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Otávio Dias ∞ Bradesco - bancariosdecuritiba.org.br · índices de provisionamento para devedores duvidosos e rebaixam PLR dos bancários. Entrevista Conselheira paranaense, Caroline

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Otávio Dias ∞ BradescoPresidê[email protected]

Antonio Luiz Fermino • CaixaSecretaria [email protected]

Carlos Alberto Kanak • HSBCSecretaria de Finanç[email protected]

Kelson Morais Matos • BradescoSecretaria de Organização e Suporte Administrativo [email protected]

André C. Branco Machado • Banco do BrasilSecretaria de Imprensa e Comunicaçã[email protected]

Genésio Cardoso • CaixaSecretaria de Formação Sindical [email protected]

Cristiane Zacarias • HSBCSecretaria de Igualdade e da [email protected]

Karla Cristine Huning • BradescoSecretaria de Assuntos Jurídicos Coletivos e [email protected]

Ana Maria Fideli Marques • ItaúSecretaria de Saúde e Condições de [email protected]

Marcio M. Kieller • Itaú UnibancoSecretaria de Políticas Sindicais e Movimentos [email protected]

Ana Luiza Smolka • Banco do BrasilSecretaria de [email protected]

Júnior César Dias • Itaú UnibancoSecretaria de Mobilização e Organização da [email protected]

Pablo Sérgio M. Ruiz Diaz • Banco do BrasilSecretaria de Ass. de P. Sociais e E. Socioeconô[email protected]

Anselmo Vitelbe Farias • Itaú UnibancoSecretaria de Assuntos do Ramo [email protected]

Genivaldo A. Moreira • ItaúSecretaria de Esportes e [email protected]

Ademir Vidolin - BradescoAna Paula Araújo Busato - BBAlessandro Greco Garcia - BBArmando Antonio Luiz Dibax - Itaú UnibancoAudrea Louback - HSBCClaudemir Souza do Amaral - SantanderClaudi Ayres Naizer - HSBCClovis Alberto Martins - HSBCDarci Borges Saldanha - Itaú UnibancoDavidson Luis Zanette Xavier - BBDébora Penteado Zamboni - CaixaDenívia Lima Barreto - HSBCEdison José dos Santos - HSBCEdivaldo Celso Rossetto - HSBCEustáquio Moreira dos Santos - Itaú UnibancoGerson Laerte da Silva Vieira - BBHerman Felix da Silva - Caixa

Efetivos

João Paulo Pierozan - CaixaJorge Antonio de Lima - HSBCJosé Carlos Vieira de Jesus - HSBCJosé Carneiro Ferreira - HSBCKarin Tavares - SantanderLilian de C. Graboski - SantanderNilceia Aparecida Nascimento - BradescoOrlando Narloch - HSBCRodrigo Pilati Pancotte - BBSelio de Souza Germano - Itaú UnibancoSidney Sato - Itaú UnibancoSonia Regina Sperandio Boz - CaixaTarcizo Pimentel Junior - HSBCUbiratan Pedroso - HSBCValdir Lau da Silva - HSBCVanderleia de Paula - HSBCVandira Martins de Oliveira - Itaú Unibanco

Ivanício Luiz de Almeida - Itaú UnibancoDenise Ponestke de Araújo - CaixaMargarete Segalla Mendes - HSBC

SuplentesTânia Dalmau Leyva - Banco do BrasilEdna do Rocio Andreiu - HSBCCarolina M. Mattozo - Banco do Brasil

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Cartas do leitorEditorialBancosConjunturaEntrevistaCapaSaúdeCidadaniaOpiniãoCulturaJurídicoCooperativaAconteceuMemórias da lutaHumor

12 20 anos de CCTNo ano em que comemoram duas décadas de direitos uni-

ficados, bancários ampliam conquistas nacionais. Categoria garantiu aumento real e melhores condições de trabalho.

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Sindicato dos Bancários de Curitiba e região faz par-ceria com a Casa dos Pobres São João Batista e ajuda cri-anças carentes, desempregados e adoecidos.

Sindicato cidadão

Truque dos bancosMesmo com lucros bilionários, bancos aumentam

índices de provisionamento para devedores duvidosos e rebaixam PLR dos bancários.

EntrevistaConselheira paranaense, Caroline Proner conta um

pouco do trabalho de reparação de erros passados de-senvolvido pela Comissão da Anistia.

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Conselho Editorial: André Machado, Ana Smolka,Carlos Kanak, Genésio Cardoso,

Júnior Dias e Otávio DiasJornalista responsável: Renata Ortega (8272-PR)

Redação: Flávia Silveira, Paula Padilha e Renata OrtegaProjeto gráfico: Fabio Souza e Renata Ortega

Diagramação: Fabio SouzaFoto de Capa: Joka Madruga/SEEB Curitiba

Revisão: Maria C. PérigoImpressão: Multgraphic • Tiragem: 8.200

Contato: [email protected]

A revista Bancári@s é uma publicação bimestral doSindicato dos Bancários de Curitiba e região,

produzida pela Secretaria de Imprensa e Comunicação.Presidente: Otávio Dias • [email protected]

Sec. Imprensa: André Machado • [email protected]

Rua Vicente Machado, 18 • 8° andarCEP 80420-010 • Fone 41 3015.0523

www.bancariosdecuritiba.org.brOs textos assinados são de inteiraresponsabilidade de seus autores.

Assédio moral em alta

Como acontece todos os anos, durante a Campanha Na-cional dos Bancários 2012, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região recebeu inúmeras denúncias de trabalha-dores que sofreram com a pressão e o assédio moral de ges-tores que queriam infringir o direto de greve. Leia abaixo algumas delas:

“Os gerentes do CSO do BB estão chamando os funcio-nários para trabalharem depois das 17h, quando os grevistas saem das portas dos prédios.”

Bancário do Banco do Brasil

“O HSBC está levando os bancários do setor de cobrança da Vila Hauer para trabalhar em locais sem condições ade-quadas, causando mal estar para os funcionários.”

Bancário do HSBC

“Os funcionários do banco Itaú Unibanco estão sendo obrigados a trabalhar nas agências que estão abertas e exis-tem metas estipuladas, chamados “desafios”, que são cobra-das todo o final de expediente.”

Bancário do Itaú Unibanco

Todas as denúncias de assédio moral são arquivadas pela Assessoria Jurídica do Sindicato, para servirem como provas em possíveis ações trabalhistas.

Poemas para a LiberdadeAutor: Manoel de Andrade Páginas: 200Editora: Escrituras

Conflitos das ÁguasGênero: DramaTempo de duração: 103 minAno de lançamento: 2010

Inédito até pouco tempo no Brasil, o livro é um conjunto de poemas que falam da luta armada e cantam a saga guerrilheira na América Latina dos anos 1970, então controlada por ditaduras militares. Manoel de Andrade é catarinense radicado no Paraná.

Filmado na Bolívia e no México, o longa-metragem é base-ado na chamada Guerra da Água, um conflito social vivido nos anos iniciais desta década, em Cochabamba (Bolívia), quando o governo local tentou privatizar o fornecimento de água.

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20 anos de CCTAo assinar a Convenção Coletiva de

Trabalho 2012/2013, com diversos avanços tanto para bancos privados como para bancos públicos, celebramos 20 anos de história de uma categoria unifi-cada e fortalecida. A única categoria no Brasil que pode comemorar tantas con-quistas, frutos de árduas lutas de diversas gerações de bancários, que deixaram suas marcas país afora.

Nós, aqui em Curitiba, temos orgulho de lembrar-nos e sermos lembrados como parte integrante da unidade nacional, ten-do feito parte desta belíssima história de lutas e conquistas. Em reconhecimento a esta trajetória, em 2012, pela primeira vez, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região foi o anfitrião de uma Conferên-cia Nacional dos Bancários – que reuniu quase 800 delegados dos quatro cantos do Brasil, para debater e aprovar as reivindi-cações dos trabalhadores, que seriam en-tregues à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e norteariam as negociações da

campanha salarial. Nossa CCT não só representa um pa-

radigma para outras categorias, como já vem sendo usada como parâmetro para o Tribunal Superior do Trabalho (TST) con-solidar direitos trabalhistas. Mais que isso, ela congrega os resultados de muitas lu-tas: com unidade e capacidade de mobi-lização, conquistamos, nos últimos nove anos, 16,22% de aumento nos salários, bem como 35,57% de valorização nos pi-sos da categoria (acima da inflação).

Além das cláusulas econômicas, mui-tos foram os avanços também nas cláusu-las sociais: conquistamos o vale-refeição e a cesta-alimentação, a 13ª cesta-alimenta-ção; fomos a primeira categoria do país a receber Participação nos Lucros e Resulta-dos (PLR); e garantimos a contratação de mais de 25 mil trabalhadores para a Caixa Econômica e o Banco do Brasil, nos últi-mos anos. Lutando por saúde e condições de trabalho, ampliamos a licença-materni-dade para 180 dias, criamos um Programa

de Reabilitação Profissional e garantimos os salários dos bancários adoecidos que aguardam perícia médica. Somos a única categoria do país a assinar uma cláusula que prevê o combate ao assédio moral.

Na área de segurança, garantimos a proibição de transportes de numerários feita por bancários e a implementação de um projeto-piloto de segurança bancá-ria, visando melhorias para trabalhadores, clientes e usuários. Lutando por igualdade de oportunidades, conquistamos a inclu-são de homoafetivos nos Planos de Saúde, além da realização de um novo censo da categoria, que pretende identificar e resga-tar as questões de gênero e raça.

