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Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil Prof. Jefferson M. G. Mendes [email protected] Economia Atualizado em: 26/10/2010 Nossos alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores. Este material pode ser utilizado, desde que indicada a fonte . 1 1 INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA 1.1 O QUE É MACROECONOMIA? No curto prazo, a macroeconomia estuda os agregados econômicas de um país, desde a renda e produção total de bens e serviços, como consumo agregado, poupança, investimento, nível geral de preços (inflação), emprego, desemprego, estoque de moedas, taxa de juros, balança comercial, balança de pagamentos e taxas de câmbio. São agregados econômicos que se comportam de forma diferenciada em períodos de crescimento, recessão e recuperação, envolvendo políticas econômicas: Fiscal, Monetária, Cambial e comercial e de Renda. Em outras palavras, estuda o ciclo de negócios que trata da teoria da renda, do emprego, do juro, da moeda, do nível geral de preços, das flutuações econômicas de curto prazo. No decorrer de longos períodos de tempo (longo prazo), a macroeconomia lida com o aumento no produto e no emprego, ou seja, trata do crescimento econômico e do desenvolvimento. Também são considerados os problemas de distribuição de renda, globalização, progresso tecnológico, envolvendo questões políticas. Neste aspecto, a adoção da abordagem agregada distingue-se da abordagem das decisões particulares microeconômicas. Para a microeconomia, o foco está no estudo do preço, da firma, do mercado (estrutura, oferta, demanda e proprietários dos fatores de produção) e da concorrência, ou seja, estuda as partes fundamentais da economia. Possui uma lógica distinta que guia os agentes individuais na busca por sua satisfação máxima com esforço mínimo, sendo algumas vezes conflitante com o movimento dos agregados econômicos. Quando estas partes são agregadas, estudadas em conjunto, passam a pertencer ao campo de estudo da macroeconomia. Porque estudar Macroeconomia? i) Explicar os eventos econômicos: - Porque o Brasil é superavitário na Balança comercial? - Porque a taxa de desemprego vem aumentando? - Porque os juros são altos? - Porque a economia em 2009 cresceu menos que em 2008? - Será que a inflação vai aumentar? Esses, dentre outros, são fatos que atuam sobre a vida de todos (social, público e privado), interferindo no poder de compra da moeda, nas condições de crédito, trabalho e rendimentos. Na política as questões macroeconômicas estão no centro do palco. O sucesso de uma política macroeconômica pode eleger presidentes. Uma crise social afeta o governo, uma crise macroeconômica, derruba. ii) Buscar soluções: Propor ajustes macroeconômicos por meio de políticas econômicas; Evitar prejuízos e obter oportunidades nos movimentos conjunturais da economia; iii) Prever o futuro? A capacidade de um economista prever o futuro é a mesma de um meteorologista em prever o tempo no mês que vem, porém, é possível indicar tendências em função dos cenários estudados. Por outro lado, de acordo com os paradigmas existentes, explicam-se com maestria os eventos passados. Em resumo, não é uma ciência exata como a astronomia ou a física. 2 OBJETIVOS DA MACROECONOMIA Não são objetivos básicos da macroeconomia, o desenvolvimento econômico, a distribuição de renda, o desenvolvimento tecnológico ou a sustentabilidade ambiental. Esses são objetivos alcançáveis no longo prazo, para os quais políticas macroeconômicas devem estar vinculadas. Resumidamente, o objetivo da macroeconomia é analisar o comportamento dos agregados para adotar políticas econômicas no curto prazo para: 2.1 CRESCIMENTO ECONÔMICO Exercícios relacionados: 16, 50, O crescimento econômico pode ser definido como sendo um processo por meio do qual a renda per capita de sua sociedade se eleva de forma contínua e persistente. Está, portanto, vinculado ao aspecto quantitativo por meio da assimilação ou acréscimo, sendo percebido ao utilizar séries temporais, onde as variáveis são comparadas anualmente. No curto prazo, a produção total de bens e serviços de um país tem um limite máximo. Uma produção potencial ou produto de pleno emprego máximo dos fatores de produção sem ociosidade. A curva (ou fronteira) de possibilidade de produção (CPP) é um conceito teórico com o qual se ilustra como a questão da escassez impõe um limite à capacidade produtiva de uma economia e escolher entre alternativas de produção. Para este raciocínio, vamos considerar como fatores de produção: a terra, o capital, o trabalho e mais recentemente, a tecnologia. Se empregados em condições de otimizar sua utilização, poderíamos dizer que viveríamos num mundo perfeito, onde capital, terra e trabalho se empregam em condições de perfeição, não existindo nem o desperdício, nem ociosidade. Para construir a CPP, utilizaremos um caso hipotético de produção de bens e serviços. No ponto “A” todos os fatores de produção seriam locados para a produção de Serviços. No ponto “E” os fatores seriam alocados para a produção de Bens. Nos pontos “B, C, D” os fatores estariam distribuídos na produção de um e de outro bem.

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Atualizado em: 26/10/2010 Nossos alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores. Este material pode ser utilizado, desde que indicada a fonte.

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1 INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA

1.1 O QUE É MACROECONOMIA?

No curto prazo, a macroeconomia estuda os agregados econômicas de um país, desde a renda e produção total de bens e serviços, como consumo agregado, poupança, investimento, nível geral de preços (inflação), emprego, desemprego, estoque de moedas, taxa de juros, balança comercial, balança de pagamentos e taxas de câmbio. São agregados econômicos que se comportam de forma diferenciada em períodos de crescimento, recessão e recuperação, envolvendo políticas econômicas: Fiscal, Monetária, Cambial e comercial e de Renda. Em outras palavras, estuda o ciclo de negócios que trata da teoria da renda, do emprego, do juro, da moeda, do nível geral de preços, das flutuações econômicas de curto prazo.

No decorrer de longos períodos de tempo (longo prazo), a macroeconomia lida com o aumento no produto e no emprego, ou seja, trata do crescimento econômico e do desenvolvimento. Também são considerados os problemas de distribuição de renda, globalização, progresso tecnológico, envolvendo questões políticas.

Neste aspecto, a adoção da abordagem agregada distingue-se da abordagem das decisões particulares microeconômicas. Para a microeconomia, o foco está no estudo do preço, da firma, do mercado (estrutura, oferta, demanda e proprietários dos fatores de produção) e da concorrência, ou seja, estuda as partes fundamentais da economia. Possui uma lógica distinta que guia os agentes individuais na busca por sua satisfação máxima com esforço mínimo, sendo algumas vezes conflitante com o movimento dos agregados econômicos.

Quando estas partes são agregadas, estudadas em conjunto, passam a pertencer ao campo de estudo da macroeconomia.

Porque estudar Macroeconomia?

i) Explicar os eventos econômicos:

- Porque o Brasil é superavitário na Balança comercial?

- Porque a taxa de desemprego vem aumentando?

- Porque os juros são altos?

- Porque a economia em 2009 cresceu menos que em 2008?

- Será que a inflação vai aumentar?

Esses, dentre outros, são fatos que atuam sobre a vida de todos (social, público e privado), interferindo no poder de compra da moeda, nas condições de crédito, trabalho e rendimentos. Na política as questões macroeconômicas estão no centro do palco. O sucesso de uma política macroeconômica pode eleger presidentes. Uma crise social afeta o governo, uma crise macroeconômica, derruba.

ii) Buscar soluções:

• Propor ajustes macroeconômicos por meio de políticas econômicas;

• Evitar prejuízos e obter oportunidades nos movimentos conjunturais da economia;

iii) Prever o futuro?

A capacidade de um economista prever o futuro é a mesma de um meteorologista em prever o tempo no mês que vem, porém, é possível indicar tendências em função dos cenários estudados. Por outro lado, de acordo com os paradigmas existentes, explicam-se com maestria os eventos passados. Em resumo, não é uma ciência exata como a astronomia ou a física.

2 OBJETIVOS DA MACROECONOMIA

Não são objetivos básicos da macroeconomia, o desenvolvimento econômico, a distribuição de renda, o desenvolvimento tecnológico ou a sustentabilidade ambiental. Esses são objetivos alcançáveis no longo prazo, para os quais políticas macroeconômicas devem estar vinculadas.

Resumidamente, o objetivo da macroeconomia é analisar o comportamento dos agregados para adotar políticas econômicas no curto prazo para:

2.1 CRESCIMENTO ECONÔMICO

Exercícios relacionados: 16, 50,

O crescimento econômico pode ser definido como sendo um processo por meio do qual a renda per capita de sua sociedade se eleva de forma contínua e persistente. Está, portanto, vinculado ao aspecto quantitativo por meio da assimilação ou acréscimo, sendo percebido ao utilizar séries temporais, onde as variáveis são comparadas anualmente.

No curto prazo, a produção total de bens e serviços de um país tem um limite máximo. Uma produção potencial ou produto de pleno emprego máximo dos fatores de produção sem ociosidade. A curva (ou fronteira) de possibilidade de produção (CPP) é um conceito teórico com o qual se ilustra como a questão da escassez impõe um limite à capacidade produtiva de uma economia e escolher entre alternativas de produção.

Para este raciocínio, vamos considerar como fatores de produção: a terra, o capital, o trabalho e mais recentemente, a tecnologia. Se empregados em condições de otimizar sua utilização, poderíamos dizer que viveríamos num mundo perfeito, onde capital, terra e trabalho se empregam em condições de perfeição, não existindo nem o desperdício, nem ociosidade.

Para construir a CPP, utilizaremos um caso hipotético de produção de bens e serviços. No ponto “A” todos os fatores de produção seriam locados para a produção de Serviços. No ponto “E” os fatores seriam alocados para a produção de Bens. Nos pontos “B, C, D” os fatores estariam distribuídos na produção de um e de outro bem.

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Por outro lado, no ponto “Y” (interno à curva), mostra que está operando com capacidade ociosa ou com desemprego dos fatores de produção. Já no ponto “Z” (acima da curva), traduz uma combinação impossível, uma vez que os fatores de produção e a tecnologia de que a economia dispõe seriam insuficientes para atender tal expectativa de produção. Esse ponto ultrapassa a capacidade de produção potencial ou pleno emprego dessa economia.

Para um melhor entendimento, observar o gráfico a seguir.

A CPP como marco teórico delimita:

� ponto em cima da curva apresenta a situação de pleno emprego dos fatores;

� ponto abaixo da curva denuncia capacidade ociosa (desemprego ou subutilização dos fatores). Neste caso as políticas econômicas podem ser utilizadas para proporcionar crescimento econômico sem pressão inflacionária até atingir a capacidade máxima;

� ponto acima da curva apresenta o superemprego (superutilização). Nesta situação, seria necessário aumentar a quantidade de fatores de produção ou avanço tecnológico. O uso de políticas econômicas expansionistas pode gerar pressão inflacionária.

Crescimento econômico: Quando há um deslocamento da CPP para a direita, indica crescimento econômico para o país, em função do aumento da quantidade física de fatores de produção (investimento). Esse crescimento traduz a acumulação capitalista. A utilização mais eficiente também pode estender o alcance dessa curva, todavia, novos fatores incrementam efetivamente a capacidade de produção.

Distribuição de renda: A distribuição de renda pode ser atingida por meio de políticas de geração de emprego ou por políticas assistencialistas. O objetivo é melhorar as condições sociais da população e incrementar o consumo.

Pleno emprego dos fatores: A partir da década de 1930, houve um aprofundamento das análises sobre políticas econômicas com o objetivo de fazer a economia recuperar o nível de emprego potencial (uso pleno da Terra, Capital, Trabalho e Tecnologia disponíveis).

Estabilidade dos preços: significa a não alteração dos preços e nem alteração da renda real de uma economia. No contrário, ocorre inflação, que pode ser definida como sendo o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. Este processo resulta em distorções sobre a

distribuição de renda, investimentos e expectativas empresariais, mercado de capitais, Balanço de Pagamentos, etc.

Disponibilidade de crédito: Situações de crescimento ou crises financeiras afetam o mercado de capitais. Se existe disponibilidade de crédito, os agentes superavitários estão interessados em emprestar dinheiro, influenciando na taxa de juros que podem ser menores. A resultante pode ser um aumento nos investimentos e no consumo. Por outro lado, se há restrição de crédito, poderá haver um aumento nas taxas de juros resultando em uma redução do investimento e no consumo.

Elevação dos investimentos: Se as taxas de juros estiverem baixas, os agentes deficitários poderão realizar empréstimos e financiamentos para propiciar investimentos. Por outro lado, se as taxas de juros estão elevadas, pode ocorrer uma redução nos investimentos e um aumento nas especulações financeiras.

Estabilidade na Balança de Pagamentos (BP): Os países buscam incrementar suas exportações e atrair investimentos estrangeiros diretos (IED). Esta entrada de recursos afeta a taxa de câmbio.

Neste aspecto, deve-se observar que os objetivos são interdependentes e algumas vezes, conflitantes. Isto significa que atingir uma meta pode ajudar ou prejudicar o alcance de outra. Um processo de crescimento econômico pode proporcionar uma distribuição de renda. Por outro lado pode ocorrer um aumento da concentração de renda por meio de aumento nos lucros e poupanças dos mais ricos.

Da mesma forma, um processo de crescimento econômico com aumento e distribuição de renda, induz a um aumento do consumo. O aumento do consumo faz com que as organizações produzam mais e para isso, contratam mais trabalhadores reduzindo o desemprego. Por outro lado, este aumento do consumo pode resultar em pressões no nível geral de preços. No mesmo sentido, à medida que a produção se aproxima do pleno emprego, pode ocasionar aumento nos custos de produção, agravando o processo inflacionário.

2.2 MODELO DE SOLOW

Exercícios relacionados: 9, 19, 20, 27, 28, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81.

Robert Solow examinou os elementos clássicos do crescimento econômico (estoque dos fatores capital e trabalho). Basicamente, os modelos de crescimento econômico consideram como insumos básicos o capital (K) e o trabalho (L), que combinados geram um produto (Y=f(K,L)). A produtividade destes fatores de produção é dada pelo produto em relação ao estoque deste fator. A representação da produtividade do trabalho é dada pela razão entre produto e a força de trabalho (Y/L) e da produtividade do capital pela razão entre produto e o estoque de capital (Y/K). No final dos anos 50, Solow observou que o crescimento da economia norte-americana, ao longo do século 20, não podia ser explicado apenas recorrendo ao crescimento do capital e do trabalho disponível.

Solow percebeu que havia outras fontes de crescimento econômico, as quais foram denominadas de resíduo de Solow. Na formulação de sua teoria do crescimento, o conhecimento (progresso tecnológico) ganhou papel central, mas foi considerado elemento exógeno ao modelo.

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Segundo o modelo de Solow, com função Cobb-Douglas, a participação de cada fator no produto é constante ao longo do tempo. Portanto, as produtividades do trabalho e do capital (Y/K) interagem de maneira inversamente proporcional, ou seja, se uma aumenta a outra reduz. Por outro lado, se a produtividade do capital permanece constante e a do trabalho cresce, o crescimento por trabalhador pode ser atribuído à variável tecnologia.

Somente a partir de 1987, Paul Romer passou a considerar o conhecimento como variável explicativa do crescimento econômico. Por outro lado, o conhecimento só pode ser gerado e ser acessível por meio de um processo educacional, com retorno de longo prazo. O modelo de crescimento de longo prazo demonstra como interage a poupança, as taxas de crescimento demográfico, o estoque de capital por trabalhador e o progresso tecnológico. Neste sentido, outras variáveis (resíduo de Solow) que não sejam o capital e o trabalho, podem contribuir.

Impacto da poupança

Este modelo, no estado estacionário, apresenta a taxa de poupança como uma variável chave do estoque de capital e do bem-estar econômico. Em outras palavras, quanto maior a poupança, maior o capital realizado e mais alto o produto (ver identidades macroeconômicas). Quando o estoque de capital é pequeno, qualquer unidade adicional (investimento), resultando em acréscimo significativo do produto. Ao contrário, se o estoque de capital é grande, o acréscimo de uma unidade adicional resulta em pequeno aumento do produto.

De outra forma, uma vez que a poupança de uma economia iguala seu investimento (S=I), ela também determina a quantidade de capital de que poderá dispor uma economia para produzir no futuro. É claro que a poupança nacional é direta e indiretamente influenciada pelas políticas governamentais. Portanto, a acumulação de capital é a poupança descontada da taxa de depreciação, que faz a economia crescer até que se alcance o novo estado estacionário, que é aquele em que investimento é igual à depreciação (Sl=Sb-Dep). No entanto, não há efeito sobre a taxa de crescimento do produto no longo prazo. O estado estacionário que maximiza o consumo é aquele definido como Regra de Ouro. O estado estacionário é alcançado por países que negligenciam o investimento ao longo dos anos e apresentam baixos índices de crescimento econômico, ou seja, crescimento do PIB (ver conceitos macroeconômicos). Para reverter esta situação, duas ações podem ser feitas: aumento do nível de poupança (investimento); inserção de progresso tecnológico (as ações podem ser isoladas ou combinadas).

Neste sentido, quanto maior a taxa de poupança, maior será o estoque de capital por trabalhador, resultando em um estado de equilíbrio de longo prazo. Por outro lado, quanto maior a depreciação, menor o estoque de capital por trabalhador.

Impacto do Crescimento Populacional

Um aumento na taxa de crescimento demográfico, n, desloca para cima a linha que representa o aumento da população e a depreciação. O novo estado estacionário tem um nível inferior de capital por trabalhador. Assim, o modelo de Solow prevê que economias com altas taxas de aumento populacional terão níveis mais baixos de capital por trabalhador e, portanto, renda mais baixa.

3 POLÍTICAS ECONÔMICAS

É prerrogativa do Governo se utilizar de diversas políticas econômicas a fim de promover o emprego, o crescimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o atendimento de tais objetivos. Em outras palavras, atua sobre a produção agregada e sobre a demanda agregada, para permitir o pleno emprego dos fatores, a distribuição de renda e baixas taxas de inflação. São instrumentos típicos desta função as políticas Fiscal, Monetária, Cambial e comercial e de Renda.

3.1 POLÍTICA FISCAL

Trata dos instrumentos utilizados pelo governo que envolve a arrecadação de tributos e o controle de despesas (gastos do governo). Por meio do controle das alíquotas tributárias e dos gastos do Governo, é possível estimular ou inibir os gastos do setor primário em consumo e investimentos no setor produtivo. Se o objetivo for estimular as atividades econômicas, utiliza-se da política fiscal expansionista. Se o objetivo for inibir as atividades econômicas, utiliza-se da política fiscal restritiva.

No caso de políticas que visem melhorar a distribuição de renda, a utilização seletiva destes instrumentos é recomendada, como por exemplo, impostos progressivos e Gastos do Governo em regiões e setores mais atrasados.

3.1.1 Política fiscal expansionista

Esta política é utilizada com o objetivo de estimular as atividades econômicas de produção e consumo, ou seja, aumentar a demanda agregada (DA). Os mecanismos utilizados para esta finalidade são: a redução da carga tributária e; a aumento dos Gastos do Governo. Esta opção pode provocar uma pressão no nível geral de preços, ou seja, inflação.

3.1.2 Política fiscal restritiva

Esta política é utilizada com o objetivo de inibir as atividades econômicas de produção e consumo, ou seja, reduzir a demanda agregada (DA). Os mecanismos utilizados para esta finalidade são: o aumento da carga tributária e; a redução dos Gastos do Governo.

3.2 POLÍTICA MONETÁRIA

Trata dos instrumentos utilizados pelo governo que envolve o volume de moeda disponível na economia, crédito e taxa de juros. Os instrumentos são: emissões de moeda; depósitos compulsórios, open market, regulamentação sobre crédito e taxa de juros. Se o objetivo for estimular as atividades econômicas, utiliza-se da política monetária expansionista. Se o objetivo for inibir as atividades econômicas, utiliza-se da política monetária restritiva.

3.2.1 Política monetária expansionista

Esta política é utilizada com o objetivo de estimular as atividades econômicas de produção e consumo, ou seja, aumentar a demanda agregada (DA). Os mecanismos utilizados para esta finalidade são: a redução da taxa de juros da SELICk, assim recompra os títulos públicos no open market, redução do depósito compulsório, redução da taxa de redesconto, estímulo do crédito (por meio de aumento do prazo e redução da taxa de juros).

3.2.2 Política monetária restritiva

Esta política é utilizada com o objetivo de inibir as atividades econômicas de produção e consumo, ou seja,

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reduzir a demanda agregada (DA), para poder controlar a inflação. Os mecanismos utilizados para esta finalidade são: o aumento da taxa de juros da SELIC para vender títulos públicos no open market, aumento do depósito compulsório, aumento da taxa de redesconto, inibição do crédito (por meio de redução do prazo e aumento da taxa de juros).

3.3 POLÍTICA CAMBIAL OU COMERCIAL

Trata dos instrumentos utilizados pelo governo que envolve o setor externo da economia. Os instrumentos são: política de câmbio e política comercial.

3.3.1 Política cambial

Trata da forma que o Governo controla a taxa de câmbio. O câmbio pode ser: fixo (definido pelo Governo); flutuante (definido pelo Mercado); por bandas cambiais (definidas pelo Governo); etc.

3.3.2 Política Comercial

Trata da forma de como o Governo influencia as exportações e importações. No caso das exportações, podem ocorrer, por exemplo, desoneração de alguns tributos (IE, IPI, ICMS). No caso das importações, podem ocorrer estímulo/inibição por meio da adoção de redução/aumento de tributos (tarifárias) e creditícias, estabelecimento de cotas, especificações sanitárias, ecológicas, etc.

3.4 POLÍTICA DE RENDAS

Esta política visa estabelecer um controle sobre os preços e os salários. Isto quer dizer que o Governo pode interferir na renda (salários, lucros, aluguel e juros), afetando o comportamento dos agentes econômicos sob influência do mercado. Para inibir o processo inflacionário, inibe-se o consumo por meio do aumento da restrição orçamentária. Para estimular o processo de consumo, procura-se reduzir a restrição orçamentária.

4 CONCEITOS MACROECONÔMICOS

Exercícios relacionados: 4, 5, 6, 12, 14, 15, 23, 24, 31, 32, 34, 46.

Os conceitos de Produto, Renda e Despesa Agregados representam importantes medidas de desempenho econômico e bem estar da sociedade. O domínio desses conceitos constitui-se em um pré-requisito para o entendimento dos modelos macroeconômicos desenvolvidos a seguir, além de serem os determinantes do cálculo do Produto Interno Bruto (PIB). Neste sentido, a macroeconomia pode ser dividida em alguns mercados, quais sejam: Mercado de Bens e Serviços, Mercado de trabalho, Mercado Financeiro e Mercado de Divisas (Externo).

Mercado de bens e serviços: é o produto agregado (todos os bens e serviços produzidos) de uma economia, medido durante certo período de tempo a um determinado nível geral de preços (média de todos os preços), podendo ser definido como Produto Nacional.

Mercado de trabalho: representa a medição agregada de todos os trabalhos da economia a determinadas taxas de salário e de emprego.

Mercado financeiro: é onde os agentes superavitários se encontram com os agentes deficitários. Quando são comercializados títulos do governo, debêntures, ações, duplicatas, etc., é chamado de mercado de títulos. Quando são feitas transações financeiras de curto prazo a uma determinada taxa de juros afetando a liquidez e estoque monetário, é chamado de mercado monetário.

Mercado de divisas: é relativo às transações realizadas entre países (exportação, importação, remessa de lucros, etc.) onde os preços são comparados e convertidos a uma determinada taxa de câmbio.

4.1 MERCADO DE BENS E SERVIÇOS

O estudo macroeconômico trata da formação e distribuição do produto e da renda gerados pela atividade econômica, a partir de um fluxo contínuo que se estabelece entre os chamados agentes macroeconômicos: famílias, empresas, governo e resto do mundo. Esse fluxo (Fluxo Circular da Renda) precisa ser periodicamente mensurado, para se avaliar o desempenho da economia no período.

Esta mensuração, no âmbito do Mercado de Bens e Serviços, dará origem ao PIB. O preço, que representa uma média de todos os preços da economia também é chamado de nível geral de preços.

4.1.1 Produto Interno Bruto - PIB

O PIB mensura a produção de riquezas em um determinado país. Da mesma forma, pode medir a participação dos setores primário, secundário e terciário na atividade econômica. O objetivo é mensurar o valor da produção de bens e serviços finais de forma agregada e avaliado a preço de mercado, em um determinado período de tempo, usualmente de um ano (mede o desempenho da economia pelo fluxo anual de produção).

A medição do PIB pode se dar de acordo com três métodos independentes (produto final, renda agregada e demanda agregada), sendo que independente do método, todas as medidas serão iguais, ou seja, teremos apenas um PIB para um determinado país.

4.1.2 Método do Produto Final

Consiste na soma dos valores, a preços de mercado, de todos os produtos finais (bens e serviços) produzidos na economia durante determinado período de tempo. Este método está vinculado a um dos conceitos básicos, o do Produto Agregado, que é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos na economia durante determinado período de tempo.

Como há diferentes tipos de produtos (como alimentos, minérios, máquinas e serviços), não é possível obter a soma sem encontrar um denominador comum, que será a moeda adotada no país. O resultado é apresentado em unidades monetárias.

Como o valor do produto final já inclui os valores dos produtos intermediários, ao se considerar todos os bens

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produzidos, inclusive os intermediários, estar-se-ia cometendo o erro da múltipla contagem, ou seja, estaria somando várias vezes o insumo ao longo do processo produtivo. Para contornar isto, somam-se apenas os bens e serviços finais.

PIB = Produto = ∑∑∑∑ PiQi

Onde:

� Pi é o preço médio do produto i; � Qi é o bem ou serviço i; � PiQi é o valor da produção do setor i.

Existe um procedimento alternativo para se contabilizar o produto, que não pela soma direta dos bens e serviços finais produzidos. É a soma do Valor Adicionado (VA), definido como o valor que foi, em cada etapa produtiva, acrescido ou adicionado ao valor dos bens intermediários. Ao somar o VA em cada etapa produtiva, chega-se ao produto final da economia.

VA = VBP – BI, onde VBP é o valor bruto de produção, e BI é o consumo de bens e serviços adquiridos de outras unidades produtivas (Bens intermediários). Conclui-se que o VA é a remuneração dos fatores de produção.

PIB = ΣΣΣΣ VAi

Exemplo 1: suponhamos uma economia que produza apenas um produto: pão, com apenas três estágios de produção.

Note que o Produto Agregado medido pela soma dos Bens e Serviços Finais (no caso, o pão) é de 200, igual à soma do VA de todas as unidades produtivas (200).

Se somarmos o VBP, teríamos um valor de 450, o que estaria superdimensionando a verdadeira geração de riqueza desta sociedade. Neste caso, o PIB tem o valor de 200.

Exemplo 2: vamos supor a produção de automóveis onde o processo produtivo passa por quatro etapas.

Utilizando o raciocínio desenvolvido no exemplo 1, a soma do produto agregado é 45.

4.1.3 Método da Renda Agregada (Y)

A Renda Agregada representa a remuneração dos fatores de produção na economia. São os salários (remuneração do fator trabalho), juros (remuneração do capital monetário), lucros (remuneração do risco incorrido pelo empresário) e aluguéis (remuneração do proprietário do capital físico).

Se considerarmos o governo, acrescentaríamos ao VA os Tributos (remuneração do governo).

PIB = Y = ΣΣΣΣ (Salários, Juros, Lucros, Aluguéis)

ou

PIB = Y = C + S + T

Onde

C: parcela da renda nacional destinada ao consumo

S: parcela da renda nacional destinada à poupança

T: parcela da renda nacional destinada aos tributos (II + ID + CS + ORCG)

4.1.4 Método da Despesa Agregada (DA)

Realizada pelos agentes econômicos e representa as possíveis destinações do produto. Este método permite visualizar o comportamento do consumo dos agentes econômicos (famílias, organizações públicas e privadas, governo e outras instituições) e da arrecadação de tributos pelo Governo.

Seus componentes podem ser representados da seguinte forma:

Demanda Agregada (DA)

Representa a somatória dos componentes consumo, investimento, gastos do governo e saldo da balança comercial.

Consumo (C)

Representa a absorção interna, ou seja, o consumo de bens e serviços feito pelas famílias dentro da unidade territorial.

Investimento (I)

Representa o investimento realizado pelas organizações privadas mais a variação de estoques (Ve). Investimento é a aquisição de bens de produção ou bens de capital que visam aumentar a capacidade produtiva da economia, ou seja, capacidade de gerar rendas futuras. Também chamado de taxa de acumulação de capital.

Os componentes do investimento são: aquisições de máquinas e equipamentos e edificações (FBKF); e a variação de estoques (Ve), que é a diferença entre estoques finais e iniciais. A variação de estoques ocorre por meio de acumulação de capital, de bens intermediários quanto de bens finais. O investimento pode ser representado da seguinte forma:

I = FBKF + Ve

Os recursos utilizados para financiar os investimentos têm sua origem na Poupança Agregada, que é a parcela da Renda Agregada não consumida em um dado período. Podemos considerar que a renda não consumida materializa-se na aquisição de títulos do sistema financeiro. As empresas, ao emitirem tais títulos, tomam empréstimos no sistema financeiro.

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Ao considerarmos os investimentos, podemos introduzir o conceito de depreciação (Dep): Parcela dos Bens de Capital que é consumida a cada período produtivo por desgaste (vira sucata) ou por ficar obsoleto. Assim, nem toda a produção de bens de capital corresponde a um novo investimento, mas uma parcela destina-se a repor o que foi depreciado.

IL = IB – Dep

Onde:

IL: Investimento Líquido

IB: Investimento Bruto

Dep: Depreciação

Gasto do Governo (G)

Representa os gastos governamentais do Estado (União, Estados e Municípios). Nas contas nacionais são considerados os seguintes gastos: Gastos para manutenção da máquina pública (ministérios, secretarias, autarquias, etc.) e despesas de capital; Gastos das empresas públicas e sociedade de economia mista (esta conta entre no consumo interno, pois atuam no mercado privado); Gastos com transferências e subsídios (representa transferência financeira para o setor público e privado respectivamente).

Se os gastos públicos superam a arrecadação, tem-se o conceito de déficit primário ou fiscal. Se a arrecadação supera os gastos públicos, tem-se o conceito de superávit primário ou fiscal. Se incluir os juros nominais sobre o estoque da dívida pública, tem-se déficit ou superávit nominal. Se considerar os juros reais sobre o estoque da dívida pública, tem-se déficit ou superávit operacional.

Absorção externa (NX)

Representa a absorção externa, ou seja, o saldo comercial entre as exportações líquidas e as importações de bens e serviços não-fatores (NX = X-M).

A figura a seguir simplifica o conceito de demanda agregada.

A função que representa este método pode ser escrita da seguinte forma:

PIB = DA = C + I + G + (X-M)

Os conceitos de Produto, Renda e Despesa são equivalentes. Em cada etapa do processo produtivo, o valor adicionado, ao excluir do produto o gasto com insumos

intermediários, nada mais é do que a remuneração dos fatores, isto é, salários, juros, lucros, aluguéis e tributos.

A igualdade entre produto e despesa agregada decorre das possíveis destinações da produção agregada. Essas relações podem ser entendidas com base no fluxo circular da renda.

Ao produzir os bens e serviços a serem consumidos pelas famílias, as empresas utilizam os fatores de produção fornecidos pelas famílias. Ao serem utilizados, os fatores são remunerados, permitindo às famílias auferir uma renda que é destinada a aquisição de bens e serviços produzidos pelas empresas ou a poupança.

4.1.5 Identidade macroeconômica básica

PIB ≡≡≡≡ DA ≡≡≡≡ Y

PIB ≡≡≡≡ DA; a despesa agrega as possíveis destinações do produto.

PIB ≡≡≡≡ Y; a adição de valores, em cada etapa de produção, corresponde exatamente à remuneração de fatores.

4.1.6 Economia fechada e sem governo

Ao considerar uma economia fechada e sem governo, analisa-se somente a relação entre as famílias e as empresas e pode ser representada das seguintes formas:

Y = C + S

DA = C + I

Y = DA

C + I = C + S

S = I

4.1.7 Inclusão do Governo no modelo

Como governo entende-se apenas as funções típicas: administração direta, judiciário, legislativo, provisão de segurança nacional e outros, excluindo as empresas estatais que oferecem bens e serviços no mercado, cobrando um preço ou tarifa, sendo consideradas como empresas na Contabilidade Nacional.

Neste sentido, cria-se um novo destino para a renda das famílias e das empresas que agora, além de servir para o consumo e poupança, parte deve ser destinada ao pagamento de tributos (T).

Y = C + S + T

Além disso, os gastos do governo irão representar aquisição de bens e serviços pelo governo, e a despesa agregada será:

DA = C + I + G

Como Y=DA

S + T = I + G

S – I = G – T (esta relação influencia a curva IS)

Ou seja, sempre que houver déficit público (G>T), deverá ocorrer excesso de poupança do setor privado, para financiar o governo, isto é S > I. Com a introdução do governo, podemos chegar a dois outros conceitos de Produto ou PIB: PIB a preço de mercado (PIBpm) e a custo de fatores (PIBcf).

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Em função de o governo tributar as empresas com impostos indiretos, que serão repassados para o preço dos produtos, haverá diferença entre o preço do produto no mercado e o custo de produção do mesmo, sendo que em geral o preço de mercado será maior que o custo de produção.

Deste modo, nem toda a receita proveniente da venda de mercadoria vai para a remuneração dos fatores envolvidos no processo produtivo.

Por outro lado, algumas empresas recebem subsídios do governo, isto é, o pagamento pelo governo de parte dos custos de produção, fazendo com que o preço de venda seja menor que a remuneração dos fatores de produção. sinteticamente: � subsídio (subs): preço de venda < remuneração dos

fatores de produção. � Imposto indireto (II): preço de venda > remuneração

dos fatores de produção.

Quando incluímos no cálculo do PIB os impostos indiretos e subtraímos os subsídios temos: � preço de mercado (Pm): preço pago pelos

consumidores à partir dos valores transacionados no mercado.

Quando excluímos os impostos indiretos e incluímos os subsídios temos: � custo de fatores (cf): valor recebido pelos produtores

para cobrir custos de produção. É o preço da produção antes dos impostos indiretos mais subsídios.

Pib pm = pib cf + (impostos indiretos – subsídios)

Genericamente: xx pm = xx cf + (ii-subs)

4.1.8 Inclusão do comércio exterior no modelo

Ao incluirmos o setor externo, temos duas questões chaves:

1. Transações com o exterior de bens e serviços.

Com a possibilidade do mercado externo, parte de nossa produção será destinada ao mercado externo, assim como parte de nossos gastos serão em bens e serviços produzidos em outros países. Neste caso, temos impactos nas identidades macroeconômicas vistas anteriormente:

Y = C + I + G + X – M, onde o primeiro termo é a oferta interna e o segundo é demanda interna (oferta = demanda)

Y + M = C + I + G + X, onde o primeiro termo é a oferta agregada global e o segundo é demanda agregada global (oferta = demanda)

Y = C + S + T

Y = C + I + G + X – M

Igualando:

S + T = I + G + X – M

Rearranjando os termos:

(X – M) = (S – I) + (T – G)

Essa identidade, também conhecida como modelo de três hiatos, mostra que, no caso de superávit das exportações sobre as importações (x-m>0), deve ocorrer superávit ou no setor privado (s-i>0) ou no governo (t-g>0), ou em ambos. Esta relação influencia a curva IS. No caso do Brasil, como tínhamos uma situação de déficit no setor externo e no governo (déficits gêmeos, como ocorre hoje nos estados unidos), havia uma necessidade de geração de poupança por parte do setor privado (s>i).

4.1.9 Depreciação (bruto e líquido)

Como o PIB ou Produção também é formado de bens de investimento, temos mais um conceito:

Depreciação = PIB – PIL

ou

PIL = PIB – Depreciação

A diferença entre variáveis no conceito Bruto e variáveis no conceito Líquido é a inclusão ou não da depreciação, conforme quadro a seguir:

2. Transações realizadas com fatores de produção.

As empresas sediadas no país podem utilizar trabalho e capital vindo do resto do mundo que devem ser remunerados, tal remuneração represente envio de renda para o exterior, na forma de juros da dívida externa, remessa de lucros, pagamento de royalties e assistência técnica (REE). Também pode haver empresas de residentes que vendem trabalho e capital para empresas situadas no exterior, e que recebem renda por essa venda (RRE).

Renda líquida enviada ao exterior (RLEE) é a diferença entre o que é pago por fatores de produção externos utilizados internamente e o que é recebido do exterior por fatores de produção nacionais empregados em outros países.

RLEE = REnvExt - RRecExt

RLEE: Saldo da renda dos fatores de produção (diferença entre REE e RRE, a título da remuneração dos fatores de produção: juros; lucros; royalties e salários. A partir desta definição temos mais um conceito:

PNB: Valor de todos os bens e serviços finais, produzidos por fatores de produção domésticos, em um período, avaliado a preço de mercado.

