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O FLAGELO DO ESQUECIMENTO

 Autor 

CLARK DARLTON

Tradução

S. PEREIRA MAGALHÃES

 Digitalização E Revisão

ARLINDO_SAN

(P-036)

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 Foi no ano de 1971 que Perry Rhodan, antigo oi!ial da Força Es"a!ial A#eri!ana, atingiu a $ua !o# a nave %tardust e, !o# ate!nologia que adquiriu da nave es"a!ial dos ar!&nidas en!alhada,

 undou sua Ter!eira Pot'n!ia()onlitos na Terra, invas*es de ora, +atalhas no es"aço, lutas

e# "lanetas longnquos - "or tudo isto "assou gloriosa#ente aTer!eira Pot'n!ia no !urto es"aço de sua e.ist'n!ia(

 /o #o#ento, são ainda os saltadores - aqueles !o#er!iantesda gal0.ia que h0 #il'nios !onsegue# deender seu #ono"lio!o#er!ial !o# deter#inação !ontra qualquer !on!orrente quea"areça - que re"resenta# o "erigo #ortal "ara toda a Terra(

 Perry Rhodan, at2 ho3e, te# eito tudo que est0 a seu al!an!e "ara i#"edir que os saltadores aça# da Terra u# #undo dees!ravos( $evtan, o traidor, dese#"enhou u# "a"el i#"ortante no

 3ogo de Rhodan, "ois so#ente atrav2s dele 2 que oi "ossvel azer !o# que u# gru"o de agentes !onseguisse "enetrar na 4rande)oner'n!ia dos Patriar!as dos %altadores(

 Estes ho#ens, lutadores e."eri#entados do E.2r!ito de 5utantes de Rhodan, !u#"rira# seu dever( E agora eles ainda vão#ais longe6 $i+erta# u# "laneta inteiro do 3ugo estrangeiro(

Flagelo do Esque!i#ento serve8lhes de instru#ento "ara ali+ertação(

= = = = = = = Pe!"#$%e#! P&#'&$&! = = = = = = =

*"+#  M$!+$,,, T$"  K$/$, K&/$&  I!+&$!+&, T$1$  2"&$  e G'4  — 

Formam o comando de assalto para libertar o planeta de Goszul.E#5$,,4 — O único goszul que domina a telepatia.

R$, — O chefe dos revoltosos goszuls.

R$,%" e E/5/$  — Dois patriarcas dos saltadores.

Pe4 R+"$# — Comandante da tardust!""" e chefe da #erceira $ot%ncia.

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&gua no porto estava lisa como um espelho. '(o soprava a menor brisa e se podiaver, atr)s da quilha do grande barco a vela, nitidamente, o terreno cultivado com plantasvariadas. Cardumes de pei*es das formas mais esquisitas se moviam de um canto para ooutro, desviando!se apenas das barca+as de carga vazias, cua miss(o era descarregar asmercadorias do barco a vela.

-s casas da cidade se alinhavam ao longo da enseada do porto, numa quase meia!lua. ubiam o suave aclive das colinas, que logo se transformavam num planaltouniforme a se estender at o horizonte. -ssim, o interior do territ/rio n(o diferia muito dooceano, pois formava tambm com o cu uma linha reta, sem interrup+(o.

O veleiro era, sem dúvida alguma, um navio de guerra, pois nos dois costados podiam!se ver as bocas dos canh0es. 'o entanto, conduzia uma carga que neste momentoestava sendo recebida pelos empregados do cais.

- tripula+(o trabalhava arduamente e sem parar, enquanto os homens morenos de basta cabeleira tambm cochichavam entre si e lan+avam olhares t1midos na dire+(o da popa. Depois continuavam arrastando obedientemente seus fardos at o parapeito, ondeeram recebidos pelos propriet)rios das barca+as que estavam esperando.

 'o tombadilho do veleiro estavam sentados quatro homens, que observavam omovimento a bordo do barco com mais ou menos alguma aten+(o. 2mbora se pudessesupor 3 primeira vista que o descarregamento da mercadoria fosse neg/cio de seuinteresse, isto n(o era verdade. 2ra!lhes completamente indiferente a carga que seencontrava nos por0es do barco e tambm n(o lhes interessava que chegasse 3s m(os dosdestinat)rios ou fosse ogada na )gua.

4m deles lamuriava, olhando para cima, para o sol causticante, que podia estar  brilhando t(o bem em #r1poli como em 5uenos -ires, se realmente se tratasse do sol da#erra. 6as n(o era ele.

 — 2ste calor me dei*a louco — resmungou ele, passando a m(o pela barbadesgrenhada. — Ficarei contente quando me livrar desta barba horr1vel. '(o possocompreender que sentido tem a gente andar mascarado.

 — 'o momento, nenhum — respondeu seu colega, um rapaz de pequena estatura,de olhos vivos e pequenos. — 6as quando um saltador aparecer a bordo do navio, a coisaficar) diferente.

 — 7ue nada — continuou o primeiro, com um movimento de m(o indicandodesprezo. — 6eu caro #a8o, qualquer saltador notar) imediatamente que n/s n(o

 passamos de imita+(o, basta dar!lhe um pouquinho de tempo. — 6as n/s n(o lhes dei*aremos tempo para isto, 9ohn — disse o apon%s sorrindo.

 — -lm disso, n(o creio que eles venham a bordo. $ara isso, t%m sua gente, os goszuls.Os goszuls eram os nativos da terra, que tinha sido transformada em col:nia pelos

saltadores, uma ra+a inteligente de navegadores do espa+o. -o mesmo tempo, ossaltadores utilizavam este planeta como base militar e como ponto de apoio para

opera+0es comuns contra eventuais inimigos.

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2 um desses inimigos era e*atamente $err; <hodan, administrador do planeta #erra,contra o qual se dirigiam os planos dos saltadores no momento. Da1, a presen+a dosquatro terranos camuflados no tombadilho do barco, que estava parado t(o pacificamenteno porto do pequeno continente, a que os nativos davam o nome de #erra dos Deuses.

ua miss(o secreta era e*pulsar os saltadores do planeta de goszul, sendo que<hodan queria continuar inc/gnito. -ssim, os quatro homens do barco s/ podiam contar consigo mesmo, pois a frota de $err; <hodan estava esperando no espa+o, a oito dias!luzde dist=ncia.

9ohn 6arshall, competente telepata do 2*rcito de 6utantes, olhava pensativo paraseus tr%s colegas. eu olhar ficou longo tempo parado sobre #a8o >a8uta, o teleportador.

 — ? isso mesmo — disse finalmente. — Os goszuls me preocupam. ? verdade que>itai "shibashi lhes fez um bloqueio mental. 6as ningum sabe por quanto tempo asitua+(o continuar) assim. 7uando come+arem a pensar independentemente, haver(o dedesconfiar e nos entregar(o 3s criaturas dos saltadores, os chamados goszuls inteligentes.

 '(o se esque+am, amigos, de que estes nativos primitivos consideram os saltadores comodeuses.

>itai esfregou um pouco a barba posti+a. — - dura+(o de um bloqueio mental depende da for+a de vontade do paciente — 

disse ele, bem obetivamente. — '(o posso, portanto, prever quando estes coraososmarinheiros come+ar(o a pensar independentemente.

O quarto homem sorriu para o telepata. Chamava!se #ama @o8ida, era tambm apon%s e membro do 2*rcito de 6utantes de <hodan. ua especialidade era atelecinsia. $odia movimentar a matria no espa+o infinito, apenas com as emana+0esenergticas do pensamento.

 — '/s podemos nos defender deles, caso sea necess)rio, meu caro >itai. 6asespero que n(o sea necess)rio. 7uanto mais tempo ficarmos despercebidos, tanto melhor 

 para nossa miss(o. 7uando tivermos em m(os os armamentos necess)rios, tudo sai bem.9ohn 6arshall pigarreou.

 — -s coisas est(o no fundo de um rio, bem perto do espa+oporto dos saltadores,alguns quil:metros daqui. Guc8; teve que afund)!las naquele local para n(o ca1rem nasm(os do inimigo. 2stou feliz porque ele conseguiu escapar vivo.

Olhou em volta. — Onde que ele est), realmenteA — 2stou aqui, meu amigo — falou uma voz clara e estridulante, bem atr)s de 9ohn.O telepata virou!se para tr)s e fi*ou os olhos, admirado, para o alto da amarra que

estava bem perto do parapeito. - roldana da amarra se moveu um pouco. 2m suae*tremidade superior surgiram duas orelhas pontudas, cobertas de p%lo, depois dois olhosde brilho astuto, e finalmente um focinho comprido e fino onde tremulavam uns fios decabelo.

 — -s barbas compridas d(o a voc%s uma apar%ncia de grande bondade — cochichou a mesma voz, enquanto os olhos r)pidos observavam tudo em volta. — #odosos homens deviam usar barbas compridas, para darem a impress(o de bondosos e adultos.

Depois deste conselho, Guc8; arrastou!se de seu esconderio e parou no ch(o, nomeio dos quatro homens. $arecia sentir!se a1 seguro de olhares indiscretos.

Guc8; era realmente uma vis(o deslumbrante. $arecia um misto de castor e de rato,mais ou menos um metro de altura, com um p%lo marrom!ferrugem. -lm disso, uma

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longa cauda que lhe servia de apoio ao caminhar. De uma dist=ncia maior, podia!se tom)!lo por uma espcie de 6ic8e; 6ouse fugido de Boll;ood, mas olhando mais de perto,

 percebia!se logo o engano. Guc8; era muito mais poderoso do que um 6ic8e; 6ouse.Babitante de um long1nquo e solit)rio planeta, era telecineta, telepata e teleportador aomesmo tempo. Guc8; era de fato mais do que um valoroso membro do 2*rcito de6utantes. 2, em nome de $err; <hodan, defendia a #erra no infinito do cosmos contratodos os ataques das for+as e*traterrenas.

 — Obrigado pelo conselho — confirmou >itai, srio, e come+ou a co+ar o rato!castor atr)s da orelha direita, o que muito lhe agradava. — 6as, quando eu imagino voc%de barba comprida...

 '(o terminou o quadro da horrenda vis(o, sorriu a contragosto, enquanto 9ohn riacalmamente.

 — Guc8; de barba compridaA anto Deus, o planeta inteiro aqui e*trapolaria oslimites do espa+o!tempo de tanta alegria. 2u tambm.

Guc8; assobiou como sinal de aviso. 9ohn percebeu que uma m(o invis1vel o erguia,e n(o fosse a situa+(o t(o sria para permitir uma brincadeira, Guc8; o teria feito flutuar at o parapeito e depois o teria dei*ado cair n)gua.

$or este motivo, Guc8; se satisfez com o aviso. — Gostaria de saber por que raz(o uma barba em mim seria mais rid1cula que em

voc%s.9ohn 6arshall estava para responder, quando seu crebro bem adestrado sentiu

impulsos estranhos. $iscou ligeiramente para seus tr%s companheiros e comprimiu Guc8;contra o ch(o. -li ningum o podia ver, se ele n(o aparecesse no convs. Durante quasedois minutos ele ficou escutando, de olhos semicerrados, at que acenou com a cabe+a eolhou brevemente para >itai. 2nquanto os outros permaneciam quase estarrecidos emseus lugares, de respira+(o presa, ele anunciou, quase sussurrandoE

 — (o os nossos goszuls, pelo menos alguns deles. ibertaram!se do bloqueiohipn/tico, >itai. 2st(o pensando agora quem somos n/s. 2stamos a bordo de um naviodeles e eles n(o atinam como chegamos aqui. 9) perceberam, naturalmente, que n(osomos goszuls inteligentes, isto , os nativos que receberam doutrina+(o hipn/tica dossaltadores. 'ossa semelhan+a com os saltadores n(o representa muita coisa para eles, )que nunca os viram pessoalmente. $ortanto, consideram!nos simplesmente estrangeiros, oque realmente somos. $retendem nos dominar e nos entregar aos deusesH.

#a8o, o teleportador, viu l) embai*o os primeiros servos dos deuses — assim eramchamados pelos nativos os seus irm(os de ra+a que se tornaram repentinamenteinteligentes — que come+avam a entrar no navio, para vigiar o descarregamento dasmercadorias de seus senhores. 2stavam acompanhados de rob:s de combate dossaltadores.

 — Como devemos entrar em a+(oA — perguntou o apon%s, quase sussurrando. — 7uando os condicionados notarem, lan+ar(o sobre n/s os rob:s de combate. '(o vamostirar as m)scaras, n(o ou...A

 — De maneira alguma — concordou 9ohn 6arshall e continuou se concentrandofebrilmente. — >itai, o que voc% diz a issoA — '(o pode daqui...A

 — $essimamente — disse o sugestor abanando a cabe+a. — O mtodo mais seguro

de manter os revoltados novamente sob controle a confronta+(o direta. Daqui, a minha

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influ%ncia sobre eles seria deficiente, sem considerar ainda que poder) surgir qualquer complica+(o e eu n(o possa ent(o me concentrar para e*ercer minha influ%ncia.

 — Com outras palavras — interrompeu o telecineta #ama @o8ida — quer dizer quen(o muito prov)vel que desta dist=ncia possa isolar algum dentro da multid(o einfluenci)!lo hipnoticamenteI n(o isto que queria dizer, >itaiA

O sugestor fez sinal afirmativo com a cabe+a e nada falou. 9ohn 6arshall levantou!se.

 — Devemos fazer alguma coisa, se quisermos manter o bando todo sob bloqueiohipn/tico. -s emana+0es mentais se tornam cada vez mais intensas. Daqui a pouco, oshomens abandonam o trabalho e se precipitam sobre n/s. 4m deles ) est) com a faca nam(o.

Os goszuls viviam numa civiliza+(o que podia ser comparada com a do sculoJK""" na #erra. -s facas eram, portanto, muito eficientes nas m(os dos nativos.

 — 6aldito rob: — resmungou >itai furioso. — 'unca e*perimentei em minha vidacolocar um rob: sob meu controle mental.

9ohn sorriu levemente. — #enho medo de n(o termos sorte com isso. 6as os rob:s haveriam de notar, caso

acontecesse algo com seus subordinados. 2stamos, portanto, num beco sem sa1da. — $erguntemos a <hodan — prop:s Guc8;, que ainda estava agachado no meio dos

homens, evitando ser visto. — 2le pode, talvez, nos dar um conselho. — $oder, pode — continuou 9ohn — resta saber se quer. Koc%s sabem que os

saltadores n(o podem nunca saber quem que est) se intrometendo em seus assuntos particulares. ? claro que o nosso micro!comunicador tem um raio de a+(o de tr%s meses!luz, enquanto que <hodan est) apenas a uma dist=ncia de oito dias!luz. 6as acho que n(otemos mais tempo de entrar em contato com <hodan. Olhem s/ l) para bai*o.

-s cabe+as dos homens viraram todas para o mesmo lado. ) embai*o no convs,um dos carregadores tinha dei*ado cair seu fardo e estava de p perto de um dos servosdos deuses, gesticulando muito e falando com ele. Dois dos cinco rob:s de combate queentraram no navio se apro*imaram. 2ssas m)quinas, de constru+(o completamente

 positr:nica, tinham um crebro de funcionamento normal e podiam tomar decis0es pr/prias e transform)!las em realidade, enquanto estivessem em contato com o controlecentral. uas radia+0es energticas embutidas faziam deles m)quinas de combateinvenc1veis. 'aturalmente, para os primitivos goszuls estes rob:s tinham que ser criaturassemelhantes a um deus, pois n(o conheciam nem ainda a navega+(o espacial. $ara eles,os deuses desciam do cu e voltavam para ele de novo.

O mais inteligente dos servos dos saltadores — n(o havia normalmente mais do quevinte deles no planeta dos goszuls — ouviu atentamente o que o nativo lhe tinha paracomunicar. eu olhar percorreu o convs do navio e se deteve finalmente na escada parao tombadilho.

-cenou com a cabe+a, dei*ou de lado seu interlocutor e se dirigiu para a escada quedava para o tombadilho. Como estava parecendo, era uma visita que ele tencionava fazer aos quatro indiv1duos misteriosos do tombadilho. $or felicidade, n(o lhe passou pelacabe+a a idia de levar como acompanhante um dos rob:s de combate.

9ohn 6arshall auscultava o crebro do goszul. #inham!lhe falado da presen+a a

 bordo de pessoas estranhas e de apar%ncia misteriosa, que talvez fossem interessantes

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 para os deuses. -lm disso, podia 9ohn reconhecer o nome do homem. Chamava!seGerag8.

6arshall fez um sinal r)pido para >itai. #rabalhavam muito bem untos. Gerag8 sairia depois do navio, sem se lembrar de nada.

O servo dos deuses subiu os degraus de madeira para o tombadilho e de repenteficou parado unto ao parapeito, como se seus ps estivessem colados ao assoalho. Comos olhos arregalados, fi*ava os quatro homens que, no primeiro instante, tinha de supor serem saltadores. eu crebro ainda pensava normalmente e podia compreender asitua+(o.

%altadores Aqui, no +ar!o a vela dos "ri#itivos :ue signii!ava tudo istoH"nclinou!se profundamente, nos seus olhos, porm, havia dúvidas. 9ohn constatou

que Gerag8 procurava febrilmente uma e*plica+(o. Os saltadores dominavam certamenteeste planeta, mas eram demasiadamente orgulhosos para se preocuparem com os

 problemas dos nativos, muito menos ainda para se misturarem com eles desta maneira. — $erdoai!me, ilustres senhores — come+ou vagarosamente, fi*ando os olhos

nervosamente nas pranchas de madeira a seus ps, como se delas pudesse tirar as palavras para se desculpar. — 6as o capit(o deste barco est) t(o constrangido por ter a honra deabrigar neste navio pequeno h/spedes t(o eminentes. $osso perguntar se vos posso ser útil em alguma coisaA

2ra realmente uma boa pergunta. 9ohn sorriu. — Ltimo, Gerag8, obrigado. 2stamos empreendendo uma viagem de inspe+(o, mas

como o senhor sabe, os primitivos n(o nos conhecem. '(o queremos empregar viol%ncia, por esta raz(o os rob:s que aqui est(o garantir(o a nossa sa1da.

9ohn reconheceu que suas palavras n(o chegaram a tranqMilizar o goszul. Gerag8 estava mesmo decidido a comunicar o ine*plic)vel acontecimento. '(o havia, portanto,nenhum outro e*pediente, a n(o ser lhe tolher a mem/ria e lhe sugestionar um outroquadro mental. Foi >itai quem se incumbiu do caso.

O apon%s n(o modificou sua postura, permaneceu sentado e dirigiu seu olhar simplesmente para Gerag8, que, por sua vez, n(o se sentiu 3 vontade com o olhar fi*o dooutro. 6as durou pouco. eus tra+os se iluminaram de repente, sorriu obsequioso,inclinou!se mais profundamente ainda, quase tocando o ch(o. <etirou!se sem dizer uma

 palavra e desceu para o convs inferior, onde ouvira o goszul que lhe chamara a aten+(osobre os estranhos a bordo.

9ohn 6arshall comprimiu os olhos. — / uma pequena folga, >itai. Koc% n(o pode botar todos na fila e sugestionar um

 por um. -cho que s/ nos interessa uma sugest(o em massa, se n/s n(o quisermos ser atacados, e eu n(o gostaria principalmente por causa dos rob:s de combate. N menor suspeita, eles se transformam em fortalezas a vomitar fogo.

 — 2 eu os fa+o voar para dentro da )gua — avisou Guc8; chiando.9ohn botou os dedos nos l)bios fechados.

 — $siu, mais bai*o, Guc8;. e algum o v%, vai haver barulho. 'ingum poder)realmente confundi!lo com um patriarca saltador. >itai, notou alguma coisa de esquisitoneste Gerag8A 'aturalmente, n(o, pois n(o sabe ler pensamentos. -ntes de voc% lhe ter impregnado a nova mem/ria e de lhe ter ordenado que esquecesse o acontecido, eu

 peguei uns peda+os de pensamento. 'enhum pensamento claro e com muita coordena+(o,infelizmente, mas mesmo assim com detalhes interessantes.

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 — O qu%, ent(oA — sussurrou >itai e n(o perdeu de vista o convs, onde o capit(odo navio conversava com alguns dos seus.

 — Gerag8 queria realmente nos denunciar a seus superiores, porque suspeitava dealguma coisa. '(o o fez para prestar um servi+o aos saltadores. #inha outros motivos.

 — 7uaisA — 7ueria convenc%!los de sua lealdade, que realmente n(o possui. '(o sei bem

e*atamente, mas me parece que por alguns momentos ele pensou numa organiza+(osecreta que podia causar muitos danos aos saltadores e tornar novamente livre eindependente o planeta Goszul.

 — 4m movimento de resist%nciaA — disse >itai admirado. — Baver) ummovimento de resist%ncia de fato no planeta GoszulA '(o acredito. 7uem se atreveria alutar contra os deusesA

 — -queles que os conhecem melhor, seus servidores. Geralmente assim. — 2les est(o atacando agora — silvou Guc8;, interrompendo a conversa e se

teleportou como um raio para a roldana da amarra. Os quatro homens permaneceramsentados, indecisos em seus lugares, at que >itai falouE

 — 2u vou dominar todos eles de uma s/ vez. 'osso único esconderio o navio. 'ingum nos pode ver em terra, isto traria complica+0es desagrad)veis.

Com um r)pido olhar ele se certificou que os rob:s continuavam r1gidos nos lugaresque haviam assumido. O epis/dio num navio dos nativos n(o lhes representava nada,enquanto os interesses de seus senhores n(o fossem atingidos.

 — Fiquem sentados calmamente, at que acabe tudo. Os rapazes v(o descarregar onavio como se nada tivesse acontecido.

2mbora 9ohn, #a8o e #ama conhecessem as qualidades assustadoras de seu colega,ficavam sempre at:nitos quando presenciavam as inconceb1veis altera+0es dos atingidos.

O capit(o do navio parecia haver convencido a tripula+(o ou ao menos uma partedela, de que alguma coisa n(o estava certa a bordo. #alvez ele se preocupasse com o fatode n(o saber como os estranhos entraram no barco. De qualquer maneira, n(o deu f 3s

 palavras apaziguadoras de Gerag8, mas gritou para sua tripula+(o alguma coisa. 'emtodos, mas alguns abandonaram o trabalho e desembainharam as facas. -mea+adores,dirigiram!se ao tombadilho.

Os rob:s permaneciam passivos. >itai se concentrou, lan+ou sua corrente de pensamento contra a tripula+(o.

O capit(o estancou de repente, passou a m(o pela cabe+a, como se lembrasse dealguma coisa. Com a esquerda, guardou novamente a faca na cintura. Kagarosamente osoutros seguiram seu e*emplo. O primeiro deu meia!volta e caminhou para seu local detrabalho. Como se nada tivesse acontecido, pegou o fardo e o atirou para a barca+a queestava atracada embai*o. -s emana+0es mentais de >itai n(o tinham ainda atingido osservos dos saltadores. -pesar de sua intelig%ncia relativa, n(o podiam compreender o quese passava a bordo do veleiro. -ntes que pudessem suspeitar de alguma coisa, ca1ram soba influ%ncia dos dons de >itai. '(o aconteceu muita coisa, simplesmente esqueceram."sto foi tudo.

2stava salva a situa+(o, pelo menos no momento. - e*peri%ncia ensinava que acapacidade de >itai tinha seus limites. $assado algum tempo, a consci%ncia das pessoas

 bloqueadas neutralizava a for+a mental que lhes fora imposta.

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O importante, porm, foi que os rob:s n(o perceberam nada do incidente. 2stavamim/veis em seus postos e cuidavam de que ningum atacasse os servos de seus senhores.

Boras depois, terminava o desembarque da mercadoria. — 7ue foi que descarregamos mesmoA — perguntava #ama que, como telecineta,

n(o podia ler os pensamentos. -ntes que 9ohn pudesse responder, disse Guc8;, queentrementes ) havia descido da roldana da amarraE

 — C=nhamo ou coisa semelhante. Os saltadores pagam bem por isso, porquee*traem da1 um famoso entorpecente que ) colocou muitos planetas sob seu ugo.

