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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS
E NUCLEARES – PROTEN
RENATA FARIAS DE LIRA
OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS DE RADIOPROTEÇÃO PARA SERVIÇOS DE MEDICINA NUCLEAR
RECIFE – PERNAMBUCO - BRASIL NOVEMBRO -2012
RENATA FARIAS DE LIRA
Otimização de Sistemas de Radioproteção para Serviços Serviço de Medicina Nuclear
Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em Tecnologias Energéticas e Nucleares, do Departamento de Energia Nuclear, da Universidade Federal de Pernambuco, para obtenção do título de Mestre.
ORIENTADOR: Prof. Dr. LUIZ ANTÔNIO PEREIRA DOS SANTOS CO-ORIENTADOR: Prof Dr. JOÃO ANTÔNIO FILHO
RECIFE – PERNAMBUCO – BRASIL
NOVEMBRO -2012
OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS DE RADIOPROTEÇÃO PARA SERVIÇOS DE MEDICINA NUCLEAR
Renata Farias de Lira
APROVADO EM: 30.10.2012
ORIENTADOR: Prof. Dr. Luiz Antônio Pereira dos Santos CO-ORIENTADOR: Prof Dr. João Antônio Filho
COMISSÃO EXAMINADORA:
Drª Fabiana Farias de Lima Guimarães – CRNC-NE/ CNEN
Drº Marcus Aurélio Pereira dos Santos - CRNC-NE/ CNEN
Drº Waldeciro Colaço – DEN/UFPE
Visto e permito a impressão
Coordenador do PROTEN/DEN/UFPE
AGRADECIMENTOS
Aos professores Luiz Antônio Pereira dos Santos e João Antônio Filho por toda a assistência prestada durante todo o trabalho. Ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Energéticas e Nucleares e todos os funcionários. Aos meus familiares e amigos, pela paciência, compreensão, apoio e carinho de sempre.
OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS DE RADIOPROTEÇÃO PARA SERVIÇOS DE MEDICINA NUCLEAR
AUTOR: Renata Farias de Lira ORIENTADOR: Luiz Antônio Pereira dos Santos CO-ORIENTADOR: João Antônio Filho
RESUMO
Medicina Nuclear (MN) é uma especialidade médica que utiliza material radioativo
associado a fármacos para obter imagens diagnósticas e realizar procedimentos terapêuticos.
Como qualquer atividade envolvendo radiação ionizante, a MN deve ser justificada e otimizar
seus procedimentos de trabalho. Assim, este trabalho tem como objetivo verificar a
necessidade e a importância da otimização da radioproteção em serviços de MN para reduzir
as doses dos indivíduos ocupacionalmente expostos (IOE) e os custos de proteção. A
otimização para um serviço que faz uso de radiação ionizante pode ser realizada utilizando
diferentes técnicas tal como a técnica de análise de custo-benefício expandida, usada neste
trabalho. Esta técnica introduz um ou dois atributos associados ao detrimento, Y, e os custos
de proteção, X. Este trabalho analisou dados de 56 funcionários, referente ao período de 2002
a 2010. O valor do custo de proteção foi de R$ 147.645,95, compreendendo acessórios,
cursos, treinamentos e custos de manutenção. O custo do detrimento variou de R$
1.065.750,00 a R$ 28.890.351,00, sendo o parâmetro responsável por essa variação a dose
coletiva. À medida que essas doses crescem os custos totais também crescem, o que evidencia
a importância de se aplicar a otimização, visando à segurança dos IOE, melhoria do serviço e
redução dos custos de proteção.
PALAVRAS-CHAVE: Medicina Nuclear, Radioproteção, Otimização.
OPTIMIZATION OF THE RADIOPROTECTION FOR NUCLEAR MEDICINE SERVICES.
AUTHOR: Renata Farias de Lira
ADVISER: Luiz Antônio Pereira dos Santos
CO-ADVISER: João Antônio Filho
ABSTRACT
Nuclear medicine (NM) is a medical specialty, which uses small amounts of
radioactive material combined with drugs, to make either therapeutic treatments or form
diagnostic images of the organ and tissue. Follow the nuclear regulations any activity
involving ionizing radiation should be justified and it must have their procedures of work to
be optimized. Thus, the aim of the study is to determine the need and the importance of
optimization of radiation protection in NM services and reduce occupationally exposed
individuals (OEI) doses in order to avoid possible contamination or accidents and reduce the
costs of protection. Optimization for a nuclear medicine service that makes use of ionizing
radiation can be performed using different techniques such as the expanded cost-benefit
analysis, used in this work. Such technique introduces one or two attributes associated to the
detriment cost, Y, and the protection costs, X. This work was conducted in the year 2011,
where it was analyzed data of 56 employees from 2002 to 2010. The value of the cost of
protection was R$ 147.645,95, including accessories, courses, training and maintenance
costs. On the other hand, the cost of the expense ranged from R$ 1.065.750,00 up to R$
28.890.351,00 and the parameter responsible for this variation is the collective dose. The
inreasing of these dose values causes the increasing of the total costs, and one can conclude
that there really is an importance of applying the optimization technique to improve the safety
of OEI at the nuclear medicine service and reducing costs of protection.
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 Fluxograma de atividades............................................................................15
Figura 2 Gerador de Gerador 99Mo / 99mTc....................................................................17
Figura 3 Modelo de análise de um processo de otimização..............................................25
Figura 4 Custo do detrimento em relação à dose coletiva.................................................51
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela1 Limites de doses anuais.................................................................................20
Tabela 2 Fatores de ponderação das radiações.............................................................30
Tabela 3 Fatores de ponderação de tecido....................................................................30
Tabela 4 Radionuclídeos e fármacos utilizados na instalação......................................38
Tabela 5 Equipamento de proteção individual e coletiva disponíveis..........................38
Tabela 6 Acessórios, serviços e treinamentos pesquisados..........................................41
Tabela 7 Doses coletivas expressa em Sv-homem e Doses equivalentes médias anuais
expressa em mSv dos IOE nos anos de 2002 a 2010................................................46
Tabela 8 Doses coletivas anuais, expressa, separadas por intervalos de
dose...........................................................................................................................46
Tabela 9 Custos de proteção (acessórios de proteção)..................................................48
Tabela 10 Valores dos cursos e treinamentos..................................................................49
Tabela 11 Valores dos custos relacionados aos salários dos trabalhadores....................49
Tabela 12 Valor do custo de proteção anual, X...............................................................49
Tabela 13 Custo do detrimento, Y...................................................................................50
Tabela 14 Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada
intervalo de dose no ano de 2002...................................................................52
Tabela 15 Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada
intervalo de dose no ano de 2003...................................................................53
Tabela 16 Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada
intervalo de dose no ano de 2004...................................................................53
Tabela 17 Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada
intervalo de dose no ano de 2005...................................................................54
Tabela 18 Fracionamento da dose coletiva e valor do detrimento para cada intervalo de
dose no ano de 2006.......................................................................................54
Tabela 19 Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada
intervalo de dose no ano de 2007...................................................................55
Tabela 20 Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada
intervalo de dose no ano de 2008...................................................................55
Tabela 21 Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada
intervalo de dose no ano de 2009...................................................................56
Tabela 22 Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada
intervalo de dose no ano de 2010...................................................................56
Tabela 23 Custo total de proteção (Soma do Custo de proteção X, com o detrimento Y).........57
Tabela 24 Opções de proteção...........................................................................................58
Tabela 25 Opções de proteção para o ano de 2005.........................................................58
Tabela 26 Custo do detrimento após análise de sensibilidade........................................59
Tabela 27 Valores dos custos de proteção após modificação..........................................60
Página
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................12 2. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................................14 2.1 Medicina Nuclear.................................................................................................................................14
2.1.1 Radiofármacos (RF)..............................................................................................................................16 2.2 Radioproteção......................................................................................................................................17
2.2.1 Regulamentação....................................................................................................................................17 2.2.2 Proteção Radiológica (PR)....................................................................................................................18
2.2.2.1 Justificação............................................................................................................................................20 2.2.2.2 Otimização.............................................................................................................................................20 2.2.2.3 Limitação de dose..................................................................................................................................20
2.3 Otimização...........................................................................................................................................21 2.3.1 Otimização da radioproteção.................................................................................................................21 2.4 Custo de proteção................................................................................................................................26
2.4.1 Equipamento de proteção individual (EPI)...........................................................................................27 2.4.2 Equipamento de proteção coletiva (EPC).............................................................................................27 2.4.3 Cursos e treinamentos...........................................................................................................................28 2.4.4 Monitoração...........................................................................................................................................28 2.4.5 Instalações físicas..................................................................................................................................29 2.5 Dose equivalente e dose coletiva.........................................................................................................29
2.5.1 Dose equivalente (HT) e dose efetiva (E)..............................................................................................29 2.5.2 Dose coletiva (S)...................................................................................................................................31 2.6 Detrimento biológico...........................................................................................................................32 2.7 Técnicas de otimização........................................................................................................................32
2.7.1 Análise custo-benefício.........................................................................................................................33 2.7.2 Análise custo-benefício expandida........................................................................................................34 2.7.3 Análise de prioridade com atributos múltiplos......................................................................................35 2.7.4 Análise de sensibilidade........................................................................................................................35
3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................................37 3.1 Dose equivalente média anual (D.E.M.A).........................................................................................38 3.2 Dose coletiva (S)...................................................................................................................................38 3.3 Custo de proteção (X)..........................................................................................................................39 3.4 Custo do detrimento (Y).....................................................................................................................41 3.5 Custo Total da otimização...................................................................................................................42 3.6 Análise de sensibilidade......................................................................................................................43 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................................................45 5. CONCLUSÕES...................................................................................................................................60 APÊNDICE 1.......................................................................................................................................61 APÊNDICE 2.......................................................................................................................................73 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................79
SUMÁRIO
12
1. INTRODUÇÃO
A Medicina Nuclear (MN) é uma especialidade médica que utiliza radionuclídeos com
características físicas e químicas adequadas, tanto para fins diagnósticos como terapêuticos. É
capaz de evidenciar bem a função do órgão em estudo, enquanto a radiologia convencional, o
ultrassom, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética destacam melhor os
aspectos morfológicos e anatômicos (MESQUITA et. al., 2001).
O princípio básico da MN consiste em avaliar a função de um determinado órgão
utilizando uma substância marcada com radionuclídeos que seja, normalmente, captada ou
metabolizada pelo órgão que se deseja estudar (MESQUITA et. al., 2001). Essas substâncias
são denominadas radiofármacos e as características físico-químicas do fármaco, determinam
sua fixação no órgão ou tecido alvo e sua eliminação pelo organismo, enquanto as
características físicas do radionuclídeo determinam a aplicação do composto em diagnóstico
ou terapia (OLIVEIRA et. al., 2006).
A aplicabilidade dos métodos cintilográficos visando o diagnóstico e, em alguns casos,
o tratamento de enfermidades, vem se implementando nas últimas décadas, graças ao
desenvolvimento da computação eletrônica, aliado às técnicas tomográficas de ponta que
conduziram ao aprimoramento dos aparelhos utilizados em medicina nuclear. Assim como à
síntese de novos fármacos, permitindo o estudo de várias doenças que, anteriormente, só
podiam ter suas funções avaliadas de forma indireta, a partir de informações de seus achados
morfológicos (MESQUITA et. al., 2001).
Toda atividade envolvendo aplicação de radiação ionizante, deve ser justificada e ter
seus procedimentos de trabalho otimizados, assim como deve respeitar a limitação de dose, de
acordo com os três princípios básicos da proteção radiológica: justificação, limitação de dose
e otimização.
O objetivo primário da proteção radiológica é fornecer um padrão apropriado de
proteção para o homem, sem limitar os benefícios criados pela aplicação das radiações
ionizantes (CEC, 1991). A otimização em proteção radiológica é um processo para se
encontrar a solução ótima de um problema, dentro de um universo de possíveis soluções,
visando minimizar as exposições e reduzir custos (ICRP, 1989).
13
Este trabalho foi desenvolvido utilizando a técnica de análise custo-benefício
expandida, que permite efetuar uma análise quantitativa. A técnica introduz um ou dois
atributos associados ao detrimento, que são a dose coletiva e seu fracionamento, além dos
custos de proteção X, gerando o valor do custo do detrimento, Y (ICRP, 1989).
Os dados utilizados no trabalho foram obtidos no Serviço de Medicina Nuclear (SMN)
do Hospital das Clínicas de Pernambuco (HC/UFPE) e o desenvolvimento do trabalho se deu
no Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco. (DEN/UFPE).
O objetivo deste trabalho é verificar a importância dos parâmetros de proteção no
processo de otimização da radioproteção em SMN de forma a reduzir as doses dos indivíduos
ocupacionalmente expostos (IOE) assim como a redução dos custos da instalação.
14 2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Medicina Nuclear (MN)
A Medicina Nuclear (MN) é uma especialidade médica que faz uso de fontes abertas
de radionuclídeos que são conjugados com estruturas moleculares (ou fármacos) de afinidades
específicas a alguns tecidos ou órgãos. A junção desses dois compostos dá origem ao
radiofármaco que é administrado aos pacientes para aplicações diagnósticas e terapêuticas.
Muitos hospitais e clínicas com serviços de medicina nuclear dependem do ininterrupto
suprimento de radionuclídeos para funcionamento. O fornecimento confiável com alta
qualidade diretamente aos centros de medicina nuclear é de fundamental importância para que
a rotina seja aplicável. (OLIVEIRA, 2006).
Em diagnóstico, a distribuição do radiofármaco promove imagens relacionadas às
propriedades bioquímicas e fisiológicas dos órgãos ou tecidos. A escolha do radiofármaco é
realizada com base nas características do tecido ou órgão alvo. A administração desse
composto pode ocorrer por via endovenosa, inalatória ou oral. (IAEA, 2004). Nos
procedimentos terapêuticos também ocorre a administração e a distribuição do radiofármaco
baseadas nas características bioquímicas e fisiológicas do órgão ou tecido alvo do tratamento,
diferente da radioterapia, que utiliza fontes seladas para irradiação do órgão ou tecido doente.
Dentre os diferentes tipos de procedimentos realizados para diagnóstico na MN, pode-
se mencionar: a cintilografia do miocárdio, cintilografia óssea e renal e estudos da tireóide.
Quanto aos procedimentos terapêuticos, destaca-se o tratamento de câncer de tireóide.
(WILSON, 1998).
Sucintamente, podem-se descrever as atividades de um serviço de MN como no
fluxograma mostrado na Figura 1 que mostra o processo a partir da aquisição do material
radioativo e dosimetria desse material, passando pelo seu armazenamento, direcionamento
para o laboratório onde será manipulado e preparado do radiofármaco, sendo novamente
submetido por uma dosimetria, para então, ocorrer a administração do mesmo em busca da
aquisição de imagem ou terapia. A exposição dos trabalhadores à radiação ocorre nas fases de
manipulação, preparo, administração do material radioativa, segregação, armazenamento e
15 tratamento dos rejeitos radioativos, sendo necessária a proteção dos mesmos durante todo o
processo até a liberação do paciente e liberação do rejeito.
