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J. Bras. Nefrol Transplante 76 XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia P-112 A PRESENÇA DE MIOFIBROBLASTOS EM BIÓPSIAS PROTOCO- LARES ESTÁ ASSOCIADAÀ TRANSFORMAÇÃO DA CÉLULA TUBU- LAR EPITELIAL, À FIBROSE INTERSTICIAL EÀ PIORA DA FUNÇÃO RENAL EM 2 ANOS MATOS, A. C. C. FRANCO, M.; SILVA, A. P. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO / HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Introdução: A quantificação da fibrose intersticial de biópsias protocolares (bxp) coradas com Picro-Sirius-PS (coloração para colágeno) e a identificação de alte- rações da célula epitelial tubular por meio da medidado nível urinário da proteína transportadora do retinol (RBPu) e da pesquisa do fenômeno de transdiferenciação (TDF) da célula epitelial em mesenquimal são promissores marcadores de Nefropatia Crônica do Enxerto (NCE). Métodos: Foram realizadas 50 bxp em transplantados renais após uma mediana de 105 (30-690) dias do tx e dosagens concomitantes de RBPu e Creatinina (Cr). Além da Classificação de Banff-1997, analisou-se semi-quantitativamente as alterações tubulares e intersticiais, criando- se um escore tubular, intersticial e total. Realizou-se imuno-histoquímica para cito- ceratina (marcador epitelial), vimentina (marcador mesenquimal) e μSMA (mar- cador de miofibroblasto). O depósito de colágeno (PS) e o μSMA foram quantifi- cados através de imagens computadorizadas. A função renal foi reavaliada após 2 anos do tx. Resultados: Houve correlação entre o PS e os escores intersticial e total (r=0.31;r=0.33 e p<0.05) e o μSMA quantitativo (r=0.33 p=0.02). O μ-SMA se correlacionou aos escores tubular, intersticial e total (r=0.42; r=0.31;r=0.40 e p<0,05). A vimentina, avaliada por meio da porcentagem de túbulos marcados, se correlacionou aos 3 escores, tubular, intersticial e total (r=0,64; 0,59; 0,62 e p < 0,0001) e ao μ-SMA (r=0.39 p<0,05). Funcionalmente, o μ-SMA se correlacionou à Cr da bx e de 2 anos (r=0,41;r=0,33 e p<0,05). No seguimento foram encontra- dos 10 casos de NCE na bx. Na análise de regressão logística, entre as variáveis analisadas (RBPu, citoceratina, vimentina e μ-SMA), somente o μ-SMAassociou- se ao desenvolvimento de NCE na bx (p=0,047). Conclusão: Observou-se alter - ação do fenótipo da célula epitelial em áreas com extenso dano tubular e ricas em miofibroblatos. A pesquisa de marcadores de TDF enriquece o entendimento das alterações morfológicos da fibrogênese renal e é um importante indicador prognós- tico da NCE. P-110 A EXPRESSÃO DE FAS-L EM LINFÓCITOS T URINÁRIOS AVALIADA POR CITOMETRIA DE FLUXO É ÚTIL NA MONITORIZAÇÃO IMUNOLÓGICA NÃO INVASIVA DO TRANSPLANTE RENAL GALANTE, N. Z.; MEDINA, J. O. A. P. KALLÁS, É. G.; CENEDEZE, M. A.; SALOMÃO, R.; CÂMARA, N. O. S. LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL – HOSPI - TAL DO RIM E HIPERTENSÃO – DISCIPLINA DE NEFROLOGIA Introdução: A avaliação do perfil de ativação imunológica por métodos não inva- sivos é de grande importância no transplante renal. A rejeição aguda é considera- da uma resposta Th1 onde células T alloreativas têm participação central. Duas vias efetoras distintas são descritas para as células T CD8+ alloreativas: citotoxi- cidade mediada por perforina/granzima B e morte celular induzida pela interação entre Fas e Fas-L. Métodos: Utilizando-se citometria de fluxo, linfócitos T urinários foram fenotipa- dos de acordo com a expressão de superfície de CD3, CD4, CD8 e Fas-L. Os resul- tados foram expressos como porcentagens de eventos dentro da população de célu- las CD3+. Amostras de urina foram obtidas de pacientes com diagnóstico his- tológico de rejeição aguda (RA), pielonefrite (PN), necrose tubular aguda (NTA), nefrite tubulointresticial (NTI), nefropatia crônica do enxerto (NCE), e histologia normal (NH). Resultados: Foi observado um acentuado aumento da população de células CD3+ nas amostras dos grupos RA e PN comparado com níveis baixos ou indetectáveis nas amostras dos outros grupos. As porcentagens de linfócitos T CD8+ foram 54,5, 16,7, 0, 5,1, 4,4 e 0% em RA, PN, NTA, NTI, NCE e HN. A razão CD8/CD4 urinária foi elevada em pacientes com RA (2,16), 0,2 no grupo PN e próxima a zero nos grupos NTA, NCE, NTI e HN. Expressão aumentada de Fas-L na super- fície celular foi detectada somente em linfócitos T CD8+ obtidos de amostras de urina de pacientes com RA. Nenhuma expressão foi observada em linfócitos T CD4+. Conclusões: A imunofenotipagem de linfócitos T urinários é útil na distinção entre RA e NTA. Fas-L é essencialmente uma molécula de citotoxicidade com expressão induzida e restrita às células T alloreativas Th1. A avaliação seriada da expressão de Fas-L por citometria de fluxo nos linfócitos T urinários mostra-se útil na monitorização clinica não invasiva de enxertos renais. P-113 ACHADOS ULTRA-SONOGRÁFICOS E FUNÇÃO RENAL EM SEGUI- MENTO DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS VICTOR P. PASCHOALIN*, CASSIANO AUGUSTO BRAGA*, MIGUEL MOYSÉS NETO**, SUZANA CHIOZI**, ADÍLSON CUNHA FERREIRA***, FRANCISCO MAUAD FILHO***. UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO (UNAERP)*, SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO (SENERP)**, ESCOLA DE ULTRA- SONOGRAFIA DE RIBEIRÃO PRETO (EURP)***. Introdução: A ultra-sonografia é um dos principais métodos de imagem para avali- ação no transplante renal. O objetivo do trabalho foi analisar achados ecográficos e laboratoriais no transplante renal. Métodos: Utilizado o modo B acrescentando o uso do Doppler colorido de amplitude e espectral, o que permite a análise do enxerto e estruturas adjacentes, além das anastomoses e da qualidade da perfusão do órgão. Foram avaliados: local do rim transplantado, contornos, pirâmides, dimensões pela análise da espessura do parênquima (cortical e medular), o índice de resistência média das artérias intra-renais (IRM) e a velocidade na artéria do rim transplantado (VART). A função renal foi avaliada pelos níveis da creatinina sérica na ocasião do exame. Foram examinados ecograficamente59 pacientes transplantados renais com idade média de 43 ± 9,7 anos. Em relação à origem dos enxertos, 22 (37,2%) foram provenientes de pacientes vivos e 37 (62,7%) de cadáveres. A maioria dos exames foi solicitada como procedimento de rotina ou quando havia alteração na função renal. Os resultados estão expressos em mediana (percentil 25%; percentil 75%) e os testes de correlação foram feitos pela avaliação não paramétrica de Spearman. Resultados: O tempo de transplante foi de 29 meses (12,5; 81,0). Dos 59 rins transplantados, 38 (64,4%) estavam localizados na FID, 17 (28,8%) na FIE e 4 (6,77%) não foram especificados. Todos os rins apresentavam contornos regulares. Ecotextura habitual ou homogênea foram encontradas em 57 (96,6%) dos rins estudados, e apenas 2 (3,4%) com ecotextura aumentada. As pirâmides renais foram visualizadas ade- quadamente em 57 (96,6%) dos rins examinados. Não foram encontradas outras alterações no trato urinário. Outros achados foram: IRM 60% (57,5; 68,5); VART 75 cm/s (60; 100,0); espessura da cortical 8 mm (8,0; 10,0); espessura da medular de 10,0 mm (9,0; 11,5); volume renal 151,6 cm 3 (113,2; 177,2) e os valores de creati- nina 1,5 mg/dl (1,1; 1,9). Quando correlacionados com a função renal pela medida dos níveis da creatinina sérica pelo teste de Spearman não foi encontrada correlação com IRM, VART e espessura da cortical e da medular (p>0,05). Entretanto, houve correlação significante quando comparamos o volume renal com a função renal (p<0.007,r=-035). Conclusão: Dos parâmetros avaliados ecograficamente o volume renal foi o único que se correlacionou bem com a filtração glomerular medida através dos valores da creatinina sérica nos casos estudados. P-111 A INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO DO GENE DO VEGF (VASCULAR ENDOTHELIAL GROWTH FACTOR) NA SOBREVIDA DE ENXERTOS RENAIS LEMOS, F. B. C. MOL, W.; ROODNAT, J.; UITTERLINDEN, A.; IJZER- MANS, J.; WEIMAR, W.; BAAN, C. ERASMUS MEDICAL CENTER, ROTTERDAM, THE NETHERLANDS Introdução: O VEGF é um fator proangiogênico que exerce um importante papel na manutenção da densidade microvascular do tecido renal, contribuindo para a pro- teção do enxerto após o transplante renal. O polimorfismo de um nucleotídeo sim- ples do gene do VEGF na posição -2578 C/A está localizado dentro da região pro- motora do gene e influencia a produção de VEGF. Células mononucleares de indi- víduos saudáveis com genótipos -2578 C/C e C/A produzem mais VEGF do que indivíduos homozigóticos -2578 A/A. Objetivo: Investigar se o efeito protetor do VEGF sobre o enxerto renal poderia ser influenciado pelo polimorfismo funcional do VEGF (-2578 C/A) em doadores e receptores renais. Material e Métodos: Foram analisados DNA de 306 doadores e 387 receptores de rim, transplantados em Rot- terdam, durante o período de setembro de 1995 a março de 2001 (seguimento pós- Tx médio = 4,1+ 2,3 anos). Resultados: Os receptores e doadores não diferiram quanto à distribuição da frequência dos genótipos (receptores: CC-27%, CA-52% e AA-21% vs doadores (CC-29%, CA-48% e AA-23%, p=0,71). A sobrevida do en- xerto foi associada com o polimorfismo do receptor e não com o polimorfismo do doador. Receptores que eram portadores do alelo C (n=302) tiveram sobrevida do enxerto ao final do 5º ano significativamente maior do que os 83 receptores que não eram portadores do alelo C, os homozigóticos para o alelo A (84% vs 75%, p=0,03). Esta diferença na sobrevida do enxerto foi evidente no grupo de receptores trans- plantados com doadores vivos (n=143). Neste grupo, receptores que tinham homozigose do alelo A (n=32), os baixos produtores de VEGF, tiveram uma sobre- vida do enxerto no 5º ano significativamente menor quando comparados a receptores que eram portadores do alelo C (CC=97%, CA=97% e AA=83%, p=0,006). Na análise multivariada, a homozigose do alelo A foi identificada como fator de risco independente para perda do enxerto em receptores de doadores vivos (HR=11,8; CI=2,2-63,8; p=0,004). Em receptores de doadores cadavéricos, não houve associ- ação entre o polimorfismo do receptor e a sobrevida do enxerto no 5º ano pós-trans- plante (CC=75%, C/A=77% e AA=69%, p=0,37). Conclusão: Em transplante renal com doadores vivos, os receptores homozigóticos do alelo A do polimorfismo -2578 do gene do VEGF, e portanto os baixos produtores de VEGF são mais vulneráveis à injúria tecidual e evoluem com pior sobrevida do enxerto renal.