 — De onde que voc% sabe dissoA— perguntou >itai admirado.Guc8; virou para frente as orelhas pontudas e disse chiandoE

 — Guc8; sabe tudo.9ohn 6arshall olhou para o cu.

 — 2st) ficando escuro e eu ainda estou pensando se ficamos no navio ou se vamos para terra. Os saltadores ficam somente neste continente, o resto do planeta n(o lhesinteressa. e quisermos, pois, atacar, tem que ser aqui.

 — -h, se <hodan desse ao menos uma indica+(o — lamentou #a8o.9ohn olhou rapidamente para o franzino apon%s.

 — e n(o me engano, ele nos mandou Guc8; para estarmos a par de suas inten+0es.-t agora, porm, Guc8; est) calado. 7uem sabe n(o chegou ainda a hora...

O rato!castor compreendeu aquela fina indireta. Desde que tinha recebido aincumb%ncia de acompanhar o grupo dos quatro mutantes, ainda n(o tinha conversadonada sobre seus planos, claro que principalmente devido aos fatos que se precipitaram,n(o lhe permitindo tempo para isto. "nclinou a cabe+a e murmurou alegreE

 — Chegar) logo a hora, meu caro colega telepata, como voc% sabe t(o bem comoeu. $ense apenas neste Gerag8, que no momento est) abandonando o navio com os seusrob:s. 2le apenas um entre muitos.

 — 7ue est) dizendo com istoA — queria saber 9ohn, pois Guc8; guardava bem seus pensamentos.

 — 2*istem realmente alguns goszuls que se preocupam com a idia de sacudir o ugo dos saltadores e de tocar pelo universo afora estes comerciantes da gal)*ia.$oderiam se tornar nossos aliados.

 — Certo — confirmou 9ohn, n(o demonstrando nenhum entusiasmo. — 2 comofaremos contato com estas for+as da resist%nciaA "sso n(o t(o f)cil assim, ou...A

 — ? sim — silvou Guc8; feliz e ficou olhando como os marinheiros, depois determinar o trabalho, sa1am para descansar fora do navio. — ? muito simples. Koc% selembra daquela voz mental que percebeu h) poucoA -lgum se intrometeu em nossaconversa telep)tica, mais ou menos como uma terceira emissora interrompe o di)logo dedois interlocutores. 'este planeta deve e*istir, portanto, pelo menos um telepata.

9ohn concordou. — 2u tinha o mesmo pressentimento — disse ele. — 6as como que sabe que ele

nos vai audarA — $orque uma das figuras mais importantes do movimento de resist%ncia — disse

Guc8; com tal naturalidade que surpreendeu 9ohn e os tr%s aponeses. — Fa+a contatocom ele, quando se apresentar, vai ser muito simples.

9ohn se recuperou de sua grande surpresa. — De onde voc% sabe tudo istoA

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 — 2u sei ainda mais — disse Guc8; fugindo da pergunta. — O telepata dos goszulsse chama 2nzall;.

#a8o fechou a boca, quando 9ohn o olhou fi*amente. >itai apenas meneou a cabe+a,murmurando qualquer coisa como  segredos traiçoeirosH, enquanto #ama, sem maior interesse na conversa, contemplava o cu que ) estava ficando escuro, onde sedelineavam constela+0es estranhas. 2ra astr:nomo e este mundo distava da terra .PQanos!luz. 6otivo suficiente para se interessar pelo cu.

 — 2 isso voc% somente diz agoraA — falou 9ohn 6arshall com ares de repreens(o.Guc8; concordou conscientemente.

 — Koc% nunca me perguntou nada a respeito — e sem mais nem menos acrescentouE — 7uando pegaremos as coisas que eu trou*e de <hodanA

9ohn ) havia quase esquecido. im, as coisas. 2m sua viagem repleta de aventuras,Guc8; tinha trazido toda espcie de bagagem que, no entanto, teve de abandonar emvirtude de acontecimentos imprevistos. 2stava bem acondicionada no fundo de um rio,

 bem longe da regi(o povoada. — Durante o dia — continuou 9ohn — pois de noite precisar1amos de luz e isto

chamaria a aten+(o dos rob:s de vigia postados nas pro*imidades do espa+oporto. Com aclaridade do dia, nossas chances ser(o melhores. -manh(, pois, proponho eu. -li)s,Guc8;, apenas uma perguntaE 7ue que voc% trou*eA

Guc8; mostrou seu dente de roedor, pois sempre que sorria este dente isolado ficava3 vista. O rato!castor, de alguma maneira, sorria com o dente por mais parado*al que isto

 possa parecer. 2 quando mostrava o dente, n(o se conseguia entender bem suas palavras. — 5ombas — sussurrou ele com voz e*traordinariamente clara. — 4ma mochila

inteira cheia de bombas, bombas comicamente pequenas. — 5ombasA — suspirou 9ohn, fi*ando Guc8; com olhos arregalados. — 7ue

vamos fazer com bombasA '(o temos nem um avi(o para lan+)!las. -lm disso, ossaltadores nos prendem imediatamente, se come+armos a ogar bombas.

Guc8; balan+ou a cabe+a compassivamente. — Os homens s(o criaturas de compreens(o dif1cil — observou muito pensativo. — 

7uando ouvem a palavra bomba, pensam logo em e*plosivos. '(o, colega 9ohn, n(o setrata desta vez de bombas que e*plodem, mas simplesmente de bombas que se devoramantes de produzirem efeito. ? tudo t(o simples.

9ohn concordou, sem compreender. — ?, tudo t(o simples — murmurou, contemplando o rato!castor, como se lhe

quisesse arrancar o p%lo. — $roponho que voc% agora nos diga o que vai acontecer, docontr)rio vai mesmo acontecer alguma coisa...

O dente de roedor de Guc8; desapareceu de repente. — $ois bem, meus amigos, ent(o ou+am com aten+(o.

R R R

ete planetas giram em volta do sol QQ!#atlira, que percorre sua /rbita em torno daKia )ctea a uma dist=ncia da #erra de .PQ anos!luz. / o segundo planeta tem vidainteligente, a ra+a dos goszuls, semelhante 3 dos homens, no momento dividida em duas

metades pelos saltadores. 4m patriarca desta ra+a de comerciantes da gal)*ia, de nome

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Goszul, descobriu o planeta e lhe deu seu nome. - partir deste tempo, o planeta deGoszul passou a pertencer ao imprio dos saltadores.

Os saltadores, ou tambm chamados comerciantes, n(o tinham propriamente p)tria.Com suas grandes naves, percorriam as gal)*ias e faziam comrcio. '(o davam muitaimport=ncia 3 solidariedade, a menos que seus interesses estivessem em ogo. -1 ent(omostravam uma grande uni(o e esqueciam suas ri*as, que freqMentemente separavam asfam1lias.

4m caso assim estava se passando no momento. Os saltadores haviam descoberto a#erra e tentavam transform)!la num entreposto comercial, quando foram repelidosenergicamente por $err; <hodan. -qui, no planeta de Goszul, estavam pois reunidos osmais poderosos chefes dos cl(s, a fim de estabelecerem um plano de como se libertaremdo inc:modo e misterioso <hodan, que tenazmente resistia 3s +e# inten!ionadasHinvas0es.

Os primeiros ataques dos mutantes tinha reduzido consideravelmente o número dos patriarcas presentes, mas ningum cedia. -li)s, ningum supunha, nem podia supor, queera e*atamente $err; <hodan, o homem que estava a .PQ anos!luz, o autor destesataques.

- hist/ria de .PQ anos!luz n(o era verdade. - frota de <hodan estava realmente aoito dias!luz distante do sistema de #atlira, esperando no espa+o.

O cora+(o da frota de <hodan era a poderosa belonave tardust!""", uma naveesfrica com di=metro de SPP metros. 2ra comandada e dirigida pelo pr/prio <hodan.#razia no seu interior armas dos tipos mais modernos e em grande parte de origemarc:nida. Dois transmissores que transportavam a matria a qualquer dist=nciaimagin)vel e no ponto de chegada deseado a rematerializavam — inclusive bombasat:micas — formavam uma arma irresist1vel.

#r%s cruzadores, igualmente esfricos, com di=metro de apenas QPP metros,acompanhavam a tardust. eus comandantes eram o capit(o 6cClears, o maor ';ssene o maor Deringhouse.

em serem atingidos pelos rastreadores estruturais dos saltadores e por issodespercebidos, percorriam estes quatro gigantes do espa+o o long1nquo sistema solar.<hodan n(o tinha inten+(o de intervir diretamente nos acontecimentos, embora fosseindiretamente o respons)vel. '(o tinha pressa. 'a #erra, tudo corria normalmente. OGoverno 6undial era entrementes uma realidade. <hodan fora nomeado por seis anos

 para -dministrador do planeta. Durante sua aus%ncia, era o coronel Fre;t, seu substituto permanente, quem dirigia os neg/cios.

6as nem todo mundo tinha a mesma calma que <hodan.6uito menos <eginald 5ell, seu 1ntimo amigo e cooperador. Os cabelos vermelhos

de <eginald 5ell, que era chamado simplesmente de 5ell, estavam penteados 3 escovinhae aquelas cerdas verticais n(o contribu1am e*atamente para embelezar seus tra+os )r1gidos. 'os olhos de um azul!claro, cintilava uma ira contida. Com e*ce+(o de algunsoficiais de servi+o e tcnicos de radiotransmiss(o, a sala estava vazia, mas 5ell n(o erahomem que se preocupava com a aus%ncia de alguns subordinados, quando se tratava dedar e*pans(o a sua ira.

 — 7uem sabe voc% pode ter a gentileza — rosnou rispidamente — de me dizer para

que esta demora toda.

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$err; <hodan olhava constantemente o fraco cintilar da tela, onde #atlira parecia t(o pequena como uma estrela insignificante. - luz fraca da central fazia desaparecer um pouco seu corpo magro, mas com o refle*o da tela seus tra+os fision:micos eramreal+ados. Os l)bios contra1dos formavam uma linha reta. 'os olhos, o fogo tranqMilo dae*pectativa. Os cabelos escuros e lisos formavam um contraste benfico com a cabeleirahirsuta de 5ell.

 — Koc% ouviu o que eu disseA — perguntou 5ell impaciente, quando n(o recebeunenhuma resposta. <hodan virou!lhe rapidamente a cabe+a e continuou fi*ando a tela. — B) necessidade dissoA — perguntou obetivamente.

O rosto de 5ell ficou mais sombrio. -s pontas do cabelo tremiam, mas sua vozabrandou um pouco. "sso, porm, n(o queria dizer que seu nervosismo acabara. $elocontr)rio.

 — $ara que falar, se ningum me escutaA — disse para si mesmo. — $erguntei por que estamos aqui dependurados no infinito e esperando o qu%A

<hodan continuou olhando para a tela. — #anto tempo, meu amigo, at que possamos descer l) do outro lado, daqui a oito

dias!luz. 'aturalmente ningum pode prever quanto ainda ficaremos aqui. "sto depende primeiramente de 9ohn 6arshall, seus mutantes e de Guc8;.

 — empre este rato desgra+ado — gritou 5ell, esfregando o quei*o. — 7uer dizer que tudo depende deste camundongo.

 — 2 depende mesmo — concordou <hodan, esfor+ando!se para permanecer srio. — 2stou curioso para saber o que Guc8; vai dizer quando souber o que seu melhor amigo pensa dele.

 — '(o, por todos os deuses do 4niverso — gritou 5ell, como se algum lheenfiasse uma agulha atravs de toda a espinha dorsal. — #udo menos isso, n(o provoquedesnecessariamente o maldito rato. 2u n(o poderia revidar. -cha que eu gostaria de ficar de novo tr%s horas dependurado sob o teto, at que o espantalho se dignasse me dei*ar descerA -final, n(o sou nenhum mutante, sou um homem normal.

<hodan tirou os olhos da tela e olhou pensativo para ele. 4m esbo+o de sorrisoapareceu nos seus l)bios. $arecia que, apesar de sua relativa imortalidade, tinhaenvelhecido nas últimas semanas.

 — 6uito bem — respondeu ele, nada mais. — #alvez n(oA — 5ell fez uma contra!pergunta, mas n(o esperava resposta, pois

logo acrescentouE — 9) teve confirma+(o se Guc8; encontrou os mutantesA — Conseguiu, mas n(o sem dificuldades. 'o momento nossa tropa de ataque est)

num barco a vela, ancorado no porto de terra dos deuses. O nome me escapou. Desdeontem, porm, 6arshall n(o se manifesta.

 — 7uem sabe foram presos — disse 5ell triste. — 2speramos que n(o, 5ell. "sto escangalharia todo meu plano. — 7ue plano, anto Deus. — O de conquistar pacificamente o planeta de Goszul. — Conquistar pacificamenteA... Koc% muito otimista, $err;. Conquista pac1fica, e

os comerciantes matam os nossos onde os encontram. — 'o planeta de Goszul n(o vivem apenas comerciantes — disse <hodan com ar 

srio. — Os abor1gines primitivos s(o totalmente inofensivos, os servos que se tornaraminteligentes na "lha da #erra dos Deuses n(o representam maior perigo se compreenderem

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que se trata de sua pr/pria liberdade. - #erra dos Deuses uma col:nia dos saltadores.Deste ponto a1 que dominam o planeta. 'ormalmente, porm, permanecem na #erra dosDeuses, quando muito, duas dúzias de saltadores. - aglomera+(o atual uma e*ce+(o,com a qual temos que contar. - tudo isso acrescente ainda os milhares de rob:s detrabalho e de combate, que temos que ter em conta de inimigos srios. '(o obstante tudoisto, ainda aspiro a uma conquista pac1fica.

 — 6uito prazer em sab%!lo — resmungou 5ell, que ainda n(o compreendia onde<hodan queria chegar. — 2 como voc% vai conseguir istoA Ficando aqui, esperando atestarmos perdidosA

<hodan apontou para uma cai*inha quadrada 3 sua frente, em cima da mesa decontrole. -o lado dela havia alguns bot0es, enquanto que a parte superior apresentava umconunto de l=mpadas de controle.

 — Olhe l). Com isso posso entrar em contato com 6arshall ou com Guc8;.-guardo not1cias e antes que cheguem n(o podemos tomar nenhuma iniciativa.

 — Com os transmissores fict1cios podemos mandar tantas bombas... — 9) recusei uma vez tal proposta, 5ell — lembrou!o <hodan. — '(o quero que

nossa posi+(o sea descoberta. e dei*armos o servi+o para 6arshall e seu grupo,nenhum dos saltadores chegar) a imaginar que n/s que estamos atr)s desta a+(o, se que algum dia cheguem a perceber que isto foi uma a+(o. $elo contr)rio, atribuir(o suaderrota muito mais a uma doen+a normal.

- cara de 5ell parecia um ponto de interroga+(o.De repente seus olhos se iluminaram.

 — 6inha intelig%ncia a mesma que a sua, mas eu nunca entendi bem de palavrascruzadas e charadas. $or favor, tenha a gentileza de...

<hodan teve realmente a gentileza. — Guc8; levou consigo uma multid(o de coisas util1ssimas, a mais útil delas s(o as

 bombas do esquecimento. — -s bombas do qu%A — -s bombas do esquecimento. Foram desenvolvidas na #erra e simultaneamente

com elas tambm o anti!soro. <esumindoE trata!se de uma arma bacteriol/gica que ap/salgum tempo ataca o inv/lucro pl)stico das bombas e se espalha rapidamente. #odohomem que entrar em contato com a bomba, manifesta logo sintomas de uma doen+adesconhecida. $lacas vermelhas no rosto, dores na nuca, sensa+(o de cansa+o, etc. 6as o

 pior vem aindaE o crebro da pessoa atingida n(o funciona mais direito. '(o poder) maisse lembrar de nada. 2squece tudo. 'uma palavra, os atingidos ficam doidos.

 — 2 a isto voc% d) o nome de conquista pac1ficaA — protestou 5ell espantado. — 7uer, pois, dei*ar os goszuls doidosA 7ue tem isso a ver com humanidadeA

 — '(o se esque+a do anti!soro. -tua no sentido contr)rio. Os doentes se curamimediatamente e a doen+a n(o dei*a absolutamente nenhuma conseqM%ncia. ? como senunca tivessem ficado doentes.

5ell parecia indeciso. — '(o estou compreendendo nada. $ara que ent(o toda esta palha+adaA — Os saltadores prov%m da mesma ra+a que os goszuls, isto , dos arc:nidas.

$ortanto n(o s(o imunes a nossa doen+a.

O rosto de 5ell se iluminou como um sol resplandecente. — -h... quer dizer ent(o que t%m de chegar at n/s, se quiserem obter o ant1doto.

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<hodan abanou a cabe+a. — '(o havia pensado diretamente nesta hip/tese. $ara mim o essencial que da1

em diante eles evitem o planeta dos goszuls, como a pr/pria peste. e chegarem 3conclus(o de que o planeta est) perdidamente contaminado, nunca mais voltar(o. Koc%tem outra idia melhorA

5ell tinha que conceder que n(o podia haver uma idia melhor. eus cabelos ) pareciam mais deitados um pouco, pois sua incerteza n(o e*istia mais. abia agora por que <hodan estava esperando.

R R R

7uando o dia amanheceu, 9ohn 6arshall acordou seus companheiros. Os aponesesabriram os olhos e viram os primeiros raios de luz penetrando pela pequena clarab/ia emsua cabina.

 — 9) dia — acrescentou #a8o, e pulou para fora do beliche. — Como vai Guc8;AO rato!castor se materializou no meio da cabina, como se tivesse ouvido a pergunta,

o que, na verdade era um fato. — 2stou aqui — disse chiando e alisando seu p%lo. — Dei uma olhada em volta, os

marinheiros ainda est(o dormindo. $arece que trabalharam demais ontem, est(ocansados. #udo calmo, como que preparado para nossa opera+(o.

 — 2stou feliz de n(o ser teleportador — murmurou >itai, permanecendo tranqMilona cama. — -cham que d(o conta de tudo sozinhosA

#a8o abotoava seu casaco. — -cho que sim, Guc8; e eu. 9untos conseguiremos tudo, mesmo que n(o sea de

uma s/ vez. $erto do lugar em que Guc8; afundou as coisas no rio, h) um banco de areia.) colocaremos o neg/cio.

 — 2 de l) traremos cai*a por cai*a para o navio — acrescentou o rato!castor. — 2speramos que os rob:s n(o nos atrapalhem os c)lculos. Os homens de a+o est(oequipados com instrumentos de rastreamento de alta sensibilidade.

 — 2 alm disso, com raios energticos — ponderou 9ohn. — Koc%s devem agir commuita cautela.

 — ? claro — chiou Guc8;, e alegre pegou a m(o de #a8o para o guiar. — Koc% est) prontoA

O teleportador abanou a cabe+a afirmativamente, procurando esbo+ar um sorriso. — $egar pela m(o n(o adianta muito, mas d) a qualquer um pouco mais de

coragem. -s coordenadas do salto, eu ) conhe+o. — $ousaremos no banco de areia, #a8o. e houver perigo, n(o pular cegamente,

mas voltar para c).Guc8; concordou, dizendoE

 — #udo prontoA9ohn e seus dois companheiros presenciaram como o apon%s e o rato!castor se

desmaterializaram. 2ra sempre o mesmo quadro. $rimeiro parecia que os dois estavamatr)s de uma muralha de )gua transparente, que aos poucos se punha em movimento.

Depois, n(o restava mais nada.9ohn, >itai e #ama ficaram sozinhos na cabina.

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8

Kagarosamente o rio caracolava na dire+(o do mar. $ercorria quase a metade docontinente que os abor1gines chamavam de #erra dos Deuses, mas n(o via muita coisa daciviliza+(o ali e*istente. 2m contraste com os outros continentes, a #erra dos Deusestinha atingido um alto grau de civiliza+(o, em virtude das grandes instala+0es dossaltadores aqui constru1das. $rincipalmente no litoral, surgiram instala+0es portu)rias dealto n1vel tcnico que pareciam modernas demais para os barcos a vela e n(o tinham,

 portanto uma utiliza+(o adequada.O mais not)vel era o espa+oporto, que devia ser considerado o centro da

administra+(o colonial. -s naves dos saltadores eram a1 revisadas e consertadas. 2ra umtra+o caracter1stico desta ra+a que eles n(o tinham propriamente um planeta!p)tria.$ossu1am, no entanto, muitos planetas!col:nia como pontos de apoio, que se tornaram,ali)s, necess)rios para uma e*ist%ncia pac1fica no espa+o.

 'aturalmente, todas as instala+0es tinham que ser protegidas contra poss1veissabotagens por parte dos nativos, pois os saltadores n(o se preocupavam em lutar comra+as subdesenvolvidas. $ara isso eles tinham os rob:s, m)quinas aperfei+oadas,comandadas positronicamente e de apar%ncia human/ide. #inham tudo que uma fortalezaem miniatura devia ter, para se defenderem contra for+as superiores. ua semelhan+a comas m)quinas de combate dos arc:nidas n(o era mera coincid%ncia. Os saltadores

 pertenceram igualmente ao grande reino estelar dos poderosos arc:nidas, ficando maistarde independentes e fundando seu pr/prio imprio, sem, porm, dar maior import=nciaa limites fi*os. Faziam comrcio onde podiam. 2 comerciavam com tudo que pudessetrazer dinheiro, bem!estar e poder.

- #erra dos Deuses era, pois, menos controlada pelos saltadores do que propriamente pelos rob:s. -poiavam!se assim nos colaboradores volunt)rios, isto , nosgoszuls submetidos a um doutrinamento hipn/tico, nos nativos desprezados, mas tambmtemidos, chamados servos dos deuses. 2ram tidos como traidores de sua ru+a.

O banco de areia mal tinha um metro de altura na sua parte mais elevada, acima don1vel da )gua calma do rio. -s margens estavam longe, mas n(o longe demais paracomprometer a seguran+a de cem por cento. O rio, ali)s, n(o constitu1a nenhumimpedimento para os pesados rob:s.

Guc8; se materializou do nada e viu como tambm #a8o surgia do ar vazio. 4msimples relance de olhos mostrou aos dois que estavam sozinhos. -li)s, quem que viria

 procurar alguma coisa no banco de areia a estas horas da manh(A — 4m pouco frio, acho eu — disse o apon%s desconfiado. — 2 com esta

temperatura temos que tomar um banhoA — '(o tem import=ncia — disse Guc8;. 2u dou um pulo de e*peri%ncia e lhe dou

ent(o as coordenadas e*atas. Depois saltaremos untos. 6aterializamo!nos no fundo dorio, que em nenhum lugar tem mais de cinco metros de fundura. $egaremos uma cai*a evoltaremos para c). '(o ficaremos mais de dez segundos debai*o d)gua.

 — Dez segundos muito tempo, quando n(o se pode respirar.

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 — "sto tem menos import=ncia que o frio, e o medo de que algum perceba nossaopera+(o secreta.

#a8o e*aminou o ambiente em volta. - margem norte era plana e n(o oferecianenhum esconderio. Deste lado ningum podia surgir despercebido, muito menos umrob:. - margem sul estava coberta de florestas e era muito irregular. Bavia pequenasenseadas e pontas de terra que avan+avam para dentro do rio. e tivesse que haver umataque, teria que come+ar por estes lados.

 — 2nquanto os rob:s de vigil=ncia n(o nos perceberem, n(o haver) nenhum ataque — disse o apon%s tentando encoraar o rato!castor e a si mesmo. — Comecemos logo para n(o perdermos tempo.