Figura 1: - Fluxograma de atividades no SMN
AQUISÃO DO MATERIAL RADIOATIVO
DEPÓSITO
SALA QUENTE
PREPARO DO RADIOFÁRMACO
DOSIMETRIA
DOSIMETRIA
ADMINISTRAÇÃO DO RADIOFÁRMACO
AQUISIÇÃO DE IMAGENS
ANÁLISE DAS IMAGENS
TERAPIA
DIAGNÓSTICO
GERAÇÃO E SEGREGAÇÃO DE
REJEITOS
DOSIMETRIA
ARMAZENAMENTO DOS REJEITOS
TRATAMENTO DOS REJEITOS
DOSIMETRIA
ELIMINAÇÃO
16
2.1.1 Radiofármacos (RF)
Fármacos são compostos destinados ao uso em diagnóstico, cura, mitigação,
tratamento ou prevenção de doenças no homem ou animal (exceto comida) destinados a
alterarem a estrutura ou qualquer outra função do corpo do homem ou animal (FD&C ACT,
2009).
A energia do fóton emitido pelo radionuclídeo que entra na composição do
radiofármaco para radiodiagnóstico em MN convencional deve situar-se entre os 80-300 keV
(SAHA, 1998). Os fótons com energia inferior a 80 keV são absorvidos pelos tecidos e não
são detectados exteriormente; por outro lado, quando a sua energia é superior a 300 keV a
eficiência dos detectores não é muito alta, resultando em imagens de má qualidade.
Um dos fármacos utilizados em medicina nuclear é o sestamibi (MIBI) cátion
lipofílico do grupo das isonitrilas, é o agente marcado com tecnécio-99m, mais amplamente
utilizado nos estudos de perfusão miocárdica (OLIVEIRA et al., 2006).
Os radionuclídeos mais utilizados na medicina nuclear são o Tálio-201 (201Tl), o Iodo-
131 (131I), Iodo-123 (123I), Índio-111 (111In), Gálio-67 (67Ga), e Tecnécio (99m
Tc), este último é
utilizado na maioria dos procedimentos de radiodiagnósticos, por existir em diversos estados
de oxidação, ter tempo de meia vida* de 6 horas, e ser produzido por um gerador de tecnécio-
99m de baixo custo, além de ter emissão energética predominante 140 KeV(88%). (WILSON,
1998). Esse tipo de gerador teve sua comercialização iniciada em 1965 e é escolhido por:
possuir custo reduzido; segurança e simplicidade de uso; alta pureza radionuclídica e química;
esterilidade, por ser isotônico e pelo fato do molibdênio possuir t1/2 de 66 horas, suficientes
para sua distribuição mensal. De forma básica, o gerador Mo-99/Tc-99m , consiste em uma
coluna cromatográfica (alumina) onde o radionuclídeo pai (Mo-99) é adsorvido e produz o
radionuclídeo filho (Tc-99m) (WILSON, 1998).
*Tempo requerido para que um dado radioisótopo decresça para a metade da sua atividade e é
característica particular do radioisótopo (CEMBER, 2009).
17
A Figura 2 mostra um gerador Mo-99 / Tc-99m e uma blindagem para armazenamento
e transporte do Tc-99m.
Figura 2: - Gerador Mo-99 / Tc-99m
Fonte: <http://qnint.sbq.org.br/sbq_uploads/layers/imagem3906.png>, (acesso em: 20.08.2012 /
11:25:15).
2.2 Radioproteção
2.2.1 Regulamentação
Em 1950, a InternationalCommissionon Radiological Protection (ICRP) foi nomeada,
com o objetivo de descrever com mais fundamento a proteção radiológica. Desde sua criação
é reconhecida como agência para promover recomendações em todas as questões relacionadas
à segurança radiológica (WILSON, 1998). A política adotada pela ICRP no preparo das
recomendações é lidar com os princípios básicos de proteção radiológica e levar aos vários
comitês nacionais a responsabilidade de introduzir detalhadamente, regulamentações,
técnicas, recomendações, ou códigos de condutas melhores para cada país (ICRP, 1964).
Inicialmente as recomendações da ICRP eram baseadas na tolerância das doses, ou
seja, a dose que se acreditava que o corpo tolerava (ICRP, 1959). O conceito de aceitável foi
introduzido na publicação 26 da comissão (ICRP, 1977). Na publicação 60 da ICRP, foi
Gerador Mo-99 / Tc-99m
Protetor de frascos
Frascos de fármacos
18 recomendado um novo limite ocupacional, além do termo exeqüível para as doses de radiação
(ICRP, 1990). A publicação 103 da ICRP introduz a ideia de criar-se um uma cultura de
segurança, levantando o questionamento e a consciência dos envolvidos nas atividades, assim
com a alteração dos valores de ponderação de algumas radiações e dos tecidos (ICRP, 2007).
Embora as agências internacionais recomendem padrões de segurança, a autoridade
legal de proteção radiológica é exercida pelas agências reguladoras nacionais. No Brasil, a
agência competente para exercer tais funções é a Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN), responsável por criar, implementar e supervisionar as ações referentes ao uso de
radiação ionizante.
A regulamentação deve ser flexível o suficiente para permitir uma fácil adaptação à
evolução das técnicas e equipamentos disponíveis. Em relação à exposição médica de
indivíduos, as seguintes partes têm papéis e responsabilidade: as entidades reguladoras, a
pessoa jurídica (licenciado), os empregadores, os médicos e técnicos, os supervisores de
proteção radiológica e os fabricantes e fornecedores de materiais.
Toda instituição que faça uso de fontes ou materiais radioativos, deve implementar um
serviço de radioproteção (SR), de acordo com a norma CNEN-NE 3.02 (CNEN, 1988). A
norma CNEN-NN 3.05 (CNEN, 1996), regula os serviços de medicina nuclear, definindo
tópicos relacionados à:
Mão de obra;
Equipamentos e materiais de proteção radiológica;
Testes de instrumentação;
Proteção na administração dos RF,
Gerência de rejeito radioativos;
Registros e
Inspeções.
2.2.2 Proteção Radiológica (PR)
A proteção radiológica é um conjunto de medidas que visa reduzir efeitos prejudiciais
19 à saúde de indivíduos ocupacionalmente expostos (IOE) à radiação, de pacientes, de membros
do público e também ao meio ambiente causados pela radiação ionizante. Desta forma,
qualquer que seja o tipo de instalação onde há o manuseio de materiais radioativos, deve ser
implementado um serviço de radioproteção.
O objetivo da proteção radiológica é promover um padrão apropriado de proteção para
os seres humanos que trabalham com radiações ionizantes, sem restringir os benefícios
originados por elas e com o intuito de prevenir a ocorrência de efeitos determinísticos,
mantendo as doses abaixo dos limiares exequíveis, assim como assegurar todos os
procedimentos seguros para a redução dos efeitos estocásticos (ICRP, 1997).
O funcionamento de qualquer instalação radioativa deve obedecer aos princípios
básicos de radioproteção, com o objetivo de estabelecer requisitos relacionados à
implementação e funcionamento dos serviços de radioproteção (SR). Esse serviço é o único
agente que possui autorização da gerência da instalação para executar as atividades de
radioproteção
As instalações físicas do SR devem disponibilizar para os trabalhadores, local para
acomodação e higiene pessoal, troca e guarda de vestimentas, assim como descontaminação
externa de IOE, dentre outros itens requisitados na norma. Além dessas especificações, o SR
deve também realizar a monitoração individual e de área, e assegurar a utilização de
equipamentos responsáveis pela proteção do meio ambiente e dos indivíduos. As atividades
desenvolvidas pelo SR são o controle de trabalhadores, de áreas, da população, do meio
ambiente, de fontes, de rejeitos radioativos e de equipamentos, do mesmo modo que o
treinamento dos trabalhadores, o registro das informações decorrentes das atividades
realizadas e a elaboração de relatórios (CNEN, 1988).
A proteção radiológica segue os requisitos básicos de proteção radiológica, são eles:: a
justificação, a otimização e o limite de dose (CNEN, 2011). Além desses três princípios, que
devem ser criteriosamente observados e seguidos em uma instalação em operação, também
tem de ser consideradas as regras básicas da proteção radiológica: tempo, distância e
blindagem.
20 2.2.2.1 Justificação
Este princípio estabelece que: “Nenhuma prática ou fonte associada a essa prática será
aceita pela CNEN, a não ser que a prática produza benefícios, para os indivíduos expostos ou
para a sociedade, suficientes para compensar o detrimento correspondente, tendo-se em conta
fatores sociais e econômicos, assim como outros fatores pertinentes.”(CNEN, 2011).
2.2.2.2 Otimização
A otimização diz que: “Em relação às exposições causadas por uma determinada fonte
associada a uma prática, salvo no caso das exposições médicas, a proteção radiológica deve
ser otimizada de forma que a magnitude das doses individuais, o número de pessoas expostas
e a probabilidade de ocorrência de exposições mantenham-se tão baixas quanto possam ser
razoavelmente exequíveis, tendo em conta os fatores econômicos e sociais.” (CNEN, 2011).
2.2.2.3 Limitação de dose
A limitação de dose expressa: “A exposição normal dos indivíduos deve ser restringida
de tal modo que nem a dose efetiva nem a dose equivalente nos órgãos ou tecidos de
interesse, causadas pela possível combinação de exposições originadas por práticas
autorizadas, excedam o limite de dose especificado, salvo em circunstâncias especiais,
autorizadas pela CNEN. Esses limites de dose não se aplicam às exposições médicas.”
(CNEN, 2011). A Tabela 1 apresenta os limites de doses anuais.
Tabela 1- Limites de doses anuais.
LIMITES DE DOSES ANUAIS* GRANDEZA ÓRGÃO INDIVÍDUOS
OCUPACIONALMENTE EXPOSTOS
INDÍVIDUOS DO PÚBLICO
DOSE EFETIVA CORPO INTEIRO 20 mSv** 1 mSv*** DOSE
EQUIVALENTE CRISTALINO 20 mSv 15 mSv
PELE**** 500 mSv 50 mSv MÃOS E PÉS 500 mSv ---
21
FONTE - CNEN, 2011
*Considerar as doses recebidas no ano calendário, de janeiro a dezembro.
**Média aritmética em 5 anos consecutivos, desde que não exceda 50 mSv em qualquer ano. ***Em circunstâncias especiais, a CNEN poderá autorizar um valor de dose efetiva de até 5 mSv em
um ano, desde que a dose efetiva média em um período de 5 anos consecutivos, não exceda a 1 mSv por
ano.
****Valor médio em 1 cm² de área, na região mais irradiada. (CNEN, 2011).
2.3 Otimização
Dentre os princípios básicos de proteção radiológica mencionados, a otimização das
atividades da instalação é o foco principal no controle de exposições ocupacionais e vem
recebendo bastante atenção dos gestores, técnicas sistemáticas estão sendo que abordam essa
questão desenvolvidas. Essas técnicas geram um nível crescente de conscientização da gestão.
Isso tem grande influência na diminuição da exposição à radiação no local de trabalho. (EC,
1993).
A otimização é uma técnica para encontrar a solução ótima do problema, dentro de um
conjunto de possíveis soluções. Os procedimentos e recursos utilizados variam de capital a
mão de obra e devem ser explorados de forma adequada e cuidadosa para o resultado ser o
melhor possível. Esse processo envolve tomada de decisões, redução de custos e
aprimoramento dos procedimentos desenvolvidos pela instalação. As técnicas de otimização
devem ser aplicadas no momento em que a solução para determinado problema não seja
simples e facilmente encontrada (ICRP, 1997).
2.3.1 Otimização em radioproteção
Em proteção radiológica, a otimização visa minimizar as exposições e, por
consequência, a diminuição das doses recebidas pelos trabalhadores e membros do público
que utilizam os serviços de radiologia médica, por exemplo, bem como a diminuição da
probabilidade da ocorrência de acidentes e as medidas adotadas após essa ocorrência. A
otimização é aplicada por meio de técnicas e equipamentos adequados para cada tipo de
atividade que envolva a utilização de fontes radioativas e deve observar tanto os
22 procedimentos de trabalho, como as instalações físicas da instituição (ICRP, 1989).
O conceito básico da otimização da radioproteção é gerar um estado de consciência
em todos os responsáveis pelo controle da exposição à radiação e deve ser um processo
contínuo (ICRP, 1989).
Alguns termos são utilizados durante o processo de otimização e estão descritos na
publicação 55 da ICRP São eles:
Opção de proteção: ações específicas ou conjuntos de procedimentos;
Caso base: ponto de partida para avaliação das alterações em estudo específico, em
geral, é a opção mais barata. No caso de operações existentes é o conjunto de
procedimentos feitos na instalação;
Desempenho da opção: resultado da aplicação dos procedimentos de otimização;
Custo da opção: custos diretos financeiros e de recursos da opção, associados a
qualquer outro custo;
Fator: Uma medida de identificação para o custo ou para o desempenho da opção;
Atributo: Equivalente a fator, utilizado em frases técnicas;
Critério: medida quantitativa ou qualitativa do que é desejado ou aceitável para um ou
mais fatores;
Fatores de proteção radiológica: fatores relacionados ao nível de proteção exequível.
Incluem os fatores que descrevam a distribuição de dose, os custos e outras
desvantagens que alterem a distribuição de dose;
Outros fatores: fatores que estão relacionados à descrição ou performance dos custos
de uma opção, mas não estão relacionados com a proteção radiológica. (ICRP, 1989).
A otimização da proteção é uma idéia muito ampla; pode ser utilizada em todos os
níveis, desde simples decisões à grandes análises. Podendo ser aplicada em diferentes tipos de
atividades que envolvam radiação ionizante. A idéia da otimização é atenuar acidentes ou
incidentes e suas consequências, que poderiam levar à uma exposição desnecessária à
radiação, além de ter papel na decisão sobre medidas de redução de doses no caso de
acidentes (ICRP, 1997).
23 O processo de otimização deve ser contínuo. As decisões são sempre tomadas no
cotidiano da instalação e devem sempre procurar as melhores soluções de proteção. O melhor
momento para aplicar a otimização é no início do projeto, para que as necessidades de
proteção radiológica possam ser implementadas e não adaptadas posteriormente. É durante a
fase de projeto que os principais aspectos que determinam o nível de proteção radiológica são
fixados e onde são estabelecidos os parâmetros utilizados. Em qualquer alteração nos métodos
de trabalho, aquisição de novos equipamentos ou mudança no corpo de trabalhadores, deve
ser aplicado um novo processo de otimização para encontrar a melhor forma de aplicar essas
alterações. É necessário, quando os estudos forem realizados, que todo material produzido
seja armazenado para ser útil em futuras ocasiões, como inspeções técnicas.