O PIB diz respeito a produção cuja renda é gerada dentro dos limites do território do país, sem levar em consideração se os fatores de produção são de propriedade de residentes ou não-residentes. Já o PNB refere-se à produção cuja renda é de propriedade de residentes do país (nacionalidade), independente de essa renda ter sido gerada em outro país.

PNB = PIB – RLEE

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ou

PNB = PIB – REE + RRE

Assim como:

PNL = PIL - RLEE

Além destes conceitos, temos outros:

RENDA NACIONAL LÍQUIDA A CUSTO DE FATORES (RNLcf ou PNLcf)

Reflete a remuneração aos fatores de produção dos residentes.

PIBpm - RLEE = PNBpm

PNBpm – Depr = PNLpm

PNLpm – (II – Subs) = PNLcf = RNLcf (Produto=Renda)

RENDA PESSOAL DISPONÍVEL (RPD)

Nível de Renda disponível para as famílias para seus gastos de consumo e poupança. Procura medir o quanto da renda gerada no processo econômico fica em poder das famílias.

CARGA TRIBUTÁRIA: A carga tributária bruta é o total de tributos arrecadados pelo governo. No entanto, parte desses tributos retornam ao setor privado em forma de transferências e subsídios. Portanto, se deduzirmos da carga tributária bruta os subsídios e as transferências, chegaremos à carga tributária líquida.

CTB: Carga Tributária Bruta

CTB = II + ID + CS + ORCG

CTL: Carga Tributária Líquida

CTL = CTB – (TRF + Subs)

Ïndice de CTL:

ICTL = (CTL / PIBpm)

Problemas com a mensuração do PIB:

� Economia Subterrânea ou Informal: estimada em 30% do PIB brasileiro (com base no mercado de trabalho informal), compreende as transações que geram bens e serviços que não podem ser medidas pelo PIB: segundo emprego (bico) não declarado, trabalhar enquanto recebe seguro-desemprego, emprego não

registrado em carteira e folha de pagamento, trabalhar em atividades não declarados (camelôs), produção de bens não declarados (artesanato), transações ilegais (roubo, suborno, contrabando, agiotagem, jogo, prostituição e drogas);

� Atividades não comercializadas, que podem ser medidas de maneira precária: serviços públicos, trabalhos voluntários e serviços domésticos.

4.1.10 PIB nominal E PIB real

Como vimos, o PIB pode ser medido sob três óticas, e será o resultado de toda a produção de bens e serviços finais em um determinado ano, medido a preços de mercado. Como há variedades de produto, há a necessidade de se somar a produção em termos monetários, utilizando os preços do ano de coleta dos dados.

Entretanto, quando mensuramos a preços do ano corrente, há a impossibilidade de comparar a evolução do PIB ou Produto ao longo do tempo. Para isso, é preciso converter toda a produção física a preços de um ano escolhido como base. Em síntese, o PIB nominal refere-se à produção a preços correntes (no período de mensuração).

PIB 2006 = ∑∑∑∑ Pi2006Qi2006

PIB 2007 = ∑∑∑∑ Pi2007Qi2007

PIB 2008 = ∑∑∑∑ Pi2008Qi2008

Como podemos ver pela fórmula, a variação do PIB nominal ocorre em função de um acréscimo na produção física e/ou nos preços. Entretanto, o que interessa em termos de crescimento econômico são as alterações em Q, na produção real. Portanto, o PIB real refere-se à produção a preços constantes (preços em um período base), refletindo a variação do PIB real em função de variações na produção física. Por exemplo, se o ano escolhido como base é o de 1991, teríamos a evolução do PIB real como:

PIB 2006 = ∑∑∑∑ Pi2006Qi2006

PIB 2007 = ∑∑∑∑ Pi2006Qi2007

PIB 2008 = ∑∑∑∑ Pi2006Qi2008

As quantidades físicas produzidas em um determinado ano estaria sendo ponderada pelos preços das mercadorias no ano base, que no caso é o de 2006. Para obter-se a diferença entre o PIB nominal e real aplica-se o deflator do PIB, convertendo valores correntes em constantes.

PIB Real = (PIB nominal / Deflator) * 100

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4.1.11 Números índices

Em função do valor do dinheiro no tempo, podemos construir números índices para o cálculo da inflação. Como exemplo, segue valores de inflação mensal: JAN FEV MAR ABR MAIO JUN 0,5% 0,4% 0,55% 0,45% 0,5% 0,48%

Para verificar a inflação acumulada em fevereiro, faremos:

[(0,5/100+1)x(0,4/100+100)-1]x100=[(1,005x1,004)-1]x100 =

0,902% => 0,90%.

Estendendo o cálculo para os demais meses, teremos os seguintes valores para a inflação acumulada: JAN FEV MAR ABR MAIO JUN 0,5% 0,9% 1,46% 1,91% 2,42% 2,91%

Agrupando a inflação mensal, acumulada e base 100 teremos: JAN FEV MAR ABR MAIO JUN 0,5% 0,4% 0,55% 0,45% 0,5% 0,48% 0,5% 0,9% 1,46% 1,91% 2,42% 2,91% 100,50 100,90 101,46 101,91 102,42 102,91

4.1.11.1 Laspeyres, Paasche e Fisher

Esses tipos de índices são mais complexos que o anterior, pois expressam as variações de preços, quantidade e do produto de um conjunto de itens. O Índice de Laspeyres utiliza como fator de ponderação os preços e quantidades da data base. O Índice de Paasche utiliza como fator de ponderação os preços e as quantidades da época atual ou presente. O índice de Fischer utiliza a média geométrica dos resultados dos dois anteriores.

Como o índice de Fischer é a média geométrica entre o Índice de Laspeyres e o índice de Paasche, tem-se a seguinte relação:

L < F < P.

4.1.12 Sistema de Contas Nacionais

Considerações iniciais sobre Contabilidade Nacional

� As contas procuram medir a produção corrente: Os bens de segunda mão produzidos em períodos anteriores não são considerados. Neste caso, somente é considerada a remuneração do vendedor, pois é um serviço.

� Fluxo de contas: normalmente se considera um período de um ano. As variáveis consideradas ao longo do período, como valor das exportações (X), consumo agregado (DA), PIB, são denominadas de variáveis fluxo. Já as variáveis tomadas em determinado ponto

do tempo, como nível de emprego, saldo dos meios de pagamento, dívida pública, são denominadas de variáveis estoque.

� A moeda é neutra: como é considerada apenas uma unidade de medição e instrumento de trocas, não interfere na contabilidade social, uma vez que são considerados apenas os agregados reais.

À medida que nos aproximamos da realidade, o fluxo circular da renda simplificado torna-se cada vez menos útil. Para retratar as relações entre os agentes econômicos em uma sociedade complexa, foram desenvolvidos dois instrumentos: Matriz Insumo-Produto e Sistema de Contas Nacionais. A Matriz Insumo-Produto (também conhecida como Matriz de relações intersetoriais ou Matriz de Leontief) foi criada por Wassily Leontief, é a mais completa, pois necessita de informações sobre produtos intermediários. Já o Sistema de Contas Nacionais, elaborado por Richard Stone e adotado pela ONU tem sido o mais difundido, por ser mais operacional, já que inclui apenas as transações entre bens e serviços finais.

É baseado em quatro contas1, relativas à produção, apropriação (ou utilização da renda), a relativa às transações com o resto do mundo e a acumulação (ou formação de capital) dos agentes econômicos (famílias, empresas, setor público e setor externo).

1. Conta Produto Interno Bruto (produção).

2. Conta Renda Nacional Disponível Líquida (apropriação).

3. Conta Transações Correntes com o Resto do Mundo.

4. Conta de Capital (acumulação).

Os lançamentos são feitos de acordo com o tradicional método das partidas dobradas. Como complemento, apresentamos também a Conta Corrente das Administrações Públicas, embora sem apresentar contrapartida com as demais contas do sistema. Apresenta no lado do débito o pagamento das unidades produtivas aos fatores de produção, incluindo os impostos indiretos (menos os subsídios), e do lado do crédito o que as empresas receberam dos agentes que adquiriram os bens e serviços finais.

2. Conta Renda Nacional Disponível Líquida

Descreve, no lado do débito, como as famílias e o governo utilizam a renda recebida (consumo ou poupança), e do lado do crédito as rendas recebidas pelas famílias e pelo

1 Além destas quatro, existe outra conta chamada Conta Corrente do

Governo, mas resolvemos seguir a linha de quatro contas.

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governo mais o resultado líquido dos recebimentos e transferências com o exterior.

3. Conta Transações Correntes com o Resto do Mundo

Registra-se, no lado do débito, os gastos dos não residentes com os bens e serviços produzidos internamente (exportações de bens e serviços não-fatores), os rendimentos e as transferências recebidas do resto do mundo (rendas e donativos) bem como a poupança externa. No lado dos créditos, registra-se as compras realizadas por residentes de bens e serviços produzidos no exterior e os pagamentos e transferências pagas aos não residentes. Os recebimentos e pagamentos são indicados do ponto de vista do resto do mundo.

4. Conta de Capital

Lançam-se os gastos com a formação de capital, incluindo a depreciação, no lado do débito, e no crédito registra-se a fonte dos recursos para os investimentos, ou seja, a poupança dos agentes econômicos (famílias, governo, empresas e setor externo).

Ao analisar o sistema de contas em seu conjunto, podemos notar que cada um dos lançamentos em uma conta tem como contrapartida lançamento em outra conta (basta notar a numeração de cada item na conta).

Para cada lançamento credor (devedor) em determinada conta, devemos ter um lançamento devedor (credor) em outra conta.

5. Conta Complementar do Governo

Complementando as quatro contas, temos a conta corrente das administrações públicas, onde são discriminadas as transações correntes do governo. São lançados apenas as despesas e receitas correntes do governo, não incluindo as despesas de capital (investimento público) que estão somadas aos investimentos privados. A poupança interna, que é o saldo da conta Renda Nacional Disponível Líquida, não discrimina qual parcela é do governo e qual é do setor privado. Assim, para obter a poupança do setor privado, devemos subtrair da poupança interna a poupança corrente do governo:

Poupança do Setor Privado = Poupança Interna (ou Bruta) – Poupança do Governo

A representação da conta é da seguinte forma:

4.1.13 Contas nacionais no Brasil

As contas nacionais no Brasil, seguem as recomendações da ONU, apresentando a diferença de não incluir a depreciação, o que leva a se ter a Conta Renda Nacional Disponível Bruta.

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4.2 MERCADO DE TRABALHO

Exercícios relacionados: 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100.

O mercado de trabalho pode ser entendido como compra e venda de serviços de mão-de-obra, representando um ambiente, onde trabalhadores e empresários, se confrontam.

Blanchard (2001, p. 116) faz uma analogia a respeito do fluxo de trabalhadores no mercado de trabalho. Ele imagina

um aeroporto, onde há decolagens e pousos de aeronaves a todo instante.

Neste contexto, muitos passageiros entram e saem constantemente devido aos processos de embarque e desembarque das aeronaves lá estacionadas.

As causas desta movimentação podem ser:

� Os vôos que decolam e que chegam;

� O mau tempo, que causa o atraso destes vôos.

A quantidade de passageiros que se encontra no aeroporto, pode ser o mesmo em ambas as situações, mas em condições diferentes.

No primeiro caso, há passageiros entrando para pegar o vôo para algum destino. Há ainda, passageiros que desembarcaram em algum vôo de chegada. Da mesma forma, a taxa de desemprego pode refletir esta movimentação, mas em um mercado aquecido economicamente. Existem trabalhadores que se demitem no mercado de trabalho, por questões pessoais, na procura de oportunidades melhores e há aqueles que são demitidos, por ações estratégicas das firmas. Neste contexto, o desemprego considerado é o friccional e tem relação com a taxa de rotatividade de mão-de-obra.

Já no segundo caso, onde o mau tempo está presente, os passageiros que se encontram no aeroporto estão sem mobilidade. Analogicamente, pode-se dizer que é um mercado de trabalho esclerosado, com poucas contratações e poucos desligamentos, onde o reflexo mostra um contingente de trabalhadores estagnados.

No mesmo sentido, o tipo de desemprego característico deste caso é o involuntário, pois não há intenção dos trabalhadores ficarem sem emprego, bem como não há intenção dos passageiros em ficarem estacionados no aeroporto. Há que considerar também que, dentro de um processo de negociações coletivas, pode ocorrer em alguns casos, uma interferência do Estado, que junto com as empresas e trabalhadores, determinam conjuntamente os níveis de salários, de emprego, as condições de trabalho e os demais aspectos relativos às relações entre capital e trabalho.

Em sentido mais estrito, a ação conjunta da oferta e demanda de trabalho determinam o nível de salário e de emprego de equilíbrio. Se para determinado grupo de trabalhadores a oferta é maior do que a demanda, haverá desemprego. Se a demanda for maior do que a oferta, haverá falta de mão-de-obra. Há que se fazer então, uma pequena diferenciação entre mercado formal de trabalho e mercado informal de trabalho.

� Mercado formal de trabalho: contempla as relações contratuais de trabalho, em grande parte determinadas pelas forças de mercado, ao mesmo tempo em que são objeto de legislação específica que as regula;

� Mercado informal de trabalho: é o mercado em que prevalecem regras de funcionamento com um mínimo de interferência governamental.

O mercado de trabalho não pode ser analisado de forma independente do contexto da economia, os salários, emprego, desemprego, rotatividade e produtividade, são condicionados pelo nível e pela flutuação da atividade econômica, tanto no curto prazo como no longo prazo.

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4.2.1 Adam Smith

Na visão de Smith, a desigualdade é vista como um incentivo ao trabalho e ao enriquecimento, pois os pobres desejam ficar ricos e atingir o nível das classes ricas, sendo por isso, uma condição fundamental para que as pessoas tomem atitudes e tentem melhorar suas condições de vida.

Smith prega o progresso econômico como condição para resolver o problema de equidade e justiça social, através de um sistema de mercado que se auto-regula.

Desta forma, cada indivíduo que buscasse seu bem estar (sob o ímpeto aquisitivo), estaria contribuindo para o bem estar coletivo, pois a somatória de todos os esforços individuais traria como conseqüência, o bem estar social para toda a sociedade.

Para atingir esta condição, a riqueza das nações cresceria, somente se os governos não inibissem este crescimento concedendo privilégios especiais que impediriam o sistema competitivo de exercer seus efeitos benéficos.

Em outras palavras, pregava a não interferência dos governos no sistema econômico, restringindo-o somente, às atividades básicas da sociedade, tais como saúde, educação, proteção, etc.

Portanto, a economia seria regulada pelas forças de mercado, sendo que uma das grandes contribuições de Adam Smith para o Pensamento Econômico, é exatamente a chamada "Teoria da Mão Invisível".

Neste sentido, há uma polêmica contra as medidas restritivas do sistema mercantil, que favorecem monopólios no país ou no comércio exterior.

Para este autor todos aplicam o seu capital para que ele renda o mais possível. A pessoa ao fazer isto não tem em conta o interesse geral da comunidade, mas sim o seu próprio interesse – neste sentido é egoísta.

O que Adam Smith defende é que ao promover o interesse pessoal, o indivíduo acaba por ajudar na prossecução do Interesse Geral e coletivo. Os homens agindo segundo seus próprios interesses, sem perceber, acabam por se ajudar mutuamente, sendo conduzidos e guiados por uma espécie de Mão Invisível.

No mercado, onde há oferta e demanda dos produtos, graças à mão invisível não há necessidade de fixar o preço. Por exemplo, a Inflação é corrigida por um reequilíbrio entre Oferta e Demanda, o qual seria atingido e conduzido pela Mão Invisível. Este equilíbrio natural é, pois, toda a base de argumentação do Livre Mercado que Adam Smith preconiza.

Para Smith, a mão invisível não funcionaria adequadamente se houvesse impedimentos ao livre comércio. Criticava os altos impostos e as intervenções do governo, pois afirmava resultar em uma economia menos eficiente e por conseqüência, geradora de menos riqueza.

O conceito de mão invisível de Adam Smith foi baseado na expressão francesa laissez faire (deixar fazer), que significa que o governo deveria deixar o mercado e os indivíduos livres para lidar com seus próprios assuntos, porém, reconhece que devem existir interferências do Estado na sociedade, pelo menos, deve desempenhar 3 funções:

� Manutenção da Segurança Militar;

� Administração da Justiça;

� Erguer e manter certas instituições públicas.

Adam Smith acredita que a intervenção do Estado noutros domínios para além de ser inútil é também prejudicial.

Para ele, o comércio implica uma liberdade de circulação. Assim podem-se adquirir mais quantidades a menores preços no estrangeiro, sendo que essa liberdade deve ser procurada, nem que implique em desigualdade (não esquecer que um dos fundamentos de Adam Smith é a tal desigualdade geradora do crescimento).

Para este autor o progresso pode ser dividido em 4 etapas: caça; pastoril pré-feudal; sociedade agrícola; sociedade comercial. Neste modelo, a passagem faz-se através de transformações na propriedade. Atingida a sociedade comercial, só existe uma fonte de crescimento econômico: a Divisão do Trabalho.

Marx copiou estes estágios de Smith, mas a diferença é que aquele atribui a evolução à luta de classes, enquanto este atribui à própria natureza humana, dirigida pelo desejo pessoal e pelo uso da razão na procura de bem estar social.

4.2.2 David Ricardo

Ricardo fazia distinção entre a noção de valor e a noção de riqueza.

� O Valor era considerado como a quantidade de trabalho necessária à produção do bem, contudo não dependia da abundância, mas sim do maior ou menor grau de dificuldade na sua produção.

� Já a riqueza era entendida como os bens que as pessoas possuem, bens que eram necessários, úteis e agradáveis.

O preço de um bem era o resultado de uma relação entre o bem e outro bem. Esse preço era representado por uma determinada quantidade de moeda, obviamente que variações no valor da moeda implicam variações no preço do bem.

Ricardo definia o Valor da Moeda como a quantidade de trabalho necessária à produção do metal que servia para fabricar o numerário. Analiticamente:

� Se o Valor da Moeda variasse, o preço do bem variava, mas o seu Valor Não. Em outras palavras, o preço nominal é o estampado na mercadoria, em função das forças de mercado, já o valor real é o verdadeiro preço, pois considera o processo inflacionário.

A teoria de David Ricardo é válida para bens reproduzíveis (Por exemplo, um objeto de arte tem valor pela sua escassez e não pela quantidade de trabalho que lhe está inerente).

Tal Como Adam Smith, Ricardo admitia que a qualidade do trabalho contribuía para o valor de um bem.

4.2.3 Princípio Rendimentos Decrescentes

Sua principal contribuição foi o princípio dos rendimentos decrescentes, devido à renda das terras. Tentou deduzir uma teoria do valor a partir da aplicação do trabalho. Esta visão será detalhadamente explicada no subitem “A função de produção e o produto marginal do trabalho”, dentro do tópico “Demanda de Trabalho”.

Outra contribuição foi a Lei do Custo Comparativo, que demonstrava os benefícios advindos de uma especialização

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internacional na composição dos commodities do comércio internacional.

Este foi o principal argumento do Livre Comércio, aplicado pela Inglaterra, durante o século XIX, exportando manufaturas e importando matérias primas.

4.2.4 A Renda

A Renda deveria ser tal de forma a que permitisse ao rendeiro a conservação do seu lucro à taxa de remuneração normal dos seus capitais.

O seu peso no rendimento depende das condições de produção. Quem trabalha em melhores condições paga mais renda, contudo, quem acabava por pagar essa renda, era na realidade o consumidor final.

Para exemplificar, vamos considerar que o valor do aluguel de uma pequena loja em uma avenida movimentada seja, digamos, R$2.000,00. Para o mesmo tipo de loja, considerando a mesma área e produtos, o aluguel em um grande Shopping seria, talvez, R$ 3.500,00. Esta é a diferença que David Ricardo Preconiza.

Eis uma grande diferença relativamente a Adam Smith, pois Smith acreditava que a Renda era a diferença entre o Rendimento e o Somatório dos Salários e dos Lucros.

4.2.5 O Salário

O trabalho era visto como uma mercadoria.

Há a distinguir duas noções de preços de salários, a saber:

� Preço Corrente ou de mercado: Salário determinado pelo jogo de mercado e pelas forças da procura e da oferta;

� Preço Natural: O Salário que permitia subsistir e reproduzir sem crescimento nem diminuição. Poderemos considerar, não exatamente de acordo com o conceito de livre mercado, que a política de salário mínimo seja um exemplo (estamos forçando uma comparação, já que este significa um piso salarial instituído por lei, ou seja, há intervenção do governo).

O Preço Natural não é constante. Varia de acordo com o caso específico de cada país, das épocas, ou seja, depende da conjuntura econômica e do cenário contextual em que se esteja inserido.

Este preço tende a elevar-se levando-se em consideração, por exemplo, o fato de o bem-estar passar a incluir objetos (bens de consumo) que antes eram considerados de luxo.

Considera-se também que com o progresso tecnológico e principalmente social, esses bens de consumo se tornam mais baratos e essenciais, portanto, acessíveis a uma parcela maior da população.

Neste raciocínio, haverá uma tendência crescimento na produção (aumento da oferta) dos bens e conseqüentemente, um aumento de produtividade, resultando em um aumento do salário natural, pois a quantidade de oferta de trabalho, a curto prazo, não se altera.

Duas situações podem ocorrer:

� Se o preço de mercado for maior que o Preço Natural , existirá a tendência a viver melhor, e com mais condições de vida. Este fato levará a uma tendência para uma maior reprodução. Com a reprodução subirá

a população. Esta subida da População levará a um aumento do número de trabalhadores (um aumento da procura de trabalho, ou seja, aumenta a oferta de trabalho) e consequentemente os salários praticados acabarão por descer para o nível do preço natural;

� Se o preço natural for superior ao preço de mercado, a qualidade de vida das populações será menor, estabelecendo-se um raciocínio antagônico ao anterior, isto é, tendência para a menor reprodução, o que baixará a procura de trabalho (diminuirá a oferta de trabalho). Esta diminuição da procura de trabalho levará a uma subida dos salários.

Exploraremos esta com maior detalhe quando tratarmos da relação entre renda e lazer, subsidiariamente do salário de restrição.

4.2.6 Os Lucros

Smith considerava que a Renda era a diferença entre o Rendimento e os Salários + Lucros (variável explicativa).

Renda = Rendimento – Salários - Lucros

Ricardo por outro lado, estabelece que os Lucros (variável dependente) é a diferença entre o Rendimento e a somatória dos Salários e da Renda.

Lucros = Rendimentos – Salários - Renda

4.2.7 A teoria do Crescimento

Para Ricardo o crescimento depende da acumulação de capital, logo, depende da sua taxa de crescimento, isto é do Lucro. Neste aspecto, parte-se da identidade:

S ≡ I

Ou seja, a poupança (S) viabiliza o investimento (I).

Para Ricardo a existência de uma taxa de lucro elevada, implica um maior crescimento econômico. Esse maior crescimento econômico levará a existência de uma poupança mais abundante, que permitirá a sua canalização para o Investimento.

Desenvolvimento econômico é assegurado pelo aumento do emprego e também pela melhoria das técnicas de produção.

Já o comércio tem pouca importância no crescimento econômico, sem deixar de ser necessário. A sua importância releva da teoria das vantagens comparativas, pois permite que com a maior exportação, possamos importar mais e mais barato.

Portanto, Ricardo defende que enquanto existir evolução da taxa de lucro, o crescimento estará assegurado. Contudo, o lucro como variável depende de outras variáveis, mais concretamente dos salários e da renda, fornece subsídio para que se comece a desenhar uma das contradições do sistema capitalista, que Marx irá explorar, mais concretamente, a tendência para a baixa da taxa de lucro.

4.2.8 Karl Marx

Partindo da teoria do valor, exposta por David Ricardo, Karl Marx, seu principal propugnador, postulou que o valor de um bem é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para sua produção.

Segundo Marx, o lucro não se realiza por meio da troca de mercadorias, que se trocam geralmente por seu valor, mas sim em sua produção.

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Desta forma, os trabalhadores não recebem o valor correspondente a seu trabalho (o desempenhado no processo produtivo), mas só o necessário para sua sobrevivência.

Nascia assim o conceito da mais-valia, diferença entre o valor incorporado a um bem e a remuneração do trabalho que foi necessário para sua produção. Não é essa, porém, para Marx, a característica essencial do sistema capitalista, mas precisamente a apropriação privada dessa mais-valia.

A partir dessas considerações, Marx elaborou sua crítica do capitalismo numa obra que transcendeu os limites da pura economia e se converteu numa reflexão geral sobre o homem, a sociedade e a história.

4.2.9 Mais Valia

Marx afirmava que a força de trabalho era transformada em mercadoria e o valor de força de trabalho corresponde ao socialmente necessário.

Pela concepção clássica, o que o trabalhador recebe é o salário de subsistência, ou seja, é o mínimo que assegura a manutenção e reprodução do trabalho.

Apesar de receber um salário de subsistência, o trabalhador acaba por criar um valor agregado durante o processo de produção, ou seja, fornece mais do que aquilo que custa, sendo que é esta diferença que Marx chama de Mais Valia.

Neste sentido, os capitalistas e os proprietários, procuram aumentar os seus rendimentos diminuindo o dos trabalhadores. É exatamente esta situação de exploração da força de trabalho pelo Capital que Marx mais critica.

Marx critica a essência do Capitalismo, que reside precisamente na exploração da força de trabalho pelo produtor capitalista, e que segundo Marx, um dia haverá de levar à revolução social.

4.2.10 A Teoria do Valor de Marx

Marx alterou alguns fundamentos da economia clássica, estabelecendo uma distinção entre valor de uso e valor de troca:

� Valor de Uso: Representa a utilidade que o bem proporciona à pessoa que o possui;

� Valor de Troca: Este exige um valor de uso, mas não depende dele.

Tal como Ricardo, Marx acredita que o valor de troca depende da quantidade de trabalho despendida, contudo, a quantidade de trabalho que entra no valor de troca é a quantidade socialmente necessária (quantidade que o trabalhador gasta em média na sociedade e que, obviamente, varia de sociedade para sociedade).

Por outro lado, os equipamentos, não davam valor, apenas transmitiam uma parte do seu valor às mercadorias, não contribuindo, portanto, para a formação de valor.

Para Marx existe uma apropriação do fruto do trabalho, que em sua essência, não pode ser considerado um roubo pelo capitalista, porque ao fim e ao cabo, o trabalhador está sendo pago para fazer aquele trabalho.

4.2.11 A subordinação da classe trabalhadora

Karl Marx defende que o trabalhador é origem do valor. Sendo ele a origem do valor, entretanto há uma tendência para o empobrecimento do trabalhador.

A oferta do trabalho depende da evolução demográfica, da procura do capital investido e também do Progresso. O Progresso técnico é inerente ao Capitalismo, logo com o progresso técnico a procura de trabalho tende a descer.

Marx diz também que a baixa na procura do trabalho não leva à diminuição sucessiva do trabalho, pois os Sindicatos não o permitem, contudo, os operários são reduzidos à miséria, pois não podem trabalhar.

Isto cria um problema aos trabalhadores menos qualificados, que terão de se reciclar para poderem trabalhar nos novos empregos.

4.2.12 Mercado de trabalho na Economia Keynesiana

O princípio da demanda efetiva é uma grande inovação proposta por Keynes e antagoniza a Lei de Say (A oferta cria sua própria procura).

Os Postulados

1º Postulado: “O salário é igual ao produto marginal do trabalho”.

Keynes afirma existir apenas a curva de demanda de trabalho definida pelo empresário quando estabelece um nível de salário nominal compatível com o nível de preço que maximiza sua expectativa de lucro.

Ou seja, somente os empresários podem decidir o nível do salário nominal, dado que se os salários são iguais à produtividade marginal do trabalho, eles não pagarão salários acima desse nível. Seria irracional para a firma maximizadora de lucro.

De outra forma, dado um nível crescente de demanda efetiva numa situação de inelasticidade de oferta de fatores de produção, um aumento do emprego implica necessariamente uma diminuição do produto marginal, logo, dos salários medidos em termos desse produto.

Neste sentido, Keynes considera que somente os empresários podem decidir sobre os salários nominais e neste caso, o nível de salário nominal deve ser compatível com o nível de preço que maximiza sua expectativa de lucro. Assim, os trabalhadores podem negociar apenas um mínimo de salário nominal (ex-ante), dado que o real (ex-post) depende da variação dos preços, sobre o que eles não têm controle (informação assimétrica).

Já a escola a escola clássica pressupôs a existência de um mercado de trabalho, onde os empresários e trabalhadores, se defrontariam em igualdade de condições para negociar o nível do salário real (informação simétrica).

2º Postulado: “A utilidade do salário, quando se emprega determinado volume de trabalho, é igual a desutilidade marginal desse mesmo volume de emprego”.

Segundo a teoria clássica do emprego se a um determinado nível de salário nominal vigente existem pessoas desempregadas, é porque os trabalhadores acordaram no sentido de não trabalhar com um salário menor (conceito de salário de restrição). Caso aceitassem uma redução dos seus salários nominais estes poderiam cair até o ponto em que a redução dos custos induzisse os investimentos ao nível do pleno emprego de fatores, compatível somente com dois tipos de desemprego:

� O friccional: Que é decorrente de uma imperfeição temporária do mercado, de erros, de quebras de expectativas dos empresários, ou ainda do processo de

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mudança constante de emprego de uma parcela de trabalhadores.

� O voluntário: Que é decorrente da recusa ou incapacidade de parcela dos trabalhadores aceitarem uma remuneração igual a sua produtividade marginal.

KEYNES contrapõe-se a essa visão argumentando que uma redução absoluta do salário nominal pode ocasionar desemprego voluntário, mas resulta também em desemprego involuntário.

4.2.13 Influências dos salários nominais e/ou reais sobre a determinação da demanda efetiva e do emprego.

Para a teoria clássica, uma redução do salário nominal aumenta o emprego. Já para Keynes, só haveria aumento de emprego se a demanda efetiva se mantivesse constante. A questão é que a redução dos salários nominais pode implicar uma redução da demanda efetiva, dependendo dos preços, já que pode diminuir o poder de compra dos trabalhadores.

Uma redução dos salários nominais aumentaria o emprego somente se a propensão a consumir, a eficiência marginal do capital e a taxa de juros, permanecessem constantes.

Neste sentido, as alterações de uma redução de salário nominal podem causar:

� Sobre a propensão marginal a consumir: Uma redução dos salários nominais mesmo que repassada totalmente aos preços não os reduz na mesma proporção, dado que não são compostos somente por salários, logo, reduz-se o poder de compra dos trabalhadores (demanda efetiva).

� Sobre a eficiência marginal do capital: Uma redução do salário nominal pode ser favorável à eficiência marginal do capital se isto cria a expectativa que esta baixa tenha atingido seu limite máximo, de forma que, no futuro, a tendência é aumentar e conseqüentemente, aumentar o consumo. Ou pode ser desfavorável se a cada redução, mesmo que lenta, dos salários nominais aumentam as expectativas que eles tenderão a cair ainda mais, em outras palavras, reduz-se a demanda efetiva.

� Sobre a taxa de juros: Uma redução dos salários nominais e preços com oferta de moeda fixa ou um aumento da oferta de moeda com preços e salários fixos, diminui a demanda por moeda para transações, logo, diminui a preferência pela liquidez, os indivíduos não precisam da mesma quantidade de moeda como antes, ou seja, baixa a taxa de juros.

4.2.14 O princípio da demanda efetiva

A “Lei de Say” preconiza que a oferta cria sua própria demanda. Por esta visão, o preço da demanda agregada sempre se ajusta ao preço da oferta agregada.

Keynes divergia em suas opiniões dos clássicos em dois pontos fundamentais.

� O primeiro consistia em admitir que os salários superavam o nível de subsistência dos trabalhadores de tal forma que as despesas com os bens de consumo não consumiriam toda a renda obtida pelo trabalhador.

� O segundo ponto de divergência consistia em direcionamento do capital retido nas poupanças em investimento na produção, onde se houvessem possibilidade de perdas na produção e mudanças nas taxas de juros proporcionando maiores ganhos futuros com maior segurança poderia haver a opção por não investir.

Até o momento, poderemos fazer algumas colocações a partir do exposto, em se tratando de Teoria Geral do Emprego, que são:

� A renda depende do volume de emprego;

� Características psicológicas da comunidade determinarão:

� O nível de consumo ou propensão marginal a consumir;

� Onde a expectativa do que a população gaste em consumo depende, na maioria das vezes, do quanto há disponível para se gastar e se existe dinheiro para gastar;

� Neste último ponto o nível de emprego é que determina tal função;

� O nível de emprego ou quantidade de mão de obra que os empresários resolvem empregar depende das soma de duas quantidades, a saber:

� A quantidade de dinheiro que se espera que seja gasto pela própria comunidade em consumo e;

� As aplicações em novos investimentos e que a soma dessas duas variáveis é a própria demanda efetiva;

� A demanda efetiva é função da oferta agregada, que depende da propensão a consumir da população, que depende da oferta de empregos;

� O nível de empregos de equilíbrio depende de três fatores como estrutura:

� Oferta agregada;

� Propensão a consumir e;

� O montante dos investimentos feitos pelos empresários;

� Mesmo aumentando o nível de renda dos empregados, o nível de propensão marginal a consumir não acompanha esse aumento, pois esses dois fatores não ocorrem simultaneamente;

� Os empresários sempre buscam a maximização do seu investimento, ou retorno monetário, e não do emprego ou da produção física, onde dependendo dos empresários, não se deve esperar que os investimentos almejem o ponto de equilíbrio de pleno emprego.

Diante do exposto sobre a demanda efetiva ou demanda solvente, cabe-se concluir que Keynes buscava desenvolver um novo conceito, no que se tratava das forças determinantes, nas mudanças da escala de produção e do emprego tomados globalmente, se apoiando como ponto de partida a discussão sobre os determinantes da oferta e da demanda dos economistas clássicos.

Então:

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� O emprego depende da soma dos gastos com o consumo e dos gastos com investimento;

� A interseção das retas da demanda agregada com a da oferta agregada, onde quanto maior o preço do produto perante sua oferta agregada, maior será a oferta de empregos e onde todo empresário procurará buscar a maximização dos lucros;

� A expectativa é um conceito usado por Keynes para designar o grau de incerteza em relação ao futuro. Pois, toda produção se destina a satisfazer o consumidor final e agradar principalmente o empresário que investiu seu capital.

4.2.15 Renda

Pode-se definir a renda do empresário como a diferença entre o valor da sua produção acabada, vendida durante o período, e o custo primário desta produção.

Em outras palavras, a renda bruta é a Produção Nacional Bruta (no caso do Brasil, o PIB), de onde se deduz o custo de uso. A renda líquida é obtida da subtração da renda bruta, o custo suplementar (parte da depreciação e envelhecimento extra que não foram incluídos no custo de uso, mais os custos tributários sobre as vendas).

4.2.16 Taxa de Juros

O juro é o pagamento pelo uso do dinheiro, ou seja, é o pagamento (risco) de desistir do consumo presente (abstinência pela liquidez), deslocando os recursos para consumo de investimento.

O juro é um fenômeno monetário vital para o investimento, que é determinante do volume do emprego que não aumenta se não houver aumento no investimento (princípio da demanda efetiva).

Quanto mais forte for a preferência à liquidez, mais alta será a taxa de juros, quanto maior for a quantidade de dinheiro mais baixa será a taxa de juros.

Preferência pela liquidez:

� Motivo transação;

� Motivo precaução;

� Motivo especulação – a quantidade de dinheiro que se tem pelo motivo especulação é uma função da taxa de juros.

O nível de equilíbrio de emprego se alcança quando se igualam as vantagens de possuir dinheiro, possuir créditos, comprar bens de capital e construir novos bens de capital.

Para o conjunto da economia, um desejo preponderante de acumular riqueza em forma de dinheiro significa desemprego e depressão.

Neste sentido, tem-se que a poupança individual não é uma substituição da demanda de consumo presente por uma demanda de consumo futuro, mas apenas uma diminuição líquida da demanda.

4.2.17 Poupança e Investimento

A poupança é representada pelo excesso da renda sobre o que se gasta em consumo, já o investimento, traduz a compra de um ativo, velho ou novo, podendo ser investimento em imóveis, máquinas ou estoque de produtos, quer seja por um indivíduo ou por uma empresa por aplicação de rendimento.

Investimento e poupança são fatores determinantes do volume de emprego e da produção. O volume de emprego é determinado pelas estimativas da demanda agregada feita pelo empresário, visando maximização dos lucros e sendo um critério para um aumento na dita demanda um aumento previsto do investimento em relação à poupança, que é o excesso do rendimento sobre os gastos com consumo. Portanto, o volume da poupança depende da renda.

Já o investimento depende de fatores dinâmicos como o crescimento da população, a extensão geográfica e o progresso técnico na medida em que tais fatores afetam a expectativa de lucro dos empresários.