Guc8; concordou e imediatamente desapareceu.#a8o ficou esperando.Dez segundos mais tarde, materializou!se a seu lado uma cai*a met)lica reluzente e

 pingando )gua e unto dela Guc8;. — 9) trou*e uma comigo — guinchou o rato!castor ofegante. — 7ue sorte que a

correnteza n(o est) forte, do contr)rio n(o encontrar1amos nem a metade das coisas. Oneg/cio est) espalhado num raio de TP metros, dire+(o e*ata leste. Kamos tentar maisA

O apon%s concordou e pularam na )gua. 6eia hora depois, ) tinham recolhidoquase tudo. 'em tudo foi t(o f)cil como no in1cio, pois algumas cai*as tinham sidoencobertas pela sedimenta+(o da areia do rio. De qualquer maneira, foi!lhes poss1vel,depois de muitos mergulhos, libertar as cai*as da areia e finalmente traz%!las para cima.) estavam elas empilhadas propositalmente em forma de pir=mide.

#a8o estava com os olhos bem comprimidos, quando falouE — Gostaria de sugerir que primeiro ponhamos a salvo estas aqui, antes de

continuarmos com a procura no fundo do rio. O que estiver l), est) em seguran+a, o quen(o se pode dizer das que est(o no banco de areia.

 — Combinado — disse Guc8;. — 4ma sugest(o muito l/gica, eu carrego a cai*acom as bombas e voc% a com os g%neros aliment1cios. Kamos embora depressa.

9ohn quase teve um colapso quando, no meio da cabina, surgiu uma cai*a,empurrando!o para o lado, de modo que checou a trope+ar no beliche pr/*imo,continuando deitado. Guc8; materializou!se em cima da cai*a, com ares de um her/i.

 — 6ercadoria e*pressa acaba de chegar — disse ele, dando um pulo para o belichesuperior, pois na mesma hora se materializou a segunda cai*a. #a8o passou raspando nelae acabou deitado no úmido ch(o de madeira.

 — ? s/ isso — perguntou 9ohn de cima da cama, contente de que >itai e #amaestavam no momento dando um giro pelo barco para se convencerem do estado deesp1rito pac1fico da tripula+(o. — -qui n(o cabe mais muita coisa.

 — Koc%s podem ir audando um pouco — disse #a8o — colocando as cai*as numlugar seguro, que possa ser fechado, enquanto n/s vamos buscar as outras. (o ao todotalvez vinte cai*as.

 — KinteU — suspirou 9ohn saindo da cama. — Kinte destas cai*asA — - maioria delas de tamanho pequeno e est) bem empacotada. "nfelizmente

sofreram um pouco com o transporte, mas continuam imperme)veis. Guc8; confirmou as palavras de #a8o com um aceno de cabe+a, dizendoE

 — $recisamos continuar o trabalho, vamos embora.

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Deram um pulo para fora. "nfelizmente estavam pulando numa cilada que lhes fora preparada.

R R R

<>!PV era um dos rob:s de combate que tinham a incumb%ncia de controlar umadeterminada regi(o. Geralmente estes rob:s ficavam em seus abrigos aguardando o sinalde entrar em a+(o. 2ste sinal era transmitido, atravs do r)dio pelos rob:s de vigil=ncia,que e*istiam em grande número e cua miss(o era controlar permanentemente o territ/riode sua urisdi+(o. 2m geral, era um servi+o apenas de rotina, pois ningum contava comuma revolta dos inofensivos goszuls, nem mesmo por parte dos desconfiadosgovernadores da #erra dos Deuses. Consideravam os nativos como súditos d/ceis, queainda deveriam estar gratos pela tutela de uma ra+a superior.

Os rob:s n(o se dei*avam levar por sentimentos nem por suposi+0es. 2stavam programados e cumpriam seu dever, que lhes era ditado pelo crebro positr:nico. / se baseavam em fatos e nada mais.

- opera+(o no banco de areia era um fato.O rob: de vigil=ncia <W!SXT registrara esta altera+(o e a transmitira ao crebro

central do seu posto de comando. -li, a mensagem foi e*plorada e tomadas as provid%ncias cab1veis. O rob: de combate respons)vel pela regi(o era o ) mencionado<>!PV. <ecebeu a ordem de ativamento e se p:s em marcha na dire+(o do rio.

6as a central de comando do posto de vigil=ncia devia se lembrar ainda dosacontecimentos anteriores, pois n(o se baseavam apenas nas informa+0es de um s/ rob:.abia!se que se tratava de um advers)rio misterioso, que n(o devia ser menosprezado, ecom toda certeza n(o era nenhum habitante deste planeta atrasado.

#ais eram as conclus0es l/gicas do crebro positr:nico que tudo dirigia, emborasilenciasse sempre que se perguntava sobre a identidade do inimigo misterioso. 'ingumdevia saber quem era, ao menos no come+o.

Kindos de diversas dire+0es, seis rob:s de combate marchavam em dire+(o ao bancode areia, para se colocarem sob o comando do <>!PV. 'a margem sul do rio, estava de

 prontid(o um pelot(o de goszuls de quociente intelectual mais elevado, equipado comarmamento leve, com a incumb%ncia de n(o permitir a passagem de ningum e de

 prender qualquer pessoa suspeita.#udo isto aconteceu e*atamente enquanto Guc8; e #a8o mergulhavam 3 procura das

cai*as ca1das no fundo do rio, para empilh)!las no banco de areia. Das duas margens, n(ose podia ver bem o que se passava. De vez em quando, os observadores notavam umafigura humana, que podia ser t(o bem um goszul como tambm um saltador. De qualquer maneira, aquele pequeno vulto estava causando muita dor de cabe+a ao crebro

 positr:nico do posto de comando.2, de repente, desapareceram as duas figuras, como se tivessem sido dissolvidas,

 untamente com duas cai*as, em pleno ar."sto foi para eles, os rob:s de combate, o motivo de ocuparem o banco de areia.

Caminharam simplesmente para frente e desapareceram dentro do rio. -ssim n(o perdiamsua possibilidade de locomo+(o no espa+o, a )gua tambm n(o lhes apresentava

dificuldades. Com a maior naturalidade, caminhavam no fundo do rio e, quando a )guacome+ou a ficar rosa, subiram para o banco de areia. -1, procuraram um esconderio, para

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surpreenderem os dois seres estranhos quando estivessem de volta. - ordem que haviamrecebido era de n(o matarem, mas sim de pegar vivos os dois desconhecidos.

2 e*atamente a1 que estava a sorte de Guc8;.

R R R

6ais ou menos a cinco metros da pilha de cai*as, Guc8; e #a8o se materializaramsimultaneamente. 2ste estranho fen:meno n(o provocou nenhuma rea+(o nos rob:s, poisestes monstros mec=nicos n(o se admiram de nada, nem mesmo de acontecimentos quaseimposs1veis. 6as o fen:meno foi realmente t(o r)pido, que #a8o ) havia pegado a cai*ae iniciado a volta, quando os quatro rob:s se puseram a caminho, abandonando seuesconderio.

Guc8; estava e*atamente escolhendo uma determinada cai*a.O barulho que ouviu 3s suas costas o obrigou a virar para tr)s. Os quatro monstros

marchavam resolutos e amea+adores na areia solta, contra ele. Dois deles se desviaram para os lados, para lhe cortar a retirada — ali)s, uma coisa muito dif1cil, no caso de umteleportador, como veriam logo a seguir.

Guc8; dei*ou a cai*a onde estava e se teleportou a uma altura de duzentos metros,onde de novo se materializou. uas propriedades telecinticas lhe permitiam pairar normalmente no ar e, de l) de cima, contemplar calmamente o desenrolar dosacontecimentos.

 '(o era dif1cil perceber o que estava acontecendo.) no fundo, na margem norte estavam tr%s outros rob:s de combate em posi+(o de

sentido, aguardando ordens para entrar em a+(o. Os goszuls na margem sul do rioestavam um pouco mais camuflados, mas Guc8; os descobriu imediatamente. Devia,

 porm, admitir que a automatiza+(o do sistema de vigil=ncia dos saltadores era perfeita efuncionava instantaneamente. 'o espa+o de meia hora, tinham eles percebido suaatividade na ilha e tomado as provid%ncias cab1veis.

2 #a8o, que n(o estava a par de nada, podia voltar a qualquer momento. Guc8;resolveu ent(o tomar as contramedidas. 2m vez de se desmaterializar, dei*ou!sesimplesmente cair. Despencou como uma pedra em cima dos rob:s e com um pequenodesvio caiu a quase cinqMenta metros deles, na parte leste do banco de areia. -gora ele

 poderia se concentrar bastante e p:r em atividade suas for+as telecinticas.4m dos rob:s de combate se ergueu no ar, sem maior esfor+o, antes que Guc8;

tivesse tempo para se virar e tomar conhecimento da situa+(o. ubiu at uma altura decem metros, atirando loucamente em volta e foi de tal maneira para o lado at que parousobre a margem sul, no trecho cheio de florestas e de rochedos, onde os goszuls tinhamtomado posi+(o. Guc8; n(o tinha propriamente tempo, mas n(o conseguiu vencer atenta+(o.

2 assim, o rob: n(o caiu imediatamente, mas e*ecutou no ar dois loo"ingscompletos, descreveu uma curva maravilhosa em cima dos goszuls, perple*os, e foi bater com e*trema velocidade de encontro a uma rocha na margem, espatifando sua cabe+amet)lica. O resto rolou como sucata nas )guas tranqMilas do rio, desaparecendo parasempre.

Chegou a vez do segundo rob:.

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Depois de um passeio art1stico no ar, terminou tambm de encontro ao rochedo,apenas com a grande diferen+a de que ele conseguiu transformar um peda+o da rocha emlava incandescente. "sto, porm, apressou seu fim. ibilando se precipitou nas )guas dorio untamente com um bloco de pedra em brasa.

Guc8; ia se concentrar no terceiro rob: e*atamente quando #a8o voltou. 2 o apon%s se materializou diretamente entre os dois monstros que estavam atacando Guc8;.2stava t(o perple*o que nem se me*eu. Felizmente os rob:s n(o deram muita aten+(o a#a8o. ua preocupa+(o era, com toda raz(o, o pequeno rato!castor, o advers)rio mais

 perigoso que era necess)rio botar fora de combate.- ordem recebida tinha que ser cumprida. -inda n(o tinha sido transmitido o

comando de matar. Os rob:s em geral t%m muito pouca considera+(o consigo mesmo,embora os rob:s de combate formem uma certa e*ce+(o. 7uando eles estavam em perigode serem aniquilados pelo advers)rio, fundia!se automaticamente o rel% de travamento e

 passavam ent(o a fazer uso de suas armas mort1feras. — De volta para o navio — guinchou Guc8;, que ulgava ter ainda uns segundos

livres. — 2u volto tambm, quando tudo estiver normalizado.#a8o obedeceu, desaparecendo no ar.Guc8; pensou na opini(o de 9ohn a respeito da humanidade e optou por um

espet)culo muito impressionante. 2sperava tambm assim poder influenciar  beneficamente os goszuls, que futuramente seriam seus aliados.

Os dois rob:s de combate que ainda restavam foram transformados em dois avi0es.2*atamente em cima dos goszuls, que naturalmente n(o compreendiam o que estava se

 passando e acreditavam que os deuses met)licos estavam loucos, e*atamente em cimadeles que os tais avi0es come+aram a e*ecutar loo"ings, folhas!secas e os v:os rasantesassustadores. Finalmente, como ponto alto da e*ibi+(o, os dois se distanciaram, fizeramuma curva de volta e se precipitaram, com velocidade e*trema, um contra o outro, at sechocarem, sob enorme e*plos(o. 2nganchados um no outro, ca1ram os dois avi*esH,semi!fundidos, nas )guas do rio, onde desapareceram.

Os goszuls acompanhavam o espet)culo com toda aten+(o, embora n(o pudesseme*plicar a raz(o de tudo. Baveriam de imaginar que os dois deuses estavam brigando eassim se destru1ram. 'ingum deles chegaria 3 conclus(o de que o animalzinho peludono banco de areia era o respons)vel por tudo.

omente o <>!PV que chegou 3 conclus(o t(o absurda e deu a ordem de ataque ede destrui+(o a seus colegas de a+o. - partir da1, n(o haveria mais considera+(o. O mini!advers)rio era demasiadamente perigoso para poder ser preso.

Os monstros marcharam na dire+(o da margem norte e n(o hesitaram em mergulhar no rio. Guc8; percebeu o perigo. abia que a )gua n(o podia preudicar o mecanismo dosrob:s. -panhou uma cai*a e a teleportou para o navio.

#a8o estava e*atamente descrevendo para 9ohn a situa+(o no banco de areia, quandosurgiu na cabina o rato!castor. 2stava bem apertado, pois >itai e #ama ) estavam devolta.

 — Olha ele a1 — e*clamou #a8o com fisionomia de aliviado. — 7ue se passou por l)A Koc% fugiuA

-pesar da seriedade do momento, Guc8; teve tempo de se sentir ofendido.

 — Fugiu...A — repetiu perple*o e encolerizado ao mesmo tempo. — Como poderiaimaginar istoA / tive um pensamento. >itai, uma companhia inteira de goszuls est) l) no

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rio esperando por um tratamento seu. 7uem sabe voc% vai transform)!los em nossos bonsaliados.

 — 4ma companhia inteiraA — disse >itai arregalando os olhos. — 7ue podemosfazer com elesA

 — 6uita coisa. Koc% vai sugerir na mente deles que devem esquecer todas as outrasordens e se dirigirem para o porto. -qui, eles ser(o recebidos por n/s. #enho uma miss(ovital para estes irm(os.

>itai queria perguntar ainda alguma coisa, mas um gesto de 9ohn o dei*ou calado. Otelepata ) tinha compreendido o plano de Guc8;.

 — >itai far) o que voc% disse — falou dirigindo!se a Guc8;. — 2 os armamentos,est(o garantidosA

Guc8; se preparou para saltar. Fi*ou os olhos em >itai que ele tinha que levar consigo e o pegou pela m(o, dizendoE

 — -inda n(o. #r%s rob:s de combate est(o l) tentando se apoderar deles. 6as euvou botar muita pimenta nesta sopa.

 — <ob:s de combateA — disse 9ohn horrorizado. — Como vai se desvencilhar delesA

 — '(o se preocupe, amigo. 7uatro deles eu ) destru1, servindo!me de seus poucosconhecimentos de pilotagem. 6ais tr%s ou menos tr%s, n(o tem maior import=ncia.

Com esta e*plica+(o sum)ria e mais ou menos misteriosa, ele desapareceuI >itaitambm n(o estava mais na cabina. #a8o, ulgando!se preterido, perguntou a 9ohnE

 — 2 euA $osso tambm...A — 2spera um pouco — resolveu 6arshall. — Guc8; vem busc)!lo quando precisar.

- única coisa que podemos fazer esperar.Guc8; se materializou. '(o se via ainda nada dos rob:s. Deviam estar ainda

debai*o d)gua, podendo aparecer a qualquer momento na praia do banco de areia. — Do lado de l), na margem sul, >itai. Os goszuls ainda est(o em posi+(o de

sentido e n(o sabem o que pensar das maravilhas que est(o presenciando. #ome contadeles e n(o se preocupe com o que vai acontecer aqui. ? melhor voc% se esconder paraque os rob:s n(o o veam.

 — 7ue rob:sA — 2st(o brincando de submarino, mas devem emergir logo — e*plicou Guc8;,

continuando a olhar para a praia do banco de areia. — 6as, vamos embora, n(o temosmuito tempo.

 'otou a uns metros de dist=ncia da praia um redemoinho na superf1cie da )gua. O primeiro dos rob:s, com sua cabe+a met)lica apontou fora d)gua.

Guc8; gostava de variar. 'ada lhe era t(o desagrad)vel como a monotonia. 2 se eledestru1sse estes tr%s rob:s do mesmo modo como os quatro primeiros, seria terrivelmentemon/tono.

De um momento para o outro arquitetou um plano e o p:s em e*ecu+(o. ) namargem sul, havia muitas rochas separadas, que poderia facilmente comandar telecineticamente. -t que enfim o rato!castor podia brincar 3 vontade, como sua ra+a l)no $laneta Kagabundo chama a movimenta+(o da matria por telecinsia.

Os goszuls, que ainda n(o se tinham recuperado da primeira surpresa, presenciavam

uma outra. -o invs de rob:s voando, havia agora rochedos flutuando no ar, em grandefila. 2rguiam!se da )gua, na parte rasa da margem, veleavam num v:o tranqMilo ao longo

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do rio e se chocavam de repente contra o espelho das )guas, para afundar  borbulhantemente. 'aturalmente, os goszuls n(o podiam saber que sob estes rochedosvoadores havia tr%s rob:s, cuas armas poderos1ssimas de nada valiam sob a )gua.

Finalmente surgiu uma ilha nova de pedra, bem rente ao banco de areia,completando assim o plano de Guc8;. Debai*o desta ilha, sabia ele, os rob:s estariam

 bem guardados, embora mais tarde eles conseguissem se libertar, ou talvez n(o. Dequalquer maneira, n(o era preciso se preocupar com eles no momento. O fato de que osrob:s soterrados pudessem transmitir 3 central o que acontecera com eles, tambm n(o

 preocupava Guc8;. Foi de encontro a >itai no esconderio do banco de areia e perguntouE — 2st) tudo prontoA — im, penso que est). -inda vai levar uns minutos. #enho que percorrer toda a

margem, para n(o escapar ningum. — Ltimo, ent(o continue. Kou recome+ar o transporte das cai*as e apanhar #a8o.

2m meia hora estar) tudo terminado.Koltou 3s pilhas de cai*as e desapareceu com uma delas. Depois que #a8o voltou,

incumbiu!o de transportar o resto do armamento para o navio, enquanto ele pr/prio tirariado fundo do rio as últimas cai*as.

>itai, entrementes, conseguira tudo. "sto se podia ver agora, como os goszulsabandonavam sossegados seus abrigos e se punham em forma para marchar. 4m delesassumiu o comando. em se incomodarem mais com os dois homens e com o rato!castor na ilha, tomaram a dire+(o do litoral e come+aram a caminhar. -ntes da desembocadurado rio, havia uma ponte, sabia >itai. De l) n(o era muito longe para o porto.

Guc8; chegou. — Chegar(o ao porto amanh(, ao meio!dia, e se apresentar(o aos nossos — sorriu o

sugestor. — 2st(o agindo de livre vontade e ainda levam alguns amigos, de maneira queamanh( n/s temos que contar com uma bela multid(o de au*iliares volunt)rios.

 — $oderemos nos utilizar deles — sorriu Guc8;, pegando >itai pela m(o. — Fecheos olhos, irm(o, eu o levo para o navio.

Duas horas depois, todo o equipamento estava bem estocado numa das grandescabinas da proa, para onde 9ohn e seus mutantes tinham mudado, para n(o dei*aremlargadas as preciosas cai*as. Com toda calma, podiam agora e*aminar o conteúdo dascai*as imperme)veis.

Guc8; os audou. -pontou para a pilha de pacotes compridos e relativamentechatos, envoltos em chapas met)licas e disseE

 — O conteúdo o mesmo, basta abrir uma delas.2 assim o fizeram. 7uando a tampa pulou fora, os quatro olharam estupefatos para a

fila dupla de bombas pequenas, do tamanho talvez de uma granada de m(o. O inv/lucron(o era de metal, mas de um material pl)stico de v)rias cores. Guc8; apontando para asvermelhasE

 — 2stas atuam muito depressa. O per1odo de incuba+(o da infec+(o de apenasalguns dias. Dentro de uma semana, a doen+a irrompe. 'as outras demora um poucomais. -1 dentro h) uma lista e*ata.

 — Guerra bacteriol/gica — disse 9ohn, bai*o, sem muito entusiasmo. — '(o se preocupem — disse Guc8;, demonstrando muita alegria. — 'as cai*as

verdes, l) do outro lado, est) o anti!soro. -li)s, estamos diante da deflagra+(o de umaguerra que vai ser muito interessante.

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 — 4ma guerra interessanteA — continuou >itai, num tom de reprova+(o.Guc8; sorriu felizE

 — 2sta ser) de fato interessante.

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3

O bloqueio hipn/tico feito por >itai na mente de Gerag8 n(o durou muito tempo.2le havia voltado para seu aloamento depois de terminada a descarga do navio, ap/shaver comunicado ao rob: de vigil=ncia competente a e*ecu+(o do servi+o. 2ste

 providenciou imediatamente a remo+(o da carga do barco para a rampa do espa+oporto.entou!se na cama de seu aloamento, apoiou a cabe+a com as m(os. Os nervos

tremiam!lhe debai*o da pele bronzeada. 'os olhos mongol/ides havia um piscar nervoso. '(o teria esquecido alguma coisa, que lhe parecia muito importanteA -lguma coisa que poderia melhorar sua situa+(o perante os deusesA

$or mais que refletisse, n(o conseguia se livrar do trauma que envolvia sua cabe+acomo um cintur(o de a+o. 7uando algum bateu 3 porta, tremeu todo como um criminososurpreendido em flagrante. 2*atamente hoe, <alv queria conversar alguma coisa com ele

 — quase se esquecera disso. 6andou o tardio visitante entrar e fechou de novo a porta.<alv era o cabe+a da organiza+(o que pretendia p:r fim no fantasma dos deuses, e ali)s,com viol%ncia. ua estatura ultrapassava a de Gerag8 por uns vinte cent1metros. - pele,de um vermelho!escuro, e*ibia p%los pretos e fortes tend0es. <alv devia dispor de umafor+a f1sica descomunal.

 — '(o se sente bemA — perguntou depois de ter sentado.Gerag8 al+ou os ombros.

 — '(o sei direito como me sinto. 7uem sabe apenas o trabalho e o calor de hoe.? como se tivesse um peso amarrado na cabe+a.

<alv olhou para ele com aten+(o, depois acrescentouE — -contece o mesmo com <ende*, hoe. 2stive em sua casa agora, ali)s ele

 pertencia ao seu pelot(o de estivadores. er) uma casualidadeA — ComoA — O fato de ele estar em condi+0es id%nticas a voc%.Gerag8 fitou <alv.

 — -lguma coisa aconteceu no navio, mas eu n(o me lembro o que foi. Como quea gente pode esquecer uma coisa assimA Certamente me lembrarei depois, mas por enquanto, n(o me lembro de nada. 7ue coisa esquisita.

<alv mudou de assunto. — 'ossos elementos de liga+(o conseguiram capturar um rob: de vigil=ncia e

estrangul)!lo... — Koc%s assassinaram um deus de metalA — '(o diga besteira. Koc% sabe t(o bem como eu que toda esta hist/ria de deuses e

de deuses de metal bobagem. Os tais deuses s(o seres humanos como n/s, possuemnaves espaciais com as quais podem voar de estrela para estrela. ? apenas isso. (oaventureiros que e*ploram a nossa ignor=ncia. Com sua superioridade tecnol/gicaconseguiram escravizar nosso mundo. Baveremos de e*puls)!los do planeta de Goszul,como chamam nosso mundo.

 — 6as capturar um deus de metal, um rob:... O preu1zo n(o vai provocar a ira dosdeusesA Baver(o de nos perseguir com estas m)quinas de combate.

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<alv dava a impress(o de ser dono de um grande segredo. — #alvez voc% n(o saiba ainda, mas n/s conseguimos aliados inesperados. B)

algum tempo, est(o aqui no nosso mundo estranhos que tambm combatem os deuses elhes infligem pesados danos.

 — 2stranhosA — perguntou Gerag8, ficando de um momento para o outro muito pensativo. — Como pode acontecer que esta palavra me faz sentir algo diferenteA '(oestive ocupado hoe com estranhosA

6eneou a cabe+a e cerrou os punhos. — 2nt(oA — perguntou <alv. — '(o se lembra de nada aindaA — $reciso dormir, <alv. 7uem sabe amanh( minha cabe+a ficar) mais clara. #enho

 pressentimento de que coisa muito importante mesmo. Fora disso, que que aconteceumesmo com o rob: que voc%s pegaramA

 — 7ue aconteceu com eleA 2*aminamos seu interior e constatamos que se trata deuma simples m)quina. 2m caso de necessidade poderemos tambm construir taisartefatos, se tivermos as m)quinas para isso, o que n(o levar) muito tempo. e quisermose*pulsar os deuses, temos que tomar suas f)bricas e fazer nossas espa+onaves, com asquais atingiremos as estrelas.