Na ICRP 37 (ICRP, 1982) encontra-se o conceito geral de otimização; porém, a
publicação foca a análise custo-benefício. Na publicação 55 da ICRP (ICRP, 1989) são vistas,
além desta, outras técnicas apropriadas para diferentes níveis de decisão e contextos. Essas
técnicas são capazes de encontrar a solução ótima para muitos casos. A norma recomenda que
o conceito de otimização não seja restringido apenas às técnicas nela citadas, mas também
mostra que é necessário gerar um questionamento das pessoas envolvidas no processo, para
que elas mesmas venham a perguntar se todas as soluções foram avaliadas da melhor maneira
possível. A publicação 55 da ICRP ainda descreve uma abordagem estruturada para o
problema, para assegurar que nenhum aspecto importante seja omitido e também para
registrar a análise para informação e avaliação posterior, ou por parte de outros.
De acordo com a ICRP 55, o processo de otimização se inicia identificando as opções
de proteção de maneira geral e, em seguida, definindo adequadamente a situação para
esclarecimento do propósito das opções escolhidas e fatores que serão envolvidos no processo
de otimização. Os fatores de proteção podem ser divididos em dois grupos (ICRP, 1989)
Grupo 1: Fatores que sempre deverão estar envolvidos nos procedimentos, em particular as
doses coletivas e o custo de proteção;
Grupo 2: Fatores que nem sempre são fundamentais, como a população que recebe as doses e
a probabilidade da ocorrência de algum acontecimento.
24 Para a identificação das opções, deve-se considerar todas as soluções, desde que sejam
realistas. É possível seguir a lista abaixo como guia para essa identificação (ICRP, 1989).
1. Criar uma lista com todas as opções, com o maior número possível delas;
2. Fazer uma avaliação preliminar para eliminar as opções impraticáveis;
3. Identificar as opções que serão utilizadas durante o processo;
4. Após a identificação, selecionar as opções mais apropriadas, mas não descartando as
outras, que podem ser reconsideradas posteriormente;
5. Em seguida estima-se o desempenho de cada opção para cada fator escolhido.
Em geral as opções de proteção buscam a redução das doses e também a redução dos
custos. Dessa maneira, as opções mais baratas acabam tendo destaque e seguem um modelo
básico recomendado pela ICRP 55. A Figura 3 mostra o modelo proposto para um processo de
otimização.
25
Figura 3 - Modelo de análise de um processo de otimização.
FONTE - ICRP, 1989
Há também, os profissionais envolvidos no processo de otimização e estes são: (ICRP,
1989).
Engenheiro: deve possuir qualificação e treinamento apropriados, como,
conhecimentos básicos de proteção radiológica e de requisitos regulatórios;
Líder de equipe de planejamento: pessoa responsável pela decisão do quanto esforço
será aplicado na proteção radiológica;
DEFINIÇÃO DO ESCOPO DO PROBLEMA A SER ANALISADO E ESPECIFCIAÇÃO DOS FATORES
DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA E OUTROS
IDENTIFICAÇÃO DAS OPÇÕES DE PROTEÇÃO
ESTIMATIVA DO DESEMPENHO DAS OPÇÕES PARA CADA FATOR
ELIMINAÇÃO DAS OPÇÕES
IMPRATICÁVEIS
APLICAÇÃO DAS TÉCNICAS QUANTITATIVAS DE AJUDA NA
DECISÃO
SOLUÇÕES ANALITICAS
APLICAÇÃO DA ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
RESULTADO DA OTIMIZAÇÃO
DECISÃO
CONSIDERAÇÃO DE OUTROS FATORES
CONSIDERAÇÃO DE FATORES DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA QUE PODEM SER TRATADOS
QUALITATIVAMENTE
26
Gerente: relacionada com a política de decisão e aceitação das consequências
financeiras resultantes da implementação da otimização;
Responsável pela proteção radiológica: tende a agir como aconselhador e, na prática,
em geral, seus conselhos são aceitos e tornam-se exigências;
Autoridades competentes: especifica os critérios gerais necessários para a
implementação da otimização. No Brasil, o órgão competente é a CNEN;
Tomador de decisão: Pessoa responsável por definir qual opção será adotada.
Para a comparação do desempenho das opções, há diversas técnicas, e a escolha delas
depende da atividade realizada no local de trabalho. A melhor opção ou opção ótima deve ser
a mais barata e aceita pelas normas vigentes, mas isso não impede o tomador de decisão de
escolher outras opções, também em conformidade com as normas, porém com custos e níveis
de segurança mais elevados.
Depois de implementada, a opção escolhida deve ser testada a fim de verificar se,
realmente, as alterações feitas geraram o resultado esperado.Se a resposta for positiva, o
estudo terá chegado ao fim, mas em caso negativo, o estudo deve ser refeito até que as doses
atinjam os níveis ideais. Esse processo utiliza opções quantificáveis e é chamado de solução
analítica (ICRP, 1989). De forma geral, o processo de otimização gera uma opção ou um
grupo reduzido de opções recomendadas. Como, na maioria dos casos, o estudo é feito pelo
tomador de decisão o resultado do processo de otimização é comumente a decisão final.
2.4 Custos de proteção
Para alcançar um nível de proteção adequado, alguns procedimentos devem ser
seguidos, Entre eles, está a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva
(EPC), cursos e treinamentos de funcionários, e sistemas de detecção, assim como a
monitoração individual de trabalhadores. Os custos de proteção incluem todos os esforços
27 financeiros e não financeiros para a obtenção do nível de proteção desejado. Eles são
divididos em custos diretos e outros esforços de proteção.
Os custos diretos fazem a estimativa dos custos brutos e das despesas anuais, além da
avaliação do valor atual de salários, equipamentos e material de consumo utilizado na
instalação. Já os outros esforços de proteção estão relacionados com o treinamento e o nível
de envolvimento e de qualidade gerencial. Isso mostra que os custos diretos se relacionam
diretamente com os esforços radiológicos, enquanto os outros esforços mostram uma
preocupação não radiológica (ICRP, 1989).
2.4.1 Equipamento de proteção individual (EPI)
Considera-se Equipamento de Proteção Individual, todo dispositivo ou produto, de uso
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2008).
Dentre os EPI utilizados em radiologia, especificamente em medicina nuclear, podem ser
citados: (CNEN, 1996).
1. Avental de chumbo;
2. Protetor de tireóide;
3. Protetor de gônadas;
4. Luvas plumbíferas e de procedimento;
5. Óculos plumbíferos.
2.4.2 Equipamento de proteção coletiva (EPC)
Dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a
preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros (SEGURANÇA
E MEDICINA DO TRABALHO, 2008). Em medicina nuclear, pode-se citar, dentre diversos
EPC, os seguintes materiais.
1. Biombo móvel;
28 2. Capela/Anteparo em L;
3. Caixa de manipulação de Iodo e Tecnécio.
2.4.3. Cursos e treinamentos
Os programas de treinamento e cursos de atualização são necessários para que as
atividades da instalação sejam desenvolvidas de forma correta e, consequentemente, seguras.
Esses treinamentos e cursos têm a função de qualificar a mão-de-obra, aperfeiçoando e
atualizando as técnicas de trabalho O treinamento é o processo educacional de curto prazo,
aplicado de maneira sistemática e organizada e para que um treinamento possa atender ao
objetivo de forma adequada e eficaz é necessário enfatizar o conteúdo e os objetivos
(CHIAVENATO, 2002). Alguns temas abordados são relacionados a:
1. Fundamentos de proteção radiológica;
2. Procedimentos de emergência;
3. Efeitos biológicos da radiação;
4. Transporte e controle de material radioativo;
5. Detectores de radiação.
2.4.4. Monitoração
A monitoração individual e de área são de extrema importância no aspecto da proteção
radiológica. O serviço deve estabelecer e implementar um programa de monitoração
individual e de área, conforme aplicável, levando-se em conta a natureza das exposições
normais e potenciais previstas. Ainda deve dispor de procedimentos e instrumentação
suficientes e adequados (CNEN, 2011). Alguns tipos de monitores são:
1. Dosímetros fotográficos;
2. Dosímetros termoluminescentes (TLD);
3. Detectores de radiação, como Geiger-Müller e câmaras de ionização;
29 4. Detectores de contaminação de superfície.
2.4.5 Instalações físicas
As instalações físicas do SMN devem atender as normas CNEN-NN 3.05 de 1996,
referente aos Requisitos de radioproteção e segurança para serviços de Medicina Nuclear e
CNEN-NE 3.02 de 1988, referente aos Serviços de Radioproteção.
O revestimento de portas e paredes com materiais atenuadores de radiação, como a
barita e o chumbo, também é uma importante ferramenta para a proteção de IOE, membros do
público e de pacientes.
2.5 Dose equivalente, dose efetiva e dose coletiva
2.5.1 Dose equivalente (HT) e dose efetiva (E)
A grandeza básica utilizada em dosimetria é a dose absorvida, D. Em proteção
radiológica utiliza-se a dose absorvida média, no órgão ou tecido. Observa-se que alguns tipos
de radiação são mais efetivos que outros para gerar danos biológicos. A partir dessa
consideração, foi introduzida outra grandeza, a dose equivalente (HT), definida como o
produto da dose absorvida média no órgão ou tecido pelo fator de peso da radiação, wR.
(CNEN, 2011). A unidade da dose equivalente no Sistema Internacional é o Joule por
quilograma (J/kg), denominada Sievert (Sv) (CNEN, 2011). A Tabela 2 mostra o fator de peso
da radiação, para diferentes tipos de radiação e energias.
30
Tabela 2 - Fatores de ponderação das radiações.
TIPO E FAIXA DE ENERGIA FATOR DE PESO (wr.)
Fótons de todas as energias 1
Elétrons de todas as energias 1
Nêutrons, energia: < 10 KeV 10 a 100 KeV > 100 a 2 MeV > 2 MeVa 20 MeV > 20 MeV
5
10
20
10
5
Prótons, exceto os de recuo, energia > 2 MeV 5
partículas α, fragmentos de fissão, núcleos pesados. 20 FONTE -CNEN, 2011
A soma das doses equivalentes ponderadas nos diversos órgãos ou tecidos é a
dose efetiva, E, sua unidade também é o J/kg, denominada de Sv (CNEN, 2011). A Tabela 3
apresenta os fatores de ponderação de tecidos.
Tabela 3 - Fatores de ponderação de tecido.
Tecido ou Órgão wT [a]
Gônadas 0,20
Medula óssea (vermelha) 0,12
Cólon [b] 0,12
Pulmão [c] 0,12
Estômago 0,12
Bexiga 0,05
Mama 0,05
Fígado 0,05
Esôfago 0,05
Tireoide 0,05
Pele 0,01
Superfície óssea 0,01
Restante [d] 0,05
FONTE -CNEN, 2011
31 [a] Esses valores foram desenvolvidos para uma população de referência composta por número igual de
indivíduos de ambos os sexos e abrange uma ampla faixa etária. Na definição de dose efetiva, esses fatores se
aplicam a IOE e a indivíduos do público de qualquer sexo ou idade; [b] Dose calculada como média ponderada
por massa, para intestino grosso superior e inferior: HCólon = 0,57 HIGS + 0,43 HIGI; [c] Região torácica da área
respiratória; [d] Para fins de cálculo, o grupo de tecidos restantes é composto das glândulas supra-renais,
cérebro, região extratorácica da área respiratória, intestino delgado, rim, músculo, pâncreas, baço, timo e útero.
Nos casos em que um dos tecidos remanescentes mais expostos receba uma dose equivalente mais alta dentre
todos os órgãos, deve-se aplicar um fator de peso de 0,025 a esse tecido ou órgão e um fator de 0,025 ponderado
por massa aos demais restantes.
A monitoração individual é feita no corpo inteiro e o fator de ponderação é a soma dos
fatores de todos os órgãos, chegando ao valor de 1. Sendo assim, numericamente o valor da
dose equivalente é o mesmo da dose efetiva. A dose efetiva é definida pela expressão 1.
E = ∑ WT.HT (1)
Onde: E representa a dose efetiva
WT representa o fator de ponderação dos tecidos e
HT representa a dose equivalente no tecido ou órgão
2.5.2 Dose coletiva (S)
É calculada considerando o número de pessoas de um grupo Nk, ou seja, o número de
pessoas efetivamente envolvidas na execução do serviço, além das pessoas do grupo crítico*
A dose efetiva coletiva é o produto da dose efetiva média, num grupo de pessoas irradiadas,
pelo número de indivíduos do grupo exposto. É encontrada pela equação 2 e é expressa em
pessoa.sievert (pessoa. Sv).
*Grupo de indivíduos do público, razoavelmente homogêneo em relação a uma determinada fonte ou
via de exposição, que seja típico dos indivíduos recebendo as maiores doses efetivas ou equivalentes
devidas aquelas exposições (CNEN,2011).
32 Sk = Nk.. E (2)
Onde: Sk representa a dose coletiva do grupo k.
E representa a dose efetiva média anual.
Nk. representa o número de indivíduos expostos do grupo k.
2.6 Detrimento biológico (G)
É o dano total esperado, devido a efeito estocástico, em um grupo de indivíuduos e
seus descendentes, como resultado da exposição deste grupo à radiação ionizante. É
determinado pela combinação das probabilidades condicionais de indução de câncer letal,
câncer não letal, danos hereditários e redução da expectativa de vida (CNEN, 2011).
2.7 Técnicas de otimização
A aplicação das técnicas de otimização permite abranger diferentes graus de tomada de
decisão assim como diferentes contextos (ICRP, 1989)
As técnicas encontradas na ICRP 55 e 101 (ICRP, 2005) fornecem dados capazes de
mostrar as opções ótimas de proteção a serem escolhidas pelo tomador de decisão. Algumas
técnicas de ajuda para a tomada de decisão são: análise custo-benefício, análise custo-
benefício expandida e análise de prioridade com atributos múltiplos.
As publicações 55 e 101 da ICRP não recomendam nenhuma técnica específica para
determinada atividada. Elas ilustram os aspectos importantes, como a análise inicial de onde
será gerado um conjunto de opções, a identificação e a quantificação dos fatores relevantes. A
escolha de uma dessas técnicas dependerá do problema e do número de fatores especificados,
assim como do julgamento do tomador de decisão.
Desde sua publicação 55, a ICRP fez as recomendações básicas para que a
radioproteção seja otimizada, mas não ficou claro quem seria o responsável pela
implementação dessas recomendações. Pode ser mais apropriado que as autoridades
33 competentes efetuem ou deleguem as atividades, criando uma padronização dos
procedimentos de trabalho (ICRP, 2007).
Não há recomendações sobre técnicas de otimização a serem aplicadas na operação,
nesse caso, é ainda mais necessário o comprometimento dos trabalhadores. A ICRP acredita
que a melhor maneira de realçar a otimização nesse momento é a própria educação e o
treinamento de toda a equipe operacional. O grau de qualidade do processo de otimização,
dependerá do comprometimento dos trabalhadores de todos os níveis (ICRP, 2007).
