra os seus maus caminhos, a nação procuraria seus amantes
mas não mais os acharia, porque o Senhor limparia de Israel todo vestígio do culto a Baal,
e destruiria o culto e os bezerros de ouro, que eles adoravam, e haveria de purificá-los no
cativeiro, onde então decidiriam retornar ao Seu primeiro marido, o Senhor, porque
reconheceriam que viviam melhor com Ele, do que nas presentes condições de juízos que lhes
alcançariam (v. 5 a 7).
Muitos ficam endurecidos ainda hoje, no
pecado, por causa da sua prosperidade mundana.
Pensam que é pelo modo mundano de viverem que adquirem tal prosperidade.
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Não conseguem ver a mão do Senhor por detrás de tudo o que é produzido graciosamente por
Ele na terra, ou então que seja permitido ser produzido.
Voltam-Lhe as costas e confiam e se gloriam em
sua própria inteligência e capacidade para adquirirem bens, e fazem destes os seus deuses.
No entanto, isto não irá longe, caso pertençam
ao Senhor, porque lhes corrigirá para que tributem exclusivamente a Ele a glória por tudo
que são ou que possuem, lhe dando também ações de graças por tudo.
Se o Senhor não intervir com aflições
permanecerão endurecidos no pecado, e sujeitos a Seus juízos, então é por pura misericórdia que os aflige, para que se
arrependam, e em vez de juízos, recebam a verdadeira bênção que é a de estarem em paz e
comunhão com o Seu Deus.
Oseias 2.1 Dizei a vossos irmãos: Ami; e a vossas irmãs: Ruama.
Oseias 2.2 Contendei com vossa mãe, contendei; porque ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido; para que ela afaste as suas
prostituições da sua face e os seus adultérios de entre os seus seios;
Oseias 2.3 para que eu não a deixe despida, e a ponha como no dia em que nasceu, e a faça
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como um deserto, e a torne como uma terra seca, e a mate à sede.
Oseias 2.4 Até de seus filhos não me compadecerei; porquanto são filhos de prostituições.
Oseias 2.5 porque sua mãe se prostituiu; aquela que os concebeu houve- se torpemente; porque diz: Irei após os meus amantes, que me dão o
meu pão e a minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas.
Oseias 2.6 Portanto, eis que lhe cercarei o caminho com espinhos, e contra ela levantarei
uma sebe, para que ela não ache as suas veredas.
Oseias 2.7 Ela irá em seguimento de seus amantes, mas não os alcançará; buscá-los-á,
mas não os achará; então dirá: Irei, e voltarei a meu primeiro marido, porque melhor me ia
então do que agora.
Oseias 2.8 Ora, ela não reconhece que fui eu o que lhe dei o grão, e o vinho, e o azeite, e que lhe
multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal.
Oseias 2.9 Portanto, tornarei a tirar o meu grão a seu tempo e o meu vinho no seu tempo determinado; e arrebatarei a minha lã e o meu
linho, com que cobriam a sua nudez.
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Oseias 2.10 E agora descobrirei a sua vileza diante dos olhos dos seus amantes, e ninguém a
livrará da minha mão.
Oseias 2.11 Também farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas assembleias solenes.
Oseias 2.12 E devastarei a sua vide e a sua figueira, de que ela diz: É esta a paga que me
deram os meus amantes; eu, pois, farei delas um bosque, e as feras do campo as devorarão.
Oseias 2.13 Castigá-la-ei pelos dias dos baalins, nos quais elas lhes queimava incenso, e se adornava com as suas arrecadas e as suas joias,
e, indo atrás dos seus amantes, se esquecia de mim, diz o Senhor.
Oseias 2.14 Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração.
Oseias 2.15 E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale
de Acor por porta de esperança; e ali responderá, como nos dias da sua mocidade, e
como no dia em que subiu da terra do Egito.
Oseias 2.16 E naquele dia, diz o Senhor, ela me chamará meu marido; e não me chamará mais meu Baal.
Oseias 2.17 Pois da sua boca tirarei os nomes dos baalins, e não mais se fará menção desses
nomes.
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Oseias 2.18 Naquele dia farei por eles aliança com as feras do campo, e com as aves do céu, e
com os répteis da terra; e da terra tirarei o arco, e a espada, e a guerra, e os farei deitar em
segurança.
Oseias 2.19 E desposar-te-ei comigo para sempre; sim, desposar-te-ei comigo em justiça,
e em juízo, e em amorável benignidade, e em misericórdias;
Oseias 2.20 e desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor.
Oseias 2.21 Naquele dia responderei, diz o Senhor; responderei aos céus, e estes responderão a terra;
Oseias 2.22 a terra responderá ao trigo, e ao vinho, e ao azeite, e estes responderão a Jizreel.
Oseias 2.23 E semeá-lo-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei de Lo-Ruama; e a e Lo-Ami
direi: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és o meu Deus.
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Oseias 3
Amor Restaurador
Nós temos no terceiro capítulo de Oseias uma
parábola para reforçar as ações e afirmações dos
capítulos anteriores.
O que é dito era uma condição moral
intolerável, não somente pelo que era ordenado contra isto na Lei, de não se cobiçar a mulher do
próximo, e também da proibição do adultério, mas era exatamente isto que Deus estava
suportando em relação a Israel; porque estava tendo que comprar uma esposa adúltera que lhe
pertencia, como se fosse um estranho, mas não a desposaria logo, porque a faria esperar por Ele,
depois de purificada no cativeiro.
Isto sucederia a Israel, como se aprende da parábola que Deus deu a Oseias, porque no
cativeiro, Israel ficaria desprovido até mesmo do culto verdadeiro a Deus, conforme previsto
na Lei, e de lá, de uma terra distante de espera, aspirariam a retornar a Ele.
Eles não teriam mais um rei próprio e príncipes no cativeiro, bem como sacerdotes e levitas que lhes ministrassem e ensinassem a Lei do
Senhor, e estariam como que em situação de viuvez, e nem mesmo poderiam mais servir aos
ídolos do lar que usavam em suas idolatrias,
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porque estes não seriam aceitos pelas nações para as quais seriam desterrados.
Mas, de lá, de uma terra distante, desejariam de novo a bênção do Senhor, e tornariam a buscá-
lO, e a Davi, para ser o rei deles, mas isto ocorreria somente nos últimos dias, quando se
aproximariam tremendo sob o temor do Senhor (v. 5).
A referência a Davi se aplica, portanto, a nosso Senhor Jesus Cristo, debaixo de cujo governo e
bondade estará todo o povo de Deus, a saber, o remanescente que lhe tiver sido fiel.
Oseias 3.1 Disse-me o Senhor: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, e adúltera,
como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles se desviem para outros deuses, e amem
passas de uvas.
Oseias 3.2 Assim eu comprei para mim tal mulher por quinze peças de prata, e um hômer e meio de cevada;
Oseias 3.3 e lhe disse: Por muitos dias tu ficarás esperando por mim; não te prostituirás, nem
serás mulher de outro homem; assim também eu esperarei por ti.
Oseias 3.4 Pois os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem
sacrifício, sem coluna, e sem éfode ou terafins.
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Oseias 3.5 Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei;
e com temor chegarão nos últimos dias ao Senhor, e à sua bondade.
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Oseias 4
O Amor Ágape Requer Santidade
Se alguém tem dúvida quanto ao caráter santo
e justo de Deus, que ama o que pratica a santidade e a justiça, basta apenas ler o quarto
capítulo de Oseias.
Quem pratica o mal odeia a si mesmo,
Deus não criou o homem para o ódio, mas para o amor.
Então, nos adverte insistentemente em toda a Sua Palavra revelada (Bíblia) para que deixemos a prática do pecado, porque este é a única causa
que faz separação entre nós e Ele.
Mas, o povo de Israel se recusava a ter o
verdadeiro conhecimento de Deus, e seus sacerdotes não lhes ensinavam os caminhos do
Senhor e a Sua verdadeira vontade, de maneira que lhes convinha ter um povo pecador, para que vivessem de falsas absolvições de pecados
não perdoados por Deus, pela apresentação de sacrifícios sem qualquer valor diante dEle, que
serviam somente para enriquecer os ministros do santuário, e ainda o pior de tudo, de um
santuário profano, de falsos deuses.
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Por isso Deus protestou contra eles através do profeta Oseias lhes dizendo o seguinte:
“6 O meu povo está sendo destruído, porque lhe
falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te
rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu
Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
7 Quanto mais estes se multiplicaram, tanto mais contra mim pecaram; eu mudarei a sua
honra em vergonha.
8 Alimentam-se do pecado do meu povo e da maldade dele têm desejo ardente.
9 Por isso, como é o povo, assim é o sacerdote;
castigá-lo-ei pelo seu procedimento e lhe darei o pago das suas obras.” (Os 4.6-9)
Quando falta este conhecimento da verdadeira
santidade que é devida a Deus, e quando se aprova qualquer forma de comportamento a
pretexto de que Deus é misericordioso, bondoso e sempre pronto a manifestar a Sua graça, independentemente da forma em que vivamos,
o resultado sempre será o descrito no início de Oseais 4, porque as características das pessoas,
mesmo as que pertençam ao povo do Senhor, como era o caso de Israel, serão as seguintes:
“1 Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda
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com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de
Deus.
2 O que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e
homicídios sobre homicídios.”
Onde não prevalece um verdadeiro caminhar com Deus não pode estar presente o amor
ágape, a verdade divina, e nem o conhecimento pessoal e experiencial de Deus e do Seu caráter
e vontade, senão somente o perjurar, mentir, matar, furtar, adulterar, e homicídios sobre
homicídios.
(O odiar alguém é ensinado por Jesus como sendo também homicídio, e era este o sentido
interior do preceito “não matarás” nos dez mandamentos).
Isto deve ser analisado à luz do Sermão do
Monte, onde Jesus define o adultério como o ato de olhar de modo impuro para uma mulher, e não meramente o ato consumado; bem como o
homicídio como o ato de se encolerizar contra alguém sem motivo justificável; o mentir, pelo
deixar de ser ter um falar do tipo sim, sim, não, não, porque era este o sentido interior
destes preceitos nos dez mandamentos.