 — #emos as bases indispens)veis para tais empreendimentosA — 2st) tudo preparado. 9) pod1amos ter come+ado esta noite, se 2nzall; n(o nos

tivesse chamado a aten+(o. — 2nzall;A 7ue quer o videnteA — Dev1amos cham)!lo propriamente de o receptor, pois ele pode ler o pensamento

de outros homens, mas n(o apenas o pensamento dos homens, mas o dos chamadosdeuses, tambm. 2 o dos estranhos.

 — Dos estranhosA #er) ele liga+(o com os estranhosA — $equena e por poucos momentos. 2le interceptou uma conversa telep)tica. Os

estranhos devem ser tambm leitores do pensamento. 6as quando ele interveio, ascorrentes de pensamento se dissolveram e n(o ouviu mais nada. 4ma coisa, no entanto,ele ficou sabendoE Os deuses s(o tambm os advers)rios dos estranhos. Ocuparam seu

 planeta natal, mas foram e*pulsos. Kieram para c) para destru1rem uma assemblia geraldos deuses, que chamam, ali)s, de saltadores. '/s mesmos ) presenciamos como elesforam em parte bem sucedidos.

 — -liados — raciocinou Gerag8. — 'unca poder1amos ter contado com amigos eagora de repente os temos. 6as por que n(o se apresentamA $or que se escondem e n(onos procuramA

 — #er(o seus motivos. 2nzall; tenta entrar em contato com eles, at agora semresultado. 2le me avisar) quando souber de alguma coisa. Koc% compreende, nossasitua+(o n(o desesperadora, mas mais prudente que aguardemos um pouco.

 — e os deuses ) n(o estiverem cientes de tudo, em virtude do desaparecimento deum de seus rob:s.

 — #emos que contar com isto — disse <alv levantando!se. — 2 procure se lembrar do que aconteceu hoe no barco. ? muito singular que todos que estiveram sob seucomando hoe, est(o sofrendo de perda da mem/ria. B) alguma lebre escondida por a1.

Gerag8 abriu!lhe a porta.

 — 6as que ser)A — disse ele, sem esperar nem receber resposta.

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- not1cia da e*traordin)ria batalha entre um animalzinho e sete rob:s de combate penetrou tambm nos ouvidos dos rebelados clandestinos. 2m toda parte, nos centros daadministra+(o, estavam os goszuls que davam apoio ao trabalho dos crebros positr:nicose da multi!ramificada automatiza+(o, gra+as aos ensinamentos hipn/ticos que haviamrecebido. -lguns deles tinham tomado conhecimento da ordem de ataque repentina dadaantes do meio!dia e da destrui+(o dos sete rob:s de combate.

2 um pouco mais tarde, uma outra not1cia provocou enorme perple*idade — masn(o somente entre os goszuls, mas principalmente nos c1rculos governamentais dossaltadores. - companhia dos goszuls destacada para o rio, n(o estava mais dandonenhuma aten+(o 3 miss(o recebida, ao invs, ap/s a destrui+(o dos rob:s, se retirara e seencontrava agora a caminho do porto mar1timo. O que iria fazer l) e quem lhe dera ordem

 para isto, ningum conseguia saber.De qualquer maneira, assim que <alv soube da novidade, procurou imediatamente

seu colega Gerag8, que n(o tendo recebido neste dia nenhum comando, ainda estava emcasa.

 — '(o sei o que aconteceu, mas acho absolutamente necess)rio que nos preocupemos com os nossos. '(o quero acreditar que alguns dos nossos subordinadosresolvam agir sozinhos. '(o v(o ter nenhuma chance com os rob:s de combate.

Gerag8, que ouviu calado o relato, disse pensativoE — Como era este indiv1duo que lutou com os rob:s e os venceu. '(o era nenhum

ser humanoA — 'em goszul, nem saltador, nada. 2ra um animal. — 4m animal amais poder) destruir rob:s — disse Gerag8, sem compreender 

nada. — Ou ser) um destes estranhos de quem falou 2nzall;A — ? poss1vel — continuou <alv. — Koc% me acompanhaAOs dois homens sa1ram apressadamente da casa e pegaram o primeiro carro para

lev)!los 3 regi(o do porto. - companhia ainda estava a caminho, n(o tinha, porm,alterado a dire+(o. e mantivessem o mesmo ritmo de marcha, chegariam ao portosomente ao raiar do dia seguinte. $ortanto, se n(o quisessem levantar suspeitas, deviamesperar pelo menos at este momento.

- tarde e a noite ) tinham passado. Baviam se escondido na casa de um amigo, quetambm pertencia 3 organiza+(o secreta. 4m mensageiro estava a caminho para p:r 2nzall; a par de tudo. 2le poderia estar de volta em tr%s horas, se n(o o detivessem.

O tempo passava lentamente. '(o percebiam nada da atividade febril que, entrementes, tomara conta das Centrais

de Kigil=ncia. <)dios cruzavam a #erra dos Deuses, em todas as dire+0es e davam conta3s esferas governamentais dos saltadores dos ine*plic)veis acontecimentos. 'o momento,uma recm!fabricada unidade de rob:s de combate estava dei*ando a f)brica emarchando em dire+(o ao porto. Chamar for+as que mantinham o controle do espa+o,

 parecia muito arriscado para os dirigentes dos saltadores.7uando o dia clareou, o porto parecia um acampamento militar. 2m toda parte, nos

entroncamentos mais importantes, havia rob:s de combate controlando todo o tr=nsito de

viaturas. Os goszuls, ) acostumados, suportavam pacientemente o controle dossaltadores e se comportavam com muita disciplina.

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O telepata 2nzall; conseguiu penetrar na cidade quase despercebido, sem causar suspeita a ningum. ua mente perscrutadora localizou <alv e Gerag8. 6omentos depois,

 batia ele 3 sua porta.Os dois amigos respiraram tranqMilos quando reconheceram o homem t(o

importante. 2ncheram!no de perguntas, mas o velho telepata levantou suplicante as duasm(os e sorriu. entou!se na cabeceira de uma cama e disseE

 — D%em!me um momento para descansar, meus amigos, tenho atr)s de mim umalonga caminhada, e n(o foi f)cil chegar at aqui. Os saltadores est(o irrequietosI est(ovendo que n(o os chamo mais de deuses. O motivo simples de se e*plicarE #ive umnovo contato com os estranhos. 2st(o bem perto daqui, talvez mesmo na cidade.

 — -qui na cidadeA — irrompeu <alv e tinha dificuldade de dominar sua surpresa. — OndeA

 — aberemos logo, pois me pediram para hoe cedo entrar de novo em contato comeles. '(o sei quantos s(o, mas pelo menos dois deles s(o telepatas como eu.

Gerag8 estava sentado num canto e fi*ava um ponto na parede, parecendo fazer umesfor+o muito grande de concentra+(o. 2nzall; lan+ou!lhe um olhar r)pido e fez um gesto

 para deter <alv, que parecia querer falar alguma coisa. O telepata inclinou um pouco acabe+a e fitou Gerag8 com insist%ncia.

De repente falouE — Kou aud)!lo, Gerag8, para refrescar sua mem/riaI talvez consigamos saber mais

alguma coisa. 7ue aconteceu ontem no navioA<alv compreendeu imediatamente e ficou esperando. abia que 2nzall; estava

 penetrando nos pensamentos de Gerag8 e quem sabe conseguiria o telepata ativar amem/ria apagada.

 — 2squisito — murmurou 2nzall; subitamente. — ? como se houvesse um vudiante dos seus pensamentos, posso at perceb%!lo fisicamente. '(o de origem corporal.4nicamente um outro telepata, ou for+a semelhante, talvez um sugestor, poderia t%!locolocado para amarrar sua mem/ria. Ontem voc% esteve no barco que estava no portoA 2l) aconteceu alguma coisaA 7ue foiA '(o, n(o precisa falar, isto cansa muito. 5astasomente pensar, pensar. im, est) melhor. 2stranhos estavam a bordoA O capit(o disse avoc%A 7uatro homens estranhos, que se pareciam com os deusesA 2 voc% se dirigiu a elesIe acabou tudoA Koc% n(o se lembra de mais nadaA

2nzall; respirou profundamente e apoiou as costas na parede, sem tirar os olhos deGerag8.

 — Olhe para mim. Gerag8. 2stes quatro homens, voc% os viu bemA 7ue disseram avoc%A im, pode se lembrar se quiser. "sto, isto, agora est) se lembrando. Foram eles quelhe deram a ordem de esquecer tudo, a voc% e a todos do comando. Koc%s todosesqueceram o que viram. 2stes quatro homens s(o os estranhos que procuramos, s(onossos aliados.

Gerag8 parecia como que sa1do de um sonho. Os olhos arregalados fi*avam o vazio.Depois, abanou a cabe+a.

 — #em raz(o, 2nzall;. Os quatro estranhos est(o no navio. embro!me agora,deram a mim e aos meus a ordem de esquecer tudo. $or que isto, se eles s(o nossosamigosA

2nzall; sorriu.

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 — Koc% se esquece que no barco havia tambm rob:s. 7ue aconteceria sedesconfiassemA (o somente quatro homens, contra um mundo todo. Devem ser 

 precavidos. 6as tenho a impress(o que procuram amigos. Bavemos de descobrir issologo.

 — 7uandoA — perguntou <alv que at ent(o se mantivera calado.2nzall; ergueu a m(o direita.

 — -gora — murmurou, dando a entender aos dois homens que deviam ficar caladosno momento. entado na cama, completamente calmo e im/vel, ouvia seu pr/prio 1ntimo.

Demorou quase uns dez minutos. 'em Gerag8, nem <alv podiam imaginar o queestava acontecendo naqueles dez minutos. abiam que seu telepata estava conversandocom algum, mas n(o podiam entender nenhuma palavra deste di)logo.

Finalmente 2nzall; abanou a cabe+a muitas vezes para frente, olhou em redor edisseE

 — $reparem!se, amigos, voc%s v(o me acompanhar. -cho que a batalha vaicome+ar.

Gerag8 sabia a resposta, mas assim mesmo perguntouE — $ara onde vamosA — $ara o porto, um navio nos espera l).

R R R

O capit(o do veleiro estava convencido firmemente de ter agido por sua pr/priavontade, quando permaneceu no porto, ao invs de ir embora, como prescrevem asnormas. '(o podia saber por que agira assim. >itai tinha arranado tudo para que suasordens fossem e*ecutadas e o efeito de seu sugestionamento durasse um pouco mais.

- figura do apon%s, levemente recurvada, se encostava na balaustrada. Fazia aguarda, enquanto 9ohn 6arshall e os dois outros mutantes revistavam com toda calma oarmamento que Guc8; trou*era. 'a cabina havia lugar suficiente para colocar tudo emordem.

O pr/prio Guc8; estava audando >itai em sua miss(o de aguardar a chegada dostr%s goszuls. 2stava l) sentado, com seus sensores telep)ticos 3 espera. '(o demoroumuito para que, entre os milhares de impulsos que flu1am em sua dire+(o, pudesseselecionar os certos e isol)!los. Com muita dedica+(o, ouviu a conversa de 2nzall;, <alve Gerag8, quando estes se dirigiam para o porto e com muito eito evitavam o controledos rob:s de vigil=ncia, o que nem sempre era f)cil. $ois, nem mesmo um telepata como2nzall; conseguia captar os pensamentos dos rob:s.

- lealdade dos tr%s goszuls era inconteste. O simples di)logo, quase 3 surdina, queGuc8; estava captando, era uma prova suficiente. O rato!castor se teleportou para untode >itai, que levou um susto quando Guc8; se materializou ao lado dele.

 — 9) est(o chegando.>itai suspirou.

 — ? absolutamente necess)rio que voc% ainda sobrecarregue mais meus pobresnervos ) em pandarecosA '(o pode andar meia dúzia de passos, como um homemauizadoA

 — '(o sou homem — respondeu Guc8; triunfante. eu orgulho neste ponto era umfato. — $or que devo fazer for+a, quando tudo pode ser mais f)cilA

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>itai sorriu. — 7uando houver oportunidade, vou sugestion)!lo de que uma galinha. #alvez

cheguemos ent(o a ter um ovo fresco.Guc8; contraiu a fisionomia, murmurou algo inintelig1vel e apontou para o porto.

 — ) v%m os tr%s, est) vendoA O mais velho deles o telepata 2nzall;, com quem9ohn ) manteve muitas conversas. O da direita deve ser <alv, o chefe dos rebeldes.ogicamente, o da esquerda deve ser o nosso amigo Gerag8, que voc% ) teve emtratamento.

>itai reparou como os tr%s homens, com muita habilidade, se esquivaram de umrob: de vigil=ncia e depois simularam ter um trabalho muito importante para realizar no

 porto. $assando pelos dep/sitos, apro*imaram!se do cais, onde estava o veleiro.2nquanto caminhavam, cumprimentavam naturalmente alguns goszuls que os olhavamcom curiosidade.

Guc8;, e*citado de contentamento, escondeu seu dente de roedor e chiouE — Kou avisar os outros. '(o e*atamente necess)rio que os tr%s negociadores

veam imediatamente todo o nosso arsenal de muni+(o. Com este tempo bonito, podemosconversar no tombadilho. 7ue pensa voc%A

 — $rocure saber primeiro o que 9ohn pensa a respeito. 2le o nosso chefe. — #ambm o meuA — disse Guc8; admirado — e desapareceu.$referiu de novo poupar suas for+as corporais.>itai concentrou toda a sua aten+(o nos rebeldes, que, meio indecisos, estavam

 parados diante do port(o de entrada, que ligava o navio com o cais. evantou!se e acenou para eles.

2nzall; correspondeu 3 sauda+(o e caminhou para frente.9ohn 6arshall e seus companheiros aguardavam os h/spedes no convs superior.

Com au*1lio dos meios que possu1am, conseguiram alterar finalmente sua fisionomia.$areciam agora goszuls normais e n(o mais se assemelhavam aos saltadores. 9) erachegada a hora em que n(o precisavam mais andar inc/gnitos entre os comerciantes dasgal)*ias, pelo contr)rio, queriam passar por nativos, pelo menos perante os saltadores.

Guc8; se manteve um pouco nos fundos. Devia aparecer somente mais tarde — e orato!castor planeava fazer isto de uma maneira muito marcante.

2nzall; e 9ohn se mediram com olhares perscrutadores. "nvisivelmente, seus pensamentos iam e voltavam, pesquisando, perguntando e dando respostas, ap/s o que2nzall; estendeu ambas as m(os e caminhou de encontro a 9ohn.

 — 5em!vindo, filho de um mundo estranho — disse ele no mais puro "ntercosmo,l1ngua de comunica+(o dos saltadores e tambm do "mprio -rc:nida. — Kieste para nosaudar, veo que n(o mentes.

 — 2stamos felizes por n(o estarmos mais sozinhos — afirmou 6arshall,cumprimentando tambm os dois companheiros do telepata. -presentou depois os tr%s

 aponeses. — entemo!nos aqui, ningum nos perturbar) e podemos, alm disso,supervisionar todo o porto. uponho, 2nzall;, que temos muitas coisas a debater mutuamente.

entaram!se nos rolos das amarras e em esteiras. 'o cu brilhava um sol quente, no porto havia pouco movimento. O aparecimento súbito dos muitos rob:s de vigil=ncia era

coisa comum, mas o fato de haver rob:s de combates em todos os pontos estratgicos provocava um ar de desconfian+a.

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 — 7uereis saber, certamente, alguma coisa sobre a nossa organiza+(o — disse2nzall; obetivamente. — <alv a pessoa indicada para e*plicar isto, seu fundador echefe.

<alv abanou a cabe+a orgulhoso e disseE — Fa+a perguntas, senhor, e eu responderei.9ohn fez sinal que concordava.

 — $ermane+amos no tom confidencial, como convm aos conspiradores e seusaliados, <alv. 6inha primeira pergunta a voc% E 7ual a for+a do seu grupo deresist%nciaA Com quantos elementos contaA

<alv fez uma cara de surpresa. — Bonestamente falando, n(o sei e*atamente. O conunto das circunst=ncias e*ige,

em benef1cio da seguran+a pr/pria, que n(o tenhamos uma organiza+(o como deveria ser./ posso dizer que temos aliados em toda parte, que gostariam que os deusesdesaparecessem hoe e n(o amanh(. 'em todo mundo est) pronto para lutar por estesideais e abdicar desta vida relativamente c:moda e segura ou at mesmo para correr orisco. 2les... voc% compreende, como estou pensandoA

9ohn fez que sim, mas n(o disse nada. <alv continuouE — #emos nossa senha. :uere#os !a#inhar !o# segurançaH, assim dizemos. e

recebermos a resposta correspondente, sabemos que estamos lidando com um membro denossa organiza+(o.

 — "sto n(o um pouco perigosoA — De maneira alguma, n(o h) traidores no meio dos goszuls, h) no m)*imo

covardes. — O senhor poderia, por favor, me e*plicar qual neste caso a diferen+aA2nzall; se intrometeuE

 — 2u posso e*plicarA 'enhum goszul ir) para os saltadores, por motivos ego1sticos, para lhes dizer que e*iste um grupo de resist%ncia. "ndependente do fato de que a ira deseu pr/prio povo o haveria de atingir, pois os saltadores n(o os protegeriam. 6as n/stemos muita gente a quem agrada a vida que levamI estes amais se revoltar(o contra ossaltadores, mas tambm n(o trair(o os lutadores da resist%ncia. 2stes s(o os tais quechamamos de covardes.

 — 2 se algum os obrigar a trair seus patr1ciosA2nzall; sorriu friamente.

 — 2stamos acostumados a suportar qualquer sofrimento e, em caso de necessidade,suportamos at a morte, mas n(o abrimos a boca.

7uem ria agora era 9ohn, mas era um sorriso de reconhecimento. — 'este caso, eu n(o os chamaria de covardes, 2nzall;. (o coraosos, mas n(o

conseguem tomar uma decis(o. ? s/ isso. '(o os condenemos. De qualquer maneira, n(orepresentam um empecilho. ? isto que eu queria saber.

 — 2 sua segunda perguntaA — perguntou <alv. — 2*istem rebeldes s/ aqui nesta cidade ou tambm em outrasA — #oda a #erra dos Deuses est) cheia de rebeldes, esperando apenas por um

comando para ca1rem em cima dos, assim chamados, seus senhores. $ossuem atferramentas com que atacam e dei*am fora de combate os rob:s.

 — 6esmo rob:s de combateA<alv fez uma cara triste.

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 — -inda n(o, infelizmente. 6as quando ocuparmos as m)quinas e as f)bricashaveremos de...

 — -s f)bricas est(o guardadas pelos rob:s de combate — interrompeu 9ohnseriamente. — Koc% v% que n(o se pode contar este ponto como realiz)vel. #emos que

 proceder de outra maneira se quisermos liquidar os saltadores e seus rob:s. — ComoA — perguntou <alv perple*o. — $or que estamos aqui reunidosA Keam bem, os rob:s s(o seus senhores, porm

s(o ao mesmo tempo servos dos saltadores, que voc%s chamam de deuses. 2*pulsemos, pois, os saltadores deste mundo, que eles ent(o dei*am para tr)s seus rob:s, que emvirtude de sua programa+(o continuam nossos inimigos figadais. 6as isto n(o problemainsolúvel, pois, sob certas condi+0es, os rob:s podem ser desprogramados. e ossaltadores desaparecerem, a maior batalha ) est) ganha.

<alv sorria incrdulo, do mesmo modo como Gerag8. 2nzall;, porm, pareciacompenetrado em seu 1ntimo, demonstrando na fisionomia tra+os de preocupa+(o.

 — #emos os meios e um plano para realizarmos o incr1vel — continuou 9ohn e,olhando para <alvE — $ara e*ecu+(o deste plano, preciso de seu apoio e de sua confian+ailimitada.

 — e 2nzall; confiar em voc%, n/s tambm confiaremos — disse <alvsimplesmente. — 2le pode ler seus pensamentos e sabe que voc% n(o est) mentindo.

 — 2u tambm sou telepata e posso proteger meus pensamentos — avisou 9ohn. — $osso mesmo lhe impingir pensamentos falsos. 6eu amigo >itai um sugestor, podeimpor a voc%s todos a vontade dele e voc%s pensar(o que a vontade de voc%s mesmos.2st(o vendo que a sua confian+a tem que ser muito maior do que sup0em. Koc% temrealmente a certeza de encontrar em n/s seus leg1timos aliadosA

<alv abanou a cabe+a afirmativamente, sem pestanear. — Certamente, pois voc% n(o nos contaria tudo isto, se pretendesse fazer um ogo

suo. Diga!nos, pois, o que devemos fazer.9ohn 6arshall n(o precisava pesquisar os pensamentos de seu interlocutor para

 perceber a veracidade de suas palavras. 6as devia agir com muita prud%ncia, pois se <alvsoubesse o que se iria e*igir dele e de sua gente, talvez ficaria indeciso.

 — $ode ser — disse ele, transmitindo ao mesmo tempo a 2nzall; o seguintecomando mentalE ;o!' deve !alar a +o!a agora, "ois não quero "roteger #eus

 "ensa#entos( ;o!' "oder0 l'8los a+erta#ente( /ão se es"ante, quando sou+er daverdade( 5ais tarde !onversare#os #ais.H 6ais alto, disse ele a <alvE — $ode ser queminhas ordens lhe pare+am desumanas e cruis, principalmente porque atingem seus

 pr/prios amigos. 6uitos deles ter(o que se declarar prontos para adoecer espontaneamente.

 — $ara ficar doenteA — disse <alv perple*o. — Koc% ) deve ter compreendido h) muito tempo, que meramente imposs1vel

e*pulsar os saltadores para fora daqui 3 for+a. 6inha ra+a, que est) em estado de beliger=ncia com os saltadores, n(o pode oficialmente se intrometer nestes assuntos doscomerciantes, portanto, temos que permanecer inc/gnitos. $or outro lado, voc%s s(odemasiadamente fracos para se lan+arem abertamente contra eles. #emos, portanto queusar de astúcia.

 — -t aqui, s/ posso concordar — disse <alv.

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#ambm Gerag8 fez sinal que sim. 2nzall; continuava de c/coras, im/vel,concentrado em si mesmo.

 — 4ma astúcia, portanto — continuou 9ohn, escolhendo palavras para e*por seuintento aos goszuls, o mais suavemente poss1vel. — Os saltadores s/ conhecem aviol%ncia, quando se trata de atingirem seu obetivo. Baveriam, pois, de defender este

 planeta com viol%ncia, se tivessem que defend%!lo de um ataque. 7ue fariam, porm, sefossem atacados por algo completamente desconhecido a elesA Digamos, por e*emplo,

 por uma doen+a, por uma terr1vel epidemiaA — 4ma epidemiaA — <alv se assustou, apesar de tudo. — Koc% sup0e que uma

epidemia poderia e*puls)!losA 2 quando isto acontecesse, de que nos serviria um planetadevastado pela epidemiaA 6orrer1amos todos untos.

 — #rata!se de uma epidemia sem desfecho mortal — consolou 9ohn. — 6ais ainda, possu1mos um ant1doto que produz efeito imediato. 4ma única ine+(o suficiente paradei*ar o doente, quase que imediatamente ap/s, completamente curado.