Diante de todas estas conquistas, de-sejamos vida longa à nossa CCT. E, para que possamos seguir conquistando, pre-cisamos manter sempre viva a unidade da categoria bancária!

Otávio Dias,presidente do Sindicato

dos Bancários de Curitiba e região

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Bancários de Curitiba e região encerraram a Campanha Nacional dos Bancários 2012 em uma grande assembleia, no Espaço Cul-tural e Esportivo. Com o fim da greve, a categoria garantiu 7,5% de reajuste (2% de ganho real), 8,5% de valorização nos pisos, além de cláusulas importantes nas áreas de saúde e segurança. Assim, a Convenção Coletiva de Trabalho unificada foi assinada pelo vigésimo ano consecutivo.

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Empregoem risco

Com o fim da Campanha Nacional dos Bancários 2012, a categoria ainda anseia por negociações es-pecíficas sobre emprego. Os altos índices de rotati-vidade e terceirização têm tirado o sono de muitos trabalhadores de bancos privados, principalmente do HSBC e Itaú Unibanco, os maiores responsáveis pelas demissões do setor no país. Durante as nego-

ciações com a Federação Na-cional dos Bancos (Fenaban), os representantes da entidade patronal chegaram a afirmar que os bancários não estão preocupados com seus em-pregos e que a rotatividade no setor é normal. Contudo, os dados sobre demissões no Brasil deixam claro que a substituição de trabalhado-res promovida pelos bancos é uma prática que objetiva, claramente, diminuir a re-muneração dos funcionários.

No mês de julho, os diri-gentes do Sindicato dos Ban-cários de Curitiba e região Carlos Kanak (COE/HSBC) e Junior Cesar Dias (COE/Itaú) participaram da 8ª Reu-nião Conjunta das Redes Sin-

dicais dos Bancos Internacionais (HSBC, Santander, BBVA, Itaú e Banco do Brasil), em Montevidéu, no Uruguai. “Durante o encontro, ficou visível a preo-cupação do coletivo em relação ao emprego, já que o HSBC vendeu agências em nove países da América”, afirma Kanak. A alta direção anunciou a redução de

ALTA ROTATIVIDADE DO SETOR ASSOMBRA TRABALHADORESDE BANCOS PRIVADOS. BANCÁRIOS QUEREM GARANTIA DE EMPREGO

27 mil postos de trabalho em todo mundo. “Não há investimentos nas pessoas. Os funcionários também denunciam extensão arbitrária da jornada de traba-lho”, informa o dirigente.

No Reunião Conjunta, o presidente da Contraf--CUT, Carlos Cordeiro, também denunciou a política desumana dos bancos internacionais. “O HSBC sai de um país para outro atrás de resultados, sem compro-misso com a população. Persegue trabalhadores e diri-gentes sindicais", frisou. O sindicalista ainda denun-ciou o Itaú que, no processo violento de demissões, fechou cerca de 9 mil postos de trabalho em um ano, o que é inaceitável para o banco privado que mais lu-cra no Brasil. "Não adianta ter crescimento econômico com aumento real de salário, se continuar essa política de rotatividade dos bancos", apontou Cordeiro.

Números do setor Os resultados da 14ª Pesquisa de Emprego Ban-

cário, feita com base nos dados do Caged e divulga-da em agosto pela Contraf-CUT e Dieese, revelaram que a rotatividade continua sendo alta nas institui-ções financeiras. No primeiro semestre de 2012, os bancos contrataram 23.336 empregados e desliga-ram 20.986, gerando apenas 2.350 novos postos de trabalho, o que representa um recuo de 80,40% em comparação com o mesmo período de 2011, quando foram criadas 11.978 vagas.

Em Curitiba, não é diferente. De acordo com da-dos da Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato, de 01 de janeiro a 30 de setembro de 2012, foram registrados 1.343 desligamentos nas instituições fi-nanceiras, sendo 760 demissões sem justa causa. Os bancos que mais demitiram foram HSBC, com 332 demissões, e Itaú, com 208 (ambos dados de demis-

“ No primeiro semestre de 2012, os bancos contrataram 23.336 empregados edesligaram 20.986, gerando apenas 2.350 novos postos de trabalho, o que representa um recuo de 80,40% emcomparação com o mesmo período de 2011, quando foram criadas 11.978 vagas.”

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Durante a campanha salarial, Contraf-CUT e sindicatos filiados enviaram cartasaos bancos privados, cobrandonegociação específica sobre emprego.Carta aberta à sociedade também jáalertou sobre as demissões, as terceiriza-ções e a rotatividade do setor.

sões sem justa causa). Em todo o ano de 2011, o HSBC e o Itaú demitiram sem justa causa 394 e 149 bancários, respectivamentem, em Curitiba e região.

Além da redução de postos de trabalho, a alta ro-tatividade no setor é usada para conter a expansão da massa salarial da categoria. Segundo pesquisa do Dieese, no primeiro trimestre do ano, o salário mé-dio dos trabalhadores contratados foi 38,2% inferior ao dos desligados. A remuneração média dos novos bancários foi de R$ 2.656,92 e a dos demitidos de R$ 4.299,27.

Mobilização pelo empregoPara protestar contra o descaso dos bancos priva-

dos com os trabalhadores, atos e mobilizações são re-alizados pelo Sindicato. Em outubro, foram fechados dois Centros Administrativos do HSBC (Palácio Ave-nida e Vila Hauer), por uma PLR justa, fim das demis-sões e emprego decente. A população que passava em frente ao Palácio Avenida, na Rua XV de Novembro, pôde ler notícias de jornais expostas sobre as denún-cias de lavagem de dinheiro que recentemente foram divulgadas pela mídia sobre o banco inglês.

O fechamento de vagas no Itaú, maior banco pri-vado do país, é tão grande que foi tema de matéria do jornal O Estado de São Paulo, no início de agosto, quando começaram as negociações da campanha sa-

larial. De acordo com levantamento da Contraf-CUT divulgado pelo jornal, o Itaú fechou 9 mil postos de trabalho em um ano. O jornal avaliou que “A redução do número de vagas acompanha uma tendência do setor, mas é mais expressiva que nos concorrentes”.

Nos meses de maio e junho, dois protestos de bancários fecharam mais de 40 agências do Itaú, em Curitiba, pedindo o fim das demissões. Como reflexo dessa manifestação, o Minis-tério Público do Trabalho en-trou com uma ação civil pú-blica na Justiça do Trabalho pedindo a reintegração dos funcionários do banco, que estava demitindo inclusive trabalhadores em período de pré-aposentadoria. Mas, até o momento, não há definição judicial no caso. Na mobili-zação nacional, 239 agências foram fechadas e, na época, o Itaú anunciou o iní-cio de uma política para combater a rotatividade, se comprometendo a realocar funcionários nos setores ao invés de promover mais demissões. Contudo, os dados comprovam que as demissões não pararam de-pois desse período.

“ Segundo pesquisa do Dieese, no primeiro trimestre do ano, o salário médio dostrabalhadorescontratados foi38,2% inferiorao dos desligados.”

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Provisõesmascaram lucros

De acordo com o relatório Desempenho dos Bancos no Primeiro Semestre de 2012, elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Es-tudos Socioeconômicos (Dieese), os seis maiores

bancos que atuam no Brasil – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Santander, Itaú Unibanco e HSBC – lucraram, juntos, R$

25,2 bilhões no período. No entanto, o montante destinado por estes ban-

cos às Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa (PDD) al-cançou R$ 39,1 bilhões.

Em relação ao mesmo perío-do de 2011, os bancos aumen-taram as PDD em 30,51%, sob a justificativa de alta na inadim-plência. Porém, de acordo com o técnico do Dieese Gustavo Ca-varzan, o aumento na inadim-plência, entre meados de 2011

e maio de 2012, foi concentrado principalmente na carteira de veícu-

los; pouco depois, o índice ficou estável e chegou a diminuir. “O que se observa é que o crescimento das despesas de PDD se deu numa intensidade mui-to mais forte do que a elevação pontual da inadim-plência”, afirma o técnico. Já é parte da rotina dos bancos provisionar valores cada vez maiores e muito superiores aos índices de devedores. O “truque” di-minui o lucro líquido e incide diretamente no valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) paga aos bancários.

O Banco Central determina aos bancos um limite mínimo que deve ser provisionado para cada crédito, de acordo com a classificação de risco daquele em-préstimo. Quanto maior o risco, maior a necessidade de provisionar. “Mas os bancos podem fazer provi-sões adicionais e é justamente o que tem sido feito. Às vezes, em escalas muito intensas, como ocorreu nos primeiros seis meses deste ano. E não há um limite máximo estabelecido pelos órgãos regulado-res”, explica Cavarzan. De acordo com o levantamen-to do Dieese, a taxa de inadimplência mais alta é no Itaú, em 5,2% das operações de crédito. A mais baixa,

BANCOS AUMENTARAM VALORES DESTINADOS A COBRIR INADIMPLÊNCIAS EM 30,5%, MAS ÍNDICE DE DEVEDORES AUMENTOU APENAS 1,2%

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e também mais estável, foi a da Caixa Econômica Fe-deral, em 2% do total das operações de crédito.

Efeitos na PLR Como já dito, o alto provisionamento praticado

pelos bancos que atuam no Brasil afetam diretamente os lucros líquidos, base de cálculo da PLR. Assim, con-sequentemente, a Participação nos Lucros e Resultados para aos trabalhadores acaba sendo reduzida. “Como a PLR dos bancários é vinculada ao lucro líquido e a PDD entra no resultado como uma despesa que reduz o valor do lucro, a PLR da categoria é, sim, afetada pelo elevador provisionamento”, confirma Carvazan.