2.7.1 Análise custo-benefício
Representa a mais velha técnica quantitativa de otimização e visa justificar a
utilização da fonte de radiação observando seus efeitos, tanto negativos, quanto positivos. A
análise avalia apenas dois parâmetros, o custo anual de proteção, X e o custo do detrimento,
Y. O custo total, C da opção se dá pela soma desses dois fatores como visto na equação 3.
C = (X + Y) min (3)
Onde:C representa o custo total;
X representa o custo de proteção;
Y representa o custo do detrimento.
O custo de proteção é a soma de todos os custos da instalação, relacionados com o
nível de proteção aplicado ao projeto, enquanto o detrimento é o produto da dose coletiva,
com o fator α, que é um valor atribuído à dose coletiva unitária.
Nessa técnica, os fatores escolhidos são expressos em termos monetários, por isso faz-
se necessário a introdução do termo α, que converte a dose coletiva em custo do detrimento,
através da expressão Y = α. S. A solução será a opção com o menor custo total. Os custos
comuns a todas as opções serão irrelevantes na escolha da solução. (ICRP, 1982).
Substituindo a expressão Y = α. S na equação 3, encontra-se a equação 4, conhecida
como equação custo-benefício para uso em otimização. (ICRP, 1982).
34
C = (X + α. S)min (4)
Onde:α, representa o valor atribuído à dose coletiva unitária e
S representa a dose coletiva.
2.7.2 Análise custo-benefício expandida
Essa técnica é limitada a comparações entre os custos de proteção e a dose coletiva.
Surgiu com a finalidade de ampliar o quadro inicial da análise custo-benefício. Permite
acrescentar um ou dois parâmetros e, normalmente, utiliza o custo anual de proteção, X, a
dose coletiva, S, e seu fracionamento. Essa análise enfatiza as doses mais baixas ao adicionar
valores mais altos para β a medida que as doses aumentam. O custo do detrimento é
encontrado a partir da equação 5 (ICRP, 1989).
Y = α. S + ∑j βj. Sj (5)
Onde:S representa o valor da Dose Coletiva;
Sj representa a Dose Coletiva originada por uma dose per capita, Hj, em j indivíduos,
do j-ésimo grupo;
βj é o valor adicional dado a Dose Coletiva unitária no j-ésimo grupo e
α é o valor atribuído a dose coletiva unitária.
Substituindo a equação 5 na equação 3, encontra-se a equação 6, responsável pelo custo
total utilizado na análise custo-benefício expandida.
C = (X +α. S + ∑j βj. Sj)min (6)
A técnica de análise custo-benefício expandida impõe um aumento do custo do
detrimento biológico, por fracionar a dose coletiva e acrescentar o fator de ponderação βj,
35 onde j representa cada intervalo de dose coletiva. É estabelecido o valor para alfa e a
subdivisão dos limites de doses é feita de acordo com os limites permissíveis baseados nas
normas da CNEN.
O termo α recebe valores monetários e esse valor foi escolhido de acordo com as
normas e recomendações vigentes, tanto nacionais, como internacionais. O fator α é
apresentado em dólar (US$). A seleção do valor monetário para α, é feita dentre os valores a
seguir:
Valor oficial adotado pela CNEN: dez mil dólares (US$ 10.000,00) (CNEN, 2011).
Valor adotado pela maioria dos países de primeiro mundo e também valor recomendado pela
ICRP: vinte mil dólares (US$ 20.000,00) (CEC, 1991, ICRP, 1989).
Valor adotado no Japão e maior adotado atualmente: vinte cinco mil dólares (US$ 25.000,00)
(CEC, 1991).
O termo β é um valor monetário adicional atribuído para intervalos de doses e é
selecionado à critério do tomador de decisão. No nosso caso foi utilizado valores do exemplo
ilustrado na publicação 55 da ICRP. O fator β assim como o fator α é apresentado em dólar
(US$). Os valores selecionados como no exemplo da publicação 55 da ICRP são (ICRP,
1989):
β1 = US$ 0, 00 0 mSv ≤ E < 1 mSv;
β2 = US$ 10.000, 00 1 mSv ≤ E < 5 mSv;
β3 = US$ 20.000,00 5 mSv ≤ E < 10 mSv;
β4 = US$ 40.000,0010 mSv ≤ E ≥ 20 mSv.
Assim, após o custo do detrimento,Y ser encontrado, utilizando a equação 5 é
feita a adição do custo de proteção, X, utilizando a equação 6; a fim de se encontrar o custo
36 total de proteção das opções. Nessa análise, os termos são expressos monetariamente e a
opção ótima será a mais barata.
Quando os fatores importantes do estudo são difíceis de quantificar, em termos
monetários, a aplicação da técnica de custo-benefício não é apropriada, mesmo que a análise
seja feita em sua forma expandida. Devido a isso, a aplicação de técnicas que possibilitem a
introdução desses termos, deve ser considerada.
2.7.3 Análise de prioridade com atributos múltiplos.
Essa análise permite a adição de quantos atributos forem necessários, independentes se
são funções lineares ou não, e se podem ser monetariamente expressos ou não. É uma técnica
bastante utilizada quando os atributos analisados são difíceis de serem quantificados em
termos monetários. A qualidade predominante desta técnica é a utilização de pontuação de
fatores pertinentes à proteção radiológica e os pontos atribuídos são chamados de prioridades.
Se a pontuação for à mesma em ambas as opções não haverá preferência, mas se a opção i
possuir maior pontuação que a opção m a opção i será preferencial. Isto é realizado por meio
de uma função de prioridade Uj. Em geral, ao melhor resultado para cada fator é atribuída
uma prioridade, Uj = 1 e para o pior resultado uma prioridade Uj= 0.
Os termos qualitativos recebem seu valor de acordo com os critérios pessoais, por isso
a tomada de decisão difere de pessoa para pessoa. Quando há apenas termos quantificáveis,
técnicas simples como a análise de custo-benefício simples pode encontrar a solução do
problema, porém quando termos qualitativos são acrescentados, técnicas mais apuradas, como
a análise de prioridade com atributos múltiplos, deve ser aplicada (ICRP, 1989).
2.7.4 Análise de sensibilidade
Após a aplicação da técnica de otimização, é aplicada uma análise de sensibilidade,
com o objetivo de investigar qual seria oresultado do processo de otimização, se os valores
dos critérios utilizados fossem alterados. O processo de otimização será o mesmo, mas os
valores utilizados serão diferentes.
37
A importância da aplicação da análise de sensibilidade é a verificação da estabilidade
dos resultados. Ela dá ênfase aos aspectos que mais influenciam os resultados, indicando os
itens mais importantes para a proteção radiológica.
A necessidade dessa análise surge das incertezas encontradas no processo. Essas
incertezas estão associadas ao desempenho das opções em circunstâncias diferentes
(especificações técnicas), à fatores que possam futuramente afetar o desempenho da
instalação (inovações tecnológicas e médicas) e ao tratamento estatístico das variáveis (ICRP,
1989).
38 3. MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no SMN do Hospital das Clínicas de Pernambuco (HC/UFPE)
e no laboratório de Proteção Radiológica do Departamento de Energia Nuclear (DEN/UFPE).
Foram analisadas as doses efetivas dos indivíduos ocupacionalmente expostos (IOE). Alguns
radionuclídeos e fármacos utilizados na instalação estão apresentados na Tabela 4, enquanto
os equipamentos de proteção individuais e coletivos disponíveis estão apresentados na tabela
5.
Tabela 4 – Alguns radionuclídeos e fármacos utilizados na instalação.
RADIONUCLÍDEO FÁRMACO
Tecnécio Ácido metilenobifosfônico (MDP)
Iodo Ácido dietilenotriaminopentacético (DTPA)
Tálio -
Tabela 5 - Equipamentos de proteção individuais e coletivos disponíveis.
EPI EPC
Avental de chumbo Suporte unitário de mesa para seringa
Protetor de tireóide Biombo móvel
Protetor de gônadas Capela/ Anteparo em L
Luvas de procedimento Caixa de rejeito
Óculos plumbíferos Porta blindada
Pinças Protetor de frascos
- Papel filme
- Papel toalha
Outros fatores analisados foram as instalações físicas do serviço, tais como os pisos;
locais adequados de geração, segregação, armazenamento e tratamento de rejeitos; leitos para
pacientes em tratamento; pias; fontes padrões de referência (57Co, 133Ba e 137Cs); dentre outros
39 aspectos abordados na norma CNEN-NN 3.05, em relação à manipulação, preparo e aplicação
dos radiofármacos (CNEN, 1996). O trabalho analisou os dados de 56 IOE e um grupo
estimado de 16 pessoas não monitoradas em torno da instalação, denominado como grupo
crítico. As doses foram coletadas do período entre 2002 e 2011 .
Além desses dados, foram utilizados os custos relacionados à proteção radiológica,
tais como os acessórios de proteção (EPI e EPC), cursos e treinamento de funcionários, valor
do serviço de monitoração individual e os custos não relacionados à proteção, tais como custo
fixo da instalação, salários, limpeza e manutenção do serviço. Os valores dos acessórios de
proteção foram encontrados através de pesquisa de mercado com consultas feitas em cinco
diferentes empresas do ramo. Os valores do custo de monitoração individual foram obtidos no
Laboratório de Proteção Radiológica do DEN/UFPE, enquanto os valores dos salários foram
pesquisados na convenção de trabalho e no Sindicato dos Trabalhadores da Universidade
Federais de Pernambuco (SINTUFEP), e acrescido o percentual de 3% associado ao custo de
manutenção da instalação.
3.1 Dose efetiva média anual (D.E.M.A)
As doses efetivas recebidas pelos indivíduos ocupacionalmente expostos (IOE) do
SMN do HC/UFPE, foram coletadas durante o período de 2002 a 2010, através dos registros
da instalação e do laboratório de Proteção Radiológica DEN/UFPE, onde foram avaliados o
funcionário, suas doses efetivas mensais, assim como as doses efetivas médias anuais
(D.E.M.A), no período total de 9 anos. A dose efetiva média anual foi encontrada por meio da
equação 1.
3.2 Dose coletiva, S
A dose coletiva foi obtida através da multiplicação do número de pessoas de um grupo
exposto à radiação pela dose efetiva média no mesmo grupo. Como visto na equação 2.
Esse grupo k envolve as pessoas irradiadas e monitoradas, assim como as pessoas
40 expostas à radiação, que não utilizam o dosímetro. Refere-se as pessoas são eventuais
pacientes que estejam no local e funcionários da instalação que não lidam com a radiação,
porém estão nas regiões vizinhas do serviço. A Tabela 7 mostra a quantidade de IOE
monitorados, a média das pessoas não monitoradas e obtidas por meio de observação nas
dependências da instalação. Também é visto na tabela o ano do estudo, assim como as doses
equivalentes médias e as doses coletivas.
Após as doses coletivas terem sido encontradas, elas foram inseridas na Tabela 7, onde
se encontram também os anos em que as doses foram recebidas e o fracionamento das doses
coletivas..
3.3 Custo de proteção (X)
O custo de proteção foi avaliado considerando o custo da instalação, o custo de
acessórios de proteção, o custo do detrimento e custo do serviço;
Os custos de equipamentos e materiais utilizados foram obtidos a partir de cotações
entre cinco empresas que fornecem acessórios de proteção (EPI e EPC) e serviços de proteção
radiológica, como blindagem e treinamento de profissionais. Essa cotação ocorreu por meio
de e-mails e por contato telefônico com as empresas. Os valores dos acessórios de proteção e
dos cursos e treinamentos, bem como o valor do custo da monitoração individual utilizados
no trabalho, foram as médias aritméticas dos preços dos produtos pesquisados. Os acessórios
e serviços são apresentados na Tabela 6.
41
Tabela 6 - Acessórios, serviços e treinamentos pesquisados.
ACESSÓRIOS SERVIÇOS E TREINAMENTOS
Avental de chumbo Treinamento em proteção radiológica
Protetor de tireóide Curso de proteção radiológica
Protetor de gônadas Serviço de monitoração individual
Suporte unitário de mesa para seringa Custo médio do radionuclídeo
Biombo móvel Manutenção do serviço
Capela/Anteparo em L -
Caixa de rejeito -
Porta blindada - Porta avental -
Protetor de frascos - Caixa de manipulação de Iodo e Tecnécio -
Quanto ao serviço de monitoração individual, o laboratório de proteção radiológica
(DEN/UFPE) forneceu o valor individual dos dosímetros e também o valor da taxa paga
mensalmente pela instituição monitorada. Após a multiplicação do valor do dosímetro pelo
número médio de funcionários no período em questão, há a soma pelo valor pago
mensalmente pelo serviço. O valor mensal foi encontrado e, em seguida, houve a
multiplicação pela quantidade de anos do período em estudo. Além dos valores de materiais e
serviços, também foram pesquisados os custos não relacionados à proteção radiológica, como
o salário dos funcionários, de acordo com a convenção coletiva do trabalho ou de acordo com
o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Pernambuco (SINTUFEPE),onde,
foi pesquisado o salário dos profissionais de: enfermagem, radiologia, medicina, assim como
do físico e funcionários de limpeza e administração. Os dados foram inseridos em uma
planilha.
Após a pesquisa, foi feito o somatório do salário dos trabalhadores de nível médio
multiplicado pela quantidade de meses do ano e dividido pela quantidade de funcionários. O
mesmo procedimento foi feito com os dados dos trabalhadores de nível superior, visto na
expressão 7 e 8. A partir disso, fez-se a soma dos dois resultados, o que representa o custo
pessoal anual.
42 Cpm = ∑saláriosnívelmédio. 12/ N (7)
Cps = ∑saláriosnívelsuperior. 12/ N (8)
Onde: Cpm representa o custo de pessoal de nível médio anual;
Cps representa o custo pessoal anual dos funcionários de nível superior;
N representa o número total de funcionários e
O número 12 refere-se aos meses do ano.
Netse estudo foi atribuído ao SMN uma vida útil de 20 anos para a infra-estrutura
da instalação, desta forma, os custos relacionados à proteção radiológica foram divididos por
20 anos para se alcançar o valor anual de proteção..
Após esse procedimento, obteve-se o valor total do custo de proteção seguindo a
expressão 9. Somou-se o valor do custo de acessórios de proteção, com o valor do custo
relacionado aos salários dos trabalhadores e com o custo de cursos e treinamentos. Ao final
foi acrescido 3% sobre o valor do custo de proteção anual como valor de manutenção anual da
instalação..
X = Cacessórios + Ctreiamentos + Csalários + 3% (9)
Onde: X representa o csuto total de proteção;
Cacessórios representa o custo dos acessóros de proteção;
Ctreiamentos representa o custo relacionados aos salário dos IOE e
3.4 Custo do detrimento
A técnica utilizada no processo de otimização, foi a análise custo-benefício
expandida. Nela foi empregada, além do custo de proteção, X, e o custo do detrimento, Y, a
distribuição de dose, usando a dose coletiva, S, que foi fracionada em quatro grupos de dose,
como, vê-se a seguir:
43
S1 0 mSv ≤ E < 1 mSv;
S2 1 mSv ≤ E< 5 mSv;
S3 5 mSv ≤ E< 10 mSv e
S410 mSv ≤ E ≥ 20 mSv.