P-110 P-111...ceratina (marcador epitelial), vimentina (marcador mesenquimal) e µSMA (mar - cador de miofibroblasto). O depósito de colágeno (PS) e o µSMA foram quantifi - cados

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Page 1: P-110 P-111...ceratina (marcador epitelial), vimentina (marcador mesenquimal) e µSMA (mar - cador de miofibroblasto). O depósito de colágeno (PS) e o µSMA foram quantifi - cados

J. Bras. Nefrol Transplante

76 XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia

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A PRESENÇA DE MIOFIBROBLASTOS EM BIÓPSIAS PROTOCO-LARES ESTÁ ASSOCIADAÀ TRANSFORMAÇÃO DA CÉLULA TUBU-LAR EPITELIAL, À FIBROSE INTERSTICIAL EÀ PIORA DA FUNÇÃORENAL EM 2 ANOSMATOS, A. C. C. FRANCO, M.; SILVA, A. P.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO / HOSPITAL ISRAELITAALBERT EINSTEIN

Introdução: A quantificação da fibrose intersticial de biópsias protocolares (bxp)coradas com Picro-Sirius-PS (coloração para colágeno) e a identificação de alte-rações da célula epitelial tubular por meio da medidado nível urinário da proteínatransportadora do retinol (RBPu) e da pesquisa do fenômeno de transdiferenciação(TDF) da célula epitelial em mesenquimal são promissores marcadores deNefropatia Crônica do Enxerto (NCE). Métodos: Foram realizadas 50 bxp emtransplantados renais após uma mediana de 105 (30-690) dias do tx e dosagensconcomitantes de RBPu e Creatinina (Cr). Além da Classificação de Banff-1997,analisou-se semi-quantitativamente as alterações tubulares e intersticiais, criando-se um escore tubular, intersticial e total. Realizou-se imuno-histoquímica para cito-ceratina (marcador epitelial), vimentina (marcador mesenquimal) e µSMA (mar-cador de miofibroblasto). O depósito de colágeno (PS) e o µSMA foram quantifi-cados através de imagens computadorizadas. A função renal foi reavaliada após 2anos do tx. Resultados: Houve correlação entre o PS e os escores intersticial etotal (r=0.31;r=0.33 e p<0.05) e o µSMA quantitativo (r=0.33 p=0.02). O µ-SMAse correlacionou aos escores tubular, intersticial e total (r=0.42; r=0.31;r=0.40 ep<0,05). A vimentina, avaliada por meio da porcentagem de túbulos marcados, secorrelacionou aos 3 escores, tubular, intersticial e total (r=0,64; 0,59; 0,62 e p <0,0001) e ao µ-SMA (r=0.39 p<0,05). Funcionalmente, o µ-SMA se correlacionouà Cr da bx e de 2 anos (r=0,41;r=0,33 e p<0,05). No seguimento foram encontra-dos 10 casos de NCE na bx. Na análise de regressão logística, entre as variáveisanalisadas (RBPu, citoceratina, vimentina e µ-SMA), somente o µ-SMAassociou-se ao desenvolvimento de NCE na bx (p=0,047).Conclusão: Observou-se alter-ação do fenótipo da célula epitelial em áreas com extenso dano tubular e ricas emmiofibroblatos. A pesquisa de marcadores de TDF enriquece o entendimento dasalterações morfológicos da fibrogênese renal e é um importante indicador prognós-tico da NCE.

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A EXPRESSÃO DE FAS-L EM LINFÓCITOS T URINÁRIOS AVALIADAPOR CITOMETRIA DE FLUXO É ÚTIL NA MONITORIZAÇÃOIMUNOLÓGICA NÃO INVASIVA DO TRANSPLANTE RENAL GALANTE, N. Z.; MEDINA, J. O. A. P. KALLÁS, É. G.; CENEDEZE, M. A.;SALOMÃO, R.; CÂMARA, N. O. S.LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL – HOSPI-TAL DO RIM E HIPERTENSÃO – DISCIPLINA DE NEFROLOGIA

Introdução: A avaliação do perfil de ativação imunológica por métodos não inva-sivos é de grande importância no transplante renal. A rejeição aguda é considera-da uma resposta Th1 onde células T alloreativas têm participação central. Duasvias efetoras distintas são descritas para as células T CD8+ alloreativas: citotoxi-cidade mediada por perforina/granzima B e morte celular induzida pela interaçãoentre Fas e Fas-L.Métodos: Utilizando-se citometria de fluxo, linfócitos T urinários foram fenotipa-dos de acordo com a expressão de superfície de CD3, CD4, CD8 e Fas-L. Os resul-tados foram expressos como porcentagens de eventos dentro da população de célu-las CD3+. Amostras de urina foram obtidas de pacientes com diagnóstico his-tológico de rejeição aguda (RA), pielonefrite (PN), necrose tubular aguda (NTA),nefrite tubulointresticial (NTI), nefropatia crônica do enxerto (NCE), e histologianormal (NH).Resultados: Foi observado um acentuado aumento da população de células CD3+nas amostras dos grupos RA e PN comparado com níveis baixos ou indetectáveisnas amostras dos outros grupos. As porcentagens de linfócitos T CD8+ foram 54,5,16,7, 0, 5,1, 4,4 e 0% em RA, PN, NTA, NTI, NCE e HN. A razão CD8/CD4urinária foi elevada em pacientes com RA (2,16), 0,2 no grupo PN e próxima azero nos grupos NTA, NCE, NTI e HN. Expressão aumentada de Fas-L na super-fície celular foi detectada somente em linfócitos T CD8+ obtidos de amostras deurina de pacientes com RA. Nenhuma expressão foi observada em linfócitos TCD4+.Conclusões: A imunofenotipagem de linfócitos T urinários é útil na distinçãoentre RA e NTA. Fas-L é essencialmente uma molécula de citotoxicidade comexpressão induzida e restrita às células T alloreativas Th1. A avaliação seriada daexpressão de Fas-L por citometria de fluxo nos linfócitos T urinários mostra-se útilna monitorização clinica não invasiva de enxertos renais.

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ACHADOS ULTRA-SONOGRÁFICOS E FUNÇÃO RENAL EM SEGUI-MENTO DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS VICTOR P. PASCHOALIN*, CASSIANO AUGUSTO BRAGA*, MIGUELMOYSÉS NETO**, SUZANA CHIOZI**, ADÍLSON CUNHA FERREIRA***,FRANCISCO MAUAD FILHO***. UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO (UNAERP)*, SERVIÇO DENEFROLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO (SENERP)**, ESCOLA DE ULTRA-SONOGRAFIA DE RIBEIRÃO PRETO (EURP)***.

I n t r o d u ç ã o : A ultra-sonografia é um dos principais métodos de imagem para avali-ação no transplante renal. O objetivo do trabalho foi analisar achados ecográficos elaboratoriais no transplante renal. Métodos: Utilizado o modo B acrescentando o usodo Doppler colorido de amplitude e espectral, o que permite a análise do enxerto eestruturas adjacentes, além das anastomoses e da qualidade da perfusão do órgão.Foram avaliados: local do rim transplantado, contornos, pirâmides, dimensões pelaanálise da espessura do parênquima (cortical e medular), o índice de resistênciamédia das artérias intra-renais (IRM) e a velocidade na artéria do rim transplantado(VART). A função renal foi avaliada pelos níveis da creatinina sérica na ocasião doexame. Foram examinados ecograficamente59 pacientes transplantados renais comidade média de 43 ± 9,7 anos. Em relação à origem dos enxertos, 22 (37,2%) foramprovenientes de pacientes vivos e 37 (62,7%) de cadáveres. A maioria dos exames foisolicitada como procedimento de rotina ou quando havia alteração na função renal.Os resultados estão expressos em mediana (percentil 25%; percentil 75%) e os testesde correlação foram feitos pela avaliação não paramétrica de Spearman. R e s u l t a d o s :O tempo de transplante foi de 29 meses (12,5; 81,0). Dos 59 rins transplantados, 38(64,4%) estavam localizados na FID, 17 (28,8%) na FIE e 4 (6,77%) não foramespecificados. Todos os rins apresentavam contornos regulares. Ecotextura habitualou homogênea foram encontradas em 57 (96,6%) dos rins estudados, e apenas 2(3,4%) com ecotextura aumentada. As pirâmides renais foram visualizadas ade-quadamente em 57 (96,6%) dos rins examinados. Não foram encontradas outrasalterações no trato urinário. Outros achados foram: IRM 60% (57,5; 68,5); VART 75cm/s (60; 100,0); espessura da cortical 8 mm (8,0; 10,0); espessura da medular de10,0 mm (9,0; 11,5); volume renal 151,6 cm3 (113,2; 177,2) e os valores de creati-nina 1,5 mg/dl (1,1; 1,9). Quando correlacionados com a função renal pela medidados níveis da creatinina sérica pelo teste de Spearman não foi encontrada correlaçãocom IRM, VART e espessura da cortical e da medular (p>0,05). Entretanto, houvecorrelação significante quando comparamos o volume renal com a função renal(p<0.007,r=-035). C o n c l u s ã o : Dos parâmetros avaliados ecograficamente o volumerenal foi o único que se correlacionou bem com a filtração glomerular medida atravésdos valores da creatinina sérica nos casos estudados.