O HSBC foi o banco que mais elevou os índices de PDD, aumentando o valor em 63% em relação a 2011. O resultado não poderia ser diferente: os ban-cários do HSBC receberam uma PLR bem menor que a esperada e não devem receber o Programa Próprio de Remuneração (PPR) em 2012. A justificativa do banco? A queda dos lucros! Carlos Kanak, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e coor-denador nacional da COE/HSBC, lembra que, todos os anos, o banco usa a desculpa da queda dos lucros. “Assim, os trabalhadores, que são os principais res-ponsáveis pelos ganhos do HSBC, não são gratificados com a PLR que verdadeiramente merecem”, avalia.

Altos executivos ganham milhões Enquanto os bancários têm a PLR reduzida pelos

“truques” dos banqueiros, que mascaram os verda-

deiros lucros aumentando o provisionamento, os di-retores dos bancos estão cada vez mais milionários. Segundo dados fornecidos pelas próprias institui-ções financeiras à Comissão de Valores Mobiliários, a remuneração média dos diretores estatutários de quatro dos maiores bancos do país – Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander –, em 2012, será 9,7% superior se comparada à de 2011. O aumento real é de 4,7%, mais que o dobro dos 2% de ganho real dos bancários.

Somadas, as remunera-ções totais dos executivos, incluindo parcelas fixas, va-riáveis e ganhos com ações, totalizam R$ 920,7 milhões, contra R$ 839 milhões em 2011. No Banco do Brasil, cada diretor estatutário re-ceberá R$ 1 milhão; no Bra-desco, R$ 4,43 milhões; no Santander, R$ 6,2 milhões; e no Itaú serão R$ 8,3 milhões para cada um. Gustavo Cavarzan lembra que os ganhos dos executivos não são afetados pelas PDD. “A remuneração destes car-gos, seja fixa ou variável, é geralmente definida em assembleia com os acionistas. Portanto, a PDD não afeta diretamente este público”, ressalta.

“ Como a PLRdos bancários évinculada ao lucro líquido e a PDD entra no resultado como uma despesa quereduz o valor dolucro, a PLR dacategoria é, sim,afetada pelo elevador provisionamento.”

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Reparandoerros passados

Instalada em agosto de 2001, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça tem como objetivo analisar pedidos de indenização de pessoas que sofreram al-gum tipo de perseguição política e foram impedidas de exercer atividades econômicas entre 1946 e 1988. Segundo a conselheira da comissão e doutora em Di-reito, Caroline Proner, os julgamento pretendem cor-rigir os erros do passado numa dimensão reparatória. A comissão é formada por 19 conselheiros, que não

têm vínculo governamental e trabalham voluntariamente.

Em entrevista, Caroline explica o funcionamento des-te mecanismo. Ela afirma que seu interesse pelo tema se deu, primeiramente, na esfera aca-dêmica – ela é professora do Programa Máster-Doctorado em Derechos Humanos, In-trerculturalidad y Desarrollo, em Sevilha, na Espanha, e co-ordenadora do Programa de Mestrado em Direitos Funda-mentais e Democracia, da Uni-Brasil. “A Comissão de Anistia tem como missão o conheci-mento oficial de atos de exce-ção, na plena abrangência do

termo, contra brasileiros e estrangeiros, materializados em perseguições políticas e que ensejam o direito cons-titucionalmente assegurado à reparação”, acrescenta.

Em 2011, a comissão comemorou uma década, com mais de 70 mil requerimentos e 38 mil anistia-dos. “Considerando que, quando criada, a expectativa era de apreciação de 10 mil pedidos, temos um grande projeto, ferramenta de política publica em prol da me-mória, da história do Brasil e esforço para o princípio de não repetição de atos semelhantes no futuro”, co-

memora Caroline. Leia mais na entrevista abaixo:Bancári@s: Como é o processo dos julgamentos

na Comissão de Anistia?Caroline Proner: A Lei nº 10.559/2002 dá susten-

tação legal aos pedidos de reconhecimento da condi-ção de anistiado político e o eventual provimento aos respectivos direitos. A comissão, nesse sentido, reco-nhece, antes de tudo, direitos que se enquadram nas hipóteses legais. Os processos encaminhados procu-ram demonstrar que o demandante sofreu, no período de 18 de setembro de 1946 a 05 de outubro de 1988, algum tipo de perseguição política previsto na lei e que afetaram seu projeto de vida. As hipóteses incluem transferências arbitrárias de local de residência ou tra-balho, perdas salariais, afastamentos, impedimentos do exercício de atividades profissionais, demissões, punições disciplinares que impediram o prossegui-mento dos estudos, cassação de aposentadoria, desli-gamentos e expulsões a partir de expedientes oficiais sigilosos, inatividade forçada, cassação de mandatos, quaisquer interrupções por razões políticas de víncu-los empregatícios nos setores públicos e privados.

Busca-se corrigir os erros do passado numa dimen-são reparatória moral e material. Por um lado, a de-claração de anistiado, como ato político do Estado em reconhecer erros históricos, é uma dimensão simbólica que tem efeito importantíssimo em relação ao reco-nhecimento da responsabilidade. Por outro, a dimen-são econômica é fundamental para diminuir os trau-mas causados pelos danos aos projetos de vida ceifados. O caráter indenizatório, nas hipóteses previstas (inde-nizações em prestação única ou em prestação mensal, permanente e continuada), bem como a restituição de outros direitos fazem parte do processo de reconheci-mento que podem resultar em readmissão ou promo-ção na inatividade, conclusão de formação acadêmica, bolsas de estudo a partir do ano interrompido, reinte-grações nos setores públicos, entre outros efeitos.

A CONSELHEIRA CAROLINE PRONER CONTA UM POUCO DO TRABALHODE REPARAÇÃO DOS ERROS PASSADOS DESENVOLVIDO PELA COMISSÃO DE ANISTIA

“ Por um lado, adeclaração deanistiado, como ato político do Estado em reconhecererros históricos,é uma dimensãosimbólica que tem efeito importantís-simo em relação ao reconhecimento da responsabilidade.”

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Bancári@s: Existem casos de pessoas ligadas ao movimento sindical julgados?

C. P.: Uma das hipóteses da lei mencio-na a atividade sindical e prevê uma hipóte-se recorrente, pois a militância era alvo de permanente repressão por parte dos mili-tares, que desmobilizavam a sociedade em todos os níveis que pudesse haver contes-tação ao projeto de país, também no plano econômico e de direitos dos trabalhadores.

Há casos como o de Adelino Cassis, lí-der sindical filiado ao PCB e fundador do Sindicato dos Bancários de Brasília, julgado em 2011 pela comissão, que lhe concedeu, além da declaração de anistiado, indeniza-ção. O sindicalista não foi morto ou tortu-rado pelo Regime Militar, mas perseguido e preso. Quando seu processo foi julgado, ele já estava com idade avançada, falecendo dias depois. A família se ressente da demora e faz críticas ao processo de aposentadoria, já que ele havia sido readmitido como funcio-nário do Banco do Brasil e, posteriormente, aposentado em bases que não lhe fizeram justiça, tendo reduzido substancialmente seus direitos e afetando a vida econômica. Esses são desafios do modelo brasileiro, pois os critérios nem sempre podem ser considerado justos, apresentando, muitas vezes, pontos que podem suscitar críticas de legitimidade. Haveria a necessidade de uma reflexão para mudar os critérios da le-gislação, pensamento que acompanha mui-

tos dos conselheiros da comissão. Bancári@s: Neste ano, foi implemen-

tada a Comissão da Verdade. O que isso representa, complementando o trabalho da Comissão de Anistia?

C. P.: A Comissão da Verdade é uma grande conquista e um passo importantís-simo na reconstrução da historiografia pelo reconhecimento da verdade, pelo acesso às memórias. Pelo modo como foi aprovada e pelas forças de oposição que se alinharam contra a iniciativa, tal disputa permitiu à so-ciedade conhecer as razões que legitimam a existência de uma comissão com tais fins: investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, no Brasil.

No entanto, a Comissão da Verdade tem limites de atuação, temporais, materiais. Não será a solução ou o ponto final da ver-dade sobre o período. Apesar dos poderes para convocar vítimas ou acusados para depoimentos e acessar arquivos do poder público sobre o período, ela depende do trabalho já realizado por outras entidades e acervos de busca e pesquisa, entre as quais talvez o principal acervo seja o da Comis-são da Anistia. Neste sentido, um trabalho de colaboração vem sendo realizado.

Bancári@s: Aos poucos, vemos um esforço da sociedade para colocar os Direitos Humanos em primeiro plano. Você acredita que as instituições estão se democratizando?

“ Por outro lado,a dimensãoeconômica éfundamental para diminuir os traumas causados pelosdanos aos projetos de vida ceifados.”

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C. P.: Gosto da reflexão que costuma ser feita pelo presidente da Comissão da Anistia, que também é o maior entusiasta do tema no Brasil atualmente, o secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão. Ele diz que vivemos uma nova fase no processo de luta pela anistia. Tendo já passado pela concepção de ‘anistia como liberdade’, ta-refa da geração dos anos 1980 e justificada pelo contexto vivido, e também da ‘anis-tia como reparação’, contexto no qual se insere a própria existência dos processos diante da Comissão de Mortos e Desapare-cidos e da Comissão da Anistia, ele defen-de que vivemos agora uma terceira fase, a da ‘anistia como verdade e justiça’.