Para cada intervalo de dose, há um fator β associado, assim como um valor
monetário, que foram selecionados baseados no exemplo da publicação 55 da ICRP, dados a
seguir: (ICRP, 1989)
S1 0 mSv ≤ E< 1 mSv β1 = US$ 0.00 = R$0,00
S21 mSv ≤ E< 5 mSv β2 = US$ 10,000.00 = R$20.300,00
S35 mSv ≤ E< 10 mSvβ3 = US$ 20,000.00 = R$40.600,00
S410 mSv ≤ E ≥ 20 m Sv.β4 = US$ 40,000.00 = R$81.200,00
Outro fator necessário para o cálculo do custo do detrimento é o fator α, valor atribuído
à dose coletiva, que também é associado a um valor monetário. Nesse estudo, foi adotado o
valor de US$ 10.000,00 (R$20.300,00), por ser o valor recomendado pela CNEN (CNEN,
2011). Após a definição de todos os fatores, foi feita a aplicação desses na equação 5,
utilizada para encontrar o valor do detrimento, Y.
3.5 Custo total da otimização
Para finalizar, foi feita a soma dos valores de Y com o valor de X, gerando o valor do
custo anual de proteção, apresentados na Tabela 23, contendo o ano, o custo de proteção, o
custo do detrimento e o custo total da análise.
44 3.6 Análise de sensibilidade
Na análise de sensibilidade foram implementadas as alterações dos custos de proteção
das seguintes maneiras:
1. Custo de todos os acessórios pesquisados + custo de cursos e treinamentos, se
fossem aplicados a cada ano;
2. Custo de todos os acessórios pesquisados + custo de cursos e treinamentos, se
fossem aplicados a cada dois anos;
3. Custo de todos os acessórios pesquisados + custo de cursos e treinamentos, se
fossem aplicados a cada três anos;
4. Custo de acessórios utilizados na instalação + custo de cursos e treinamentos, se
fossem aplicados a cada ano;
5. Custo de acessórios utilizados na instalação + custo de cursos e treinamentos, se
fossem aplicados a cada dois anos;
6. Custo de acessórios utilizados na instalação + custo de cursos e treinamentos, se
fossem aplicados a cada três anos.
Os acessórios não utilizados na instalação e que foram excluídos do orçamento são:
óculos plumbíferos, biombo móvel, protetor de gônadas e protetor de tireóide. Quanto à
aplicação dos cursos e treinamento, se ocorressem em todos os anos, ocorreriam nos anos
2002 a 2010. No caso de serem aplicados a cada dois anos, seriam compreendidos os anos
2002, 2004, 2006, 2008 e 2010. Na aplicação a cada três anos, acorreriam nos anos, 2002,
2005 e 2008.
Esse artifício permite a variação do custo de proteção, mostrando os principais pontos
que influenciam no custo final. Como na estimativa da vida útil de 20 anos o valor dos custos
45 dos cursos e treinamentos também é fracionado, de acordo com a sua frequência de aplicação,
ou seja, se a cada ano, há a divisão por um, se a cada dois anos, há a divisão do valor por dois
e se aplicados a cada três anos, há a divisão do valor por três.
Outra análise de sensibilidade foi implementada alterando-se o valor do custo do
detrimento, onde os valores de foram invertidos, a fim de verificar o comportamento do
resultado. Os valores atribuídos inicialmente para o fator foram: 1 = US$0,00; 2 =
US$10.000,00; 3 = US$20.000,00 e 4 = US$40.000,00, atribuindo a este último maior
importância às doses de menores valores. Na análise de sensibilidade os valores atribuídos
para o fator foram alterados para: 1 = US$40.000,00; 2 = US$20.000,00; 3 =
US$10.000,00 e 4 = US$0,00, realçando agora, maior importância às doses mais altas.
46 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 7 estão apresentadas as doses coletivas dos IOE, o número de IOE e das
pessoas que fazem parte do grupo crítico, as doses efetivas médias dos IOE, assim como o
número de trabalhadores em cada ano e a quantidade de pessoas do grupo crítico nos anos de
2002 a 2010. A Tabela 8 mostra o fracionamento da dose coletiva de acordo com os intervalos
de doses efetivas pré - estabelecidas.
No apêndice 1 deste trabalho são vistas as doses individuais mensais dos IOE nos anos de
2002 a 2010. No apêndice 2 podem ser vistas as doses equivalente médias anuais, assim como
as doses coletivas de cada ano do estudo.
Tabela 7 - Doses coletivas e Doses efetivas anuais dos IOE nos anos de 2002 a 2010.
Ano IOE Grupo de risco S (pessoa.Sv) E (mSv) 2002 26 16 12,6 0,3 2003 25 16 53,71 1,32 2004 32 16 44,16 0,92 2005 39 16 85,25 1,55 2006 38 16 59,94 1,11 2007 27 16 32,68 0,76 2008 29 16 35,1 0,78 2009 47 16 8,82 0,14 2010 56 16 18,72 0,26
Tabela 8–Doses coletivas anuais, expressas em pessoa.Sv, separadas por intervalos de dose.
ANO S1 (0 ≤ E < 1) S2 (1 ≤ E < 5) S3 (5 ≤ E < 10) S4 (10 ≤ E ≥ 20)
2002 2,73 39,9 0,0 0,0 2003 7,02 42,28 106,92 0,0 2004 10,14 49,68 140,25 0,0 2005 1,92 40,60 0,0 324,33 2006 6,44 55,44 156,94 0,0 2007 4,29 78,85 95,54 0,0 2008 0,82 58,68 142,2 0,0 2009 1,83 45,54 0,0 0,0 2010 2,72 62,0 0,0 0,0
47
A Tabela 9 apresenta os acessórios, serviços e treinamentos que foram pesquisados a fim
de se encontrar o custo de proteção, X. Observa-se o valor individual dos acessórios de
proteção assim como as médias feitas a partir dos diversos valores encontrados por meio das
pesquisas desenvolvidas, bem como o valor final dividido por 20 pela estimativa de vida útil
da instalação. Além desses valores, está presente na referida tabela, o custo de monitoração
individual.
A Tabela 10 expõe o valor do custo de cursos e treinamentos, com uma média de 20
funcionários, por ser a média de funcionários que um treinamento comporta. A Tabela 10
mostra o valor da aplicação dos cursos e treinamentos a cada ano. Enquanto a Tabela 11
mostra os custos relacionados aos salários dos funcionários da instalação. A Tabela 12
apresenta os valores finais das Tabelas 9, 10 e 11, e apresenta o valor do custo de proteção
anual, obtido a partir da soma dos valores do custo dos acessórios de proteção, dos cursos e
treinamentos e dos custos com os salários, bem como o acréscimo de 3% como valor do custo
de manutenção da instalação. Todos os valores estão apresentados em real (R$).
48
Tabela 9- Custos de proteção (acessórios de proteção).
Item Valor1 Valor2 Valor3 Valor4 Valor5 Valor Total
Castelo/Capela U 8.779,35 9.310,08 - - - 9.044,72 Castelo/Capela completo 9.728,00 - - - - 9.728,00 Argamassa baritada (kg) 0,79 0,65 - - - 0,72 Biombo móvel 1mmPb 2.035,00 2.144,60 - - - 2.089,80 Biombo móvel 2mmPb 2.304,00 3.066,00 2.477,90 - - 2.615,97 Biombo móvel 3mmPb 2.567,40 3.285,00 - - - 2.926,20 Biombo móvel 4mmPb 3.924,00 - - - - 3.924,00 Biombo móvel 15mmPb 7.200,00 3.300,00 - - - 5.250,00 Caixa de Rejeito 3mmPb 3.844,50 - - - - 3.844,50 Caixa de Rejeito 4mmPb 4.293,30 - - - - 4.293,30 Caixa de Rejeito 5mmPb 4.200,00 6.500,00 3.053,00 - - 4.584,33 Porta blindada 1mmPb 2.307,00 2.443,00 - - - 2.375,00 Porta blindada 2mmPb 2.868,00 3.008,00 - - - 2.938,00 Avental de Chumbo 0,25mmPb 276,00 - - - - 276,00 Avental de Chumbo 0,5mmPb 542,81 402,50 - - - 472,66 Protetor de tireóide 0,5mmPb 139,04 271,00 - - - 205,02 Protetor de gônodas 0,5mmPb 109,25 149,50 123,41 154,64 83,95 124,15 Protetor de gônodas 1mmPb 271,83 448,59 - - - 360,21 Porta avental [2] 159,00 - - - - 159,00 Porta avental [3] 271,00 - - - - 271,00 Óculos pumblífero 0,75mmPb 511,50 495,00 - - - 503,25 Anteparo em L(biombo portátil) 4mmPb 3.166,81 4.282,09 5.245,92 - - 4.231,61 Anteparo em L(biombo portátil) 6mmPb 3.724,45 5.397,48 6.843,12 - - 5.321,68 Anteparo em L(biombo portátil) 8mmPb 4.282,09 6.512,79 8.440,32 - - 6.411,73 Anteparo em L(biombo portátil) 10mmPb 3.567,00 - - - - 3.567,00 Protetor de frascos 2.435,70 3.175,50 2.477,90 - - 2.696,37 Caixa de manipulação Iodo e Tecnécio 50mmPb 40x40 cm 14.000,00 - - - - 14.000,00 Caixa de manipulação Iodo e Tecnécio 25mmPb 40x40 cm 7.500,00 - - - - 7.500,00 Suporte unitário de mesa 2mmPb 900,00 - - - - 900,00 Suporte unitário de mesa 1.900,00 - - - - 1.900,00 Serviço de monitoração individual* 3.780,00 - - - - 3.780,00 Preço do gerador de Tecnécio** 110.400,00 - - - - 110.400,00 Custo, X - - - - - 216.694,21 Custo anual X, - - - - - 10.834,71
*Na monitoração individual o valor pago é de R$13,00 por dosímetro mais uma taxa de R$55,00 paga mensalmente (média de 20 dosímetros/mês)
** Valor unitário do gerador de Tecnécio, a isntituição utiliza um a cada semana totalizando 48 no ano.
49
Tabela 10- Valor dos cursos e treinamentos. Item Valor Total
Treinamento em Proteção Radiológica - 20h [Valor por pessoa] * 3.640,00 72.800,00
Curso de Proteção Radiológica - 16h [Valor por pessoa] * 590,00 11.800,00
Custo total de cursos e treinamentos - 84.600,00
*Média de 20 funcionários – Número médio de pessoas que um curso/ treinamento reúne.
Tabela 11 – Valores dos custos relacionados aos salários dos trabalhadores.
FUNÇÃO QUANTIDADE SALÁRIO TOTAL Técnico em radiologia 5 1.512,00 7.560,00
Técnico em enfermagem 2 680,00 1.360,00 Físico 1 2.989,24 2.989,24
Médico nuclear 3 2.989,24 8.967,72 Limpeza 1 540,00 540,00
Administração 4 645,00 2.580,00
Item Valor
Custo dos funcionários de nível médio 12.040,00
Custo dos funcionários de nível superior 35.870,88
Custo total dos funcionários 47.910,88
Tabela 12 - Valor do custo de proteção anual, X. Item Valor
Acessórios 10.834,71 Cursos e treinamentos 84.600,00 Funcionários 47.910,88 Valor Total 143.345,59 Valor total + Acréscimo de 3% 147.645,95
Na Tabela 13 é visto o custo do detrimento, encontrado em funçãodas doses dos
trabalhadores que foram transformadas em dose efetiva média (em Sv) para em seguida ser
obtida a dose coletiva (em Sv-homem) de cada ano do estudo, assim como o seu
fracionamento. Nesta Tabela são vistos os valores utilizados para obtenção do custo do
50 detrimento, que são a dose coletiva e seu fracionamento, os valores atribuídos para α e para
para cada intervalo de dose e por fim o valor final do detrimento, Y, apresentado em real (R$).
Tabela 13 - Custo do detrimento.
Ano S β1 S1 β2 S2 β3 S3 β4 S4 Y
2002 20.300,00 12,60 0,00 2,73 20.300,00 39,90 40.600,00 0,00 81.200,00 0,00 1.065.750,00 2003 20.300,00 53,71 0,00 7,02 20.300,00 42,28 40.600,00 106,92 81.200,00 0,00 6.289.549,00 2004 20.300,00 44,16 0,00 10,14 20.300,00 49,68 40.600,00 140,25 81.200,00 0,00 7.599.102,00 2005 20.300,00 85,25 0,00 1,92 20.300,00 40,60 40.600,00 0,00 81.200,00 324,33 28.890.351,00 2006 20.300,00 59,94 0,00 6,44 20.300,00 55,44 40.600,00 156,94 81.200,00 0,00 8.713.978,00 2007 20.300,00 32,68 0,00 4,29 20.300,00 78,85 40.600,00 95,54 81.200,00 0,00 6.142.983,00 2008 20.300,00 35,10 0,00 0,82 20.300,00 58,68 40.600,00 142,20 81.200,00 0,00 7.677.054,00 2009 20.300,00 8,82 0,00 1,83 20.300,00 45,54 40.600,00 0,00 81.200,00 0,00 1.103.508,00 2010 20.300,00 18,72 0,00 2,72 20.300,00 62,00 40.600,00 0,00 81.200,00 0,00 1.638.616,00
representa o valor atribuído a dose coletivaunitária , expresso em Real (R$)
S representa a dose coletiva, expressa em Sv-homem
representa o valor adicional unitário atribuído a cada fração da dose coletiva, expresso em Real (R$).
S1, S2, S3 e S4, correspondem ao fracionamento da dose coletiva, que assim como 1, 2, 3 e
4correspondem respectivamente aos intervalos de doses: 0 ≤ E < 1 mSv, 1 ≤ E< 5 mSv, 5 ≤ E < 10 m
Sv e E ≥ 20 mSv.
Pode se observar que os valores finais do detrimento sofrem alterações no decorrer dos
anos, observa-se ainda que no ano de 2002 o custo de detrimento foi o menor de todo o
período, assim como o de 2005 foi o maior. Verifica-se que do ano 2002 para o ano 2003 há
um crescimento considerável no valor de Y, esse valor, aumenta mais um pouco em 2004,
atingindo seu maior valor no ano seguinte (2005). A partir do ano de 2006 o valor do
detrimento tem uma redução brusca e continua decrescendo em 2007, mas voltando a ter
aumento em 2008. No ano de 2009 o valor de Y diminui novamente tendo um aumento do
último ano do estudo.
Essas variações de valores se devem ao fato das doses coletivas serem diferentes a
cada ano (devido às diferentes doses efetivas) e também pela sua separação por intervalos de
dose (fracionamento). Levando a crer que nos anos em que os valores do custo do detrimento
51 foram reduzidas os padrões de segurança foram seguidos de forma mais rigorosa.