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A INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO DO GENE DO VEGF (VASCULARENDOTHELIAL GROWTH FACTOR) NA SOBREVIDA DE ENXERTOSRENAIS LEMOS, F. B. C. MOL, W.; ROODNAT, J.; UITTERLINDEN, A.; IJZER-MANS, J.; WEIMAR, W.; BAAN, C.ERASMUS MEDICAL CENTER, ROTTERDAM, THE NETHERLANDS

I n t r o d u ç ã o : O VEGF é um fator proangiogênico que exerce um importante papelna manutenção da densidade microvascular do tecido renal, contribuindo para a pro-teção do enxerto após o transplante renal. O polimorfismo de um nucleotídeo sim-ples do gene do VEGF na posição -2578 C/A está localizado dentro da região pro-motora do gene e influencia a produção de VEGF. Células mononucleares de indi-víduos saudáveis com genótipos -2578 C/C e C/A produzem mais VEGF do queindivíduos homozigóticos -2578 A/A. O b j e t i v o : Investigar se o efeito protetor doVEGF sobre o enxerto renal poderia ser influenciado pelo polimorfismo funcionaldo VEGF (-2578 C/A) em doadores e receptores renais. Material e Métodos: Foramanalisados DNA de 306 doadores e 387 receptores de rim, transplantados em Rot-terdam, durante o período de setembro de 1995 a março de 2001 (seguimento pós-Tx médio = 4,1+ 2,3 anos). R e s u l t a d o s : Os receptores e doadores não diferiramquanto à distribuição da frequência dos genótipos (receptores: CC-27%, CA-52% eAA-21% vs doadores (CC-29%, CA-48% e AA-23%, p=0,71). A sobrevida do en-xerto foi associada com o polimorfismo do receptor e não com o polimorfismo dodoador. Receptores que eram portadores do alelo C (n=302) tiveram sobrevida doenxerto ao final do 5º ano significativamente maior do que os 83 receptores que nãoeram portadores do alelo C, os homozigóticos para o alelo A (84% vs 75%, p=0,03).Esta diferença na sobrevida do enxerto foi evidente no grupo de receptores trans-plantados com doadores vivos (n=143). Neste grupo, receptores que tinhamhomozigose do alelo A (n=32), os baixos produtores de VEGF, tiveram uma sobre-vida do enxerto no 5º ano significativamente menor quando comparados a receptoresque eram portadores do alelo C (CC=97%, CA=97% e AA=83%, p=0,006). Naanálise multivariada, a homozigose do alelo A foi identificada como fator de riscoindependente para perda do enxerto em receptores de doadores vivos (HR=11,8;CI=2,2-63,8; p=0,004). Em receptores de doadores cadavéricos, não houve associ-ação entre o polimorfismo do receptor e a sobrevida do enxerto no 5º ano pós-trans-plante (CC=75%, C/A=77% e AA=69%, p=0,37). C o n c l u s ã o : Em transplante renalcom doadores vivos, os receptores homozigóticos do alelo A do polimorfismo -2578do gene do VEGF, e portanto os baixos produtores de VEGF são mais vulneráveis àinjúria tecidual e evoluem com pior sobrevida do enxerto renal.

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77XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia

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ANÁLISE HISTÓLOGICA, CLÍNICA E LABORATORIAL DE PACIENTESCOM GLOMERULOPATIAS PÓS-TRANSPLANTE,GLOMERULOPATIACRÔNICA DO TRANSPLANTE E NEFROPATIA CRÔNICA DO ENXER-T O .MOSCOSO, G. S.; KIRSZTJAN, G. M.; FRANCO, M.; SILVA, A. P.; CAMA-RA, N. O. S.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-UNIFESP

Introdução: As alterações morfológicas relacionadas a Nefropatia crônica do en-xerto (NCE), Glomerulopatias pós-transplante (GPT) e glomerulopatia crônica dotransplante (GCT) podem ser de difícil distinção em suas etapas iniciais. A NCE égraduada com base na severidade da atrofia tubular e da fibrose intersticial. A GCTé caracterizada pela presença dos duplos contornos e mesangiólise. Muitas vezes,elas podem confundir-se com as GPTs.Objetivos: Analisar parâmetros histológicos, clínicos e bioquímicos em pacientestransplantados com NCE, GPT, GCT. Material e Métodos: Estudo retrospectivo. Foram incluídos 71 pacientes trans-plantados, todos com diagnóstico confirmado por biópsia, distribuídos em Grupo1 (n=22 com GPT), Grupo 2 (n=21 com GCT) e Grupo 3 (n=18 com NCE).Parâmetros clínicos, histológicos e bioquímicos foram avaliados. Resultados: Osgrupos foram pareados de acordo com idade, sexo, tempo em diálise, tipo dedoador, tempo de transplante e grau de nefropatia crônica. Foram analisados osseguintes parâmetros: Presença de rejeição aguda (RA): G1: 70%, G2:45% e G3:60%; glomerulite aguda (GA), G1: 72%, G2: 80% e G3: 50%; glomerulite crôni-ca (GC): G1: 38%, G2: 58% e G3: 35%; alterações podocitárias: G1: 22%, G2:8% e G3: 14%; alterações tubulares: G1: 100% ,G2: 79% e G3: 90%; necrosetubular aguda (NTA): G1: 18%; G2: 50% e G3: 35%; níveis de proteinúria: G1 :6,9g/l; G2: 2,9 g/l; e G3:0,7g/l; creatinina sérica: G1: 2,1mg/dl; G2: 1,7mg/dl e G3:1,6mg/dl. Todos os grupos fizeram uso de IECA e apresentaram algum grau deredução da proteinúria. Conclusões: Estes dados sugerem que a glomerulite aguda, a glomerulite crônicae as alterações podocitárias podem contribuir para o diagnóstico diferencial daspatologias descritas e que estão relacionadas à função do enxerto e ao nível deproteinúria. O uso dos IECA mostrou-se eficaz nos pacientes com NCE comalgum grau de proteinúria.

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ANÁLISE RETROSPECTIVA DOS TRANSPLANTES RENAIS REALIZA-DOS NO HC-UFMG NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS.FIORINI, J.S.; BARCELOS, F.L.; MAGNUS, G.; MILANEZ, L.A.; MORAES,E.F., RODRIGUES, W.V.; SALOMÃO, A.

Introdução: Um número cada vez maior de transplantes renais com doador vivoe doador cadáver tem sido realizado. O presente trabalho tem o objetivo de avaliaras variáveis que poderiam influenciar na sobrevida do paciente e do enxerto, veri-ficar a incidência de complicações, as causas de óbitos e os esquemas de imunos-supressão que foram utilizados com maior freqüência. Métodos: No período dejaneiro/2001 a dezembro/2003, foram efetuados 110 transplantes, sendo 108 comseguimento e informações adequadas, no Hospital das Clínicas da UniversidadeFederal de Minas Gerais. Dos 108 transplantes, 72 foram com doador vivo e 35com doador cadáver. As sobrevidas do paciente e do enxerto foram analisadas,assim como as variáveis demográficas (idade, sexo, raça), e também a doença quedeterminou a falência renal; função retardada de enxerto; rejeição aguda; rejeiçãocrônica; causas de óbito; tempo de diálise pré-transplante; tipagem HLA. Tambémforam verificados os esquemas de imunossupressão mais utilizados. Resultados:No período estudado, um terço dos pacientes transplantados era do sexo femininoe dois terços do sexo masculino. A maioria dos pacientes tinha entre 40-59 anos.Do total, 6% faleceram no hospital, antes da alta após o transplante. As variáveisque influenciaram a sobrevida do enxerto foram: tipo de doador, idade do doador,rejeição aguda e função retardada de enxerto. As variáveis que influenciaram asobrevida dos pacientes foram: idade do receptor e tipo de doador. Foram utiliza-dos, ao todo, 11 esquemas de imunossupressão, sendo que os mais comuns foramos tríplices, nas seguintes associações: PRED (prednisona), AZA (azatioprina),CSA (ciclosporina); PRED, MMF (micofenolato de mofetil), CSA; e FK(tacrolimus), PRED e MMF. Dentre as causas de perda de enxerto, encontramosrejeição aguda e crônica. Conclusão: A análise da casuística, dos padrões deimunossupressão e evolução dos transplantes renais, na curva atuarial, mostraresultados semelhantes aos que são descritos nos registros internacionais.

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ANGIORRESSONÂNCIA VERSUS ARTERIOGRAFIA RENAL: COM-PARAÇÃO DOS MÉTODOS NA AVALIAÇÃO DE DOADORES DE RIMPARA TRANSPLANTE.COMPARSI, A. SOUZA, A. C. C. P.; POITEVIN, A. A.; CARVALHAL, E.;HOEFEL FILHO, J. R.; MARQUES, M. B.; D’AVILA, D. O.; SAITOVICH, D.;TRAESEL, M. A.; FIGUEIREDO, C. E. P.PUCRS

Introdução: A determinação precisa do número, da extensão e da localização dasartérias e veias renais é fundamental para o planejamento cirúrgico da nefrectomiado doador de rim. A arteriografia renal é o exame considerado padrão-ouro paratal avaliação. Além da toxicidade renal pelo contraste, existe o incoveniente de serum procedimento invasivo e o risco de reação alérgica. A angiorressonância é ummétodo alternativo para esta avaliação, sem os riscos acima mencionados. Alémdisso, realiza também renograma com fase excretória, que pode substituir a uro-grafia excretora. O objetivo deste estudo foi comparar os achados da arteriografiacom os da angiorressonância na avaliação dos vasos renais de doadores de rim.Métodos: Estudo descritivo, observacional, comparativo, com amostra obtida porconveniência formada por 10 (dez) candidatos a doação renal submetidos a arteri-ografia e angiorressonância das artérias renais. Os exames foram interpretados porradiologistas diferentes sem conhecimento dos outros resultados. Empregou-se osachados transoperatórios como padrão-ouro para tal comparação.Resultados: A idade dos doadores variou de 30 a 52 anos, sete eram mulheres etrês homens. Em 8 casos houve concordância de ambos os métodos com os acha-dos da cirurgia, evidenciando a presença de artéria renal única em sete e umaartéria polar em um paciente. Em um destes casos a angiorressonância evidencioucisto renal não evidenciado pela arteriografia. Houve dois outros casos de presençade artéria polar: uma identificada apenas pela arteriografia e outra apenas porangiorressonância. Um paciente apresentou hematoma no sítio de punção da arte-riografia.Conclusões: A angiorressonância se mostrou tão eficaz quanto a arteriografia naavaliação dos vasos renais tendo cada método deixado de identificar presença deartéria acessória apenas uma vez. Além disto a angiorressonância foi capaz deacrescentar informação anatômica não identificada pela arteriografia e não apre-sentou complicações.