A atual geração invoca uma dimensão transgeracional dos “direitos da transi-ção”, a reivindicação do direito à memó-ria, à verdade e à justiça já não são tarefas somente da geração que foi atingida di-retamente pela violência. A superação dos traumas talvez seja a tarefa dessa nova ge-ração, que entende a necessidade dos res-gates, dos relatos para evitar a repetição. A democracia é um processo e não um fim em si mesmo: os espaços de luta e de controle democrático devem permanecer ativos, mobilizados, para evitar todo tipo de assalto que observamos no dia a dia, em espaços públicos e privados, heranças autoritárias que ocorrem a partir da sen-sação de impunidade.

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20 anos de unidadeNo ano de 1992, os bancários assinaram, pela pri-

meira vez, uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) unificada, que garantiu à categoria os mesmos salários e direitos em todo o território nacional – primeiro, nos bancos privados e estaduais, e, a partir de 2004, também nos bancos públicos federais. Passados 20 anos, muitos foram os avanços conquistados desde então, frutos da ousadia, da coragem, da capacidade de organização e da busca permanente por unidade. “A CCT é uma construção de muitas e muitas gerações de bancários, que remonta o início do século 20”, re-lembra Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “Nossa Convenção não só representa um paradig-ma para outras categorias, como já vem sendo usada como parâmetro para o TST consolidar direitos traba-lhistas”, completa Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.

Para pensar nos desafios do futuro, é fundamental reconhecer as lutas do passado. Os primeiros anos da década de 1990 foram marcados pela alta velocidade das perdas salariais, provocadas pela explosão inflacio-nária, que chegava a quase 1.150%. Apesar da conjun-

tura desfavorável, o ano em que Collor sofreu impeach-ment foi positivo para os bancários, que conquistaram aumento real de salários e outros avanços, além de um acordo de trabalho unificado. Contudo, a chegada de FHC ao poder trouxe uma avalanche de reformas neo-liberais, com redução do Estado, privatizações, ataques aos direitos dos trabalhadores e desregulamentação do sistema financeiro. Foi necessária muita resistência para manter os avanços conquistados até então.

O cenário só melhorou a partir de 2002, quando Lula assumiu a presidência. Já no ano seguinte, a cam-panha nacional unificou bancários de instituições pú-blicas e privadas, consolidado a mobilização nacional da categoria – o que permitiu, a partir de 2004, gran-des mobilizações em greves. Com os fortes movimen-tos paredistas, ficou garantido os aumentos reais de salário todos os anos, bem como outros importantes avanços. Conquistas como igualdade de oportunida-des, 13ª cesta-alimentação, ampliação da licença-ma-ternidade e combate ao assédio moral se juntaram aos avanços da década de 1990, entre eles a cesta-alimen-tação, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR),a

NO ANO EM QUE COMEMORAM 20 ANOS DE CCT UNIFICADA, VÁLIDA EM TODO TERRITÓRIONACIONAL, BANCÁRIOS MANTIVERAM AUMENTO REAL E GARANTIRAM NOVAS CONQUISTAS

dezembro 201212

requalificação profissional e as discussões de saúde e condições de trabalho.

Campanha Nacionaldos Bancários 2012Desde a assinatura da CCT unificada,

em 1992, a mobilização dos bancários só aumentou. Em 2012, não foi diferente. Foram nove dias de paralisação, que ga-rantiram avanços consideráveis, tanto nas negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), como nas pautas de bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica –, além de uma forte injeção na economia brasileira. Somente o que os trabalhadores conseguiram arrancar dos bancos neste ano significa um incremento anual de cerca de R$ 7,6 bilhões na econo-mia nacional. O valor é 6% superior ao da campanha de 2011, de acordo com proje-ção feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Desse montante, R$ 4,9 bilhões são referentes ao pagamento da PLR e R$ 2,4 bilhões às diferenças salariais anuais.

“Pode parecer pouco, mas nós conse-guimos avançar em uma campanha em que os bancos, desde o início, alegavam não ter condições de aumentar os ganhos dos trabalhadores. Nossa união e mobi-lização garantiu pelo nono ano seguido aumento real para os salários, acumulan-do ganhos de 16,22% acima da inflação entre 2004 e 2012. No piso, o aumen-to real em três anos seguidos já soma 35,57%, valorizando o salário inicial da

carreira”, explica Otávio Dias. As con-quistas econômicas dos bancários foram 7,5% de reajuste salarial (2% de ganho real) e 8,5% de aumento nos pisos de in-gresso (2,95% de ganho real). Na cesta--alimentação e no vale-refeição, o rea-juste também foi de 8,5%. Já a PLR, teve sua parcela fixa reajusta em 10%, ficando: 90% do salário mais R$ 1.540 fixos, com teto de R$ 8.414,34, mais adicional de 2% do lucro líquido distribuídos linear-mente, com teto de R$ 3.080. “Em 2011, com uma greve de 21 dias, chegamos a 1,5% de aumento real. Não há como ne-gar que a categoria avança em suas con-quistas a cada ano”, avalia Otávio Dias.

Além dos avanços econômicos, tam-bém foi conquistada a implantação de um projeto-piloto de Segurança Bancá-ria, inicialmente nas cidades de Recife, Olinda e Jaboatão, que irá por em prática todos os itens de segurança exigidos por bancários e vigilantes, como portas de se-gurança, biombos entre a fila e os caixas, e divisórias entre os caixas, inclusive os eletrônicos, dentre outras demandas – as discussões para dar andamento no proje-to já estão acontecendo. No tema saúde dos trabalhadores, ficou garantido que os salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica sejam mantidos pelos bancos até que seja regularizada a situação junto ao INSS. Há inúmeros ca-sos em que o trabalhador recebe a alta programada do INSS, mas acaba sendo considerado inapto no exame de retorno

ao trabalho realizado pelos bancos, fican-do sem benefício do INSS e sem salário.

Também ficou acertado que bancá-rios e patrões irão rediscutir o Protocolo de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, instrumento de combate ao assédio moral. Os bancos aceitaram ainda realizar um novo censo na cate-goria para verificar questões como gê-nero e raça, na perspectiva da igualdade de oportunidades, nos moldes do Mapa da Diversidade, feito em 2008. “Todas estas conquistas fundamentais para ga-rantir mais saúde e melhores condições de trabalho para a categoria!, finaliza o presidente do Sindicato.

“Convenções coletivas de trabalho como esta

dos bancários devem ser divulgadas para os

trabalhadores de todas as categorias, para que eles possam conhecer

essas experiências bem sucedidas e os ajudem

na discussão de como-conquistar seus próprios

contratos coletivos.”

Ex-presidente Lula, na abertura da 1ª Conferência Nacional de

Negociação Coletiva.

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Campanha Nacional dos Bancários 2012Ja

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Representantes da categoria entregam minuta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários

2012 à Fenaban. 01/

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Diante da proposta de 6% apresentada, bancários de todo o país aprovam, em assembleia, indicativo de

greve para o dia 18.12/0

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No primeiro dia de greve,13 centros administrativos e 212 agências

ficaram fechados em Curitiba e região.18/0

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Bancários de Curitiba e região fazem lançamento da Campanha Nacional 2012, com o mote “Chega de

truques, banqueiro!”.06/

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Sem avanços nas negociações, bancários mantêm indicativo de greve e se organizam, em assembleia,

para o movimento paredista. 17/0

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Greve ganhou ainda mais força no segundo dia: 252 agências fechadas e 75% dos bancários de braços

cruzados em Curitiba e região. 19/0

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Campanha Nacional dos Bancários 2012Jo

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No terceiro dia de greve, bancários, petroleiros,trabalhadores dos Correios e servidores públicos

realizam um ato unificado. 20/0

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O sétimo dia de greve fechou 337 agências, em Curitiba e região, e 636, em todo Paraná.

Negociação foi agendada. 24/0

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Em assembleia, bancários encerram grevee garante aumento real, mais segurança

e melhores condições de trabalho.26/0

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Com silêncio da Fenaban, greve continuoucrescendo: 13 centros administrativos e

309 agências fechadas em Curitiba e região.21/0

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No oitavo dia de greve, bancários, Fenaban,Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal

retomam negociações.25/0

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Bancários garantem conquistas e assinamConvenção Coletiva de Trabalho nacional

pela vigésimo ano consecutivo. 03/

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Garantias da CCT para afastados:

Cláusula 27ª – Estabelece a comple-mentação salarial por parte do banco de auxílio-doença e auxílio-acidente até que o benefício previdenciário atinja o valor das verbas fixas recebidas mensalmente pelo bancário;

Cláusula 43ª – Institui o progra-ma de reabilitação profissional visando a reinserção do funcionário que tenha comprometida sua capacidade laborativa, após o término do benefício, alta do INSS e determinação de retorno ao trabalho;

(DUT) ao bancário afastado por mais de 15 dias;

Cláusula 59ª – A nova cláusula, incluída na CCT 2012/2013, garan-te, por um período de até 120 dias, o recebimento de salário pelo bancário afastado que recorre da alta médica do INSS, desde que tenham sido conside-rados inaptos pelo médico do trabalho do banco, ou para os afastados que comprovem agendamento da primeira perícia médica junto ao INSS.