Observa-se ainda que, em alguns anos, apesar da dose coletiva ser maior que em
outros, como em 2003 e 2004, o custo do detrimento é menor, o que mostra a influência da
dose coletiva fracionada, verificando que quando as doses coletivas fracionadas estão nos
intervalos das doses equivalente maiores, o custo do detrimento cresce.
A redução dos valores pode ser atribuído à modificação da norma da CNEN referente
as diretrizes básicas de proteção radiológica, a norma CNEN-NN-3.01 (CNEN, 2011), que
tem como propósito aprimorar os sistemas de radioproteção e, por consequência, reduzir as
doses recebidas pelos trabalhadores, no entanto, não há como afirmar que o motivo real das
reduções em função do cumprimento das da norma e da maior fiscalização.
A Figura 4 mostra o comportamento do custo de detrimento em relação à dose
coletiva. A figura mostra que a medida que a dose coletiva cresce o custo do detrimento
também cresce. O eixo vertical representa o valor em real (R$) do custo do detrimento e o
eixo horizontal a dose coletiva em Sv-homem.
Figura 4 - Custo do detrimento em relação à dose coletiva.
As Tabelas 14 a 22 mostra os fracionamentos da dose coletiva e o valor do custo do
S (pessoa.Sv)
Y (R$)
52 detrimento, os intervalos de doses efetivas e valores pré-estabelecidos para os fatores β. A
dose coletiva total é a multiplicação da dose efetiva média pelo número de pessoas expostas a
radiação. Essa dose coletiva ainda é multiplicada pelo fator α, o que também é apresentado
nas tabelas. Por fim as Tabelas 14 a 22 mostram o cálculo do custo do detrimento utilizando a
multiplicação do fator β pela dose coletiva referente a cada intervalo de dose pré-determinado.
As tabelas representam as informações obtidas dos anos de 2002, 2003, 2004, 2005, 2006,
2007, 2008, 2009 e 2010 respectivamente.
Tabela 14 - Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada intervalo de dose
no ano de 2002
ANO: 2002 NÚMERO DE TRABALHADORES: 26 α.S = 255.780,00
INTERVALO DE DOSE
DOSE COLETIVA FATOR β CUSTO DO DETRIMENTO
0 ≤ E< 1 S1 = 2,73 β1 = 0,00 Y1 = 0,00
1 ≤ E< 5 S2 =39,90 β2 = 20.300,00 Y2 = 809.970,00
5 ≤ E< 10 S3 = 0,0 β3 = 40.600,00 Y3 = 0,00
10 ≤ E ≥ 20 S4 = 0,0 β4 = 81.200,00 Y4 = 0,00
- - - Ytotal = αS + Y1 + Y2 + Y3 + Y4 = 1.065.750,00
53 Tabela 15 - Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada intervalo de dose
no ano de 2003.
Tabela 16 - Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada intervalo de dose no ano de 2004.
ANO: 2003 NÚMERO DE TRABALHADORES: 25
αS = 1.090.313
INTERVALO DE DOSE
DOSE COLETIVA FATOR β CUSTO DO DETRIMENTO
0 ≤ E< 1 S1 =7,02 β1 = 0,00 Y1 = 0,00
1 ≤ E< 5 S2 =42,28 β2 = 20.300,00 Y2 = 858.284,00
5 ≤ E< 10 S3 = 106,92 β3 = 40.600,00 Y3 = 4.340.952,00
10 ≤ E ≥ 20 S4 = 0,0 β4 = 81.200,00 Y4 = 0,00
Ytotal = αS + Y1 + Y2 + Y3 + Y4 =
6.289.549,00
ANO: 2004
NÚMERO DE TRABALHADORES: 32 αS = 896.448,00
INTERVALO DE DOSE
DOSE COLETIVA FATOR β CUSTO DO DETRIMENTO
0 ≤ E< 1 S1 = 10,14 β1 = 0,00 Y1 = 0,00
1 ≤ E< 5 S2 = 49,68 β2 = 20.300,00 Y2 = 1.008.504,00
5 ≤ E< 10 S3 = 140,25 β3 = 40.600,00 Y3 = 5.694.150,00
10 ≤ E ≥ 20 S4 = 0,0 β4 = 81.200,00 Y4 = 0,00
Ytotal = αS + Y1 + Y2 + Y3 + Y4 = 7.599.102,00
54
Tabela 17 - Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada intervalo de dose
no ano de 2005.
Tabela 18 - Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada intervalo de dose
no ano de 2006.
ANO: 2006
NÚMERO DE TRABALHADORES: 38 αS = 1.216.782,00
INTERVALO DE DOSE
DOSE COLETIVA FATOR β CUSTO DO DETRIMENTO
0 ≤ E< 1 S1 =6,44
β1 = 0,00 Y1 = 0,00
1 ≤ E< 5 S2 =55,44
β2 = 20.300,00 Y2 = 1.125.432,00
5 ≤ E< 10 S3 = 156,94
β3 = 40.600,00 Y3 =6.371.764,00
10 ≤ E ≥ 20 S4 = 0,0
β4 = 81.200,00 Y4 = 0,00
Ytotal = αS + Y1 + Y2 + Y3 + Y4 = 8.713.978,00
ANO: 2005
NÚMERO DE TRABALHADORES: 26 αS = 1.730.575,00
INTERVALO DE DOSE
DOSE COLETIVA FATOR β CUSTO DO DETRIMENTO
0 ≤ E< 1 S1 = 1,92 β1 = 0,00 Y1 = 0,00
1 ≤ E< 5 S2 = 40,60 β2 = 20.300,00 Y2 = 824.180,00
5 ≤ E< 10 S3 = 0,0 β3 = 40.600,00 Y3 = 0,00
10 ≤ E ≥ 20 S4 =324,33 β4 = 81.200,00 Y4 = 26.335.596,00
Ytotal = αS + Y1 + Y2 + Y3 + Y4 = 28.890.351,00
55 Tabela 19 - Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada intervalo de dose
no ano de 2007.
ANO: 2007
NÚMERO DE TRABALHADORES: 27 αS = 663.404,00
INTERVALO DE DOSE
DOSE COLETIVA FATOR β
CUSTO DO DETRIMENTO Yj = βj.Sj
0 ≤ E< 1 S1 =4,29
β1 = 0,00 Y1 = 0,00
1 ≤ E< 5 S2 = 78,85
β2 = 20.300,00 Y2 = 1.600.655,00
5 ≤ E< 10 S3 = 95,54
β3 = 40.600,00 Y3 = 3.878.924,00
10 ≤ E ≥ 20 S4 = 0,0
β4 = 81.200,00 Y4 = 0,00
Ytotal = αS + Y1 + Y2 + Y3 + Y4 = 6.142.98,00
Tabela 20 - Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada intervalo de dose
no ano de 2008.
ANO: 2008 NÚMERO DE TRABALHADORES: 29 αS = 712.530
INTERVALO DE DOSE
DOSE COLETIVA FATOR β CUSTO DO DETRIMENTO
0 ≤ E< 1 S1 = 0,82 β1 = 0,00 Y1 = 0,00
1 ≤ E< 5 S2 =58,68 β2 = 20.300,00 Y2 = 1.191.204,00
5 ≤ E< 10 S3 = 142,20 β3 = 40.600,00 Y3 = 5.773.320,00
10 ≤ E ≥ 20 S4 = 0,0 β4 = 81.200,00 Y4 = 0,00
Ytotal = αS + Y1 + Y2 + Y3 + Y4 = 7.677.054,00
56
Tabela 21 – Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada intervalo de dose no ano de 2009.
ANO: 2009 NÚMERO DE
TRABALHADORES: 47 S = 179.046,00 INTERVALO
DE DOSE DOSE
COLETIVA FATOR β CUSTO DO DETRIMENTO Yj
= βj.Sj
0 ≤ E< 1 S1 = 1,83
β1 = 0,00 Y1 = 0,00
1 ≤ E< 5 S2 =45,54
β2 = 20.300,00 Y2 = 924.462,00
5 ≤ E< 10 S3 = 0,0
β3 = 40.600,00 Y3 = 0,00
10 ≤ E ≥ 20 S4 = 0,0
β4 = 81.200,00 Y4 = 0,00
Ytotal = αS + Y1 + Y2 + Y3 + Y4 = 1.103.508,00
Tabela 22– Fracionamento da dose coletiva e valor do custo do detrimento para cada intervalo de dose no ano de 2010.
ANO: 2010 NÚMERO DE
TRABALHADORES: 56 S = 380.016,00 INTERVALO
DE DOSE DOSE
COLETIVA FATOR β CUSTO DO DETRIMENTO Yj
= βj.Sj
0 ≤ E< 1 S1 = 2,72
β1 = 0,00 Y1 = 0,00
1 ≤ E< 5 S2=62,0
β2 = 20.300,00 Y2 = 1.258.600,00
5 ≤ E< 10 S3 = 0,0
β3 = 40.600,00 Y3 = 0,00
10 ≤ E ≥ 20 S4 = 0,0
β4 = 81.200,00 Y4 = 0,00
Ytotal = αS + Y1 + Y2 + Y3 + Y4 =
1.638.616,00
Analisando todas essas tabelas, vê-se que o custo do detrimento quando as doses são
menores, também é menor, já que o valor de β está associado ao intervalo de doses e quando
há um aumento das doses efetivas, a dose coletiva aumenta e consequentemente o valor de Y
também é aumentado.
57
Verifica-se, portanto, que o esforço feito para reduzir as doses recebidas pelos
trabalhadores é de extrema necessidade, aprimorando a proteção dos IOE assim como
reduzindo o custo do detrimento, que influencia diretamente no custo total da proteção da
instalação.
Na Tabela 23, é visto o custo total de cada ano, mostrando a soma dos custos de
proteção X com o custo do detrimento Y. Observa-se que o custo de proteção é fixo, já que em
todos os anos foram utilizados os acessórios de proteção bem como foram aplicados os cursos
e treinamentos, levando ao valor total da pesquisa, sem variações. Entretanto, observa-se a
alteração dos valores do detrimento em função da mudança das doses coletivas de cada ano do
estudo, como foi discutido anteriormente. Baseado nessas observações, é visto que o valor do
custo total varia devido à variação do custo do detrimento.A Tabela 23 ainda mostra que a
variação dos valores é grande, tendo em 2002 o menor valor do custo total de proteção e em
2005 o valor máximo.
Tabela 23 – Custo total de proteção (Soma do Custo de proteção X, com o detrimento Y)
Ano X Y X+Y 2002 147.645,95 1.065.750,00 1.213.395,95 2003 147.645,95 6.289.549,00 6.437.194,95 2004 147.645,95 7.599.102,00 7.746.747,95 2005 147.645,95 28.890.351,00 29.037.996,95 2006 147.645,95 8.713.978,00 8.861.623,95 2007 147.645,95 6.142.983,00 6.290.628,95 2008 147.645,95 7.677.054,00 7.824.699,95 2009 147.645,95 1.103.508,00 1.251.153,95 2010 147.645,95 1.638.616,00 1.786.261,95
A Tabela 24 apresenta as opções de proteção para cada ano do estudo. Os valores
apresentados são os custos totais anuais de proteção (X+Y) Os custos do detrimento, assim
como o custo de proteção e os custos totais são apresentados em real (R$). São vistas na
tabela quatro opções de proteção, uma para cada intervalo de dose equivalente.
58
Tabela 24 – Opções de proteção
ANO S1
Opção 1 (Y1 +X) S2
Opção 2 (Y2 +X) S3
Opção 3 (Y3 +X) S4
Opção 4 (Y4 +X) 2002 147.645,95 957.269,95 147.645,95 147.645,95 2003 147.645,95 1.005.929,95 4.487.929,95 147.645,95 2004 147.645,95 1.156.149,95 5.841.795,95 147.645,95 2005 147.645,95 971.825,95 147.645,95 26.483.241,95 2006 147.645,95 1.273.077,95 6.519.409,95 147.645,95 2007 147.645,95 1.748.300,95 4.026.569,95 147.645,95 2008 147.645,95 1.338.849,95 5.920.965,95 147.645,95 2009 147.645,95 1.072.107,95 147.645,95 147.645,95 2010 147.645,95 1.406.245,95 147.645,95 147.645,95
A Tabela 25 mostra separadamente cada opção de um dos anos do estudo. O ano
escolhido foi o de 2005 por apresentar o maior custo do detrimento e por consequência, maior
custo total de proteção. A Tabela 25 ainda mostra que quando as doses estão inseridas no
maior intervalo de dose o custo aumenta. Os intervalos de doses são apresentados em Sv, os
valores apresentados para a dose coletiva são em Sv-homem, enquanto os valores do custo de
proteção X e a soma do custo de proteção com o custo do detrimento são apresentados em
real (R$).Ao final, cabe ao tomador de decisão escolher qual opção de custo de proteção e
qual intervalo de dose se pretende utilizar.
Tabela 25– Opções de proteção para o ano de 2005.
OPÇÃO INTERVALO DE DOSE
S (pessoa.Sv) Y (R$) X(R$) X+Y (R$)
1 0 ≤ E < 1 1,92 0,00 147.645,95 147.645,95 2 1 ≤ E < 5 40,60 824.180,00 147.645,95 971.825,95 3 5 ≤ E < 10 0,0 0,00 147.645,95 147.645,95 4 10 ≤ E ≥ 20 324,33 26.335.596,00 147.645,95 26.483.241,95
A Tabela 26 apresenta diferentes valores para o detrimento devido à alteração dos
valores atribuídos à β. Observa-se que o ano de 2006 apresenta o maior valor do período
estudado, assim como a ano de 2009 a presenta o menor valor. Vê-se ainda na Tabela 26 que o
ano de 2005 teve dose coletiva inserida no maior intervalo de dose equivalente, porém o custo
59 do derimento não é igualmente alto. Apontando que a alteração dos a alteração dos valores de
β na análise de sensibilidade não prioriza as doses mais baixas, mostrando que a análise
principal, que tem como prioridade a redução das doses, é segura.