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APLASIA ERITRÓIDE PURA E DIABETES MELLITUS APÓSINFECÇÃO POR PARVOVÍRUS B19 EM TRANSPLANTADO RENAL ROCHA, P. T.; RUZANY, F.; MORAES, E. R. S.; STARLING, P.; RIOJA, S.;VENTURA, S.; GOMES, C. L.; FILGUEIRAS, R.; ANDRADE, J.; FINNI, P.;ESPÍNDOLA, F.; ANDRÉA, C.; SETUBAL, S.; CERVANTES, V.SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDROERNESTO

Introdução: Infecção pelo Parvovirus B19 (PVB19) é sabidamente uma causa deanemia crônica por aplasia eritróide pura em indivíduos imunodeprimidos, incluin-do transplantados renais. Diabetes Mellitus pode ser causado por uma variedade deinfecções virais incluindo PVB19, presumidamente por mimicismo molecularentre proteínas virais e autoantígenos pancreáticos, ou por efeito citotóxico diretoem células beta. Relatamos um caso de Diabetes Mellitus e aplasia eritróide puraapós infecção por PVB19. Relato de Caso: Paciente masculino de 49 anos, recep-tor de um transplante renal doador vivo sob imunossupressão inicial com tacrolimus,micofenolato mofetil e prednisona, apresentou dois meses após a cirurgia quadro deanemia e hiperglicemia não-cetótica. Exames iniciais demonstraram uma anemianormocrômica, normocítica com reticulocitopenia, e uma biópsia de medula ósseademonstrou aplasia eritróide pura com pronormoblastos gigantes, compatíveis como diagnóstico de infecção pelo PVB19. Hibridização por dot-blot de amostras doplasma e do aspirado de medula óssea detectaram DNA de PVB19. Após suspensãodo micofenolato mofetil e redução da dose do tacrolimus, anemia persistiu e opaciente foi então tratado com imunoglobulina humana hiperimune por cinco dias.Houve resolução da anemia, porém o paciente permaneceu insulino-dependente.Após três meses, o paciente apresentou recorrência da anemia, sendo novamenteinternado. Após troca do tacrolimus por ciclosporina sem resolução da anemia e pos-terior suspensão da ciclosporina, sendo mantido apenas com prednisona, o pacienteapresentou episódio de rejeição aguda, sendo tratado com pulsoterapia com metil-prednisolona. Após a normalização da função renal, recebeu então novo curso deimunoglobulina hiperimune, com resolução da anemia. Após um mês de follow-up,o paciente permanece com boa função do enxerto, bom controle glicêmico cominsulinoterapia e imunossupressão dupla com ciclosporina e prednisona. Conclusão:Infecções virais incomuns estão surgindo com o advento de esquemas imunossu-pressores mais potentes. A infecção por PVB19 deve ser considerada no diagnós-tico diferencial não só de anemia, mas também de Diabetes Mellitus pós-trans-plante. Em nosso caso, redução inicial na imunossupressão não foi bem sucedidaem reverter anemia, e terapia com imunoglobulina hiperimune foi eficaz emreverter a anemia, porém não o Diabetes Mellitus.

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APOPTOSE EM CULTURA DE LINFÓCITOS HUMANOS PERIFÉRI-COS EXPOSTOS A RAPAMICINA GONÇALVES, L. F. S.; PROCHNOW, T.A. CARPIO, V.N.; DIAS, E.A.; MAN-FRO, R.C.SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTOALEGRE E PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS:NEFROLOGIA, UFRGS

Introdução: O mecanismo de ação de alguns imunossupressores ainda não estãoadequadamente esclarecidos, sendo importante a sua elucidação. Neste estudoavaliou-se o efeito da rapamicina(RAPA) na indução de apoptose em linfócitoshumanos periféricos. Métodos: Linfócitos do sangue periférico de voluntários sadios foram separadosatravés de centrifugação em gradiente de densidade, sendo cultivados em RPMIem placas de cultura,as quais acrescentou-se fito-hemaglutinina (PHA) e/ouRAPA conforme o ensaio. Foram testados 4 ensaios experimentais:cultura de lin-fócitos não estimulados, linfócitos estimulados com PHA, linfócitos não estimula-dos e expostos a RAPA e linfócitos estimulados com PHA e expostos a RAPA. Aapoptose foi detectada através da marcação com Anexina V por citometria de fluxoapós 24h e 48h de cultura. A análise estatística foi realizada com o test t de Stu-dent, sendo considerado significativo valores de P < 0,05.Resultados: Não houve diferença estatísticamente significativa na detecção deapoptose nas culturas de linfócitos não estimulados e expostos ou não a RAPA,tanto na análise após 24h(7,1%+3,8 x 6,6%+2,6, P=1,0) como após 48h(6,1%+1,9x 6,2%+1,8,P=1,0). Entretanto, a estimulação dos linfócitos com PHA, na pre-sença ou ausência de RAPA, gerou aumento significativo na apoptose, tanto em24h(39% + 12,6 x 6,6% + 2,6,P=0,002) como em 48h (24,3%+11 x6,2%+1,8,P=0,033). A exposição de RAPA nas culturas estimuladas c/ PHA nãoocasionou aumento significativo na apoptose após 24h (49,5%+11 x39%+12,6,P=0,69) e após 48h (30,2%+8,7 x 24,3%+11,P=0,73).Conclusão: Nossos achados mostram que ocorre um aumento na apoptose após aestimulação in vitro dos linfócitos periféricos e que a RAPA não induz apoptosenestas condições.

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APOPTOSE EM LINFÓCITOS PERIFÉRICOS DE TRANSPLANTADOSRENAIS GONÇALVES, L. F. S.; CARPIO, V.N.; DIAS, E.A.; PROCHNOW, T.A.; MAN-FRO, R.C.SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTOALEGRE E PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS:NEFROLOGIA, UFRGS

Introdução: A apoptose tem sido reconhecida como um mecanismo envolvido notransplante de órgãos, tanto na rejeição ao enxerto como na indução de tolerância.Este estudo avalia a ocorrência de apoptose(APO) em linfócitos periféricos detransplantados renais e controles normais.Métodos: Estudo-se 3 grupos: grupo 1=controles sadios(n=7), grupo2=Tx renais< 1 ano (n=17), grupo 3= Tx renais > 5 anos (n=15). Experimentos: separação demononucleares em Ficoll-Hypaque, cultura em RPMI com estimulação com fito-hemaglutinina a 1% e avaliação do percentual de células apoptóticas em 48h porcitometria de fluxo com Anexina V. Todos os experimentos foram realizados emtriplicata. Variáveis estudadas: APO, grupo, idade, sexo, raça, tipo de imunossu-pressão (IMUNOSUP): tríplice com pred, ciclosporina e azatioprina (A), tríplicecom ciclosporina e Micofenolato (M) ou tríplice com micofenolato e tacrolimus(T). Análise estatística: X2 e ANOVA, significância, P<0,05.Resultados: Não houve diferença estatísticamente significativa entre idade, sexoe raça, quando analisados em relação ao grupo ou tipo de imunossupressão. Aavaliação de apoptose em relação aos grupos e tipo de imunossupressão são apre-sentados na tabela abaixo:

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ARTE-TERAPIA E PSICOLOGIA NA ADAPTAÇÃO À HOSPITALIZA-ÇÃO E AO PROCESSO DE DOENÇA DO PACIENTE TRANSPLANTADORENAL MOHALLEM, C.; BRANCO, C.; FORMIGONI, M.C.; PESTANA, J.O.P.M.HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO - UNIFESP

Foi introduzida na enfermaria de transplante renal (59 leitos) uma oficina de artes.Nestas são desenvolvidas sessões artes-terapêuticas, que são coordenadas peloserviço de psicologia (média de freqüência 09 pacientes/dia).Objetivo: Descrever e avaliar o impacto da assistência arte-terapêutica e psi-cológica prestada ao paciente transplantado renal hospitalizado.Material e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo cuja técnica para a análisedos dados utilizada foi a análise qualitativa e interpretativa. Foi analisada a inter-ação entre os fatores psíquicos e físicos, bem como a adaptação no processo dadoença e de hospitalização de 03 pacientes transplantados renais que estiveraminternados por mais de um mês e que receberam tratamento complementar arte-terapêutico.Resultado: A oficina de artes representa um espaço terapêutico em que o atendi-mento realizado não é pré-programado, o psicólogo coloca-se de modo a facilitaro processo que julgue terapêutico. A arte terapia possibilitou, aos pacientes, umavivência mais prazerosa, ativa e criativa, melhora da auto-estima, a expressão desentimentos e emoções, o desenvolvimento de novas habilidades, o estimulo àsfunções cognitivas e motoras e o estabelecimento de relações interpessoais.Oresultado terapêutico alcançado abarcou o desenvolvimento de aspectos psíquicosdiversos do paciente, mesmo os não diretamente relacionados aos aspectos emo-cionais ou relativos aos esforços para se lidar com a doença. C o n c l u s ã o : A arte-terapia estimula aspectos diversos da personalidade dopaciente, o que contribui para um efeito geral de mudança da condição passiva ecentrada na doença renal crônica, que normalmente o caracteriza.

