Outro Silencio - Alice Ruiz

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    APRESENTAÇÃO

    O haikai é uma forma poética que temrepercussão cada vez maior no Brasil, desde que elechegou, em 1908, no navio  Kasato Maru, ao porto

    de Santos, com a primeira leva de imigrantes vindado Japão, sua terra de origem.Muito da cultura japonesa, a começar pela escrita,

    nasceu na China. O haikai não, ele é fruto autênticoda Terra do Sol Nascente. Os próprios chineses

    deram o nome de Waka  a essa poética. Significa“poesia do país de Wa”, que é como eles chamavamo Japão: Wa (“Japão”) ka (“poesia”).

    Quando se aprende outra língua, também seaprende outra forma de pensar e até de sentir.

    Quando se aprende outra escrita, se aprende outraforma de estar no mundo. Quando se aprende umaforma poética distinta da nossa, se aprende outraforma de ser. E, se isso não vale para todas asformas poéticas, com certeza vale para o haikai.

    Com exceção do epigrama (que não chega a serpoesia) e de algumas incursões da poesia visual emque, às vezes, uma palavra basta para ser poesia,

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    podemos dizer que o haikai é a menor forma poéticaque existe. Com apenas três versos — nunca mais enunca menos — e no máximo dezessete sílabas,divididas em cinco sílabas no primeiro e no terceiro

    verso e sete no segundo, o haikai se expressa. Esseexercício de concisão, por si, já o distingue dapoética ocidental.

    Mas as diferenças só começam aí. Cada umdesses versos tem ainda uma função. O primeiro

    normalmente se refere a uma imagem estática. Nosegundo se instaura o movimento, alguma coisaacontece. E o terceiro verso manifesta isso. Porém,não como uma conclusão.

    Enquanto a verve do Ocidente fala de tudo etodos, a do Oriente tem apenas um assunto: anatureza. Parece pouco, mas é muito. Praticamentetudo o que não foi construído pelas mãos humanas éfonte de inspiração para o haikai. Desse modo,

    existe um elemento que não se expressaostensivamente, o “eu” de quem escreve. Quantomenos explícito for o pensamento do(a) autor(a) nopoema, mais haikai este é.

    Basicamente se descreve uma cena observada na

    natureza. Essa cena é tão rica de significados que,em alguns casos, ela pode nos oferecer um bomhaikai mesmo que o espírito não tenha se depurado

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    para recebê-lo. Mas, nesse caso, podemos deixá-loescapar, e é por isso que precisamos nos aprimorarpara virar bons instrumentos de fazer haikai.

    É assim que se sentem aqueles que veem o haikai

    como uma das várias práticas zen. Não o zen quevirou moda. Ouve-se falar aleatoriamente de estilozen, penteado zen, decoração zen e uma série deoutras “banalidades” zen. Esse é apenas um truquedo sistema para neutralizá-lo, pois percebeu o

    quanto ele pode ser subversivo, na medida em quenos torna livres do “eu” — ou “ego”, se preferirem— e de seus desejos. Como Buda disse, o desejo é afonte do sofrimento, porque nasce da ilusão de um“eu substancial” alienado do todo.

    Abrir mão do “eu” é a única maneira de nosreintegrarmos a esse “todo” do qual fazemos parte.Assim, precisamos contemplar a natureza depois deter desenvolvido atitudes de desapego aos valores

    herdados ou aprendidos, alheios à nossa próprianatureza e à natureza como um todo.Existem alguns caminhos para isso. Atitudes a

    cultivar e assimilar em nosso dia a dia atétransformá-las em características nossas. Estados

    zen para nos tornarmos instrumentos de haikai. Sãoeles:

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    AUSÊNCIA DO EU — As coisas existem sem nossoolhar e é assim que devem ser olhadas.

    SOLIDÃO — A ideia é estarmos em nós mesmos.Num estado de centramento que independe de

    estarmos ou não a sós.GRATA ACEITAÇÃO — Aceitar tudo o que nos vem,

    seja bom ou mau, com gratidão.AUSÊNCIA DE PALAVRAS  — No sentido de

    economia. Nada que não seja necessário merece ser

    dito.AUSÊNCIA DE INTELECTUALIZAÇÃO  — O haikai

    deve nascer, explodir, acontecer.CONTRADIÇÃO  — Flagrar o que há de

    contraditório. Sem esforço.HUMOR  — Os monges chamam a si mesmos de

    “velha saca de arroz”. Sem solenidades.LIBERDADE — Livre dos valores, livre dos apegos.

    Só a liberdade cria.AMOR

     — Pela vida e pela morte, pela lua e pelomosquito. Amor dentro. Sem apego. Estaramorosamente no mundo.

    CORAGEM  — De verbalizar o inverbalizável, denão ser lógico, de se desapegar, de dizer.