Cláusula 45ª – Garante afastamento por doença superior a 15 dias, mediante entrega de atestado médico. Nesse caso, o bancário ou o banco devem entrar com pedido de benefício previdenciário junto ao INSS e trata-se da regulamentação do atestado. O banco entrega um compro-vante de recebimento para o trabalhador;

Cláusula 46ª – Nos casos em que o próprio funcionário agende sua perícia, a cláusula garante que o banco entregue a Declaração do último dia trabalhado

dezembro 201216

CCT: Afastado garante recebimento de salárioA PARTIR DE 2012, BANCÁRIOS CONTAM COM MAIS UM DIREITO EMCASOS DE AFASTAMENTO POR DOENÇA OCUPACIONAL

Além dos ganhos econômicos, a Con-venção Coletiva de Trabalho 2012/2013, assinada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), traz uma outra im-portante conquista para a categoria, es-pecialmente para os bancários afastados por doença ocupacional e que dependem do reconhecimento da Previdência Social para o recebimento de benefício. A partir de agora, os bancos irão manter os salários dos trabalhadores afastados, que aguar-dam decisão do INSS.

A nova cláusula (59ª) garante o adian-tamento de salário pelo banco até que nova perícia seja realizada. E, mesmo que o INSS dê alta ao funcionário, os dias não traba-lhados e já antecipados pelo banco só po-dem ser descontados em parcelas mensais que não ultrapassem 30% da remuneração do funcionário. A cláusula garante ainda que não aconteça mais situações como a de bancários que têm seu benefício nega-

do e passam os meses seguintes sem salário, mesmo tendo retornado ao trabalho, devido ao desconto integral do adiantamento pelo banco.

Na avaliação de Ana Fideli, dire-tora da Secretaria de Saúde do Sindi-cato dos Bancários de Curitiba e re-gião, esta é uma das mais importantes conquistas da categoria dos últimos anos. “Mesmo o bancário que não tinha condições voltava a trabalhar para não fi-car sem salário. Mas, agora, essa situação mudou, já que tem suas verbas salariais garantidas até o último recurso, pelo pra-zo de 120 dias”, comemora a dirigente.

Outra situação que será evitada é o en-dividamento do bancário que retorna ao trabalho. “Muitas vezes, acompanhamos situações de bancários que, após voltar ao trabalho e ficar sem salário, fizeram acor-do com o banco e pediram demissão para quitar o saldo devedor. Ou, pior, fizeram

empréstimos a juros altos e se envolve-ram até mesmo com agiotas para limpar o nome”, enfatiza Ana Fideli.

Mais conquistasOutras duas cláusulas foram inseridas

na CCT 2012/2013: a 45ª e a 46ª garan-tem que o banco entregue ao trabalhador um comprovante de recebimento do ates-tado médico e, ainda, uma declaração do último dia trabalhado, para fins de com-provação junto ao INSS e a realização da perícia médica.

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Por uma Curitiba mais igual

Curitiba foi apontada como a sexta cidade com pior distribuição de renda no relatório Estudo das Cidades da América Latina e Caribe, da Organiza-ção das Nações Unidas (ONU). A capital paranaense aparece com Gini (índice que mede a desigualdade) de 0,59 – quanto mais perto de 1,0, mais desigual. A cidade está atrás apenas de Goiânia, Fortaleza, Bo-gotá, Belo Horizonte e Brasília. Segundo o Institu-to de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a renda média dos curitibanos aumentou 36% nos últimos nove anos, mas, no mesmo períodos, a desigualda-de também cresceu.

Para o economista e professor da Universidade Fe-deral dos Paraná (UFPR) Flávio Gonçalves, a discus-

DEBATE SOBRE A DESIGUALDADE VAI ALÉM DOS ÍNDICES ESTATÍSTICOS. PARA ECONOMISTA, A QUESTÃO SÓ PODERÁ SER SOLUCIONADA POR MEIO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

são de desigualdade deve ser feita com muito cuidado. Segundo ele, que é pesquisador no Núcleo de Eco-nomia Internacional e Desenvolvimento Econômico, três conceitos são importantes: resultado, condições e oportunidades. Os resultados, em que se enquadra o índice Gini, dão um quadro de como as pessoas estão, mas sem profundidade de análise. “O Gini polariza muito as discussões entre esquerda e direita, o primei-ro que todos devem ser iguais e o segundo que acre-dita no mérito do esforço. Mas existem muitas outras causas que precisam ser vistas”, afirma.

Quando se trata de condições, parte-se do prin-cípio de que as pessoas não nascem em ambientes iguais, com as mesmas condições. “Falar de igualda-

dezembro 2012 19

“ É muito maisimportantepensar na igualdade de oportunidades que na desigualdade de resultados, como faz o Gini. Estesíndices podemser frutos das desigualdades de condições e das desigualdades de oportunidades que reforçam as condições.”

de de condições é uma utopia. As pessoas são dife-rentes e pertencem a mundos diferentes. Igualdade de condições não existe”, declara o professor. Curi-tiba possui quase 1,8 milhão de habitantes, segun-do estimativa do IBGE em 2012. Já os chamados círculos sociais, no entanto, são formados por bem menos gente. “Os círculos possuem umas 200 mil pessoas. Mas Não existe uma interação social entre os diferentes níveis sociais. A sociedade é dividida em termos de renda”, completa. Para ele, o que ago-ra se busca nos debates de Justiça Social, que englo-ba a discussão das desigualdades, é obter a igualda-de de oportunidades.

Igualdade de Oportunidades Atualmente, o começo para uma sociedade mais

justa e menos desigual seria oferecer àqueles com menos condições mais oportunidades. “Isso significa que, às vezes, é preciso gastar mais recursos com um indivíduo do que com outro. Teremos de despender mais para quem nasceu com menos condições, para que essa pessoa consiga suprir suas faltas”, expli-ca Gonçalves. “É muito mais importante pensar na igualdade de oportunidades que na desigualdade de resultados, como faz o Gini. Estes índices podem ser frutos das desigualdades de condições e das desigual-dades de oportunidades que reforçam as condições”, analisa o economista.

Neste sentido, cabe recorrer ao exemplo das cotas sociais e raciais nas universidades federais do Brasil. Gonçalves explica a diferença entre os dois sistemas de avaliação de alunos: o currículo mínimo e a ava-liação relativa. No currículo mínimo, exige-se uma abrangência de conteúdo, cobrada em uma mesma prova que chega a diferentes estratos sociais, o vesti-bular. Quem tem mais domínio sobre esses conteú-dos, é melhor avaliado. Já na avaliação relativa, como acontece nos Estados Unidos, os alunos são compa-rados com colegas na mesma condição. Os melhores, dentro de uma sala de aula, têm maiores chances de entrar em melhores universidades.

“Não deixa de ser uma competição, mas que esti-mula o esforço e é feita entre iguais, já que as pessoas numa mesma sala de aula estão tendo a mesma opor-tunidade”, acredita. Para Gonçalves, a regra das cotas se aproxima bastante disso. “As cotas pegam dentro de estratos sociais e elas competem entre si. Acredito que o fomento da competição entre iguais, é mais

justa. Antes isto do que o acir-ramento do conflito social ou racial”, considera.

A educaçãocomo soluçãoA educação é sempre apon-

tada como a principal solução para as questões de desigualdade. Gonçalves concor-da com a importância do tema, mas lembra que o conceito de “educação” é muito amplo. “Não vamos salvar todo mundo nas universidades, são necessárias melhorias no ensino básico. Mas como melhorar o ensino básico tendo famílias tão desi-guais?”, questiona.

O professor acredita na necessidade de atender a pri-meira infância, os primeiros anos de vida das crianças. “Precisamos que as creches cheguem a todas as crianças. Os anos mais importantes de desenvolvimento psico-pedagógico da criança é dos 0 aos 6 anos. É ali que ela começa a ser estimulada ao conhecimento, à sociabiliza-ção”, explica.

Além disso, Gonçalves considera imprescindível que surjam políticas de atendi-mento social às mães, que en-sinem como ajudar a criança a desenvolver sua criatividade e curiosidade. “Ações como essas poderiam prevenir todo o debate das diferen-ças nas universidades, por exemplo”, afirma. “Exis-te gente talentosa, empreendedora e promissora em todas as camadas sociais. Se você consegue dar oportunidade igual para todos, é muito mais fácil selecionar as boas práticas. Quanto maior a variedade da população, maior a taxa de evolução, pois temos uma amostra maior para sele-cionar”, conclui.

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No mês de setembro, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região doou mais de 400 quilos de ali-mentos à Casa dos Pobres São João Batista, localizada ao lado do Espaço Cultural e Esportivo, no bairro Re-bouças, em Curitiba. A doação foi arrecada durante a I Mostra de Bandas, realizada em 25 de agosto e que reuniu apresentações de músicos bancários (saiba mais na página 23) na Sede Campestre do Sindicato, em Piraquara. O lar atende crianças carentes, pessoas à procura de emprego e pacientes de outras cidade, em tratamento de saúde.

“Esta doação veio contribuir no atendimento da Casa dos Pobres aos pacientes que vêm em busca de tratamento em diversos hospitais em Curitiba, Campo Largo e Campina Grande do Sul e popula-ção em situação de rua. A Casa dos Pobres São João Batista depende de doações para prestação de seus serviços, pois não possui recursos próprios para a manutenção de suas atividades”, explica o ofício de agradecimento, assinado pela atendente social Ka-ren Souza, em nome do presidente da entidade Ra-fael Êrico Kalluf Pussoli.