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AVALIAÇÃO DA REDUÇÃO DA HIPERTROFIA VENTRICULARESQUERDA APÓS TRANSPLANTE RENAL. SELISTRE, L.S.; GARCIA, V.D.; PORTAL, V.SANTA CASA DE PORTO ALEGRE

Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade emtransplantados renais, sendo a hipertrofia ventricular esquerda uma das causasmaiores para esse evento. Objetivo: Estudo de coorte histórico para avaliar a redução da hipertrofia ventri-cular esquerda em transplantados renais, com função renal estável, através da eco-cardiograma transtorácico bidimensional com doppler colorido.Materiais e Métodos: Serão incluídos transplantados renais com idade superior a18 anos, com função renal estável (creatinina< 2 mg/dl), que tenham realizadoecocardiograma transtorácico bidimensional com doppler colorido na avaliaçãopré-transplante renal, em período inferior a um ano e com demonstração dehipertrofia ventricular esquerda. Para indexação da massa ventricular e cálculo deprevalência de hipertrofia, será utilizada a área de superfície corpórea, obtendo-seassim o parâmetro massa do ventrículo esquerdo/área de superfície corpórea, cujoscritérios de anormalidade têm sido superior a 110 g/m2 em mulheres e 134 g/m2

em homens. Após 6 meses de transplante os pacientes serão reavaliados com eco-cardiograma bidimensional com Doppler e comparados com os dados pré-trans-plante. Resultados: Foram avaliados até o momento 34 pacientes, sendo 25 (73,5%)homens, idade média de 40 + 11 anos (18-62a), com massa ventricular (MVE)média de 303,1+98,2 g/m2 (13-580). Separando pelo sexo, encontramos MVE emhomens de 328+79 (137-580) g/m2 e 231,77+39 (173-277) g/m2 para as mulheres.O cálculo amostral foi de 60 pacientes.Conclusões: Estudo ainda em fase de coleta de dados.

GRUPO APO (%) P IMUNOSUP APO(%) P

1 27 + 2 1x2=0,000 A 38 + 4 AxM=0,411

2 42 + 4 2x3=0,004 M 40 + 5 MxT=0,413

3 37 + 3 1x3=0,000 T 42 + 2 AxT=0,065

Conclusão: Os linfócitos de pacientes transplantados apresentam mais morte celu-lar induzida por ativação do que os controles normais, havendo também umaumento da apoptose nos transplantados mais recentes e naqueles que receberamtacrolimus, sugerindo que a apoptose ocorre nestes pacientes como um mecanismode deleção de linfócitos aloreativos.

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AVALIAÇÃO DE TROCA DE IMUNOSSUPRESSÃO AZATIOPRINAPARA MICOFENOLATO MOFETIL EM PACIENTE TRANSPLANTADODE RIM HCV POSITIVO ENGEL, M. ;RAMOS, J. L. Z. ENGEL, M.UNIDADE DE TERAPIA RENAL DE PATO BRANCO

Indrodução: As drogas imunossupressoras podem alterar a função hepática comelevação de transaminases. A hepatite C em transplantado de rim é mais um fatorde risco para a potencialização do agressor hepatocelular, em associação ao esque-ma imunossupressor.Material e Métodos: Estudo retrospectivo no período de 01/1992 à 12/2003, ondeforam analisados todos os pacientes transplantados de rim que tiveram indicaçãode mudança de imunossupressor (azatioprina para micofenolato mofetil), por alter-ação de transaminase em portadores de vírus C. O nível sérico de transaminaseconsiderado normal foi de 40 UI/L. Os pacientes foram acompanhados com mon-itoramento dos níves de ALT / AST.Resultados: De um total de 311 transplantes realizados no período, 31 modi-ficaram esquema de imunossupressão por diferentes indicações. Destes 31pacientes, 6 foram por alteração de transaminases associada ao vírus C. Aevolução pós troca de azatioprina por micofenolato mofetil em 6 pacientes,mostrou a normalização dos níveis de transaminase em 3, persistindo flutuação detransaminases nos restantes.C o n c l u s ã o : Dados sugerem que a hepatotoxicidade dos imunossupressores é menorcom o uso de micofenolato mofetil. Nos pacientes com vírus C associado, estaagressão pode ser dependente do grau de comprometimento do figado pela agressãoviral. Assim, novos trabalhos devem ser realizados avaliando biópsia hepática pré epós troca de imunossupressão, bem como sua evolução a longo prazo.

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AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA EMPACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS SANDERS, H.; BRAGA, A. M. ALVES, C. M.; SILVA, C. R.; SILVA, R. M.;ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.NIEPEN - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Introdução. Não está claro se as medidas que retardam a progressão da doençarenal crônica (DRC) são também úteis nos pacientes com transplante renal (TxR).Estudos sobre o implementação e impacto destas medidas são escassos. Objetivo.Avaliar a implementação das medidas de tratamento da DRC no TxR (DRCTx) ecomparar com pacientes com DRC em rim nativo (DRCN). Métodos. Foram estudados 57 pacientes com TxR e 86 com DRCN, com acom-panhamento ≥ 12 meses. Avaliamos: controle da pressão arterial (PAS £130mmHg e PAD, £80 mmHg); uso de bloqueador do sistema renina-angiotensina(BSRA); uso de eritropoetina (EPO); uso de quelante de fósforo; uso de bicarbon-ato de sódio, controle da obesidade/sobrepeso (IMC<25Kg/m2); uso de estatina.Foi também avaliada a presença de comorbidades: insuf. cardíaca, coronariana evascular periférica. A filtração glomerular foi estimada pela fórmula MDRD e ospacientes estagiados pela proposta da National Kidney Foundation. Resultados. A média de idade foi menor (44,4+12,8 vs. 57,5+14,1 anos) e o tem-po mediano de seguimento foi maior (41,5 vs. 18 meses) no grupo com DRCTx,p<0,001. A maioria dos pacientes com TxR estava no estágio II (21,5%) e III(69%), enquanto um maior número de pacientes com DRCN estavam nos estágiosIII (44%) e IV (46%). A pressão arterial controlada foi mais freqüente nos DRC-Tx, 69% vs. 37%, porém havia menor uso de BSRA 62% vs. 86%, p<0,05. Todosos pacientes com DRCTx, em que havia indicação, estavam recebendo EPO, que-lante de fósforo e estatina, em contraste com 44%, 44% e 33%, respectivamentenos DRCN. 52% dos pacientes com TxR tinham IMC>25, similar aos com DRCN,45%. O bicarbonato foi prescrito nos DRCN (85,7 vs. 14,2%) e a insuf. vascularperiférica foi mais freqüente nos TxR, 26,2 vs. 10,5%, p<0,05.Conclusão. Os pacientes com DRCTx eram mais jovens, tinham maior tempo deseguimento e melhor função renal. As medidas para DRC estão sendo implantadasde forma mais disseminada nos pacientes com TxR do que nos com rim nativo.

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AVALIAÇÃO FUNCIONAL, IN VITRO E IN VIVO, DE ILHOTASPANCREÁTICAS HUMANAS OLIVEIRA EMC1,2, AITA CAM1, LOJUDICE FH1, SILVA IC1, KROGH K1,LABRIOLA L1, CRESENTINI F3, DUMARCO RB3, CARAVATTO PPP3,YAMAKAMI LYS3, TOKUNAGA CC3, GENZINI T4, MIRANDA MP4, MAR-TINI FILHO D5, GOLDBERG AC1, ELIASCHEWITZ FG4, SOGAYAR MC1 &NORONHA IL2

1UNIDADE DE ILHOTAS PANCREÁTICAS DO INSTITUTO DE QUÍMICADA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2 LABORATÓRIO DE FISIOPATOLO-GIA RENAL DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 3HOSPITAL DAS CLÍNI-CAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 4HOSPITAL ALBET EINSTEN,5FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO

Introdução: O transplante de ilhotas pancreáticas é capaz de tornar o portador dediabetes tipo 1 independente de insulina exógena. Neste trabalho foi realizado ummodelo experimental para avaliar, in vivo, a funcionalidade das ilhotas pancreáti-cas humanas.Métodos: Ratos imunodeficientes (NIH nude) foram tornados diabéticos atravésde injeção de estreptozotocina para o implante de ilhotas pancreáticas humanas naveia porta, cápsula renal e cavidade peritoneal.Resultados: Foram utilizadas ilhotas de 15 preparações, com rendimento médio de158.870 ± 51.773 IEQ e índice médio de resposta a glicose, in vitro, igual a 3 ± 3(0,4 a 10). A reversão do diabetes ocorreu em 24% dos ratos transplantados. A taxade mortalidade foi de 31%, sendo a causa do óbito sangramento excessivo pós-punção e trombose da veia porta.

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AVALIAÇAO SOROLÓGICA PARA SARAMPO NO PACIENTE RENALCRONICO PEDIATRICO FAGUNDES, S. N.; KOCH, V. H. K.; BALDACCI, E. R. REIS, A. D.; SOUZA,V. A. U.INSTITUTO DA CRIANÇA - FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSI-DADE DE SÃO PAULO

Introdução: Este estudo teve como objetivo avaliar a sorologia para sarampo decrianças e adolescentes portadores de insuficiência renal crônica, com diferentescondições clínicas e de tratamento.Material e métodos: Estudo de corte transversal em 83 pacientes com idades aci-ma de 18 meses e inferior a 18 anos, com RFG abaixo de 70 ml/min/1,73m2, por-tando o cartão vacinal preconizado pela Fundação Nacional de Saúde do Brasil(FUNASA), sendo considerados imunizados básico para sarampo, aqueles quehaviam recebido pelo menos uma contra sarampo monovalente ou tríplice viral(MMR). Através da técnica de ELISA modificada, avaliou-se quanto a presençade títulos sorológicos para sarampo, considerando como títulos protetores acimade 100 mUI/ml.. Resultados: Foram incluídos no estudo 83 pacientes portadores de IRC da Unidadede Nefrologia Pediátrica do ICr-FMUSP, com idade mediana de 11 anos, 55/83(66%) masculinos e 28/83 (34%) femininos, sendo 60% procedentes do própriomunicípio de São Paulo, tendo as famílias uma renda per capita mediana deR$105,00 (no ano de 2000). Foram 71 pacientes (87,6%) com títulos sorológicosprotetores (acima de 100 mUI/ml) e 10 pacientes (12,3%) com títulos não protetoresdos 81 pacientes que receberam pelo menos uma dose da vacina contra sarampo. Conclusões: No Brasil, o sarampo é uma doença que está relativamente controla-da, com relato de apenas dois casos importados no último ano de 2001-2002. Aausência de anticorpos para sarampo ocorreu em 12,3% dos pacientes. A suscepti-bilidade ao sarampo em vacinados na população de renais crônicos pediátricos aci-ma de seis anos foi 17,6 vezes maior que na comparação histórica com a populaçãogeral do município de São Paulo. O renal crônico pediátrico deve receber esque-ma vacinal contra sarampo conforme o calendário básico mas reforçar doses nasidades acima de seis anos, além de avaliação periódica dos títulos de anticorpos.