Tal foi o endurecimento do pecado a que Israel havia chegado nos dias dos profetas, que foi
ordenado pelo Senhor que a nenhum deles se
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repreendesse, porque a repreensão não alcançaria o efeito desejado de produzir o
arrependimento nos seus corações, o que ocorreria apenas com alguns, depois que
fossem corrigidos com a ida para o cativeiro (Os 4.4).
Oseias 4.1 Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos
de Israel; pois o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem Oseias
4.conhecimento de Deus.
Oseias 4.2 Só prevalecem o perjurar, o mentir, o matar, o furtar, e o adulterar; há violências e
homicídios sobre homicídios.
Oseias 4.3 Por isso a terra se lamenta, e todo o que nela mora desfalece, juntamente com os
animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem.
Oseias 4.4 Todavia ninguém contenda, ninguém repreenda; pois é contigo a minha contenda, ó sacerdote.
Oseias 4.5 Por isso tu tropeçarás de dia, e o profeta contigo tropeçará de noite; e destruirei a tua mãe.
Oseias 4.6 O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te
rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante
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de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
Oseias 4.7 Quanto mais eles se multiplicaram tanto mais contra mim pecaram: eu mudarei a sua honra em vergonha.
Oseias 4.8 Alimentavam-se do pecado do meu povo, e de coração desejam a iniquidade dele.
Oseias 4.9 Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e castigá-lo-ei conforme os seus
caminhos, e lhe darei a recompensa das suas obras.
Oseias 4.10 Comerão, mas não se fartarão; entregar-se-ão à luxúria, mas não se multiplicarão; porque deixaram de atentar para
o Senhor.
Oseias 4.11 A incontinência, e o vinho, e o mosto tiram o entendimento.
Oseias 4.12 O meu povo consulta ao seu pau, e a
sua vara lhe dá respostas, porque o espírito de luxúria os enganou, e eles, prostituindo-se,
abandonam o seu Deus.
Oseias 4.13 Sacrificam sobre os cumes dos montes; e queimam incenso sobre os outeiros,
debaixo do carvalho, do álamo, e do terebinto, porque é boa a sua sombra; por isso vossas filhas
se prostituem, e as vossas noras adulteram.
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Oseias 4.14 Eu não castigarei vossas filhas, quando se prostituem, nem vossas noras,
quando adulteram; porque os homens mesmos com as prostitutas se desviam, e com as
meretrizes sacrificam; pois o povo que não tem entendimento será transtornado.
Oseias 4.15 Ainda que tu, ó Israel, te queiras prostituir contudo não se faça culpado Judá; não
venhais a Gilgal, e não subais a Bete-Ávem nem jureis, dizendo: Vive o Senhor.
Oseias 4.16 Porque como novilha obstinada se rebelou Israel; agora o Senhor os apascentará
como a um cordeiro num lugar espaçoso.
Oseias 4.17 Efraim está entregue aos ídolos; deixa-o.
Oseias 4.18 Acabando eles de beber, lançam-se à luxúria; certamente os seus príncipes amam a
vergonha.
Oseias 4.19 Um vento os envolveu nas suas asas; e eles se envergonharão por causa dos seus sacrifícios.
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Oseias 5
O Amor às Trevas Impede o Vir para a Luz
Tão grande é a corrupção do coração humano,
que somente o Senhor conhece a fundo, como
Ele afirma através do profeta Jeremias.
Tão grande é o pecado que grassa em toda a
humanidade, desde a queda de Adão, que ao homem natural, que não possui o Espírito do
Senhor, as profecias bíblicas parecem um exagero de uma exortação à busca de um padrão
inatingível, e de fato o é, para aquele que não tiver o auxílio da graça do Senhor, não somente
para conhecer a corrupção do seu coração, quanto para ser transformado em uma nova
criatura, coparticipante da natureza divina.
Tão elevado é o padrão de vida espiritual divina, e que não sendo algo deste mundo, mas que se
recebe do alto por meio da fé, que parece algo totalmente estranho e até mesmo um motivo de
escândalo e loucura para o homem natural, como o apóstolo Paulo afirma em sua primeira
epístola aos Coríntios.
Muitos chegam até mesmo a considerar as palavras do criador do Universo, como palavras
da mais profunda ingenuidade, uma vez que consideram que é utópico exigir do homem algo
que não faz parte da sua natureza.
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Como que se lhe pedisse que tivesse a inocência de um bebê.
Na verdade, o que Deus exige do homem não é próprio da sua natureza terrena decaída no pecado, e se quiser ser restaurado à imagem e
semelhança com Cristo, terá que receber isto de fora, do alto, do Espírito Santo.
Não admira que Jesus disse que se alguém quiser entrar no reino do céu terá que se fazer
como uma criança e nascer de novo do Espírito.
Assim, quando não se dá crédito ao amor divino, à paz divina, à justiça e à santidade divinas, e a tudo o mais que faz parte do caráter de Deus,
como também a Sua perfeita bondade, misericórdia, longanimidade, e todos os demais
atributos que o caracterizam como Deus, dificilmente se alcançará a salvação, que
demanda nosso arrependimento e conversão a tais atributos.
Então, pode parecer aos que justificam a si mesmos em suas más obras, sob a alegação de
que o padrão de exigência divino revelado na Bíblia para o homem seja algo inatingível, utópico, ingênuo, ou que se lhe dê a adjetivação
que se quiser, no entanto, ele permanece imutável e real, demandando de todo homem
que se arrependa e que se purifique de seus pecados no sangue de Cristo, sem o que, será
sujeito ao juízo eterno de Deus, que haverá de se
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manifestar no futuro, por ter recusado mudar pelo recebimento da justiça de Cristo que Ele
está oferecendo gratuitamente a todos na dispensação da graça. .
Como não chegamos a conhecer Adão e Eva quando se encontravam em perfeição absoluta no jardim do Éden, e nem as condições de
perfeição que havia em toda a criação, antes de o homem e a terra terem sido amaldiçoados por
Deus por causa do pecado, então, torna-se não apenas difícil, mas até mesmo impossível,
conceber como seria a nossa vida sem qualquer pecado, ou influência do pecado.
Agora, conscientes ou não da realidade do pecado, Deus nos impõe responsabilidade por
todos os nossos atos, pensamentos e omissões perante Ele, porque nos tem estendido a
possibilidade de optarmos por um viver em consonância com o que Ele havia planejado para
que fôssemos, simplesmente pela fé nEle, que nos faz participantes da Sua graça, pela qual
somos transformados.
A imputação desta responsabilidade traz em
consequência recompensas e bênçãos para os obedientes, e castigos e juízos sobre aqueles que
Lhe desobedecem.
É exatamente a revelação desta realidade que achamos nos escritos bíblicos, e especialmente
nos profetas, protestando veementemente
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contra os pecados não somente do povo de Deus, mas de toda a humanidade, não por motivos de
uma afetação moralista, mas para o cumprimento do propósito de Deus de que haja
paz e amor entre os homens.
Não vemos por isso, um Deus justo negociando com pecadores nos termos dos pecados deles,
lhes fazendo concessões ou lhes dando promessas de suspensão de Seus juízos, ainda
que não se disponham a mudar o seu procedimento, porque afinal, lhes preparou um
escape, um meio de fazerem a Sua vontade, através da fé em Jesus Cristo.
Deste modo, todo o povo de Israel é conclamado a escutar, especialmente os sacerdotes e a corte do rei, porque é declarado que o juízo era contra
eles, dado terem sido um laço e uma rede na qual apanharam todo o povo de Israel,
mantendo-os presos aos seus pecados (Os 4.1).
As coisas que eles faziam em oculto e toda a prostituição cultual deles estava patente aos olhos do Senhor, que é Onipresente e
Onisciente (v. 3).
Procedendo daquela forma não podiam se voltar para Deus e fazer a Sua vontade, porque estavam
dominados por um espírito de prostituição ao qual haviam se afeiçoado, e por causa do qual
não podiam conhecer ao Senhor (v. 4).
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Se o homem não se humilhar e não reconhecer que é dependente do Senhor para poder fazer a
Sua vontade, não receberá graça dEle para que possa estar de pé na Sua presença, por um
procedimento que Lhe seja agradável.
Se não houver a operação da graça, a iniquidade se espalhará em seu coração, e tornará cada vez
mais difícil que venha a se humilhar diante do Senhor para que seja salvo de seus pecados,
porque em vivendo no pecado, sequer ocupará seus pensamentos com a existência de Deus,
quanto mais sobre a necessidade de conhecê-lO de modo pessoal e íntimo, e também a Sua
vontade, para que seja praticada e obedecida.
Porque para se ter o real conhecimento de Deus é necessário que sejamos transformados paulatinamente à semelhança do seu caráter
divino.
Por isso nem todos se dispõem a isto, porque
estão apegados à vida que é contrária a quase tudo o que existe no caráter de Deus.
Quando o coração está endurecido de tal forma, nada adianta religiosidade externa manifestada em ritos e cerimônias, com o fito de desviar a ira
de Deus, como por exemplo a apresentação de sacrifícios que os israelitas costumavam fazer,
porque não será desta forma que o Senhor se deixará achar, senão somente por uma real
conversão de coração (v. 6).
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Judá deveria aprender dos juízos que seriam trazidos pelo Senhor a Israel, quando fossem
levados ao cativeiro pela Assíria, e assim, tanto Judá quanto a tribo de Benjamim que se
encontravam no Reino do Sul, deveriam evitar incorrer no mesmo juízo, desviando-se de seus
pecados.
Todavia, o Senhor tinha uma contenda com os príncipes de Judá que não mantinham os
marcos que se encontravam amarrados na Lei, e que os alteravam segundo as suas
conveniências interesseiras.
Seria vã a busca de Israel de auxílio na Assíria, para ser livrado das nações que lhe oprimissem, porque seria a própria Assíria que os conduziria
ao cativeiro (v. 13).