“Programa Florescer”Além de doações de alimentos, o Sindicato con-

tribui regularmente com a entidade, inclusive ce-dendo a quadra poliesportiva do Espaço Cultural e Esportivo para a realização de aulas de Educação Físi-ca, duas vezes por semana, para crianças de 07 a 12 anos, a maioria filhos de catadores de papel, que pas-sam o contraturno escolar no albergue, no chamado “Programa Florescer”. O projeto atende 30 crianças carentes de bairros da região, das 7h30 às 13h30,

BANCÁRIOS CEDEM SEU ESPAÇO EFAZEM DOAÇÕES PARA A CASA DOSPOBRES SÃO JOÃO BATISTA, QUEATENDE CRIANÇAS CARENTES, PESSOAS PROCURANDO EMPREGO E QUE VÊMA CURITIBA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE

dezembro 2012 21

oferecendo duas refeições por dia. Além do “Programa Florescer”, o lar

também possui uma creche para atender crianças carentes, que dependem de doa-ções. A creche foi fundada em 1968 para acolher os menores que moravam às mar-gens do Rio Belém. Atualmente, tem capa-cidade de atendimento de 60 crianças de 02 a 06 anos, que moram na região. Elas ficam no albergue das 8h às 17h30 e têm acesso a todas as refeições diárias.

“Nós temos nossas lutas diárias, compromisso com as ações sindicais, mas também nos preocupamos com os menos favorecidos. Estamos sempre promovendo campanhas para ajudar quem precisa”, salienta Ana Fideli, di-retora do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Por todas essas ações, em julho de 2011, Otávio Dias, presi-dente do Sindicato, foi um dos homena-geados com a premiação “Personagem do Bem”, da Casa dos Pobres São João Batista, oferecido em comemoração aos

57 anos do albergue. Otávio foi um dos 12 a receber o prêmio, que também ho-menageou empresários, políticos, jor-nalistas, publicitários e juízes de Curi-tiba. O presidente do albergue, Rafael Pussoli, disse à época, que a homena-gem representava “o reconhecimento pelo notável envolvimento dessas pes-soas com obras sociais, particularmente com a nossa instituição”.

Conheça a entidade A Casa dos Pobres São João Batista foi

fundada pelo ferroviário Januário Alves de Souza, quando, em 18 de julho de 1954, iniciou o projeto de construção da primeira sede com os dormentes que juntava em suas viagens entre o Paraná e Santa Catarina. Desde então, atende a população migrante do estado e de ou-tras regiões, dando hospedagem a doen-tes crônicos e carentes que chegam para tratamento de saúde em Curitiba. Desde então, o albergue já atendeu – com pro-

teção, moradia e quatro refeições diárias – mais de dois milhões de pessoas. Atual-mente, abriga em torno de 50 albergados por dia, que são pessoas que estão à pro-cura de emprego ou vêm para Curitiba procurando atendimento de saúde, me-diante convênio com os municípios.

Os atendimentos só são possíveis de-vido às doações feitas pela comunidade (material escolar, de limpeza, alimentos, brinquedos, roupas, cobertores, etc), além das vendas do bazar e da padaria Flor de Maio, que funcionam no mes-mo local. O bazar é aberto à comunidade toda quinta-feira, das 13h às 16h. A pada-ria, onde é possível encontrar a tradicio-nal trança de nozes, além de pães, broas e bolachas, abre de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h. A Casa dos Pobres São João Batista fica na Rua Piquiri, 326, ao lado do Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários, esquina com a Brasílio Itiberê, no Rebouças. As doações podem ser re-feitas no próprio local.

Em um rápida analise do processo eleitoral de 2012 em Curitiba, observamos que nossa cidade continua sendo um dos poucos recantos intoca-do do conservadorismo. Mesmo acreditando que poderíamos efetivamente mudar – afinal, se não acreditássemos nisso, poderíamos abandonar nos-sas convicções e desistir –, ainda não conseguimos encontrar uma maneira de romper com as tradições políticas que aqui imperam. E a composição da Câ-mara Municipal para a gestão 2013/2016 justifica esta afirmação. Vejamos.

Apesar da renovação de quase 50% dos vereado-res, vemos que, nas eleições, ainda imperou o con-servadorismo de uma cidade que tem receio de se transformar, de apostar em novas lideranças políticas e mudar o modo de se administrar. Se, por um lado, alguns grupos políticos tentam se afastar desta tradi-ção, por outro, ela é reforçada por gente que se be-neficia dela – e, por vezes, utilizam do resgate desse conservadorismo para desqualificar o debate ideoló-gico, causando um efeito contrário na tentativa de superar o atraso político. O discurso de desespero, diante da possiblidade de perda de espaço político, fez com que alguns grupos se utilizassem desse expe-diente para reforçar, mesmo que involuntariamente, o preconceito, ó ódio e o sectarismo político.

A saber: apesar do número de eleitores aptos a votar ter aumentado, a quantidade de votantes que foram até as urnas no primeiro turno foi pratica-mente a mesma de eleições passadas; já o número de votos válidos foi cerca de 8% menor em relação a 2008; também chegou na casa dos 8% o número eleitores que só escolheram candidatos majoritá-rios. Um novo aspecto interessante, com relação à pulverização dos votos, foi a interferência das redes sociais no resultado final, que possibilitaram uma maior divisão entre os pretendentes ao cargo de ve-reador. Assim, a concentração de votos em políticos tradicionais reduziu consideravelmente, deixando

de fora diversos nomes conhecidos (somente cinco vereadores entre os mais votados ultrapassaram 10 mil votos, os últimos 12 eleitos receberam menos de cinco mil votos).

Apesar disso, não podemos negar o fato de ainda predominar as candidaturas respaldadas nos interes-ses políticos, no apadrinhamento ou no poder eco-nômico e midiático, a exemplo do vereador mais votado, que é apresentador de um programa policial e filho de deputado estadual. Como já se esperava também, a eleição majoritária influenciou as pro-porcionais. A legenda que apresentou o candidato majoritário, com maior número de votos no pri-meiro turno, também alavancou a votação dos seus proporcionais (tinha apenas um vereador eleito).

É por tudo isso que podemos afirmar que, socio-logicamente, não houve muitos avanços em Curiti-ba. O que pode ser explicado pelo fato de que, para se manter no poder ou conquistá-lo, muitos candi-datos resgataram posturas conservadoras, incitando o preconceito, o ódio político e a descriminação ideológica e partidária – como se todos os partidos políticos que estão inseridos no quadro eleitoral não estivessem legalmente inscritos e reconhecidos, como se algum partido estivesse fora da legislação ou causando o caos público.

Mas, temos certeza, essa tradição não será eter-na! Os curitibanos, assim como os cidadãos de outros tantos munícipios, ainda serão capazes de reconhecer que os partidos progressistas são tão re-presentativos quanto os outros e estão verdadeira-mente inseridos no jogo eleitoral, cumprindo, da mesma forma, as regras políticas – e, portanto, não devem ser discriminados ou subjugados ao precon-ceito. É preciso possibilitar o debate verdadeiro de ideias, de propostas e programas políticos. Acredito que, somente com essa visão democrática sobre os partidos, poderá existir respeito políticos, dando ao povo o verdadeiro poder de escolha!

Márcio Kieller,vice-presidente da CUT-PR e diretor do Sindicato.

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Renovaçãoconservadora

dezembro 2012 23

Mostra de Bandasfoi um sucessoSEIS BANDAS SE APRESENTARAM NA PRIMEIRA EDIÇÃO DO EVENTO QUE BUSCADIVULGAR OS TALENTOS BANCÁRIOS. EM 2013 TEM MAIS!

A Sede Campestre do Sindicato dos Ban-cários de Curitiba e região foi só festa no dia 25 de agosto, com a realização da 1ª Mostra de Bandas. Foram seis bandas participando, todas elas com pelo menos um bancário na formação. Os músicos da Almanake Acús-tico, Big Band, Ferronelas & Rock’n Roll, Magnética, Silvia Santa e Trem Bala levaram muita animação e bom som para as quase mil pessoas que estavam no evento. No dia, também foi servido almoço com uma deli-ciosa costela de chão, acompanhamentos e

bebidas. Cada participante levou, ainda, 1kg de alimento não perecível que foi doado ao Lar São João Batista e ao Lar Moisés.

Um dos objetivos do Sindicato é apro-ximar os bancários por meio de atividades culturais. A entidade promove, todo ano, eventos que reúnem a categoria e são ga-rantia de diversão. A 1ª Mostra de Bandas já entrou para o calendário do Sindicato, que logo deve realizar a segunda edição. Então, se você é bancário e tem uma ban-da, fique ligado!

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RESPONDENDO ÀS SOLICITAÇÕES DOS BANCÁRIOS, A ASSESSORIA JURÍDICA DO SINDICATOEXPLICA NOVAMENTE COMOCALCULAR O VALOR DOBENEFÍCIO DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Para calcular o valor dos benefícios, a Previdência Social usa atualmente a média de 80% das maiores contribuições efetua-das desde julho de 1994 até o momento da concessão. Essa média é utilizada no cálculo de diversos benefícios previdenciários. No caso do auxílio-doença, por exemplo, seja ele acidentário ou previdenciário, multi-plica-se o valor obtido por 0,91 (pois esse benefício corresponde a 91% do salário). No benefício de aposentadoria por invali-dez, o assegurado recebe 100% da média obtida, sem redução. Já o benefício de apo-sentadoria por tempo de contribuição pos-sui algumas particularidades na sistemática de cálculo. Esta modalidade pode ser solici-tada de forma integral para o homem que contar com 35 anos de contribuição e para a mulher com 30 anos, sem a exigência de idade mínima. Para se obter o valor do be-nefícios, utiliza-se então a média de 80% das maiores contribuições efetuadas desde julho de 1994 até o momento da conces-são, multiplicada pelo fator previdenciário.