Tabela 26 – Custo do detrimento após a análise de sensibilidade
Ano S β1 S1 β2 S2 β3 S3 β4 S4 Y
2002 20.300,00 12,60 81200,00 2,52 40.600,00 10,08 20.300,00 0,00 0,00 0,00 869.652,00 2003 20.300,00 53,71 81200,00 4,52 40.600,00 29,52 20.300,00 19,27 0,00 0,00 3.046.948,80 2004 20.300,00 44,16 81200,00 9,12 40.600,00 22,56 20.300,00 12,48 0,00 0,00 2.806.272,00 2005 20.300,00 85,25 81200,00 1,65 40.600,00 11,00 20.300,00 0,00 0,00 72,05 2.311.155,00 2006 20.300,00 59,94 81200,00 5,94 40.600,00 18,36 20.300,00 35,10 0,00 0,00 3.157.056,00 2007 20.300,00 32,68 81200,00 3,87 40.600,00 19,78 20.300,00 9,03 0,00 0,00 1.964.025,00 2008 20.300,00 35,10 81200,00 0,90 40.600,00 13,05 20.300,00 24,30 0,00 0,00 1.808.730,00 2009 20.300,00 8,82 81200,00 1,89 40.600,00 6,30 20.300,00 0,00 0,00 0,00 588.294,00 2010 20.300,00 18,72 81200,00 2,16 40.600,00 15,84 20.300,00 0,00 0,00 0,00 1.198.512,00
A Tabela 27 mostra o comportamento dos valores dos custos de proteção, depois de
feitas as alterações, X1 compreende o custo de todos os acessórios de proteção pesquisados e a
aplicação de cursos e treinamentos a cada ano. X2 abrange o custo de todos os acessórios de
proteção pesquisados e a aplicação de cursos e treinamentos a cada dois anos. X3 inclui o
custo de todo os acessórios de proteção pesquisados e a aplicação de cursos e treinamentos a
cada três anos. X4 envolve os acessórios de proteção utilizados pelos trabalhadores da
instalação e a aplicação de cursos e treinamentos a cada ano. X5 contém os custos dos
acessórios utilizados na instalação e a aplicação de cursos e treinamentos a cada dois anos. E
por fim X6 envolve o custo dos acessórios utilizados no serviço e a aplicação de cursos e
treinamentos a cada três anos.
60
Tabela 27 – Valores do custo de proteção após modificação.
CUSTO DE PROTEÇÃO 1 (X1) 147.645,95
CUSTO DE PROTEÇÃO 2 (X2) 104.076,95
CUSTO DE PROTEÇÃO 3 (X3) 89.553,95
CUSTO DE PROTEÇÃO 4 (X4) 146.743,96
CUSTO DE PROTEÇÃO 5 (X5) 103.174,96
CUSTO DE PROTEÇÃO 6 (X6) 88.651,96
Observa- se que tanto os três primeiros valores de X quanto os valores finais sofreram
uma alteração bastante perceptível, porém entre os valores X1-X4, X2-X5 e X3-X6 não há
grande variações nos valores. Percebe-se também, que X6 apresenta o menor valor da tabela,
enquanto X1 apresenta o maior valor. A diferença nos valores se deu devido à alteração dos
períodos de aplicação dos cursos e treinamentos, bem como a utilização ou não de
determinados acessórios de proteção. Ainda pode ser notado na Tabela 27 que o fator que
mais altera o valor do custo de proteção é a aplicação de cursos e treinamentos, tendo os
acessórios de proteção uma influência pequena no valor final.
61 5. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos e apresentados, pode-se concluir que:
- Quando o intervalo de dose efetiva é mínimo, isto é, entre 0 e 1 mSv o custo do detrimento é
menor, assim como o custo total da instalação quando comparado com os outros intervalos de
dose efetiva;
- O treinamento dos IOE é fator importante na redução do custo do detrimento, porém,
determinante no custo de proteção e da instalação com um todo;
- O tomador de decisão exerce papel fundamental no processo de redução da dose efetiva da
instalação, como pode ser observado na avaliação das opções de proteção;
- Á medida que as doses diminuem o custo do detrimento também diminui, o que reduz por
consequência, o custo total da instalação;
63
Tabela 1 – Doses individuais dos trabalhadores em 2002.
IOE Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL 1 - - M M M - M - M - M M 0 2 M - M M M - - - - - - - 0 3 M - M M M - - - - - - - 0 4 2,17 M M M M - - - - - - - 2,17 5 M M M M - M - - M M M 0 6 M M M M M - M M M 0,91 M 0,3 1,21 7 M - M M M - - - - - - - 0 8 0,31 M M M M - - - - - - - 0,31 9 M M M M - M M M - M M 0
10 M M - M M - - - - - - - 0 11 M M - M M - M M M - M M 0 12 M M M M M - - - - - - - 0 13 - M - - M - M M M M M M 0 14 - - - 0,28 M - - - - - - - 0,28 15 - - - M M - M M M M M M 0 16 - - - 0,24 M - M M M M M M 0,24 17 - - - M - - - - - - - 0 18 - - - - - - - - - - - M 0 19 - - - - M - M M M M M M 0 20 - - - - - - - M M M M M 0 21 - - - - - - - - - 2,04 0,3 0,6 2,94 22 - - - - - - - - - 0,4 M 0,35 0,75 23 - - - - - - - - - M M M 0 24 - - - - - - - - - M M M 0 25 - - - - - - - - - M M M 0 26 - - - - - - - - - - M - 0 27 - - - - - - - - - - - M 0 28 - - - - - - - - - - - - 0
M representa as doses abaixo do nível de registro (0,2mSv)
64
Tabela 2 – Doses individuais dos trabalhadores em 2003. IOE Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL
1 M M 1,04 - M 0,5 0,24 M M M M 1,04 2 M M M 1,01 - M M M M M M M 1,01 3 - M M 1,48 - M M M M M M M 1,48 4 M M 0,4 1,16 - 0,32 M 0,41 M M M - 2,29 5 M M M 1,38 - M M M M M M M 1,38 6 - M M 1,68 - M M M M 0,24 M M 1,92 7 - M M 0,98 - M M M M 0,22 M M 1,2 8 M M M 1,04 - M M M M M M M 1,04 9 - M M 0,98 - M M M M M M 1,04
10 M M M 3,01 - 2,2 0,57 0,88 M M M M 6,66 11 - M 0,37 1,36 - 0,5 M 0,27 M M M 0,41 2,54 12 - M M 1 - M 1 13 M M M 1,56 - 0,31 0,26 M M M M 2,13 14 M M M 0,98 - M M M M M M 0,98 15 M - 0,4 1,51 - 0,64 0,34 0,49 M 0,94 0,9 M 5,22 16 - - - 0,91 - - - - - - - - 0,91 17 - - - 1,07 - - - - - - - - 1,07 18 - - - - - - M M M M M M 0 19 - - - - - - - - M M M M 0 20 - - - - - - - - M M M M 0 21 - - - - - - - - M M M M 0 22 - - - - - - - - M M M M 0 23 - - - - - - - - - M M - 0 24 - - - - - - - - - M M - 0 25 - - - - - - - - - M M - 0
M representa as doses abaixo do nível de registro (0,2mSv)
65
Tabela 3 – Doses individuais dos trabalhadores em 2004. IOE Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL
1 M M M M M 0,3 M M 1,5 - M M 1,5 2 M M M M 1,38 0,45 M M M - M M 1,83 3 M M M M M 0,45 M - M - M M 0,45 4 M M 0,3 M M - - - - - - - 0 5 M M M M M - - - - - - - 0 6 M M M M M 0,44 M M M - M M 0,44 7 M M M M M 0,47 M M - - M M 0,47 8 M M M M M 0,44 M M M - M M 0,44 9 M M M M M 1,31 M 0,51 - - M M 1,82 10 M M M 0,34 0,65 - M M 0,83 - - 0,38 2,2 11 M M M M M - M - - - - - 0 12 M M M M M 0,45 M 0,31 M - - M 0,76 13 M M 1,91 1,29 1,08 1,45 M 0,31 2,21 - 0,69 M 8,25 14 M M M 0,36 M 0,47 M M M - M M 0,83 15 M M M M M 0,47 M M - - - - 0,47 16 M M M M M - - - - - - - 0 17 M M M M M - - - - - - - 0 18 M M M M M 0,44 M M M - M M 0,44 19 - - - - M 0,45 M M - - - - 0,45 20 - - - - M 0,5 M M M - M M 0,5 21 - - - - M 0,45 M M 2,3 - M M 2,75 22 - - - - M 0,45 M M - - - - 0,45 23 - - - - - - M M M - - M 0 24 - - - - - - M M 0,56 - - 0,51 1,07 25 - - - - - - M M 2,41 - 1,54 M 3,95 26 - - - - - - M M - - - - 0 27 - - - - - - M M - - - - 0 28 - - - - - - M M - - - - 0 29 - - - - - - - - 0,37 - M M 0,37 30 - - - - - - - - - - - M 0 31 - - - - - - - - - - - M 0 32 - - - - - - - - - - - M 0
M representa as doses abaixo do nível de registro (0,2mSv)
66
Tabela 4 – Doses individuais dos trabalhadores em 2005. IOE Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL
1 M - M M M - M M M M M M 0 2 M - M M M - M M M M M M 0 3 M - M M M - M - - - - - 0 4 M - M M M - M M M M M M 0 5 M - M M M - M M M M M M 0 6 M - M M M - M M M M M M 0 7 M - M M M - M M M M M M 0 8 M - M M M - M M M 0,38 M M 0,38 9 M - 1,29 0,45 0,93 - 0,86 1,94 2,29 12,01 0,6 0,99 21,36
10 M - M M M - M - - - - - 0 11 0,59 - 1,35 1,69 1,42 - 1,04 0,44 1,64 3,11 3,48 M 14,76 12 M - M M M - M M M M M M 0 13 M - M M M - M - - - - - 0 14 M - M M M - M - - - - - 0 15 M - M M M - 0,25 M M M M M 0,25 16 0,62 - 0,51 M M - M M M - - - 1,13 17 M - 0,24 M M - M 0,25 0,43 12,84 0,62 0,69 15,07 18 M - 0,44 M M - M M M M M 0,22 0,66 19 M - M M M - M - - - - - 0 20 M - M M M - M M M M M M 0 21 M - M M M - M M M M M M 0 22 M - M M M - M M M M M M 0 23 M - M M M - M - - - - - 0 24 M - M M M - M M M - - - 0 25 M - M M M - M M M M M M 0 26 M - M M M - M M M M M M 0 27 M - M M M - M M - - - - 0 28 M - M M M - M M M - - - 0 29 M - M M M - M M M - - - 0 30 M - 0,78 0,66 0,47 - M M M - - - 1,91 31 M - M M M - M M M - M M 0 32 M - M M M - M M M M - M 0 33 - - - - - - M M M M M M 0 34 - - - - - - 1,28 0,84 0,39 0,3 0,46 0,7 3,97 35 - - - - - - - M M M - M 0 36 - - - - - - - M M M M M 0 37 - - - - - - - M M M 0,3 0,82 1,12 38 - - - - - - - M M M M M 0 39 - - - - - - - M M - - - 0
M representa as doses abaixo do nível de registro (0,2mSv)
67
Tabela 5 – Doses individuais dos trabalhadores em 2006. IOE Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL
1 M 0,39 M M M 0,29 M M - M M M 0,68 2 M M M M 0,44 M M M M M - M 0,44 3 - - - - - - 0,3 0,28 M M M M 0,58 4 - - - - - - - - - - M M 0 5 - - - - - M M M M M M M 0 6 M 0,87 M M M M M M M M M M 0,87 7 M M M M M M M M M M M M 0 8 - - - - - - - M M M M M 0 9 M M M M M M M M M M M M 0 10 - - - - 0,24 0,24 0,37 0,48 0,24 M M M 1,57 11 - - - - - M 0,76 0,96 M 1,63 M M 3,35 12 M M M M M M M M M M M M 0 13 1,27 0,65 0,83 0,46 0,72 0,68 0,85 0,22 1,01 0,8 M M 7,49 14 M M M M M M M M M M M M 0 15 M M M M M M M M M M M M 0 16 - - - - - - - - - - M M 17 - - - - - M 0,95 1,08 0,62 M 0,54 M 3,19 18 - 0,56 0,64 - 0,84 0,32 0,61 0,44 0,3 ND M 0,74 3,71 19 1,76 4,48 0,77 M 0,56 M 0,75 0,66 0,28 0,45 M M 9,7 20 0,35 0,31 M M M - M M M M M M 0,66 21 - - - - - - - - - - M M 0 22 M M M M M M M M M M M M 0 23 - 0,67 0,37 0,73 0,44 M 1,59 M 2,09 1,69 - M 7,58 24 M M M M M M M 0,25 ND M M M 0,25 25 M M M M M M M M M M M M 0 26 - - - - - - - - 0,78 0,6 M 1,01 2,39 27 - - - - 0,52 M M - - - M - 0,52 28 M M M M - - - - - - M - 0 29 M M M M - - - - - - M - 0 30 M M M M - - - - - - M - 0 31 - - - - 0,26 M M - - - M - 0,26 32 M - - - - - - - - - M - 0 33 M - - - - - - - - - M - 0 34 M - - - - - - - - - M - 0 35 M - - - - - - - - - M - 0 36 M - - - - - - - - - M - 0 37 M - - - - - - - - - M - 0 38 M - - - - - - - - - M - 0
M representa as doses abaixo do nível de registro (0,2mSv)
68
Tabela 6 – Doses individuais dos trabalhadores em 2007. IOE Jan Feve Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL
1 M - M M M M M M ND M M M 0 2 M M M M M M M M M M M M 0 3 M M M M M M 0,22 M M M M M 0,22 4 M M M M M M M M - M 0,83 ft M 0 5 - - - - M M M - M M M M 0 6 M M M - - - - - - - - M 0 7 M M M M M M M M M M M M 0 8 M M M M M M M M M M M M 0 9 M M M - - - - - - - - M 0 10 M M M M M M M - M M M M 0 11 M M M 0,31 M M M M M 0,21 M M 0,52 12 0,97 0,6 1,91 0,26 M M M 0,63 0,52 0,53 M 0,8 5,62 13 M M M M M M M M M M M M 0 14 M 0,68 0,68 0,8 0,37 0,66 1,08 0,58 M M M M 4,85 15 M M M M M M M M M M M M 0 16 M M 0,24 M M M M M M M M M 0,24 17 M M M M M M - - - - - M 0 18 0,45 M 0,45 M M M M M M M M M 0,9 19 0,36 0,4 0,93 1,39 0,79 M 2,11 0,58 0,75 0,61 0,46 M 8,37 20 M M - M M M 0,43 0,21 - M M - 0,64 21 M M M - - - - - - - - 0 22 M M M M M M M M M M M M 0 23 - M M 1,74 0,99 M M M 0,86 M 0,66 M 4,25 24 - - - - M M M M M M M M 0 25 M M M - - - - - - - - - 0 26 M M M M M M M M M M M M 0 27 M M M - - - - - - - - - 0
M representa as doses abaixo do nível de registro (0,2mSv)
69
Tabela 7 – Doses individuais dos trabalhadores em 2008. IOE Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL
1 0,5 M M M M M M M - M - M 0,5 2 M 0,59 M - - M M M 0,34 M 0,77 0,35 2,05 3 - - - - - M M M M M M M 0 4 - - - - - M M M M M M M 0 5 M M M M M M M M M M M M 0 6 M M M - - - - - - - - - 0 7 - - - - M M M - M M M M 0 8 M M M - - - - - - - - - 0 9 M M M M M M M M M M M M 0 10 M M M M M M M M M M M M 0 11 M M M M M M M M M M M M 0 12 M M M M M M M M M M M M 0 13 M 1,67 0,41 0,96 M M M 0,29 M M 0,49 0,45 4,27 14 M M M M M M M M M M M M 0 15 M M M - - - - - - - - - 0 16 M - M - - - - - - - - - 0 17 M M M M M M M M M M M M 0 18 M M M M M M M M M M M M 0 19 M M M - - - - - - - - - 0 20 M M M M M M M M M M M M 0 21 M M M - - - - - - - - - 0 22 0,66 1,23 0,33 1,34 M 0,21 1,03 1,43 1,06 M 0,35 0,55 8,19 23 M M M - - - - - - - - - 0 24 M M M M M M M M M M M M 0 25 M M M - - - - - - - - - 0 26 M 0,54 1,07 1,13 0,58 0,47 M 0,84 0,28 1,38 1,01 0,31 7,61 27 - - - - M M M M M M M - 0 28 M M M - - - - - - -0,34 - - 0 29 M M M M M M M M M M M M 0
M representa as doses abaixo do nível de registro (0,2mSv)
70
Tabela 8 – Doses individuais dos trabalhadores em 2009. IOE Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL
1 M M M M M M NU NU M M M M 0 2 M M M 0,4 M M NU NU M 0,2 M M 0,62 3 M M M M M M NU NU M M M M 0 4 M M M M M M NU NU M M M M 0 5 M M M M M M NU NU M M M M 0 6 M M M M M M NU NU M M M M 0 7 M M M M M M NU NU M M M M 0 8 M M M M M M NU NU M M M M 0 9 M M M M M M NU NU M M M M 0
10 M M M M M M NU NU M M M M 0 11 M M M M M M NU NU M M M M 0 12 M M M M M M NU NU M 0,3 M M 0 13 M M M M M M NU NU M M M M 0 14 M M M M M M NU NU M M M M 0 15 M M M M M M NU NU M M M M 0 16 M M M M M M NU NU M M M M 0 17 M M M M M M NU NU M M M M 0 18 M M M M M M NU NU M M M M 0 19 M M M M M M NU NU M M M M 0 20 M M M M M M NU NU M M M M 0 21 M M M M M M NU NU M M M M 0 22 M M M M M M NU NU M M M M 0 23 M M M M M M NU NU M M M M 0 24 M M M M M M NU NU M M M M 0,5 25 M M M M M M NU NU M M M M 0 26 M M M M M M NU NU M M M M 0 27 M M M M M M NU NU M M M M 0 28 M M M M M M NU NU M M M M 0 29 M 0,8 0,8 M M M NU NU M M M M 0 30 M M M M M M NU NU M M M M 0 31 M M M M M M NU NU M M M M 0 32 M M M M M M NU NU M M M M 0
71
Cont. Tabela 7 – Doses individuais dos trabalhadores em 2009.