A chaga dos pecados de Efraim havia se tornado incurável, e somente lhe aguardava a hora da sua visitação.
O Senhor mesmo entraria em juízo tanto com Israel quanto com Judá e não haveria, portanto,
quem pudesse livrá-los de suas mãos.
Ele se retiraria deles até que se reconhecessem culpados e buscassem a Sua face, e o Senhor
sabia que eles o fariam quando estivessem angustiados, e logo o buscariam confessando os
seus pecados.
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Oseias 5.1 Ouvi isto, ó sacerdotes, e escutai, ó casa de Israel, e dai ouvidos, ó casa do rei;
porque contra vós se dirige este juízo; pois que vos tornastes um laço para Mizpá, e uma Oseias
5.rede estendida sobre o Tabor.
Oseias 5.2 Os revoltosos se aprofundaram na corrupção; mas eu os castigarei a todos eles.
Oseias 5.3 Eu conheço a Efraim, e Israel não se me esconde; porque agora te tens prostituído, ó Efraim, e Israel se contaminou.
Oseias 5.4 As suas ações não lhes permitem voltar para o seu Deus; porque o espírito da prostituição está no meio deles, e não
conhecem ao Senhor.
Oseias 5.5 A soberba de Israel testifica contra eles; e Israel e Efraim cairão pela sua iniquidade, e Judá cairá juntamente com eles.
Oseias 5.6 Eles irão com os seus rebanhos e com
as suas manadas, para buscarem ao Senhor, mas não o acharão; ele se retirou deles.
Oseias 5.7 Aleivosamente se houveram contra o Senhor, porque geraram filhos estranhos; agora
a festa da lua nova os consumirá, juntamente com as suas porções.
Oseias 5.8 Tocai a corneta em Gibeá, a trombeta em Ramá; soltai o alarma em Bete-Áven; após ti,
ó Benjamim.
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Oseias 5.9 Efraim será para assolação no dia do castigo: entre as tribos de Israel declaro o que é
certo.
Oseias 5.10 Os príncipes de Judá são como os que removem os marcos; derramarei, pois, o meu furor sobre eles como água.
Oseias 5.11 Efraim está oprimido e quebrantado no juízo, porque foi do seu agrado andar após a
vaidade.
Oseias 5.12 Portanto para Efraim serei como a traça e para a casa de Judá como a podridão.
Oseias 5.13 Quando Efraim viu a sua enfermidade, e Judá a sua chaga, recorreu Efraim à Assíria e enviou ao rei Jarebe; mas ele
não pode curar-vos, nem sarar a vossa chaga.
Oseias 5.14 Pois para Efraim serei como um leão, e como um leão novo para a casa de Judá; eu, sim
eu despedaçarei, e ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre.
Oseias 5.15 Irei, e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a
minha face; estando eles aflitos, ansiosamente me buscarão.
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Oseias 6
Faz a Ferida e a Cura
Todo o contexto do livro do profeta Oseias, e os
juízos que sucederam a Israel, que deixou de ser povo, em sua própria terra, e Judá, que teve que
ficar no cativeiro por 70 anos em Babilônia, não nos autorizam a afirmar apressadamente que o
teor das palavras proferidas nos versos 1 a 3 do sexto capítulo expressem um sincero
arrependimento por parte dos israelitas, quando se vissem debaixo dos juízos do Senhor
contra eles.
As palavras dos versos 1 a 3 seriam proferidas
pelo povo quando estivesse no cativeiro, conforme afirmado no último verso do capítulo anterior:
“Irei e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face;
estando eles angustiados, cedo me buscarão, dizendo:” (5.15).
É dito pelo Senhor que os israelitas, debaixo da aflição do Seu castigo, no cativeiro, se reconheceriam culpados e buscariam a Sua
face, e que logo lhe buscariam dizendo:
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“1 Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a
ligará.
2 Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro
dia, nos levantará, e viveremos diante dele.
3 Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva
serôdia que rega a terra.”
É verdade que quando nos convertemos ao Senhor, depois dele nos ter corrigido com os Seus juízos, que ele nos sarará, curando a ferida
que ele mesmo havia feito em nós.
Quanto à afirmação que lemos no verso 3 do sexto capítulo de Oseias, temos a dizer que de fato é verdade que devemos conhecer e
prosseguir em conhecer ao Senhor, porque, quando o fazemos é certo que a Sua vinda a nós
é certa como o despertar da aurora em cada manhã, e como a chuva serôdia, que cai na
época certa sobre a terra.
Devemos crescer na graça e no conhecimento de Jesus, conforme nos ordena o apóstolo Pedro em II Pe 3.18.
Oseias 6.1 Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará; fez a ferida,
e no-la atará.
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Oseias 6.2 Depois de dois dias nos ressuscitará: ao terceiro dia nos levantará, e viveremos diante
dele.
Oseias 6.3 Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é
certa; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra.
Oseias 6.4 Que te farei, ó Efraim? que te farei, ó
Judá? porque o vosso amor é como a nuvem da manhã, e como o orvalho que cedo passa.
Oseias 6.5 Por isso os abati pelos profetas; pela
palavra da minha boca os matei; e os meus juízos a teu respeito sairão como a luz.
Oseias 6.6 Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do
que os holocaustos.
Oseias 6.7 Eles, porém, como Adão, transgrediram o pacto; nisso eles se portaram
aleivosamente contra mim.
Oseias 6.8 Gileade é cidade de malfeitores, está manchada de sangue.
Oseias 6.9 Como hordas de salteadores que espreitam alguém, assim é a companhia dos sacerdotes que matam no caminho para
Siquém; sim, cometem a vilania.
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Oseias 6.10 Vejo uma coisa horrenda na casa de Israel; ali está a prostituição de Efraim; Israel
está contaminado.
Oseias 6.11 Também para ti, ó Judá, está determinada uma ceifa. Ao querer eu trazer do
cativeiro o meu povo,
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Oseias 7
Este capítulo revela a grande influência que
têm as capitais das nações, e os centros onde se concentra o poder político, porque quando o
Senhor se dispunha a fazer uma cura em Israel, especialmente no meio rural, este era
contaminado por toda a iniquidade da principal tribo de Israel onde se encontrava a capital de
Samaria, onde a falsidade e a maldade, especialmente encontradas na corte junto aos
príncipes, fazia com que a iniquidade se espalhasse por toda a nação.
Grandes centros chamados culturais são usados estrategicamente pelo diabo para contaminar
regiões e nações inteiras.
Quando a iniquidade se multiplica a este nível, Deus e a própria ideia sobre um Deus que julga são lançados para longe do coração e mente das
pessoas.
Elas passam a cogitar que Ele não se importa com a maldade delas, porque não se veem juízos sendo aplicados imediatamente a cada falta
cometida.
Ao contrário, parece que a falsidade, a intriga, a traição, trazem vantagens para aqueles que as praticam, porque com isto enganam a muitos e
galgam posições elevadas na sociedade, como
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também prosperam em seus negócios fraudulentos.
Como tudo isto é feito de forma dissimulada, então consideram uma grande vantagem viver na prática do pecado, que na verdade não
chamam de pecado, mas de inteligência e esperteza.
Todavia, Deus não muda o Seu parecer em relação a tal comportamento e sempre o classificará de malícia, de mentira, de adultério.
A alegria carnal da corte de Samaria, regada a vinho, na qual os príncipes e o rei se alegravam
constantemente, era uma inspiração para que praticassem a maldade, especialmente para multiplicar os adultérios dos cortesãos.
O vinho os aquecia em suas luxúrias carnais como alguém que acende um forno, e que atiça
as suas chamas até que o pão seja colocado nele para assar.
Adúlteros e fornicadores queimam secretamente em seu interior com luxúria.
O fogo aceso assim nos corações pela luxúria aguarda capturar o pão da maldade que eles
desejam assar na forma de adultério, intrigas, e tudo o mais que se faz quando se está debaixo da
influência do álcool, em estado de embriaguez.
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Efraim havia se misturado a tal ponto aos costumes das nações pagãs, que não mais se
podia distinguir em Israel nada do que fosse diferente delas.
Se guardavam algo do culto devido ao Senhor, isto era apenas por uma parte, sendo que a outra de seus corações estava ligada aos costumes de
tais nações. Então é dito deles que era como um bolo que não foi virado, ou seja, estava cozido
apenas de um dos lados, sendo impróprio para ser usado por Deus.
Eles haviam misturado o culto do Senhor com o de Baal, dos sidônios. E nunca mais foram
livrados disto em seus corações, a par de todas as reformas que foram tentadas para livrá-los
desta idolatria.
Esta mistura com os costumes estrangeiros lhe
havia roubado a força espiritual que tinham no Senhor.
Estavam endurecidos em sua soberba carnal, e com isto se recusavam em reconhecer a
necessidade de voltarem para o Senhor, porque estavam debaixo de uma aliança com Ele que previa castigos em caso de desobediência, tanto
quanto bênçãos em caso de obediência. Mas estavam cegos pelo pecado para poderem
reconhecer esta verdade, tal como muitos crentes na Igreja que pensam que Deus os trata
de modo igual aos ímpios que não O conhecem.
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Deus corrige os filhos aos quais ama. Não corrige bastardos. De modo, que um crente não
deve considerar que poderá viver na prática deliberada do pecado sem que sofra qualquer
correção da parte do Senhor nesta vida, tal como sucede com a maioria dos ímpios.
Em vez de colocarem sua confiança no Senhor, procuravam se fortalecer política e militarmente fazendo alianças com nações
estrangeiras, como a Assíria e o Egito, mas eram como uma pomba enganada, que não sabia
reconhecer qual era o seu verdadeiro lugar de repouso.
Todavia, o Senhor não lhes permitiria que consumassem o seu engano, porque lhes apanharia com a sua rede, como se apanham as
aves do céu, e fá-los-ia descer para serem castigados por Ele, conforme os juízos que
proferiu contra eles através dos Seus profetas.