O chefe dos rebeldes concordou lentamente. — e estou compreendendo bem, voc%s querem travar uma guerra bacteriol/gica

com os saltadores. — '(o apenas com os saltadoresI em certo sentido, tambm com os goszuls.4m manto de sombra encobriu a fisionomia do interlocutor. -banou a cabe+a

confuso. — '(o estou compreendendo. $or que tambm contra n/s, se a quest(o toda

e*pulsar os saltadoresA — -1 est) a astúcia. e os saltadores apenas suspeitarem de que se trata de uma

epidemia artificial, que tem unicamente a finalidade de e*puls)!los daqui, haver(o de procurar ant1dotos e n(o sair(o deste planeta. '(o, no nosso plano de a+(o, temos que dar a impress(o, em quaisquer circunst=ncias, de que se trata realmente de uma verdadeiraepidemia, surgida de repente neste planeta, para a qual n(o h) cura. omente assim queconseguiremos que eles fuam do planeta dos goszuls, para nunca mais voltarem. uafuga deve se desenrolar com tanto p=nico e afoba+(o que dei*em aqui simplesmente suasinstala+0es tcnicas e seus rob:s, para n(o levarem tambm para o espa+o a terr1veldoen+a.

<alv e Gerag8 cruzaram seus olhares. Finalmente, falou <alvE — 6as n(o morrer) ningum e mais tarde todos ficar(o curadosA — 'aturalmente, a epidemia e*tremamente contagiosa e devemos contar com que

quase a metade da popula+(o sea atingida por ela, porm ningum morrer), pelocontr)rio. 'o meu planeta natal, comprovou!se, com a e*peri%ncia que l) fizemos, quedepois da cura surgiram efeitos benficos. ? como o soro ant1doto, que no fundo n(o outra coisa sen(o uma doen+a que faz bem. $rimeiramente fica!se com febre, para depoiscair num sono de convalescen+a, para acordar depois completamente s(o. -ssim ser)tambm com a nossa epidemia artificial. -ssim que os doentes tomarem mais tarde aine+(o, dormir(o e acordar(o com saúde. Com um detalheE ap/s este tratamento, suaintelig%ncia aumentar) em pelo menos QPY. ? uma vantagem que vir) em benef1cio detoda a sua ra+a.

2nzall; ergueu de repente os olhos.

 — 9ohn 6arshall, voc% n(o quer dizer a <alv e Gerag8 em que consiste propriamente esta epidemiaA -cho que eles t%m o direito de saber isso.

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 — ? claro que tenho a inten+(o de lhes contar tudo. eria, porm, taticamente muitoimportante que, fora de n/s, ningum soubesse que esta epidemia realmente n(o

 preudica a ningum. omente o medo sincero dos nativos pode convencer os saltadoresde que a epidemia de origem natural — fez um sinal para 2nzall; e depois continuou,virando!se para os dois outros goszuls, usando um timbre de voz diferenteE — -parecem

 primeiramente no rosto da pessoa atingida pela doen+a placas vermelhas, que depois seespalham por todo o corpo. -p/s uma semana, mais ou menos, a mem/ria come+a aenfraquecer, at desaparecer completamente. Outros sintomas n(o e*istem. -ssim que aine+(o, com o soro, for aplicada, come+a a doen+a a desaparecer e em tr%s dias est) tudonormal. - mem/ria volta novamente, as placas vermelhas somem, e a intelig%nciacome+a a trabalhar melhor que antes.

<alv ficou olhando por muito tempo para seu companheiro, antes de falarE — ?, pois um estado passageiro, mais ou menos como um resfriado. — im, pode!se comparar com um resfriado, embora os sintomas e*ternos seam

muito mais assustadores. 6as tem que ser assim para atingir seu obetivo. -gora, eu pergunto se est) preparado para transmitir a doen+a entre seu povo. - companhia que est)marchando para c) vai audar voc%. <alv estarreceu e ficou p)lido.

 — O qu%A 7uer que eu infeccione meu povoA — ? o único modo de convencer os saltadores de que eles t%m que dei*ar o planeta,

antes que a epidemia os atina.<alv ficou por uns momentos fitando a )gua turva do porto.Finalmente, virou!se para seu interlocutor e disseE

 — 2st) bem. 2*plique!me o que tenho que fazer.

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9

Demorou quatro semanas, mas a1 estava o grupo de resist%ncia de <alv, como umaunidade bem camuflada e e*celentemente organizada. eus agentes estavam distribu1dos

 por toda parte, nas Centrais de -dministra+(o, em todas as instala+0es dos saltadores e deseus rob:s.

- #erra dos Deuses era um pequeno continente de, talvez, QP.PPP quil:metrosquadrados. eu comprimento tinha uns TPP quil:metros, com uma largura em geral deQTP. Os l1deres dos saltadores residiam em diversos lugares e mantinham contato entre siatravs do r)dio. Contatos com outros continentes do planeta eram muito raros. Ossaltadores n(o tinham realmente a inten+(o de se estabelecer a1. "nteressava a eles,

 primeiramente, um ponto de apoio, embora ningum tivesse nada contra os lucros queobtinham dos nativos.

9ohn 6arshall mantinha diariamente contato com 2nzall;, por via telep)tica, paraestar a par dos acontecimentos. 4m dos obetivos destes contatos era o  /avio dos

 5ortosH, uma opera+(o importante que daria in1cio ao movimento contra os saltadores.Do sucesso dessa opera+(o  /avio dos 5ortosH dependia o fato de os saltadores se

dei*arem contaminar — contaminar de p=nico, para abandonarem de uma vez por todaseste planeta que n(o lhes pertencia.

R R R

Dos lados do oeste, se apro*imava da #erra dos Deuses um veleiro de porte mdio.Dos dois mastros pendiam as velas frou*as e em desordem, pois a brisa era muito fraca,vinda do oeste, mal dando para mover o barco. 'avegava lentamente a uma dist=ncia deduzentos quil:metros do litoral da #erra dos Deuses, apro*imando!se do continente.

-lgumas figuras se moviam pelo convs, vagando de um lado para o outro, semnada fazer, embora at um cego pudesse ver que havia muita coisa para fazer. $or todocanto havia sueira. 'as escadas reinava desordem e confus(o. $e+as de roupas,dependuradas sem sentido, balan+avam num vento fraco que n(o refrescava nada.Debai*o do convs, as coisas n(o estavam melhores. -lguns marinheiros deitados nos

 beliches primitivos de suas cabinas despertavam abobalhados e ningum se preocupavacom eles e mesmo o capit(o do quase abandonado navio n(o ligava a nada, indiferentemesmo ao rumo que o barco tomava. 2stava de p no tombadilho, atr)s do tim(o,mantendo!o rela*adamente com uma m(o, enquanto seu piloto dormia l) embai*o. 6asmesmo sem o leme, o barco se encaminhava para o leste. 7ue pretendia ele na #erra dosDeusesA

O capit(o passou a m(o pela testa, abandonando o tim(o. im, que queria ele na#erra dos DeusesA '(o sabia mais. embrava!se vagamente apenas do irrompimento da

 peste h) duas semanas atr)s, quando dei*avam o porto do Continente do Oeste — comque obetivo, mesmoA

O primeiro a ser atingido foi o cozinheiro, e*atamente o cozinheiro. -pareceram!lhe placas vermelhas no rosto e principalmente na nuca. "solaram!no imediatamente, mas )

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era tarde demais. Dois dias depois, as misteriosas placas vermelhas se manifestavam, seme*ce+(o, em todos os membros da tripula+(o. '(o havia propriamente dores, mas umafebre bai*a constante.

omente uma semana depois que o cozinheiro perdeu a mem/ria. $or mais que osoutros se esfor+assem, n(o conseguia mais se lembrar quem ele era. abia apenas queestava num veleiro e adoecera. - partir deste ponto, sua mem/ria funcionava de novo.#udo que havia acontecido antes simplesmente n(o e*istia.

2nt(o, tambm dois dias depois, todos os outros perderam a mem/ria. Cada um nonavio tinha a impress(o de ter nascido h) uma semana atr)s. 2*atamente h) oito diasviera ele ao mundo, com uma intelig%ncia funcionando, porm, sem mem/ria. 2ra esta asitua+(o. Ou seria talvez loucuraA

O capit(o encolheu os ombros. 2ra!lhe mais ou menos indiferente o que estava se passando. '(o sabia por que se dirigia para o leste. Os por0es de carga estavam vazios,como se tivesse que apanhar alguma coisa na #erra dos Deuses. 6as onde e o qu%A '(osabia nem mais de que porto havia partido. 'enhuma resposta.

Olhou l) para bai*o, para o convs, observando aquelas figuras que se moviamat:nitas e que representavam sua tripula+(o. 7ue poderia fazer com elesA 4ma pessoasem mem/ria como uma crian+a, apenas com muito menos intelig%ncia. $odia censur)!losA 7ue iria acontecer com elesA

7uando chegassem a um porto, todo mundo n(o fugiria deles, como se foge da pesteA '(o seriam presos ou mesmo liquidados, para que a peste n(o contaminasse osoutrosA $este que n(o tinha cura... para a qual n(o havia remdio.

$elos lados do leste, bem distante no horizonte, surgiu um ponto que se apro*imavarapidamente. O capit(o do veleiro comprimiu os olhos, tentando distinguir quem vinha aoseu encontro. 4m veleiro n(o podia ser, de modo algum, seria ent(o um destes barcos dossaltadores que viaavam sem vento. 2 era e*atamente isto.

e descobrissem o que se passava aqui no navio, haveriam de chegar 3 idia deafundar aqui mesmo o veleiro, para evitar a propaga+(o da epidemia.

6as, apesar de ter perdido a mem/ria, a intelig%ncia do capit(o trabalhava muitomais firme do que antes. O primeiro efeito positivo da epidemia ) estava semanifestando. - quota de intelig%ncia do capit(o tinha aumentado. 6ais tarde, quandorecebesse o soro de regenera+(o, este efeito ficaria para sempre.

Como que sabia da e*ist%ncia da #erra dos Deuses e dos pr/prios deusesA7uando o esguio contratorpedeiro se apro*imou e se encostou a bombordo, o

capit(o ) sabia como iria salvar a si e a sua tripula+(o. 6as seu temor foi semfundamento.

O saltador que se encontrava a bordo do contratorpedeiro n(o pensava em afundar oveleiro com sua tripula+(o contaminada. 2le estava muito curioso e queria saber e*atamente tudo. -s informa+0es que recebera da Central de Kigil=ncia aumentavam seuinteresse. '(o podia supor o que o estava esperando mas tinha a certeza de que se tratavade algo muito importante.

4m grande perigo se apro*ima do oeste, era a comunica+(o da r)dio dos rob:s. 2ste perigo estava a bordo de um veleiro cua posi+(o era conhecida. 2ra indispens)vel umasevera investiga+(o. 6ais do que isto, n(o sabiam os rob:s.

O governador, seu nome era Gorlap, n(o perdeu um minuto, mandando preparar umcontratorpedeiro. 2le, pessoalmente, iria ao encontro do misterioso veleiro, para descobrir 

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o que realmente era t(o perigoso nele. $u*a, um barco a vela, ser perigoso para osinvenc1veis saltadoresA <id1culo.

 '(o sabia que haveria de mudar de opini(o, em breve.Deu ordem a dez rob:s de combate, para que, como vanguarda, entrassem no

veleiro, que ali)s n(o dava o m1nimo sinal de resist%ncia. $elo contr)rio, os marinheirosque estavam na balaustrada assistiam a tudo indiferentemente e nem se me*eram.

Os dez rob:s entraram a bordo, sem encontrar nenhuma resist%ncia. Gorlap n(oqueria se arriscar, mandou tambm dez rob:s de vigil=ncia, cua intelig%ncia era maisdesenvolvida, embora n(o possu1ssem armas. e houvesse alguma coisa errada em todaesta hist/ria, eles haveriam de notar.

2 notaram realmente alguma coisa. 4m deles transmitiu a mensagemE — #odos aqui a bordo est(o doentes.Gorlap n(o podia esconder sua surpresa.

 — DoentesA — transmitiu ele de volta, fi*ando os olhos nos marinheiros l) do outrolado, debru+ados na balaustrada. — 7ue quer dizer isto, doentesA

 — '(o podemos identificar a doen+a — respondeu o rob:. 'ingum podia dizer que Gorlap era covarde. -rmou!se com um aparelho de raio

mort1fero e saltou pela balaustrada, entrando no esquisito veleiro. ua barba avermelhada,caracter1stico de sua ra+a, tremia de e*cita+(o. Os rob:s de combate estavam im/veis emsuas posi+0es. '(o encontraram nenhuma resist%ncia e se mantinham passivos.

7uando Gorlap viu as caras imundas dos marinheiros, levou um susto. Os saltadoresn(o podiam se quei*ar do progresso de suas ci%ncias mdicas, mas o medo de doen+asdesconhecidas ainda calava fundo em seu subconsciente. 7uantas vezes ) acontecera quedesciam num planeta estranho e eram atacados por um bacilo, contra o qual n(o tinhamdefesa. 7uantas fam1lias ) tinham sido dizimadas, antes que os mdicos tivessemdesenvolvido um ant1doto correspondente. -qui nos planetas dos goszuls n(o haviadoen+as desconhecidas, pelo menos at ent(o.

O homem que estava atr)s do tim(o, soltou a roda e se encaminhou para Gorlap, que permanecia im/vel no parapeito, como se n(o fosse mais dono dos pr/prios movimentos.

 — 7ue aconteceu — perguntou o saltador sufocado, fi*ando os olhos nas placasvermelhas que ocupavam quase toda a pele. — Koc%s est(o doentesA

O capit(o, por uns segundos, ainda ficou pensando como era poss1vel que ele aindaentendesse a l1ngua dos deuses, se tinha perdido toda a mem/ria. '(o achou resposta anem quis quebrar mais a cabe+a com isso.

 — 4ma epidemia — disse ele arrastando!se — irrompeu h) duas semanas. 'ingumneste veleiro est) com saúde.

 — B) mortosA — 'enhum. - doen+a parece n(o ser mortal.Gorlap parecia mais aliviado. 7uem sabe seria uma simples infec+(o e nada maisA

 — 7ual o porto de destino do navioA O capit(o encolheu os ombros. — '(o sei. — '(o sabeA Deve saber qual a incumb%ncia que recebeu. — #alvez eu soubesse antes, mas agora esqueci. 2squecemos tudo. - epidemia nos

tirou a mem/ria e eu sei apenas que sou comandante deste navio e acordei h) oito dias

atr)s. — -cordouA

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 — im, como de um sonho. #udo que havia antes desapareceu no nada. $ouca coisaficou. 2u nem sei mais meu nome. 'ingum neste navio sabe o seu nome.

Gorlap deu um passo para tr)s e levantou os bra+os, como que se protegendo docomandante. '(o longe dali, um rob: de combate se p:s em estado de prontid(o.

 — #odos voc%s perderam o u1zoA — suspirou Gorlap, horrorizado. — '(o o u1zo — defendeu!se o capit(o. — omente a mem/ria, mas igualmente

desagrad)vel. - epidemia contagiosa. O senhor n(o deve permanecer muito tempo aqui.Gorlap se afastou mais ainda.

 — '/s temos ant1doto — disse, procurando dar coragem a si mesmo. — eu navion(o deve, porm, ir para o porto da #erra dos Deuses. Kolte para tr)s.

 — $ara tr)s, ondeA '(o sei de onde venho.Gorlap mordeu os l)bios.

 — Koc% vai de volta para o oeste ou os meus rob:s matar(o todos voc%s eincendiar(o o navio. / assim posso ficar tranqMilo de que a epidemia n(o atingir) a #errados Deuses.

Kagarosamente, o capit(o abai*ou a cabe+a. 4m sorriso frio percorria seusemblante.

 — O senhor se engana — disse ele. — e quer proteger a #erra dos Deuses doflagelo do esquecimento, deve destruir n(o somente meu navio, mas tambm seus rob:s ea si mesmo. #odos voc%s ) est(o com o germe da doen+a inoculado.

O saltador pulou por cima da balaustrada e voltou para bordo de seucontratorpedeiro. #eve um momento de hesita+(o, mas depois, sem dizer uma palavra,desapareceu sob o convs. egundos ap/s, o barco fez uma curva e disparou com todavelocidade rumo ao leste.

Gorlap n(o destru1ra o terr1vel veleiro, mas dei*ara l) seus vinte rob:s. #alveztivessem eles realmente o germe provocador da doen+a desconhecida.

2 ele, GorlapAO saltador tentou espantar o terr1vel pensamento. '(o esteve em contato direto com

o capit(o doente.ContatoAim, as solas de seus sapatos tocaram as pranchas de madeira do veleiro e suas m(os

tambm tocaram a balaustrada.Desgra+ado, deveria ter afundado o veleiro. e o vento continuasse assim, alcan+aria

o porto em uma semana. -t l), teriam que ser tomadas todas as provid%ncias. 'adaestava ainda perdido. 7ualquer Central de Comando podia ainda transmitir a ordem aosrob:s do navio contaminado, para que afundassem o barco. Os rob:s obedeceriamimediatamente, mesmo que com isso fossem parar no fundo domar. 2stando n(o muitodistante do litoral, conseguiriam se salvar, caso a press(o da )gua n(o os destru1sse antes.

Gorlap olhou para suas m(os. - pele estava bem morena e sadia.7uanto tempo levaria at que come+assem a aparecer as horr1veis placas vermelhasA

er) que iriam aparecerA

R R R

2m /rbitas diferentes estavam ainda muitas naves dos saltadores circunvoando o planeta Goszul. #ratava!se dos patriarcas de cada um dos cl(s que estavam se reunindo

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neste ponto de apoio situado um pouco para fora das linhas comerciais, a fim de planearem o ataque contra a long1nqua #erra.

-ssustados com as fantasticamente r)pidas a+0es dos mutantes e horrorizados comos preu1zos sofridos, abandonaram o planeta com suas naves, e no momento semantinham no espa+o, que n(o tinha nenhum segredo para eles. -guardavam l) em cimaque os governadores conseguissem em pouco tempo restabelecer a normalidade.

 '(o sabiam quem era seu inimigo e, algumas semanas depois, quando a #erra dosDeuses ) estava mais calma, come+aram a se sentir mais seguros. Os primeiros

 patriarcas desceram no gigantesco espa+oporto da #erra dos Deuses, sem abandonaremsuas naves. -s discuss0es deviam ser retomadas brevemente.

 'este meio tempo, o veleiro com os marinheiros doentes foi afundado na entrada do porto da cidade. Os rob:s receberam a ordem respectiva de Gorlap, ainda antes de ele perder a mem/ria. Foi sua última a+(o consciente, porque depois disso o passadodesapareceu para ele. Desesperado e sem nenhum interesse pelo que se passava em tornodele, vegetava em cismas infrut1feras, at que o governador da regi(o vizinha o veiovisitar.

-ssim a epidemia se abateu sobre a segunda v1tima entre os saltadores.2ntrementes chegavam as primeiras not1cias de cat)strofes nos continentes

 primitivos. <alv e sua organiza+(o cuidava para que estas novidades inquietadoraschegassem aos ouvidos dos saltadores tambm atravs das Centrais de Kigil=ncia.

Com isto se conseguiram duas coisas. $rimeiramente, saiu um decreto que declaravao porto fechado para todo tipo de navios, interrompendo assim as liga+0es com outroscontinentes. egundo, fazia com que os saltadores se sentissem cada vez mais inseguros.

evaram Gorlap para uma instala+(o hospitalar controlada por rob:s, onde se tentoudescobrir a causa da epidemia. 6as n(o chegaram aos agentes provocadores e por isson(o puderam fabricar nenhum anti!soro. 7uando uns dias depois, o governador da regi(ovizinha tambm adoecia e, quando depois das placas vermelhas, come+ou a fase doesquecimento, um grande p=nico se apoderou dos outros dezoito saltadores. Doen+as emorte n(o lhes eram conceitos desconhecidos, pois n(o eram imortais, mas em pleno usoda raz(o, perder de repente a mem/ria, parecia!lhes pior do que a morte.

Os saltadores que estavam nas naves pensavam naturalmente bem diferente.9ulgavam!se bem seguros e distantes dos acontecimentos. O planeta Goszul n(o lhessignificava nada, a n(o ser um ponto de encontro passageiro. e havia a1 alguma coisa a

 perder, eram no m)*imo, as preciosas instala+0es tcnicas e os fant)sticos rob:s, cada umdeles valendo uma verdadeira fortuna.

O patriarca <algor, ao ouvir as not1cias alarmantes, pensou diretamente nessesrob:s. 6entalmente ele ) estava vendo como os primitivos nativos ca1am em cima dosrob:s de vigil=ncia desarmados e os destru1am, antes de chegarem os rob:s de combatecom seus raios mort1feros.

#alvez n(o fosse preciso ir t(o longe. e viessem em au*1lio dos governadores, podiam conseguir ainda um /timo neg/cio. <algor sempre tivera o deseo de possuir umrob: de combate novinho em folha, mas nunca teve dinheiro para isto.

$ensando assim, tomou a dire+(o de sua nave <al "", saiu de /rbita e desceu noespa+oporto da #erra dos Deuses, onde ) haviam pousado v)rias naves dos cl(s,

 permanecendo em espera.

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<algor n(o tinha absolutamente vontade de ficar esperando parado at que o flageloatingisse todo o planeta e com isso tambm a #erra dos Deuses. 7ueria bancar o pioneiro,dar o primeiro e*emplo, para depois poder ser recompensado como o homem dainiciativa. -ssim que pousou em terra, p:s!se em contato com as outras naves.

Contactou primeiramente 2tzta8, um dos mais idosos patriarcas dos mercadoresreunidos. O desconfiado barba cinzenta n(o lhe quis dar ouvidos, at que o muito mais

 ovem <algor lhe fez uma certa proposta, passando da1 a ouvi!lo com crescente interesse. — ... claro que, sob estas condi+0es, n(o podemos mais perder tempo. e n(o

quisermos nos preudicar, n(o podemos mais ficar parados aqui. 2st) na hora detomarmos nossa decis(o. $or que nos reunimos aquiA $ara elaborar um plano de como

 podemos transformar o planeta #erra numa col:nia comercial. $acificamente, parece quen(o mais poss1vel, resta!nos ent(o apenas o caminho da luta, onde teremos de contar,ali)s, com destrui+0es.

 — $ara mim, n(o se trata de uma col:nia comercial, o que me interessa me vingar de <hodan. 2le causou grandes preu1zos ao nosso cl(.

 — $or que, pois, ficamos aqui esperando, enquanto os goszuls causam mais danosA7uantos dos nossos eles ) mataramA

 — Foram os goszulsA — perguntou 2tzta8 espantado. — O mtodo parece mais deuma outra ra+a, que eu conheci a mil anos!luz daqui.

 — Os terranos n(o sabem onde os saltadores realizam seu encontro. — 2st) bem — disse 2tzta8, aceitando a pondera+(o de <algor. — O que voc%

 prop0eA — 7ue convoquemos imediatamente uma reuni(o e tomemos uma decis(o de como

e quando atacaremos a #erra.2tzta8 abanou a cabe+a lentamente.

 — 5em, eu estou de acordo e apoio seu plano. 6as, e a respeito do planeta GoszulA-inda n(o ouviu falar da terr1vel epidemia que devasta os continentes primitivos e que )est) penetrando na #erra dos DeusesA

Dois dos governadores ) foram atingidos e perderam a mem/ria. '(o conhecemosnenhum ant1doto.

<algor percebeu que estava chegando perto de seu obetivo. — $or isso, recomendo uma decis(o r)pida por causa da #erra. 2 depois

abandonamos o planeta Goszul, antes que a peste nos atina. 7ueremos ao menos salvar os preciosos rob:s. $odem ser reprogramados a qualquer momento pelos nossos crebros

 positr:nicos de bordo.O barba cinzenta sorriu compreensivo.

 — Come+o a entender, <algor, mas n(o sei se posso aderir a suas conclus0es. -sinstala+0es no planeta Goszul pertencem a todos os cl(s coletivamente. '(o estar1amosnos enriquecendo ilicitamenteA

<algor achou melhor mudar de assunto. — Kai convocar a reuni(o, 2tzta8, voc% o mais velho. — Kou perguntar aos outros se querem se reunir — prometeu o patriarca, sem se

comprometer.<algor interrompeu o di)logo e ficou sentado sozinho, muito tempo em sua central.