O fator previdenciário utiliza três ele-mentos em seu cálculo: 1) o tempo de contribuição; 2) a idade; e 3) a expecta-tiva de vida. Sua finalidade seria manter o segurado contribuindo por mais tempo, pois quanto maior o tempo de contribui-ção ou a idade – ou, ainda, quanto menor a expectativa de vida –, menor será a inci-dência do fator na redução do benefício, podendo até ter o efeito de aumentá-lo. Em termos práticos, quanto mais tempo o segurado contribuir com a Previdência Social, maior o valor da aposentadoria.

Calcule sua aposentadoria

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Por determinação da Organização das Nações Uni-das (ONU), 2012 está sendo comemorado como o Ano Internacional das Cooperativas, com o slogan “Cooperativas constroem um mundo melhor”. As comemorações incluem ações ligadas ao empode-ramento feminino, à inclusão de jovens no mercado de trabalho e ao empreendedorismo, que mostram o cooperativismo como instrumento para geração de renda e redução da pobreza. Os objetivos desta inicia-tiva são aumentar a consciência pública sobre as co-operativas e os benefícios aos seus membros; tornar público os esforços do cooperativismo para fortalecer as comunidades, democracia e paz; e encorajar os go-vernos a estabelecer políticas, leis e regulamentos que levam à criação, crescimento e sustentabilidades das cooperativas.

No Brasil, já podemos observar prefeitos, governa-dores e até a presidente Dilma Rousseff incorporando em seus discursos temas relacionados ao cooperati-vismo e, principalmente, às políticas de microcrédito, operadas com recursos governamentais e que passam por cooperativas.

Neste contexto, a categoria bancária é pioneira. Desde 2003, os trabalhadores da base do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região podem contar com o apoio da Cooperativa de Crédito Mútuo dos Trabalha-dores do Sistema Financeiro (Coopcrefi). Ao olharmos para linha do tempo, vemos que algumas cooperativas foram criadas, se desenvolveram e atingiram grandes proporções, necessitando até de novas estruturas. A Coopcrefi caminha para este cenário: fundada em pe-ríodo marcado por uma grande crise de demissões, seu objetivo inicial era assegurar o emprego bancário e servir de respaldo para os trabalhadores endividados – ameaçados de demissão pelo artigo 508 da Conso-lidação das Leis do Trabalho (CLT), suprimido apenas em 2010.

Fundamentada no princípio básico da cooperação, aos poucos, ela foi se desenvolvendo, com a intenção de estabelecer ajuda mútua e coletiva, como uma al-ternativa aos altos juros praticados pelo sistema finan-

ceiro. Com o passar do tempo, a cooperativa cresceu, e continua crescendo: através do aporte de cotas-capital, propiciamos que os trabalhadores se tornem empreen-dedores, façam empréstimos a juros de 1,5% ao mês e, ainda, tenham bons rendimentos com a correção de suas cotas ao final de cada ano. Foi criado também o Depósito a Prazo Cooperado (DPC) para aqueles que desejam efetuar depósitos a qualquer momento, dei-xando seu dinheiro rendendo pelo tempo que julgar necessário (quanto maior o tempo que o dinheiro fi-car na Cooperativa, melhor será o rendimento, devido à redução do Imposto de Renda atribuído a operação).

Bancário, a Coopcrefi é uma ótima alternativa para você investir sua Participação nos Lucros e Resultados (PLR), sua restituição do Imposto de Renda, férias ou 13° salário. Nós temos para quem emprestar, remune-rando suas aplicações. Invista coletivamente, é seguro e todos ganham!

Sélio de Souza Germano,diretor financeiroda Coopcrefi

Os 7 princípios do cooperativismo

Adesão voluntária e livre: organizações volun-tárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir suas responsabilidades.

Gestão democrática: organizações democráti-cas, controladas pelos seus membros, que parti-cipam ativamente na formulação das suas políti-cas e na tomada de decisões.

Participação econômica dos membros: os membros contribuem equitativamente para o ca-pital e controlam-no democraticamente.

Autonomia e independência: organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros.

Educação, formação e informação: promo-vem a educação e a formação dos seus membros.

Intercooperação: servem de forma mais eficaz aos seus membros trabalhando em conjunto.

Interesse pela comunidade: as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades.

2012: O anodas Cooperativas

Sélio de Souza Germano,diretor financeiroda Coopcrefi

12.07.2012

28.07.2012

18.07.2012

Direitos humanos:Sindicato denuncia HSBC

Em 18 de julho, a imprensa foi con-vocada para a divulgação de uma grave denúncia contra o HSBC, de violação dos Direitos Humanos. Em 2011, o Sindica-to recebeu documentos de uma suposta investigação confidencial contratada pelo banco. Os materiais, produzidos pela SPI Agência de Informações Confidenciais, continham informações de 164 bancá-

rios afastados por motivo de saúde, entre 1999 e 2002.

O banco solicitou a investigação para verificar se os bancários afastados possu-íam outro vínculo empregatício ou fon-te de renda e também para se municiar de provas para descaracterizar o adoeci-mento por motivo de doença do traba-lho. O material foi encaminhado ao MPT.

Agências do HSBCfecham em Curitiba

Um ato paralisou 13 agências do ban-co HSBC em Curitiba, no mês de julho, em protesto contra a postura do Supe-rintendente Regional Jorge França, após inúmeras reclamações dos funcionários. “Os bancários estão adoecendo, devido a uma forte pressão para atingimento de metas”, contextualizou Otávio Dias, pre-sidente do Sindicato.

De acordo com denúncias, o superin-tendente utilizava tom agressivo no trato com os bancários. A paralisação se repe-tiu em São José dos Pinhais, no dia 16 de julho, com o fechamento de agências sob responsabilidade do mesmo gestor. No início de agosto, o HSBC anunciou que Jorge França foi substituído no car-go de superintendente em Curitiba.SE

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Festa julina foigarantia de diversão

No dia 28 de julho, foi realizada, na Sede Campestre do Sindicato, em Piraquara, a tradicional Festa Julina da categoria. O evento reuniu bancários, amigos e familiares, e proporcionou muita diversão, principalmente, para as crianças. Além dos quitutes tradicio-nais das festas, como quentão, pinhão, cachorro-quente, algodão-doce, pipo-

ca e outros doces típicos, o Sindicato montou uma grande tenda de circo, com várias opções de diversão para a criançada, com cama elástica, tobogã, touro mecânico, piscina de bolinha, pintura de rosto e muito mais.

O evento reuniu centenas de sindi-calizados e, mesmo com a previsão de chuva, quem apareceu foi o sol.

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07.08.2012

CABB paralisaatendimento

Os funcionários da Central de Aten-dimento do Banco do Brasil (CABB), em São José dos Pinhais, paralisaram o aten-dimento no dia 07 de agosto, em dois períodos. O protesto fez parte do calen-dário de lutas aprovado no 2º Encontro dos Funcionários em Central de Atendi-mento, realizado em maio, em São Paulo.

“A adesão superou os 80% dos traba-

lhadores, que demonstraram que querem que o BB pare de enrolação. São muitas as demandas e promessas não cumpridas”, afirma Alessandro Garcia, o Vovô, diretor do Sindicato e funcionário do BB. Após muita mobilização, os funcionários da CABB conquistaram grandes avanços nes-ta campanha salarial, como a equiparação de atendentes A e B e redução da trava.

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11.08.2012

COE/HSBC faz reunião deorganização em Curitiba

Dirigentes sindicais membros da Comissão de Organização de Empresa do HSBC (COE/HSBC) se reuniram no Espaço Cultural dos Bancários, em Curi-tiba, no dia 16 de agosto, para tratar de assuntos relativos à Saúde do Trabalhador e às ações judiciais que envolvem o ban-co. Pela manhã, os assessores jurídicos do Sindicato participaram da reunião,

prestando esclarecimentos sobre o an-damento da investigação das denúncias feitas ao Ministério Público do Trabalho sobre a violação de Direitos Humanos de 164 bancários afastados, num caso de invasão de privacidade. No período da tarde, os dirigentes focaram a discus-são em Saúde do Trabalhador, debatendo principalmente o assédio moral.

16.08.2012

Cicloturismo emSão Luiz do Purunã

A nona edição do Cicloturismo dos Bancários, realizada no trajeto São Luiz do Purunã-Balsa Nova, foi um su-cesso. Assim como na edição anterior, as inscrições se esgotaram antes do prazo final e, dos 40 inscritos, 22 ban-cários e familiares participaram pela primeira vez.

“Os bancários puderam se diver-

tir, curtir a natureza e conhecer novos amigos”, comemora Sélio de Souza Germano, diretor interino da Secretaria de Esportes e Lazer do Sindicato. Outro fator que contribuiu para o sucesso do pedal foi a bela região escolhida e o cli-ma agradável. Segundo os participantes, o contato com a natureza causou sensa-ção de extremo bem estar.