Neste sentido, Kalecki, Keynes e os clássicos acreditam nas identidades macroeconômicas no que se refere ao nível de poupança e investimento, entretanto, discordam sobre as variáveis relacionadas.

Para os clássicos, o nível de poupança vai definir a renda do sistema e essa por sua vez o nível de investimento.

Para Kalecki e Keynes a relação se altera: o investimento é visto como criador e não resultante da poupança. As decisões de investimento e de poupança são tomadas independentemente uma da outra e por motivos diferentes. A poupança está em função da renda e esta do investimento. A poupança é geralmente definida por fatores de ordem psicológica, onde a taxa de juros é um fenômeno monetário definido em termos da preferência pela liquidez.

Para Tobin, há uma relação entre o mercado de ações (valor de mercado da firma) com os investimentos da firma. O preço das ações tende a refletir a demanda por capital da mesma. Os gestores tomam suas decisões baseados na flutuação dos preços das ações, ou seja, investindo mais quando há valorizações. O Q é definido pela razão entre Valor de Mercado da Firma e o Custo de Reposição de seus Ativos Físicos. Se Q > 1, na margem, a firma tem incentivo a investir, pois suas ações estão apresentando valorização, fazendo com que o valor do capital físico investido supere seu custo. Se Q < 1, a firma não terá incentivo a investir, já que suas ações sofreram desvalorização.

4.2.18 Propensão Marginal a Consumir

Os fatores que influenciam na propensão a consumir são:

� Fatores objetivos

� Uma variação na unidade de salários;

� Uma variação na diferença entre a renda e renda líquida (exemplo: variação na carga tributária);

� Variações imprevistas no valor de capital, não consideradas no cálculo da renda líquida;

� Variações na taxa intertemporal de desconto (entre consumir hoje ou poupar para consumir amanhã);

� Variações na política fiscal.

� Fatores subjetivos de se abster de consumir

� Modificações das expectativas acerca da relação entre os níveis presentes e futuros da renda;

� Criar reservas para fazer face à contingência imprevista (retenção por precaução);

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� Preparar-se para uma relação futura entre a renda e as necessidades do indivíduo e sua família, diferente da educação e sustento das pessoas dependentes;

� Beneficiar-se de juros e da valorização, isto é ter uma reserva para os consumos futuros (função especulativa da moeda);

� Desfrutar de um gasto progressivo crescente satisfazendo assim as necessidades ao nível de possuir uma vida melhor;

� Desfrutar de uma sensação de dependência ou poder de fazer algo mesmo sem idéia, mas tendo a intenção definida;

� Garantir uma masse de manoeuvre para realizar projetos especulativos e econômicos;

� Legar uma fortuna;

� Satisfazer a avareza.

Relação entre o rendimento e o consumo (função consumo), não significando um mero desejo de consumir, mas o consumo efetivo que se observa para as diferentes quantidades de rendimento.

A quantidade absoluta do consumo aumenta menos que a quantidade absoluta da renda, sempre que esta aumente, pois a comunidade tenderá a consumir uma porcentagem menor de cada acréscimo à sua renda, ou seja, haverá uma propensão menor a consumir à medida que a renda aumenta.

Um fator determinante da propensão a consumir é a distribuição da renda. A ampliação da desigualdade de renda e de riqueza tenda a fazer baixar a propensão a consumir.

Quanto menor é a propensão a consumir, maior a dependência do investimento a que se sujeita a economia para a manutenção de um alto nível de emprego e renda.

4.2.19 O Multiplicador

É a proporção entre um aumento do rendimento e um aumento dado de novo investimento, ou seja, quando o investimento aumenta, o rendimento nacional aumentará, não apenas da quantia do investimento, mas de um múltiplo da mesma.

O multiplicador de investimento na qual indica o quanto se produz um crescimento no investimento agregado, a renda sobe num montante igual a K vezes o acréscimo do investimento.

Quanto maior for a propensão marginal a consumir, maior será o multiplicador e, por conseqüência, maior distúrbio causará sobre o emprego uma variação do investimento, logo uma comunidade pobre poupando apenas uma parte pequena de sua renda (multiplicador maior) está mais exposta a flutuações violentas do que uma comunidade rica, na qual a poupança represente uma propensão maior da renda (multiplicador menor).

Baseado na propensão marginal a consumir pode-se dizer quanto aumentarão a renda e o emprego em conseqüência de um aumento dado do investimento. A razão entre qualquer aumento da renda e qualquer aumento do investimento, é o multiplicador do investimento.

Sendo o multiplicador maior que a unidade, todo novo investimento aumentará a renda de uma quantidade superior do investimento.

Como visto anteriormente, Keynes rejeita a ortodoxia2 da visão clássica e sua correspondente visão em relação ao desemprego.

Keynes se contrapôs à Lei de Say (a oferta gera sua própria demanda) no que chamou princípio da demanda efetiva. Nesta visão, prevalece a idéia de que a Lei de say não se aplica para os novos modelos de sociedades industriais.

Ao separar a demanda agregada em investimento (I) e consumo (C) torna-se possível demonstrar que a oferta inicial pode ser diferente da demanda final, ou seja, ao contrário dos clássicos, é a demanda, ou melhor, as expectativas da demanda, que determinam a oferta.

Com uma elevação da renda, é fácil perceber que o consumo tende a aumentar, porém, como o crescimento é menos proporcional deste, percebe-se que a poupança ocupará uma parcela maior da renda.

Antes de Keynes, na visão clássica portanto, há uma identidade entre poupança (S) e investimento (I), ou seja S≡I, onde a poupança seria o próprio investimento, o que significa que a oferta, nesse caso gera sua própria demanda.

Mas o contexto em uma economia monetária, a poupança se transforma, ex-ante, em ativos financeiros que podem ou não ser transformados em investimentos: o ponto de equilíbrio não decorre mais da poupança, mas do investimento realizado.

Logo, decorrente da função consumo, é a renda e, conseqüentemente, o consumo e a poupança ex-post que decorrem do investimento e não o inverso.

Sendo Y = renda ou produto; DA = demanda agregada; C = consumo; I = investimento; S = poupança: c (0>c<1) = propensão marginal a consumir; A = uma constante; para Y = DA = C + I, com C = A +cY, obtem-se:

Y = A + cY + I

Y -cY = Y(1-c) = A + I, onde, Y = (A+ I) 1/(1-c)

Como C + S = Y : Y - C = S = I

O multiplicador keynesiano, em negrito, multiplica o gasto autônomo mais o investimento, determinando a renda. O aumento do gasto autônomo através do investimento provoca tanto um aumento na demanda agregada como uma elevação da renda através da propensão a consumir.

Assim sendo sempre que I se eleva, ocorre um aumento multiplicado da renda até que, dado c, tem-se uma S equivalente ao I. Da mesma forma, mantido I constante, caso se busque aumentar S, reduzindo-se C, reduz-se o multiplicador, provocando queda na renda até que S se equilibre com I. A idéia é que I determina DA e consequentemente o nível de renda e nível de emprego.

2 A ortodoxia se refere aos clássicos, pois foram eles auq

formularam as teorias básicas em relação à economia. Todos os

outros que se contrapõem são chamados heterodoxos.

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Com baixo I, renda e demanda são baixas e nível de emprego também, independente do nível salarial dos trabalhadores.

Este raciocínio caracteriza desemprego involuntário, onde a tentativa de ampliar uma S baixa para ampliar o I, como se supunha a ortodoxia neoclássica, só piora a situação.

Para Keynes, os empresários se envolvem em dois tipos de decisões:

� Quanto produzir: quanto contratar de mão-de-obra para operar a capacidade produtiva existente;

� Quanto investir, ou seja, quanto gastar para ampliar essa mesma capacidade.

4.2.20 Eficiência marginal do Capital

É a razão entre os rendimentos esperados de um bem produtor de renda e o preço de oferta ou custo de reposição do bem que constitui a fonte dos rendimentos previstos, enquanto a eficiência marginal do capital exceder a taxa de juros prosseguirá o investimento.

Corresponde à expectativa da renda futura frente ao preço de oferta presente (corrente) do bem de capital. Depende da taxa de retorno que se espera obter no futuro de um bem produzido no presente.

A renda mais alta esperada no futuro é igual a esta eficiência marginal do capital, pois se trata do máximo que pode ser conseguido no futuro e o mínimo que se obteria no presente.

Eficiência Marginal = Valor Futuro – Valor Presente

Quanto maior o preço desse valor presente, a eficiência marginal diminui. A curva da eficiência marginal do capital ou de demanda por investimento é o somatório (agregação) de todas as eficiências marginais de todos os diferentes tipos de capital.

A eficiência marginal está preocupada com o valor da renda esperada e não da quantidade física esperada. As evidências indicam que ela é uma proporção. Se assim for poderíamos assim escrever:

EMgK = VF - VP

VP

4.2.21 Desemprego

Para os neoclássicos a existência de desemprego é considerada dentro dos seguintes parâmetros

Desemprego Voluntário: somente permanece desempregado o contingente de força trabalho que pretende perceber um salário superior a sua produtividade (W/P > PMgN). Tal fato reduziria o lucro do empresário (lucro máximo W/P = PMgN), não sendo uma situação de equilíbrio.

Desemprego Friccional: desemprego existe como resultado do deslocamento dos indivíduos entre um posto de trabalho e outro – Mercado de Trabalho em Fluxo.

Taxa Natural de Desemprego (uN): será a soma das taxas de desemprego friccional e voluntário, compatível com o nível de pleno emprego dos fatores de produção. A taxa natural de desemprego é a taxa de desemprego que surge das fricções do mercado de trabalho que existem quando o mercado de trabalho está equilibrado.

Já para Keynes, não existem apenas os desempregos voluntário e friccional, mas também há momentos em que mesmo o trabalhador aceitando o salário real vigente no mercado, não haverá postos de trabalho disponíveis, em função de insuficiência de demanda efetiva. Este tipo de desemprego denomina-se Desemprego Involuntário.

4.2.22 Curva de Phillips

Exercícios relacionados: 40, 56, 70,

A curva de Phillips foi desenvolvida em 1958 por Alban William Phillips, que observando os dados de inflação salarial (variação dos salários) e desemprego para o Reino Unido ano a ano entre 1861 e 1957 encontrou uma correlação negativa entre as duas variáveis, ou seja, maiores taxas de desemprego coincidiam com baixas taxas de inflação salarial e vice-versa. Então haveria uma relação inversa entre desemprego e inflação salarial.

Dois anos depois Paul Samuelson e Robert Solow repetiram o exercício para os Estados Unidos (1900 a 1960), mas agora com dados de desemprego e inflação, e encontraram a mesma relação, batizando-a de CURVA DE PHILLIPS.

A curva de Phillips estabelece uma relação inversa entre a taxa de desemprego e a taxa de inflação (que pode ser a inflação salarial). Quanto mais alta a taxa de desemprego, mais baixa será a taxa de inflação, como podemos visualizar no gráfico abaixo.

Em u* (taxa natural de desemprego) a inflação é zero, a economia está em uma situação de equilíbrio (u = u*), sendo u a taxa corrente de desemprego.

A curva de Phillips mostra que a taxa de inflação salarial decresce com a taxa de desemprego. Com wt e wt-1 representando os salários no período t e t-1, a taxa de inflação salarial (gw) será:

gw = wt-wt-1/ wt-1

Comparando a taxa natural de desemprego (u*) com a taxa corrente de desemprego teremos a Curva de Phillips:

gw = -ε (u-u*), onde ε mede a sensibilidade dos salários em relação ao desemprego. Temos então as seguintes situações:

quando u>u*, a taxa de desemprego excede a taxa natural, os salários estarão caindo (diminui gw);

quando u<u*, a taxa de desemprego está abaixo da taxa natural, os salários aumentam (aumenta gw).

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A curva de Phillips rapidamente tornou-se uma pedra angular da análise política macroeconômica, com os responsáveis pela política econômica podendo escolher entre diferentes combinações de desemprego e taxas de inflação. Entretanto, a partir da década dos anos 1960, a curva de Phillips começou a ser questionada, e novos desenvolvimentos surgiram.

4.2.22.1 Expectativas Adaptativas

Todos os agentes formam suas expectativas quanto a evolução de determinada variável econômica, seja uma taxa de câmbio, de juros, de produção, de inflação e também de salários reais. Ou seja, quando os trabalhadores decidem ofertar suas horas de trabalho, eles esperam um determinado nível de salário real de acordo com o salário nominal já determinado e com a inflação esperada para o futuro. E como são formadas essas expectativas?

De acordo com as expectativas adaptativas, os agentes formarão expectativas de evolução futura de uma variável baseados nos valores passados desta mesma variável, ou seja, forma-se expectativas de acordo com as informações passadas. E quando estas variáveis assumem novos valores, adaptam-se as expectativas com as novas informações.

No modelo monetarista os trabalhadores formarão expectativas de preços utilizando exclusivamente as informações passadas, ou seja, de acordo com as expectativas adaptativas. Uma fórmula genérica é a que segue:

Pet=Pt-1, em que Pe

t é a expectativa de variação dos preços pelos agentes para o período t, e Pt-1 é a taxa de variação dos preços observada no período t-1.

A equação pode ser mais criteriosa ao adotar os erros que os agentes cometeram no passado em suas previsões, ou seja, no período anterior (t-1) os agentes também formaram suas expectativas e foi observado um certo nível de preços. Deste modo a equação pode ser:

Pet=Pt-1+(1-α)( Pt-1- P

et-1), em que 0<α<1 e é um parâmetro

que estabelece uma ponderação entre a variação dos preços observados no período anterior (Pt-1) e os erros de previsão dos agentes no período anterior ( Pt-1- P

et-1).

4.2.22.2 Política Monetária de Friedman

Os trabalhadores no modelo monetarista formam suas expectativas de acordo com as informações do passado, através das expectativas adaptativas, e a fórmula que representa esta formação de expectativas pode ser escrita da seguinte forma:

Pet=Pt-1, em que Pe

t é a expectativa de variação dos preços pelos agentes para o período t, e Pt-1 é a taxa de variação dos preços observada no período t-1.

A expectativa de inflação para o período t é exatamente a inflação do período imediatamente anterior.

Partindo de uma situação de equilíbrio, em que o estoque de moeda tenha sido mantido constante por vários períodos, uma expansão monetária provocará uma redução da taxa corrente de desemprego em relação a taxa natural.

Havendo uma expansão monetária, haverá de acordo com a teoria uma elevação dos preços, entretanto as informações não são simétricas e os empresários terão informações que os trabalhadores não tem, como a política

de elevação de preço dos produtos. Sabendo que os preços irão subir, os empresários podem oferecer um salário nominal mais elevado para os trabalhadores que estão voluntariamente desempregados, pois o salário real permanece o mesmo se os ajustes de P e W forem proporcionais.

Os trabalhadores, por sua vez, ofertam mais trabalho, pois se preocupam com o salário real, e um aumento do salário nominal com expectativa de inflação zero (formaram suas expectativas com as informações passadas, de não expansão da oferta monetária) representa um salário real maior e, portanto podem oferecer suas horas de trabalho que obterão uma utilidade maior, reduzindo suas horas de lazer.

Dentre os trabalhadores que aceitaram trabalhar mais, pensavam que o salário esperado gerará mais satisfação do que as horas de lazer que tem desfrutado, e por isso preferirão trabalhar, abandonando a condição de desempregados.

Em função disso, a taxa corrente de desemprego torna-se menor que a taxa natural, entretanto o salário nominal mais elevado não representará um salário real mais elevado pois os preços estão subindo em função da expansão do estoque de moeda.

A taxa de desemprego situa-se no ponto B da figura acima, abaixo da taxa natural de desemprego em A, e isso é possível pois os trabalhadores não sabem que os preços estão em elevação. Os trabalhadores somente perceberão que estavam sofrendo de ILUSÃO MONETÁRIA quando estiverem realizando suas compras. Nesse momento, irão perceber que os salários que recebem não podem adquirir os bens e serviços que gerariam mais satisfação do que as horas de lazer que estavam desfrutando enquanto estavam ociosos.

A elevação dos preços, conhecida ex-post, fez com que o aumento do salário nominal não representasse aumento do salário real. Desfeita a ilusão monetária, os trabalhadores decidem retornar ao desemprego voluntário, pois o salário real retorna ao seu ponto inicial, e a satisfação é maior com menos hora de trabalho e mais de lazer.

Ou seja, uma política monetária expansionista reduz o desemprego, incentivando o nível de atividade econômica, mas apenas enquanto a ilusão monetária persiste, no curto prazo. Assim que a ilusão se desfaz, volta-se ao normal, mas com níveis de preços maiores do que no passado, pois o estoque de moeda é maior do que antes. A curva de Phillips indica que quanto maior for a ilusão monetária, maior será a diferença entre a taxa corrente e a taxa natural de desemprego.

4.2.22.3 Curva de Phillips Aceleracionista: Emenda Friedman - Phelps

Podemos notar que uma política monetária expansionista aumenta a taxa de inflação e reduz o desemprego enquanto os trabalhadores forem iludidos, após isso retornam a condição inicial de desempregados em que sua satisfação era maximizada. De fato, o sistema tende a este equilíbrio, que é estável e ao nível da taxa natural de desemprego.

Se isto é verdade, não haverá o trade-off entre taxa de inflação e desemprego, pois sempre o sistema no longo prazo estará sob a taxa natural de desemprego, independente da taxa de inflação. Tal afirmação jogou por terra o dilema enfrentado pelos economistas nas décadas

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de 50 e 60, de escolher entre baixas taxas de inflação ou de desemprego.

Com base na teoria econômica, Friedman e Edmund Phelps concluíram que a noção da compensação de longo prazo entre a inflação e o desemprego era ilusória. A proposição é: A longo prazo a economia se moverá para a taxa natural de desemprego quaisquer que sejam as taxas de inflação. Enquanto pode haver um hiato de curto prazo entre inflação e desemprego, não há nenhum hiato de longo prazo.

A única maneira de manter o desemprego abaixo da taxa natural é iludir continuamente os trabalhadores, e para isso é necessário que seja implementada uma política de aumento das variações positivas do estoque de moeda. Tal política aumentará continuamente a taxa de inflação, isto é, irá acelerar a velocidade de crescimento dos preços, fazendo com que os trabalhadores sempre subestimem a inflação futura, já que formulam suas expectativas de acordo com as informações do passado.

Esta situação, de permanentemente iludir os trabalhadores, é conhecida como a curva de Phillips versão aceleracionista de Friedman.

Na situação inicial (ponto A), a curva de Phillips é a mais baixa, e a taxa natural de desemprego corresponde uma taxa de inflação zero e expectativa de inflação zero por parte dos trabalhadores. Com a expansão monetária, os trabalhadores são iludidos e face a um aumento do salário nominal acreditam que há um aumento do salário real, pois tem expectativa zero de inflação. Deste modo, a taxa de desemprego diminui para u, e alcançamos o ponto B.

Ao tomarem conhecimento do aumento de preços em função do aumento do estoque de moeda, os trabalhadores reajustam suas expectativas de inflação no mesmo valor que o reajuste de preços e a curva de Phillips se desloca para cima, refletindo as novas expectativas de inflação dos trabalhadores (Pe’). Neste ponto, a taxa corrente volta a taxa natural mas com um nível de preços maior que no período inicial.

Para manter o nível de emprego abaixo da taxa natural, o governo precisa aumentar a taxa de expansão do estoque de moeda, assim o nível de preços superará novamente a expectativa de inflação dos trabalhadores, ou seja, a expansão de moeda deve ser maior que a expectativa de inflação dos trabalhadores, superando Pe’. Esta política impedirá que a taxa de desemprego volte para a taxa

natural de desemprego desta nova curva (ponto C), subindo ao nível de u que toca a nova curva (ponto D).

Novamente os trabalhadores descobrem que foram iludidos e aumentam suas expectativas de preços, deslocando para cima a curva de Phillips, com expectativa de preços Pe’’ maior do que antes Pe’.

Novamente para que a economia não volte para o ponto E, em que a taxa corrente se iguala a taxa natural de desemprego, e se for adotada uma política para manter a taxa de desemprego abaixo da taxa natural, a política será um aumento da taxa de expansão do estoque de moeda, para que os preços superem a nova expectativa dos trabalhadores, iludindo-os novamente e deslocando para o ponto F.

Para que a taxa corrente de desemprego seja mantida abaixo da taxa natural é necessário que os trabalhadores sejam permanentemente iludidos, para tanto, o governo deveria ampliar a variação do estoque de moeda que realizou no período anterior, fazendo com que as expectativas dos trabalhadores subestimem a inflação futura.

4.3 MERCADO FINANCEIRO

Exercícios relacionados: 2, 3, 35, 38, 39, 53, 64, 66, 67.

4.3.1 Conceito e medição de oferta monetária

Uma das características mais importantes no papel-moeda é a eliminação da idéia de moeda representativa. Como intermediária de trocas, a moeda vale não por sua utilidade intrínseca, mas por sua capacidade de adquirir outras mercadorias, assim sendo, é desnecessário que possua qualquer valor pelo seu uso direto.

O importante é que a moeda possua aceitação geral e, nessas condições, o papel-moeda (moeda fiduciária) é algo de mais baixo custo e de mais fácil manipulação que qualquer outra forma de moeda legal, quanto à moeda escritural (depósitos à vista nos bancos comerciais), ela surgiu com o desenvolvimento dos bancos comerciais.

Especificamente, ela é representada pelos depósitos à vista, os quais possuem liquidez equivalente à da moeda legal.

Assim, consideram-se meios de pagamento (MP) numa economia moderna o papel-moeda em poder do público (que é igual ao saldo do papel-moeda emitido menos os encaixes em moeda corrente dos bancos) mais os depósitos a vista do público na rede bancária. Ou seja, é o estoque de moeda disponível para uso da coletividade a qualquer momento.

Os ativos existentes no Brasil que satisfazem a essas condições e que preenchem os atributos essenciais de rendimento zero, de custo de manutenção e estocagem negligenciáveis e de máxima liquidez são:

� O papel-moeda e as moedas metálicas em poder do público;

� Os depósitos à vista do público nos bancos comerciais; � Os depósitos à vista do público nos bancos múltiplos; � Os depósitos à vista do público no Banco do Brasil; � Os depósitos à vista do público nas caixas econômicas,

federal e estadual.

Assim, para indicar o total da oferta monetária no Brasil, M, no conceito restrito de meios de pagamento (MP), empregamos a seguinte expressão:

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MP = MM+DBC+DBM+DBB+DCE

Com relação ao papel-moeda e moedas metálicas em poder do público, não se trata efetivamente do saldo em circulação nem do saldo emitido. A expressão em poder do público é decorrente dos conceitos apresentados abaixo:

� Saldo do Papel-Moeda em Circulação = Saldo do Papel-Moeda Emitido – Caixa do Banco Central.

� Saldo do Papel-Moeda em Poder do Público = Saldo do Papel-Moeda em Circulação – Caixa em Moeda Corrente dos Bancos Comerciais e Múltiplos, do BB e das CEs.

Os encaixes das autoridades monetárias e dos bancos comerciais são excluídos, tais exclusões são decorrentes do próprio conceito de moeda que adotamos. Segundo esse conceito, são considerados como moeda apenas os meios de pagamento possuídos pelos agentes econômicos não bancários.

A observação desse conceito convencional de moeda leva ainda a uma outra importante constatação, a de que ele privilegia a função da moeda como intermediária de trocas, ou ele se fundamenta na definição de moeda como meio de pagamento.

Entretanto, se a definição de oferta monetária considerar, além da função de intermediação de trocas, a de reserva de valor, o conceito convencional é passível de críticas, pois ele exclui totalmente um significativo grupo de ativos financeiros que, pelo seu alto grau de liquidez, são considerados como quase-moeda.

Entre os mais importantes, encontram-se os títulos do Banco Central e do Tesouro Nacional, os depósitos a prazo fixo, os depósitos em cadernetas de poupança, as letras hipotecárias e outros ativos financeiros de emissão do sistema de intermediação financeira não bancária.

A partir disso se desenvolveram outros conceitos mais abrangentes e menos convencionais de moeda. O conceito tradicional que inclui apenas a moeda manual (M0) e moeda bancária é denominado de M1, além deste, o Banco Central do Brasil adota outros três conceitos mais abrangentes, identificados por M2, M3 e M4.

Estes três últimos incorporam ativos financeiros quase-monetários de alta liquidez.

Os critérios do BACEN para a definição dos vários conceitos de moeda são os seguintes:

� M0: Moeda em poder do público (papel moeda e moeda metálica);

� M1: trata-se dos meios de pagamento, segundo a versão convencional. É constituído pela soma de M0 e escritural (depósitos à vista do público nos bancos comerciais, bancos múltiplos, Banco do Brasil e caixas econômicas);

� M2: M1 + aplicações do público no FAF (Fundo de Aplicação Financeira), no FIF-CP (Fundo de Investimento Financeiro de Curto Prazo), os títulos privados e depósitos em poupança;

� M3: M2 + quotas de fundos de renda fixa e operações compromissadas registradas no Selic;

� M4: M3 + títulos públicos de alta liquidez (federais, estaduais e municipais).

4.3.2 Criação de moeda pelos bancos comerciais

Os bancos comerciais, que são autorizados a receberem depósitos à vista, são uma importante fonte de criação de moeda. Como vimos, temos os conceitos de moeda fiduciária e escritural, que é criada pelo banco. Neste ponto veremos como isso ocorre no Brasil.

Os agentes preferem manejar a moeda escritural, comparativamente ao uso da moeda manual, para a liquidação de suas transações. As razões que explicam essa preferência são, em síntese, as seguintes:

� Os depósitos bancários à vista são mais seguros e oferecem maiores garantias aos seus detentores. Comparativamente com a moeda manual, são menos passíveis de perdas e roubo.

� O manejo de cheques, para efetuar pagamentos, é mais fácil, principalmente quando se trata de transações de grande vulto.

� A manutenção de saldos monetários nos bancos comerciais facilita a obtenção de empréstimos, quer por parte das empresas (para o financiamento do processo de produção), quer por parte das unidades familiares (para o financiamento do consumo de bens e serviços, em antecipação a rendimentos que estas esperam auferir no futuro).

� Os pagamentos por intermédio de cheques permitem o melhor controle e a melhor contabilização das despesas, ao mesmo tempo em que podem servir de comprovante para determinadas finalidades legais, especialmente quando nominais e cruzados.

� A concessão de aberturas automáticas e limitadas de crédito, superiores aos saldos existentes, de que são exemplos os cheques especiais, levam os agentes econômicos a se utilizarem, de forma generalizada, dos bancos comerciais como depositários de suas reservas monetárias.

O uso generalizado da moeda escritural, todavia, está na origem de um processo multiplicador que eleva os saldos em meios de pagamento. Isto porque a moeda de alto poder de expansão, como usualmente é considerada a moeda originalmente injetada no sistema econômico por decisão das autoridades monetárias, tende a se transformar em depósitos bancários, por força das razões assinaladas.

Subseqüentemente, uma dada parcela de tais depósitos transforma-se em empréstimos concedidos pelos bancos, os quais, por sua vez, tendem a retornar ao sistema bancário, na forma de novos depósitos. Este processo tende a se renovar infinitamente, dado que os bancos comerciais não mantêm em caixa a totalidade dos depósitos captados, mas apenas uma parcela deles.

De uma forma simplificada, o processo se dá da seguinte maneira:

� As autoridades monetárias injetam dinheiro no sistema econômico, ou seja, há um aumento dos meios de pagamento. Por exemplo: vamos supor que o BACEN compra títulos da dívida de um agente no valor de 200 mil reais.

� O agente econômico deposita este dinheiro em um banco comercial. Por simplicidade, consideraremos que o agente deposita todo o dinheiro no banco comercial.

� O banco comercial não mantém a totalidade do depósito em caixa, mas empresta este dinheiro a outro agente. Vamos supor que a relação caixa/depósitos

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seja de 20%, ou seja, de todos os depósitos à vista feitos no banco, ele mantém 20% em seu caixa (R1), e empresta (E) os restantes 80%.

� Já nesta primeira etapa vemos que o banco comercial criou 80% dos 200 mil reais depositados, ou seja, há uma criação de moeda no equivalente a 160 mil reais. Isso porque os agentes têm a disposição esse montante e o montante inicial de 200 mil reais.

� Os agentes que receberam o empréstimo de 160 mil reais ou aqueles que com esse empréstimo foram pagos efetuarão depósitos neste valor e assim os bancos que receberam esses depósitos concederão novos empréstimos, equivalentes a 80% desse montante, no valor de 128 mil reais. Novamente, sem que os depositantes da primeira e da segunda etapas tenham perdido os seus direitos sobre os depósitos efetuados, o público passa a contar com mais 128 mil reais à sua disposição.

� No final, a moeda criada pelos bancos comerciais será dada pelo depósito inicial no sistema bancário multiplicado por uma constante, que se chama MULTIPLICADOR DOS MEIOS DE PAGAMENTO.

Porém, o modelo apresentado é simples e por isso deve ser visto com certas restrições. Passaremos agora a ver como calcular o multiplicador no Brasil hoje.

4.3.3 Multiplicador dos meios de pagamento no Brasil após as reformas de 1986 e 1994

Os principais conceitos e relações de comportamento para a dedução do multiplicador dos meios de pagamento no Brasil são:

� Meios de pagamento: são constituídos por dois componentes, o papel-moeda em poder do público, PMPP, e os depósitos à vista nos bancos comerciais, nos bancos múltiplos, e nas caixas econômicas, DP

BC, MP = PMPP+ DP

BC. � Reservas Bancárias: as reservas bancárias, RES são

constituídas pelos depósitos compulsórios dos bancos comerciais e outras instituições incluídas no conceito convencional de meios de pagamento junto ao Banco Central, DBC

AM, mais o papel-moeda em caixa dos bancos comerciais (encaixe técnico), PMBC, RES = DBC

AM + PMBC. � Base Monetária: a base monetária, conceito restrito, B,

é dada pelo passivo monetário das autoridades monetárias. É constituída por três parcelas: papel-moeda em poder do público, PMPP; papel-moeda em caixa das instituições identificadas como bancos criadores de moeda, PMBC; e reservas desses bancos junto ao Banco Central, B = PMPP + PMBC + DBC

AM. � Primeira Relação: participação do papel-moeda na

composição dos meios de pagamento. Evidencia a proporção em que a moeda manual é utilizada pelo público, PMPP = C*MP ou C = PMPP/MP.

� Segunda Relação: participação dos depósitos à vista do público no conjunto de instituições simplificadamente identificado como bancos comerciais em relação ao total dos meios de pagamento, DP

BC = D*MP ou D = DP

BC/MP. Cabe assinalar que a soma dessas duas proporções é necessariamente igual a um. Assim: C+D = 1.

� Terceira Relação: proporção do encaixe técnico dos bancos comerciais, a parcela dos depósitos à vista mantida em caixa, PMBC = R1* DP

BC ou R1 = PMBC/ DP

BC.

� Quarta Relação: proporção das reservas bancárias junto ao Banco Central, preponderantemente dada pelos recolhimentos compulsórios sobre depósitos à vista, DBC

AM = R2* DP

BC ou R2 = DBCAM/ DP

BC.

Partindo das definições e das relações de comportamento dadas, podemos deduzir a expressão do multiplicador dos meios de pagamento no Brasil, k: k = MP/B = M1/B

Substituindo pelas definições atuais, temos:

k = (PMPP+ DPBC) / (PMPP + PMBC + DBC

AM)

Procedendo a substituição de cada uma das categorias incluídas nas definições de meios de pagamento e de base monetária pelas correspondentes relações de comportamento, temos:

k = (C*MP + D*MP) /( C*MP + R1* DP

BC + R2* DP

BC)

Como R1* DPBC = R1*D*MP e R2* DP

BC = R2*D*MP, podemos reescrever a expressão da seguinte forma:

k = (C*MP + D*MP) / (C*MP + R1*D*MP + R2*D*MP)

Colocando MP em evidência, temos:

k = MP* (C+D) / MP* (C + R1*D + R2*D)

Cortando MP no numerador e no denominador, obtemos:

k = (C + D) / (C + R1*D + R2*D)

Mas como C+D=1, e colocando no denominador D em evidência, obtemos finalmente o Multiplicador dos Meios de Pagamento no Brasil:

k = 1/ (C + D * (R1 + R2)) = M1/B

A expressão indica que, quanto maiores forem as reservas bancárias (encaixes técnicos mantidos pelos bancos criadores de moeda e seus depósitos compulsórios e voluntários no Banco Central), menor deverá ser, para iguais relações de comportamento referente à composição dos meios de pagamento, o multiplicador da moeda escritural.

Quanto às relações de comportamento, cabe notar que maiores parcelas dos meios de pagamento mantidas em poder do público sob a forma de papel-moeda implicam, mantidas inalteradas as demais variáveis, menor magnitude do efeito multiplicador.

BALANCETE CONSOLIDADO SINTÉTICO DOS

BANCOS COMERCIAIS Ativo Passivo

A) Encaixes totais dos bancos comerciais

Recursos Monetários

A.1 – Em moeda corrente H) Depósitos à vista A.2 – Em depósitos no Banco Central

Recursos não-Monetários

A.2.1 – Voluntários I) Depósitos a prazo A.2.2 – Compulsórios J) Redescontos e outros

empréstimos B) Empréstimos ao setor privado

M) Saldo líquido das demais contas

C) Títulos públicos e privados

BALANCETE CONSOLIDADO SINTÉTICO DO BANCO

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CENTRAL Ativo Passivo

a)Reservas internacionais

Base Monetária

b) Empréstimos ao Tesouro Nacional

r) Papel-moeda em poder do público

c) Títulos públicos federais

A) Encaixes Totais dos bancos comerciais

e) Empréstimos ao setor privado

A.1 – Em moeda corrente

f) Empréstimos aos Governos Estaduais Municipais, Autarquias e outras entidades públicas

A.2 – Em depósitos no Banco Central: A.2.1 – Voluntários A.2.2 – Compulsórios

i) Aplicações especiais Recursos não-Monetários J) Redesconto e outros empréstimos aos bancos comerciais

k) Depósitos do Tesouro Nacional

o) Empréstimos externos q) Recursos especiais s) Saldo líquido das demais

contas

BALANCETE CONSOLIDADO DO SISTEMA MONETÁRIO

Ativo Passivo Aplicações dos Bancos Comerciais

Meios de Pagamento

B) Empréstimos ao setor privado

r) Papel-moeda em poder do público

C) Títulos públicos e particulares

H) Depósitos à vista nos Bancos Comerciais

Aplicações do Banco Central

Recursos não-Monetários dos Bancos Comerciais

a) Reservas internacionais l) Depósitos a prazo b) Empréstimos ao Tesouro Nacional

M) Saldo líquido das demais contas

c) Títulos públicos federais Recursos não-Monetários do Banco Central

e) Empréstimos ao setor privado

k) Depósitos do Tesouro Nacional

f) Empréstimos aos Governos Estaduais Municipais, Autarquias e outras entidades públicas

o) Empréstimos externos

i) Aplicações especiais q) Recursos especiais s) Saldo líquido das

demais contas

Funções Típicas do BACEN:

� Banco Emissor de Papel-Moeda (Base Monetária).

� Banqueiro do Tesouro Nacional (b, c, f).

� Banqueiro dos Bancos Comerciais (J).

� Depositário das Reservas Internacionais (a).

4.4 MERCADO EXTERNO

Exercícios relacionados: 1, 13, 22, 42, 43, 44, 58.

4.4.1 Noções sobre o Balanço de Pagamentos

1 real = 1 dólar

Taxa de inflação interna: 50% ao ano.

Se uma caneta trazia o preço de um real, ao final de um ano, subirá para 1,50 real. Com o câmbio ainda fixo na mesma paridade, custará 1,50 dólar. Esta mercadoria e todas as demais sofrerão uma majoração média de 50%. Tornaram-se igualmente muito caras para vender no mercado externo. A moeda nacional sobrevalorizou em 50%. Para que a referida caneta perdurasse com o mesmo preço em dólar, a taxa cambial teria de se desvalorizar na idêntica proporção da inflação. Uma desvalorização de 50% para compensar uma alta interna de preços igual.

Há uma fórmula para a dita desvalorização, de tal maneira que o poder de compra estrangeiro consiga se manter. É uma razão entre a inflação interna e a inflação externa, cujo quociente serve de parâmetro às desvalorizações cambiais. Dessa maneira, o câmbio suporta as ingerências das variações internas de preços da economia, sem comprometer a capacidade de compra do comércio exterior. Ele não pode permanecer petrificado porque a própria economia está em movimento, que deve ser acompanhado de perto, passo a passo.

Todo esse movimento de entra e sai de mercadorias requer uma contabilização como qualquer empresa. Não somente mercadorias e serviços estão nesse para lá e para cá. Há igualmente fluxos de moedas estrangeiras, capitais e transferências, merecedores de competente registro para controle das finanças e da situação econômica de uma Nação. Portanto, uma economia está ligada ao resto do mundo através de dois canais externos: o comércio (de bens e serviços) e os financiamentos. Para entendermos melhor esta ligação, é fundamental recorrer à contabilidade do setor externo: o Balanço de Pagamentos.