Depois resolveu dar uma volta pela vizinhan+a. Certamente n(o podia preudicar. 9untocom seu navegador, dei*ou a <al "" e tomou o primeiro carro!rob: para a cidade.

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:

9ohn ulgou conveniente dei*ar seu quartel!general no veleiro. 9) h) muito tempoque ele e seus mutantes haviam tomado a dose de ine+(o que os imunizaria da epidemiado esquecimento, embora Guc8; afirmasse constantemente que o aumento do quocienteintelectual proveniente da doen+a n(o preudicaria a ningum. #ambm os chefes dosrebeldes estavam vacinados contra a aparentemente terr1vel doen+a, que na realidade n(otinha a gravidade nem de uma gripe normal. que re"resenta a "erda da #e#riaH,e*plicava 9ohn sempre que se tratava do assunto,  se "ode#os re!u"er08la a qualquer #o#ento e #uito #ais vigorosa que antes < !o#o u#a anestesia se# dor H, dizia ele,da qual se a!orda !o# sa=de.H

O veleiro estava mais ou menos a cem metros do cais, no ancoradouro. #a8oacabava de voltar de uma opera+(o. Como de h)bito, materializou!se no meio dosmutantes, sentados no convs superior, combinando com <alv as pr/*imas provid%ncias.Guc8; estava deitado de costas, ao lado de #ama e cocava a barriga.

-penas <alv se assustouI n(o havia se acostumado ainda com as e*traordin)riasfaculdades de seus novos amigos.

9ohn olhou para cima. — Conseguiu alguma coisa, #a8oAO apon%s fez sinal afirmativo e sentou!se unto deles.

 — #enho que confessar que a Organiza+(o do 6ovimento de <esist%ncia, nasúltimas semanas, fez enormes progressos. O nome de <alv se tornou uma palavra m)gica.Obedecem a ele incondicionalmente, com toda confian+a e seguem suas ordens. evei acai*a com as bombas provocadoras da epidemia para o Continente do este. ) que oconteúdo vai ser distribu1do.

 — Koc% esteve muito tempo fora, talvez horas. — O grupo de rebeldes l) vive muito isolado. #inha que responder a algumas

 perguntasI embora se confie muito em <alv, n(o se pode desconhecer completamente acuriosidade, voc% compreende, n(o , <alv.

O revolucion)rio de pele bronzeada fez sinal afirmativo. — 6inhas instru+0es s(o sucintas e n(o e*plicam muita coisa. O povo aproveita

naturalmente a oportunidade para olhar um pouco atr)s dos bastidores. 7ue foi que voc%contou a elesA

 — 'ada mais do que a verdade.9ohn franziu as sobrancelhas.

 — Koc% disse o que lhes vai acontecerA 2les sabem, portanto, que v(o se contaminar a si e aos outros, que haver(o de perder a mem/riaA

 — im, e lhes e*pliquei ainda por que tem que ser assim. e deseam que ossaltadores abandonem sua terra, sem guerra e em debandada de p=nico, devem fazer oque se e*ige deles. #alvez os goszuls n(o cheguem a penetrar completamente nosso

 plano, mas sentem que n(o h) outro caminho. -s bombas ainda hoe 3 noite v(o e*plodir 

em diversas cidades do Continente este e espalhar as bactrias.

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 — $odemos esperar, portanto, que dentro de uma semana os sintomas e*ternos daepidemia ) se manifestem por l). Com isso termina a primeira parte de nossa atividade.

9ohn parecia mais aliviado. — '(o f)cil fazer um pa1s todo ficar doente, mesmo que se tenha ) preparado o

remdio para a cura. 6as quando este pa1s ficar livre e seus filhos recuperarem a saúde,sua intelig%ncia vai crescer tanto que saber(o o que fazer com sua for+a mental. - curvade crescimento futuro vai ser vertiginosa.

$or uns momentos houve sil%ncio. O sol queimava num cu sem nuvens e fazia comque a )gua quase parada do porto cintilasse como chumbo l1quido. -lguns goszulsdesocupados vagavam pela beira do cais 3 espera de um biscate. - Central de <ob:sdesde muito tempo n(o transmitia nenhuma ordem.

Os goszuls n(o sabiam que o germe da epidemia neles ) incubado continuavaagindo e que, talvez no dia seguinte, provocasse o aparecimento das placas vermelhas emsuas faces.

#a8o suspirouE — Gostaria de dar uma cochilada, 9ohn. 7ual ser) a pr/*ima miss(oA — '(o posso dizer nada ainda. Boe de noite que 2nzall; vai entrar em contato

comigo. Kai depender dele quando e onde atacaremos. Os saltadores se mantm eme*pectativa. Depois que dois governadores adoeceram, est(o com mais precau+(o. 2st(oevitando todo contato com os nativos. -lm disso, os rob:s afundaram o nosso navio dosmortos. Felizmente, toda a tripula+(o se salvou a nado.

 — 7uer dizer que n(o esqueceram a nata+(oA — admirou!se #a8o.9ohn sorriu displicentemente.

 — - mem/ria desaparece, mas n(o a faculdade de realizar a+0es adquiridas peloh)bito. -lm disso, a mem/ria n(o foi dissolvida. Como seria isto poss1vel, se mais tardetudo tem que voltar a funcionar. 2m algum lugar tem que estar esta mem/ria. 'adaram,

 pois, para a praia e transmitiram a doen+a aos outros.<alv se levantou.

 — #enho que liquidar uns assuntos, se souber de alguma novidade, lhe mandareiuma comunica+(o.

Dirigiu!se 3 balaustrada do convs mdio e desceu pela escada de corda para o barcoque estava esperando ao lado do veleiro. Com remadas tranqMilas, o barco afastou!se emdire+(o ao cais. Deu ainda um abano de m(o e depois sumiu entre os silos dos armazns.

>itai suspirou. — ? um rapaz legal — disse. — Deve confiar de fato em n/s plenamente, do

contr)rio n(o faria tudo isto para n/s. -final de contas, ele quem carrega todaresponsabilidade perante seu povo.

 — em n/s, os pobres goszuls ficariam uma eternidade sendo dominados ee*plorados pelos saltadores. <alv sabe disso.

 — #em raz(o, 9ohn, mas nem por isso eu dei*o de admirar a coragem cega desterapaz. ua influ%ncia enorme. 'os últimos dias, n(o mais necess)rio impor nossavontade a ningum.

9ohn queria e*atamente responder, quando levantou de repente a m(o, fazendo sinalao apon%s para que parasse de falar #ambm Guc8; endireitou!se repentinamente e p:s!

se a escutar com os olhos fechados. Os tr%s aponeses se mantiveram em sil%ncio, poissabiam que os dois telepatas estavam recebendo uma mensagem mental. / podia vir de

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2nzall;, pois de acordo com o que sabiam, n(o havia nenhum outro telepata neste planeta.

2ra um fen:meno de aspecto interessante e ao mesmo tempo inquietante. 4mhomem e um rato!castor, sentados im/veis no ch(o de madeira, ao sol causticante,ouvindo calados o que uma voz muda lhes tinha para dizer. 'o rosto de 9ohn, lia!se umagrande tens(o, como se ouvisse algo sombrio, mas logo depois esbo+ou!se um levesorriso. -s rea+0es de Guc8; corriam admiravelmente sincronizadas. O seu dente roedor estava indicando que a quase monotonia das semanas anteriores parecia que ia acabar.-pesar de que o p%lo da nuca se eri+ava de vez em quando, sinal de que a varia+(o queestava se apro*imando, trazia tambm muita dificuldade. 6as n(o se podia perceber emque consistia esta varia+(o.

2nzall; devia ter muita coisa para comunicar, porque o sil%ncio artificial durou maisde quinze minutos.

Finalmente 9ohn terminou aquela postura r1gida e respirou profundamente. Depoisde um olhar r)pido para Guc8;, disse eleE

 — Foi 2nzall;. Kir) nos procurar hoe 3 noite, depois de conseguir mais detalhes.-conteceu alguma coisa l) no espa+oporto. Koc% devia dar uma chegada l) para ver,#a8o. Os saltadores est(o descendo. 2 n/s acredit)vamos que eles desapareceriamcorrendo, quando soubessem da epidemia. -inda est(o em contato com os governadores,sabendo assim o que se passa no planeta de Goszul. '(o estou compreendendo bem.

 — 7ue aconteceu, propriamenteA — indagou >itai.9ohn ergueu os olhos para o cu, pensativo, como se a resposta viesse de l), mas

<hodan estava muito longe. — Os saltadores est(o descendo — repetiu ele. — abemos que h) ainda uns trinta

deles no espa+o, dando voltas em torno do planeta. 2sper)vamos que iam fugir. Fizerame*atamente o contr)rio do que pens)vamos. 2st(o descendo numa terra que eles sabemestar contaminada.

 — "sto eu n(o posso entender — afirmou o sugestor. — 'ingum vai por livrevontade de encontro ao perigo de perder a mem/ria. Devem ter um motivo muitoimportante para descerem.

 — 2 eles t%m mesmo — confirmou 9ohn com seriedade. — 2nzall; conseguiu ouvir alguns deles telepaticamente. 9) abdicaram h) muito tempo do planeta e dosgovernadores que aqui mandavam, mas n(o querem se desfazer das instala+0es tcnicas edos rob:s. 'eles que est) todo o seu interesse.

>itai fez cara de quem n(o entendia. — Falando honestamente, n(o estou entendendo. Devem estar cientes de que o

germe da doen+a est) em toda parte, at nos metais. 2ntregam!se voluntariamente ao perigo da infec+(o...

 — 'aturalmente subestimam o perigo — e*plicou 9ohn. — ua ambi+(o maior doque sua prud%ncia. 4m rob: de combate vale tanto como uma nave espacial de porte

 pequeno. O planeta de Goszul faz lembrar no momento uma cidade em retirada, sendoentregue 3 pilhagem. Cada um tenta, como pode, se enriquecer mais. Os saltadores s(ocomerciantes.

 — "nfelizmente s(o tambm lutadores — murmurou #ama, muito compenetrado.

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 — abemos disso muito bem — confirmou 9ohn. — 2 por isso n(o acredito que2nzall; ) estea a par de tudo. $osso apostar que h) muito mais coisa escondida atr)s detudo isto, coisa muito mais importante do que roubar rob:s e m)quinas uns dos outros.

 — 6as ent(o, o qu%A — 2speremos at que 2nzall; volte. #alvez a1 saberemos mais coisas. 2star) aqui

em poucas horas.Guc8;, que at aqui estava calado, perguntou chiando, pois era muito pregui+oso

 para retirar o dente de roedorE — -lgum tem alguma coisa contra, que eu d% uma volta por a1A6eio desprevenido, 9ohn fez uma contra perguntaE

 — Onde que quer dar uma voltaA — Ora, onde ent(oA 'o espa+oporto, naturalmente. ? apenas um pulo de rato at l). — omente para teleportador — disse, 9ohn, e refletindo um pouco. — 7uatro

olhos en*ergam mais do que dois... e dois crebros telepatas percebem mais do que um.2st) bem, mas cuidado para n(o ser visto pelos saltadores, alguns deles ) conhecem voc%e sabem que voc% est) ligado com $err; <hodan. 7ualquer imprud%ncia preudicariamuito nossos planos.

 — 'ingum me ver) — prometeu, n(o escondendo a alegria antecipada da aventura. — Koltarei logo para lhes dizer o que os saltadores tencionam fazer, alm de roubar rob:s.

Falou e desapareceu. 9ohn ficou fitando o lugar onde Guc8; estava sentado.Finalmente falouE

 — 2stou muito feliz por ser um homem, mas as vezes gostaria de ser um rato!castor.2stes seres pequenos s(o formid)veis.

 — #ambm em rela+(o 3 sua ra+a, Guc8; um e*emplar e*traordin)rio — lembrou>itai. — - ra+a dos ratos!castores um grupo de animais de reduzida intelig%ncia. Guc8;se diferencia deles, como um telepata desenvolvido do resto da humanidade.

 — 6uito bem — interferiu 9ohn. — 2nt(o ficaria realmente feliz de poder ser, 3svezes, o Guc8;. 2st) corretoA

>itai sorriu. — "ndependente do fato de que n(o se pode em geral falar de deseos corretos,

 posso entender seu deseo. 2u preferia, alm de sugestionar, poder tambm ler  pensamento. O homem tem uma conforma+(o tal, que nunca est) realmente contente.

 — 2 e*atamente isto a mola propulsora de sua ambi+(o — filosofou #a8o,olhando para seus ps descal+os. — 2u estou com fome.

#odos riram da brusca mudan+a de assunto e olharam para 9ohn. O telepataconcordou, levantando!se.

 — Kamos l) para bai*o, l) e*iste uma geladeira. 2u tambm estou com fome.#omara que Guc8; venha logo.

"nfelizmente, esta esperan+a n(o se concretizou.

R R R

Guc8; n(o foi realmente imprudente, apenas sua curiosidade foi maior que toda sua

cautela. eu primeiro pulo de teleportador o transportou para a beira do imenso espa+o! porto, onde se escondeu entre alguns barrac0es que n(o tinham nada em comum com os

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grandiosos edif1cios da administra+(o em que se guardavam os rob:s. 5em perto dele patrulhava um rob: de vigil=ncia, com sua mon/tona marcha de vaivm. Guc8; sabiaque entre ele e o pr/*imo rob: de vigil=ncia havia uma liga+(o sem fio. 2vitoucautelosamente cair sob as lentes do monstro de a+o.

O que lhe chamou primeiro a aten+(o foram as numerosas naves espaciais dossaltadores que haviam descido e ali estavam apoiadas na parte traseira da fuselagem.2ram, pelo menos, vinte destas espa+onaves de mais de duzentos metros de envergadura,cuas carca+as met)licas cintilavam ao solI eram o s1mbolo marcante do poderio dossaltadores. Cada uma delas era suficiente para transformar o planeta Goszul num infernoincandescente, sem possibilidade de vida futura.

Guc8; sabia que era a epidemia e a gan=ncia dos saltadores que estava impedindoisto, portanto, enquanto e*istisse neste mundo um rob: em funcionamento, este perigoestaria afastado.

-gachou!se mais ainda 3 sombra do barrac(o, numa reentr=ncia do terreno. -margem do campo de aterissagem estava a uns cinqMenta metros dele, mas l) n(o havia

 possibilidade de se esconder. eria ent(o melhor operar da1 mesmo.O rato!castor chegou 3 conclus(o de que o rob: de vigil=ncia, em sua ronda

repetida, se afastava cada vez mais do barrac(o. Dependia dele, portanto, escolher aespa+onave certa, embora precisasse de muita sorte para n(o se materializar e*atamentena frente dos olhos de 2tzta8, que ) o conhecia.

$ara agir com mais seguran+a, resolveu realizar primeiro telepaticamente um saltode inspe+(o, para estudar o ambiente. $or quase dois minutos ficou tentando identificar os pensamentos de 2nzall;, dentre o confuso flu*o de impulsos que chegavam at ele.Depois desistiu. 7uem sabe estava o goszul autom)tica e instintivamente protegendo seucrebro, quando estava trabalhando. 2le, Guc8;, tambm fazia isto, 3s vezes. O único

 eito que havia era enfrentar diretamente os saltadores que tinham descido. Os saltadores,felizmente, n(o eram rob:s. '(o era, pois, dif1cil para Guc8; p:r em ordem e ler seus

 pensamentos. - única dificuldade da opera+(o era que em cada espa+onave havia pelomenos vinte pessoas, entre as quais s/ interessavam a Guc8; o comandante e o respectivo

 patriarca do cl(. Devia, pois, pular cegamente, com seus pensamentos, na primeira nave esondar at descobrir o patriarca.

eu corpo ficaria, entrementes, com a capacidade de rea+(o muito reduzida, um fatoque realmente diminu1a a alegria dele. 6as n(o podia fazer nada contra isto. -lm disso,aqui nesta reentr=ncia, ulgava!se relativamente seguro.

Depois de isolar os pensamentos que flu1am para ele, e fazer com que apenas umfosse ouvido, percebeu que era testemunha de uma conversa, pois eram dois pensamentosque falavam na mesma freqM%ncia.

 — ...admito realmente que est(o e*agerando. '(o nos concedem nem licen+a paradesembarcarmos e descansarmos um pouco, enquanto eles pretendem dei*ar a nave estanoite.

 — #rata!se, porm, de uma confer%ncia, n(o A — 2 que sea, isto n(o altera nada. ? interessante que a tal epidemia perigosa para

n/s, enquanto para eles n(o faz mal nenhum. 2u quero ficar livre de tudo isso. — Koc% sabe qual o castigo que eles aplicam neste caso, Bolflers;. '(o o

aconselho a abandonar sua cozinha.

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Guc8; sorriu e mudou de freqM%ncia. Fazia isto com a mesma naturalidade com queum homem do sculo JJ usava um receptor de r)dio.

De qualquer maneira, ele sabia que os comandantes das espa+onaves planeavamuma reuni(o para esse mesmo dia. eria de grande vantagem ler os pensamentos de umcomandante, para n(o haver nenhuma surpresa. O pr/prio 2nzall; n(o sabia o que ossaltadores planeavam desta vez com a nova confer%ncia.

-h, sim. "sto ) era uma outra voz muda. -lgum tentava transmitir um pensamento,mas ningum respondia. Devia, pois, estar sozinho. Guc8; continuou escutando e tevesorte. Foi por mero acaso que foi dar com o avarento e ambicioso <algor.

2stava sentado em sua cabina particular e imaginando o que iria falar hoe nareuni(o dos patriarcas dos saltadores. 2stava elaborando o discurso, como se costumadizer. Fazia!o sem palavras, em pensamento, o que porm, n(o impedia que fosse ouvido.Ns vezes chegava a pronunciar nitidamente as palavras.

 — %e eu !onseguisse ao #enos !onven!er Etzta>   — murmurou desconfiado,continuando a pensar. — :uero desviar toda a atenção dele "ara a Terra, dei.ando delado a questão !o# o "laneta dos goszuls( s governadores sozinhos não terão #ais

 orça "ara se dirigire# aos "ontos de a"oio "ara "edir au.lio( E# "ou!as se#anas, ae"ide#ia os levar0( Ali0s, este lagelo do esque!i#ento 2 "ro"ria#ente u#a +'nção "araos que se serve# deles no setor dos neg!ios .

 Posso #andar vir, "or hi"erirradiação, #inhas duas outras es"açonaves  — continuou ele murmurando, como se o simples pensamento n(o bastasse mais. — %eus

 "or*es de !arga "ode# a+rigar, "elo #enos, duzentos ro+&s de !o#+ate e de vigil?n!ia( @nde"endente#ente dos a"arelhos das instalaç*es t2!ni!as da usina das es"açonaves,vou azer agora o neg!io da #inha vida, se(((H

$ara desgra+a de Guc8;, a sucess(o de pensamentos do honrado patriarca foi bruscamente interrompida, neste ponto. -lgum deveria ter penetrado na cabina.

 — %enhor, aqui est0 o #a"a sideral que o senhor dese3ava  — devia ser onavegador, supunha Guc8;. —  As !oordenadas dos saltos 30 estão !al!uladas( E o

 senhor a!ha que !onseguire#os — )o# toda !erteza — respondeu <algor, porm, n(o estava pensando no que

devia ser feito nem no hipersalto. — Por avor, entregue este +ilhete ao telegraista( Eledeve #andar u# r0dio sigiloso s duas es"açonaves do !lã( Assi# que tiver res"osta,quero ser !ientii!ado(

Depois voltou a ficar sozinho, mas as esperan+as de Guc8; n(o se realizaram, pois<algor n(o voltou novamente aos seus pensamentos secretos. 6as Guc8; estavaconvencido de uma coisaE - pilhagem bem planeada de <algor contra o planeta deGoszul estava em 1ntima liga+(o com seus planos de conquistar a #erra e com os mapassiderais recm!trazidos. #ambm o fato de haver requisitado as duas espa+onaves de seucl( fazia parte do grande plano. Os detalhes deste plano, porm, Guc8; n(o conheciaainda. 2 ele tinha que ficar a par disso.

2ste <algor n(o o conhecia ainda e nunca o tinha visto antes. $ortanto, se por acasoos dois se encontrassem, n(o seria t(o perigoso assim. -lm disso, <algor tinha que ter muita cautela para n(o permitir que seus irm(os de ra+a chegassem a saber de seus

 planos. Caso suspeitasse que Guc8; tinha alguma coisa em comum com $err; <hodan e

a #erra seria o primeiro a ter que silenciar tal encontro.

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Guc8; respirou profundamente e se teleportou. Desceu e*atamente na Central de<algor, mas teve sorte. O saltador estava de costas para ele, estudando os mapas sideraisrecm!trazidos pelo navegador. 2stava sentado numa poltrona e n(o suspeitava que, nom)*imo, a um metro atr)s dele, surgira do nada algo pequeno, de apar%ncia desagrad)vel,que rapidamente se escondera atr)s da porta aberta de um arm)rio de parede.

Da1 Guc8; podia ver bem e estava ao mesmo tempo protegido. #inha que constatar urgentemente em que setor da gal)*ia estavam os interesses de <algor.

<algor raciocinava com conceitos diferentes e Guc8; n(o conseguia atinar com quenomes os saltadores se referiam aos astros e aos sistemas solares e assim n(o p:de

 prontamente descobrir com que sistema solar ele se preocupava. De repente, Guc8; percebeu a apro*ima+(o de outros pensamentos. ) fora, atr)s da porta, havia algum parado, que entrou depois de bater. Devia ser novamente o navegador.

 — O telegrama foi recebido normalmente e a resposta chegou neste instante, senhor.- <al """ e a <al K chegam ainda esta noite aqui. De acordo com as instru+0es ficar(ocirculando a uma altura de dois dias!luz do sistema de Goszul.

<algor levantou os olhos e sorriu com mal1cia. — Foi por muito tempo o sistema de Goszul — disse ele traindo uma parte do seu

 plano secreto. — #alvez, um dia, ter) o nome de sistema de <algor.O navegador sorriu tambm.

 — 4m bom neg/cioA — 'aturalmente, do contr)rio, n(o estaria me preocupando com isto.O semblante do navegador se anuviou.

 — 7ue que nosso cl( vai fazer com um planeta pestilentoA<algor reagiu bruscamente.

 — 2stou contente de que nem voc% acha resposta para tal pergunta. 2ste fato me prova, de fato, que os outros patriarcas n(o est(o a par dos meus planos. $ode ir, Groms8.-1 pelo p:r do sol vou dei*ar a nave. Cuide do necess)rio revezamento da guarda. 7ueroque a <al "" aguarde, preparada para partir, at que eu estea de volta a bordo.

O navegador se retirou, sem dar resposta.6ais dez minutos ficou <algor sentado 3 mesa, debru+ado sobre os mapas siderais,

e*aminando as coordenadas do salto ali desenhadasI levantou!se de repente, olhou para ocron:metro dependurado na parede e dei*ou a cabina. 'em fechou a porta, dei*ou!aapenas encostada.

Guc8; ainda esperou uns momentos, depois saiu de seu esconderio e correu para amesa do escrit/rio. 2ra t(o pequeno que teve de ficar de p em cima da cadeira para

 poder ver os mapas.6apas siderais s(o documentos dif1ceis de ler. #em!se que estud)!los a fundo, para

se concluir alguma coisa, principalmente quando os sinais s(o incompreens1veis.Guc8; viu uma confus(o de pontos minúsculos, ligados entre si por linhas

 pontilhadas. Bavia números e mais abai*o nomes que para ele n(o tinham nenhumaimport=ncia.

4m outro mapa mostrava uma amplia+(o. Os poucos sistemas solares consistiamn(o de pontos minúsculos, mas de fato de s/is e planetas a eles pertencentes. '(o foimuito dif1cil identificar um destes sistemas. $rincipalmente porque estava assinalado com

uma cruz vermelha. Com um simples olhar, Guc8; percebeu que <algor se interessava pelo ol e seu planeta #erra.