Como haviam voltado suas costas para Deus e fugido dele e do cumprimento da Sua vontade, se rebelando contra ele, seriam destruídos,
porque se tivessem buscado ao Senhor seriam libertados por ele, mas preferiram continuar
falando mentiras contra Deus.
Não Lhe clamavam de coração, mas davam uivos em suas camas, isto é, por causa de suas
aflições, somente para verem atendidas suas
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necessidades imediatas e cobiças de seus corações carnais.
O Senhor era a força do Seu povo, no entanto,
eles estavam maquinando contra Ele, rebelando-se contra a Sua vontade, e por isso
seus príncipes estavam caindo à espada, por causa da insolência da língua deles, que não
honrava ao Senhor, senão falava do que estava cheio os seus corações, a saber, de falsidade e malícia.
“1 Quando me disponho a mudar a sorte do meu povo e a sarar a Israel, se descobre a iniquidade de Efraim, como também a maldade de Samaria,
porque praticam a falsidade; por dentro há ladrões, e por fora rouba a horda de salteadores.
2 Não dizem no seu coração que eu me lembro de toda a sua maldade; agora, pois, os seus próprios feitos os cercam; acham-se diante da
minha face.
3 Com a sua malícia, alegram ao rei e com as suas mentiras, aos príncipes.
4 Todos eles são adúlteros: semelhantes ao forno aceso pelo padeiro, que somente cessa de atiçar o fogo desde que sovou a massa até que
seja levedada.
5 No dia da festa do nosso rei, os príncipes se tornaram doentes com o excitamento do vinho,
e ele deu a mão aos escarnecedores.
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6 Porque prepararam o coração como um forno, enquanto estão de espreita; toda a noite, dorme
o seu furor, mas, pela manhã, arde como labaredas de fogo.
7 Todos eles são quentes como um forno e consomem os seus juízes; todos os seus reis caem; ninguém há, entre eles, que me invoque.
8 Efraim se mistura com os povos e é um pão que não foi virado.
9 Estrangeiros lhe comem a força, e ele não o sabe; também as cãs já se espalham sobre ele, e
ele não o sabe.
10 A soberba de Israel, abertamente, o acusa; todavia, não voltam para o SENHOR, seu Deus,
nem o buscam em tudo isto.
11 Porque Efraim é como uma pomba enganada, sem entendimento; chamam o Egito e vão para a Assíria.
12 Quando forem, sobre eles estenderei a minha rede e como aves do céu os farei descer; castiga-
los-ei, segundo o que eles têm ouvido na sua congregação.
13 Ai deles! Porque fugiram de mim; destruição sobre eles, porque se rebelaram contra mim! Eu os remiria, mas eles falam mentiras contra
mim.
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14 Não clamam a mim de coração, mas dão uivos nas suas camas; para o trigo e para o vinho se
ajuntam, mas contra mim se rebelam.
15 Adestrei e fortaleci os seus braços; no
entanto, maquinam contra mim.
16 Eles voltam, mas não para o Altíssimo. Fizeram-se como um arco enganoso; caem à espada os seus príncipes, por causa da
insolência da sua língua; este será o seu escárnio na terra do Egito.”
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Oseias 8
Quem Ama Corrige
No céu há uma imensa família divina, que vive
em perfeito amor e harmonia.
Este era o plano de Deus para todas as nações da terra.
Que fossem uma grande família, vivendo em
perfeito amor e harmonia, resultantes de um andar na verdade e na justiça, porque o
verdadeiro amor é sempre precedido pela verdade e pela justiça, ou seja, sem ambas, não
pode existir amor.
Por isso, o Senhor ordenou que se tocasse a trombeta de rebate, anunciando que Ele
moveria suas tropas celestiais e terrenas para entrarem em guerra contra Israel. (Oseias 8.1)
O motivo está declarado no mesmo verso no qual se ordena o toque da trombeta.
Israel havia transgredido a aliança que tinham para com o Senhor e se rebelaram contra a Sua
Lei.
O Senhor sabe que somos imperfeitos, limitados, pecadores, mas nos salva, aceita e
aprova, nos reconciliando com Ele, pela
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esperança de sermos tal como ele é, com o sincero desejo de fazer a Sua vontade.
Ele tomará a intenção pelo fato. O ódio pelo pecado como a própria pureza de coração, porque sabe que somos pó, vermezinhos que se
arrastam à busca da Sua perfeita luz, e daquela transformação gloriosa que nos conduzirá à
plena conformação à Sua própria imagem.
Todavia, Israel não somente rejeitou tal graça e misericórdia, pela esperança daquilo que viremos ainda a ser (Rom 8.21, 24), como
quebrou totalmente a aliança que Deus havia feito com eles, se rebelando contra os Seus
mandamentos.
O Senhor se agrada quando honramos os seus mandamentos, lhes dando a devida atenção e respeito, por um sincero desejo de obedecê-los,
mesmo que não consigamos fazê-lo com perfeição, em razão das limitações individuais
de cada um de Seus filhos, mas como já dissemos antes, Ele tomará a intenção como o
próprio ato consumado; do mesmo modo como um pai amoroso aceita os rabiscos desenhados
por seu filhinho, chamando-o de belo trabalho feito por ele.
A condição de Israel se agravava pela Sua hipocrisia, porque ao rejeitarem frontalmente todos os mandamentos de Deus, vivendo como
qualquer nação pagã, somavam aos seus
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pecados o de hipocrisia ao continuarem invocando ao Senhor, dizendo que O
conheciam, (v.2) quando sabiam que isto não era verdade.
Geralmente, cristãos rebeldes são achados
debaixo de aflições, de correções divinas, sendo oprimidos pelo Inimigo, tal como havia ocorrido
com Israel no passado, que ao ter rejeitado o bem, estava sendo perseguido pelo Inimigo, e
sendo oprimido por ele (v. 3).
Uma coisa é ser perseguido pelo Inimigo por causa do nosso amor ao evangelho, porque
neste caso temos a proteção de Deus e Ele não permite que sejamos oprimidos pelo diabo, e outra muito diferente ser entregue a ele para
destruição da carne, por causa de um andar rebelde em relação ao Senhor.
Os reis de Israel haviam se sucedido no trono através de conspirações e assassinatos. Não foi por consultarem ao Senhor, e por buscarem o
Seu conselho que constituíram reis e príncipes (v. 4).
Eles haviam acumulado prata e ouro para fazerem ídolos, para honrarem os deuses que julgavam tê-los conduzido ao trono.
Por isso Deus estava irado contra eles e contra os seus ídolos, especialmente contra o bezerro de ouro que adoravam (v. 5), o qual seria feito
por Ele em pedaços.
50
Deus lhes daria um sinal de que estavam semeando ventos, ou seja, vaidades, e então
poderiam se preparar para colherem tormentas.
Faria isto não permitindo que houvesse crescimento de seus cereais no campo, e caso
estes fossem produzidos, seriam pilhados por nações estrangeiras (v. 7).
Como haviam feito aliança com a Assíria para
serem livrados do poder de Rezim, da Síria, todavia se buscassem socorro para se livrarem
dos juízos de Deus fazendo alianças com as nações estrangeiras, viria delas próprias a sua ruína, e estaria como quem foi devorado entre
elas, como algo de que ninguém se agrade.
Os muitos altares que Israel havia erigido não eram para a adoração do Senhor, senão para
pecarem com os seus ídolos (v. 11).
Os preceitos de Deus eram tidos por eles como coisa estranha, e ainda os teriam em tal conta,
mesmo que a lei lhes fosse dada em dez mil preceitos (v. 12).
A parte que eles gostavam de praticar da lei era a oferta de sacrifícios, mas não os apresentavam como a lei prescrevia, no templo de Jerusalém, e
observando o que era determinado para cada tipo de sacrifício.
Mas, isto não lhes importava, porque a única parte da sua devoção religiosa profana da qual
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gostavam era a que dizia respeito a terem que comer a carne dos sacrifícios. Era somente disto
que gostavam: de comer a carne (v. 13).
O que podemos traçar como paralelo na maior parte dos cultos de nossas igrejas na atualidade?
Porventura não é que os cristãos gostam apenas dos louvores que agradam à sua carne?
De promoverem exibições teatrais, festejos, comidaradas, a pretexto de fortalecerem os
laços de unidade?
E tantas outras coisas não poderiam ser alinhadas ao lado destas citadas?
Com a prosperidade material que alcançaram construíram palácios, e multiplicaram cidades
fortificadas para se defenderem dos seus inimigos, mas o Senhor enviaria fogo para
consumir suas cidades e palácios.
Eles haviam colocado seus corações em edificações, e não no Senhor, tal como costumam fazer muitas igrejas que se entregam
a longos projetos de edificação de edifícios para templos, e deixam de lado a vida de devoção, de
oração, de busca sincera do Senhor.
A obra deles também será provada pelo fogo e não resistirá, porque na verdade não estão edificando com o ouro e com a prata celestiais,
senão com madeira, palha e feno.
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Oseias 8.1 Põe a trombeta à tua boca. Ele vem como águia contra a casa do Senhor; porque eles
transgrediram o meu pacto, e se rebelaram contra a minha lei.
Oseias 8.2 E a mim clamam: Deus meu, nós,
Israel, te conhecemos.
Oseias 8.3 Israel desprezou o bem; o inimigo persegui-lo-á.
Oseias 8.4 Eles fizeram reis, mas não por mim;
constituíram príncipes, mas sem a minha aprovação; da sua prata e do seu ouro fizeram
ídolos para si, para serem destruídos.
Oseias 8.5 O teu bezerro, ó Samaria, é rejeitado; a minha ira se acendeu contra eles; até quando serão eles incapazes da inocência?
Oseias 8.6 Pois isso procede de Israel; um artífice o fez, e não é Deus. Será desfeito em pedaços o bezerro de Samaria
Oseias 8.7 Porquanto semeiam o vento, hão de ceifar o turbilhão; não haverá seara, a erva não dará farinha; se a der, tragá-la-ão os
estrangeiros.