Define-se usualmente BALANÇO DE PAGAMENTOS (BP) como sendo o registro sistemático das transações entre residentes e não-residentes de um país durante determinado período de tempo. Consideram-se residentes os indivíduos que vivem permanentemente no país (incluindo os estrangeiros com residência fixa), os funcionários em serviço no exterior e as pessoas que se encontram transitoriamente fora do país em viagens de turismo, negócios, educação, etc. Consideram-se também residentes as pessoas jurídicas de direito público ou privado sediados no país, inclusive sucursais ou filiais de empresas estrangeiras.

Dois grandes grupos se destacam no BP: as transações correntes e os movimentos de capitais. Consideram-se TRANSAÇÕES CORRENTES aquelas que se referem à movimentação de mercadorias e serviços e classificam-se como MOVIMENTOS DE CAPITAIS os deslocamentos de moeda, créditos e títulos representativos de investimentos. Para nossa análise, consideraremos apenas o movimento de capitais autônomos no saldo do BP, excluindo desta rubrica o movimento de capitais compensatórios. Em função disto, podemos ter superávit ou déficit no saldo do BP3.

3 Dito de outra forma considerar-se-á no BP apenas as contas acima da

linha (ou seja, transações correntes e capitais autônomos – que

chamaremos simplesmente de capital), deixando de lado as contas abaixo

da linha (capitais compensatórios). Todos os itens acima da linha

representam transações econômicas realizadas entre residentes e não

residentes do país por algum motivo próprio, autônomo. Em contraste, os

movimentos de capitais compensatórios, situados abaixo da linha são realizados pelo Banco Central em busca de objetivos internacionais de

política econômica. Note que, em virtude do fato de o BP ser elaborado

dentro do princípio das partidas dobradas, a soma do saldo de todas as

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As TRANSAÇÕES CORRENTES são divididas em três subgrupos:

� BALANÇO COMERCIAL: corresponde ao saldo das exportações FOB (free on board) sobre as importações FOB. Computamos as exportações e importações como FOB, pois assim não incluímos os fretes e seguros;

� BALANÇO DE SERVIÇOS;

� TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS: pagamentos e recebimentos sem contrapartida de serviços: doações, remessas de imigrantes, reparações de guerra, etc.

Já na CONTA DE CAPITAIS incluímos as entradas e saídas de capitais voluntários sob a forma de investimentos diretos (isto é, aquisição ou vendas de participações societárias), empréstimos novos e amortizações de empréstimos anteriores (capitais autônomos).

No conceito acima da linha, ainda incluímos os ERROS E OMISSÕES, que surge em função de imperfeições no lançamento de contas no BP. Se as estatísticas fossem rigorosamente apuradas dentro do sistema de partidas dobradas, a soma algébrica do saldo em conta corrente com o do movimento dos capitais autônomos deveria ser igual ao chamado saldo total do BP, de igual valor absoluto e sinal contrário ao saldo de movimento de capitais compensatórios.

Como as estatísticas são computadas com imperfeições, a soma usualmente apresenta ligeiras divergências em relação ao saldo dos capitais compensatórios com o sinal trocado. Como os movimentos de capitais compensatórios são apurados com bastante rigor, presume-se que os erros e omissões tenham ocorrido na apuração do balanço em transações correntes e/ou no de capitais autônomos (geralmente inclui-se Erros e Omissões na conta capital, pois se acredita que surjam basicamente a partir de fluxos de capital não registrados).

Abaixo segue a estrutura geral do BP.

Incluindo os Erros e Omissões na conta capital, a situação do BP será dada pela seguinte equação:

contas tomadas em conjunto deve necessariamente ser igual a zero se

contabilizarmos o movimento de capitais compensatórios.

SALDO BP = SALDO CONTA CORRENTE + SALDO CONTA CAPITAL4

Quando o Saldo BP fica negativo, ou seja, há um DÉFICIT NO BP, ocorre uma SAÍDA LÍQUIDA DE RECURSOS DA ECONOMIA, aumentando a demanda por moeda estrangeira, digamos dólar norte americano. No caso de um saldo do BP positivo, SUPERÁVIT NO BP, ocorre uma ENTRADA LÍQUIDA DE RECURSOS, aumentando a demanda por moeda doméstica, digamos o real. Ou seja:

⇒ DÉFICIT BP = SAÍDA LÍQUIDA DE RECURSOS = MAIOR DEMANDA POR MOEDA ESTRANGEIRA (DÓLAR)

⇒ SUPERÁVIT BP = ENTRADA LÍQUIDA DE RECURSOS = MAIOR DEMANDA POR MOEDA DOMÉSTICA (REAL)

A estrutura do BP apresentou mudanças que são retratadas abaixo:

4.4.2 Macroeconomia Keynesiana

Até 1930 predominava na economia um pensamento liberal, fruto do desenvolvimento de uma teoria denominada clássica, acreditava-se que as livres forças de mercado conduziriam a economia ao pleno emprego.

De acordo com essa teoria, não haveria desemprego involuntário, ou seja, pessoas desejando trabalhar ao nível de salário de mercado encontrariam empregos, apenas não encontra emprego quem não aceita o salário vigente no mercado.

Entretanto, nos anos 1930, com a crise vivida pelos países capitalistas após a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, houve uma queda brutal do nível de atividade e uma elevação do desemprego e da capacidade ociosa, mostrando que o mercado sozinho não levava ao pleno emprego.

Apesar do salário nominal estar despencando nos anos 1930, o desemprego não arrefeceu, mas sim aumentou, demonstrando a incapacidade do mercado em levar o sistema ao pleno emprego e jogando por terra um dos pilares da teoria clássica, a inexistência do desemprego involuntário.

Com isto, começaram a ter lugar no pensamento econômico, teorias que colocavam a insuficiência demanda

4 Consideramos apenas a conta de capital autônomo.

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agregada como um dos fatores explicativos da depressão, deslocando o foco da oferta agregada como determinante do nível de produto.

A principal contribuição neste redesenho foi o trabalho publicado em 1936 do inglês John Maynards Keynes, intitulado “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”.

Desenvolve-se neste o chamado Princípio da Demanda Efetiva como base para a determinação do produto e da renda, rompendo-se com a idéia de passividade da demanda e o automatismo de sua adequação à oferta, conforme formulado por Jean Baptiste Say em sua máxima: a oferta cria sua procura (Lei de Say).

De acordo com Keynes, a intervenção do governo é necessária no sentido de regular a atividade econômica e levar a economia ao pleno emprego.

O governo, principalmente por meio de seus gastos, seria um elemento fundamental para a inversão do quadro de recessão e desemprego, uma vez que aumentando seus gastos, estaria aumentando a despesa agregada e, conseqüentemente, o nível de produção (dada a capacidade ociosa das empresas).

Desde então, a grande questão colocada é o grau de intervenção do Estado na sociedade, contrapondo de um lado economistas ou pensadores mais liberais ou conservadores (clássicos, neoclássicos, monetaristas), e de outro os keynesianos (intervencionistas ou fiscalistas).

4.4.2.1 Modelo Keynesiano Simples

HIPÓTESES DO MODELO KEYNESIANO BÁSICO

1. Desemprego de recursos (subemprego)

Supõe-se que a economia esteja abaixo do pleno emprego, produzindo abaixo do seu potencial. As empresas operam com capacidade ociosa, e uma parcela da força de trabalho está desempregada.

2. Inflexibilidade dos preços

Ao contrário do que prega a teoria clássica, as variáveis nominais são rígidas, os preços e salários nominais não se alteram com tanta freqüência. Como a economia está em desemprego, não há razões para as empresas elevarem os preços de seus produtos, num eventual aumento da demanda. Ou seja, supõe-se que as empresas elevem sua produção, mas não os preços.

3. Curto Prazo

Como no “longo prazo todos estaremos mortos”, o modelo keynesiano é essencialmente de curto prazo. A implicação é que pelo menos alguns fatores de produção serão fixos. No caso, para a teoria keynesiana o estoque de fatores de produção (mão-de-obra, capital, tecnologia, etc.) não se altera a curto prazo (altera-se apenas o grau de utilização desse estoque).

4. Oferta agregada fixada à curto prazo

A oferta de bens e serviços (OA) é o total da produção de bens e serviços finais, colocados à disposição da coletividade, num dado período, que irá variar em função da disponibilidade de fatores de produção. Como a teoria keynesiana supõe curto prazo, e portanto fatores fixos de produção, a oferta agregada permanece constante.

Isto não implica que não haverá aumento de produção, mas sim que não haverá deslocamentos da curva de oferta agregada, que só se altera se houver alterações na quantidade física de fatores de produção. A produção pode se alterar ao longo da curva, dependendo do grau de utilização dos recursos produtivos.

5. A demanda agregada é a responsável pelas variações do produto e renda nacional a curto prazo (PRINCÍPIO DA DEMANDA EFETIVA)

Como vimos, a DA é a soma dos gastos dos quatro agentes macroeconômicos: consumidores (C), empresas com investimentos (I), governo (G) e setor externo líquido (X-M):

DA = C + I + G + X – M

Em resumo, o resultado destas hipóteses será uma curva de oferta agregada que não se altera, e a exclusividade da demanda agregada na determinação do nível de equilíbrio da renda e do produto nacional.

Assim, numa situação de desemprego, a política econômica deve procurar elevar a demanda agregada, o que permitiria às empresas recuperar sua produção potencial, e recuperar os níveis de renda e emprego.

A idéia básica do modelo é que o produto (ou renda) é determinado pela demanda agregada, não existindo restrições pelo lado da oferta.

Considera-se a existência de recursos desempregados em nível suficiente para que as empresas possam oferecer qualquer quantidade de produto sem pressionar seus custos unitários, ou seja, qualquer nível de demanda pode ser atendido em um nível de preços dado (constante).

Considerando inicialmente apenas consumo e investimento, isto é, uma economia fechada e sem governo, temos que

Y = C + I

FUNÇÃO INVESTIMENTO

O investimento deve ser decomposto em duas partes:

1. Investimento voluntário ou planejado (intencional): corresponde às aquisições de bens de capital pelas empresas e à variação pretendida do nível de estoques.

2. Investimento involuntário ou não planejado em estoques: corresponde a variações no nível de estoques decorrentes de erros na previsão do nível de produção realizados pelas empresas.

Em equilíbrio, o investimento involuntário é nulo.

No modelo keynesiano básico, supõe-se, por simplificação, que o investimento é autônomo em relação à renda

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nacional, ou seja, o investimento não depende de variação da renda nacional.

FUNÇÃO CONSUMO

A função consumo agregado ou global mostra a relação entre o consumo total e a renda nacional. De acordo com a formulação keynesiana, o consumo aumenta conforme aumenta a renda mas em menor magnitude. Podemos expressar a função consumo da seguinte forma:

C = C (Y)

Supondo uma função linear:

C = Co + cY

Onde: Co é o consumo autônomo ou de subsistência (Co>0); c é a Propensão Marginal a Consumir (0<c<1).

O Consumo Autônomo corresponde àquele consumo que independe do nível de renda, ou seja, existe mesmo que a renda seja zero.

A Propensão Marginal a Consumir (PMgC = c) mostra a parcela da renda destinada ao consumo: quanto cresce o consumo, a partir de aumentos da renda.

Alternativamente, a função consumo costuma ser representada como:

C = a + bY

Onde a é o consumo mínimo da coletividade (se a renda for zero) e será o intercepto da reta; e b é a PMgC, que será a declividade ou coeficiente angular da função.

Graficamente:

FUNÇÃO POUPANÇA

Por definição, a poupança é a parte da renda que não foi consumida, é a parte residual da renda nacional.

S = Y – C

S = Y – (Co + cY)

S = - Co + (1-c) Y

Como a poupança é o resíduo da renda que não é consumido, sua função é exatamente o complemento da função consumo. Assim, o intercepto da função poupança é o consumo autônomo com sinal negativo, sinalizando que o que financia um nível mínimo de consumo, quando a renda é zero, é a despoupança (poupança negativa). Assim como o consumo, a poupança aumenta conforme a renda aumenta, mas em menor magnitude. O aumento da poupança é exatamente a parcela do aumento da renda que não foi consumida. Assim, (1-c) é a chamada

Propensão Marginal a Poupar (PMgS), que mostra quanto aumenta a poupança quando a renda aumenta uma unidade.

Note que:

PMgC + PMgS = c + (1-c) = 1

DETERMINAÇÃO DA RENDA DE EQUILÍBRIO COM CONSUMO E INVESTIMENTO

Considerando o investimento como autônomo em relação a renda:

I = I0

A demanda agregada será:

DA = C + I0

A condição de equilíbrio é que a demanda agregada (DA) seja igual a oferta agregada (OA), e que o produto seja igual a demanda:

DA = OA (Condição de Equilíbrio)

Y = OA (Oferta Agregada)

Y = C + I (Demanda Agregada)

Y = Co + cY + I0

Y – cY = Co + I0

Y = (Co + I0)*1/(1-c)

Por exemplo, vamos supor que temos as seguintes informações:

Condição de equilíbrio: Y = C + I

Função Consumo: C = 200 + 0,8 Y

Função Investimento: I = I0 = 300

Y = 200 + 0,8 Y + 300

Y = 2500

Em termos de poupança e investimentos teríamos:

Condição de Equilíbrio: S = I

Função Poupança: S = -200 + 0,2 Y

Função Investimento: I = I0 = 300

-200 + 0,2 Y = 300

Y = 2500

Analisando pela ótica da poupança, percebemos que a condição de equilíbrio Y = DA, transforma-se em S = I. Assim, a renda de equilíbrio é determinado no ponto em que a função poupança intercepta a função investimento. Essa forma de determinar o equilíbrio macroeconômico é a chamada ótica dos vazamentos e injeções da demanda.

Os vazamentos de renda ocorrem quando há quedas autônomas da demanda agregada, e injeções da demanda representam aumentos autônomos da demanda agregada.

ipicamente, aumentos da poupança, assim como de tributos e importações, representam vazamentos no fluxo de renda, deslocando a curva de demanda agregada para baixo, e provocando queda na renda de equilíbrio.

Por outro lado, aumento nos gastos com investimento, assim como despesas do governo e exportações, representam injeções ao fluxo de renda da economia. A

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seguir, os gráficos apresentam as duas formas de verificar o equilíbrio macroeconômico:

O primeiro gráfico representa o equilíbrio entre oferta e demanda agregada. Na horizontal temos o produto e na vertical a demanda agregada. Na reta de 45º a oferta agregada se iguala a demanda agregada, e qualquer ponto nesta reta será de equilíbrio. Traçando a curva de Demanda Agregada, temos no intercepto os componentes autônomos da demanda (A), que são C0 + I0, e a inclinação depende da PMgC. No ponto em que a curva de DA intercepta a reta de 45º, temos a condição satisfeita (Y=OA=DA).

No segundo gráfico, são estabelecidas as funções Poupança e Investimento. A primeira terá como intercepto o consumo autônomo (-C0) e a segunda será uma horizontal dado que o investimento neste caso é o autônomo (fixo em relação a renda). O equilíbrio se dá no ponto em que as duas funções se encontram (S=I).

MULTIPLICADOR KEYNESIANO

Um dos conceitos desenvolvidos por Keynes foi o multiplicador dos gastos. De acordo com este, quando há aumento de algum dos componentes da Demanda Agregada, o efeito sobre o produto é maior do que o aumento inicial do componente.

Em uma economia fechada e sem governo, a demanda agregada se constitui do Consumo e do Investimento. Caso haja aumento em algum dos componentes autônomos do Consumo ou Investimento, o aumento no produto será maior do que a variação do componente autônomo. Esse resultado maior se dá em função do multiplicador keynesiano, que representa os efeitos do aumento da demanda sobre os vários setores que compõem a economia.

Em síntese, o aumento de um elemento na demanda agregada provocará um aumento da renda nacional mais que proporcional ao aumento da demanda. Isso ocorre pois, em uma economia em desemprego, qualquer injeção de despesas provoca um efeito multiplicador nos vários setores da economia, pois o aumento de renda de um setor significará que os assalariados e empresários desse setor gastarão com outros bens e serviços, e assim continuamente.

Multiplicador de Gastos = ∆Y/∆A0

A variação inicial na despesa tem um impacto imediato e direto sobre a renda daqueles que são beneficiários desses

gastos. Ao receber sua renda, os indivíduos ampliarão seu consumo de acordo com a PMgC, levando à nova ampliação da renda. Os acréscimos de consumo induzidos pelo gasto inicial fazem com que a renda cresça mais que a variação da despesa inicial.

Como vimos anteriormente: Y = 1/(1-c) * (Co + I0)

Caso haja aumento nos componentes da demanda agregada (Co ou I0), o aumento na renda dependerá do valor do termo 1/(1-c), que é chamado de Multiplicador de Gastos. Como podemos notar, o valor do Multiplicador de Gastos será tanto maior quanto maior for a propensão marginal a consumir (c), uma vez que neste caso, quanto maior c, maiores serão os gastos induzidos por uma variação inicial da despesa.

∆Y = (1/1-c) * ∆A0

Fazendo k = 1/1-c

∆Y = k * ∆A0

Como c é positivo e menor que a unidade (0<c<1), k>1 e ∆Y > ∆DA.

Para e exercício anterior, o multiplicador seria:

K = 1/1-0,8 = 5

4.4.3 Economia Aberta e com Governo

Agora iremos incluir na análise o governo e a possibilidade trocas entre os países.

O governo adquire bens e serviços junto ao setor privado, oferece bens e serviços, transfere renda por meio de políticas assistenciais, previdência social, seguro-desemprego, pagamento de juros, e se financia através da arrecadação de impostos. O gasto público é um elemento de demanda, já os impostos pagos ao governo são subtraídos da renda que os indivíduos podem alocar em consumo e poupança, enquanto as transferências ampliam a renda disponível do setor privado.

A primeira alteração é na função consumo, que passa a depender da renda disponível:

C = C (Yd)

Yd = Y – T + TR

Onde Yd é a renda disponível, Y a renda nacional, T a arrecadação de impostos e TR as transferências do governo ao setor privado.

Supondo que: as transferências sejam impostos negativos e seus valores já estejam deduzidos da arrecadação dos impostos; a arrecadação seja proporcional à renda; e os gastos públicos sejam dados:

T = tY, onde t é a participação do imposto no produto (0<t<1)

G = G0

A função consumo passa a ser:

C = C0 + c (Y-T)

C = C0 + c (Y-tY) => C = C0 + cY(1-t)

E a Demanda Agregada:

DA = C + I + G

No equilíbrio, DA = Y e teremos:

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Y = C0 + c (Y-tY) + I0 + G0

YE = (C0 + I0 + G0)* 1/(1-c(1-t))

Os gastos públicos estimulam a renda por elevar os gastos autônomos, e os impostos, por meio de sua alíquota, possuem um efeito redutor sobre o nível de produto ao diminuir o valor do multiplicador dos gastos autônomos. Enquanto o gasto público afeta a posição da função de demanda agregada, deslocando-a, a alíquota de imposto afeta a inclinação da mesma.

É interessante observar que quando supomos que a tributação depende da renda, criamos o que se denomina Estabilizador Automático, ou seja, os impostos desempenharão um papel anti-cíclico, de amortecedor dos ciclos econômicos: quando aumenta a renda (Y), os impostos também aumentam, e que faz com que a renda disponível (Yd) varie menos que a renda nacional (Y); da mesma forma, quando Y cai, T também cai, e Yd cai menos que Y. O efeito sobre o consumo agregado é amortizado, quando a tributação é função crescente da renda.

O último item a ser analisado no modelo keynesiano simplificado é a introdução do setor externo. Assim como no caso do governo, a introdução do resto do mundo acrescenta um elemento de demanda, as exportações, e um elemento de vazamento da renda, as importações.

Como as exportações dependem da taxa de câmbio e da renda externa, supõe-se no modelo que esta variável seja exógena. Já as importações é considerada como uma função crescente apenas da renda interna, numa proporção fixa, dada pela Propensão Marginal a Importar. Deste modo:

X = X0

M = mY

Onde X são as exportações, M as importações e m a propensão marginal a importar (0<m<1).

A nova condição de equilíbrio será:

Y = C0 + c (Y-tY) + I0 + G0 + X0 - mY

YE = (C0 + I0 + G0 + X0)* 1/(1-c(1-t)+m)

O segundo termo é o chamado multiplicador de gastos da economia aberta. Notemos que seu valor é inferior ao de uma economia fechada, uma vez que o valor da propensão marginal a importar é maior que zero.

Assim como no caso do governo, vemos que as importações reduzem o multiplicador, enquanto as exportações acrescentam um elemento de gasto autônomo na economia. A primeira possui um impacto redutor sobre a renda, e a segunda um impacto expansionista.

Como podemos perceber pela análise do modelo keynesiano, a Demanda Agregada assume o papel determinante no nível de renda, não havendo limitações pelo lado da oferta. Esse modelo ajusta-se a uma situação em que existe ampla capacidade ociosa, de tal modo que as empresas possam atender qualquer demanda adicional, sem pressionar os respectivos custos e, portanto, os preços.

Em um ambiente como esse, a política fiscal passa a assumir grande importância para evitar profundas oscilações da renda, uma vez que o governo pode, por

meio de seus gastos e arrecadação, ampliar ou contrair a demanda agregada.

5 DEMANDA AGREGADA E O MODELO IS-LM

Exercícios relacionados: 7, 8, 17, 18, 25, 26, 36, 37, 45, 48, 49, 51, 52, 54, 55, 60, 61, 62, 63, 65, 68, 71.

Apesar de ser um modelo baseado em algumas idéias de Keynes, não se deve confundir o que o autor colocou em sua teoria geral, e os desenvolvimentos feitos por John Hicks e Alvin Hansen. Estes dois autores sintetizaram o trabalho de Keynes, mas eliminaram uma variável fundamental no modelo do autor, que é a supressão das expectativas no modelo. Assim como no modelo básico keynesiano, supõe-se nível de preços dados, isto é, as empresas estão dispostas a atender toda a demanda ao nível de preços vigentes no mercado.

Entretanto, o modelo IS-LM ou Análise Hicks-Hansen ou Síntese Neoclássica, é um modelo de determinação de renda e emprego, que considera os mercados de bens (IS – do inglês Investment-Saving) e os mercados monetários (LM – Liquidity Money - demanda e oferta de moeda). O modelo também será a base para se determinar a curva de demanda agregada (DA), que em conjunto com a curva de oferta agregada (OA) vai determinar conjuntamente os níveis de preços e de produção.

MERCADO DE BENS (IS)

A curva IS mostra as diversas combinações de taxa de juros e de níveis de produto que equilibram o mercado de bens, isto é, que fazem com que não haja excesso ou falta de oferta de um bem (OA = DA). No modelo, a Demanda Agregada será composta de três partes, em uma economia com governo:

Gastos em consumo: em uma economia sem governo, os gastos são uma função da renda, mas com o governo os gastos em consumo vão incluir os gastos de parcela das transferências do governo (c*TR, que será incluído no Consumo Autônomo, C0) e os gastos em consumo da renda que resta após a cobrança de impostos [(c*(Y-tY)]:

C = C0 + c*(1-t)*Y

Gastos em investimento: com base em Keynes, formula-se uma equação em que os investimentos tenham um componente autônomo I0, e outro componente que depende da taxa de juros (i), expressa na sensibilidade-juros do investimento (b):

I = I0 - bi

Governo: tem um nível de gastos autônomos em compras (G0), transfere recursos para as famílias (TR) e cobra impostos a uma alíquota t.

Portanto, a demanda agregada corresponde à soma desses três componentes:

DA = C + I + G

DA = C0 + c*(1-t)*Y + I0 - bi + G0

Reunindo os gastos autônomos: c*TR + I0 + G0 = A0

DA = (C0 + I0 + G0) - bi + c*(1-t)*Y

CURVA DE DEMANDA AGREGADA:

DA = A0 - bi + c*(1-t)*Y

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EQUILÍBRIO NO MERCADO IS

No equilíbrio, os produtores atendem toda a demanda agregada (DA), o produto Y se iguala à demanda agregada Y = DA.

Y = A0 - bi + c*(1-t)*Y

Y – (c*(1-t))*Y = A0 – bi

Y*(1- c*(1-t)) = A0 – bi

Y = (A0 – bi)* 1/(1- c*(1-t)) ou

Y = α * (A0 – bi), onde α = 1/1- c*(1-t), que é o multiplicador.

Desenvolvendo a fórmula anterior:

Y = αA0 – αbi

αbi = αA0 – Y

i = αA0/αb – Y/αb

CURVA IS: i = A0/b – (1/αb)*Y

A partir da equação de Demanda Agregada, determinamos o equilíbrio no mercado de bens (curva IS):

No gráfico DA temos a seguinte situação: a uma taxa de juros i1, o intercepto da curva DA1 no eixo DA encontra-se em (A0 – bi1), com inclinação da curva dada por c*(1-t).

O ponto em que a curva DA1 se encontra com a reta de 45º (DA=Y) indica o equilíbrio no mercado de bens, com o produto (Y1) se igualando a demanda (DA1).

Se a taxa de juros cai para i2, há um incentivo para o investimento, que agora depende da taxa de juros, fazendo com que o intercepto (A0 – bi1) se desloque para cima em (A0 – bi2).

A curva DA1 desloca-se para cima em DA2, com a mesma inclinação, isto é, c*(1-t) não mudou. Há um novo equilíbrio, com o produto Y2 igualando-se a demanda DA2. A curva IS relaciona a taxa de juros ao produto de equilíbrio. Para ser derivado, anota-se no eixo vertical os dois valores i1 e i2 da taxa de juros e os respectivos produtos Y1 e Y2 de equilíbrio, obtendo-se dois pontos que formam a curva IS.

Inclinação de IS

Na curva IS: i = A0/b – (1/αb)*Y. A inclinação da

curva IS é negativa e seu valor é dado por -(1/αb). O

sinal negativo indica a inclinação negativa da curva e

o valor dessa inclinação depende do multiplicador (α)

e da sensibilidade-juros do investimento (b).

Pela equação, podemos ver que quanto maior for o multiplicador ou maior a sensibilidade-juros do investimento, menor é o valor da inclinação da curva.

1. Sensibilidade-juros do investimento

Quanto maior for a elasticidade, mais horizontal será a curva IS, isto é, menor sua inclinação. Neste caso, uma pequena variação na taxa de juros induzirá uma grande variação no investimento e, portanto, na demanda agregada e na renda. O oposto ocorrerá quando o investimento for pouco sensível à taxa de juros: variações no investimento irão requerer maiores valores na taxa de juros, levando uma curva IS próxima da vertical.

2. Multiplicador α

O multiplicador foi definido como:

α = 1/1- c*(1-t)

Um multiplicador maior depende de que c*(1-t) seja também maior, isto é, que a propensão marginal a consumir c seja maior e/ou que a alíquota de imposto t seja menor.

c maior e/ou t menor→c*(1-t) maior→1/1- c*(1-t) maior

Como vimos, quanto maior é o multiplicador dos gastos autônomos, menor será a inclinação da curva IS, parecido com o que foi desenvolvido para uma sensibilidade-juros maior. Com a curva IS menos inclinada (ou mais horizontal), a variação da taxa de juros tem mais efeito sobre o produto.

Posição de IS

A posição da curva IS dependerá dos gastos autônomos (A0).

Um aumento no gasto autônomo de A01 para A02, desloca o intercepto da curva de A01 – bi1 para A02 – bi1, a curva DA1 passa para DA2.

A mesma taxa de juros i1, o deslocamento de DA1 para DA2 gera um equilíbrio a um produto maior Y2. Há uma nova curva IS (IS2), que se deslocou para a direita de IS1 devido ao aumento do gasto autônomo (∆A). Note que, em função do efeito multiplicador, a variação na renda foi maior do que a variação no gasto autônomo (∆Y>∆A).

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Posições fora da Curva IS

Quando se tem pontos abaixo ou acima da curva IS, haverá desequilíbrio no mercado de bens. Em pontos acima (à direita) da curva IS, haverá demanda menor que a produção (DA<Y) e, portanto, Excesso de Oferta de Bens (EOB). Já pontos abaixo (à esquerda) da curva IS, a demanda será maior que a produção, havendo Excesso de Demanda de Bens (EDB).

Em E3 é um ponto de excesso de demanda de bens (EDB), pois Y1 é menor que DA, isto porque ou a taxa de juros está muito baixa (gastos em investimentos elevados), i2<i1, ou o produto Y1 está abaixo do produto Y2 que equilibraria o mercado em bens em E2.

Em E4 é um ponto de excesso de oferta de bens (EOB), pois Y2 é maior que DA, isto porque ou a taxa de juros está muito alta (reduzindo os investimentos) ou a produto Y2 está acima do produto Y1 que equilibraria o mercado em E1.

EQUILÍBRIO NO MERCADO LM

A curva LM (do inglês Liquidity Money) representa o equilíbrio no mercado de ativos monetários, por simplificação, consideram-se apenas dois tipos de ativos: moeda e títulos. A curva LM mostra as combinações de taxa de juros e produto que equilibram o mercado monetário, isto é, igualando oferta e demanda por moeda.

Demanda por Moeda.

A função demanda por moeda é:

L = kY-hi

Onde a demanda por moeda L depende da renda Y (motivos transação e precaução para reter moeda) e da taxa de juros (motivo especulação); k mede a proporção da renda que se mantém na forma de moeda para realizar transações previstas (motivo transacional) e imprevistas (motivo precaução); h mede a sensibilidade-juros da demanda por moeda.

A sensibilidade-juros da demanda por moeda (h) representa o quanto os indivíduos estão dispostos a abdicar da rentabilidade paga pelos títulos ao reter moeda, que não rende juros.

Quanto maior a sensibilidade, ou seja, quanto mais importante é a rentabilidade dos juros para o indivíduo, menor será a retenção de moeda pelo mesmo, já que esta não apresenta rendimento algum.

A relação entre a renda e a demanda por moeda é direta, ou seja, quanto maior a renda maior será a demanda por moeda dos indivíduos, por outro lado, a relação entre taxa de juros e demanda será inversa, já que há uma taxa de juros maior a tendência das pessoas é guardar maior parte de sua riqueza em títulos.

Oferta de Moeda

Por hipótese, a oferta de moeda será determinado exogenamente, determinada pelo Banco Central. Entretanto, o que importa é a oferta real de moeda, ou seja, tem que levar em consideração o nível de preços. Como o modelo IS-LM supõe preços dados (P), tem-se a oferta real de moeda M/P.

Equilíbrio no mercado monetário

A oferta de moeda deve ser igual á demanda por moeda:

M/P = kY-hi

i = (-M/P+kY)/h

CURVA LM: i = -(1/h)*(M/P)+(k/h)*Y

Para uma demanda por moeda representada pela curva L1=kY1-hi e uma oferta monetária dada de M/P, há um equilíbrio em E1, a uma taxa de juros i1, onde MP=L. Supondo um aumento da renda de Y1 para Y2, a uma taxa de juros i1 igual a taxa inicial, a curva de demanda por moeda L1 desloca-se para L2= kY2-hi, pois os indivíduos irão demandar mais moeda pelos motivos precaução e transação, e, dada uma oferta monetária rígida, a demanda fica maior que a oferta.

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Para resolver esse desequilíbrio, há uma elevação da taxa de juros de i1 para i2, que reduz a demanda por moeda para especulação, igualando novamente oferta monetária e demanda monetária total em E2.

Inclinação de LM

Segundo a equação da LM: i = -(1/h)*(M/P)+(k/h)*Y. A inclinação da curva LM é positiva e seu valor é dado por k/h, ou seja, os fatores que afetam a inclinação da curva LM são as elasticidades ou sensibilidades da demanda de moeda em relação à renda e à taxa de juros. Quanto maior a elasticidade/sensibilidade da demanda de moeda em relação à renda (k), maior será a inclinação da curva LM, uma vez que uma pequena variação na renda levará a uma grande expansão na demanda de moeda, exigindo uma maior elevação na taxa de juros para compensá-la.

Por outro lado, quanto maior a elasticidade/sensibilidade de demanda de moeda em relação à taxa de juros (h), menor será a inclinação. Se a demanda de moeda for muito sensível à taxa de juros, qualquer variação nesta exigirá uma mudança significativa na renda para compensá-la, ou inversamente, qualquer alteração no nível de renda exigirá uma pequena mudança na taxa de juros, para manter o mercado monetário em equilíbrio.

RESUMINDO:

� h (sensibilidade-juros da moeda) maior, LM menos inclinada (inverso, denominador).

� k (sensibilidade-renda da moeda) maior, LM mais inclinada (direto, numerador).

Posição de LM

A posição da curva LM é dada pela oferta real de moeda. Como estamos considerando o nível de preços constante, esta é afetada basicamente pela política monetária do Banco Central. Assim, expansões na oferta de moeda deslocam a curva LM para a direita (para baixo), e contrações para a esquerda (para cima).

Quando aumenta a oferta monetária (de M1/P para M2/P), provoca um deslocamento paralelo de LM para baixo e a direita. Para um mesmo nível de renda (Y1 ou Y2), a taxa de juros é menor (taxas de juros da LM2 são menores que as da LM1), no caso do aumento da oferta monetária.

Posições fora de LM

Assim como na curva IS, temos pontos a esquerda e a direita da curva LM. Pontos acima e à esquerda da LM são pontos em que há excesso de oferta monetária (EOM), em função de uma taxa de juros muito alta ou um nível de renda baixo, que diminui a demanda por moeda. O reequilíbrio se dá com o aumento da renda ou reduzindo a taxa de juros. Já pontos abaixo e à direita da curva LM, temos excesso de demanda de moeda (EDM), em função da taxa de juros se situar em um patamar baixo (aumentando a demanda especulativa), ou do nível de renda estar em um nível acima (aumentando a demanda transacional ou precaucional).

EQUILÍBRIO NO MODELO IS/LM

Para determinarmos o nível de renda e de taxa de juros que equilibram simultaneamente os mercados de bens e de ativos, basta juntarmos as curvas IS e LM.

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No ponto de intersecção das curvas, será o ponto de equilíbrio.

5.1 POLÍTICAS ECONÔMICAS NO MODELO IS – LM

A curva IS é traçada considerando uma dada política fiscal (nível de gastos públicos e tributação) e a curva LM para uma dada oferta de moeda.

Alterações no ponto de equilíbrio da economia decorrem de deslocamentos quer da curva IS quer da LM ou de ambas, sendo que estas mudanças são provocadas principalmente por medidas de política econômica.

No caso da curva IS, outros fatores, além de políticas econômicas, podem levar a deslocamentos, como por exemplo, mudanças nos gastos autônomos (investimento, consumo, e outros).

No caso da LM, seus deslocamentos decorrem de modificações na oferta real de moeda.

Primeiro veremos o que ocorre com mudanças no gasto autônomo, para em seguida analisar os efeitos das políticas fiscal e monetária.

AUMENTO NO GASTO AUTÔNOMO

Há primeiro um aumento no gasto autônomo (↑A0).

Como houve aumento da renda, ocorrerá desequilíbrio no mercado monetário, pois haverá uma elevação na demanda por moeda transacional e precaucional, que provocará correções via aumento da taxa de juros (de i1 para i2), reduzindo a demanda especulativa.

No mercado de bens, o aumento da taxa de juros inibe os gastos em investimento, fazendo com que o aumento da renda (de Y1 para Y2) seja menor do que o previsto pelo multiplicador α (que seria o deslocamento de Y1 para Y2 se a taxa de juros permanece em i1).

POLÍTICA MONETÁRIA

A operação básica da política monetária são variações na quantidade de moeda no sistema. Isso é feito basicamente por operação de open market (mercado aberto), em que o Banco Central aumenta (ou reduz) a oferta monetária ao adquirir (ou vender) títulos públicos em poder do mercado, pagando com moeda (ou recebendo em moeda).

No caso de uma compra no mercado aberto, o BACEN adquire títulos do mercado, expandindo a oferta real de moeda no sistema, e deslocando a curva LM de LM1 para LM2. Com o aumento da oferta monetária, há um desajuste no mercado monetário, com a demanda por moeda sendo inferior à nova oferta real de moeda. Para corrigir o desequilíbrio, há uma redução da taxa de juros (de i1 para i3) para elevar a demanda especulativa por moeda e compensar o aumento da oferta monetária.

No mercado de bens, a redução da taxa de juros de i1 para i3 incentiva os gastos em investimentos, gerando um desequilíbrio entre Demanda Agregada e Produto (DA>Y). O ajuste do mercado de bens se dá com o aumento do produto, sendo que esse ajuste é mais lento que o ajuste do mercado monetário. O aumento dos gastos em investimento elevam o Y e a renda.

Com o aumento da renda de Y1 para Y2, haverá um aumento da demanda transacional e precaucional, o que desequilibra o mercado monetário e exige uma elevação da taxa de juros de i3 para i2, reduzindo a demanda especulativa e reequilibrando o mercado monetário.