Reversão do diabetesSítio do Tx n Sobreviventes Total Parcial Óbitos

s n (%) n (%) n (%)n

Veia porta 46 28 5 (18%) 4 (14%) 18 (39%) Cápsula renal 9 7 0 1 (14%) 2 (22%) Cav. peritoneal 12 11 1 (9%) 0 1 (8%) TOTAL 67 46 6 (13%) 5 (11%) 21 (31%)

C o n c l u s ã o: Foi demonstrado que o transplante experimental de ilhotas pancreáticashumanas é factível em nosso meio, promovendo reversão do d i a b e t e s. Entretanto,nesta análise preliminar, as causas de falência do Tx envolveram aspectos técnicosdo procedimento, indicando que os sítios de implante devem ser melhor avaliados.

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AVALIAÇÃO SOROLÓGICA PARA VARICELA DO PACIENTEPEDIÁTRICO PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA FAGUNDES, S. N.; KOCH, V. H. K.; BALDACCI, E. R. REIS, A. D.; SOUZA,V. A. U.INSTITUTO DA CRIANÇA - FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSI-DADE DE SÃO PAULO

Introdução: O objetivo deste estudo foi avaliar a sorologia para varicela de cri-anças e adolescentes portadores de insuficiência renal crônica, com diferentescondições clínicas e de tratamento.Material e Métodos: Estudo de corte transversal em 83 pacientes com idades aci-ma de 18 meses e inferior a 18 anos, com RFG abaixo de 70 ml/min/1,73m2, por-tando o cartão vacinal preconizado pela (FUNASA), sendo avaliados quanto aexposição vacinal à varicela e história clínica de doença. Através da técnica deELISA avaliou-se quanto à presença de títulos sorológicos para varicela con-siderando como títulos protetores acima de 100 mUA/ml.Resultados: Foram incluídos no estudo 83 pacientes portadores de IRC daUnidade de Nefrologia Pediátrica do ICr-FMUSP, com idade mediana de 11 anos,55/83 (66%) masculinos e 28/83 (34%) femininos, sendo 60% procedentes domunicípio de São Paulo, tendo as famílias uma renda per capita mediana deR$105,00. O diagnóstico clínico por profissional médico ocorreu em 39 pacientes(47%). Três pacientes (3,6%) receberam vacina contra varicela sendo estes excluí-dos do estudo. Foram 59 pacientes (73,7%) com títulos sorológicos protetores (aci-ma de 100 mUI/ml) e 21 pacientes (26,3%) com títulos não protetores dos 80pacientes que não foram expostos aos antígenos vacinais. Conclusões: Nossa casuística apresenta títulos protetores para varicela em idadesmais avançadas, fruto de exposição natural ao vírus. Observa-se que ocorre umadiminuição progressiva da susceptibilidade à medida que aumenta a idade dopaciente. Nossos dados mostram que a chance de se ter varicela até a idade de seisanos é cerca de oito vezes maior do que depois desta idade. Numa comparaçãohistórica, observamos que a prevalência de susceptibilidade à varicela é cerca deduas vezes maior nas crianças renais crônicas de até seis anos de idade (p< 0,001),quando comparadas com crianças da população brasileira. O renal crônicopediátrico deve receber esquema vacinal contra varicela conforme o calendárioespecial com avaliação periódica dos títulos de anticorpos.

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BANCO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTES. FUNDAÇÃO SOCIALFIERGS. EXPERIÊNCIA PIONEIRA NO BRASIL. GARCIA, V. D.; GARCIA, C. D. BARBOSA, A.; PICASSO, L.; MARTINI,L.; RENÉ, P. SANTA CASA PORTO ALEGRE, FEDERAÇÃO DA INDUSTRIAS DO RIOGRANDE DO SUL

A Fundação Social FIERGS (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grandedo Sul) através do seu Conselho de Cidadania, criou, a partir do ano 2000, váriosBancos Sociais (Alimentos, Computadores, Vestuário, Materiais de Construção,Voluntários, etc) com o objetivo de auxiliar as comunidades carentes.Em 2003 foi criado nesta estrutura de Bancos Sociais, o Banco de Órgãos e Trans-plantes, com a finalidade de formar coordenadores educacionais de transplante, deequipar hospitais que apresentam dificuldades logísticas no processo de doação –transplante, apoiar as ONGs que desenvolvem atividades na área de transplante erealizar campanhas para a doação.Os cursos de formação de coordenadores educacionais destinam-se à estudantes eprofissionais da área de saúde, `a voluntários, à participantes de clubes de serviço ea formadores de opinião. Estes cursos, com 40 a 60 alunos cada, têm 12 horas deduração e fornecem um conhecimento básico sobre o processo de doação – trans-plante, capacitando os formandos a participar de palestras e debates sobre o tema emescolas, faculdades, clubes de serviço e empresas. Em 2003 foram realizados 5 cur-sos com 265 participantes. Em 2004 devem ser realizados mais 5 cursos, com 250alunos, e a partir de 2005 serão iniciadas as palestras com debates. O objetivo érealizar em torno de 250 palestras mensais, com um número médio de 60 partici-pantes, sendo que em um ano cerca de 180,000 pessoas (1.8% da população do Esta-do), terão tido a oportunidade de receber de forma direta informações sobre doaçãoe transplante. E em cinco anos, aproximadamente um milhão de pessoas (10% dapopulação do Estado), terão a oportunidade de participar destes encontros.Foi apoiada a ONG Pró Via, a qual criou a “Pousada da Solidariedade” que estáem funcionamento em Porto Alegre, abrigando candidatos a transplante e trans-plantados que necessitem ficar temporariamente na cidade. Foi criada uma cam-panha sobre doação de medula óssea, que será divulgada a partir de 2004, e estãosendo preparadas as campanhas para a doação de córneas (janeiro de 2005) e deórgãos (julho de 2005). Esta experiência pioneira da associação com uma Fede-ração de Indústrias do Estado é promissora, e demonstra que a comunidade atravésda iniciativa privada, pode desempenhar seu papel social atuando, também, na áreade doação e transplante. Esta iniciativa pode servir de modelo para outros Estados.

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CAUSAS DE ÓBITOS EM TRANSPLANTADOS RENAIS. PERES, L. A. B.; DELFINO, V. D. A. ANN, H. K.; CAMARGO, M. T. A.;ROHDE, N. R. S.; USCOCOVICH, V. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE

Introdução: O presente trabalho tem por objetivo determinar as causas dos óbitosocorridos em transplantados renais na cidade de Cascavel-PR, no período desetembro de 1985 a abril de 2004.Métodos: Estudamos retrospectivamente todos os 215 transplantes renais realiza-dos nos Serviços de Transplante Renal do Hospital Policlínica Cascavel e do Hos-pital Nossa Senhora da Salete no referido período, sendo 203 transplantesprimários e 12 retransplantes. O sexo masculino predominou entre os receptores(60,0%), assim como a raça branca (91,6%). A idade média dos receptores foi de35,5 + 12,6 anos. Quanto ao tipo de doador, 63 foram vivos idênticos (DVI), 104vivos não-idênticos (DVNI) e 48 cadáveres (DC). A imunosupressão utilizada foio esquema tríplice clássico (prednisona, azatioprina e ciclosporina) em 10,9% dosreceptores de DVI, 76,9% dos receptores de DVNI e 91,7% dos de DC. Os demaisreceberam o esquema duplo (azatioprina e prednisona). As crises de rejeição agu-da foram tratadas com pulso de metilprednisolona na dose de 15 mg/kg/dia durantetrês a cinco dias. Não foram utilizados anticorpos monoclonais para o tratamentodas rejeições cortico-resistentes por não disponibilidade dos mesmos.Resultados: Observamos 59 casos de óbitos entre os transplantados, sendo causa-dos por septicemia em 25 (42,4%), doença cardiovascular em 25 (42,4%),hepatopatia em 3 (5,0%), hemorragia digestiva alta em 3 (5,0%), neoplasia em 1(1,7%), traumatismo cranioencefálico em 1 (1,7%) e doença pulmonar obstrutivacrônica em 1 (1,7%). Quando analisamos as causas de óbitos no primeiro ano eapós o primeiro ano pós-transplante, observamos que a septicemia foi a causa maisfrequente no primeiro ano (23,8%) e a doença cardiovascular foi a causa mais fre-quente após o primeiro ano (23,8%).Conclusão: Septicemia e doença cardiovascular foram as principais causas deóbitos em nosso estudo, sendo que a septicemia tem maior impacto no primeiroano e doença cardiovascular após o primeiro ano do transplante.