Oseias 8.8 Israel foi devorado; agora está entre as nações como um vaso em que ninguém tem
prazer.
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Oseias 8.9 Porque subiram à Assíria, qual asno selvagem andando sozinho; mercou Efraim
amores.
Oseias 8.10 Todavia, ainda que eles merquem entre as nações, eu as congregarei; já começaram a ser diminuídos por causa da carga
do rei dos príncipes.
Oseias 8.11 Ainda que Efraim tem multiplicado altares, estes se lhe tornaram altares para pecar.
Oseias 8.12 Escrevi para ele miríades de coisas da minha lei; mas isso é para ele como coisa estranha.
Oseias 8.13 Quanto aos sacrifícios das minhas ofertas, eles sacrificam carne, e a comem; mas o
Senhor não os aceita; agora se lembrará da iniquidade deles, e punirá os seus pecados; eles
voltarão para o Egito.
Oseias 8.14 Pois Israel se esqueceu do seu Criador, e edificou palácios, e Judá multiplicou
cidades fortificadas. Mas eu enviarei sobre as suas cidades um fogo que consumirá os seus
castelos.
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Oseias 9
O Pecado Mata e Destrói
Os juízos pronunciados e cumpridos contra
Israel foram para nossa advertência, para quem o final dos tempos é chegado.
Deus tem um juízo monumental, de proporções terríveis com toda a terra, ao qual dará cabal
cumprimento, tal como fizera no passado em relação a Israel, porque nos tem alertado em Sua
palavra quanto a este grande juízo final, e faríamos bem em regular os nossos passos neste
mundo, pensando neste grande juízo que Ele trará sobre toda a terra.
O pecado de Israel foi diagnosticado pelo Senhor como sendo o motivo da sua destruição.
Não foi o juízo de uma pessoa ou de algumas pessoas, mas um juízo monumental sobre toda
uma nação, que seria deixada em ruínas, e que onde houvera antes beleza e glória, haveria
somente espinheiros e toda sorte de ervas daninhas cobrindo o que restasse das ruínas de
seus castelos e casas.
Dá para imaginar uma tal coisa, como sendo procedente da parte de Deus, por causa da Sua ira contra o pecado? Não somente dá para
imaginar, como para comprová-la pelo registro
55
da história, e do testemunho silencioso da arqueologia das ruínas que se encontram no que
fora no passado o território ocupado pelo Reino do Norte (Israel).
Ninguém poderá provocar o Senhor com os seus
pecados e lograr escapar impune. Esta é a grande lição que ele nos deu ao ter levado Israel
para o cativeiro. Isto significava expulsão da Sua presença e da posse da herança que nos havia
sido reservada.
Ainda que um verdadeiro crente em Cristo Jesus jamais venha a ser banido, no entanto,
corre o risco de sofrer danos em sua fidelidade, e ficar desprovido de galardões na glória.
Deus faria com que Israel ficasse privado de
todos os prazeres mundanos aos quais estavam tão afeiçoados.
Eles seriam arrancados de sua própria terra e
espalhados pelas nações, inclusive para o Egito, de onde haviam sido tirados por Moisés, onde se achavam em cativeiro. Do cativeiro haviam sido
tirados, e para o cativeiro retornariam.
Eles haviam se esquecido disto, porque os juízos de Deus contra as nações esperam decênios e
até mesmo séculos para serem executados, e o homem insensato não pode compreender que
estas coisas provêm do Senhor. Vive como se nada tivesse ocorrido no mundo, ou que nada de
mal virá ainda a ocorrer, apesar de todo o
56
testemunho da história, e das grandes ameaças de Deus relativas ao futuro da humanidade,
especialmente quanto ao tempo do fim.
As trombetas de alerta estão soando por toda a
parte, mas poucos conseguem ouvi-la e se darem por avisados, de maneira a se
prevenirem e escaparem de tais juízos por um andar em santidade na presença do Senhor.
Mas, a maior parte da humanidade cai no laço do juízo de Deus porque prefere as trevas à luz, e
assim, fica impedida de ver as coisas como de fato são.
A glória do mundo ofusca seus olhos espirituais, e embriaga seus espíritos, de modo que não
podem entender os caminhos do Senhor, que são de luz e de humildade.
A soberba eleva o coração, e das alturas em que se encontra não pode ver o pecado que está nas
partes mais profundas do coração.
Aqueles que esperam receber muitas coisas da parte de Deus, mas que não lhe consagram suas vidas, tal como Israel havia feito no passado,
deveriam prestar muita atenção nestas palavras que Ele dirigiu através do profeta Oseias que são
aplicáveis também às suas vidas?
“14 Dá-lhes, ó SENHOR; que lhes darás? Dá-lhes um ventre estéril e seios secos.
57
15 Toda a sua malícia se acha em Gilgal, porque ali passei a aborrecê-los; por causa da maldade
das suas obras, os lançarei fora de minha casa; já não os amarei; todos os seus príncipes são
rebeldes.
16 Ferido está Efraim, secaram-se as suas raízes; não dará fruto; ainda que gere filhos, eu matarei os mais queridos do seu ventre.
17 O meu Deus os rejeitará, porque não o ouvem; e andarão errantes entre as nações.”
Oseias 9.1 Não te alegres, ó Israel, não exultes como os povos; pois te prostituíste, apartando-te do teu Deus; amaste a paga de meretriz sobre
todas as eiras de trigo.
Oseias 9.2 A eira e o lagar não os manterão, e o vinho novo lhes faltará.
Oseias 9.3 Na terra do Senhor não permanecerão; mas Efraim tornará ao Egito, e
na Assíria comerão comida imunda.
Oseias 9.4 Não derramarão libações de vinho ao Senhor, nem lhe agradarão com as suas ofertas. O pão deles será como pão de pranteadores;
todos os que dele comerem serão imundos; pois o seu pão será somente para o seu apetite; não
entrará na casa do Senhor.
Oseias 9.5 Que fareis vós no dia da solenidade, e no dia da festa do Senhor?
58
Oseias 9.6 Porque, eis que eles se foram por causa da destruição, mas o Egito os recolherá,
Mênfis os sepultará; as suas coisas preciosas de prata as urtigas as possuirão; espinhos
crescerão nas suas tendas.
Oseias 9.7 Chegaram os dias da punição, chegaram os dias da retribuição; Israel o saberá;
o profeta é um insensato, o homem possesso de espírito é um louco; por causa da abundância da
tua iniquidade e do teu grande ódio.
Oseias 9.8 O profeta é a sentinela de Efraim, o povo do meu Deus; contudo um laço de caçador de aves se acha em todos os seus caminhos, e
inimizade na casa do seu Deus.
Oseias 9.9 Muito profundamente se corromperam, como nos dias de Gibeá; ele se lembrará das iniquidades deles, e punirá os seus
pecados.
Oseias 9.10 Achei a Israel como uvas no deserto,
vi a vossos pais como a fruta temporã da figueira no seu princípio; mas eles foram para Baal- Peor,
e se consagraram a essa coisa vergonhosa, e se tornaram abomináveis como aquilo que
amaram.
Oseias 9.11 Quanto a Efraim, a sua glória como ave voará; não haverá nascimento, nem
gravidez, nem concepção.
59
Oseias 9.12 Ainda que venham criar seus filhos, eu os privarei deles, para que não fique nenhum
homem. Ai deles, quando deles eu me apartar!
Oseias 9.13 Efraim, assim como vi a Tiro, está plantado num lugar aprazível; mas Efraim
levará seus filhos ao matador.
Oseias 9.14 Dá-lhes, ó Senhor; mas que lhes darás? dá-lhes uma madre que aborte e seios
ressecados.
Oseias 9.15 Toda a sua malícia se acha em Gilgal; pois ali é que lhes concebi ódio; por causa da maldade das suas obras lançá-los-ei fora de
minha casa. Não os amarei mais; todos os seus príncipes são rebeldes.
Oseias 9.16 Efraim foi ferido, secou-se a sua raiz; eles não darão fruto; sim, ainda que gerem, eu matarei os frutos desejáveis do seu ventre.
Oseias 9.17 O meu Deus os rejeitará, porque não o ouviram; e errantes andarão entre as nações.
60
Oseias 10
Usando a Graça de Modo Errado
Vemos no décimo capítulo do profeta Oseias
que Israel havia sido castigado de vários modos
pelo Senhor, mas havia juntado novas forças para continuar pecando.
O Senhor pretendia curá-los dos seus pecados. Porém, Israel havia produzido novos frutos
como uma videira. Quer dizer, depois que Deus havia feito a vindima, favorecendo o povo
com as Suas bênçãos, Ele tornou a favorecer com novas bênçãos, preparando-o para uma
nova produção de frutos.
Mas o que aconteceu?
O que Israel fez com as bênçãos que havia recebido do Senhor?
O que temos feito na Igreja com a plenitude de unção que temos recebido do Espírito?
Usamos o que recebemos para gastar no serviço do Senhor e para viver de acordo com o seu
caráter e vontade?
O profeta diz que de acordo com a abundância do seu fruto, Israel multiplicou os seus altares.
61
Em vez de aumentarem a adoração e o serviço ao Senhor, eles usaram toda a prosperidade que
receberam para servir a outros deuses e aos seus próprios interesses.
Assim, Deus reclama que o povo de Israel,
depois de ter sido juntado de novo, caiu pela sua própria maldade.
Os castigos deveriam ter induzido Israel a
retomar a pura e verdadeira adoração de Deus.
Todavia, o Senhor não somente reprova o povo por estar obstinado, como também por
terem aumentado os seus vícios, pois se diz que multiplicaram, isto é, aumentaram ainda
mais as suas práticas pecaminosas.
E isto era como uma conspiração horrível para Deus, porque juntaram novas forças, depois de
terem sido castigados, não para servi-lo, mas para pecarem, para multiplicarem altares.
O Senhor havia removido a Sua glória do meio
deles, mas não se arrependeram de seus pecados, e não renovaram os votos de fidelidade que lhe haviam feito de guardarem a Sua aliança
e mandamentos.