    MATERIALIDADE  — Como na escrita oriental, ohaikai usa temas concretos, nunca abstratos.SIMPLICIDADE — Falar das coisas como elas são.

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    Sem perfumar a flor.AUSÊNCIA DE MORALIDADE  — Não dar nota às

    coisas. Sem “pré-conceitos”.

    São características aparentemente fáceis deincorporar ao jeito de se relacionar com o mundo.Mas há diferenças pequenas e importantes no modocomo vemos essas características.

    Amor é amor por tudo o que existe, inclusive pelo

    que consideramos feio ou desagradável. E,sobretudo, sem o sentimento de posse.Desapegadamente.

    Ou o humor, que, diferente do humor ocidental,não tem nada a ver com a piada. Não ridicularizaninguém, apenas traz leveza, tira a solenidade dassituações, qualquer uma, até mesmo a da dor daperda, do fracasso, da inadequação.

    Ou a grata aceitação que em nada se parece com a

    resignação, porque não é passiva. É um jeito ativo egrato de aceitar.

    O conceito de originalidade, tão caro à poesia do

    Ocidente, é visto de outro modo no haikai. Comoeste se debruça sobre a natureza e as estações, éinevitável que se repitam os termos referentes a elas.

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    espírito se despe da ilusão de um “eu substancial”que o verdadeiro “eu” aparece e com ele o estiloúnico do(a) poeta.

    Há outra corrente, que considera a métrica

    (dezessete sílabas) tão importante que qualquerterceto que a desrespeite não pode ser tido comohaikai. Regra difícil de seguir, já que nossacontagem silábica é diferente. Contamos as sílabasdos versos até a última tônica, e eles não. Em

    aponês, uma só sílaba pode ter dois tons ou dois on,em contraponto, inclusive, às nossas acentuações,que praticamente inexistem nessa língua.

    O Brasil, muito provavelmente, é o país onde ohaikai mais se popularizou. Não só pela quantidadede haijins na mais funda acepção do termo, masporque, graças ao famoso jeitinho brasileiro, a forma

    tornou-se pop.Alterou regras, expandiu o humor — muitas vezesaté o limite do chulo; em suma, inseriu brasilidade.A começar por um de seus maiores divulgadoresentre nós, Guilherme de Almeida, que inventou

    regras próprias e com isso criou escola. Quando oprimeiro verso rima com o terceiro e no segundoverso a primeira palavra rima com a última,

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    escrevemos um haikai guilhermino, e não o haikainipônico.

    Ou Millôr Fernandes, que o popularizou naspáginas de revistas mas que, embora nomeasse

    haikai sua produção, na verdade publicava senryus,que é o nome do haikai especificamente humorísticoe que pode, sem ônus, quebrar as regras. O nomevem de seu criador: Karai Senryu (1718-90).

    No entanto, além das regras, é necessário que o

    haikai tenha haimi, palavra de difícil tradução masque se convencionou verter para “sabor de haikai”.Para percebê-lo, é preciso que o haijin e o leitorestejam em perfeito silêncio interior. Nossospensamentos e sentimentos normalmente impedemesse silêncio.

    Só a integração com o todo, num despojamentode intenções e de nós mesmos, permite que a poesiase instale em nós. Seja como produtor, seja como

    receptor, essa é a única forma de existência poética.O silêncio. Esse silêncio pode acontecer, inclusive,no meio da turbulência ruidosa exterior.

    E, de certo modo, isso vale também para a poesiaem geral. Talvez a poesia de qualquer parte do

    mundo seja, apenas, outro silêncio. Alice Ruiz S

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    rosas e brancasas flores dançam ao ventopatas-de-vaca

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    pétalas vermelhasdesfilam caule abaixogrilos e saúvas

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    passo a passonas patas-de-vacao outono se afasta

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    nessa primaverao chão também amarelachuva de flores 

    (com Leon Miguel Leminski Ruiz, 18/10/2013)

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    a flor-de-são-joãoabraça a placa da estradaletras de cipó

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    a coruja pousano alto da lâmpadae sai chiando

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    vespa no vidrosobe, cai, volta a subirpor toda a viagem

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    o que é aquilo?coquinhos aos quilos?almoço de esquilos

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    sobre a mesavaga-lume perdidosempre aceso

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    boi malhadoas garças alçam vooboi marrom

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    coquinho madurovolta a ser verdecacho de maritacas 

    (com Ná Ozzetti, 29/12/2013)

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    casa da cantoraaté o perfume entoadama-da-noite 

    (para Ná Ozzetti)

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    voe aonde voepandorga, pipa, papagaiosó muda o nome

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    garça extraviadaobserva imóvel a estradavia sem saída

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    sol e vento friono dia da primaverasó ela não vem