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CÉLULAS NKT V?24+ V?11+ INFILTRANTES DE ENXERTOS RENAISCOM REJEIÇÃO AGUDA VASCULAR SEVERA EXPRESSAM CD56 GALANTE, N. Z. ;CÂMARA, N. O. S. OZAKI, K. S.; CENEDEZE, M. A.; REN-ESTO, P. G.; PACHECOSILVA, A.LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL - HOSPI-TAL DO RIM E HIPERTENSÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃOPAULO

Introdução. As células NKT constituem uma população heterogênea de linfócitosque expressam simultaneamente receptores de superfície celular típicos de células“natural killer” (NK) e linfócitos T (“T cell receptor” - TCR). Células NKT comTCR diverso reconhecem antígenos apresentados por moléculas MHC classe I ouII e expressam predominantemente o receptor NK CD56. Células NKT com TCRsconstantes (“invariant NKT cells” – iNKT), por sua vez, reconhecem antígenoslipídicos apresentadas pela molécula CD1d (semelhante a MHC classe I), expres-sam o TCR V?24+ V?11+ e o receptor NK CD161, constituindo um subgrupoespecífico com importantes funções reguladoras. A rejeição aguda (RA) é consid-erada uma resposta imune antígeno específica regulada por fatores celulares e mol-eculares. Para avaliar a participação das células NKT na RA foram estudados oslinfócitos infiltrantes de enxertos renais durante a RA vascular. Métodos: Asexpressões de CD3, CD4, CD16, CD56 na superfície celular e dos segmentos derearranjo V?24 e V?11 do TCR, foram determinadas por citometria de fluxo emamostras de sangue periférico e de enxertos obtidas de 6 pacientes submetidos anefrectomia do rim transplantado devido a RA vascular. Resultados: Células NKTCD16+ CD56+ corresponderam a 19% das células CD3+, enquanto que iNKT, a0,9%. A freqüência de iNKT nos enxertos foi aproximadamente 10 vezes maior doque a observada no sangue periférico (0,13%). Células CD4+ representaram 16,6%das células CD3+. Inesperadamente 52,5% das células CD4+ foram CD56+. Entreas células NKT CD4+ CD56+ 81,9% apresentaram TCR V?24+ V?11+. Con-clusões. Até o presente momento não há informações quanto às freqüências,fenótipos, e propriedades funcionais das células NKT que infiltram o enxertorenal. Este estudo demonstrou que um fenótipo distinto de células NKT (CD56+

V?24+ V?11+) está presente em enxertos renais com severa rejeição aguda vascu-lar. Se estas células NKT representam um repertório particular com funções regu-ladoras específicas ou meramente um fenótipo de ativação de células T conven-cionais, é uma questão ainda a ser investigada.

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CISTATINA C COMO MARCADOR DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR EDE PROGNÓSTICO PARA SOBREVIDA A LONGO PRAZO EM TRANS-PLANTE RENAL. CAMARA, N. O. S. NISHIDA, S.; CHINEN, R.; MOREIRA, S.; OZAKI, K. S.;PEREIRA, A. B.; SILVA, A. P.; ,LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL DA DIS-CIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO,SÃO PAULO.

Introdução: Dados recentes da literatura demonstram que a função renal é um dosmais importantes fatores prognósticos a longo prazo para o enxerto renal. Na práti-ca clínica, a creatinina (CR) ainda é o marcador sérico mais usado para manusearo paciente transplantado, apesar de variar com a massa muscular do paciente, como aporte protéico na dieta, entre outros. Assim, a creatinina sérica não representamo melhor marcador de filtração glomerular. Por outro lado, a cistatina C (CC) éuma proteína produzida em ritmo constante sem sofrer variações extra-renais, bas-tante estável, facialmente medida laboratorialmente, com uma melhor correlaçãocom o ritmo de filtração glomerular. Objetivo: avaliar a capacidade da CC comomarcador de filtração glomerular e correlacionar seus valores com a sobrevida doenxerto em transplantados renais. Material e Métodos: cinqüenta e quatro recep-tores de transplante renal, realizado entre 1988 e 2000, foram incluídos neste estu-do. Amostras de soro foram colhidas entre 11/2000 e 12/2000 para dosagens de CRe CC séricas. A CC foi detecção por kit comercial (Dako, Denmark). Resultados:Os níveis de CR e CC se correlacionaram positivamente (Spearman, R= 0.860,p<0.001). Pacientes apresentaram níveis médios de CR de 1.6 ± 0.7 mg/dL e deCC de 2.24 ± 0.7 mg/L. Considerando este cutoff de CC, as sobrevidas do enxer-to (não censurando óbito) foram de 77.6% (alta CC) e 48.8% (baixa CC). Estrati-ficando os pacientes em dois grupos, CR estável (<1.5 mg/dL) e CR elevada (≥ 1.5mg/dL), nós encontramos valores de CC de 1.8 ± 0.4 e 2.6 ± 0.8 mg/L, respecti-vamente. Considerando esta estratificação, nós obtivemos uma sobrevida de 100%e 55.5% respectivamente nos grupos com CR estável e naqueles com níveis acimade 1.5 mg/dL. Conclusão: A medida da CC se mostrou mais precoce em detectaralterações na função renal que a CR, sendo um exame prático, sensível para deter-minação mais acurada da filtração glomerular e com correlação negativa com asobrevida do enxerto.

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COINFECÇÃO HERPES-CITOMEGALOVÍRUS EM LESÃO VERRU-COSA ANAL APÓS TRANSPLANTE RENAL LOURENÇO, L. G. COLLEONI, R.; LEME, L. F. P.; RINALDIS, A.;ROVARIS, M. H.; FRANCO, M. F.HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO FUNDAÇÃO OSWALDO RAMOS

Relatamos um caso de lesão anorretal em transplantada renal com manifestaçãoatípica pseudotumoral e associada a coinfecção do herpes simples com cito-megalovírus.Relato do Caso: Paciente do sexo feminino, 53 anos, submetida a transplanterenal há 1 ano (doador cadáver) notou o aparecimento de uma lesão na região doanus. Ao exame proctológico apresentava uma única lesão elevada verrucosa eulcerada de 8 mm na borda anal. Com a hipótese diagnóstica de condiloma e/oucarcinoma espinocelular do canal anal, foi realizada a ressecção local dessa lesão.O exame histopatológico da peça operatória revelou células endoteliais cominclusão citomegálica e células do epitélio escamoso com alterações citopáticasvirais consistentes com infecção herpética junto a ulceração superficial e crostafibrino-leucocitária.

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COMBINAÇÃO DE SIROLIMUS (SRL) E CICLOSPORINA (CSA) EMPACIENTES DE TRANSPLANTE DE NOVO – FUNÇÃO RENAL ME-LHORADA EM RECEPTORES DE ALOOENXERTO DE DOADOR VIVO. PESTANA, J. O. M.HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO -UNIFESP

Objetivos: Nós descrevemos a análise de eficácia e segurança no uso combinadode SRL/CSA/PRED como parte de um estudo prospectivo multicênctrico. Me-thods: 130 pacientes foram incluídos nesse estudo prospectivo de um braço.Pacientes receberam SRL (dose de ataque de 6mg seguida de 2mg/dia como dosede manutenção) em combinação a CSA e PRED de acordo com prática local.Results: A media de idade foi de 40anos, 63% homens, 83% brancos e 78% recep-tores com doador vivo. A media de concentração sanguínea de CsA, SRL e dosede CSA e de PRED no mês 6 (M6) pós- transplante foram 184ng/mL, 8,8ng/mL,196mg/dia e 11.3mg/dia, respectivamente. No mês 12 (M12), a incidência de RACfoi de 15%; o desfecho composto (RAC ou perda do enxerto ou óbito) foi 24%.Houve 4 perda do enxerto (3%) e 11 óbito (8.5%). A média de creatinina em M1,M3 e M6 foram: 2, 1,6 e 1,6mg/dL. Média de nível de colesterol e triglicéridesforam: 280 e 299 no M3 e 271 e 293mg/dL no M6, respectivamente. A percen-tagem de pacientes usando estatina e drogas antihipertensivas no M6 foram 50 e90%, respectivamente. A incidência de infecção foi 69% no M6 e 70% no M12.Não houve doenças linfoproliferativas e neoplaisias. Conclusões: Sob as condiçõesdessa estratégia imunossupressora e maioria de transplante de doador vivo, o usode SRL em combinação com CSA e esteróide foi seguro e bem tolerado quandocomparado ao controles históricos e resultou em baixa incidência de RAC e boafunção renal ao fim de 12 meses após transplante

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COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA ENTRE RENAISCRÔNICOS EM TRATAMENTO DIALÍTICO COM AQUELES SUB-METIDOS AO TRANSPLANTE RENALSANTOS, R. F.; ARAÚJO, O. L.; SANTOS, A. L. G. A.; CRUZ, R. A.; LOPES,S. O. R. SERVIÇO DE NEFROLOGIA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSI-DADE FEDERAL DO MARANHÃO (HU-UFMA)

Introdução: Somente no ano de 2000 o Transplante Renal (TxR) passou a seroferecido como opção terapêutica à diálise (HD) aos portadores de Doença Renalem Estágio Terminal (DRET) no Maranhão. Desde então, vários pacientes foramsubmetidos com sucesso a esse procedimento em nosso Estado. Entretanto, édesconhecido se essa modalidade de tratamento propiciou melhor qualidade devida a esta população. Objetivo: Comparar a qualidade de vida entre os portadoresde DRET no Maranhão em tratamento dialítico com aqueles submetidos ao TxR.Métodos: Foram constituídos dois grupos. O GTxcomposto por 35 pacientes sub-metidos ao TxR há mais de 6 meses, não diabéticos, com função renal estável esem história de internação nos 30 dias antecedentes à aplicação do questionário depesquisa, acompanhados no ambulatório de TxR do HU-UFMA e o GHD consti-tuído por 35 pacientes não diabéticos, em programa de HD há mais de 6 meses,provenientes de duas unidadades de diálise da Capital, com FAV funcionante, seminternação hospitalar nos últimos 30 dias que antecederam à pesquisa e que forampareados com o grupo GTx em relação ao sexo e faixa etária. O instrumento depesquisa utilizado foi um questionário tendo como modelo o RAND-36 itemHealth Survey (versão 1.0), adaptado a partir do MOS SF-36, aplicado por ummesmo entrevistador entre janeiro e março de 2003. Para cada parâmetro de qual-idade de vida avaliado, foram atribuídos valores de 0 a 100. Quanto maior a pon-tuação alcançada em cada item, melhor o estado de saúde. Calculou-se a média eo desvio-padrão dos conceitos de saúde estudados e comparou-se entre os 2 gru-pos. Resultados: Não houve diferença entre os dois grupos em relação aos dadosdemográficos exceto o tempo de DRET que foi superior entre os pacientes do GTx(78,8 vs. 33,2 meses, p<0,01). Quando comparou-se os dois grupos em relação aosscores de qualidade de vida observou-se entre os pacientes do GTx Melhor Per-cepção de Mudança na Saúde (84,7 vs. 61,4; p<0,01), Melhor Estado Físico (84,4vs. 77,2; p<0,01), Menores Limitações Ocasionadas por Problemas Físicos (74,2vs. 50,7; p<0,01), Menor Fadiga (82,8 vs. 67,8; p<0,01), Maior Bem Estar Emo-cional (83,0 vs. 71,7; p=0,01), Menor Dor Corporal (83,7 vs. 69,1; p=0,04), MaiorPercepção de Saúde Geral (73,5 vs. 54,7; p<0,01). Conclusão: Em pacientes con-siderados estáveis em suas respectivas modalidades de tratamento para a DRET, amédia dos scores de satisfação foi significantemente superior entre os transplanta-dos renais quando comparados àqueles em hemodiálise.