Eles não levaram em conta as coisas que lhes estavam sucedendo, porque, aos seus olhos
carnais, a vida deles seguia o mesmo rumo que sempre havia seguido, a saber, fora da presença
de Deus e do Seu poder, e portanto, parecia-lhes
62
que nada haviam perdido, e que não estavam perdendo nada, afinal, até mesmo a
prosperidade material deles estava aumentando.
Apesar de Deus lhes ter mostrado através de evidências muito claras que a adoração de
coisas vãs não lhe agrada, e que isto era para ele a maior das abominações, Israel não se
arrependeu quando foi castigado e depois abençoado por ele recebendo abundância de
bens em sua terra.
Eles não se voltaram para o Senhor depois de ter retirado a Sua mão corretiva de sobre eles misericordiosamente.
Este ensino é muito útil. É uma boa doutrina,
pois que por ela aprendemos que o Senhor ao infligir castigos sem rigor extremo, geralmente
há uma tendência do seu povo, ainda hoje, mesmo na Igreja de Cristo, a voltar à prática do
pecado, tão logo reúna novas forças nos momentos de calmaria, quando não se
encontram debaixo da disciplina de Deus.
Seus espíritos ficam de novo insolentes e obstinados diante do Senhor, ainda que sendo alvo de Suas bênçãos.
Devemos, portanto, usar a repreensão dirigida pelo profeta Oseias à nação de Israel, para a
nossa própria instrução.
63
É preciso vigiar, pois, para que não voltemos ao pecado depois de estarmos experimentando
dias de bênçãos e refrigério, depois de termos saído da tempestade pela misericórdia do
Senhor.
Agora veja que o profeta diz que quanto melhor a terra, mais belos os altares.
Isto quer dizer que eles fizeram ídolos
elegantes, preparados com muito esmero; e gastaram nisto muito dinheiro, tempo e forças.
Eles pensavam que estavam com isso
demonstrando uma adoração mais santa e consagrada a Deus em razão do seu esforço,
trabalho e doações que estavam fazendo para sustentar todo aquele aparato religioso.
Eles pensavam que estavam dando
uma grande demonstração do seu zelo para com Deus.
Como Israel no deserto eles haviam se desviado
da adoração verdadeira, segundo as diretrizes estabelecidas por Deus, para aquilo que era fruto da própria imaginação deles; porque
haviam feito um bezerro de ouro e disseram que aquele ídolo era o Deus que lhes havia
libertado do Egito.
É muito comum para a natureza humana a criação de ídolos que são o fruto da própria
imaginação do homem, e adorá-los pensando
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estar prestando com isto verdadeiro culto de adoração a Deus.
Para tanto não é necessário que esta imaginação seja materializada ganhando forma na
construção de uma imagem de escultura.
Não importa, em todo o caso, falar dos resultados tanto quanto importa falar da verdadeira causa disso que é o distanciamento
do Senhor pela vitória da carne, pelo fato de se andar na carne e não no Espírito.
Quando a alma não é reta para com Deus, por não se andar na Sua vontade, obedecendo os
Seus mandamentos, ela errará o alvo da verdadeira adoração porque esta só pode existir
quando é em espírito e em verdade, e isto significa sobretudo estar vivendo em santidade
de vida em estrita obediência à Palavra de Deus.
Não pode haver adoração verdadeira onde não há santidade, e esta é sobretudo praticar a Palavra de Deus, pois que Jesus disse: "santifica-
os na verdade, a tua palavra é a verdade.".
É o Espírito Santo quem nos santifica quando meditamos na Palavra e a praticamos. Ele usa a Palavra para a nossa santificação.
Israel estava multiplicando altares numa adoração vã, porque o Senhor não estava
naquilo, e não era a Deus que eles estavam
65
adorando, mas a própria forma de culto que eles haviam criado.
Fizeram isto porque não estavam santificados,
não estavam andando de fato com Deus, amando e cumprindo os Seus mandamentos.
Ninguém está livre disto, e é preciso então estar
santificado, andando no Espírito, guardando a Palavra do Senhor, do que estar buscando novas
formas de adoração, quando aquelas coisas essenciais relativas à santificação não estão
presentes.
Quando a vida não é reta para com Deus não pode haver nenhuma adoração verdadeira,
senão idolatria, sob qualquer forma, ainda que se pense que se está adorando ao Senhor.
Podemos não estar dando forma ao ouro para
fazer um bezerro, mas é possível que o ouro e a prata e tudo o que eles podem comprar, continuem sendo o único deus que governe o
nosso coração.
Deus é puro espírito. Não nos iludamos portanto, pensando que é a Sua bênção que
temos obtido pelo simples fato de alcançarmos prosperidade neste mundo.
Lembremos que Jesus disse dos ricos, segundo o mundo, que dificilmente um deles entra no reino de Deus, apesar de toda a vida regalada e
próspera que eles possam ter aqui na terra.
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Se Paulo disse em seus dias as palavras a seguir, de I Cor 7.29-31, quanto mais não devemos nós,
para quem os últimos dias são chegados, vivermos de tal maneira?
“29 Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; pelo que, doravante, os que têm
mulher sejam como se não a tivessem;
30 os que choram, como se não chorassem; os que folgam, como se não folgassem; os que compram, como se não possuíssem;
31 e os que usam deste mundo, como se dele não usassem em absoluto, porque a aparência deste
mundo passa.” (I Cor 7.29-31).
O tempo da volta do Senhor está muito mais abreviado agora do que nos dias de Paulo.
Tudo passará, nada levaremos conosco deste mundo, é tempo portanto agora, mais do que nunca, de investirmos nas coisas que são
espirituais, celestiais e eternas, pois logo, logo, haveremos de estar para sempre na presença do
Senhor, e importa que nos apresentemos perante Ele, não com a vergonha dos ídolos, que
juntamos e adoramos, mas com nossas mãos cheias das obras de justiça, que praticamos para
a glória do Seu santo nome.
Sejamos pois, cada vez mais cheios do Espírito Santo e do Seu poder.
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Conheçamos e obedeçamos e apliquemos a Palavra de Deus, cada vez mais às nossas vidas, e
então conheceremos qual é a verdadeira e duradoura bênção de Deus que nunca permitirá
que nos afastemos da Sua presença, e que sejamos aperfeiçoados para toda boa obra.
Lembremos que o bezerro de ouro que Israel havia adorado por dois séculos foi enviado
enfim por Deus para a Assíria, uma terra idólatra, que era o lugar dos ídolos e dos
idólatras, tal como o tormento eterno é o lugar destinado para aqueles que adoram falsos
deuses.
Por fim, haverão de ser enviados para o seu próprio lugar todos aqueles que se recusam a servir somente ao Senhor, apesar de todo o Seu
esforço para tentar nos livrar disso, e de toda a longanimidade e misericórdia que usa para
conosco abreviando o juízo, na expectativa de que nos arrependamos, tenhamos fé em Cristo,
pratiquemos o que é justo, para que vivamos eternamente em Sua presença.
Oseias 10.1 Israel é vide frondosa que dá o seu fruto; conforme a abundância do seu fruto,
assim multiplicou os altares; conforme a prosperidade da terra, assim fizeram belas
colunas.
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Oseias 10.2 O seu coração está dividido, por isso serão culpados; ele derribará os altares deles, e
lhes destruirá as colunas.
Oseias 10.3 Certamente agora dirão: Não temos rei, porque não tememos ao Senhor; e o rei, que
pode ele fazer por nós?
Oseias 10.4 Falam palavras vãs; juram falsamente, fazendo pactos; por isso brota o
juízo como erva peçonhenta nos sulcos dos campos.
Oseias 10.5 Os moradores de Samaria serão atemorizados por causa do bezerro de Bete-
Áven. O seu povo se lamentará por causa dele, como também prantearão os seus sacerdotes idólatras por causa da sua glória, que se apartou
dela.
Oseias 10.6 Também será ele levado para Assíria
como um presente ao rei Jarebe; Efraim ficará confuso, e Israel se envergonhará por causa do
seu próprio conselho.
Oseias 10.7 O rei de Samaria será desfeito como a espuma sobre a face da água.
Oseias 10.8 E os altos de Áven, pecado de Israel, serão destruídos; espinhos e cardos crescerão sobre os seus altares; e dirão aos montes: Cobri-
nos! e aos outeiros: Caí sobre nós!
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Oseias 10.9 Desde os dias de Gibeá tens pecado, ó Israel; ali permaneceram; a peleja contra os
filhos da iniquidade não os alcançará em Gibeá.
Oseias 10.10 Quando eu quiser, castigá-los-ei; e os povos se congregarão contra eles, quando
forem castigados pela sua dupla transgressão.
Oseias 10.11 Porque Efraim era uma novilha domada, que gostava de trilhar; e eu poupava a
formosura do seu pescoço; mas porei arreios sobre Efraim; Judá lavrará; Jacó desfará os
torrões.
Oseias 10.12 Semeai para vós em justiça, colhei segundo a misericórdia; lavrai o campo
alqueivado; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós.
Oseias 10.13 Lavrastes a impiedade, segastes a iniquidade, e comestes o fruto da mentira; porque confiaste no teu caminho, na multidão
dos teus valentes.
Oseias 10.14 Portanto, entre o teu povo se levantará tumulto de guerra, e todas as tuas
fortalezas serão destruídas, como Salmã destruiu a Bete-Arbel no dia da batalha; a mãe ali
foi despedaçada juntamente com os filhos.
Oseias 10.15 Assim vos fará Betel, por causa da vossa grande malícia; de madrugada será o rei
de Israel totalmente destruído.
70
Oseias 11
O Amor Previne do Mal
Ao contemplar qualquer pessoa, o Senhor não
considera apenas o presente, mas tem em memória tudo o que é relativo a tal pessoa,
desde o ventre, porque é Deus onisciente, e que nada esquece.