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-tr)s de Guc8;, ouviu!se um ru1do. -ntes que pudesse se virar, Guc8; seconscientizou de que, nos últimos segundos, esquecera de ficar atento 3s coisas em voltadele. <algor estava de volta.

O saltador soltou um grito de pavor, quando viu o animal esquisito debru+ado sobreseus mapas. Demorou pelo menos dois segundos at que conseguisse dominar aestupefa+(o. ua m(o direita correu para a cintura e saiu com a arma energtica, ) com ocano apontado para o rato!castor.

Guc8; podia ter se teleportado, mas isto seria para ele uma fuga covarde. -lmdisso, levaria pelo menos um segundo para se desmaterializar. O saltador teria tempo paradesfechar o tiro de morte.

Bavia tambm outro meio e muito melhor. — 5om dia — disse Guc8;, em puro "ntercosmo, mostrando com ar de amizade o

dente de roedor. — Como vai voc%, <algorA- estupefa+(o foi t(o grande, que seu quei*o caiu por alguns cent1metros, dei*ando

a boca aberta. — Koc% falaA 7uem voc%A — Koc% tambm fala, n(o verdadeA — disse Guc8; em tom de concilia+(o e

concentrando toda a sua aten+(o na pistola. eus flu*os mentais telecinticos sedescarregaram na arma e de repente seu cano estava apontado para o teto. O saltador,surpreendido ao ver um obeto inanimado e*ecutar por si mesmo um movimento daquele,ficou totalmente tolhido em seus movimentos. $erple*o, viu como a arma energticaescapou de seus dedos petrificados e estava flutuando no teto, como se fosse um bal(o.2ncostada no teto, a arma dirigiu seu cano na dire+(o da cabe+a de <algor.

 — 5em, agora voc% est) bonzinho, n(o A — perguntou Guc8; e chiou como um passarinho da #erra. — Feche a porta.

<algor n(o quis obedecer 3 ordem, soltou um segundo grito, mas desta vez com umafúria diab/lica e se atirou contra o intruso. Guc8; refletiu sobre os srios conselhos de9ohn e desistiu de outras e*peri%ncias. Desmaterializou!se, estragando assim a parte maisatraente da aventura.

<algor foi atirado para frente, pela viol%ncia de seu pulo, quando seus punhos possantes atingiram o vazio. 5ateu com a cabe+a contra o intercomunicador de bordo,formando um terr1vel galo avermelhado na testa, cua origem ele nunca soube e*plicar aseus irm(os de cl(, que se apiedavam do ferimento.

2 a1 estava ele, perple*o, fitando os mapas. Com a cabe+a doendo e com ummovimento involunt)rio das m(os, os ogou fora da mesa. Caiu depois pesadamente na

 poltrona, em cima da qual Guc8; estivera de p, tr%s segundos antes.Desgra+ado... 2*istem de fato assombra+0es.

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6

 — 2st(o tramando alguma coisa contra a #erra.9ohn parecia n(o acreditar.

 — -cho que ) desistiram h) muito tempo, Guc8;, n(o posso acreditar que tentemnovamente. - primeira li+(o deve ter sido suficiente para eles.

 — O sueito tinha mapas, nos quais a #erra estava assinalada com uma cruzvermelha. -posto como v(o tratar deste assunto hoe 3 noite. '(o podemos dei*ar demandar um observador para a confer%ncia.

 — 2nzall; vai nos informar. — "sto n(o basta, independente do fato de que, com a nossa visita, atingiremos um

obetivo muito importante. — 2 qual seria este obetivoA — perguntou 9ohn, muito interessado. — '/s vamos espalhar os germes da doen+a na reuni(o dos patriarcas — disse

Guc8;.O telepata estava querendo fazer um sinal de recusa, quando, de repente, parou.

eus tra+os fision:micos davam mostra de preocupa+(o. -cabou abanando a cabe+aafirmativamente.

 — 4ma idia verdadeiramente maluca, Guc8;, mas creio que para isso preciso daautoriza+(o de <hodan. em qualquer ordem, n(o podemos contaminar com umaepidemia saltadores que n(o residem no planeta de Goszul. - doen+a contagiosa e eles

 poderiam lev)!la pelo espa+o afora. 2 a mim repugna contaminar propositalmente ouniverso.

 — $ergunte ent(o a <hodan — prop:s #a8o. — 2le naturalmente saber) pelo que pode e pelo que n(o pode se responsabilizar.

9ohn tambm achava que este era o caminho certo. #irou do esconderio o aparelhocom o qual se podia obter uma liga+(o simult=nea at uma dist=ncia de tr%s meses!luz.2*atamente ap/s trinta segundos se estabeleceu contato com a tardust!""".

 — B) uma oportunidade única de encontrar reunidos aqui, em assemblia, ossaltadores, <hodan, devemos contamin)!los com a epidemia ou n(oA

 — 4ma pergunta direta, 9ohn. <esponderei tambm diretamente, se voc% me puder dar uma outra informa+(oE O que vai ser debatido nesta assemblia dos saltadoresA

 — 'ingum sabe ao certo. Guc8; acha que o ataque 3 #erra. — 7uer dizer ent(o que ainda n(o est(o curados — murmurou <hodan, refletindo

 por uns segundos. — 5em, ter) sua respostaE 5em, se os saltadores hoe 3 noiteresolverem que atacar(o a #erra, ent(o devem ser contaminados. er) que me e*primi

 bem claramenteA — $erfeitamente. 2 o que acontece se espalharem a epidemia pelo universoA"ncr1vel, reconhecer!se atravs da dist=ncia de oito dias!luz a risada de <hodan.

 — 7uase nada — respondeu ele, interrompendo a liga+(o.- fisionomia de 9ohn n(o estava e*uberante, quando ele guardou o aparelho e olhou

indeciso para seus companheiros.

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 — Koc%s ouviramA 7uase nada, foi a resposta de <hodan. -lgum compreendeuissoA

 — ? necess)rio compreenderA — acrescentou Guc8; e continuou apressadamenteE — -ten+(o, eu sinto que 2nzall; est) chegando. #omara que n(o perceba nossa dúvida,seria muito desagrad)vel.

6as 2nzall; estava muito calmo. Cumprimentou os quatro homens com a mesmainclina+(o, com a qual tambm se dirigiu a Guc8;, sentou!se e disse meio sorrindoE

 — - reuni(o dos saltadores come+a a qualquer momento. Kim com um carro oficialda -dministra+(o do 2spa+oporto at aqui, para coloc)!los a par de tudo. 2st(oadmirados por causa do carroA $ois , temos nossos amigos agora por toda parte. 6as,voltando aos saltadores, qual a sua inten+(oA 7uerem mesmo acabar com a reuni(odelesA

 — 7ueremos contaminar os saltadores — disse 9ohn asperamente.4m sorriso frio percorreu o semblante do velho goszul.

 — 2*celente. Os deuses comerciantes ) viram o que acontece com uma ra+aatacada com esta epidemia do esquecimento. -o notarem a mesma doen+a em si mesmos,fugir(o para o universo em p=nico, para l) procurarem cura. 2 nos dei*ar(o futuramenteem paz.

#a8o abriu uma cai*a comprida e tirou dela cinco bombas pequenas. #entou medir!lhes o peso, colocando uma em cada m(o.

9ohn percebeu. — Guc8; vai acompanhar voc%. ? melhor que dois teleportadores e*ecutem a

miss(o. 9oguem as bombas e desapare+am imediatamente. #alvez sea poss1vel, Guc8;,saber alguma coisa sobre o obetivo da reuni(o, antes. <hodan deu a ordem de ogar as

 bombas somente se os saltadores manifestarem a inten+(o de atacar a #erra. — $ode confiar em n/s — disse Guc8;, tranqMilizando o telepata.#irou de #a8o duas das cinco bombas e o pegou pela m(o, fazendo!lhe um sinal.4m segundo depois, ) tinham desaparecido.

R R R

Os dois teleportadores se materializaram n(o longe do edif1cio, 3 beira doespa+oporto, que ) lhes era conhecido. ) se realizaria hoe a grande assemblia. 2nzall;lhes descreveu bem detalhadamente a situa+(o. $ela redondeza n(o se via ningum, nemmesmo rob:s de vigil=ncia. 2m frente 3 entrada do edif1cio, porm, l) estavam doisimportantes rob:s de combate, com armas de raios energticos, de prontid(o. '(o havia

 possibilidade de querer passar por eles. — $ortanto, diretamente para a caverna do le(o — disse #a8o pouco entusiasmado.

$arecia um leg1timo goszul e ningum o diferenciaria de um abor1gine deste mundo. —  '(o sabemos onde desceremos e se descermos no meio do sal(o de reuni(o, vai dar alguma complica+(o.

 — $rincipalmente quando me virem — acrescentou Guc8; com toda simplicidade. — 6as de outro lado, eu tenho mais recursos que voc%. -final de contas, sou

tambm telecineta. Kou torcer o nariz deles...

#a8o sorriu levemente.

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 — $ois bem, ent(o pule voc% primeiro e volte logo para dar informa+0es. Depois pulamos untos.

Guc8; olhou em volta. — Fique aqui, atr)s do ponto de t)*i, e esconda!se o melhor que puder. 6as quem

que passaria por aquiA 4m goszul n(o o atrai+oar) e os rob:s de vigil=ncia n(o est(o 3vista. '(o creio que corra perigo.

 — -lm disso, voc% voltar) logo, n(o A — tranqMilizou!se #a8o.Guc8; fez sinal que sim e desmaterializou!se.O apon%s ficou para tr)s sozinho e preparou tudo para poder fugir, quando fosse

 preciso. 6as tudo estava calmo. O espa+oporto com suas enormes naves parecia morto.) ao longe, patrulhava um rob:. O sol ) tinha desaparecido no horizonte e estavaescurecendo. Demorou uns cinco minutos at Guc8; reaparecer.

 — Descobri um /timo lugar — disse ele com sua voz incrivelmente estridulante. — 4ma espcie de galeria, em cima do sal(o de reuni(o. 'ingum nos v% e gozamos de uma

 bela vista. $odemos at ouvir tudo que falarem, pois ) que os saltadores falam diversosdialetos, v(o discutir em intercosmo.

 — eve!me pela m(o, mais garantido. $ularam e numa fra+(o de segundodesceram num local escuro, que mal recebia um raio de luz vinda de bai*o. Ouvia!se umvozerio abafado.

 — - galeria — sussurrou Guc8;. — 6ova!se com muito cuidado, quandochegarmos ao corredor. -cho que antigamente, o pessoal sentava aqui em cima tambm,mas agora que os saltadores est(o dizimados, a sala de bai*o lhes plenamentesuficiente.

Dei*aram o local, onde se armazenava obetos velhos, entre eles um rob: colocadofora de servi+o. 'a galeria mesmo, estava mais claro e havia pouca possibilidade de seesconder. #inham que confiar que ningum passaria por l). -rrastaram!se cautelosamentecom as m(os e os ps e depois se levantaram um pouco.

O que viram ent(o fez seu cora+(o disparar.6ais ou menos vinte saltadores estavam sentados ou de p, em grupos, falando com

alguma e*cita+(o. Como parecia, as conversa+0es tinham sido interrompidas, para dar liberdade a cada saltador de discutir individualmente seus assuntos.

) na frente estavam sentados 2tzta8 e <algor, este último numa mesa compridaIGuc8; o reconheceu logo pelo estupendo galo vermelho na testa. O patriarca de barbacinzenta falava muito com <algor, mas os dois escutadores n(o conseguiam entender uma

 palavra. Guc8; ent(o passou para a via telep)tica e percebeu que 2tzta8 mencionava a possibilidade de invadir a #erra. Falou de um plano que iria levar a debate. Dos peda+osde pensamento de <algor, entremeados no di)logo, percebeu que se tratava mesmodaquele plano que <algor queria impor ao velho patriarca.

 — -cho que est) na hora de ficarmos livres destas bombas — chiou Guc8; para seucompanheiro impaciente. — -inda n(o perderam este planeta e ) pensam em conquistar outro. Kamos estragar a festa deles.

) embai*o, no sal(o, o quadro tinha mudado. 2tzta8 pediu aos patriarcas presentesque tomassem seus lugares. 2sperou at que houvesse sil%ncio total e come+ou a falarE

 — Kimos inicialmente para o planeta de Goszul, a fim de discutirmos a

 possibilidade de enfrentarmos em conunto a crescente amea+a de um certo $err;<hodan, que representa a #erra. "nfelizmente nossa inten+(o foi um pouco adiada por 

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acontecimentos imprevistos. -gora mesmo, surge um outro fato, com que n(ocont)vamos. "rrompeu no planeta de Goszul uma epidemia, de natureza completamenteignorada. $ara nosso desapontamento, temos que confessar que n(o somos imunes a ela.Conforme os últimos comunicados, sete dos vinte e um governadores ) est(o doentes e

 perderam a mem/ria. '/s, que ainda n(o estivemos em contato com os goszuls, n(oficaremos doentes, mas evidente que devemos sair daqui o mais breve poss1vel, paran(o nos e*pormos ao perigo de cont)gio.

2tzta8 aguardou at que a inquieta+(o geral se acalmasse e com voz diferentecontinuouE

 — 'este momento, quero lembrar aos senhores o obetivo espec1fico de nossareuni(o aqui, pois desta vez n(o se trata de assuntos tcnico!comerciais. -o tentar estabelecer contato com o planeta #erra, meu cl( foi derrotado por um poderoso inimigo.Falo de $err; <hodan, administrador ou presidente deste planeta. $arece trabalhar com acoopera+(o dos arc:nidas, cua atividade repentina parece incr1vel. <hodan conseguiudestruir um grande número de nossas naves, com armas desconhecidas. -lm disso, este<hodan conhece com toda certeza o segredo do mundo da vida eterna, daquele mundoencantado onde se pode conseguir a imortalidade.

 'ovamente um murmúrio surdo entre os presentes. Os patriarcas chegavam!se unsaos outros e come+avam a cochichar.

6ais do que qualquer outra riqueza, a vida eterna os fascinava. 4ma simples lenda parecia ter se transformado numa realidade.

6as 2tzta8 n(o permitiu muito falat/rio. — #emos que abandonar este planeta, meus irm(os, ningum duvida disso. 2 assim

como est(o as coisas, vou propor, no Conselho dos altadores, uma quarentena decinqMenta anos. "nfelizmente temos que perder as preciosas instala+0es tcnicas, mas isso irremedi)vel. 2 agora, minha proposta, que encontra apoio na opini(o de <algorE$artiremos unidos com nossas espa+onaves e armamentos correspondentes para o planeta#erra e destru1mos a frota de <hodan. #enho a certeza de que encontraremos na #erramais riquezas do que em todos os outros mundos que conhecemos. embro apenas o

 planeta da imortalidade.-lgum, nos fundos, se levantou e gritouE

 — 2 a escolta de prote+(oA$arece que 2tzta8 esperava a pergunta.

 — #opthor, o superpesado. <eceio que n(o podemos confiar nele. 2nquanto eu parlamentava com <hodan, tentou atacar a #erra independentemente, sofrendo umaderrota tremenda. ua frota foi destru1da quase toda. 7uando, mais tarde, eu lhe pedirefor+o, ) estava em fuga. -cho que n(o ter) mais vontade de atacar a #erra.

 — $or que n(o fazemos um acordo com <hodan, se ele t(o forte assimA — ? realmente forte. -lgum, aqui neste sal(o, acredita que podemos contar com

vantagens de um advers)rio poderosoA 2le quem dita as condi+0es, n(o n/s. 7ue queganhar1amos com issoA $ortanto, s/ temos uma op+(oE #emos de atacar de surpresa este

 planeta #erra e enfraquecer de tal maneira sua for+a de resist%ncia, que o possamos tomar de assalto.

#r%s ou quatro dos patriarcas gritaram e*citadosE

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 — $or que ainda estamos discutindoA Dei*emos o planeta de Goszul, do qual nadamais podemos esperar, vamos depressa para a #erra aproveitar a riqueza dos arc:nidas."nvestiguemos a posi+(o do planeta da vida eterna e obtenhamos a imortalidade.

2tzta8 concordou, fazendo um sinal. — 'ossa decis(o deve ser un=nime, para que ningum saiba do plano. 7uem tem

argumentos contr)riosA4m saltador, ainda ovem, da primeira fila, levantou a m(o.

 — Kamos abandonar os rob:s de combate no planeta de GoszulA<algor, que estava ao lado de 2tzta8, ficou nervoso, mas se dominou

maravilhosamente, dei*ando a resposta para o mais idoso. — #emos outra op+(oA — perguntou 2tzta8, com as sobrancelhas levantadas. — 'ossos recursos de desinfec+(o s(o inoperantes. '(o podemos, de maneira

alguma, espalhar esta doen+a pelo universo. ConseqM%ncias inimagin)veis pesariam sobnossa responsabilidade. -s ra+as inteligentes do universo sem mem/ria... uma vis(ohorripilante.

$ara <algor, este assunto era muito desagrad)vel. "nterrompeu 2zta8. — 6ais alguma obe+(oA e ningum tem mais nada a dizer, proporia que 2tzta8 

 procedesse 3 vota+(o.O velho de barba cinzenta concordou.

 — B) algum aqui, que n(o concorda com uma opera+(o comum dos comerciantesdas gal)*ias para transformar a #erra em col:nia e tirar das m(os de $err; <hodan osegredo da vida eternaA

- pergunta foi feita de tal maneira que ningum se atreveu a dar opini(o contr)ria. - proposta de conquistar a #erra foi, pois, aprovada por unanimidade.

2tzta8 gesticulava contente. — Kamos, portanto, aos detalhes. $roponho que por mais tr%s semanas, fiquemos

em /rbita em torno do sistema de Goszul e l) nos encontremos. $ara que escolher umoutro lugarA...

Guc8; ) tinha ouvido bastante. Kirou!se para #a8o. — -s bombas est(o prontas, vamos e*plodi!las.O apon%s meteu a m(o no bolso e tirou dele os tr%s inv/lucros de pl)stico.

 — <egular o detonador para cinco segundos — mandou Guc8;.2nquanto preparavam o seu atentado, discutiam!se grandes problemas embai*o.

 '(o tinham mais nenhum interesse para os dois espi0es, pois os patriarcas n(oconseguiriam mais e*ecutar os planos concebidos.

#a8o colocou o terceiro detonador e olhou para bai*o. Guc8; ) estava pronto. — Depois de atiradas, levam ainda cinco segundos para e*plodir. - detona+(o

inofensiva, tem apenas a finalidade de espalhar as bactrias. -lm disso, a pequenae*plos(o d) uma impress(o de bomba de dinamite. $ortanto, vamos l)... um, dois, tr%s...

-s cinco bombas descreveram uma grande curva no ar e ca1ram no ch(o ou sobre asmesas por entre as pessoas reunidas. $or um segundo houve pleno sil%ncio, depois,ouviu!se um berro de <algor, que foi o primeiro a se dominarE

 — $roteam!se.2ra f)cil falar, mas como se proteger, se ningum sabia quanto tempo levariam as

 bombas para e*plodirA #odos se atiraram no ch(o automaticamente, como que para evitar os estilha+os. 7uando, porm, reboaram as cinco detona+0es e nada aconteceu, todos se

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sentiam aliviados, mas aos poucos foi surgindo a dúvida de algum truque — o querealmente se apro*imava da verdade. 'ingum, porm, chegou a manifestar a suspeita deque se tratava de bombas bacteriol/gicas.

2tzta8 ) estava de volta a seu lugar, tendo na m(o uma pequena pistola energtica ee*aminando com os olhos a galeria vazia. -s bombas vieram l) de cima. 6as Guc8; e#a8o tinham sumido h) muito tempo.

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;

$err; <hodan empurrou para tr)s a pequena alavanca que estabelecera o contatosimult=neo com 9ohn 6arshall.

Desapareceu o leve chiado da est)tica c/smica. Kirou!se vagarosamente, olhando para <eginald 5ell. Os dois estavam sozinhos na central de comando do gigante doespa+o tardust, a oito dias!luz do sistema de Goszul.

 — 2nt(o, que que voc% achaA5ell fez cara de dúvida.

 — $or que todo este teatro no planeta de Goszul, se quer1amos apenas e*pulsar vinte saltadoresA -cho que seria suficiente contaminar apenas os vinte.

 — 2*atamente, n(o — contradisse <hodan. — e ficassem contaminados somenteos patriarcas e suas tripula+0es, n(o poderiam saber de onde que veio a epidemia. ?claro que ainda agora, eles n(o sabem. 6as t%m que saber que no planeta de Goszul, atmesmo os rob:s e as instala+0es est(o contaminados. -lm disso, presenciaram o horr1velespet)culo dos goszuls que perderam a mem/ria e tinham de come+ar tudo de novo. '(o,sem este e*emplo, o resultado n(o podia ser t(o eficaz. Conseguimos cem isto duascoisas ao mesmo tempoE K(o p:r o planeta de Goszul cinqMenta anos de quarentena e seu

 plano de conquistar a #erra ser) logo desfeito. — #omara que voc% tenha raz(o, $err;. 2u n(o sinto nenhum prazer em ficar a

eternidade toda lutando contra estes saltadores pelo espa+o afora. -final de contas, temosoutros assuntos para tratar.

 — - assemblia se realizou, faz oito dias. 9) devem estar aparecendo os primeirossintomas nas espa+onaves dos saltadores. -t agora os nossos instrumentos mostramapenas que circulam em torno do sistema a uma dist=ncia de dois dias!luz, recebendosempre mais refor+os. O maor ';ssen informa do sistema solar que ) contou ao todosessenta e nove espa+onaves.

5ell assobiou por entre os dentes e alisou com a palma da m(o as pontas dos cabeloseri+ados.

 — ? um belo número. Gostaria de saber como que vamos dar conta disso. — '(o preciso. -s bactrias d(o conta disso. ';ssen informa que nos últimos dias

tem havido muita discuss(o. Os patriarcas visitam os comandantes das naves que v%m seauntando a eles. $odemos, pois, calcular que todos ficar(o contaminados. 6ais um oudois dias e o diabo estar) solto no meio dos saltadores, pode estar certo disso.

5ell olhava ansiosamente para a longa fila das v)lvulas de controle. abia que cadauma delas representava o contato invis1vel com as naves dos saltadores. O enfoque do

 ponto se processava mais veloz do que a luz atravs do rastreador de estrutura e docrebro positr:nico. -ssim que qualquer nave dos saltadores alterasse sua posi+(o noespa+o, uma das v0lvulas acendia. C)lculos que se desenvolviam automaticamente davamem apenas alguns segundos a dire+(o e*ata e o distanciamento do salto. 4m sistemaespecial registrava todos os impulsos. ogo ap/s, se podia constatar num mapa

e*atamente para onde iam os diversos cl(s.

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 — Deve come+ar a qualquer momento — resmungou 5ell. — 7uando perceberemque est(o todos contaminados com a peste, tentar(o procurar o primeiro mdico.

<hodan sorriu maliciosamente. — '(o sei onde reside seu mdico mais pr/*imo, mas seu cuidado n(o tem

fundamento. -cha que eu iria contaminar toda a gal)*ia com uma epidemia diab/licaA '(o se preocupe, 5ell. ? verdade que os saltadores ficar(o com a pele cheia de placasvermelhas no rosto, perder(o por algumas semanas a mem/ria, mas aos poucos estessintomas v(o enfraquecendo e finalmente desaparecem por completo. #ambm, depois deseis dias, as bactrias perdem o poder de infec+(o. '(o h), portanto, nenhuma

 possibilidade de contaminar outras ra+as.5ell ouviu com muito interesse.

 — $or que ent(o voc% n(o tranqMilizou 6arshall quando ele falou do receio decontaminar outros povosA

 — $orque todo mundo, at mesmo ele, devia ficar acreditando que se tratavarealmente de uma doen+a verdadeira. -lgum podia se trair, mesmo contra sua vontade.2st), pois, notando que usamos um simples truque.