No final, a política monetária expansionista (contracionista) desloca à direita (esquerda) e para baixo (cima) a curva LM, reduzindo (elevando) a taxa de juros e aumentando (reduzindo) o produto. A eficácia da política monetária em influenciar o nível de produto dependerá de dois fatores:

1. Elasticidade da demanda de moeda em relação a taxa de juros: se a demanda por moeda foi muito sensível à taxa de juros, uma pequena variação na taxa de juros será suficiente para ajustar o mercado de ativos. Assim, com esta pequena mudança na taxa de juros, a maior parte da expansão monetária será retida pelo público induzindo uma pequena alteração no investimento e, portanto, na renda. Ou seja, quanto maior a sensibilidade da demanda de

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moeda em relação à taxa de juros, menor será a eficácia da política monetária.

2. Elasticidade do investimento em relação a taxa de juros: se esta elasticidade for baixa, mesmo que a ampliação da oferta de moeda gere uma grande mudança na taxa de juros, isso poderá resultar em pequena variação no investimento. Concluímos, portanto, que a eficácia da política monetária será tanto maior quando maior a inclinação da LM e menor a inclinação da IS (veremos mais a frente em termos gráficos).

POLÍTICA FISCAL E EFEITO DESLOCAMENTO (CROWDING-OUT)

O efeito de uma política fiscal sobre a taxa de juros e renda é similar ao ocorrido no caso de variações no gasto autônomo. Uma política fiscal expansionista (contracionista) desloca a curva IS para cima (baixo) e à direita (esquerda), de IS1 para IS2.

Com o deslocamento da curva IS haverá um aumento da renda, de Y1 para Y3. Como o aumento da renda provoca elevação na demanda transacional e precaucional, a taxa de juros terá que aumentar para reduzir a demanda especulativa e reequilibrar o mercado monetário, de i1 para i2.

Com o aumento da taxa de juros, os gastos em investimentos são desestimulados, fazendo com que o aumento do produto seja de Y1 para Y2 e não para Y3. Há um deslocamento dos gastos privados em investimento, devido ao aumento dos gastos do governo.

Assim como no caso da política monetária, a eficácia da política fiscal dependerá de dois fatores, além do multiplicador dos gastos:

1. Elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros: quanto maior a sensibilidade da demanda de moeda em relação a taxa de juros maior será o impacto da política fiscal, pois a elevação necessária da taxa de juros para compensar o desequilíbrio monetário será menor, diminuindo o impacto negativo sobre os investimentos.

2. Elasticidade do investimento em relação a taxa de juros: quanto maior a sensibilidade no investimento em relação a taxa de juros, menor será o efeito da política fiscal sobre a renda, uma vez que qualquer mudança na taxa de juros gerará um grande impacto sobre o investimento, compensando o aumento de gastos do governo.

POLÍTICA MONETÁRIA ACOMODATÍCIA (MONETIZAÇÃO DE DÉFICITS PÚBLICOS)

O efeito deslocamento descrito acima pode ser anulado se dor acompanhado por uma política monetária acomodatícia que eleve a oferta monetária para evitar a elevação da taxa de juros e o conseqüente deslocamento dos gastos privados em investimento.

CASOS EXTREMOS: EFICÁCIA DAS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL

1. Armadilha da Liquidez.

É um caso extremo em que a demanda por moeda é extremamente sensível a taxa de juros em seu componente especulativo (h~infinito), deixando a curva LM uma horizontal.

Neste caso, a política monetária é incapaz de reduzir a taxa de juros, é ineficaz, pois toda oferta monetária é prontamente demanda, não havendo desequilíbrio no mercado monetária.

Por outro lado, a política fiscal é extremamente eficaz, não havendo efeito deslocamento. Ou seja, quanto mais horizontal for a curva LM, menos eficaz será a política monetária e mais eficaz a política fiscal.

Caso Clássico

Neste caso, a demanda por moeda é insensível a taxa de juros (h=0), isto é, não há demanda especulativa por moeda. A curva LM é vertical.

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Um aumento dos gastos do governo (política fiscal expansionista) apenas gera um aumento na taxa de juros (de i1 para i2), necessário para reduzir os gastos em investimento na mesma proporção do aumento dos gastos do governo, há um efeito deslocamento completo e o produto permanece em Y1.

Por outro lado, um aumento da oferta monetária (política monetária expansionista) tem efeito máximo sobre o produto (de Y1 para Y2), pois a oferta de moeda determina o nível de renda. A política monetária é extremamente eficaz, enquanto a política fiscal é ineficaz.

5.1.1 Oferta e Demanda Agregada, Inflação e Crescimento

No modelo de oferta e demanda agregada é examinado o sistema keynesiano quando os preços e os salários não são mantidos constantes, e vemos que os fatores pelo lado da oferta, assim como os fatores pelo lado da demanda, têm seu papel na determinação do produto.

5.1.2 A função Demanda Agregada

A curva de Demanda Agregada é construída achando os níveis de produto demandado para cada nível de preços. O nível de produto no qual as curvas IS e LM se cruzam, para um dado nível de preços, é um ponto na curva keynesiana de Demanda Agregada.

Uma mudança nos preços não afeta a curva IS pois as variáveis que a determinam são fixadas em termos reais, já na curva LM, qualquer mudança nos preços afeta a oferta rela de moeda, deslocando a curva LM.

Um aumento no nível de preços desloca LM para a esquerda e uma queda nos preços desloca LM para direita. Os pontos que cruzam IS-LM são pontos da curva de Demanda Agregada.

Inclinação da Curva de Demanda Agregada

A inclinação da curva DA depende das quatro variáveis que determinam as inclinações de IS e de LM:

1. Multiplicador dos gastos autônomos: quanto maior o multiplicador (α), menos inclinada (mais horizontal) é a curva DA. (RELAÇÃO INDIRETA)

2. Elasticidade-juros do investimento (b): quanto maior a elasticidade-juros do investimento, maior é o aumento da renda a partir da queda dos preços (lembre-se de que com a queda dos preços há uma queda da taxa de juros), e menos inclinada é a curva DA. (RELAÇÃO INDIRETA)

3. Elasticidade-juros da demanda por moeda (h): quanto mais sensível é a demanda por moeda a variações dos juros, menor será a queda (ou aumento) dos juros quando há uma redução (aumento) dos preços. Sendo assim, os juros irão oscilar menos, reduzindo a influência sobre o investimento e a renda, e a curva DA será mais inclinada (mais vertical). (RELAÇÃO DIRETA)

4. Elasticidade-renda da demanda por moeda (k): apesar de seu efeito ser após o aumento do produto, não devemos esquecer que quanto há um aumento da renda/produto, aumenta-se a demanda precaucional e transacional. Quando a elasticidade-renda da demanda é maior, menor será a necessidade de alterar a taxa de juros para modificar a demanda especulativa e compensar o desequilíbrio no mercado monetário. O raciocínio é semelhante ao fator anterior, quanto mais sensível, mais inclinada é a curva DA. (RELAÇÃO DIRETA).

E qual a implicação de uma curva mais ou menos inclinada? Como podemos ver no gráfico, quanto menos inclinada (mais horizontal) for a curva DA, maior é o aumento no produto dada uma queda nos preços.

De outro lado, quanto mais inclinada (mais vertical) for a curva DA, menor será a resposta da quantidade demanda em relação a uma variação no nível de preços.

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OFERTA AGREGADA

A curva de oferta agregada mostra a produção que as empresas irão levar adiante para cada nível de preços.

O formato desta curva depende de algumas hipóteses que se adotam, dando origem a dois tipos de curvas de oferta agregada: curvas de oferta de curto prazo ou caso keynesiano, e curvas de oferta de longo prazo ou caso clássico.

CURVAS DE OFERTA DE CURTO PRAZO OU CASO KEYNESIANO

Considera-se a existência de desemprego, capacidade ociosa na economia, de tal modo que o nível de preços poderia ser tomado como constante e a oferta agregada se tornaria uma horizontal ao nível de preços dado.

Nesse sentido, variações na demanda agregada provocam modificações na utilização dos fatores de produção e, por conseguinte, no produto.

Supõe-se neste caso a rigidez salarial, em que as empresas podem alterar os níveis de produção sem impactos sobre os custos e, portanto, sobre os preços.

Assim, a oferta pode responder à demanda sem pressionar o nível de preços. A rigidez pode ser explicada por uma série de motivos: existência de contratos, custos de transação, problemas informacionais, etc.

Esta situação tem mais validade no curto prazo, quer pela existência de contratos que fazem com que os salários sejam rígidos, quer porque as empresas não reagem automaticamente às flutuações no mercado de bens e desvios dos salários reais em relação à produtividade do trabalho com demissões e contratações, dado que estas

mudanças implicam em custos (recrutamento, seleção, treinamento, outros).

A curto prazo, as empresas podem não reagir a uma queda das vendas demitindo trabalhadores, devido aos custos de recontratação quando a economia se recuperar.

5.1.3 Efeitos da Política Fiscal e Monetária no Curto Prazo

No curto prazo, a política fiscal terá efeitos sobre o nível de produtos, sem alterar o nível de preços.

No caso da política monetária, o instrumento utilizado pelo governo são alterações na quantidade nominal de moeda no sistema, e, dado um nível de preços fixos no curto prazo, alterações na quantidade real de moeda.

A política monetária, ao expandir (reduzir) a oferta real de moeda, deslocará a curva LM para baixo (cima) e à direita (esquerda).

Como os preços são rígidos, a curva de Demanda Agregada sofrerá deslocamento para cima (baixo) e á direita (esquerda), aumentando (reduzindo) o nível de produto, sem alterar os preços.

5.1.4 Curvas de Oferta de Longo Prazo ou Caso clássico

Considera-se como hipótese preços e salários totalmente flexíveis e mercados concorrenciais, o equilíbrio econômico se dá ao nível de pleno emprego dos fatores, não havendo desemprego. A curva de oferta agregada será uma vertical, e o nível de produto será determinado exclusivamente por este. A Demanda Agregada terá impacto apenas no nível

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de preços, sem alterar o produto real, pois é determinado exclusivamente pelas condições de oferta: basicamente dotação de fatores de produção e tecnologia.

Isto é válido quando pensamos no longo prazo. A longo prazo, persistindo situações de desequilíbrio, desemprego ou subemprego, os preços e salários tendem a varia, de modo a buscar-se o equilíbrio.

Por exemplo, ao longo da vigência do contrato, mesmo havendo desemprego, os salários não podem ser revistos, mas uma vez corrido o tempo de vigência dos contratos e permanecendo a situação de desemprego, os contratos podem ser renegociados com reduções salariais.

Quanto maior o prazo considerado, maior a possibilidade de que as variáveis se ajustem à situação de equilíbrio. A curto prazo, os preços possuem certa rigidez, a longo prazo estes tendem a ser totalmente flexíveis.

Com isso, a oferta agregada de curto prazo assemelha-se à oferta agregada horizontal keynesiana, e será tanto mais assim quanto maior a rigidez dos preços.

Já a longo prazo, considerando que os salários reais respondem às situações de desequilíbrio no mercado de trabalho, a economia tende a situação de equilíbrio de pleno emprego, valendo a oferta agregada vertical do modelo clássico.

EFEITOS DA POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA NO LONGO PRAZO

A política fiscal promove, primeiro, um deslocamento da curva IS, conforme visto anteriormente. Este deslocamento, promovido por aumento nos gastos do governo, estimula as empresas a produzirem mais para atender a demanda.

Nessa tentativa de aumentarem a produção (de YPE para Y’), há uma pressão sobre os salários nominais, dado que a economia está em pleno emprego, o que provoca aumento dos salários que são repassados para os preços.

Com um aumento dos preços (de P1 para P2), a oferta real de moeda cai (de M/P1 para M/P2), elevando a taxa de juros e desestimulando o investimento, e levando a economia de volta ao produto de pleno emprego, com taxa de juros mais alta e preços maiores.

A elevação da taxa de juros reduz a demanda por bens de investimento no mesmo montante do aumento dos gastos do governo, isto é, há um efeito deslocamento completo.

A política monetária irá agir por meio de um aumento da oferta real de moeda, deslocando a curva LM (de LM1 para LM2) desequilibrando o mercado monetário e reduzindo a taxa de juros de i para i’. Com a queda dos juros, há um aumento do investimento e a curva de demanda agregada se desloca de DA1 para DA2, alcançando um nível de produto Y’ acima do nível de pleno emprego (YPE).

Com o produto acima do pleno emprego, há pressão sobre o mercado de trabalho e de bens, elevando o nível de preços de P1 para P2, reduzindo a oferta real de moeda e deslocando de volta a curva LM, de LM2 para LM1.

Ao final do ajuste, não mudaram o produto e a taxa de juros, apenas ocorrendo uma elevação dos preços idêntica à variação da oferta nominal de moda, não alterando a oferta real de moeda.

Neste sentido, a moeda é neutra, ou seja, não afeta as variáveis reais apenas as nominais, como prescrito pela teoria clássica e pela Teoria Quantitativa da Moeda.

Como podemos perceber pelas curvas de oferta de curto e longo prazo, as políticas econômicas tem efeito sobre as variáveis reais apenas no curto prazo, como dito pela teoria keynesiana, no longo prazo as políticas não afetam as variáveis, apenas elevando o nível de preços, como dito pela teoria clássica.

CURVA DE OFERTA POSITIVAMENTE INCLINADA

Os dois casos de curvas de oferta que vimos são muito extremos, sendo horizontal ou vertical, não havendo nenhuma flexibilidade.

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Entretanto, temos casos intermediários em que a curva de oferta é positivamente inclinada a curto prazo, com o que oscilações da demanda podem provocar tanto modificações do produto como dos preços.

Enquanto a curva horizontal implicava que políticas econômicas apenas alterava o nível de produto e a curva vertical implicava apenas alteração no nível de preços, uma curva de oferta agregada positivamente inclinada traz como principal resultado o fato de que as políticas fiscal e monetária expansionistas tem capacidade de elevar o produto, embora às custas de um aumento no nível de preços.

5.1.5 Choques de Oferta

Os chamados choques de oferta ganharam notoriedade na economia a partir das análises relativas aos choques de petróleo ocorridos ainda na década de 1970. Com o aumento do preço da matéria-prima, elevaram-se os custos das empresas, fazendo com que, para oferecer a mesma quantidade de produto, estas passassem a exigir um maior nível de preços, ou seja, desloca-se para cima e para esquerda a curva de oferta agregada positivamente inclinada.

Se a economia encontrava-se inicialmente em uma situação de equilíbrio ao nível do produto potencial ou de pleno emprego, e se não se alteram nem a oferta de moeda nem a política fiscal, mantendo inalterada a curva de demanda agregada, o resultado imediato do choque adverso de oferta será uma elevação dos preços e uma redução do produto. Este comportamento da economia ficou conhecido como fenômeno da estagflação:

� situação que ocorre quanto se tem paralelamente taxas elevadas de inflação e recessão econômica.

No ponto E2 estará havendo desemprego. Se o governo não tomar nenhuma medida em resposta ao choque, de acordo com nossa hipótese de que os salários nominais se reduzem na existência de desemprego, ao longo do tempo, conforme o desemprego vai se mantendo, os salários nominais vão se reduzindo, e a curva de oferta agregada tende a voltar a sua posição original.

O custo associado a isto é que, quanto maior a rigidez salarial, mais prolongado tende a ser o desemprego, até que o salário se ajuste à nova situação.

Entretanto, para muitos governos o desemprego é uma situação indesejada, não aceitando o ônus de se manterem paralisados diante do choque, e preferindo agir de modo a evitar o desemprego.

Se o objetivo for manter a economia em pleno emprego, e isto não significa que todos estão empregados, mas sim que aqueles que desejam trabalhar ao salário vigente encontrarão emprego, o governo pode reagir ao choque provocando um deslocamento da demanda agregada tal que esta intercepte a nova curva de oferta agregada no nível de produto potencial ou de pleno emprego (E3).

Com a implementação desta política, o governo consegue evitar a queda do produto e o desemprego, mas em conseqüência leva a maior elevação do nível de preços (para P3). Esse tipo de resposta a choques adversos de oferta é chamado de POLÍTICA ACOMODATÍCIA: o governo prefere acomodar o choque a um maior nível de preços a aceitar a queda de produto e o desemprego.

5.1.6 Inflação e (Des) Emprego

Exercícios relacionados: 11, 21, 33, 59, 69.

A inflação pode ser considerada como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços, ou seja, os movimentos inflacionários são dinâmicos e não podem ser confundidos com altas esporádicas de preços. Devem também ser generalizados, porque a maioria dos preços deve ser sincronizada numa escala altista.

As fontes de inflação costumam diferir em função das condições de cada país ou de cada época. As taxas de inflação são afetadas por fatores diversos, tais como:

� Estruturas de mercado (oligopólio, monopólio, concorrência perfeita).

� Abertura ao comércio exterior; � Estrutura das organizações trabalhistas (poder de

barganha sindical, etc.).

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5.1.6.1 Causas clássicas da inflação

� Inflação de Demanda: inflação provocada pelo excesso de demanda agregada, em relação à produção disponível de bens e serviços. Para combatê-la, a política econômica deve basear-se em instrumentos que provoquem uma redução da procura agregada por bens e serviços (redução dos gastos do governo, aumento da carga tributária, arrocho salarial, controle de crédito).

� Inflação de Custos: inflação provocada por elevação de custos, podendo ser associada a uma inflação tipicamente de oferta. O nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos fatores importantes aumentam, e eles são repassados aos preços dos produtos.

5.1.6.2 Teorias inflacionárias

1. Teorias Tradicionais

1.1. Inflação de Demanda (Demand Pull Inflation)

Efeito de Demanda:

Elevação Consumo Pessoal

Investimentos

Gastos do Governo

Exportações Líquidas

Deslocam DA para a direita, gerando ↑Y e ↑P

Processo:

DA ↑↑↑↑ (direita) e P↑↑↑↑; P↑↑↑↑ e W (salário nominal) não se altera���� Nd↑↑↑↑ (demanda de mão de obra); Nd↑↑↑↑ ���� N↑↑↑↑ e Y↑↑↑↑

1.2. Inflação de Custos (Costs Push Inflation)

Efeito Custos:

Elevação de Custos (Salários, Margens, Matérias-Primas, Câmbio, Juros)

Ou

Choques de Oferta (Guerras, Quebra de Safra, Cartéis)

� OA se desloca para a esquerda, com P↑ e Y↓

Processo:

OA↓ (esq) DA constante � P↑ � (expectativa) Nd ↓ � Y↓

1.3. Inflação Estruturalista (Modelo Híbrido: Demanda ↑ e Custos ↑)

5.2 MODERNAS TEORIAS

Teorias Ortodoxas – Monetaristas e Novo-Clássicos

Causas da Inflação:

� Desequilíbrio Fiscal: Excesso de Gastos (Excesso de Governo), Administração Pública mal gerenciada e Queda de Receita (Subsídios) - próprio de governos populistas

Financiamento de Déficit Público com emissão monetária

Excesso de moeda causando queda dos juros, possibilitando aumento da demanda

Juros baixos favorecendo especulação com estoques (intermediação) e consumo elevado pressionam inflação

Setores produtivos ineficientes sustentados pela baixa concorrência

Expectativa de desequilíbrio fiscal e emissão monetária antecipa elevação de preços pelos agentes

5.2.1 Nova Economia Clássica

Pressupostos

Os agentes econômicos agem racionalmente, maximizando suas funções de utilidade e lucro;

Os mercados (oferta e demanda) ajustam-se via preços;

Todos agentes dispõe de informações perfeitas e agem de acordo com modelos apoiados na racionalidade.

5.2.2 Expectativas Racionais (Lucas e Sargent)

Os agentes não se adaptam a uma nova situação como se nada esperassem. Com um conhecimento perfeito das

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informações de mercado (hipótese walrasiana resgatada e aplicada pelos novo-clássicos) e dentro de um comportamento racional de maximização de seus lucros e renda, os agentes conseguem antecipar suas reações e decisões às medidas de política econômica. Não há tempo para uma adaptação, a reação é imediata. Além disso, as expectativas podem ser alteradas de maneira radical, sem relação com seu comportamento passado.

Qualquer política econômica ativa tem os efeitos de suas medidas antecipadas pelos agentes, gerando neutralidade das políticas ativas.

Uma política monetária ativa, com o objetivo de ampliar o emprego, sendo perfeitamente antecipada pelos agentes, perde todo seu efeito real, resultando apenas em inflação.

Condições para formação racional de expectativas:

As informações são escassas, e o sistema econômico não as desperdiça;

Os agentes econômicos buscam informações até que sua utilidade > ou = a custo de aquisição e processamento;

Todo e qualquer agente adota modelos que vão se aperfeiçoando à verdadeira estrutura econômica. As expectativas são formadas como prevêem os modelos;

Os agentes econômicos não cometem erros sistemáticos. Os erros geram aperfeiçoamentos para a formação futura de expectativas;

As expectativas podem alterar-se de maneira radical, independende de seu comportamento passado.

Política Anti-inflacionária:

1. Redefinição do Estado: Equilíbrio Orçamentário

2. Política monetária livre (Bacen independente) para não financiar déficit público com emissão, subordinada apenas a metas inflacionárias

3. Administração da política monetária via juros

4. Proposições de políticas macroeconômicas de enfoque gradualista,

5. Abertura do mercado para aumentar a concorrência nos setores ineficientes

5.2.3 Modelos Neo-Estruturalistas ou Heterodoxos

Pressões (causas) Básicas:

� Conflito Distributivo:

Tentativa de elevar ganho real a partir da expansão nominal das rendas:

� GOVERNO: emissão que converte-se em imposto inflacionário;

� EMPRESAS: elevam suas margens (mark-up flexível) para aumentar lucro e fazer frente a custos elásticos, transferem custos e centralizam lucros ao longo das cadeias produtivas.

Mark-up: margem sobre custos diretos (salário + insumos) para cobrir: • Custos indiretos: administração, marketing, distribuição, pesquisa; • Custos fixos: aluguéis, uso de equipamentos e instalações, leasings; • Custos financeiros: juros;

• Custos de Capital: amortização dos investimentos e composição dos; • Fundos de auto-financiamento; • Impostos; • Lucros e dividendos.

� Indexação: Corrigir preços, salário, juros e câmbio nominal na expectativa de manter renda real;

� Inflação Estrutural: Inflação Estrutural: estrangulamentos de oferta (reduzida capacidade de investimento, de importação e de produção de bens básicos) combinados com elevação estrutural da demanda (urbanização, industrialização).

Inercialistas: Inflação inercial

Reajustes nominais de salarios, preços, impostos, dívidas e cambio recompõe inflação passada e são repassados como custos para a produção, favorecendo a inercialização de um patamar inflacionário.

Meios: Indexação de Salários, Câmbio, Impostos, Tarifas públicas e correção monetária.

p = Z*(wb + exiji)

p = variação de preços

Z = (1+m), m: mark-up (fixo)

w = variação do salário nominal (de acrodo com inflação passada)

b = inverso da produtividade do trabalho

e = variação do câmbio (indexado pela inflação passada)

xi = preço em US$ dos componentes/insumos importados

ji = coeficiente de insumos importados por unidade produzida

Se w = p-1 , e = p-1 (m é fixo e mantendo-se b, xi e ji) então p = p-1

5.3 PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO ECONÔMICA

A elaboração deste trabalho pelo Departamento Econômico (DEPEC) foi motivada por três objetivos fundamentais:

� Descrever, de forma sucinta, todos os planos de estabilização econômica, adotados a partir de 1986, analisando seus tópicos mais relevantes. Para cada plano, nomeou-se os principais condutores do processo de sua implantação: o Presidente da República, o Ministro da Fazenda e o Presidente do Banco Central;

� Recuperar a memória de determinados instrumentos que, ao tempo da sua adoção, tiveram amplo impacto na atividade econômicofinanceira do País. Alguns, como a Unidade de Referência de Preços (URP), Unidade Real de Valor (URV) e o Bônus do Tesouro Nacional (BTN), entre outros, já foram extintos. Outros, como a Unidade Fiscal de Referência (UFIR) e a Taxa de Referência (TR) continuam a vigorar, porém, com mudanças na periodicidade e ainda, normas como o Aviso GB-588 e o Aviso MF-30 que foram substituídos por instrumentos similares; e

� Servir de guia prático para consulta às principais normas que regem e/ou regulamentam assuntos relacionados à política econômicofinanceira distribuídos nos diferentes temas abordados:

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programas, impostos e contribuições federais, fundos, previdência social, taxas de juros referenciais, títulos públicos e outras matérias de natureza econômica.

5.3.1 Plano Cruzado – 1986

Legislação Básica: Decreto Lei nº 2.283, de 27.2.1986, posteriormente substituído pelo Decreto-lei nº 2.284, de 10.3.1986.

Presidente da República: José Sarney

Ministro da Fazenda: Dilson Domingos Funaro

Presidente do Banco Central: Fernão Carlos Botelho Bracher

Principais providências:

� Congelamento de preços, nos níveis observados no dia 27.2.1986;

� Alteração do padrão monetário, de cruzeiro para cruzado (Cz$ 1,00 = Cr$ 1.000,00), a partir de 28.2.1986;

� Os reajustes de salários, vencimentos, soldos, pensões e remunerações em geral passaram a ser fixados anualmente. A partir do primeiro dissídio, os reajustes seriam automáticos toda vez que a variação acumulada do IPC atingisse 20%;

� Fixação da taxa de câmbio de 3.3.1986 até 15.10.1986 (US$ 1,00 = Cz$ 13,84);

� Criação de "tablita" para conversão das obrigações de pagamento, expressas em cruzeiros, sem cláusula de correção monetária prefixada;

� Vedação, a partir de 11.3.1996, sob pena de nilidade, de cláusula de reajuste monetário nos contratos de prazos inferiores a um ano;

� A ORTN passou a denominar-se Obrigação do Tesouro Nacional - OTN. A primeira OTN foi emitida em 3.3.1986, com valor unitário de CZ$ 106,40 que permaneceu fixo até 1.3.1987.

5.3.2 Plano bresser - 1987

Legislação Básica: Decreto Lei nº 2.335, de 12.6.1987, e alterações promovidas pelos Decretos-leis nºs 2.336, de 15.6.1987 e 2.337, de 18.6.1987. Presidente da República: José Sarney Ministro da Fazenda: Luiz Carlos Bresser Pereira Presidente do Banco Central: Fernando Milliet de Oliveira

Principais providências:

� Congelamento de preços por 90 dias, inclusive os referentes a prestação de serviços, tarifas e contratos de locação de imóveis, nos níveis praticados em 12.6.1987;

� Criação da Unidade de Referência de Preços (URP) como referencial para reajustar preços e salários. O valor da URP era determinado pela média mensal da variação do IPC ocorrida no trimestre imediatamente anterior e sua aplicação ocorrida a cada mês do trimestre subsequente;

� A taxa de câmbio foi reajustada em 9,50%, em 16.6.1987, seguindo-se o sistema de minidesvalorizações, a partir desta data;

� As obrigações contratuais pecuniárias e os títulos de crédito que tinham sido constituídos em cruzados, no período de 1.1.1987 a 15.6.1987, sem cláusula de reajuste ou de correção monetária, ou com cláusula de correção monetária prefixada, foram deflacionados para cada dia do vencimento, mediante aplicação de "tablita".

5.3.3 Plano Verão - 1989

Legislação Básica: Medida Provisória nº 32, de 15.1.1989, convertida na Lei nº 7.730, de 31.1.1989.

Presidente da República: José Sarney

Ministro da Fazenda: Maílson Ferreira da Nóbrega

Presidente do Banco Central: Elmo de Araújo Camões

Principais providências:

� Congelamento de preços por prazo indeterminado, nos níveis efetivamente praticados no dia 14.1.1989;

� Alteração do padrão monetário, de cruzado para cruzado novo (NCz$ 1,00 = Cz$ 1.000,00), a partir de 16.1.1989;

� Os salários e demais remunerações de assalariados e pensões, relativas ao mês de fevereiro de 1989, foram nivelados ao respectivo valor médio real de 1988;

� A partir do mês de fevereiro de 1989, o pagamento de funcionários públicos, à conta do Tesouro Nacional, passou a ser realizado até o décimo dia do mês subsequente;

� Em 16.1.1989, a taxa de câmbio foi reajustada em 16,381% e mantida até 14.4.1989, refixando-a, até 4.5.1989, sucedendo-se outras minidesvalorizações, até que em 3.7.1989 foi promovida nova desvalorização, de 11,892%;

� Criação de "tablita" para conversão das obrigações de pagamento, expressas em cruzeiros, sem cláusula de correção monetária ou com cláusula de correção monetária prefixada;

� Extinção, em 16.11.1989, das Obigações do Tesouro nacional com variação diária (OTN fiscal) e, em 1.2.1989, da OTN. A OTN fiscal era usada como indexador oficial no pagamento de tributos e contribuições fiscais.

5.3.4 Plano Collor I - 1990

Legislação Básica: Medida Provisória nº168, de 15.3.1990, convertida na Lei nº 8.024, de 12.4.1990; Leis nºs 8.030, 8.031, 8.032, 8.033 e 8.034, de 12.4.1990; e Resolução CMN nº 1.689, de 18.3.1990.

Presidente da República: Fernando Affonso Collor de Mello

Ministro da Fazenda: Zélia Maria Cardoso de Melo

Presidente do Banco Central: Ibrahim Eris

Principais providências:

� Proibição de reajustes de preços de mercadorias e serviços, a partir de 15.3.1990, sem a prévia autorização do Ministério da Fazenda;

� Alteração do padrão monetário, de cruzado novo para cruzeiro (Cr$1,00 = NCz$ 1,00) a partir de 16.3.1990;

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� O Ministro da Fazenda ficou autorizado a baixar normativos estabelecendo o percentual de reajuste mínimo mensal para os salários em geral, bem como para o salário mínimo. Esse percentual seria válido para os salários do mês em curso. Os aumentos salariais acima do nível mínimo fixado pelo Governo poderiam ser livremente negociados entre as partes, mas não seriam considerados para efeito de cálculo da variação média mensal dos preços. Da mesma forma, o Ministro foi autorizado a baixar atos determinando o percentual de reajuste máximo mensal dos preços autorizados para as mercadorias e serviços em geral;

� Estabeleceu a livre pactuação das taxas de câmbio de compra e venda entre as partes contratantes, nas operações prontas e futuras, realizadas junto a estabelecimentos autorizados a operar em câmbio;

� Foi criada a possibilidade de o Banco Central atuar como agente comprador e vendedor de moedas, no mercado de taxas livres;

� Cancelou a exigência de depósito no Banco Central das operações de câmbio celebradas para pagamento de importações;

� Suspendeu o pagamento de juros e demais encargos incidentes sobre depósitos registrados em moeda estrangeira;

� Determinou, compulsoriamente, o alongamento do prazo médio dos papéis, além de promover substancial redução nos encargos financeiros correspondentes. O alongamento se deu com a emissão do Bônus do Tesouro Nacional Série Especial (BTNE), já que o vencimento desses papéis teve início a partir de setembro de 1991, em doze parcelas sucessivas, enquanto as Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LFT) apresentavam prazo médio de seis a nove meses;

� Criou os Certificados de Privatização;

� Determinou o bloqueio de ativos financeiros, a elevação de alíquotas e a ampliação de fatos geradores de impostos. Foram fixados limites para a liberação de ativos financeiros de um único titular em uma mesma instituição financeira. Para os saldos dos depósitos à vista e das cadernetas de poupança foi fixado o limite de Cr$50 mil. Os valores excedentes foram convertidos, a partir de 16.9.1991, em doze parcelas mensais, iguais e sucessivas, atualizadas monetariamente pela variação do BTN-Fiscal, acrescidas de juros de 6% a.a. ou fração pro rata. Para os depósitos à prazo fixo, com ou sem emissão de certificado, letras de câmbio, depósitos interfinanceiros, debêntures e demais ativos financeiros, bem como para os recursos captados pelas instituições financeiras por meio de operações compromissadas, foram fixados os seguintes limites:

� Operações compromissadas: Cr$25mil ou 20% do valor de resgate da operação, prevalecendo o que for maior, na data de vencimento do prazo original da aplicação;

� Demais ativos e aplicações, excluídos os depósitos interfinanceiros: 20% do valor de resgate, na data de vencimento do prazo original dos títulos. - As quantias excedentes aos limites fixados receberam tratamento idêntico ao

dispensado aos depósitos à vista e às cadernetas de poupança;

� Restringiu a presença do Estado na economia, através da desregulamentação e de programa de privatização;

� Determinou a incidência do IOF, em caráter transitório, sobre operações de resgate de títulos e valores mobiliários, transmissão de ouro e das ações negociadas em bolsa e saques em caderneta de poupança;

� Os resgates das aplicações com origem não identificada ficaram sujeitos ao pagamento de imposto de renda, à alíquota de 25%.

5.3.5 Plano collor II - 1991

Legislação Básica: Medidas Provisórias nºs 294 e 295, de 31.1.1991, convertidas, respectivamente, nas Leis nºs 8.177 e 8.178, de 1.3.1991.

Presidente da República: Fernando Affonso Collor de Mello

Ministro da Fazenda: Zélia Maria Cardoso de Melo

Presidente do Banco Central: Ibrahim Eris

Principais providências:

� Determinou que os preços de bens e serviços praticados em 30.1.1991 somente poderiam ser majorados mediante prévia e expressa autorização do Ministério da Fazenda;

� Estabeleceu regras para que os salários do mês de fevereiro de 1991, exceto os vencimentos, soldos e demais remunerações e vantagens pecuniárias de servidores públicos civis e militares da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e as rendas mensais de benefícios pagos pela Previdência Social ou pelo Tesouro Nacional, respeitado o princípio da irredutibilidade salarial, fossem reajustados com base no salário médio dos últimos doze meses. Os vencimentos dos servidores públicos, civis e militares, bem como a remuneração paga a pensionistas, foram reajustados em 9,36% no mês de fevereiro de 1991. A política salarial, no período de 1º de março a 31 de agosto de 1991, compreenderia, exclusivamente, a concessão de abonos;

� Definiu regras determinando que as obrigações contratuais e pecuniárias constituídas no período de 1.9.1990 a 31.1.1991, sem cláusula de reajuste ou com cláusula de correção monetária prefixada, ficaram sujeitas a deflacionamento, no dia do vencimento, mediante o uso de "tablita";

� Criou a taxa de referencial de juros (TR) de acordo com metodologia divulgada pelo conselho monetário Nacional (CMN), como instrumento de remuneração das aplicações financeiras de curto prazo. Foi fixado prazo de sessenta dias para que o CMN definisse metodologia de cálculo da TR;

� Extinguiu, a partir de 1.2.1991, o BTN fiscal e o BTN (instituídos, respectivamente, pelas leis nºs 7.777, de 19, 6 1989, e 7.799, de 10.7.1989), o Maior Valor de Referência (MVR), as operações de overnight para pessoas físicas e jurídicas não financeiras, a correção monetária, o Índice de Reajuste de Valores Fiscais (IRVF) e o Índice da Cesta Básica (ICB);

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� Criou a nota do Tesouro Nacional (NTN), a ser emitida, respeitados a autorização concedida e os limites fixados na lei orçamentária, bem como em seus créditos adicionais, com a finalidade de prover o Tesouro Nacional de recursos necessários à manutenção do equilíbrio orçamentário ou para a realização de operações de crédito por antecipação de receita.

5.3.6 Programa de Ação Imediata – PAI - 1993

Presidente da República: Itamar Augusto Cautiero Franco

Ministro da Fazenda: Fernando Henrique Cardoso

Presidente do Banco Central: Francisco Roberto André Gros

Principais providências:

� Revisão da lei orçamentária de 1993, mediante cortes de US$6 bilhões nos gastos;

� Elevação da receita pública, não só mediante soluções transitórias como a criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), mas através do aperfeiçoamento dos instrumentos de combate à sonegação e de fiscalização;

� Regularização dos pagamentos dos tesouros estaduais e municipais, relativos a suas dívidas vencidas com a União, cujo montante alcançava a cifra de US$40 bilhões;

� Reforço do controle e da fiscalização sobre os bancos estatais com o objetivo de impedir que eles funcionem como agentes financiadores de seus respectivos tesouros;

� Extensão, ao sistema financeiro oficial, do dispositivo da "lei do colarinho branco", que pune com dois a seis anos de reclusão os administradores de instituições financeiras que concederem empréstimo aos próprios acionistas controladores ou a empresas por eles controladas;

� Saneamento dos bancos federais, através da redefinição de suas funções, visando eliminação de duplicidade e concorrência recíproca predatória, enxugamento de sua estrutura, bem como maior autonomia ao Banco Central para controlar e fiscalizar a atuação desses bancos;

� Aceleração e ampliação das fronteiras do Programa Nacional de Desestatização (PND), para dar continuidade ao processo de redefinição do papel do Estado e ao equacionamento dos desequilíbrios financeiros do setor público.