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27.08.2012

19.09.2012

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Auditores da Caixa recebem pagamento de ação

O Sindicato acompanhou, no dia 19 de setembro, o pagamento dos valores liberados aos auditores subs-tituídos da Caixa Econômica Federal, na ação nº 37577/2007.A ação visa o enquadramento dos auditores júnior, que já estavam no cargo há mais de 730 dias, para o cargo de auditor ple-no, e foi julgada pela 8ª Vara do Traba-

lho de Curitiba. De acordo com a assessoria jurídica

do Sindicato, as quantias apuradas fi-caram limitadas a novembro de 2010. Em razão de cálculos judiciais incorre-tos em relação a alguns dos substitu-ídos, houve impugnação à conta, que será apreciada e julgada pelo juízo da 8ª Vara e a execução ainda persiste.SE

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Liminar garante retorno de descomissionados no BB

A 16ª Vara do Trabalho de Curitiba acatou o pedido do Sindicato e deter-minou o retorno imediato à função de analista de dois funcionários do Banco do Brasil que foram descomissionados no mês de julho, de forma arbitrária. Os analistas cumpriam jornada diária de 8 horas e ingressaram em ações co-letivas, pedindo o pagamento de 7ª e 8ª

horas como extras. O banco primeiro alterou a nomenclatura de suas funções, na tentativa de impedir o andamento da ação, e, posteriormente, destituiu os dois bancários da função. O juízo con-siderou que as verbas salariais não po-deriam ser suprimidas, já que não foi reconhecido o comissionamento como cargo de confiança. Fo

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Sindicato fecha agênciasdo Projeto Corredor

Duas agências centrais do Itaú foram fechadas no final da tarde do dia 27 de agosto, em protesto contra atitude uni-lateral do banco, que expandiu o Projeto Corredor – que prevê atendimento das 9h às 19h – para os bairros Portão, Hauer e Rebouças, sem negociação com o mo-vimento sindical. O projeto teve início em janeiro de 2012. Desde então, dois

pares de agências em Curitiba passaram a adotar um novo horário de funciona-mento, das 9h às 16h e das 12h às 19h. As primeiras agências escolhidas para teste do projeto foram XV de Novembro e Rua das Flores; Santo Amaro e Mare-chal. Mais recentemente, o Itaú anunciou que o Projeto Corredor será ampliado para 400 agências em todo o país.

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Sindicato conquista15 reintegrações no Itaú

De janeiro a setembro de 2012, o Sindicato intermediou administrativa-mente 15 reintegrações de funcionários do Itaú que tiveram a demissão suspen-sa devido ao reconhecimento de doença (B-91) em perícias do INSS. No período, foram 54 bancários sindicalizados que procuraram o Sindicato porque continu-avam trabalhando, mesmo estando do-

Curso de capacitação sobre Previdência Complementar

Dirigentes do Sindicato e Fetec-CUT--PR participaram de um curso de capaci-tação sobre Previdência Complementar, que teve início em maio e foi encerrado em 25 de agosto. O curso foi uma parce-ria entre o Senge e Anapar, com apoio do Sindipetro e Fetec-CUT-PR.

As aulas foram realizadas na Univer-sidade Positivo, divididas em módulos:

Ato no HSBC pederemuneração justa

O Centro Administrativo Palácio Ave-nida do HSBC amanheceu fechado no dia 09 de outubro, por remuneração justa, fim das demissões e emprego decente. O banco, mais uma vez, distribuiu valo-res injustos de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) devido às distorções dos provisionamentos. Além disso, gesto-res estariam falando pelos corredores das

unidades do banco que não haverá paga-mento do Programa Próprio de Remune-ração (PPR) devido à queda dos lucros.

“O HSBC alega que os lucros caíram, mas sabemos que isso só aconteceu por conta do provisionamento excessivamen-te conservador”, conta Carlos Kanak, di-retor do Sindicato e coordenador nacional da COE/HSBC.

O Estado Social e Seguridade Social; Sis-tema Previdenciário Brasileiro; Previdên-cia Complementar no Brasil; Planos de Benefícios de entidades fechadas; Gestão das Entidades Fechadas de Previdência; Modelos atuariais e contábeis; Gestão financeira dos planos previdenciários; Governança, controles internos e geren-ciamentos de riscos.

entes. Por isso, estes bancários foram de-mitidos pelo Itaú. Destes, 15 já tiveram o reconhecimento da doença pelo INSS e alguns casos ainda aguardam perícia.

“Essas reintegrações também garan-tem o afastamento imediato do funcio-nário para tratamento da doença e es-tabilidade de 12 meses”, informa Ana Fideli, diretora da Secretaria de Saúde.

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SINDICATODOSBANCÁRIOSDECURITIBAEREGIÃO:

No dia 06 de julho, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região comemorou 80 anos de fundação.A data foi celebrada com uma bonita festa no Espaço Cultural e olançamento do livro dememórias da entidade.

Para que a celebração de seus80 anos não ficasse restrita aCuritiba, o Sindicato tambémrealizou confraternizaçõesdescentralizadas, na regiãometropolitana. A primeira delasaconteceu em São José dos Pinhais.

Depois de visitarem São José dosPinhais, o Sindicato tambémpromoveu confraternizações comos bancários da Lapa e Campo Largo.O objetivo era que os 80 anosda entidade fossem comemoradospor todos os bancários.

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80ANOSDELUTASECONQUISTAS

No ano em que comemorouoito décadas de fundação,o Sindicato foi, pela primeira vez,o anfitrião da 14ª ConferênciaNacional dos Bancários, queaconteceu nos dias 20, 21 e 22 de julho, na Universidade Positivo.

Um dos grandes eventos realizadosem 2012 pelo Sindicato foi a1ª Mostra de Bandas, no dia 25 de agosto, na Sede Campestre.Mais de mil bancários, amigose familiares prestigiaram aapresentação de seis bandas.

O calendário de eventoscomemorativos dos 80 anos doSindicato foi encerrado com o showdo cantor Nando Reis, emhomenagem ao Dia do Bancário.O evento aconteceu no dia 31 deagosto, no ExpoUnimed.

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BB: A luta pelajornada de 6 horasA REPRESENTANTE DO PARANÁ NA COMISSÃO DE EMPRESA DO BANCO DO BRASIL RELATACOMO FOI A NEGOCIAÇÃO COM O BANCO DURANTE A ÚLTIMA REUNIÃO DA CAMPANHA SALARIAL

A jornada legal de seis horas é uma rei-vindicação antiga. Baseada na Consolida-ção das Leis do Trabalho (CLT), a Justiça do Trabalho vem sentenciando seu cum-primento aos bancos, em especial o Ban-co do Brasil, há anos. Conforme lembra a representante do Paraná na Comissão de Empresa do BB, Ana Smolka, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) divulgou, re-centemente, a lista dos maiores devedores de direitos do trabalho, e o BB e a Caixa constam entre os quatro primeiros coloca-dos – sendo o BB o segundo, atrás apenas da massa falida da VASP. “Fizemos vários movimentos políticos no sentido de rever-ter esta situação. Enviamos, inclusive, ao Governo Federal uma moção de repúdio, pois, afinal, no governo dos trabalhadores é triste os bancos federais estarem nesta posição”, comenta Ana Smolka.

A bandeira do Planos de Cargos, Car-reiras e Salários (PCCS), que exige um novo plano de cargos e remuneração, com jornada legal de 6 horas também é antiga, e liquidaria inúmeros passivos trabalhistas futuros. No ano passado, o BB já havia se pronunciado no sentido de resolver o problema da jornada, porém

descumpriu prazos. “E, nesta campanha salarial, ressaltamos que não sairíamos da greve nacional sem uma proposta para a questão”, acrescenta a dirigente sindical.

Durante as mesas de negociação da Campanha Nacional dos Bancários 2012, o banco declarou que não negociaria 7ª e 8ª horas. Na última rodada porém, con-comitante com a mesa da Fenaban, o BB apresentou junto às demais propostas uma cláusula de prazo de implantação de um novo plano de cargos de 6 horas até 31 de janeiro de 2013. “Até que enfim... uma proposta que estancaria a sangria da dívida trabalhista”, pensamos. “No entanto, para nossa surpresa, o banco também propôs uma Comissão de Conciliação Voluntária (CCV), ou seja, um acordo para pagamen-to de passivo, que até então ele se negava a negociar, porém condicionada a suspensão das ações coletivas, movidas pelos sindica-tos, por 180 dias”, completa Ana Smolka.

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, protagonista da vitoriosa luta ju-dicial, reagiu imediatamente. “Suspender ações em execução? Como pode o banco pretender fazer propostas em CCV que são historicamente parciais (percentuais bem

menores do que a dívida sentenciada) a bancários já representados nas ações. De jeito nenhum aceitaremos menos do que a totalidade do direito!”, conta a dirigente sindical. “Reagimos solenemente! Tratava--se de uma proposta para resolver os pro-blemas do banco. Depois de horas de de-bate madrugada adentro, eu e o presidente do nosso Sindicato, Otávio Dias, levamos ao BB a decisão de não assinar o Acordo Coletivo com aquela cláusula. Queremos a jornada legal de seis horas, sem redução de salário, e com pagamento integral do passivo. Não fomos eleitos para assinar re-tirada de direitos”, acrescenta.

O BB, após mais algumas horas de debate, finalmente retirou a cláusula do acordo e aceitou trata-la como um aditivo, com adesão espontânea. “Desta forma, va-mos esperar a implantação do novo plano de cargos e, em nossa base, garantir a não redução de salários e o pagamento integral dos direitos à 7ª e 8ª horas dos cargos já sentenciados. Aliás, não fossem estas sen-tenças de Curitiba e região e este passivo real e contabilizado, não haveria proposta de novo plano de cargos de 6 horas para todo o Brasil”, conclui Ana Smolka.

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