 — 2 como este neg/cio de aumento da intelig%nciaA — "sto n(o truque, funciona realmente. Os convalescentes da breve epidemia se

tornam realmente mais auizados. — -t mesmo os saltadoresA — 2spero que sim. $ois, se ficarem mais auizados, v(o certamente desistir de

querer incorporar a #erra ao seu imprio.5ell sorriu satisfeito.

 — 2stou ent(o moralmente tranqMilo e 6arshall ficar) feliz quando souber daverdade.

 — -inda um pouco cedo para isto — disse <hodan, silenciando de repente. 'a filadas v)lvulas, acendeu uma lampadazinha vermelha. 7uase que ao mesmo tempo saiu deuma fenda estreita uma tira de papel dobrada. <hodan apanhou!a e leuE

 5udança de direção %etor BP8C78( Dist?n!ia 9,GC7 anos8luz.H5ell apanhara, entrementes, um mapa sideral e o estava consultando. $arecia muito

assustado. — 2*atamente em dire+(o oposta 3 #erra — deu um sorriso largo. — #alvez isto

significa que resolveram outra coisa e...4ma outra l=mpada acendeu, logo ap/s uma terceira. 2 come+ou um verdadeiro

 ogo de luz na central da tardust, como nunca antes acontecera. -s l=mpadas acendiamuma ap/s a outra e da fenda estreita, que estava em liga+(o com o crebro positr:nico,sa1a uma mensagem escrita ap/s a outra.

5ell ) havia desistido de comparar as mensagens positr:nicas com o grande mapasideral. 5astaram!lhe algumas provas avulsas.

 — 'em um único dos aparelhos espaciais se dirige para a #erra — em menos devinte minutos, as sessenta e nove lampadazinhas estavam acesas no painel de controle. -frota inteira dos saltadores havia abandonado o sistema de Goszul em debandada, semop+(o e comandada apenas pelo p=nico, disparada em todos os sentidos.

<hodan olhou para a fila das lampadazinhas e para a pilha de mensagens escritas.

ua fisionomia estava carregada e n(o mostrava muita satisfa+(o. 'os olhos brilhava umaluz fria, mas lhes faltava a habitual rigidez.

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 — / lamento uma coisa — disse ele sem olhar para 5ell — mas n(o se podeconseguir tudo ao mesmo tempo.

 — 6as que coisa estaA — 7ue n(o conseguimos falar com os saltadores. Gostaria muito que se tornassem

nossos amigos.

R R R

eguindo as instru+0es de <hodan, transmitidas pelo r)dio, 6arshall come+ou aenviar para os continentes contaminados o soro de cura. 2ste ant1doto era recebido pelosadeptos de <alv e distribu1dos. 2ram agulhas muito pequenas embebidas no soro,colocadas num esparadrapo de tal maneira que, ao contato com a pele, provocava umaespcie de ine+(o. 9) dois dias ap/s, desapareciam as placas vermelhas e no terceiro dia,come+ava tambm a aparecer a mem/ria. -lm disso, o quociente intelectual do e*!

 portador da doen+a, subia cerca de QP por cento. 'o mesmo dia em que a frota dos saltadores entrou em p=nico e debandou, 9ohn e

seus mutantes se transferiram do veleiro para as imedia+0es do espa+oporto, para a1estabelecer seu novo quartel!general. 2ra a resid%ncia oficial do upremo Governador dos saltadores, que no momento estava no hospital, tentando inutilmente se lembrar quemera ele.

O edif1cio n(o muito grande, estava equipado com e*traordin)rias instala+0es deseguran+a. O simples toque de um bot(o de alarme era suficiente para colocar toda a casasob a prote+(o de um envolt/rio energtico. 6esmo os rob:s de combate n(o podiament(o entrar. 9ohn se sentiria mais seguro a1, pois, desde que quase a metade dosgovernadores tinha ca1do doente, os rob:s estavam come+ando a ficar irrequietos. abiaque a batalha ainda n(o estava terminada.

Chegou ent(o <alv para dar conta dos acontecimentos. 2nquanto Guc8; estavasentado no terra+o do último andar do edif1cio, olhando para todos os lados, 9ohn e os tr%s

 aponeses aguardavam a chegada de seu aliado. O chefe dos revolucion)rios tinha setransformado nestes últimos dias.

De um combatente da resist%ncia, obrigado a viver sempre na clandestinidade, passara a um estadista consciente de sua responsabilidade. Formou!se nele uma personalidade de grande serenidade e senso de responsabilidade, considerando seusamigos de um outro mundo como parceiros, amais se esquecendo de lhes demonstrar gratid(o.

 — Conseguimos, na noite passada, ocupar uma sucursal da Central -utom)tica deControle. Dez rob:s de vigil=ncia que eram controlados por ela, destru1ram a si mesmos.

9ohn, que ouvia com muita aten+(o, interveioE — Destru1ram a si mesmosA 6as comoA $arece imposs1vel, pois os rob:s de

vigil=ncia n(o possuem armas. Como pode ser issoA — '(o tenho a menor idia. Ocupamos a central, situada fora da cidade, depois que

destru1mos seu rob: de combate. 2 isto n(o foi l) muito dif1cil. 4m dos nossos oatropelou com um carro. "nfelizmente, ele morreu no acidente, mas o rob: foi atiradocom tanta for+a contra a parede que se transformou num monte de sucata. 7uando

 penetramos na central ficamos entendendo alguma coisa das liga+0es e controles, 2n!

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zall; estava nos orientando, demos aos dez rob:s a ordem de matar os treze governadoresreunidos no 2dif1cio de -dministra+(o.

 — "dia maluca — interrompeu 9ohn, come+ando a entender o que se passara.<alv n(o se dei*ou interromper e continuouE

 — Os dez rob:s ficaram parados, sem se me*er. Come+aram ent(o, de repente, aficar incandescentes de dentro para fora e derreteram. '(o sobrou nada deles a n(o ser 

 peda+os de metal disformes. — Curto!circuito — confirmou 9ohn. — ? o fator de seguran+a com que est(o

constru1dos. '(o podem amais atacar um saltador, a n(o ser que seam antesreprogramados. 6as isso s/ pode ser feito atravs do posto de comando, que est)resguardado na m(o dos rob:s de combate e dos outros governadores. 7ue far(o osúltimos saltadoresA — perguntou a <alv. — - frota debandou e o planeta de Goszul est)sob quarentena, com outras palavrasE ningum pode mais descer.

 — #ambm a1 os nossos est(o trabalhando muito bem — continuou <alv, orgulhoso. — 2nzall; ouviu uma das últimas reuni0es. Os governadores sabem que est(o numa terracontaminada pela epidemia, de onde ningum os vir) buscar, para ficarem tambmcontaminados. -ssim sendo, n(o t%m mais nenhuma vontade de passar aqui, isolados, oresto de sua vida. $recisam, ent(o, de uma nave espacial para fugirem deste mundo e comisso da epidemia do esquecimento, antes de perderem a mem/ria.

 — 6uito compreens1vel. <esta apenas saber de onde pretendem arranar uma naveespacial. 2nquanto eu sei, n(o disp0em de nenhuma nave intergal)ctica, possuem apenasnaves pequenas, com as quais, por muito favor, poder(o chegar aos planetas vizinhos."sto, porm, n(o vai aud)!los.

 — 2m algum lugar, eles t%m que ter uma nave espacial, uma grande nave, ao menosestavam falando disso. "nfelizmente 2nzall; n(o conseguiu pegar mais nada porquemudaram de assunto.

 — 4ma grande nave dos saltadores...AU — continuou 9ohn, refletindo com muitaintensidade a respeito.

<hodan n(o tinha e*pressado o deseo, ) h) tempo, de poder estudar com calma as particularidades tcnicas de uma nave dos saltadoresA '(o estava havendo uma possibilidade para isto agoraA

 — #emos de investigar o que planeam os governadores.<alv abanou a cabe+a confirmando.

 — Os rob:s me causam muita preocupa+(o. Como podemos nos tornar donos donosso pr/prio planeta, se os rob:s n(o nos permitemA 9) temos um governo provis/rio e

 ) estamos preparados para come+ar o trabalho de reconstru+(o, mas surgem novascomplica+0es. Os rob:s devem ter recebido a ordem de nos e*pulsar em qualquer lugar que nos encontrem.

 — Como que e*plica istoA — perguntou 9ohn, curioso. — -ntigamente n/s ramos os servos dos deuses. #rabalh)vamos com os rob:s e

receb1amos ordem deles. -gora nem podemos mais nos apro*imar deles, que nos atacamimediatamente, mesmo que n(o tenhamos nenhuma inten+(o agressiva contra eles.

 — Devem ser os governadores. $ara evitar outra infec+(o, devem ter dado ordemaos rob:s de n(o permitirem a apro*ima+(o dos nativos. -cho muito natural. #udo tem

sua e*plica+(o natural, <alv.O revolucion)rio queria dizer alguma coisa, mas foi interrompido.

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2m cima da única mesa do sal(o, havia uma cai*a met)lica de tamanho reduzido,que de repente come+ou zumbir, acendendo simultaneamente uma luz vermelha. 9ohndeu um pulo e correu para a mesa, apertando alguns bot0es, dizendoE

 — Comando de ataque, 6arshall. — -qui fala <hodan — foi a resposta imediata. — Desceremos em dez minutos — 

 por uns dois segundos 9ohn pareceu que perdeu a fala. Depois respondeu afobadoE — O planeta ainda est) sob o controle dos saltadores, senhor. - Central dos <ob:s est) emm(os dos governadores que deram a ordem aos rob:s de combate para que...

 — 2stamos descendo e*atamente para paralisar a Central de Controle — respondeua voz tranqMila de <hodan. — Onde est) voc% com seu pessoalA

 — -qui no lado do espa+oporto, na margem oeste. O senhor reconhecer) facilmenteo edif1cio pelo seu teto chato.

 — '(o desligue o aparelho, assim posso me manter em contato com voc%, depois dedescer. 7ue poder(o fazer os rob:s contra as nossas quatro navesA

 — 2u tambm n(o sei — concordou 9ohn. 6as sabia que <hodan nunca se e*punhaa perigos sem necessidade. Gostava tanto da vida como todo mundo, talvez mais, pois eraquase imortal. 6esmo assim, uma punhalada o podia matar.

 — 2spere!nos, portanto — disse <hodan, concluindo a mensagem.<alv ouvira tudo com interesse. 2ntendeu o di)logo mantido na linguagem dos e*!

deuses, ouvida nitidamente pelo aparelho. 9ohn pretendia dar uma e*plica+(oE — (o nossos amigos, somos do mesmo mundo, vieram para libertar 

definitivamente seu planeta.<alv perdeu um pouco a seguran+a.

 — ibertarA Como poderia algum querer nos libertar sem segundas inten+0esA $or que voc%s o fizeramA 2u ainda n(o me havia perguntado por qu%.

 — <hodan haver) de e*plicar tudo a voc% — disse 9ohn, tentando consol)!lo. — $orm, n(o temos tempo para planos futuros, temos que agir. Dentro de poucos minutos,os saltadores v(o saber com quem est(o lidando, se que eles ) ouviram falar da #erra.

Oito minutos mais tarde, o cu se escurecia na regi(o do espa+oporto, quando agigantesca esfera da tardust descia lentamente e tocava o solo do planeta de Goszul pela

 primeira vez. Desceram tambm os tr%s cruzadores #erra, olar ;stem e Centauro de talforma que a tardust ficou entre eles e assim estava protegida.

4m pequeno planador a ato transportou <hodan e 5ell para a casa onde 9ohn oesperava. O pequeno ve1culo pousou no terra+o, onde Guc8; os esperava.

 — Como vai, Guc8; — perguntou <hodan, abai*ando!se para acariciar o p%lo dorato!castor. — #empos dif1ceis, n(o A

 — Foi maravilhoso — disse Guc8; abanando a cabe+a, para surpresa de <hodan. — -o menos, por umas duas semanas n(o me foi preciso olhar para a cara deste monstro.

O monstro estava saindo naquele instante do planador a ato e ouviu as últimas palavras. Os fios do cabelo vermelho se levantaram, mas a boca de 5ell, para surpresa detodos, n(o se abriu. Com toda seriedade passou ele diante de Guc8;, como se n(o fosserealmente o Guc8;, mas um simples cachorro da rua, indigno de qualquer aten+(o. Com afirmeza de um son=mbulo, achou 5ell a descida para a casa, desaparecendo segundosap/s.

Guc8;, decepcionado, o acompanhou com o olhar. <hodan sorriu e o tentouconsolarE

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 — '(o se preocupe com isso, Guc8;. 2le se irritou com a sua frase. Koc% telepatae devia saber disso.

 — ? isso mesmo — lamuriou Guc8;, ainda meio perple*o. — 2le nem se lembroude mim, ou me *ingou mentalmente. 'em olhou para mim.

 — -lguma coisa ele deve ter pensado, Guc8;. — im, sempre a mesma coisa. / besteira. 5olo, chocolate com pudim, bombons,

gelia disso ou daquilo... 'ingum pensa nessas coisas. — $ensa, sim — afirmou <hodan, continuando a sorrir. — ? um espertalh(o.

$ensou s/ bobagens para despistar voc%, para voc% n(o saber o que ele realmente pensa.Fora disso, h) alguma novidadeA — Guc8; se concentrou logo.

 — - Central de Controle dos rob:s de combate est) a dois quil:metros daqui. '/stemos que ocup)!la ou destruir todos os rob:s. eria um grande preu1zo.

 — ? a minha opini(o tambm — concordou <hodan. — 2spero voc% l) embai*ocom 6arshall, dentro de dez minutos. -t l), fique vigiando e mantenha contatotelep)tico com os saltadores. -vise!me de qualquer mudan+a na situa+(o.

eguiu o mesmo caminho de 5ell, que acabou encontrando na sala de 6arshall.Cumprimentou os mutantes e foi apresentado a <alv, que apesar de sua nova posi+(o dechefe do governo, sentia de repente um ine*plic)vel acanhamento quando olhou para osolhos de <hodan. / ent(o que ele compreendeu que n(o estava diante de um superior,mas de um amigo. $egou impulsivamente as m(os de <hodan e as apertou fortemente.

 'em tiveram tempo de trocar algumas palavras, quando Guc8; se materializou entreeles.

 — Os rob:s est(o marchando — estridulou ele, quase ofegante. — 2m quinzeminutos est(o aqui. Duzentos ao todo.

<hodan empalideceu um pouco. abia que somente a tardust era suficiente parareduzir os duzentos rob:s a um mont(o de ferro velho, mas n(o era isto que ele queria.Os goszuls precisariam destes rob:s, para reconstruir seu mundo, ou teriam de perder aoportunidade única de se aproveitarem das instala+0es tcnicas ali e*istentes.

 — Os governadores — disse 9ohn, que estava interpretando mal a preocupa+(o de<hodan. — 2les s(o os respons)veis. 4ma s/ bomba bastaria...

 — '(o — interveio <hodan. — 2u gostaria de parlamentar com os saltadores. 6asantes, liquidemos os rob:s. Guc8;, #a8o, voc%s s(o teleportadores, pulem para a Centralde Controle e desliguem os instrumentos de centraliza+(o de impulsos. Guc8;, leia meus

 pensamentos que voc% sabe o que estou pensando. 7uero salvar os rob:s. 7uando foremdesativados, se tornar(o inofensivos e mais tarde poder(o ser reprogramados 3 vontade.Compreendido, Guc8;A

O rato!castor confirmou. — 2stamos logo de volta. Kamos, #a8o, d% c) a m(o.-inda pensando constantemente em bolos e pudins, 5ell estava fi*ando o local

onde, h) alguns segundos, estivera Guc8;. - este endiabrado rato!castor queria elemostrar de que valia um telepata, quando o outro n(o queria que lhe lessem o

 pensamento. 9ohn 6arshall estava olhando para 5ell, fez um sinal para <hodan e perguntouE

 — Koc% n(o est) se sentindo bem, 5ellA

 — Como assimA

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 — $or que voc% constantemente est)... 5ell amaldi+oou todos os telepatas, vivos ouainda por nascer. 2ra da conta de 6arshall saber o que ele estava pensandoA #eria dadouma resposta 3 altura, quando #a8o se materializou. O raqu1tico teleportador tentoudominar a respira+(o antes de falarE

 — <ob:s de combate, na esta+(o. -tacaram!nos. '(o t(o f)cil como n/s pens)vamos.

 — 7ue aconteceu com Guc8;A — foi a pergunta de 5ell. — 2st) mantendo a posi+(o. #enho que lhes dizer que vai demorar pelo menos tr%s

minutos... se ele conseguir.<hodan ligou seu transmissor de pulso e entrou em contato com a tardust.

 — Fischer, ligar o envolt/rio energtico. e rob:s de combate atacarem, n(o abrir fogo. D% ordens id%nticas aos tr%s cruzadores. Fim — virando!se para #a8o, disseE — K)audar Guc8;, leve aqui minha pistola energtica. 4m rob: s/ n(o vai fazer falta.

O apon%s apanhou a pistola e desapareceu.<hodan correu com os outros para o terra+o do edif1cio. Da1 se podia ver tudo, at

mesmo o edif1cio da administra+(o, onde se encontravam os governadores. 6ais ao ladoe um pouco isolado das casas, estava o prdio da Central de Controle dos <ob:s. 4magigantesca antena esfrica transmitia em todos os sentidos os impulsos de comando.

 'uma fai*a bem larga, apro*imavam!se os rob:s de combate, com as pistolasenergticas em posi+(o de fogo. 2ra realmente uma for+a de combate incalcul)vel.$oderia, no entanto, acontecer que os saltadores lhes dessem outra ordem, quando

 percebessem que n(o conseguiriam fazer nada contra as quatro espa+onaves. — #omara que Guc8; tenha sorte — disse 5ell para <hodan. $odia!se notar sua

grande apreens(o n(o apenas com o ataque maci+o dos rob:s, mas principalmente comseu amigo Guc8;. — Devemos aud)!lo.

 — ? tarde para isto, 5ell. Guc8; tem que ver como ele sozinho d) conta dasm)quinas.

Os primeiros rob:s atingiram a linha invis1vel da camp=nula energtica, que sehavia formado em torno das quatro naves. $araram subitamente e come+aram logo emseguida a atirar com todas as armas dispon1veis. Fei*es de raios multicores se chocavamcontra a muralha invis1vel, ricocheteavam para todos os lados, sem produzir nenhumefeito. -lguns rob:s foram atingidos pelos pr/prios raios de suas armas e ligaram seuenvolt/rio de prote+(o.

2 ent(o, quando os rob:s come+aram sistematicamente a dar voltas em torno dasespa+onaves, mantendo o fogo cerrado, o e*rcito de metal parou repentinamente, comoque petrificado.

7uase no mesmo segundo, Guc8; e #a8o se materializaram na beira do terra+o,olharam primeiro para os rob:s de combate completamente im/veis e vieram depois parao grupo dos seus. Guc8; olhou com ares de triunfo para 5ell e se dirigiu a <hodanE

 — #ive que destruir a fia+(o coletora da antena, n(o havia outro eito. 6as f)cilconsert)!la depois. Os rob:s est(o agora sem impulso e n(o sabem o que fazer. uponhoque voltem agora para seus quartis, esperando novas ordens. -ssim que a antena ficar 

 pronta, podemos mudar sua programa+(o. — Ltimo servi+o, Guc8; — elogiou <hodan, acariciando os p%los da cabe+a de seu

 pequeno amigo. — Koc% tambm, #a8o. -li)s, tenho que e*pressar minha gratid(o e meu

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reconhecimento ao comando de 9ohn 6arshall. em ele, levaria muito mais tempo e n(oteria sido t(o simples assim.

 — 6as e a epidemia... — come+ou 9ohn, sendo ent(o interrompido pelo sorrisoaberto de <hodan.

 — ? mais ou menos como uma gripezinha ou um sarampo. #emos anti!soro, masmesmo que n(o tivssemos, n(o teria nenhum perigo. Os saltadores que fugiram daqui,haver(o de saber, no m)*imo dentro de dois meses, que perderam inutilmente este

 planeta. 6as ent(o ) ser) muito tarde para pensarem em voltar, pois tomaremos nossas provid%ncias.

 — 2 o que acontecer) com os treze saltadores que est(o l) na Central de Comando,tramando planos contra n/sA — perguntou 5ell.

 — Com eles, n/s vamos parlamentar. empre foi minha inten+(o manter um di)logocom os representantes deste povo poderoso. -cho que e*istem agora as condi+0es ideais

 para um di)logo. Falta!lhes o apoio que sempre tiveram e n/s temos tudo. $ode crer, 5ell,os resultados dos entendimentos ser(o /timos. O ponto de partida dos entendimentos sempre mais importante do que os pr/prios entendimentos. Guc8; saiu de seu lugar,

 passou por <hodan e se dirigiu diretamente a 5ell. Com uma voz quase sentimental, pegou!lhe a m(o, dizendoE

 — Desculpe!me, 5ell, se eu o magoei h) pouco. '(o foi minha inten+(o. 2 muitoobrigado pelo fato de n(o estar pensando obstinadamente s/ em bolos e pudins. -ssim, eusei pelo menos em que voc% est) pensando.

 — 2st) certo — murmurou 5ell comovido, olhando para o cu, como se l) houvessealgo importante. — 2st) certo, meu velho companheiro, n/s ) sabemos como tratar umao outro.

 — Kelho companheiroA — continuou Guc8;. — e voc% me chama de velho, est)enganado, mas redondamente. e eu sou velho, voc% uma criancinha de colo...

5ell olhou suplicante para <hodan e respirou profundamente, mas Guc8; n(o lhedeu tempo para falarE

 — 2u tenho apenas cento e cinqMenta anos, para que voc% saiba, seu nenm de colo,mas isto n(o idade para mim. 2u viverei... bobagem, ningum sabe quanto tempo aindaviver). Koc%, porm, com seus quarenta anos, ainda est) no ardim da inf=ncia,

 principalmente quando se sabe que sua intelig%ncia agora que est) se desenvolvendo.Finalmente algum lhe devia dizer que...

 — Guc8; — interrompeu <hodan, muito calmo — voc% quer fazer o favor de ir atos saltadores e convoc)!los para uma reuni(oA

 — O rato!castor abanou a cabe+a afirmativamente e com seus olhos castanhos esuaves fitou por um instante 5ellE

 — im, ) vou, mas quando voltar, quero mostrar a este, a este... — e n(o achando a palavra certa, desapareceu.

5ell olhou espantado para o local, repentinamente vazio. — ? realmente um companheiro fant)stico — murmurou meio envergonhado,

enfiando as m(os no bolso e passando para o outro lado do terra+o, onde come+ou aobservar o e*rcito dos rob:s paralisados.

<hodan estava ao lado de 9ohn. -mbos observavam 5ell.

 — Chama!se isto de retirada estratgica — disse o telepata.<hodan concordou.

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 — 2speramos que os saltadores tambm conhe+am a retirada estratgica — disseele, colocando a palma da m(o acima dos olhos, para poder ver melhor o edif1cio queficava a dois quil:metros, no qual, neste momento, os saltadores estariam presenciando amaior surpresa de sua vida.

 '(o muito comum, encontrar!se, subitamente, cara a cara com um rato gigantesco,surgido do nada... $rincipalmente quando n(o se acredita em assombra+0es.

2 os saltadores certamente n(o acreditavam.

R R RR RR

s saltadores t'# "avor do lagelo do esque!i#ento( 5ais "avor do que da "r"ria #orte( Por este #otivo,a+andona# urtiva#ente o "laneta e li+erta# os goszuls, queat2 então servia# de es!ravos "ara eles(

:ue a!onte!er0, "or2#, se os saltadores ante!i"are# sua volta

 Perry Rhodan 30 te# res"osta "ara esta eventualidade()ha#a8se6 Planeta $ou!o, o ttulo do novo volu#e de

 Perry Rhodan(