5.3.7 Plano real - 1994

Legislação Básica: Medida Provisória nº542, de 30.6.1994, convertida na Lei nº9.069, de 29.6.1995.

Presidente da República: Itamar Augusto Cautiero Franco

Ministro da Fazenda: Rubens Ricúpero

Presidente do Banco Central: Pedro Sampaio Malan

Principais providências:

� Alteração do padrão monetário, de cruzeiro real para real (R$1,00 = CR$ 2.750,00), a partir de 1.7.1994;

� Redução das alíquotas do IOF incidentes sobre as operações a que se refere a Lei nº8.033, de 12.4.1990:

� de 8% para zero, na transmissão ou resgate de títulos e valores mobiliários, públicos e privados, inclusive de aplicações de curto prazo;

� de 25% para zero, na transmissão de ações de companhias abertas;

� de 20% para zero, nos saques efetuados em cadernetas de poupança;

� de 35% para 15%, na transmissão de ouro e transmissão ou resgate de título representativo de ouro;

� Interrupção , até 31.12.1994, da conversão dos tributos pela Ufir, desde que fossem pagos nos prazos originais previstos na legislação tributária. No caso de impostos e contribuições pagas indevidamente, ficou assegurada a compensação ou restituição com base na variação da Ufir calculada a partir da data do pagamento;

� Extinção da Ufir diária, a qual passou a ser fixada trimestralmente, além de atrelar a variação das unidades fiscais estaduais à Ufir;

� Permissão para dedução nos contratos do setor público sem cláusula de atualização monetária entre a data do período de adimplemento da obrigação e a data da exigibilidade do pagamento, da expectativa de inflação relativamente a esse prazo. Se o contrato não mencionasse explicitamente a expectativa inflacionária, seria adotado o IGP-DI, aplicado pro rata tempore relativamente ao prazo previsto para o pagamento. Nos contratos em que houvesse cláusula de atualização monetária, poderia ser aplicada a devida dedução;

� Determinação de que as dotações constantes no Orçamento Geral da União (OGU), com as modificações propostas, seriam corrigidas para preçõs médios de 1994 mediante aplicação, sobre valores expressos a preços de abril de 1993, do multiplicador 66,8402, e então convertidas em real em 1º de julho de 1994;

� Suspensão até 30 de junho de 1995:

� da concessão de avais e qualquer outras garantias, para qualquer fim, pelo Tesouro Nacional;

� da aprovação de novos projetos financiados no âmbito do Cofiex;

� da abertura de créditos especiais ao OGU;

� da conversão, em títulos públicos federais, de créditos oriundos da Conta de Resultado a Compensar (CRC), de acordo com as Leis n° 8.632/1993 e nº 8.724/1993;

� da colocação de qualquer título ou obrigação no exterior;

� da contratação de novas operações de crédito interno ou externo, exceto operações para amortização do principal corrigido da dívida interna ou externa, ou referente a operações mercantis;

� Determinação para que os resultados positivos do Banco Central passassem a ser recolhidos semestralmente ao Tesouro Nacional, até o dia 10 do

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mês subseqüente ao da apuração. Os primeiros preços a serem convertidos para a URV, em março de 1994, foram os salários, os benefícios da seguridade social e os contratos envolvendo o setor público, não ocorrendo qualquer tipo de intervenção nos mecanismos de formação dos preços dos bens e serviços. No mercado financeiro, a transição para a URV foi gradual. Em primeiro lugar, o Conselho Monet·rio Nacional autorizou a negociação de contratos nos mercados de futuros e o desconto de duplicatas, ambos em URV. Concomitantemente, foi autorizada a contratação de operações ativas das instituições financeiras, em URV, com exceção do crédito rural e do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que permaneceram seguindo regras próprias. Em seguida, foi iniciada a emissão de instrumentos financeiros privados, em URV, como os Certificados de Depósitos Bancários (CDB), debêntures e fundos de renda fixa de curto prazo. Nas operações comerciais, a URV foi adotada espontaneamente. A partir de 1° de julho de 1994, iniciou-se a última fase de implementação do Plano Real, com a conversão, ao par, para reais, dos preços e contratos expressos em URV. Os preços e contratos remanescentes em cruzeiros reais foram convertidos, respeitadas as orientações específicas de cada contrato, à taxa de CR$ 2.750,00 por R$ 1,00 (um real).

A rigor, o Plano Real iniciou-se com a criação do Fundo Social de Emergência (FSE) (Emenda Constitucional de Revisão nº1, de 1.3.1994), pelo qual desvinculava receitas da União e permitia a realização de gastos com o custeio das ações do sistema de saúde, benefícios previdenciários e auxílios assistenciais de prestação continuada. O FSE foi aprovado para vigorar no biênio de 1994-1995. Viabilizada a primeira etapa do plano, o Governo criou a Unidade Real de Valor (URV) para servir como padrão de valor monetário, integrando, temporariamente, com o cruzeiro real, o Sistema Monetário Nacional. Baseada em estimativas de três índices de preços, seu uso permitiu melhor sincronia entre preços, facilitando a transição para a nova moeda.

5.3.7.1 Plano Real - Medidas Complementares

Legislação Básica: Medida Provisória n° 1.053, de 30.6.1995.

Presidente da República: Fernando Henrique Cardoso

Ministro da Fazenda: Pedro Sampaio Malan

Presidente do Banco Central: Gustavo Jorge L. Loyola

Principais providências:

� Extinção, a partir de 1.7.1995, das unidades monetárias de conta, de qualquer natureza, tais como unidades usadas na prestação de serviços (unidade taximétrica, coeficiente de honorários cobrado pelos profissionais de saúde, etc.). A extinção também abrangeu, a partir de 1.1.1996, as unidades fiscais adotadas por estados e municípios. (UPDF, Uferj, Unif etc);

� Mudança na periodicidade de correção da Ufir, passando a ser atualizada trimestralmente em 1995 e semestralmente a partir de 1996;

� Permissão do uso da Ufir pelos estados e municípios, em substituição às respectivas unidades monetárias de conta e unidades fiscais extintas, desde que nas

mesmas condições e periodicidade adotadas pela União;

� Correção de salários pela variação do IPC-r (entre a última database e o mês de junho de 1995), na primeira data-base da categoria, a partir de 1° de julho de 1995, e adoção da livre negociação coletiva para os reajustes subseqüentes;

� Extinção do Índice de Preços ao Consumidor - Restrito (IPC-r), a partir de 1º julho de 1995;

� Criação da Taxa Básica Financeira (TBF), para ser utilizada exclusivamente como base de remuneração de operações realizadas no mercado financeiro, de prazo igual ou superior a sessenta dias.

5.3.8 Programa de Estabilidade Econômica

Legislação Básica: Emendas Constitucionais nºs 20, de 15.12.1998, 21, de 18.3.1999 e 27, de 21.3.2000; Leis nºs 9.703, de 17.11.1998, 9.717 e 9.718, de 27.11.1998, 9.732, de 11.12.1998, 9.779, de 19.1.1999, 9.789, de 23.2.1999, 9.801, de 14.6.1999, 9.876, de 26.11.1999 e 9.962, de 22.2.2000; Medidas Provisórias nºs 1.807-2, de 25.3.1999 e 1.815, de 5.3.1999; Decretos nºs 2.913, de 29.12.1998 e 2.983, de 5.3.1999; e Portarias do Ministério da Fazenda nºs 348, de 30.12.1998 e 22, de 3.3.1999.

Presidente da República: Fernando Henrique Cardoso

Ministro da Fazenda: Pedro Sampaio Malan

Presidente do Banco Central: Gustavo H.B. Franco

Principais providências:

O Programa de Estabilidade Macroeconômica, anunciado em outubro. de 1998, baseou-se em três pilares fundamentais: aprofundamento do programa de consolidação fiscal (Programa de Estabilidade Fiscal), adoção de uma política monetária baseada em metas inflacionárias e realização de progressos adicionais na transformação estrutural da economia. Em relação à política estrutural, o objetivo do Programa foi intensificar os avanços nas seguintes áreas: aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, ampliação do programa de privatização, consolidação da legislação relacionada com a implantação da reforma da previdência e com os fundos privados de pensão, e aprovação da reforma tributária com vistas ao aprimoramento do ineficiente sistema de tributação indireta.

O Programa de Estabilidade Macroeconômica foi criado com o objetivo de reverter o quadro das contas públicas. Em sua primeira versão, a meta era obter superávits primários (consolidação dos três níveis de governo) correspondentes a 2,6% do PIB em 1999, 2,8% em 2000 e 3% em 2001. Na esfera do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), a meta era gerar superávits primários equivalentes a 1,8% do PIB em 1999, 2% em 2000 e 2,3% em 2001, o que iria requerer do Governo a execução de um esforço fiscal, combinando corte de despesas e aumento de receitas, capaz de gerar recursos adicionais no montante de R$ 28 bilhões em 1999, R$ 33 bilhões em 2000 e R$ 39,4 bilhões em 2001. As áreas implementadas na consecução do esforço fiscal foram divididas em quatro grupos:

� Medidas de natureza estrutural, envolvendo a reforma da Previdência (E.C. nº 20, de 15.12.1998), a regulamentação da reforma administrativa e a

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prorrogação do Fundo de Estabilidade Fiscal (FEF), cuja vigência expiraria em 31.12.1999. Quanto à regulamentação da reforma administrativa, já foram aprovados os seguintes normativos: Lei nº 9.801, de 14.6.1999, que estabelece normas gerais para a perda de cargo público por excesso de despesa; e Lei nº 9.962, de 22.2.2000, que disciplina o regime de emprego público na esfera da administração federal direta, autárquica e fundacional. Relativamente ao FEF, foi substituído por novo mecanismo denominado Desvinculação de Recursos da União (DRU), para vigorar no período de 2000 a 2003 (Emenda Constitucional nº 27, de 21.3.2000);

� Redução das despesas correntes e de capital à conta do orçamento da União, em valor equivalente a 20% das despesas passíveis de corte no Orçamento Geral da União (Lei nº 9.789, de 23.2.1999);

� Redução do déficit previdenciário, mediante elevação da contribuição dos funcionários ativos da União e cobrança da contribuição para os inativos e pensionistas civis. Lei neste sentido foi aprovada pelo Congresso Nacional (Lei nº 9.783, de 28.1.1999), mas em outubro de 1999 foi julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Após este fato, o Governo encaminhou ao Congresso Nacional proposta de emenda constitucional que dispõe sobre a contribuição social do servidor público aposentado e do pensionista, bem como dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, e de seus pensionistas. Com a aprovação da Lei nº 9.876, de 26.11.1999, foi alterado o cálculo para a concessão do benefício dos trabalhadores do setor privado;

� Elevação das receitas, mediante:

� aumento da alíquota da Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), de 2% para 3%, a partir de 1.2.1999 e extensão da incidência às instituições financeiras e Elevação da alíquota do IOF nas operações de seguro para 25% (Lei n° 9.718, de 27.11.1998). Até então, o segmento de seguros era uma exceção à norma geral que estabelecia o IOF máximo de 25%, com alíquotas de 2% para as operações de seguro de vida e 4% para as demais operações de seguro;

� restabelecimento da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), de 17.6.1999 até 16.6.2002, com Elevação da alíquota de 0,20% para 0,38% nos primeiros 12 meses e para 0,30% nos 24 meses restantes (E.C. n° 21, de 18.3.1999);

� incorporação dos depósitos judiciais e extrajudiciais administrados pela Receita Federal e pelo INSS à receita tributária da União ( Lei n° 9.703, de17.11.1998).

Em março de 1999, as metas do Programa de Estabilidade Fiscal foram alteradas, de modo a adaptá-las ao novo regime de livre flutuação cambial, que passou a vigorar a partir de janeiro de 1999. Assim, as metas de superávit primário para o setor público consolidado passaram a ser de 3,1% do PIB em 1999, 3,25% em 2000 e 3,35% em 2001, enquanto o superávit primário do Governo Federal deveria alcançar, pelo menos, 2,3% do PIB em 1999. Outras medidas de caráter complementar foram aprovadas dentro do Programa de Estabilidade Macroeconômica,

como o caso da Lei Geral da Previdência Pública (Lei nº 9.717, de 27.11.1998) que dispõe sobre as regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores da União, dos estados e dos municípios, e dos militares dos estados e do Distrito Federal. Além disso, foi aprovado normativo redefinindo o conceito de entidade filantrópica e o limite de isenção da contribuição previdenciária a que fará jus, bem como elevando as alíquotas de contribuição para as empresas que exporem o trabalhador a situações de risco e/ou insalubridade (Lei nº 9.732, de 11.12.1998).

Por meio das Portarias Interministeriais Minifaz/Minas e Energia nºs 320 a 323, de 30.11.1998, foi promovida a desregulamentação do setor de combustíveis. O atraso na aprovação de algumas medidas do juste fiscal, prorrogação da CPMF e instituição da contribuição dos inativos, levou o governo a adotar, em dezembro de 1998, as seguintes medidas compensatórias:

� Elevação de 0,38 ponto percentual na alíquota do IOF, a partir de 24.1.1999, com validade até a data de reinício da cobrança da CPMF (17.6.1999) e inclusão do valor de aquisição de quotas de fundos de investimento na base de cálculo do imposto (Decreto nº 2.913, de 29.12.1998 e Portaria Minifaz nº 348, de 30.12.1998);

� Redução da alíquota da CSLL a cargo das instituições financeiras, de 18% para 8% (mesma alíquota cobrada das demais pessoas jurídicas), a partir de 1.1.1999, com validade até 30.4.1999. A partir de 1º de maio passou a vigorar uma alíquota de 12%, vigente para todas as pessoas jurídicas;

Em março de 1999, foram implementadas as seguintes medidas adicionais, visando:

� Ganhos de receita:

� alteração na forma de aplicação da alíquota adicional do IOF (0,38%), por meio da Portaria Minifaz nº 22, de 3.3.1999;

� suspensão do crédito presumido do IPI a título de ressarcimento da Cofins e PIS/Pasep incidentes sobre os produtos destinados à exportação (Medida Provisória nº 1.807-2, de 25.3.1999);

� aumento no preço dos combustíveis (Portarias Interministeriais nºs 25 a 29, de 9.3.1999);

� Cortes de despesas:

� redução de gastos com pessoal mediante a suspensão de concursos públicos, de nomeações e da correção de curvas e de progressões;

� extinção do adicional por tempo de serviço de que trata a Lei nº 8.112/1990 (Decreto nº 2.983, de 5.3.1999 e Medida Provisória nº 1.815, da mesma data..

Por último, cabe mencionar a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n° 101, de 4.5.2000) que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Entre as medidas relacionadas com o Programa de Estabilização, dependem ainda de aprovação pelo Congresso Nacional a reforma tributária e projetos de lei que dispõem sobre o regime de previdência privada.

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5.4 MACROECONOMIA ABERTA

Um país realiza uma série de transações econômicas com residentes de outros países, que se realizam tanto por meio do comércio de bens e serviços (exportações, importações, turismo, etc.) quanto com ativos (direitos e obrigações: investimentos diretos, endividamento externo, colocações de papéis no exterior, etc.). As transações internacionais permitem uma série de ganhos de eficiência, como:

� especialização na produção de bens em que o país possua vantagens comparativas, possibilitando a obtenção de uma massa de produtos maior com a mesma quantidade de fatores de produção;

� diversificação dos produtos a que os cidadãos têm acesso;

� diversificação de opções de portfólio dos agentes, reduzindo-se o risco;

� possibilidade de antecipação do consumo futuro pelos residentes, recorrendo ao endividamento externo;

� ampliação da concorrência nos mercados domésticos, limitando o poder de oligopólios e monopólios.

As transações entre os residentes de um país e o resto do mundo são registradas no Balanço de Pagamentos. Este se divide em dois grupos principais de contas: as Contas Correntes, associados aos fluxos de bens e serviços, e o Movimento de Capitais, ligado aos direitos e às obrigações.

5.4.1 Taxa de Câmbio

Exercícios relacionados: 40, 57, 71.

A taxa de câmbio mostra qual é a relação entre duas unidades monetárias diferentes, ou seja, é o preço relativo entre diferentes moedas. Quanto esta relação mostra o quanto se precisa de moeda nacional para adquirir uma unidade de moeda estrangeira, sem considerar a diferença de preços entre os países, temos a taxa de câmbio nominal, como:

E = R$/US$

Quanto há alterações da taxa de câmbio, temos uma valorização (apreciação) ou desvalorização (depreciação) da mesma:

- Valorização (Apreciação) Cambial Nominal: quando a moeda nacional ganha valor perante a moeda estrangeira, fica relativamente mais cara perante a moeda estrangeira, há uma redução da relação E. Nesse caso, teríamos que dar menos reais para obter um dólar.

- Desvalorização (Depreciação) Cambial Nominal: quando a moeda nacional perde valor perante a moeda estrangeira, fica relativamente mais barata perante a moeda estrangeira, há um aumento da relação E. Devemos dar mais moeda brasileira para obter uma unidade de moeda norte-americana.

Para determinar os fluxos comerciais entre os países, a taxa de câmbio relevante é a chamada taxa de câmbio real, que corresponde ao relativo de preços entre o produto nacional e o estrangeiro. No caso do Brasil, a taxa de câmbio real pode ser obtida da seguinte expressão:

Θ = EP*/P

Onde Θ é a taxa de câmbio real, E a taxa de câmbio nominal (R$/US$), P* o preço do produto estrangeiro, em US$, e P o preço do produto nacional, em R$.

Assim, EP* é o preço do produto estrangeiro em R$, com o que a taxa de câmbio real é, na verdade, a razão entre o preço do produto estrangeiro e o preço do produto nacional, ambos medidos em reais.

Quando há uma desvalorização (depreciação) da taxa de câmbio, a relação aumenta e o produto externo fica mais caro relativamente ao produto nacional, incentivando as exportações e inibindo as importações de bens e serviços.

Pela fórmula, isso pode ocorrer ou pelo aumento da taxa de câmbio nominal ou pelo aumento dos preços em US$, ou ainda pela redução dos preços em R$.

Deste modo, movimentos da taxa de câmbio nominal podem ser compensados por alterações nos preços internos e externos.

Por exemplo, se há uma desvalorização da taxa de câmbio nominal e ao mesmo tempo ocorre uma elevação dos preços internos, mantendo constante o preço externo, pode não ocorrer uma desvalorização real do câmbio e, dependendo da magnitude das alterações, pode até ocorrer uma valorização real do câmbio.

Já quando há uma valorização (apreciação) da taxa de câmbio, o produto nacional fica relativamente mais caro, o que desestimula as exportações e estimula as importações.

Regimes Cambiais

Regimes cambiais podem ser definidos como a estrutura de formação da taxa de câmbio. Existem vários regimes cambiais, entretanto, veremos os principais.

1. Regime de Câmbio Fixo: o Banco Central determina o valor da taxa de câmbio e se compromete a comprar e vender divisas à taxa estipulada. Quando por algum motivo o BACEN decide alterar o valor da paridade entre as moedas, há uma desvalorização ou valorização, dependendo do sentido da mudança.

Neste regime, o BACEN deve possuir reservas internacionais suficientes para intervir a qualquer momento no mercado, atuando sempre do lado oposto ao mercado, ou seja, se o mercado deseja moeda estrangeira, o BACEN tem que vendê-las, se o mercado deseja vender, o BACEN tem que comprar.

Neste tipo de regime, situações de déficits ou superávits no BP são insustentáveis a longo prazo.

Quando há déficits, significa que haverá maior demanda por moeda estrangeira e maior oferta de moeda nacional, desse modo, o BACEN tem que comprar moeda nacional e vender moeda estrangeira, haverá um fluxo de saída de recursos e uma redução das reservas.

Com superávit do BP, a situação inverte, com o mercado exigindo maior quantidade de moeda nacional e se desfazendo da moeda estrangeira. O BACEN então é obrigado a vender moeda nacional e comprar moeda estrangeira.

Como vimos anteriormente, ao vender moeda nacional, o BACEN estará aumentando a base monetária e a quantidade de moeda no sistema, ou seja, estará praticando política monetária.

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Como esta passa então a depender da entrada e saída de recursos do BP, diz-se que o BACEN perde graus de liberdade na determinação da política monetária.

2. Regime de Câmbio Flexível ou Flutuante Puro: a taxa de câmbio é determinada pelo mercado, a partir da oferta e demanda de divisas por parte do mercado. O governo não intervem na taxa de câmbio, deixando o mercado se equilibrar.

Quando há um excesso demanda maior por moeda estrangeira, demanda maior que oferta, a moeda estrangeira ganhará valor que é o mesmo que dizer que a moeda nacional perde valor, se deprecia. Quando houver excesso de oferta de moeda estrangeira, o preço desta cairá, isto é, a moeda nacional se apreciará.

O princípio do regime de câmbio flutuante é um mercado de divisas do tipo concorrência perfeita, sem intervenções do BACEN, de modo que qualquer desequilíbrio seja prontamente eliminado pelo mecanismo de mercado.

Em teoria o BP estará sempre em equilíbrio, pois os déficits (excesso de demanda por moeda estrangeira) tendem a desaparecer com a depreciação cambial, e eventuais superávits (excesso de oferta de divisas) são afastados com a apreciação da moeda nacional.

3. Regime de flutuação suja (dirty-floating): é um regime intermediário, está entre o flutuante e o fixo, mesclando características de ambos.

O princípio básico é o do regime flutuante, mas ao contrário daquele, que preconiza a determinação da taxa de câmbio em um mercado livre do tipo concorrência perfeita.

Nneste a determinação continua dando-se no mercado, em cujo funcionamento existe a presença de um grande ator que consegue influir na taxa: as intervenções do Banco Central, que tentam balizar os movimentos desejados da taxa de câmbio.

5.4.2 Determinantes do Saldo em Conta Corrente e do Movimento de Capitais

Como vimos anteriormente, o saldo em conta corrente depende basicamente de duas grandes contas: Balança Comercial e Balança de Serviços. Na segunda se destacam os juros remetidos por conta da dívida externa e a remessa de lucro das multinacionais que estão instaladas no país, e que podem ser considerados heranças do passado.

Assim, o saldo em conta corrente depende no curto prazo crucialmente das exportações líquidas de bens e serviços não fatores (Balança Comercial).

As exportações de bens e serviços dependem basicamente da Renda do Resto do Mundo e da Taxa de Câmbio Real, enquanto as importações dependem da Renda Interna e da Taxa de Câmbio Real.

Quanto aos fluxos de capitais entre países, seus determinantes são semelhantes às decisões de portfólio tomadas internamente. O investidor, ao decidir onde alocar o capital, faz a análise do binômio risco-retorno.

Considerando que o risco seja semelhante entre os países, o capital tenderia a fluir para aqueles que oferecerem maior taxa de retorno.

Com o capital fluindo para estes países, a escassez de capital seria eliminada, e a tendência é de redução da taxa

de retorno e, no limite, espera-se que o retorno seja equivalente em todos os países.

Em um mundo com mobilidade de capital, tenderia a valer a seguinte condição de arbitragem:

i = i* + Expectativa de Desvalorização da Taxa de Câmbio Nominal + Custos de Transação + Risco do País + Expectativas de Inflação

Onde i é a taxa de juros interna e i* a taxa de juros internacional.

Considerando livre mobilidade de capital, inexistindo custos de transação e ausência de riscos, a condição de arbitragem restringe-se à igualdade entre as taxas reais de juros interna e externa, quando expressa na mesma moeda.

Assim, inicialmente considera-se que o movimento de capitais depende basicamente do diferencial entre as taxas de juros nos diversos países.

5.4.3 Modelo IS-LM com Economia Aberta

Introduzindo o setor externo, temos a seguinte alteração no mercado de bens (curva IS):

Y = C + I + G + (X – M)

As propriedades da curva IS permanecem as mesmas, e a única mudança é que ao considerarmos o setor externo, introduzimos no modelo a taxa de câmbio real Θ e a renda externa Y*,de forma que as funções exportações e importações ficam:

X = f (Θ, Y*)

M = f (Θ, Y)

Qualquer alteração dos parâmetros Θ e Y* afetará o volume de exportações e o volume de gastos autônomos, e com isso a posição da curva IS. Como neste modelo os preços são fixos, é indiferente tratarmos taxa de câmbio real ou nominal, pois qualquer mudança na taxa de câmbio nominal provocará alterações na taxa de câmbio real.

Uma desvalorização da taxa de câmbio torna o produto nacional mais barato, estimulando as exportações e desincentivando as importações.

Essa melhora no saldo em conta corrente desloca a curva IS para a direita. Já uma valorização da taxa de câmbio terá o efeito oposto, deslocando a IS para a esquerda.

A curva LM não será afetada pela introdução do setor externo.

A demanda por moeda continua dependendo da renda e da taxa de juros, respondendo positivamente a primeira variável e negativamente em relação à segunda.

Dada a oferta de moda, a curva LM representará os pares (Y, i) que equilibram esse mercado.

Curva BP e Equilíbrio Externo

O modelo inclui uma terceira curva, denominada Curva BP, que representa os pontos de equilíbrio do Balanço de Pagamentos.

Como já vimos, o Balanço de Pagamentos decompõe-se em transações correntes e movimento de capitais.

BP = TC + MK

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O saldo em TC depende da taxa de câmbio e dos níveis de renda interno e externo. Dada a taxa de câmbio e a renda externa, teremos um valor dado de exportações, e elevações na renda interna ampliam as importações, o que diminui o saldo em Transações Correntes.

Já o movimento de capitais depende essencialmente das decisões de portfólio dos agentes em busca de maximizar o retorno de certa carteira. Com isso, o movimento de capitais responde positivamente ao diferencial de juros interno e externo.

Assim, dada a taxa de juros externa, a entrada de capitais tende a se ampliar quanto maior a taxa de juros. Dessa forma temos:

BP = TC (Y) + MK (i)

Para que o saldo em Balanço de Pagamentos seja igual a zero:

TC (Y) = - MK (i)

A curva BP representa os pares (Y, i) que satisfazem a condição de equilíbrio no Balanço de Pagamentos (saldo igual a zero)5. A inclinação da curva BP dependerá basicamente do GRAU DE MOBILIDADE DE CAPITAIS, isto é, da forma como estes respondem a variações na taxa de juros.

Curva BP sem Mobilidade de Capitais

Neste caso, o país não tem acesso ao mercado internacional de capitais, isto é, não existem movimentos de capitais e o BP se resume ao saldo em Transações Correntes, e a condição de equilíbrio do BP reduz-se a um saldo zero em Transações Correntes (exportações e importações se igualam). Como consideramos como dados taxa de câmbio e renda externa, as exportações são exógenas, já as importações são função crescente do nível de renda interna:

X = X0

M = mY

TC = X0 – mY

TC = 0 → X0 = mY

5 Desconsidera-se no modelo o movimento de capitais

compensatórios, o Movimento de Capitais refere-se ao

movimento autônomo.

YBP=0 = X0/m

Percebemos que numa situação de inexistência de mobilidade de capital, haverá um único nível de renda que equilibra a conta corrente e, portanto, o BP, independente da taxa de juros, que não exerce nenhuma influência no BP. Nessa situação, se o objetivo da economia for tanto o equilíbrio externo (situar-se em um ponto sobre a BP) quanto o equilíbrio interno (ponto de intersecção da IS e da LM), com a taxa de câmbio e a renda do resto do mundo dadas, o equilíbrio externo impõe uma restrição em que haverá um único nível de renda interna compatível com o equilíbrio externo.

CURVA BP COM LIVRE MOBILIDADE DE CAPITAL

Temos uma situação em que o país tem livre acesso ao mercado de capitais à taxa de juros prevalecente no mercado, teoricamente é aplicado para economias de pequeno porte, pois não haverá pressão sobre a taxa de juros internacional. Assim, qualquer déficit em transações correntes pode ser financiado à taxa de juros vigente no mercado internacional, e qualquer superávit pode ser aplicado no exterior à essa mesma taxa de juros. O saldo em TC é irrelevante para se determinar o equilíbrio do BP, uma vez que sempre haverá um movimento de capitais compensatórios, a uma taxa de juros estipulada pelo mercado internacional.

A variável relevante para determinar o equilíbrio do BP passa a ser a taxa de juros e não mais a renda interna, uma vez que o BP passe a ser infinitamente elástico em relação à taxa de juros. Uma taxa de juros ligeiramente superior à taxa internacional induzirá uma massiva entrada de capitais (um grande superávit no BP), que forçará a igualdade entre as taxas; uma taxa ligeiramente inferior levará por sua vez a uma saída massiva de capitais, isto é, a profundos déficits no BP. Haverá apenas um nível de taxa de juros interna compatível com o equilíbrio externo:

i = i* (Equilíbrio Externo)

i > i* ou i < i* (Desequilíbrio Externo)

A igualdade da taxa de juros passa a representar a curva BP:

CURVA BP COM MOBILIDADE IMPERFEITA DE CAPITAIS

Situação intermediária, aplicada às economias de grande porte, em que a mobilidade do capital não é perfeita, há imperfeições no mercado de capitais. Em uma situação como esta, tanto a taxa de juros quanto a renda interna

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passam a desempenhar um papel relevante para se atingir o equilíbrio externo.

Uma elevação da renda levará a deterioração do saldo em transações correntes, aumentando a necessidade de recursos externos para financiá-lo. No caso de uma grande economia, sua maior demanda por recursos pressionará o mercado internacional, aumentando a taxa de juros vigente no mercado, fazendo com que elevações na renda sejam acompanhadas por elevações na taxa de juros, de modo a manter o BP em equilíbrio. Dessa forma, a curva BP é positivamente inclinada, isto é, aumentos na renda devem ser acompanhados por elevações na taxa de juros, de modo a manter o BP em equilíbrio.

EQUILÍBRIO INTERNO E EXTERNO E IMPACTO DAS POLÍTICAS ECONÔMICAS SOB DIFERENTES REGIMES CAMBIAIS E PERFEITA MOBILIDADE DE CAPITAIS

Com base no referencial IS-LM-BP, vamos analisar como se determina o nível de renda de uma economia aberta e como a política econômica ou alterações em outras variáveis exógenas podem afetar o equilíbrio sob diferentes regimes cambiais.

CURVA BP COM PERFEITA MOBILIDADE DE CAPITAL

Com perfeita mobilidade de capital, a alteração que teremos no modelo será na especificação da curva BP, sendo que a IS e a LM permanecem iguais ao caso anterior.

Curva BP: i = i*

Câmbio Fixo

POLÍTICA MONETÁRIA

Uma política monetária expansionista terá como primeiro impacto um deslocamento para a direita da curva LM (de LM1 para LM2), pressionando a taxa de juros para baixo.

Como em uma situação de livre mobilidade de capital a taxa de juros interna menor que a externa induz uma saída massiva de recursos, o BACEN terá que intervir no mercado de câmbio, comprando moeda doméstica.

Este procedimento enxuga novamente a quantidade de moeda no sistema, deslocando a curva LM para a esquerda, em seu ponto inicial, restabelecendo a condição de igualdade entre as taxas de juros interna e externa.

Conclusão: a política monetária é inoperante no caso de câmbio fixo e perfeita mobilidade de capital, o BACEN não tem nenhum controle sobre o agregado monetário, que terá de se ajustar para garantir a igualdade entre as taxas de juros.

POLÍTICA FISCAL

Uma política fiscal expansionista desloca a curva IS para a direita, de IS1 para IS2, aumentando o nível de renda e aumentado também a taxa de juros (de i1 para i1’).

Com a taxa de juros acima da taxa internacional, há uma entrada massiva de recursos na economia, obrigando o BACEN a vender moeda estrangeira e comprar divisas, aumentando as reservas internacionais. Com isso, a curva LM se desloca para a direita, atingindo um novo ponto de equilíbrio em E2.

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Conclusão: a política fiscal é extremamente eficiente para afetar o nível de produto em um regime de câmbio fixo e perfeita mobilidade de capital.

Não há efeito deslocamento neste caso, pois a taxa de juros não se altera nos pontos de equilíbrio, por isso seu efeito é maior do que no caso de uma economia fechada.

POLÍTICA CAMBIAL

No caso do movimento perfeito de capital, são os movimentos de capitais que determinam a situação do BP, por isso, no caso de uma desvalorização cambial, a curva BP não será afetada.

O impacto da desvalorização será o deslocamento da curva IS, sã que se exporta mais. Esse deslocamento para a direita, de IS1 para IS2, terá o mesmo efeito da política fiscal, induzindo aumento da taxa de juros e da renda em um primeiro momento, provocando deslocamento da curva LM e uma nova rodada de aumento da renda, mas agora com a redução dos juros para o nível internacional.

O gráfico e as conclusões são as mesmas do caso de uma política fiscal sob regime de câmbio fixo e perfeita mobilidade de capital.

Câmbio Flutuante

Considerando um sistema de taxa de câmbio flutuante, vejamos o impacto das políticas econômicas. Esse caso, com livre mobilidade de capital e taxa de câmbio flutuante, dentro do modelo IS-LS, é o chamado Modelo Mundell-Fleming.

POLÍTICA MONETÁRIA

Uma política monetária expansionista provoca, primeiro, um deslocamento da curva LM, de LM1 para LM2. Esse deslocamento provoca uma redução da taxa de juros, tendo como efeito uma depreciação da taxa de câmbio haja vista a saída massiva de recursos da economia quando a taxa de juros interna é menor que a internacional (em E1’).

Por sua vez, a depreciação aumenta as exportações e desloca a curva IS par a direita (de IS1 para IS2), até que se atinja o novo ponto de equilíbrio em E2.

Conclusão: A política monetária é plenamente eficaz, pois ao induzir a depreciação cambial, melhora o saldo em Transações Correntes, ampliando a demanda por produto doméstico e, portanto, ampliando a renda.

POLÍTICA FISCAL

No caso de expansão dos gastos públicos, o efeito imediato será o deslocamento da curva IS para a direita, pressionando a taxa de juros e levando à uma apreciação da taxa de câmbio (dada uma entrada de recursos na economia em função dos juros maiores, superávit BP).

A apreciação da taxa de câmbio deixará os produtos nacionais mais caros, reduzindo as exportações e deslocando a curva IS para a esquerda, até que atinja a sua posição original em E1.

Conclusão: a política fiscal é ineficiente em promover aumento da renda com perfeita mobilidade de capital e câmbio flutuante, o efeito é um deslocamento das exportações para o gasto público.

5.4.4 A Economia Intertemporal

Exercícios relacionados: 10, 29, 30, 47.

O consumo e o Investimento num Modelo de escolha Intertemporal, em função da restrição orçamentária intertemporal das Famílias.

Na abordagem intertemporal, que teve como pioneiro Irving Fisher, as famílias decidem quanto consumir e poupar hoje, levando em conta o futuro. Consumir mais hoje e conseqüentemente poupar menos pode significar um menor consumo amanhã.

Por outro lado, as pessoas, geralmente quando jovens, poupam para poderem ter um consumo desejável no futuro, já que quando idosas, é esperada uma renda menor. As famílias podem ainda tomar empréstimos para consumir mais no presente.

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Esses empréstimos, entretanto, deverão ser pagos, comprometendo parte do consumo no futuro. Desta maneira, em suas decisões quanto ao consumo, os agentes enfrentam uma restrição conhecida como restrição orçamentária intertemporal.

Quanto mais consumir hoje menos pode-se consumir no futuro. Assim, para tomar a decisão de consumir no presente, as pessoas deverão considerar suas expectativas em relação ao futuro (renda que esperam obter, bens que esperam consumir).

Consideremos um modelo simples de dois períodos. O período 1 representa a juventude; e o 2 a velhice do consumidor. Consideremos ainda Y 1 e C1 como sendo a renda e o consumo do consumidor quando jovem e Y 2 e C2 os mesmos para quando o consumidor estiver velho. Supondo primeiramente a possibilidade de se tomar empréstimos, a poupança do período 1 (S1) é dada por:

S1 = Y1 - C1 (S1>0: poupança para o futuro; S1<0: empréstimo para pagamento futuro)

O consumo no segundo período é dado por:

C2 = (1 + r) . S + Y2

Onde r representa a taxa de juros

Combinando as duas equações obtem-se:

C2 = (1 + r) . ( Y1 - C1) + Y2

Isolando-se C1 e C2 e dividindo-se ambos os lados do resultado por (1 + r), chega-se a:

i

YY

i

CC

++=

++

11

2

1

2

1

que representa a restrição orçamentária intertemporal do consumidor. Por essa restrição, o consumo no período 1 mais o consumo no período 2, descontado pelo fator (1 + r) tem que ser igual á renda no período 1 mais a renda no período 2 também descontada por (1 + r). O lado direito da restrição pode ser interpretado como a riqueza do consumidor no período 1.

Graficamente:

Curva de Restrição Intertemporal

A inclinação da reta é dada por – (1 + r) e todos os seus pontos representam combinações possíveis para o consumidor.

Ponto A: O consumidor consome exatamente sua renda no período 1. Como não poupa, mantem sempre o consumo no período 2 igual à renda nesse período.