No 11º capítulo de Oseias o Senhor se lembra de
Israel, e como lhe havia amado quando entrou em aliança com ele quando o tirou do cativeiro
do Egito, e como eles se houveram valorosamente nas guerras que empreenderam
em Seu nome contra as nações ímpias de Canaã, para entrarem na posse do território que lhes
dera por herança.
Eles atendiam às Suas ordens, assim como um filho obedece ao seu pai.
Todavia, logo se desviaram da presença do Senhor, e quanto mais Ele os chamava, mais se
afastavam dEle.
Contudo, é impossível que um pai deixe de amar um filho, ainda quando este anda de modo
contrário à Sua vontade.
Um filho se esquece do seu pai, mas um pai de verdade jamais se esquecerá do seu filho.
71
Deus colocou em nós, homens, tais sentimentos, porque queria que
entendêssemos quais são seus sentimentos em relação a nós como Pai.
Ele nos gerou como suas criaturas e espera que vivamos como seus filhos.
Com que pesar, por causa do atributo perfeito da Sua justiça, teria que corrigir tão duramente a
Efraim, Seu filho.
Mas, o faria sem esquecer do Seu amor e misericórdia para com ele, e sem deixar de
trazer em lembrança o quanto havia amado Efraim, desde o tempo do Egito.
Israel havia abandonado o lar paterno e foi buscar abrigo na casa de um péssimo padrasto,
a saber, Baal (Os 11.2).
Mas, quem havia ensinado Israel a andar, e quem o havia formado foi o Senhor e não Baal.
Não foi Baal que havia carregado em seus braços e curado suas feridas, mas o Senhor, contudo
eles não atinaram com isto (v. 3).
O Senhor se inclinava para lhes dar de comer, e lhes falou e tratou com palavras humanas, se amoldando à humanidade deles, para que não
fossem subjugados pelo peso da glória da Sua divindade, e foi para com Israel como quem
alivia o jugo (v. 4).
72
Mas Israel era dado a se desviar do Senhor, e quando era chamado a se elevar pensando nas
coisas do alto, ninguém o fazia (v. 7).
Por isso seriam consumidos à espada por causa dos seus caprichos.
Contudo, isto não seria motivo de nenhum prazer para o Senhor, mas de grande tristeza para o Seu coração de Pai, que sempre sofre ao
ter que corrigir os seus filhos.
Se aquela geração não fosse corrigida por tais meios dolorosos, não haveria arrependimento, e todas as gerações seguintes ficariam
entregues à ruína.
Então, a correção viria como forma preventiva para preservar Israel, e não para destruí-lo.
Por isso o Senhor não deixaria e entregaria Efraim, a tribo que descendera de José, como se
fosse uma nação qualquer, porque Seu coração se comovia dentro de Si, e as Suas misericórdias
estavam acendendo naquela hora triste (v. 8).
O Senhor não destruiria totalmente Efraim, por causa da Sua misericórdia e do Seu amor por ele.
Então, faria como faz o leão para juntar os leõezinhos.
73
Ele bramaria e eles voltariam a ele, ainda que tremendo, por causa do temor dos seus juízos,
porque se afastaram por causa da sua rebeldia.
Eles voltariam voando como pássaros e como pombas das terras para onde seriam espalhados
em cativeiro, e o Senhor faria com que habitassem em suas próprias casas.
Muitos foram os enganos e mentiras de Israel para com o Senhor, mas ainda assim usaria
desta misericórdia para com eles, para aqueles que dentre eles, se voltariam para ele, quando os
chamasse.
Judá permaneceria em sua própria terra, porque
ainda andava em fidelidade para com Deus, e o mesmo teria sucedido a Efraim, caso tivesse
agido de igual forma.
Oseias 11.1 Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei a meu filho.
Oseias 11.2 Quanto mais eu os chamava, tanto
mais se afastavam de mim; sacrificavam aos baalins, e queimavam incenso às imagens
esculpidas.
Oseias 11.3 Todavia, eu ensinei aos de Efraim a andar; tomei-os nos meus braços; mas não
entendiam que eu os curava.
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Oseias 11.4 Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como os que tiram
o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para lhes dar de comer.
Oseias 11.5 Não voltarão para a terra do Egito; mas a Assíria será seu rei; porque recusam
converter-se.
Oseias 11.6 Cairá a espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus ferrolhos; e os devorará nas suas fortalezas.
Oseias 11.7 Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; ainda que clamem ao Altíssimo, nenhum deles o exalta.
Oseias 11.8 Como te deixaria, ó Efraim? como te entregaria, ó Israel? como te faria como Admá?
ou como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões à uma se
acendem.
Oseias 11.9 Não executarei o furor da minha ira; não voltarei para destruir a Efraim, porque eu
sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; eu não virei com ira.
Oseias 11.10 Andarão após o Senhor; ele bramará como leão; e, bramando ele, os filhos, tremendo,
virão do ocidente.
Oseias 11.11 Também, tremendo, virão como um passarinho os do Egito, e como uma pomba os da
75
terra da Assíria; e os farei habitar em suas casas, diz o Senhor.
Oseias 11.12 Efraim me cercou com mentira, e a
casa de Israel com engano; mas Judá ainda domina com Deus, e com o Santo está fiel.
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Oseias 12
A Soberba Conduz à Cobiça
Em Oseias 12 nos vemos que o pecado de
Efraim é o mesmo pecado do mundo,
especialmente do mundo atual.
Vejamos que pecado é este. Ele se encontra nos versos 7 e 8:
“7 Efraim, mercador, tem nas mãos balança enganosa e ama a opressão;
8 mas diz: Contudo, me tenho enriquecido e adquirido grandes bens; em todos esses meus
esforços, não acharão em mim iniquidade alguma, nada que seja pecado.”
Aqui está declarado o pecado que grassa em todo o mundo e que de fato se alastra mais do que qualquer outro. Lembremos que ele foi a
grande causa da ruína de Israel.
É evidente que o pecado da idolatria é um terrível pecado diante de Deus, mas não maior do que este, porque na idolatria o homem adora
um outro ser, mas neste, adora a si mesmo.
Estamos falando do pecado da soberba, que conduz ao da cobiça irregular, que por sua vez
pode conduzir aos do engano e da falsidade,
77
porque por meio destes, se buscará amar riquezas e fama mundana.
O homem pode chamar ao bem, mal, e ao mal, bem. E muitos praticam o mal a pretexto de
alcançarem coisas que consideram boas.
Por isso o Senhor declara que o coração do homem é a coisa mais corrompida de todas que há na terra. E que ele conhece perfeitamente
esta disposição do coração para a prática do mal, a ponto de chamar o mal de bem, e o bem de mal.
“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo!” (Is 5.20)
Deus falou através do profeta Oseias o que faria a Israel e a Judá por causa de viverem segundo a
sabedoria do mundo, e não segundo a sabedoria que é segundo os Seus mandamentos, nos dois
primeiros versículos de Os 12:
“1 Efraim apascenta o vento e persegue o vento leste todo o dia; multiplica mentiras e
destruição e faz aliança com a Assíria, e o azeite se leva ao Egito.
2 O SENHOR também com Judá tem contenda e castigará Jacó segundo o seu proceder; segundo
as suas obras, o recompensará.”
Poucos em Israel recordavam como foi feita a eleição daquela nação pelo Senhor. Ele a fizera
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em Jacó, cujo nome mudou para Israel, porque havia amado a Jacó, sabendo que andaria nos
Seus caminhos e viveria de modo digno da sua vocação.
No mesmo ventre em que se encontrava Jacó, Ele se aborreceu de Esaú, e não o escolhera para formar Seu povo a partir dele, apesar de ser o
primogênito, porque sabia que não amaria os Seus mandamentos, antes amaria viver como
um cananeu, como de fato ele vivera.
Israel deveria, portanto, viver de modo digno da
sua eleição, e de igual modo devem viver todos os cristãos em Cristo Jesus, porque são também
escolhidos por ele para viverem do modo designado por ele, e não conforme as suas próprias vontades.
Quando nos permitimos ser governados pelo ego, e não pelo Espírito Santo, caímos na mesma
condição desviada de Israel, e não podemos, de maneira alguma, viver de modo digno em
relação à chamada que nos foi feita por Deus para sermos santos em Sua presença, e não para
vivermos segundo a sabedoria maligna que há no mundo, que procede não de Deus, mas do
diabo, porque se firma na mentira, na falsidade e no engano.
Sabemos muito bem quem é o pai da mentira e do engano.
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Oseias 12.1 Efraim apascenta o vento, segue o vento oriental todo o dia; multiplica a mentira e
a destruição; e fazem aliança com a Assíria, e o azeite se leva ao Egito
Oseias 12.2 O Senhor também com Judá tem contenda, e castigará a Jacó segundo os seus
caminhos; segundo as suas obras o recompensará.
Oseias 12.3 No ventre pegou do calcanhar de seu irmão; e na sua idade varonil lutou com Deus.
Oseias 12.4 Lutou com o anjo, e prevaleceu; chorou, e lhe fez súplicas. Em Betel o achou, e ali
falou Deus com ele;
Oseias 12.5 sim, o Senhor, o Deus dos exércitos; o Senhor e o seu nome.
Oseias 12.6 Tu, pois, converte-te a teu Deus; guarda a benevolência e a justiça, e em teu Deus
espera sempre.
Oseias 12.7 Quanto a Canaã, tem nas mãos balança enganadora; ama a opressão.
Oseias 12.8 Diz Efraim: Certamente eu me tenho enriquecido, tenho adquirido para mim grandes bens; em todo o meu trabalho não acharão em
mim iniquidade alguma que seja pecado.
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Oseias 12.9 Mas eu sou o Senhor teu Deus, desde a terra do Egito; eu ainda te farei habitar de novo
em tendas, como nos dias da festa solene.
Oseias 12.10 Também falei aos profetas, e multipliquei as visões; e pelo ministério dos
profetas usei de parábolas.
Oseias 12.11 Não é Gileade iniquidade? pura
vaidade são eles. Em Gilgal sacrificam bois; os seus altares são como montões de pedras nos
sulcos dos campos.