33 M M M M M M NU NU M M 0,3 M 2,11 34 M M M M M M NU NU M M M M 0 35 M M M M M M NU NU M M M M 0 36 M M M M M M NU NU M M M M 0 37 M M M M M M NU NU M M M M 0 38 M M M M M M NU NU M M M M 0 39 M M M M M M NU NU M M M M 0 40 M M M M M M NU NU M M M M 0 41 M M 0,3 0,68 0,4 M NU NU 0,8 M 0,7 M 2,95 42 M M M M M M NU NU M M M M 0 43 M M M M M M NU NU M M M M 0 44 M M M M M M NU NU M M M M 0 45 M M M M M M NU NU M M M M 0 46 M M M M M M NU NU M M M M 0 47 M M M M M M NU NU M M M M 0
M representa as doses abaixo do nível de registro (0,2mSv) NU representa que o dosímetro não foi utilizado
72
Tabela 8 – Doses individuais dos trabalhadores em 2010. IOE DeZ(09)/ Jan(10) Fev Mar AbR Mai/Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL
1 M M M M 0,32 M M M M * 0,32 2 M M M M M M C C M * 0 3 M M M M M M C C M * 0 4 M M M M 0,21 M M M M M * 0 5 M M M M M M M M M M * 0 6 M M M M M M M M M M * 0 7 M M M M M M M C C M * 0 8 M M M M M M M M M M * 0 9 M M M M M M M M M M * 0 10 0,22 0,26 0,7 M 1,37 M M M 0,38 M * 2,93 11 0,52 0,42 0,55 0,31 1,09 0,47 M 0,45 0,29 M * 4,1 12 M M M M M M M M M M * 0 13 M M M M M M M M M M * 0 14 M M M M M M M M M M * 0 15 M M M M 0,4 M M M 0,23 M * 0,63 16 M M M M M M M M M M * 0 17 M M M M M M M M M M * 0 18 M M M M M M M M M M * 0 19 M M M M M M M M M M * 0 20 M M M M M M M C C M * 0 21 M M M M M M M C C M * 0 22 M M M M M M M M M M * 0 23 M M M M M M M M M M * 0 24 M M M M M M M C C M * 0 25 M M M M M M M M M M * 0 26 M M M M M M M M M M * 0 27 M M M M M M M M M M * 0 28 M M M M M M M M M M * 0 29 M M M M M M M M M M * 0 30 M M M M M M M M M M * 0 31 M M M M M M M M M M * 0 32 M M M M M M M M M M * 0 33 M M M M M M M M M M * 0 34 M M M M M M M M M M * 0 35 M M M M M M M M M M * 0 36 M M M M M M M M M M * 0
73
Cont. Tabela 8 – Doses individuais dos trabalhadores em 2009
37 M M M M M M M M M M * 0 38 M M M M M M M M M M * 0 39 M M M M M M M M M M * 0 40 M M M M M M M M M M * 0 41 M M M M M M M M M M * 0 42 M M M M M M M M M M * 0 43 NU M M 0,24 0,22 M M M M M * 0,46 44 NU 0,22 M M 0,26 0,24 0,22 M M M * 1,21 45 NU M M M M M M M M M * 0 46 NU M M M M ND M M M M * 0 47 NU M M M M M M M M M * 0 48 NU M M M M M M M M M * 0 49 NU M M M M M M M M M * 0 50 NU M M M M M M M M M * 0 51 NU M M M M M M M M M * 0 52 NU M M M M M M M M M * 0 53 NU M M M M M M M M M * 0 54 NU M M M M M M M M M * 0 55 0,39 0,59 0,47 0,43 0,7 0,35 0,5 0,35 0,48 M * 4,26
M representa as doses abaixo do nível de registro (0,2mSv) NU representa dosímetro não utilizados ND representa dosímetro não devolvidos C representa dosímetros cancelados
75 Tabela 1 – Doses efetivas e doses coletivas do ano de 2002 para uma população do grupo de risco de
16 pessoas.
ANO: 2002 NÚMERO DE PESSOAS: 42 INTERVALO DE
DOSE IOE ∑E FRACIONAMENTO
0≤E<1 (S1) 23 0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0,31+0,28+0,24+0,75
= 1,58 E1 = 0,07 / S1 = 2,73
1≤ E< 5 (S2) 3 2,17 +1,21+2,94 = 6,32 E2 = 2,10 / S2 = 39,90
5≤ E < 10 (S3) 0 0 E3 = 0,0 / S3 = 0,0
10 ≤ E < 20 (S4) 0 0 E4 = 0,0 / S4 = 0,0
∑E /N (S) 12,6
Tabela 2– Doses efetivas e doses coletivas do ano de 2003 para uma população do grupo de risco de 16 pessoas.
ANO: 2003 NÚMERO DE PESSOAS: 41 INTERVALO DE
DOSE IOE ∑E FRACIONAMENTO
0≤E<1 (S1) 11 0+0+0+0+0+0+0+0+1+0,98+0,91 = 2,98 E1 = 0,26 / S1 = 7,02
1≤ E < 5 (S2) 12 1,04+1,01+1,48+2,29+1,38+1,92+1,2+1,04+1,04+2,54+1,06+2,13 =
18,14 E2 = 1,51 / S2 = 42,28
5≤ E < 10 (S3) 2 6,66+5,22 = 11,88 E3 = 5,94 / S3 = 106,92
10 ≤ E < 20 (S4) 0 0 E4 = 0,0 / S4 = 0,0
∑E /N (S) 53,71
76
Tabela 3– Doses efetivas e doses coletivas do ano de 2004 para uma população do grupo de risco de 16 pessoas.
ANO: 2004 NÚMERO DE PESSOAS: 48
INTERVALO DE DOSE IOE ∑E FRACIONAMENTO
0≤ E <1 (S1) 23 0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0,45+0,44+0,47+0,44+0,76+0,83+0,47+0,
44+0,45+0,5+0,45+0,37 = 6,04 E1 = 0,26 / S1 = 10,14
1≤ E < 5 (S2) 7 1,5+1,83+1,82+2,2+2,75+1,07+3,95 = 15,12 E2 = 2,16 / S2 = 49,68
5≤ E < 10 (S3) 1 8,25 E3 = 8,25 / S3 = 140,25
10 ≤ E< 20 (S4) 0 0 E4 = 0,0 / S4 = 0,0
∑E/ N (S) 44,16
Tabela 4– Doses efetivas e doses coletivas do ano de 2005 para uma população do grupo de risco de 16 pessoas.
ANO: 2005 NÚMERO DE PESSOAS: 55 INTERVALO
DE DOSE IOE ∑E FRACIONAMENTO
0≤E<1 (S1) 32 0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+
0+0+0,38+0,66+0,25 =1,29 E1 = 0,04 / S1 = 1,92
1≤ E < 5 (S2) 4 1,13+1,91+3,97+1,12 = 8,13 E2 = 2,03 / S2 = 40,60
5≤ E < 10 (S3) 0 0 E3 = 0,0 / S3 = 0,0
10 ≤ E < 20 (S4) 3 14,76+15,07+21,38 = 51,21 E4 = 17,07 / S4 =
324,33
∑E/N (S) 85,25
77
Tabela 5– Doses efetivas e doses coletivas do ano de 2006 para uma população do grupo de risco de 16 pessoas.
ANO: 2006 NÚMERO DE PESSOAS: 54 INTERVALO
DE DOSE IOE ∑E FRACIONAMENTO
0≤ E <1 (S1) 30 0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0,68+0,
44+0,58+0,87+,66+0,25+0,26+0,52 = 4,26 E1 = 0,14 / S1 = 6,44
1≤ E < 5 (S2) 5 1,57+3,35+3,19+3,71+1,38 = 13,2 E2 = 2,64 / S2 = 55,44
5≤ E < 10 (S3) 3 7,49+9,7+7,58 = 24,77 E3 = 8,25 / S3 = 156,94
10 ≤ E < 20 (S4) 0 0 E4 = 0,0 / S4 = 0,0
∑E /N (S) 59,94
Tabela 6– Doses efetivas e doses coletivas do ano de 2007 para uma população do grupo de risco de 16 pessoas.
ANO: 2007 NÚMERO DE PESSOAS: 43 INTERVALO
DE DOSE IOE ∑E FRACIONAMENTO
0≤ E <1 (S1) 23 0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0,22+0,52+0,24+0,9+0,
64 = 2,52 E1 = 0,11 / S1 = 4,29
1≤ E< 5 (S2) 3 4,85+3,37+4,25 = 12,47 E2 = 4,15 / S2 = 78,85
5≤ E < 10 (S3) 1 5,62 E3 = 5,62 / S3 = 95,54
10 ≤ E < 20 (S4) 0 0 E4 = 0,0 / S4 = 0,0
∑E /N (S) 32,68
78
Tabela 7– Doses efetivas e doses coletivas do ano de 2008 para uma população do grupo de risco de 16 pessoas.
ANO: 2008 NÚMERO DE PESSOAS: 45 INTERVALO
DE DOSE IOE ∑E FRACIONAMENTO
0≤ E <1 (S1) 25 0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0,5+ =
0,5 E1 = 0,02 / S1 = 0,82
1≤ E < 5 (S2) 2 2,05+4,27 = 6,32 E2 = 3,16 / S2 = 58,68
5≤ E < 10 (S3) 2 8,19+7,61 = 15,8 E3 = 7,9 / S3 = 142,2
10 ≤ E < 20 (S4) 0 0 E4 = 0,0 / S4 = 0,0
∑E /N (S) 35,1
Tabela 8– Doses efetivas e doses coletivas do ano de 2009 para uma população do grupo de risco de 16 pessoas.
ANO: 2009 NÚMERO DE PESSOAS: 63 INTERVALO
DE DOSE IOE ∑E FRACIONAMENTO
0≤ E<1 (S1) 45 0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0,62+0,28+0,5 = 1,4 E1 = 0,03 / S1 = 1,83
1≤ E < 5 (S2) 2 2,11+92,95 = 5,06 E2 = 2,53 / S2 = 45,54
5≤ E < 10 (S3) 0 0 E3 = 0,0 / S3 = 0,0
10 ≤ E < 20 (S4) 0 0 E4 = 0,0 / S4 = 0,0
∑E /N (S) 8,82
Tabela 9– Doses efetivas e doses coletivas do ano de 2010 para uma população do grupo de risco de 16 pessoas.
ANO : 2010 ÚMERO DE PESSOAS: 72 INTERVALO
DE DOSE IOE ∑E FRACIONAMENTO
0≤ E <1 (S1) 52
0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0+0,32+0,21+0,27+0,
46 =1,89 E1 = 0,04 / S1 = 2,72
1≤ E < 5 (S2) 4 2,93+4,1+4,26+1,21 = 12,5 E2 = 3,1 / S2 = 62
5≤ E < 10 (S3) 0 0 E3 =0,0 / S3 = 0,0
10 ≤ E < 20 (S4) 0 0 E4 = 0,0 / S4 = 0,0
∑E/N (S) 0 18,72
79 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Segurança e Medicina do Trabalho –– Normas Regulamentadoras – NR,
aprovadas pela portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, 62ª Edição, – NR-6 – Equipamento
de Proteção Individual EPI, 2008
BUSHONG, S. C. Radiologic Science for Technologists – Physics, biology, and
protection, 9Th edition, 2008
CEMBER, H, JOHNSON, T E. Introduction to Health Physics, 4th edition, 2009.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração, Volume II, 6ª Ed., Editora
Elsevier- Campus, 2002.
COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. CNEN-NE, 3.02, Serviços
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COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. CNEN-NN 3.05 – Requisitos de
Radioproteção e Segurança para Serviços de Medicina Nuclear, 1996.
COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Diretrizes básicas de Proteção Radiológica, 2011.
80 COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Fatores de Ponderação para as
Grandezas de Proteção Radiológica. Posição Regulatória 3.01/002:2011, 2011
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Recommendations of the International Commission of Radiological Protection,
Publication 1, Pergamon Press, 1959.
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Recommendations of the International Commission of Radiological Protection,
Publication 6, Pergamon Press, 1964.
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Publication 26, Pergamon Press, 1977
INTERNATIONAL COMMISSION OF RADIATION PROTECTION (ICRP). Cost-benefit
Analysis in the Optimization of Radiation Protection, Publication 37, Pergamon Press,
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