Ponto B: Consumidor poupa no período 1, o que lhe permite consumir mais do que sua renda no período 2.

Ponto C: Consumidor gasta no período 1 mais do que sua renda. Isso é possível pela possibilidade que o consumidor tem de levantar empréstimos, que serão pagos no período 2.

Posições Intermediárias:

Entre A e B: Consumidor poupa parte da renda do período 1 para ampliar seu consumo futuro

Entre A e C: Consumidor gasta mais do que ganha no período 1, contraindo empréstimos para pagar no período 2:

As decisões de consumo dependem:

Da Renda Corrente Y1

Da expectativa de Renda Futura Y2

Das previsões de gastos futuros C2

Da taxa de juros: i

Ao combinar as curvas de indiferença do consumidor com a restrição orçamentária intertemporal tem-se o equilíbrio do consumidor, que pode ser visualizado no gráfico abaixo.

Efeito da renda sobre o consumo:

� Um aumento na renda corrente ou na renda futura permite expansão tanto no consumo corrente como no futuro;

� Uma previsão de queda na renda futura e manutenção da corrente: contração do consumo presente e futuro (tipo de expectativa típica de períodos de recessão, quando o indivíduo prevê desemprego e perda de ganhos) - Notar que uma expectativa de queda na renda futura gera uma contração no consumo presente, provocando a recessão;

� Uma previsão de menores gastos no futuro (não há mais filhos na escola, aquisição de casa e outras propriedades está completa) permite maiores gastos no presente (pois sujeito pode contrair empréstimos para pagar no futuro);

� Uma previsão de maiores gastos no futuro (despesas com saúde), provoca contração nos gastos presentes (necessidade de poupar recursos para gastos futuros)

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Efeitos das taxa de juros no consumo:

Aumento da taxa de juros provoca queda do consumo presente e elevação do consumo futuro:

� Fica mais caro consumir no presente, se endividando para o futuro.

� Fica mais vantajoso consumir no futuro, pois poupança acumulada rende mais.

No gráfico:

Rotação da curva de restrição intertemporal

A Restrição Orçamentária Intertemporal do Governo e a Equivalência Ricardiana.

De acordo com o modelo keynesiano, uma política fiscal expansionista via redução de impostos tem, através do efeito multiplicador, importante efeito sobre o produto, pois elevará a renda disponível das famílias e consumo agregado, por conseqüência. Entretanto, se considerarmos que esse corte nos impostos será financiado via endividamento público, e que esta dívida deverá ser paga no futuro com a cobrança de mais impostos, o resultado do modelo keynesiano pode não ser válido. Isso ocorre porque as famílias, diante de sua restrição orçamentária intertemporal, poderão simplesmente economizar a redução dos impostos para o pagamento dos mesmos no futuro. Pod-see compreender melhor esse raciocínio com base na Restrição Orçamentária Intertemporal do Governo.

Consideremos o modelo de dois períodos. Definindo Déficit público (D) como sendo a diferença entre os gastos e os impostos do governo no primeiro período, ou seja:

D1 = G1 - T1

Considerando que o governo irá financiar esse déficit por meio da venda de títulos, no segundo período a arrecadação deverá ser suficiente para liquidar a dívida e ainda cobrir os gastos, ou seja:

T2 = (1 + r) D1 + G2

Onde r corresponde a taxa de juros pagos nos títulos públicos. Considerando as duas equações, isolando T1 e T2, e dividindo por (1 + r), chega-se a:

T1 + T2 / (1 + r) = G1+ G2 /(1 + r)

Esta última equação representa a restrição orçamentária intertemporal do governo. Essa restrição mostre que se houver um corte nos impostos num primeiro momento em ∆T, sem que haja alterações nos gastos do governo, para

compensar deverá haver uma elevação dos impostos num segundo momento em:

∆T . (1 + r)

Consideremos agora a restrição orçamentária intertemporal das famílias para o modelo de dois períodos, modificada pela inclusão dos impostos:

C1 + C2 / (1 + r) = (Y1 – T1) + [(Y2 – T2)/(1 + r)]

Rearranjando os termos, chega-se a:

C1 + C2 / (1 + r) = Y1 + Y2/(1 + r) – [T1+ T2/ (1 + r)]

que significa que o consumo vitalício da família é igual ao valor atual da renda menos o valor atual dos impostos.

Se os impostos num primeiro momentos são reduzir em ∆T e se vale a restrição orçamentária intertemporal do governo, ou seja, os impostos deverão subir num segundo momento em ∆T . (1 + r), não há variação no valor atual dos impostos e, conseqüentemente, não haverá alteração no consumo das famílias no momento presente, momento um. Isso porque as famílias vão economizar o valor da redução dos impostos para pagar o aumento futuro destes.

Essa idéia é conhecida como equivalência ricardiana, e é, sob certas circunstâncias, contrária ao modelo keynesiano, que diz que um corte nos impostos eleva o consumo por elevar a renda disponível. No modelo intertemporal, o corte nos impostos só terá efeito sobre o consumo se for acompanhado por uma mudança nos padrões de gasto do governo, de maneira que não sejam necessários aumentos no futuro.

Entretanto há uma certa complicação que poderia invalidar a equivalência ricardiana. Se o financiamento do governo for de longo prazo, por exemplo, 60 anos, as famílias vão poder consumir mais, já que a elevação futura dos impostos recairá sobre as gerações futuras. Entretanto, um economista chamado Robert Barro, contestou essa tese argumentando que as famílias preocupam-se com suas gerações futuras, deixando como herança para filhos ou netos poupança acumulada ao longo do tempo, o que em parte se origina do corte de impostos.

6 PROVAS DE CONCURSOS

1. (AFRF2003) Considere os seguintes saldos do balanço de pagamentos para uma determinada economia hipotética, em unidades monetárias: saldo da balança comercial: superávit de 100 saldo em transações correntes: déficit de 50 saldo total do balanço de pagamentos: superávit de 10 Com base nestas informações e considerando que não ocorreram lançamentos na conta "erros e omissões", é correto afirmar que: a. o saldo da conta "transferências unilaterais" foi

necessariamente superavitário. b. independente do saldo da conta "transferências

unilaterais", podemos afirmar com certeza que o saldo da balança de serviços foi superavitário.

c. o saldo dos movimentos de capitais autônomos foi negativo.

d. se a conta "transferências unilaterais" foi superavitária, podemos afirmar com certeza que a balança de serviços apresentou saldo positivo.

e. se a conta "transferências unilaterais" foi superavitária, podemos afirmar com certeza que a balança de serviços apresentou saldo negativo.

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2. (AFRF2003) Considere c: papel-moeda em poder do público/meios de pagamentos d: depósitos a vista nos bancos comerciais/meios de pagamentos R: encaixe total dos bancos comerciais/depósitos a vista nos bancos comerciais m = multiplicador dos meios de pagamentos em relação à base monetária Com base nestas informações, é incorreto afirmar que, tudo o mais constante: a. quanto maior d, maior será m b. quanto maior c, menor será d c. quanto menor c, menor será m d. quanto menor R, maior será m e. c + d > c, se d for ≠ 0 3. (AFRF2003) Não fazem parte do ativo do balancete consolidado dos bancos comerciais a. os encaixes em moeda corrente. b. os redescontos e demais recursos provenientes do

Banco Central. c. os empréstimos ao setor público. d. os empréstimos ao setor privado. e. os títulos privados. 4. (AFRF2003) Considere as seguintes informações para uma economia hipotética aberta e sem governo, em unidades monetárias: exportações de bens e serviços não-fatores = 100; renda líquida enviada ao exterior = 50; formação bruta de capital fixo mais variação de estoques = 150; poupança líquida do setor privado = 50; depreciação = 5; saldo do governo em conta corrente = 35. Com base nestas informações e considerando as identidades macroeconômicas de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que as importações de bens e serviços não-fatores é igual a: a. 110 b. 30 c. 80 d. 20 e. 200 5. (AFRF2003) Considere uma economia hipotética aberta e sem governo. Suponha os seguintes dados, em unidades monetárias: renda líquida enviada ao exterior = 100; soma dos salários, juros, lucros e aluguéis = 900; importações de bens e serviços não-fatores = 50; depreciação = 10; exportação de bens e serviços não-fatores = 100; formação bruta de capital fixo mais variação de estoques = 360. Com base nestas informações e considerando as identidades macroeconômicas de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que a renda nacional líquida e o consumo pessoal são, respectivamente, a. 950 e 600. b. 900 e 500. c. 900 e 600. d. 850 e 550. e. 800 e 500. 6. (AFRF2003) Considere as seguintes informações para uma economia fechada e com governo: Y = 1200 C = 100 + 0,7Y I = 200

onde: Y = produto agregado; C = consumo agregado; e I = investimento agregado. Com base nestas informações, pode-se afirmar que, considerando o modelo keynesiano simplificado, para que a autoridade econômica consiga um aumento de 10% no produto agregado, os gastos do governo terão que sofrer um aumento de: a. 60% b. 30% c. 20% d. 10% e. 8% 7. (AFRF2003) Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que: a. quanto maior a taxa de juros, menor é a demanda por

moeda. b. na ausência dos casos clássico e da armadilha da

liquidez, uma política fiscal expansionista eleva a taxa de juros.

c. na ausência dos casos clássico e da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista eleva a renda.

d. no caso da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista não aumenta o nível de renda.

e. quanto maior a renda, maior é a demanda por moeda. 8. (AFRF2003) Considere: M/P = 0,2Y - 15r Y = 600 - 1000r YP = 500 P = 1 Onde: M = oferta nominal de moeda; P = nível geral de preços; Y = renda real; YP = renda real de pleno emprego; e r = taxa de juros. Com base nestas informações, pode-se afirmar que o valor da oferta de moeda necessária ao pleno emprego é de: a. 80,0 b. 98,5 c. 77,2 d. 55,1 e. 110,0 9. (AFRF2003) Com relação ao modelo de crescimento de Solow, é correto afirmar que, no equilíbrio de longo prazo: a. quanto maior for a taxa de depreciação, maior será o

estoque de capital por trabalhador. b. a taxa de crescimento do produto por trabalhador é igual

à taxa de depreciação. c. quanto maior for a taxa de poupança, maior será o

consumo por trabalhador. d. quanto maior for a taxa de crescimento populacional,

maior será o estoque de capital por trabalhador. e. quanto maior a taxa de poupança, maior será o estoque

de capital por trabalhador. 10. (AFRF2003) Considere o seguinte gráfico:

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Este gráfico contém: 1. a denominada "restrição orçamentária intertemporal" de um consumidor num modelo de dois períodos, dada pela expressão: C1 + C2/(1 + r) = Y1 + Y2/(1 + r) onde: C1 = consumo no período 1; C2 = consumo no período 2; Y1 = renda no período 1; Y2 = renda no período 2; e r = taxa de juros, e 2. uma curva de indiferença que representa as preferências intertemporais do consumidor. Com base nestas informações e supondo que o consumidor esteja no equilíbrio E, é correto afirmar que: a. no equilíbrio "E", C1 = Y1 e C2 = Y2. b. o consumo no primeiro período é menor do que a renda

no primeiro período. c. o modelo sugere a existência de restrições de crédito no

primeiro período. d. o consumidor é devedor no primeiro período. e. alterações nas taxas de juros não provocam alterações

nos consumos dos períodos 1 e 2. 11. (AFRF2002.2) Suponha uma economia que só produza dois bens finais (A e B). Considere os dados a seguir:

Bem A Bem B quantidade preço quantidade preço Período 1 10 5 12 6 Período 2 10 7 10 9

Com base nestes dados, é incorreto afirmar que: a. o produto nominal do período 2 foi maior do que o

produto nominal do período 1. b. o crescimento do produto nominal entre os períodos 1 e

2 for de, aproximadamente, 31%. c. não houve crescimento do produto real entre os períodos

1 e 2, considerando o índice de Laspeyres de preço. d. a inflação desta economia medida pelo índice de

Laspeyres de preço foi de 30%. e. não houve crescimento do produto real, entre os

períodos 1 e 2, considerando o índice de Fisher. 12. (AFRF2002.2) Considere um sistema de contas nacionais para uma economia aberta sem governo. Suponha os seguintes dados: Importações de bens e serviços não fatores = 100 Renda líquida enviada ao exterior = 50 Renda nacional líquida = 1000 Depreciação = 5 Exportações de bens e serviços não fatores = 200 Consumo pessoal = 500 Variação de estoques = 80 Com base nessas informações, é correto afirmar que a formação bruta de capital fixo é igual a: a. 375 b. 275

c. 430 d. 330 e. 150 13. (AFRF2002.2) Com relação ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar que: a. as exportações de empresas multinacionais instaladas

no Brasil são computadas na balança comercial do país. b. os investimentos diretos fazem parte dos chamados

movimentos de capitais autônomos. c. o saldo da conta “transferências unilaterais” faz parte do

saldo do balanço de pagamentos em transações correntes.

d. o saldo total do balanço de pagamentos não é necessariamente nulo.

e. as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balanço de serviços não fatores.

14. (AFRF2002.2) No ano de 2000, a conta de produção do sistema de contas nacionais no Brasil apresentou os seguintes dados (em R$ 1.000.000): Produção: 1.979.057 Consumo Intermediário: 1.011.751 Impostos sobre produto: 119.394 Imposto sobre importação: 8.430 Produto Interno Bruto: 1.086.700 Com base nestas informações, o item da conta “demais impostos sobre produto” foi de: a. 839.482 b. 74.949 c. 110.964 d. 128.364 e. 66.519 15. (AFRF2002.2) No ano de 1999, a conta de capital do sistema de contas nacionais no Brasil apresentou os seguintes dados (em R$ 1.000.000): Poupança bruta: 149.491 Formação bruta de capital fixo: 184.087 Variação de estoques: 11.314 Transferências de capital enviada ao resto do mundo: 29 Transferências de capital recebida do resto do mundo: 91 Com base nessas informações, é correto afirmar que a necessidade de financiamento foi igual a: a. 34.566 b. 45.848 c. 80.414 d. 11.282 e. 195.401 16. (AFRF2002.2) Com relação aos determinantes do investimento, é correto afirmar que: a. as decisões de investir dependem do parâmetro “q de

Tobin”. Se q < 1, haverá incentivo por parte das empresas em aumentar o estoque de capital.

b. o incentivo a investir depende da comparação entre a taxa de depreciação e a taxa de retorno do investimento. Se a taxa de retorno do investimento excede a taxa de depreciação, então as empresas terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital.

c. o incentivo a investir depende apenas do custo do capital. Nesse sentido, as empresas terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital enquanto o custo do capital for negativo.

d. o incentivo a investir depende da comparação entre o valor de mercado do capital instalado e o custo de reposição do capital instalado. Nesse sentido, as empresas terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital se o custo de reposição do capital instalado for maior do que o valor de mercado do capital instalado.

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e. o incentivo a investir depende da comparação entre o custo do capital e o produto marginal do capital. Se o produto marginal do capital excede o custo do capital, então as empresas terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital.

17. (AFRF2002.2) Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que: a. no chamado caso da “armadilha da liquidez”, em que a

LM é horizontal, uma elevação dos gastos públicos eleva a renda sem afetar a taxa de juros.

b. excluídos os casos “clássico” e da “armadilha da liquidez”, numa economia fechada a elevação dos gastos públicos eleva a renda. Esta elevação, entretanto, é menor comparada com o resultado decorrente do modelo keynesiano simplificado, em que os investimentos não dependem da taxa de juros.

c. no chamado caso “clássico”, em que a LM é vertical, uma elevação dos gastos públicos só afeta as taxas de juros.

d. se a IS é vertical, a política fiscal não pode ser utilizada para elevação da renda.

e. na curva LM, a demanda por moeda depende da taxa de juros e da renda.

18. (AFRF2002.2) Considere: curva de demanda agregada derivada do modelo IS/LM curva de oferta agregada de longo prazo horizontal curva de oferta agregada de curto prazo vertical Considere a ocorrência de um choque adverso de oferta como, por exemplo, uma elevação nos preços internacionais do petróleo. Supondo que este choque não desloca a curva de oferta agregada de longo prazo, é correto afirmar que: a. uma elevação na demanda tenderá a intensificar a

queda no produto que decorre do choque de oferta. b. o choque adverso de oferta aumenta os custos e,

portanto, os preços. Se não houver alterações na demanda agregada, teremos uma combinação, no curto prazo, de preços crescentes com redução do produto. No longo prazo, com a queda dos preços, a economia retornará ao seu nível de pleno emprego.

c. se não ocorrer deslocamentos na curva de demanda agregada, o choque de oferta causará deflação.

d. o choque de oferta alterará apenas o produto de pleno emprego.

e. não ocorrerá alterações nem nos preços nem no nível do produto, tanto no curto quanto no longo prazo, uma vez que, se o choque de oferta não desloca a curva de oferta de longo prazo, também não deslocará a curva de oferta de curto prazo.

19. (AFRF2002.2) Com relação ao modelo de Solow, é incorreto afirmar que: a. o estado estacionário que maximiza o consumo é aquele

definido pela denominada “regra de ouro”. b. a taxa de poupança determina a quantidade do estoque

de capital por trabalhador e, portanto, o nível do produto por trabalhador no estado estacionário.

c. quanto maior a taxa de poupança, maior o bem-estar da sociedade.

d. o estado estacionário pode ser considerado como um equilíbrio de longo prazo.

e. somente o progresso tecnológico explica o crescimento de longo prazo.

20. (AFRF2002.2) Considere os seguintes dados para o modelo de crescimento de Solow: k = estoque de capital por trabalhador δ = taxa de depreciação y = produto por trabalhador

s = taxa de poupança Sabendo-se que y = (k)0,5, δ = 0,1 e s = 0,4, os níveis de k e y no estado estacionário serão, respectivamente: a. 16 e 4 b. 16 e 8 c. 4 e 16 d. 4 e 8 e. 4 e 12 21. (AFRF2002.3) Suponha uma economia hipotética que produza apenas 2 bens finais: A e B. Considere a tabela a seguir: Ano bem A bem B preço quantidade preço quantidade 1 2,00 10 3,50 15 2 2,50 12 4,83 10 Com base nestas informações e utilizando-se do índice de preços de Laspeyres, é correto afirmar que, entre os períodos 1 e 2: a. o produto nominal apresentou uma variação positiva de

8% e o produto real não apresentou variação. b. o produto nominal apresentou uma variação positiva de

12% e o produto real uma variação negativa de 19,65%, aproximadamente.

c. o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real uma variação negativa de 8,33 %, aproximadamente.

d. o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real uma variação positiva de 2,5%.

e. o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real uma variação negativa de 19,65%, aproximadamente.

22. (AFRF2002.3) Considere as seguintes informações: A = saldo da balança comercial B = saldo da balança de serviços C = saldo das operações de transferências unilaterais D = saldo em transações correntes E = movimento de capitais autônomos F = movimento de capitais compensatórios G = saldo total do balanço de pagamentos Com base nestas informações, pode-se afirmar com certeza que: a. A + B + C = D + E + F + G b. A + B + C + D + E + F + G = 0 c. A + B + C + E + F = 0 d. G = 0 e. A + B + C = D = G = 0 23. (AFRF2002.3) Considere as seguintes informações: ♦ importações de bens e serviços não fatores: 30 ♦ renda líquida enviada ao exterior: 100 ♦ variação de estoques: 10 ♦ formação bruta de capital fixo: 200 ♦ poupança líquida do setor privado: 80 ♦ depreciação: 5 ♦ saldo do governo em conta corrente: 60 Com base nas identidades macroeconômicas básicas que decorrem de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que as exportações de bens e serviços não fatores é igual a: a. 75 b. 65 c. 55 d. 50 e. 45 24. (AFRF2002.3) Considere os seguintes dados: C = 500 + cY I = 200 G = 100

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X = M = 50 onde: C = consumo; c = propensão marginal a consumir; I = investimento; G = gastos do governo; X = exportações; M = importações. Com base nestas informações, é correto afirmar que: a. se a renda de equilíbrio for igual a 2500, a propensão

marginal a poupar será igual a 0,68. b. se a renda de equilíbrio for igual a 1000, a propensão

marginal a consumir será maior que a propensão marginal a poupar.

c. se a renda de equilíbrio for igual a 2000, a propensão marginal a consumir será igual a 0,5.

d. se a renda de equilíbrio for igual 1600, a propensão marginal a consumir será igual a propensão marginal a poupar.

e. não é possível uma renda de equilíbrio maior que 2500. 25. (AFRF2002.3) Considere o modelo de oferta e demanda agregada, sendo a curva de oferta agregada horizontal no curto prazo. Considere um choque adverso de oferta. Supondo que não ocorram alterações na curva de demanda agregada e que o choque de oferta não altere o nível natural do produto, é correto afirmar que: a. no curto prazo, ocorrerá o fenômeno conhecido como

"estagflação": uma combinação de inflação com redução do produto. No longo prazo, com a queda dos preços, a economia retornará a sua taxa natural.

b. no curto prazo, ocorrerá apenas queda no produto. No longo prazo, ocorrerá inflação e a economia retornará para o equilíbrio de longo prazo.

c. no curto prazo, ocorrerá apenas inflação. No longo prazo, o produto irá cair até o novo equilíbrio de pleno emprego.

d. se o governo aumentar a demanda agregada em resposta ao choque adverso de oferta, ocorrerá deflação.

e. se a economia encontra-se no pleno emprego, ocorrerá inflação que será mais intensa no longo prazo em relação ao curto prazo.

26. (AFRF2002.3) Considere o modelo a seguir, também conhecido como modelo IS/LM para uma pequena economia aberta com livre mobilidade de capital: Y = C(Y - T) + I(r) + G + NX(e) M/P = L(r, Y); Lr < 0 e Ly > 0 r = r* onde: Y = produto; (Y - T) = renda disponível; C = consumo; I = investimento; G = gastos do governo; NX = exportações líquidas; e = taxa de câmbio; r = taxa de juros; M/P = oferta de saldos monetários reais; L(r, Y) = demanda de saldos monetários reais; Lr = derivada parcial da função demanda de saldos monetários reais em relação à taxa de juros; Ly = derivada parcial da função demanda de saldos monetários reais em relação à renda; r* = taxa de juros mundial. Com base neste modelo, é incorreto afirmar que: a. o modelo é compatível com a hipótese de perfeita

mobilidade de capital.

b. um aumento dos gastos do governo não exerce influência sobre a renda agregada quando as taxas de câmbio são flutuantes.

c. os efeitos tanto da política monetária quanto fiscal dependem do regime cambial adotado.

d. no modelo a curva LM é positivamente inclinada. e. uma expansão monetária exerce influência sobre a

renda, se a economia trabalha com um regime de taxas de câmbio fixas.

27. (AFRF2002.3) Considere as seguintes informações: Função de produção: Y = K1/2L1/2; onde K = estoque de capital e L = estoque de mão-de-obra; Taxa de poupança: 0,3; Taxa de depreciação: 0,05. Considerando o modelo de Solow sem progresso técnico e sem crescimento populacional, o estoque de capital por trabalhador no estado estacionário será de: a. 36,0 b. 6,7 c. 15,2 d. 5,0 e. 2,0 28. (AFRF2002.3) Com base no Modelo de Crescimento de Solow, é incorreto afirmar que: a. mudanças na taxa de poupança resultam em mudanças

no equilíbrio no estado estacionário. b. quanto maior a taxa de poupança, maior o bem-estar da

sociedade. c. um aumento na taxa de crescimento populacional resulta

num novo estado estacionário em que o nível de capital por trabalhador é inferior em relação à situação inicial.

d. no estado estacionário, o nível de consumo por trabalhador é constante.

e. no estado estacionário, o nível de produto por trabalhador é constante.

29. (AFRF2002.3) Considere a seguinte equação, também conhecida como restrição orçamentária intertemporal de um consumidor num modelo de dois períodos: C1 + C2/(1+r) = (Y1 - T1) + (Y2 - T2)/(1+r) onde Ci = consumo no período i (i = 1, 2) Yi = renda no período i (i = 1, 2) r = taxa real de juros Ti = impostos no período i (i = 1, 2) Com base nesse modelo, é correto afirmar que: a. as restrições de crédito pioram a situação do

consumidor, independente de sua estrutura de preferências intertemporal.

b. se vale a equivalência ricardiana, um aumento em T1 reduz o consumo no período 1.

c. se o consumidor é poupador, um aumento na taxa real de juros eleva o consumo no segundo período.

d. no equilíbrio, o consumidor irá escolher consumir nos dois períodos quando a taxa marginal de substituição intertemporal for igual a zero.

e. Se Ti = 0 (i = 1,2) a restrição orçamentária intertemporal apresentada se reduz à função consumo keynesiana.

30. (AFRF2002.3) Considere a restrição orçamentária intertemporal de um país, representada pela equação a seguir: C1+ C2/(1+ r) + ... = (1+ r)B*

0 + (Q1 - I1) + (Q2 - I2)/(1+ r) +... onde: Ci = consumo no período i ( i = 1, 2, ...) Qi = produção no período i ( i = 1, 2, ...) Ii = investimento no período i (i = 1, 2, ...) r = taxa real de juros

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B*0 = estoque de ativos externos no período zero

Considerando que BCi = Qi - Ci - Ii, onde BC representa o saldo comercial do país no período i (i = 1, 2, ...), e supondo a condição de "exclusão do esquema ponzi", é correto afirmar que: a. se o país é devedor líquido e deve (1 + r) D*0, onde D*0

= - B*0, esse país deverá declarar moratória da dívida se apresentar déficit comercial em mais de um período.

b. a condição "exclusão do esquema ponzi" descarta a possibilidade do país ser devedor em qualquer período.

c. BC pode ser negativo em todos os períodos, independente do valor de (1 + r) B*0, uma vez que está garantida a hipótese de não existência do esquema ponzi.

d. se o país é devedor líquido e deve (1 + r) D*0, onde D*0 = - B*0, esse país deverá ter superávits comerciais no futuro para que a condição de "exclusão do esquema ponzi" seja válida nesse modelo.

e. a condição "exclusão do esquema ponzi" indica que o país deverá apresentar equilíbrio no balanço de pagamentos em todos os períodos.

31. (AFRF2000.3) Pode-se dividir as variáveis macroeconômicas em duas categorias: variáveis "estoque" e variáveis "fluxo". Assim, podemos afirmar que: a. a renda agregada, o investimento agregado, o consumo

agregado e o déficit orçamentário são variáveis "fluxo" ao passo que a dívida do governo e a quantidade de capital na economia são variáveis "estoque".

b. a renda agregada, o investimento agregado, o consumo agregado e o déficit orçamentário são variáveis "estoque" ao passo que a dívida do governo e a quantidade de capital na economia são variáveis "fluxo".

c. a renda agregada, o investimento agregado, o consumo agregado e a dívida pública são variáveis "fluxo" ao passo que o déficit orçamentário e a quantidade de capital na economia são variáveis "estoque".

d. o investimento agregado, o consumo agregado e a dívida pública são variáveis "fluxo" ao passo que a renda agregada, o déficit orçamentário e a quantidade de capital na economia são variáveis "estoque".

e. a renda agregada e o déficit orçamentário são variáveis "fluxo" ao passo que o consumo agregado, o investimento agregado, a dívida pública e a quantidade de capital na economia são variáveis "estoque".

32. (AFRF2000.3) Considere: Ipr = investimento privado Ipu = investimento público Spr = poupança privada Sg = poupança do governo Se = poupança externa Com base nas identidades macroeconômicas fundamentais, pode-se afirmar que: a. Ipr + Ipu = Spr + Sg b. déficit público = Spr - Ipr + Se c. Ipr + Ipu + Se = Spr + Sg d. déficit público = Spr + Ipr + Se e. Ipr = Spr + Se 33. (AFRF2000.3) Considere uma economia hipotética que produza apenas 3 bens finais: arroz, feijão e carne, cujos preços (em unidades monetárias) e quantidades (em unidades físicas), para os períodos 1 e 2, encontram-se na tabela a seguir: período arroz feijão carne

preço quant. preço quant. preço quant. 1 2,20 10 3,00 13 8,00 13 2 2,30 11 3,50 14 15,00 8

Considerando que a inflação utilizada para o cálculo do Produto Real Agregado desta economia foi de 59,79% entre os dois períodos, podemos afirmar que: a. o Produto Nominal cresceu 17,76% enquanto o Produto

Real cresceu apenas 2,26%. b. o Produto Nominal cresceu 12,32% ao passo que não

houve alteração no Produto Real. c. o Produto Nominal cresceu 17,76% ao passo que o

Produto Real caiu 26,26%. d. o Produto Nominal cresceu 15,15% ao passo que o

Produto Real caiu 42,03%. e. o Produto Nominal cresceu 15,15% ao passo que o

Produto Real caiu 59,79%. 34. (AFRF2000.3) Considere as seguintes informações para uma economia hipotética, num determinado período de tempo, em unidades monetárias: Consumo autônomo = 100; Investimento agregado = 150; Gastos do governo = 80; Exportações = 50; Importações = 30. Pode-se então afirmar que, a. se a propensão marginal a consumir for 0,8, a renda de

equilíbrio será de 1700 b. se a propensão marginal a poupar for 0,3, a renda de

equilíbrio será de 1700 c. se a propensão marginal a consumir for de 0,6, a renda

de equilíbrio será de 1730 d. se a propensão marginal a consumir for 0,7, a renda de

equilíbrio será de 1800 e. se a propensão marginal a poupar for 0,2, a renda de

equilíbrio será de 1750. 35. (AFRF2000.3) É correto afirmar que a demanda por moeda depende: a. tanto da renda quanto da taxa nominal de juros. Assim,

quanto maior a renda ou quanto maior a taxa de juros, maior será a demanda por moeda

b. exclusivamente da taxa de juros real. Assim, quanto maior for a taxa de inflação esperada, maior tenderá ser a demanda por moeda

c. exclusivamente da renda real. Assim, quanto maior for a inflação esperada, maior será a demanda por moeda

d. tanto da renda quanto da taxa nominal de juros. Assim, quanto maior a renda ou quanto menor a taxa de juros, maior será a demanda por moeda

e. exclusivamente da taxa esperada de inflação. Assim quanto maior for esta taxa, maior será a demanda por moeda.

36. (AFRF2000.3) Considerando o modelo IS/LM com os casos denominados de "clássico" e da "armadilha da liquidez", podemos afirmar que: a. no "caso clássico", deslocamentos da curva IS só altera

o nível do produto uma vez que a taxa de juros é fixa. b. tanto no "caso clássico" quanto no caso da "armadilha da

liquidez", elevações dos gastos públicos causam alterações no produto. A diferença, entre os dois casos, está apenas na possibilidade ou não de alterações nas taxas de juros.

c. no caso da "armadilha da liquidez", a política fiscal é totalmente inoperante, ocorrendo o oposto no "caso clássico".

d. tanto no "caso clássico" quanto no caso da "armadilha da liquidez", o nível do produto é dado. A diferença está apenas nos efeitos dos deslocamentos da curva IS sobre as taxas de juros.

e. o "caso clássico" ocorre quando a demanda por moeda é totalmente insensível à taxa de juros; já o caso da

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"armadilha da liquidez" ocorre quando a demanda por moeda é infinitamente elástica em relação à taxa de juros.

37. (AFRF2000.3) Considerando o modelo de oferta e demanda agregada; considere ainda que, no longo prazo os preços são flexíveis, mas no curto prazo, verifica-se rigidez total nos preços. Então, é correto afirmar que: a. deslocamentos na demanda agregada afetam o produto

agregado tanto no curto quanto no longo prazo. A diferença entre os dois casos está apenas no grau de intensidade dos efeitos da demanda sobre o produto.

b. deslocamentos na demanda agregada no longo prazo só afetam o nível de preços; já no curto prazo, tais deslocamentos só afetam o produto agregado.

c. no longo prazo, deslocamentos na demanda agregada afastam o produto agregado do seu nível de pleno emprego. Tal efeito, entretanto, não ocorre no curto prazo.

d. tanto no curto quanto no longo prazo, deslocamentos na demanda agregada afastam o produto do seu nível de pleno emprego. A diferença está nos efeitos desses deslocamentos sobre a inflação.

e. tanto no curto quanto no longo prazo, o produto agregado encontra-se em seu nível de pleno emprego. Assim, deslocamentos da demanda agregada só causam efeitos sobre a inflação, cuja intensidade é maior no longo prazo.

38. (AFRF2000.3) São fatores que tendem a elevar a oferta monetária na economia: a. redução das reservas internacionais do país; concessão,

por parte do Banco Central, de empréstimos aos bancos comerciais; venda de títulos públicos pelo Banco Central

b. redução das reservas internacionais do país; concessão, por parte do Banco Central, de empréstimos aos bancos comerciais; compra de títulos públicos pelo Banco Central

c. elevação das reservas internacionais do país; concessão, por parte do Banco Central, de empréstimos aos bancos comerciais; venda de títulos públicos pelo Banco Central

d. elevação das reservas internacionais do país; concessão, por parte do Banco Central, de empréstimos aos bancos comerciais; compra de títulos públicos pelo Banco Central

e. elevação das reservas internacionais do país; recebimento, pelo Banco Central, de empréstimos concedidos ao setor privado; venda de títulos públicos pelo Banco Central.

39. (AFRF2000.3) São consideradas operações ativas do Banco Central: a. alterações nas reservas internacionais, operações de

redescontos, empréstimos ao Tesouro Nacional, compra de títulos públicos federais

b. alterações nas reservas internacionais, operações de redescontos, empréstimos ao Tesouro Nacional, alteração dos impostos nas operações financeiras

c. alterações nas reservas internacionais, operações de redescontos, empréstimos ao Tesouro Nacional, alterações dos impostos nos mercados de capitais

d. alterações nas reservas internacionais, alterações na taxa de câmbio, operações de redescontos, empréstimos ao Tesouro Nacional

e. alterações nas reservas internacionais, operações de redescontos, alterações no Imposto sobre Operações Financeiras

40. (AFRF2000.3) Considere a seguinte equação:

πt - φπt-1 = A onde: πt = taxa de inflação em t (πt-1 = taxa de inflação em t -1); A = choques exógenos; e φ > 0. a. Com base nesta equação, pode-se afirmar que: b. a trajetória da inflação dependerá de A e φ. Se A > 0 ou

se φ > 0, a inflação será crescente; mas se A = 0, independente de φ, a inflação será estável.

c. a trajetória da inflação dependerá principalmente de A. Neste sentido, a inflação será estável somente se A = 0.

d. a trajetória da inflação dependerá exclusivamente do termo φ. Supondo a ausência de choques exógenos, se φ > 1, a inflação será explosiva; se φ = 1 a inflação será inercial; e se φ < 1, a inflação será decrescente.

e. a trajetória da inflação, pela equação, será sempre crescente, independente dos valores de A e φ.

f. não é possível, a partir da equação, prever uma situação de inflação inercial.

41. (AFRF2000.3) Considere que tenha ocorrido uma desvalorização nominal da taxa de câmbio de 10% num determinado período. Considerando o conceito de taxa de câmbio utilizada no Brasil e o conceito de câmbio real que leva em conta a inflação interna e externa, pode-se afirmar que, a. se a inflação externa foi de 10% no período e a inflação

interna foi de 25% no período, houve uma desvalorização real da taxa de câmbio.

b. se a inflação externa foi de 20% e a inflação interna foi de 5% no período, houve uma valorização real da taxa de câmbio.

c. se tanto a inflação interna quanto a externa foram de 5% no período, não houve alteração na taxa de câmbio real.

d. se a inflação externa foi de 15% no período e a inflação interna foi de 30% no período, houve uma desvalorização real da taxa de câmbio.

e. se a inflação externa foi de 5% e a inflação interna foi de 20% no período, houve uma valorização real da taxa de câmbio.

42. (AFRF2000.3) Com relação aos lançamentos no balanço de pagamentos, pode-se afirmar que: a. qualquer operação de importação deve necessariamente

ter como contrapartida lançamento na conta "haveres a curto prazo no exterior".

b. qualquer operação envolvendo donativos deve necessariamente ter como contrapartida lançamento na conta de importações.

c. as transferências unilaterais devem ter necessariamente como contrapartida lançamentos na conta "haveres a curto prazo no exterior".

d. as amortizações de empréstimos fazem parte dos movimentos de capitais autônomos ao passo que o pagamento de juros de empréstimos fazem parte do balanço de serviços.

e. é possível um lançamento no balanço de pagamentos se contrapartida de lançamento em outra conta, desde que tal lançamento não seja proveniente de operações de exportação ou de importação.