Oseias 12.12 Jacó fugiu para o campo de Arã, e Israel serviu por uma mulher, sim, por uma
mulher guardou o gado.
Oseias 12.13 Mas o Senhor por meio dum profeta
fez subir a Israel do Egito, e por um profeta foi ele preservado.
Oseias 12.14 Efraim mui amargamente provocou-lhe a ira; portanto sobre ele será deixado o seu sangue, e o seu Senhor fará cair
sobre ele o seu opróbrio.
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Oseias 13
A Prosperidade Pode Gerar Ingratidão
O profeta Oseias teve a visão do que sucederia a
Israel no dia em que fosse levado em cativeiro, e
o expressou no 13º capítulo com as palavras que o Senhor colocou em sua boca.
De nada valeria para o povo o seu rei e príncipes porque eles próprios também seriam
dominados pelo poder opressor que os levaria para o cativeiro.
Israel colocara sua confiança no homem que os governava, e lhe atendeu aos desejos sem se
importar se isto contrariava frontalmente a vontade de Deus e os Seus mandamentos.
Todavia, somente no Senhor havia socorro para eles, mas haviam colocado a sua confiança nas
promessas falsas de livramento de seus reis e príncipes.
Deus não lhes havia dado reis e príncipes para que desviassem o Seu povo da Sua presença,
antes para que o conduzissem debaixo do Seu temor e Palavra.
Eles haviam feito exatamente o oposto disto, e por isso o Senhor os removeria inteiramente,
deixando Israel sem rei e príncipes.
82
No acúmulo dos seus muitos pecados haviam esquecido completamente do Senhor, e que
lhes havia ordenado desde o Egito que não tivessem outros deuses além dele, porque
somente ele é o salvador do Seu povo.
No entanto, beijavam bezerros de ouro, e as obras de suas próprias mãos às quais chamavam de deuses.
Quando andavam no deserto, depois de terem saído do Egito, dependiam da providência
sobrenatural do Senhor para lhes dar água e alimento, e livrá-los de seus inimigos, mas nem
assim lhe deram a honra e a gratidão devidas.
Uma vez que entraram na posse da sua própria terra em Canaã, e prosperaram, em vez de
serem ainda mais gratos ao Senhor, se esqueceram dele, e ficaram com seus corações
ensoberbecidos pelo que lograram juntar e realizar.
Quão enganoso é o coração humano, e quão é dado a se desviar do Senhor, especialmente
quanto maior for a prosperidade, ainda que seja recebida diretamente do próprio Deus.
Por muito tempo o Senhor havia suportado as más obras de Seu povo, mas como se recusavam
a emendar os seus caminhos, então nada mais se poderia fazer em relação a eles, senão
entregá-los à ruína e à destruição que eles
83
próprios haviam procurado tão obstinadamente.
Eles haviam buscado intensamente o mal, e seriam achados por ele afinal.
Oseias 13.1 Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em Israel; mas quando ele se fez culpado no tocante a Baal, morreu.
Oseias 13.2 E agora pecam mais e mais, e da sua prata fazem imagens fundidas, ídolos segundo o
seu entendimento, todos eles obra de artífices, e dizem: Oferecei sacrifícios a estes. Homens
beijam aos bezerros!
Oseias 13.3 Por isso serão como a nuvem de manhã, e como o orvalho que cedo passa; como
a palha que se lança fora da eira, e como a fumaça que sai pela janela.
Oseias 13.4 Todavia, eu sou o Senhor teu Deus desde a terra do Egito; portanto não conhecerás
outro deus além de mim, porque não há salvador senão eu.
Oseias 13.5 Eu te conheci no deserto, em terra muito seca.
Oseias 13.6 Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; e estando fartos, ensoberbeceu-se-lhes o coração, por isso
esqueceram de mim.
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Oseias 13.7 Portanto serei para eles como leão; como leopardo espreitarei junto ao caminho;
Oseias 13.8 Como ursa roubada dos seus cachorros lhes sairei ao encontro, e lhes
romperei as teias do coração; e ali os devorarei como leoa; as feras do campo os despedaçarão.
Oseias 13.9 Destruir-te-ei, ó Israel; quem te pode socorrer?
Oseias 13.10 Onde está agora o teu rei, para que
te salve em todas as tuas cidades? e os teus juízes, dos quais disseste: Dá-me rei e príncipes?
Oseias 13.11 Dei-te um rei na minha ira, e tirei-o no meu furor.
Oseias 13.12 A iniquidade de Efraim está atada, o seu pecado está armazenado.
Oseias 13.13 Dores de mulher de parto lhe
sobrevirão; ele é filho insensato; porque é tempo e não está no lugar em que deve vir à luz.
Oseias 13.14 Eu os remirei do poder do Seol, e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as tuas
pragas? Onde está, ó Seol, a tua destruição? A compaixão está escondida de meus olhos.
Oseias 13.15 Ainda que ele dê fruto entre os seus irmãos, virá o vento oriental, vento do Senhor,
subindo do deserto, e secar-se-á a sua nascente,
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e se estancará a sua fonte; ele saqueará o tesouro de todos os vasos desejáveis.
Oseias 13.16 Samaria levará sobre si a sua culpa, porque se rebelou contra o seu Deus; cairá à espada; seus filhinhos serão despedaçados, e as
suas mulheres grávidas serão fendidas.
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Oseias 14
Promessas Consoladoras
Estas palavras finais e consoladoras ditas por
Deus através do profeta que são palavras de boas
promessas para Israel, tinham um endereçamento certo, a saber, conforme
proferido no último versículo deste capítulo:
“Quem é sábio, que entenda estas coisas; quem é prudente, que as saiba, porque os caminhos do
Senhor são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.” (v. 9)
São palavras dirigidas aos sábios e prudentes, ao remanescente fiel que se converteria ao
Senhor, depois de terem sido convencidos de seus maus caminhos, pelas repreensões que
lhes havia dirigido pelos Seus profetas.
Este sempre foi e continuará sendo o princípio imutável usado por Deus para produzir
conversões.
Ela não se destina aos que se consideram justos
aos seus próprios olhos.
Aos que pensam que enxergam a verdade e que desfrutam de plena saúde espiritual, quando
permanecem ainda escravizados ao pecado.
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Mas se destina aos que se entristecem e choram por causa dos seus pecados. Aos que são
contritos e humildes de coração e que se arrependem de seus maus caminhos.
São estes, e apenas estes, que podem se tornar alvo destas boas promessas de salvação e de restauração proferidas pelo Senhor.
Então apesar de serem muitos os que serão destruídos pelo juízo do Senhor, por não se
arrependerem de seus pecados, no entanto, há uma palavra de esperança para aqueles que
apesar de pecadores, tanto quanto os demais, voltam-se para Deus abandonando os seus
pecados.
Por isso há um convite à salvação logo no início deste capítulo, para que não somente Israel soubesse, mas toda e qualquer pessoa em
qualquer nação, que há um convite da graça que nos é dirigido por Deus para nos arrependermos
de nossos pecados, para que sejamos reconciliados a Ele.
“1 Volta, ó Israel, para o Senhor, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído.
2 Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Perdoa toda iniquidade, aceita o que é bom e, em vez de
novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios.
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3 A Assíria já não nos salvará, não iremos montados em cavalos e não mais diremos à obra
das nossas mãos: tu és o nosso Deus; por ti o órfão alcançará misericórdia.
4 Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo
os amarei, porque a minha ira se apartou deles.”
Estes que se convertem ao Senhor logram alcançar a Sua misericórdia (v. 3), e são curados
de suas infidelidades pelo sangue de Jesus e pelo lavar purificador e renovador do Espírito Santo.
E são amados por Deus porque já não se encontram mais debaixo da Sua ira por causa do
pecado, porque foram resgatados por Cristo da maldição e da ira da justiça divina que exigia a condenação eterna deles (v. 4).
Para estes que se convertem ao Senhor, ele se torna para eles como o orvalho que lhes fará florescer e lançarem raízes para que possam dar
ramos frutíferos e fragrantes.
Os que se assentam à sombra do Senhor são vivificados porque nascem de novo do Espírito,
e serão conhecidos pela excelência desta nova vida celestial, que é implantada em suas
naturezas, em todas as nações, porque são estes a herança bendita do Senhor.
Como pôde Efraim comparar este Deus vivo e que nos vivifica, com os ídolos que não podem ouvir e nem cuidar de nós? Qual fruto espiritual
agradável pode ser produzido na vida de uma
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pessoa por um ídolo? Mas todo verdadeiro fruto espiritual que permanece para sempre e que é
agradável, procede somente do Senhor.
Oseias 14.1 Volta, ó Israel, para o Senhor teu Deus; porque pela tua iniquidade tens caído.
Oseias 14.2 Tomai convosco palavras, e voltai
para o Senhor; dizei-lhe: Tira toda a iniquidade, e aceita o que é bom; e ofereceremos como
novilhos os sacrifícios dos nossos lábios.
Oseias 14.3 Não nos salvará a Assíria, não iremos montados em cavalos; e à obra das nossas mãos já não diremos: Tu és o nosso Deus; porque em
ti o órfão acha a misericórdia.
Oseias 14.4 Eu sararei a sua apostasia, eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou deles.
Oseias 14.5 Eu serei para Israel como o orvalho;
ele florescerá como o lírio, e lançará as suas raízes como o Líbano.
Oseias 14.6 Estender-se-ão as suas vergônteas, e a sua formosura será como a da oliveira, a sua
fragrância como a do Líbano.
Oseias 14.7 Voltarão os que habitam à sua sombra; reverdecerão como o trigo, e
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florescerão como a vide; o seu renome será como o do vinho do Líbano.
Oseias 14.8 Ó Efraim, que tenho eu com os ídolos? Sou eu que respondo, e cuido de ti. Eu
sou como a faia verde; de mim é achado o teu fruto.
Oseias 14.9 Quem é sábio, para que entenda
estas coisas? prudente, para que as saiba? porque os caminhos do Senhor são retos, e os
justos andarão neles; mas os transgressores neles cairão.
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