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    pequena favelapipas de todas as corescobrem seu céu

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    um fio de fim de luana manhã ensolaradaainda brilha

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    pé da serrana barra da calçarespingos de barro

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    perto do martodos falam mais altoonda sobre onda

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    o mar deságuaredondo e leitosoreflexo da lua

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    noite escuralume na folha verdeorvalho ou vaga-lume

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    em Pirenópolisraios e relâmpagossão pirilampos

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    escada de barrocarrega lembrançasdo braço amigo

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    chuva de verãoo pássaro no telhadoolha e não molha

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    acima das nuvensde um sonho a outroum mar imóvel

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    banho de soluma multidão espiacaranguejinhos

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    barulho de águao vento nas palmeirasantes da chuva

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    último diaainda parece novoo ano que passou

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    um trovão perguntaoutro ao longe respondepingos nos is

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    véspera de Ano-Novofogos em profusãodesespero dos pássaros

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    sol no jardimcalango marrom e verdegrama que corre

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    solo de saxtamborilar da chuvao show vira sonho

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    chuva de verãovocê volta todo anoa cada estação

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    gota de suorrola pelo rostolágrima sem dor

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    noite de chuvahoras esperandoque o raio volte

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    noite de lua cheiadentro do céu nubladoainda incendeia

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    debate de poetasperiquitos nos beiraisfalam muito mais

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    fim de outonoos varredores de ruaentram em férias

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    à beira da estradaabanada pelos ventoscasa abandonada

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    campo de girassóisentre Bonn e Kölncalor do outono

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    sonho de viagemnão sei se durmoou olho a paisagem

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    noite altaapago as luzes de casapara ver as do céu

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    casa da minha filhasempre há uma estrelamesmo quando não há

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    casa vaziasó a voz do mortorádio ligado

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    fim de tardeno farfalhar das folhasa fala do vento

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    que fantasia vestemquando tocadas pelo ventoas roupas no varal?

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    folha secavoa de volta ao galhopé de vento

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    um gato dormeo outro bebe águaem cima do aquário

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    queimada na mataboiando no lagoreflexo das chamas

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    espumas ao ventomesmo morrendoa cachoeira dá show

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    manhã sem ventotreme a folha de orquídeainverno no sul

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    cruz na estradaum pássaro preto pousanenhuma flor

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    aconchegadosentre a novela e o novelopontos sem nó

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    céu fechadoa lua vestida de nuvensse insinua

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    coberta de neblinaa cidade se iluminafora de foco

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    lento pôr do solimóvel no telhadoo gato vira ouro

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    tarde friaalimentando o fogovelhos poemas

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    canto clarocorta a tardepássaro preto

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    canto de pássaroatravessa a madrugadaaté acordar o dia

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    diante de nós a noitemas o sol ainda vai se pôrno espelho retrovisor

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    salão iluminadosó as árvores dançammúsica do vento

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    noite geladaa cidade toda cobertadenso nevoeiro

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    tempo de secaenfeitando janelassempre-viva

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    balança ao ventoo trevo-de-quatro-folhassuas três flores

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    Alice Ruiz S nasceu em Curitiba, no dia 22

    de janeiro de 1946. Poeta, haikaísta e letrista, éuma das principais autoras brasileiras ematividade. Já atuou também como publicitária,

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    tradutora e editora, escreveu roteiros dehistórias em quadrinhos e publicou artigosfeministas em revistas. Seu primeiro livro,

     Navalhanaliga, ganhou o prêmio de melhor

    obra lançada no Paraná em 1980. É autoraainda de títulos como  Pelos pelos (1984), Viceversos  (1989) e  Dois em um  (2008), os doisúltimos vencedores de prêmios Jabuti. Assinamais de vinte livros, além de parcerias musicais

    com Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, ZéliaDuncan, Itamar Assumpção, José MiguelWisnik, Alzira Espíndola e Chico César, entreoutros. Ministra oficinas de haikai por todo opaís e é a responsável pela organização do best-seller Toda poesia de Paulo Leminski.

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    Copyright © 2015 by Alice Ruiz S

    Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua

    Portuguesa

    de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.

    Capa e projeto gráfico Retina 78

    Foto JSVieira

    Preparação Márcia Copola

    Revisão Huendel Viana e Marina Nogueira

    ISBN 978-85-438-0390-6

    Todos os direitos desta edição reservados àEDITORA SCHWARCZ S.A.Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 3204532-002 — São Paulo — SP

    Telefone: (11) 3707-3500Fax: (11) 3707-3501www.companhiadasletras.com.brwww.blogdacompanhia.com.br

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    Sumário

    Capa

    Rosto

    Apresentação

    Primavera

    Verão

    Outono

    Inverno

    Sobre a autora

    Créditos

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