43. (AFRF2000.3) Considere os seguintes dados que refletem as relações de uma economia hipotética com o resto do mundo, num determinado período de tempo, em unidades monetárias: - exportações com pagamento a vista: 100; - importações com pagamento a vista: 50; - entrada de investimento direto externo sob a forma de máquinas e equipamentos: 200;

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- pagamento de juros de empréstimos, remessa de lucros e pagamento de aluguéis: 80; e - amortização de empréstimos: 50. Pode-se afirmar que a. o saldo da balança comercial é de +50; o saldo da

balança de serviços é de -130; o saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos é de -80.

b. o saldo da balança comercial é de +50; o saldo da balança de serviços é de -80; o saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos é de -80.

c. o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da balança de serviços é de -130; o saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos é de -80.

d. o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da balança de serviços é de -80; o saldo em transações correntes é de +230; e o saldo total do balanço de pagamentos é nulo.

e. o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da balança de serviços é de -80; o saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos é de -80.

44. (AFRF2000.3) São medidas que tendem a corrigir déficits no balanço de pagamentos: a. elevação do nível de atividade econômica, redução das

taxas internas de juros, desvalorização da taxa nominal de câmbio

b. redução do nível de atividade econômica, redução no nível geral de preços internos, elevação das taxas internas de juros

c. redução do nível de atividade econômica, redução das taxas internas de juros, desvalorização da taxa nominal de câmbio

d. elevação do nível de atividade econômica, redução das taxas internas de juros, redução no nível geral de preços internos

e. elevação do nível de atividade econômica, elevação das taxas internas de juros, elevação no nível geral de preços internos

45. (AFRF2000.3) Considere o modelo IS/LM com as seguintes hipóteses: economia pequena e aberta livre mobilidade de capital taxa de câmbio nominal igual à taxa de câmbio real Suponha que a autoridade econômica disponha dos dois tradicionais instrumentos de política econômica: política fiscal e política monetária. Pode-se então afirmar que: a. os impactos de um ou outro instrumento sobre a renda

agregada dependem do regime cambial adotado no modelo.

b. ambos os instrumentos exercem impactos sobre a renda, independente do regime cambial adotado, já que as taxas de câmbio real e nominal são iguais.

c. independentemente do regime cambial, a política monetária é a única capaz de exercer influência sobre o produto, já que se verifica uma situação de total estabilidade no nível de preços internos.

d. se o regime for de câmbio fixo, tanto a política monetária quanto a política fiscal exercem influência sobre a renda agregada, já que as taxas de câmbio nominal e real são iguais.

e. independentemente do regime cambial, a política fiscal é a única capaz de exercer influência sobre o produto já

que, no modelo, está implícita a hipótese de que a taxa esperada de inflação é zero.

46. (AFRF1998.3) Com base nos seguintes valores hipotéticos da Contabilidade Nacional (em unidades monetárias): •Consumo das famílias: 630 •Consumo do Governo: 150 •Pagamento de juros da dívida pública interna: 60 •Subsídios: 20 •Impostos Diretos: 130 •Impostos Indiretos: 150 •Investimento do setor privado: 200 •Déficit público: 30 •Balança comercial: -10 •Balança de serviços não fatores: -5 •Saldo em transações correntes: -40 Podemos afirmar que o (a): a. Produto Interno Bruto a preço de mercado é igual a 1050 b. saldo do Governo em conta corrente é igual a 130 c. Produto Nacional Bruto a preço de mercado é igual a

1045 d. Produto Interno Bruto a custo de fatores é igual a 900 e. poupança do setor privado é igual a 190 47. (AFRF1998.3) A respeito das teorias de consumo, pode-se afirmar que: a. na formulação keynesiana, o consumo tende a ser mais

volátil do que a renda b. segundo a teoria do ciclo de vida, países com maior

participação de idosos na população tendem a ter maior taxa de poupança

c. os modelos de escolha intertemporal só são válidos com a hipótese de não existir restrição de crédito

d. segundo a teoria da renda permanente de Friedman, um aumento na renda mensal decorrente de uma bonificação inesperada tende a ser consumida

e. considerando a escolha intertemporal, um aumento na taxa de juros provocará um aumento do consumo presente

48. (AFRF1998.3) Considerando uma economia definida pelas seguintes relações: C = 200 + 0,8Yd T = 0,25Y I = 200 - 1000i G = 100 M = 0,1Y X = 200 Considerando também uma taxa de juros de 10%, temos que: a. a renda de equilíbrio é igual a 1500 b. uma queda para 5% na taxa de juros eleva a renda em

125 c. um aumento de 50 nos gastos públicos piora o saldo

orçamentário em 25 d. um aumento das exportações em 50 melhora as contas

públicas na mesma magnitude e. um aumento das exportações não tem qualquer impacto

sobre as importações 49. (AFRF1998.3) Dado um modelo Keynesiano simples, considere as seguintes afirmações:

I.Se o produto estiver acima do produto de equilíbrio mas abaixo do produto potencial, a economia tende a se afastar ainda mais deste último;

II.Considerando uma economia aberta em que na situação de equilíbrio existe déficit externo e desemprego, a única forma de diminuir os dois problemas simultaneamente é desvalorizando a taxa de câmbio;

III.O aumento da propensão marginal a poupar estimula o crescimento por aumentar o investimento e o multiplicador;

Pode-se afirmar que: a. I, II e III estão corretas

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b. Apenas I está correta c. I e III estão corretas d. I e II estão corretas e. II e III estão corretas 50. (AFRF1998.3) De acordo com as teorias de investimento, quais das afirmações abaixo podem ser consideradas corretas:

I.O investimento em estoque é pró-cíclico; II.Dada a taxa nominal de juros, o investimento está

diretamente relacionado com a inflação esperada, considerando o efeito Fisher;

III.O investimento tende a ser mais volátil que o consumo. Pode-se afirmar que: a. I, II e III estão corretas b. I e III estão corretas c. II e III estão corretas d. Apenas I está correta e. I e II estão corretas 51. (AFRF1998.3) Uma dada economia fechada pode ser representada pelas seguintes equações (em unidades monetárias): A curva IS: Y = 150 – 500 r A demanda por moeda: M/P = 0,5Y – 100 r Com esta caracterização, para que se alcance um nível de renda de 100 e se estabilizem os preços em 1, deveríamos ter uma oferta de moeda de: a. 100 e a taxa de juros se situaria no patamar de 5% b. 40 e a taxa de juros se situaria no patamar de 10% c. 40 e a taxa de juros se situaria no patamar de 25% d. 950 e a taxa de juros se situaria no patamar de 10% e. 50 e a taxa de juros se situaria no patamar de 50% 52. (AFRF1998.3) A respeito da demanda agregada derivada do modelo IS/LM, é correto afirmar que: a. se for válida a Teoria Quantitativa da Moeda, a curva de

demanda agregada é vertical b. se a demanda por moeda for infinitamente elástica em

relação à taxa de juros, a demanda agregada será horizontal

c. uma queda na taxa de juros associada a uma queda no nível de preços levará ao deslocamento da demanda agregada para a direita devido ao aumento do investimento

d. um aumento do gasto público, ao provocar uma elevação da taxa de juros, levará a um deslocamento da demanda agregada para a esquerda

e. um aumento da oferta de moeda levará a um deslocamento da demanda agregada para a direita, pois para qualquer nível de preços teremos menores taxas de juros

53. (AFRF1998.3) Quanto à oferta de moeda pode-se afirmar que: a. o multiplicador monetário independe das reservas

voluntárias do Sistema Bancário b. um aumento das reservas internacionais em decorrência

do endividamento externo do Banco Central não altera a base monetária

c. o desconto de duplicatas nos bancos comerciais não impacta os meios de pagamento (M1)

d. a arrecadação de impostos pelo governo e seu depósito no Banco Central não causam impacto sobre a base monetária

e. o resgate de recursos da caderneta de poupança na Caixa Econômica Federal - CEF não afeta o M1, pois este é um banco comercial

54. (AFRF1998.3) Em relação ao modelo IS/LM podemos afirmar que:

a. a eficácia da política fiscal está diretamente relacionada à elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros

b. quanto maior a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros, menor a eficácia da política monetária

c. a política fiscal independe do multiplicador de gastos d. a política fiscal será mais eficiente se for válida a Teoria

Quantitativa da Moeda e. quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em

relação à taxa de juros, maior a eficácia da política monetária

55. (AFRF1998.3) Considerando o modelo IS/LM adaptado a uma economia aberta temos que: a. com livre mobilidade de capital e taxa de câmbio flexível,

a política monetária é ineficaz b. com livre mobilidade de capital e taxa de câmbio fixa, a

política fiscal é ineficaz c. com livre mobilidade de capital e taxa de câmbio fixa, a

política monetária é mais eficaz que na economia fechada

d. com taxa de câmbio flexível a política monetária é sempre ineficaz

e. com livre mobilidade de capital e taxa de câmbio fixa, a política fiscal é mais eficaz que na economia fechada

56. (AFRF1998.3) Em relação à curva de Phillips é correto afirmar que: a. com expectativas racionais, a taxa de desemprego

diferente da taxa natural está associada à variação não antecipada na inflação

b. considerando expectativas racionais, o desemprego sempre estará na taxa natural

c. choques de oferta não afetam a inflação d. a persistência do desemprego abaixo da taxa natural só

é possível se a inflação for crescente e valerem as expectativas racionais

e. considerando expectativas adaptativas, o governo pode reduzir o desemprego permanentemente sem aumento da inflação

57. (AFRF1998.3) Em relação aos sistemas de taxa de câmbio, considere as afirmações a seguir:

I.Passando de um sistema de câmbio flexível para um de câmbio fixo, o Banco Central passa a ter controle sobre os agregados monetários;

II.A confiabilidade do sistema de câmbio fixo depende do nível de reservas internacionais;

III.No sistema de câmbio fixo com livre mobilidade de capital e supondo que os agentes confiem na manutenção deste sistema, a taxa interna de juros tende a se igualar à internacional.

Pode-se afirmar que: a. I e II estão corretas b. I e III estão corretas c. apenas I está correta d. II e III estão corretas e. I, II e III estão corretas 58. (AFRF1998.3) Considere que um país tenha realizado ao longo do ano as seguintes transações com o exterior (em unidades monetárias): •Exportação de soja: 500 •Importações de petróleo: 350 •Pagamento de juros da dívida externa: 50 •Lucro reinvestido: 30 •Remessa de lucros: 40 •Refinanciamento de juros: 60 •Pagamento de fretes e seguros: 100 •Amortização de dívida: 70 •Obtenção de empréstimos externos: 120 Temos que a(o): a. transferência líquida de recursos ao exterior é igual a

150

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b. saldo da conta de capitais autônomos é igual a 50 c. renda líquida enviada ao exterior é igual a 180 d. variação de reservas é negativa e igual a -80 e. saldo em transações correntes é igual a –40 59. (AFRF1996) Assinale a afirmação abaixo que é falsa. a. No índice de Laspeyres os pesos são fixados e

correspondem às quantidades ou preços referentes ao período de base.

b. No índice de Paasche os pesos variam e correspondem aos preços ou quantidades do período para o qual se calcula o índice.

c. Os índices de Laspeyres e Paasche não observam as propriedades da cadeia e da reversão no tempo.

d. Os índices de Fischer observam a propriedade de reversão no tempo e a propriedade da cadeia. Além disso, o índice de preços vezes o índice de quantidades é igual ao índice de valor.

e. Para se obter o índice de valor é preciso multiplicar o índice de Laspeyres de preço pelo índice de Paasche de quantidade, ou o índice de Paasche de preços pelo de Laspeyres de quantidades. 60. (AFRF1996) Suponha que dois países difiram somente no que diz respeito à magnitude das suas propensões marginais a consumir. No país A a propensão marginal a consumir é alta e no país B a propensão marginal a consumir é pequena. Assumindo que as funções de demanda e oferta de moeda são iguais em ambos os países, é falso que:

a. a curva IS é mais inclinada no país A do que no país B b. o formato da curva LM não é afetado pela propensão

marginal a consumir c. supondo que a política monetária seja capaz de alterar o

nível do produto nos dois países, ela será mais eficaz para alterar o produto no país A

d. intuitivamente, quando a taxa de juros cai, o investimento aumenta e o produto cresce via o efeito direto do investimento e efeitos multiplicadores sobre o consumo

e. se os dois países estiverem na “armadilha da liquidez”, a política monetária será igualmente ineficaz para aumentar o nível do produto nos dois países

61. (AFRF1996) Considere que o investimento seja uma função da taxa real de juros, r, enquanto a demanda de moeda seja uma função da taxa nominal de juros, i. Assuma que as equações das curvas IS e LM sejam: IS: r = 40 - 0,025Y LM: i = -50 + 0,05Y Assuma que, inicialmente, a taxa esperada de inflação seja zero e que, em um período subseqüente, haja deflação, fazendo com que a inflação esperada caia para –7,5%. Com relação à mudança do ponto de equilíbrio decorrente, é falso que: a. o nível de produto cresce como resultado da deflação b. para cada nível de i, r agora será maior do que era antes

da deflação esperada c. a curva LM não muda d. a curva IS se desloca para baixo e. os novos valores de equilíbrio de Y e I são

respectivamente 1100 e 5% 62. (AFRF1996) Suponha que as seguintes equações descrevam uma economia: C = 170 + 0,6(Y-T) T = 200 I = 100 - 4r G = 350

(M/P)d = L = 0,75Y - 6r MS/P = M/P = 735 Assinale a opção verdadeira: a. A curva IS tem uma inclinação igual a –1/10. b. A curva LM tem uma inclinação igual a 1/10. c. A taxa de juros de equilíbrio é 18%.

d. O investimento de equilíbrio é 28. e. O nível de renda de equilíbrio é de 1100. 63. (AFRF1996) Considere uma economia descrita pelo diagrama IS – LM abaixo. (Ye, re) é um par de equilíbrio produto-taxa de juros. Considere a situação em (Ye, r1):

1) existe um excesso de oferta de moeda em (Ye, r1); 2) existe um excesso de demanda por moeda em (Ye, r1); 3) existe um excesso de oferta de produto em (Ye, r1); 4) existe um excesso de demanda por produto em (Ye, r1); 5) as respostas corretas aos itens anteriores são consistentes com a lei de Walras.

Assinale a opção verdadeira. a. 1 e 3 são verdadeiras b. 1, 4 e 5 são verdadeiras c. 2 e 4 são verdadeiras d. 2, 4 e 5 são verdadeiras e. 1 e 4 são verdadeiras 64. (AFRF1996) Com relação à demanda de moeda é falso que: a. de acordo com as teorias de portfólio, a demanda de

moeda é afetada pelo retorno real esperado dos títulos b. de acordo com as teorias de portfólio, a demanda de

moeda é afetada pela taxa esperada de inflação c. de acordo com as teorias de portfólio, a demanda de

moeda é afetada pelo retorno real dos ativos reais d. de acordo com a teoria transacional, o principal

determinante da demanda por moeda resulta da conveniência da moeda para realizar trocas

e. de acordo com a teoria transacional, o principal determinante da demanda por moeda é a imprevisibilidade da taxa de inflação

65. (AFRF1996) Suponha que o Banco Central faça uma política de estabilização para anular o declínio no nível de produto decorrente de um choque de oferta adverso. No diagrama abaixo, as curvas indicadas são de oferta agregada de longo prazo, OALP, oferta agregada de curto prazo, OACP, e demanda agregada, DA.

Sendo, como de costume, P o nível geral de preços e Y de produto, responda qual dos pontos indicados no diagrama acima representa o ponto no qual a economia irá estabilizar-se:

a. ponto A b. ponto B c. ponto C d. ponto D e. ponto E 66. (AFRF1996) Se base monetária dobra e tanto as razões depósitos à vista/meios de pagamento (d1) e

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reservas totais/depósitos à vista R permanecem constantes, a oferta de moeda: a. cai pela metade b. permanece constante c. dobra

d. aumenta por um fator R)d1(111

−−

e. cai por um fator R)d1(111

x21

−− 67. (AFRF1996) Num sistema bancário com reserva de 100%, o multiplicador monetário é igual a: a. 0 b. 1 c. 10 d. 100 e. 1/10 68. (AFRF1996) O gráfico abaixo descreve uma situação hipotética na qual as curvas IS* e LM* se interceptam a uma taxa de câmbio de equilíbrio e = 3 (ponto A)

Essa situação implica, por exemplo, que as pessoas podem trocar 3 dólares por cada real no mercado internacional de moedas. Suponha que o país resolva manter uma taxa de câmbio fixa. É falso que: a. essa situação não pode prevalecer por muito tempo

porque ela cria oportunidades de arbitragem b. se o Banco Central compra dólares com reais recém-

emitidos, a oferta de moeda irá aumentar até que a taxa de câmbio iguale a taxa de câmbio fixada

c. sob um regime de taxa de câmbio fixa, uma política monetária expansionista não tem efeito sobre o produto real

d. sob um regime de taxa de câmbio fixa, uma política monetária expansionista não altera as exportações líquidas

e. sob um regime de taxas de câmbio flexíveis, uma política monetária expansionista faz com que o produto real diminua

69. (AFRF1996) Considere o seguinte modelo simples: (1) Y = F(N, K) FNN, FKK < 0 < FN, FK, FKN

(2) w/p = FN

(3) N = Ns(w/p) 0>DSN

(4) I = I(r) I<0 (5) C = c(Y) (6) C + I + G = Y (7) M / P = m(r, Y) mr < 0 < my Onde: Y = produto nacional bruto; r = taxa de juros; N = emprego; K = estoque de capital; P = nível de preços; w = salário nominal I = investimento G = gastos do Governo; C = consumo; M = estoque de moeda Assinale a afirmação abaixo que é falsa. a. Inflação, ou seja, uma mudança em p em um

determinado ponto do tempo ocorre somente quando ocorre um aumento em uma das variáveis exógenas de demanda agregada.

b. As variáveis exógenas são K, G e M.

c. As variáveis endógenas são Y, N, p, w, I C e r. d. Há inflação de custo neste modelo. e. Inflação ocorre num modelo keynesiano quando o salário

nominal (exógeno) é aumentado. 70. (AFRF1996) É verdade que: a. de acordo com a curva de Philips, quando o emprego cai

abaixo da taxa natural, a inflação tende a permanecer constante

b. a teoria das expectativas racionais afirma que as pessoas formam expectativas usando otimamente toda informação disponível, exceto a informação sobre políticas correntes, para prever o futuro

c. de acordo com a hipótese da taxa natural, no curto prazo, produto e desemprego são potencialmente afetados por flutuações na demanda agregada e choques de oferta agregada

d. se a inflação esperada depende da inflação observada recentemente, então a inflação tem um componente inercial. Isto implica que reduzir inflação requer um choque de oferta positivo ou um período de desemprego brando

e. se as pessoas têm expectativas racionais, a política monetária pode ser utilizada para aumentar o nível do produto no longo prazo

71. (AFRF1996) Assinale a única afirmativa abaixo que é falsa. a. A taxa de câmbio nominal é o preço relativo da moeda

de dois países. b. A mudança na taxa de câmbio nominal entre as moedas

de dois países sempre iguala a mudança na taxa de câmbio real mais a diferença entre as taxas de inflação dos dois países.

c. A teoria da paridade do poder de compra sugere que as exportações líquidas são altamente sensíveis a pequenos movimentos na taxa real de câmbio.

d. Uma das implicações da teoria da paridade do poder de compra é que todas as mudanças na taxa de câmbio nominal resultam de mudanças no níveis de preços.

e. O fato de que alguns bens não são facilmente comercializáveis e de que mesmo bens comercializáveis não são sempre substitutos perfeitos torna a doutrina da paridade do poder de compra pouca realista.

72. (AFRF1996) É falso que, numa economia pequena com perfeita mobilidade de capital, a adoção de uma política protecionista terá o efeito inequívoco de: a. reduzir o déficit da balança comercial b. apreciar a taxa de câmbio c. reduzir a quantidade importada d. reduzir a quantidade exportada e. não alterar investimento ou poupança 73. (NCE/UFRJ – Analista-FINEP/MCT – 2006) Para a moderna Macroeconomia Novo-Clássica, o resíduo de Solow é um instrumento de mensuração do progresso tecnológico. Esse resíduo mede a variação: a. do estoque de capital empregado que não pode ser

medido pela variação do produto. b. do estoque de mão-de-obra empregado não vinculado à

variação do produto. c. do produto que não pode ser explicada pela variação nos

estoques de capital e trabalho empregados. d. do produto que pode ser explicada pela variação nos

estoques de capital e trabalho empregados. e. percentual dos insumos dividido pela variação percentual

do produto num dado período. 74. (ANPEC) As afirmações abaixo referem-se à teoria do crescimento econômico. Avalie as assertivas:

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a) No modelo de Solow, se a economia tem um estoque de capital por trabalhador que gera um equilíbrio de estado estacionário abaixo da chamada “regra de ouro” da acumulação de capital, então o nível de consumo per capita máximo poderá ser atingido se a geração corrente se dispuser a reduzir o próprio consumo. b) No modelo de Solow com progresso técnico, um aumento permanente da taxa de poupança leva a um aumento temporário da taxa de crescimento da renda per capita. c) No modelo de crescimento de Solow, a “regra de ouro” do capital indica o nível de capital que maximiza o consumo de longo prazo. a. I, II e III estão corretas b. I e III estão corretas c. II e III estão corretas d. Apenas I está correta e. I e II estão corretas 75. (AFRF-2003) Com relação ao modelo de crescimento de Solow, é correto afirmar que, no equilíbrio de longo prazo: a. quanto maior for a taxa de depreciação, maior será o

estoque de capital por trabalhador. b. a taxa de crescimento do produto por trabalhador é igual

à taxa de depreciação. c. quanto maior for a taxa de poupança, maior será o

consumo por trabalhador. d. quanto maior for a taxa de crescimento populacional,

maior será o estoque de capital por trabalhador. e. quanto maior a taxa de poupança, maior será o estoque

de capital por trabalhador. 76. (AFRF 2002.2) Com relação ao modelo de Solow, é incorreto afirmar que: a. o estado estacionário que maximiza o consumo é aquele

definido pela denominada "regra de ouro". b. a taxa de poupança determina a quantidade do estoque

de capital por trabalhador e, portanto, o nível do produto por trabalhador no estado estacionário.

c. quanto maior a taxa de poupança, maior o bem-estar da sociedade.

d. o estado estacionário pode ser considerado como um equilíbrio de longo prazo.

e. somente o progresso tecnológico explica o crescimento de longo prazo. 77. (AFRF 2002.2) Considere os seguintes dados para o modelo de crescimento de Solow:

k = estoque de capital por trabalhador ä = taxa de depreciação y = produto por trabalhador s = taxa de poupança Sabendo-se que y = (k)0,5 , ä = 0,1 e s = 0,4, os níveis de k e y no estado estacionário serão, respectivamente: a. 16 e 4 b. 16 e 8 c. 4 e 16 d. 4 e 8 e. 4 e 12 78. (AFRF 2002.1) Considere as seguintes informações: Função de produção: Y = K1/2.L1/2; onde K = estoque de capital e L = estoque de mão-de-obra; Taxa de poupança: 0,3; Taxa de depreciação: 0,05. Considerando o modelo de Solow sem progresso técnico e sem crescimento populacional, o estoque de capital por trabalhador no estado estacionário será de: a. 36,0 b. 6,7 c. 15,2

d. 5,0 e. 2,0 79. (AFRF 2002.1) Com base no Modelo de Crescimento de Solow, é incorreto afirmar que: a. mudanças na taxa de poupança resultam em mudanças

no equilíbrio no estado estacionário. b. quanto maior a taxa de poupança, maior o bem-estar da

sociedade. c. um aumento na taxa de crescimento populacional resulta

num novo estado estacionário em que o nível de capital por trabalhador é inferior em relação à situação inicial.

d. no estado estacionário, o nível de consumo por trabalhador é constante.

e. no estado estacionário, o nível de produto por trabalhador é constante.

80. (SEAP/UEL - 2005) Considerando o modelo de crescimento de Solow, é correto afirmar: a. A partir de uma situação estática de equilíbrio de longo

prazo, um progresso técnico poupador de capital eleva o produto marginal do capital.

b. No estado estacionário de uma economia com crescimento da população, o consumo equivale ao produto menos a depreciação do capital.

c. Uma queda na taxa de crescimento populacional está associada a um aumento da renda per capita e a uma queda na taxa de crescimento do produto.

d. A taxa de crescimento do produto em equilíbrio estacionário será igual à taxa de crescimento do progresso técnico, menos a taxa de crescimento da população.

e. Economias com maior propensão a poupar terão, ceteris paribus, uma taxa de crescimento de equilíbrio mais elevada do que economias com propensão a poupar menos.

81. (ANPEC) As afirmações abaixo referem-se à teoria do crescimento econômico. Avalie as assertivas: I. No modelo de crescimento de Solow, a “ regra de ouro” do capital indica o nível de capital que maximiza o consumo de longo prazo. II. Ao contrário de uma das conclusões básicas do modelo de Solow, apenas o progresso técnico pode explicar elevações persistentes no padrão de vida da sociedade. III. No modelo de crescimento de Solow uma elevação da propensão marginal a poupar eleva a taxa de crescimento. a. I, II e III estão corretas b. I e III estão corretas c. II e III estão corretas d. Apenas I está correta e. I e II estão corretas 82. (AFT2003.3) De acordo com o IBGE, os trabalhadores desalentados são aqueles que desistem de procurar emprego porque: a. não encontram qualquer tipo de trabalho ou não

encontram trabalho com remuneração adequada ou de acordo com suas qualificações.

b. não pertencem a nenhum sindicato. c. não estão dispostos a trabalhar, independentemente do

salário, pois valorizam o lazer acima de todas as coisas. d. trabalharam efetivamente menos de 40 horas em todos

os trabalhos da semana de referência. e. trabalharam efetivamente mais de 40 horas em todos os

trabalhos da semana de referência. 83. (AFT2003.3) No Brasil, o mercado informal de trabalho tem crescido porque: a. a demanda de mão-de-obra do setor informal é

infinitamente inelástica em relação ao salário real.

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b. as empresas que operam no setor informal estão operando a plena capacidade.

c. os trabalhadores do setor informal são mais eficientes que os do setor formal.

d. os custos trabalhistas do setor formal são muito elevados.

e. os salários pagos no setor informal são mais elevados. 84. (AFT2003.3) No longo prazo a demanda por trabalho é mais elástica em relação ao salário do que no curto prazo. Isso é verdade porque, em longo prazo, quando o salário sobe: a. a empresa contratará mais mão-de-obra. b. a empresa terá lucro zero. c. a empresa adquirirá mais capital. d. a empresa pode estabelecer o preço dos produtos. e. a empresa terá lucro maior do que zero. 85. (AFT2003.3) Suponha que a produtividade marginal do trabalho pode ser expressa pela seguinte função: 10/L, onde L é a quantidade de mão-de-obra. Se a empresa vende sua produção em um mercado competitivo a um preço de $8, quanta mão-de-obra contratará a empresa se o salário for de $5 por unidade de mão-de-obra? a. 16 unidades de mão-de-obra. b. 4 unidades de mão-de-obra. c. 6,25 unidades de mão-de-obra. d. 10 unidades de mão-de-obra. e. 8 unidades de mão-de-obra. 86. (AFT2003.3) 45- A oferta de trabalho passa a ter inclinação negativa porque, quando o salário real fica suficientemente elevado, a. o custo de oportunidade do lazer passa a ser menor. b. o efeito substituição e o efeito renda atuam na mesma

direção. c. o efeito substituição se torna maior que o efeito renda. d. o lazer passa a ser um bem "inferior". e. o efeito renda se torna maior do que o efeito

substituição. 87. (AFT2003.3) Uma determinada empresa é monopolista para uma nova patente de produtos farmacêuticos. Se a demanda por esses produtos for P = 25 – 2Q, e a função de produção a curto prazo for Q = 4L (Q representa a quantidade produzida ou vendida e L a quantidade de mão-de-obra), a demanda de trabalho dessa empresa poderá ser expressa pela seguinte equação (W representa o salário nominal): a. W = 100 – 4L b. W = 100 – 64L c. W = 25 – 4L d. W = 25 – 8L e. W = 100 – 8L 88. (AFT2003.3) Suponha que a utilidade de um indivíduo possa ser representada por U = R*Hlazer, onde R é a renda e H lazer as horas de lazer. Além disso, sabemos que esse indivíduo divide as horas totais de seu dia entre horas de trabalho e horas de lazer (Htrabalho + Hlazer = 24) e que sua renda está determinada pela taxa nominal de remuneração por horas trabalhadas (W) vezes o número de horas trabalhadas (R = W*Htrabalho). Assim, a curva de oferta de mão-de-obra desse indivíduo poderá ser expressa por: a. Htrabalho = 12 – W b. Htrabalho = 24 – W c. Htrabalho = 24 d. Htrabalho = 12 e. Htrabalho = 12 + W

89. (AFT2003.3) A diferenciação compensatória dos salários existe porque: a. os trabalhadores têm poder monopsônico. b. existem ocupações que apresentam aspectos

indesejáveis para os trabalhadores. c. a taxa de desemprego involuntário é elevada. d. as empresas que contratam têm poder monopólico. e. o custo implícito do lazer é muito baixo. 90. (AFT2003.3) Se uma empresa paga um "salário de eficiência", então: a. a curva de demanda de mão-de-obra se deslocará para

a direita. b. os trabalhadores não irão "enrolar", mesmo que não

sejam monitorados. c. a curva de oferta de mão-de-obra se deslocará para a

esquerda. d. a curva de oferta de mão-de-obra se deslocará para a

direita. e. e) produzirá desemprego involuntário. 91. (AFT2003.3) A curva de oferta de trabalho que enfrenta um monopsonista tem inclinação positiva porque: a. os monopsonistas somente contratam mãode- obra

especializada. b. outras indústrias competem por esses trabalhadores e

empurram para cima o salário. c. ele deverá aumentar o salário caso queira atrair mais

mão-de-obra. d. políticas trabalhistas restringem a oferta de mão-de-obra

para um monopsonista. e. ele tem poder monopólico no mercado de bens finais. 92. (AFT1998.2) Com relação aos conceitos básicos envolvendo o mercado de trabalho, podemos afirmar que: a. não se incluem no conceito de desemprego aquelas

pessoas que, não estando empregadas, abandonaram a busca de emprego

b. é considerado desempregado todo o membro da população residente que não possui emprego

c. é considerado desempregado todo o membro da população residente que não possui carteira de trabalho assinada

d. não são computadas no desemprego aquelas pessoas que nunca trabalharam

e. o fato de um indivíduo estar em idade ativa caracteriza-o como sendo membro da PEA (População Economicamente Ativa)

93. (AFT1998.2) Considerando a abordagem keynesiana em relação ao mercado de trabalho, podemos afirmar que: a. os trabalhadores não aceitam perdas nos salários reais,

mas estão dispostos a experimentar variações nos salários nominais

b. por esta teoria temos que os salários nominais são rígidos, mas não os salários reais, devido à flexibilidade dos preços dos produtos finais na economia

c. não há como comprimir os salários reais já que os trabalhadores não têm ilusão monetária

d. os salários nominais são determinados pelo mercado de trabalho, não tendo sentido a existência de sindicatos

e. os salários nominais são flutuantes de acordo com os movimentos no mercado de trabalho, ao passo que os salários reais são relativamente estáveis em decorrência da estabilidade dos preços relativos na economia

94. (AFT1998.2) Considerando o modelo neoclássico sobre o mercado de trabalho, podemos afirmar que:

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a. a hipótese que faz com que a curva de demanda seja negativamente inclinada é a de rendimentos constantes de escalas

b. a curva de demanda por trabalho é idêntica à curva que relaciona um determinado nível de emprego à sua produtividade média

c. a demanda por trabalho relaciona salário nominal e nível de emprego, ao passo que, na construção da oferta, o salário relevante é o real

d. o fato de a curva de demanda por trabalho ser negativamente inclinada depende da hipótese de rendimentos marginais decrescentes

e. se os rendimentos de escala são decrescentes, a curva de demanda é necessariamente horizontal

95. (AFT1998.2) Considerando a curva de oferta neoclássica de trabalho derivada da escolha individual entre renda e lazer, podemos afirmar que: a. quando a taxa de salário aumenta, o efeito substituição

induz a uma quantidade menor de trabalho b. a curva de oferta de trabalho é sempre positivamente

inclinada, mudando apenas a declividade de acordo com o efeito substituição

c. a curva de oferta de trabalho é derivada do efeito substituição entre renda e lazer, ao passo que o efeito renda provoca apenas deslocamentos desta curva

d. o caso em que o aumento da taxa de salário leva a uma diminuição da oferta de trabalho não pode ser representado pela curva de oferta de trabalho

e. a curva de oferta de trabalho pode ser negativamente inclinada, caso o efeito renda supere o efeito substituição

96. (AFT1998.2) Considere as seguintes afirmativas: I – Entende-se por diferenciação compensatória de salários a diferença de salários que compensa os trabalhadores por aspectos não pecuniários indesejáveis dos trabalhos; II – A diferenciação compensatória de salários decorre de algum tipo de discriminação no mercado; III – Restrições institucionais podem causar diferenciações salariais. Pode-se afirmar que a. somente a I e a III são corretas b. somente a I e a II são corretas c. somente a II é correta d. somente a I é correta e. I, II e III são corretas 97. (AFT1998.2) Quanto aos conceitos de pleno emprego e de desemprego, é correto afirmar que: a. o pleno emprego é o nível de emprego consistente com

a taxa natural de desemprego, que reflete fatores basicamente friccionais

b. a taxa natural de desemprego reflete um desemprego cíclico devido a situações recessivas no mundo dos negócios

c. o pleno emprego pode ser compatível com desemprego não friccional, desde que este seja cíclico

d. abaixo do pleno emprego, pode ser possível a existência apenas de desemprego friccional, desde que a taxa natural de desemprego seja zero

e. o desemprego friccional é aquele decorrente de um ciclo recessivo na economia de caráter conjuntural

98. (AFT1998.2) Considere as frases a seguir: I – As teorias de salário-eficiência partilham da hipótese de que a empresa funciona de forma mais eficiente se paga salários elevados aos seus empregados; II – Pelas teorias de salário-eficiência, pode-se diminuir o chamado "risco moral" pagando um salário mais elevado do que o de equilíbrio;

III – As teorias de salário-eficiência implicam rigidez salarial e o chamado desemprego de espera. Podemos então afirmar que a. somente a I e a II são corretas b. somente a I é correta c. I, II e III são corretas d. somente a II é correta e. somente a I e a III são corretas 99. (AFT1998.2) Se o desemprego é essencialmente friccional, podemos considerar como políticas mais adequadas de emprego: a. elevação das taxas de juros na economia b. criação de seguro-desemprego c. criação de um programa de renda mínima d. aumento dos encargos trabalhistas e. criação de agências de emprego que divulguem

informações relativas a vagas 100. (AFT1998.2) Em relação ao mercado de trabalho brasileiro, no período recente, é incorreto afirmar que a. se verifica uma precarização do emprego, especialmente

no setor de serviços privados b. apesar de se verificar um aumento nas taxas de

desemprego, constata-se uma diminuição nas taxas de subemprego e rotatividade da mão-de-obra

c. se observa um crescimento das taxas de desemprego aberto e do grau de informalização do pessoal ocupado

d. se verifica uma tendência à desregulamentação no mercado de trabalho

e. se verifica uma tendência à sonegação fiscal no mercado de trabalho

101. (AFT1998.2) Considere as seguintes afirmações: I – Uma das explicações para a piora na distribuição de renda na fase de crescimento econômico nos anos 70 foi o desequilíbrio no mercado de trabalho em que houve um forte crescimento da demanda por mão-de-obra qualificada, frente a uma oferta de mão-de- obra qualificada relativamente constante; II – Uma das explicações para a piora na distribuição de renda na fase de crescimento econômico nos anos 70 pode ser encontrada na política salarial e no fechamento de sindicatos impostos pelo regime militar; III – Uma das explicações para a piora na distribuição de renda na fase de crescimento econômico nos anos 70 foi o aumento da taxa de desemprego. Podemos afirmar que: a. somente a I e a III são corretas b. I, II e III são corretas c. somente a II é correta d. somente a I e a II são corretas e. somente a III é correta

6.1 GABARITOS

1 E 16 E 31 A 46 E 61 A 76 C 91 C

2 C 17 D 32 B 47 C 62 Anul. 77 A 92 A

3 B 18 B 33 C 48 C 63 D 78 A 93 B

4 A 19 C 34 E 49 D 64 E 79 B 94 D

5 C 20 A 35 D 50 A 65 D 80 C 95 E

6 A 21 E 36 E 51 B 66 C 81 D 96 A

7 D 22 C 37 B 52 E 67 B 82 A 97 A

8 B 23 B 38 D 53 B 68 E 83 D 98 C

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9 E 24 D 39 A 54 A 69 D 84 C 99 E

10 D 25 A 40 C 55 E 70 C 85 A 100 B

11 D 26 E 41 E 56 A 71 B 86 E 101 D

12 A 27 A 42 D 57 D 72 A 87 B

13 E 28 B 43 E 58 C 73 C 88 D

14 C 29 C 44 B 59 D 74 A 89 B

15 B 30 D 45 A 60 A 75 E 90 E

REFERÊNCIAS

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