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COMPLICAÇÕES CLÍNICAS APÓS O TRANSPLANTE SIMULTÂNEODE PÂNCREAS-RIM: ANÁLISE DE 77 CASOS RANGEL, É. B. SÁ, J. R.; LINHARES, M. M.; GONZALES, A. M.; PESTANA,J. O. M.; MELARGNO, C. S.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO-EPM

O TSPR está associado à restauração da normoglicemia, melhorando as compli-cações diabéticas, como retinopatia, neuropatia e doença cardio-vascular. Foramavaliados 77 pacientes insulino-dependentes submetidos ao TSPR no período deDez/2000 a Abril/2004. As médias de idade, de história de diabetes e de diáliseforam 33,9±7,7 anos (17-50), 21,2±5,6 anos (13-37) e 27,6±16,2 meses (0-76),respectivamente. A principal complicação clínica foi dislipidemia (75%), sendoque 21% dos pacientes tinham hipertrigliceridemia e 100% tinham hipercoles-terolemia (LDL-colesterol 146±27 mg/dL vs 95±4,2 mg/dL e HDL-colesterol52,2±18,8 mg/dL vs 67,7±7,5 mg/dL). Outras complicações incluíram: hipertensãoarterial sistêmica 22% (vs pré-transplante 86%, p < 0.001; Tacrolimus vsCiclosporina: NS), doença arterial periférica 21,6% (amputação em 17,6% doscasos após 6,2±3,9 meses do transplante, 2 a 12 meses), policitemia 15,6% (trata-mento com 2,5-10 mg/dia de enalapril), piora da retinopatia 15,4% (15 procedi-mentos em 10 pacientes após 14,3±4 meses do transplante, 6-28 meses) e diabetesmellitus 12,8%, sendo o diagnóstico definido pela ADA. O peptídeo C basal era de2,12±0,62 ng/mL (1,4-29) e o diagnóstico foi estabelecido após 3,1±4 meses (0,7-12) após transplante. Em 57% dos casos o tratamento foi com insulina e em 43%com tiazolinedionas. Houve resolução da hiperglicemia em 43% dos pacientesapós 83±67 dias (42-160). Apenas 1 paciente realizou angioplastia coronarianaapós o transplante. Apesar de pouco freqüente, a incidência de hiperparatiroidismofoi de 27,5%, sendo 61,1% transitório (resolução após 14,6±8,3 meses, 4-30) e33,3% persistente (cálcio iônico 1,51± 0,11 mmol/L, fósforo 3,05±0,7 mg/dL,FAL 256,3±113,8 U/L e PTH 147,8±104,7 pg/mL. O TSPR está associado commelhora da pressão arterial e estabilização da retinopatia na maioria dos casos. Ocontrole rigoroso da dislipidemia, do hiperparatiroidismo e da hiperglicemia devecontribuir para a redução das complicações cardio-vasculares.

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CONHECIMENTO E ATITUDE DO ESTUDANTE DE MEDICINASOBRE DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS. DUTRA, M. M. D.FACULDADE DE MEDICINA DA UFBA.

Introdução: Dentre as medidas citadas para aumentar a doação e captação deórgãos, salienta-se a educação dos profissionais da área de saúde ainda em for-mação, particularmente dos estudantes de Medicina. O objetivo deste trabalho foiavaliar o conhecimento e atitudedo estudante de Medicina da Faculdade de Med-icina da UFBa. sobre doação e transplante de órgãos. Métodos: Durante a matrícu-la para o 2º semestre de 2002, foi aplicado um questionário de múltipla escolhacom questões pertinentes e entregue o manual “Entendendo a doação de órgãos.Decida pela vida!” preparado pela ABTO. Os dados foram analisados pelo SPSS,e o teste exato de Fisher ou do qui-quadrado usados para comparar proporções. Resultados: Dos 1001 estudantes da Faculdade, 779 responderam ao questionário.A idade média foi de 21,8 ± 2,9 anos, sendo 59,5% do sexo masculino. Cinqüentae seis por cento eram católicos, 6,1% protestantes, 12,9% espíritas, 22,2% se dis-seram “sem religião” e 2,8% citaram outras crenças. Sobre quais órgãos ou tecidosque podem ser transplantados 99,1% citaram rins, 96,1% coração, 88,2% fígado,41,1% pulmões, 24,0% pâncreas, 9% intestinos, 98,3% córneas, 89,5% medulaóssea, 38,2% válvulas do coração, 47,7% pele e 18,5% osso e tendões. Quinhen-tos e trinta e oito (69,0%) disseram-se doadores de órgãos, sendo a freqüênciamaior entre os espíritas (81,6%) do que entre os católicos (64,2%) e protestantes(55,3%). Os não doadores – 239 (30,6%) justificaram por desconfiança no sistemade saúde, falta de conhecimento sobre o assunto, motivos religiosos, entre outros.Sobre o conceito de morte 82,3% responderam ser a parada irreversível de toda aatividade encefálica, 8,3% parada cárdio-respiratória, 5,2% estado de coma irre-versível e 4,2% não sabiam. Sobre a lei dos transplantes, 47,3% não a conheciam,51,0% já tinham ouvido falar e 1,7% disseram conhecê-la detalhadamente. Con-clusões: 1. Há desconhecimento sobre doação e transplante de órgãos. 2. Énecessário incluir aulas e atividades sobre o tema durante o curso de graduação emMedicina.

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DOENÇA LINFOPROLIFERATIVA PÓS-TRANSPLANTE: LINFOMANÃO-HODGKIN DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B/CD20 POSITIVOEM PACIENTE RECEPTOR DE TRANSPLANTE RENAL MONTENEGRO, R. M. ;PANSARD, H. M.; , A. H. D. F. PIEKALA, L. G.;ABELIN, . A. P.SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTAMARIA

Introdução: As doenças linfoproliferativas pós-transplante (PTLD) acometem 1 a2,5% dos pacientes receptores de transplante renal (TxR). O Linfoma Não-Hodgkin encontrado em 93% do total de casos. O envolvimento extranodal, SNCe infiltração do enxerto renal são as apresentações mais comuns. A melhor estraté-gia terapêutica continua controversa, consistindo na redução da imunossupressão,uso agentes anti-virais, cirurgia, anticorpos monoclonais anti-células B, radiote-rapia e quimioterapia, isoladamente ou em combinação. Materiais e Métodos:Objetivou-se revisar PTLD (sistemas MEDLINE /LILACS) e relatar um caso deLinfoma Não-Hodkin difuso de grandes células B/CD20 positivo pós Tx R. Resul-tados: Paciente feminina, branca, 24 anos, IRCT de etiologia indeterminada, TxRhaploidêntico em 20/03/2003, esquema imunossupressor inicial com azatioprina125mg/d, prednisona 50mg/d e ciclosporina 400mg/d. Apresentou episódio derejeição aguda no 2o dia pós-TxR, com resposta a pulso de 3g de metilpred-nisolona e troca do esquema imunossupressor para micofenolato mofetil 2g/d(MMF), prednisona 40mg/d e ciclosporina 500mg/d. No 7o dia pós-Tx evoluiucom ruptura do enxerto renal, com boa evolução após reintervenção cirúrgica. No4o mês pós-Tx, constatou-se linfonodo inguinal direito doloroso de 1x3cm. Aanálise histológica e imunohistoquímica de biópsia excisional do linfonododemonstrou Linfoma Não-Hodgkin difuso de grandes células B, CD20 positivo.Não sendo evidenciadas outros órgãos comprometidos. Suspenso MMF, reduzidasas doses de prednisona (12,5mg/d) e ciclosporina (150mg/d), iniciado ganciclovirpor 14 dias e tratamento com rituximab 375mg/m2 de superfície corporal/semana(600mg), durante 4 semanas. Paciente encontra-se assintomática, com função renalestável e sem recidiva no seguimento de aproximadamente 6 meses. Conclusão:As PTLD, em geral, acometem o enxerto renal e/ou tem padrão disseminado,quando diagnosticadas no primeiro ano pós TxR, estando relacionadas a um pobreprognóstico. No caso relatado a paciente possuia acometimento em um único gan-glio linfático, com início precoce e com boa resposta ao tratamento.

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EDUCAÇÃO EM DOAÇÃO E TRANSPLANTE. QUESTIONÁRIO PARAESTUDANTES E PROFISSIONAIS DA SAÚDE.GARCIA, V. D. GARCIA, C.D.; CRUZ, E.; KIST, O.; CANTAROVICH, F.SANTA CASA DE PORTO ALEGRE, FFFCMPA, INTERNATIONAL SOCI-ETY FOR ORGAN DONATION PROCUREMENT

Introdução: O maior obstáculo aos transplantes, atualmente, é o número insufi-ciente de doadores para atender a crescente demanda de candidatos a receptores.Uma das medidas propostas é melhorar o conhecimento sobre o processo doação -transplante. Objetivo: avaliar o conhecimento dos estudantes e profissionais dasaúde sobre o processo doação - transplante, através de um questionário auto-aplicável.Material e métodos: o questionário foi aplicado a 376 pessoas, commédia de idade de 21,8+4,9 anos, sendo 50,3% do sexo masculino. 297 eram estu-dantes de três escolas de medicina, 50 de outros cursos da área de saúde, e 24 erammédicos. Resultados: 90,4% sabem o significado da falta de órgãos, 88,8% acre-ditam que é um problema de saúde importante e 97,3% aceitam a possibilidade dedoar os órgãos no fim da vida seja uma potencial fonte de saúde. 74,2% já pen-saram na possibilidade que poderiam ser mais um possível receptor de transplanteque um doador. Não sabem a posição das religiões em relação ao uso de órgãosapós a morte: católica 51,3%, protestante 74,2%, judaica 80,3%, islâmica 85,9% ebudista 88,6%. A mensagem que poderia atingir mais o público foi a de “doarórgãos como presente de vida” (84,6%) do que a “compartir os órgãos como fontede saúde” (12,8%). O apoio econômico à família do doador foi considerada comoinconveniente (59,0%) ou conveniente (25,3%) e não ética (64,1%) ou ética(12,0%). 66,5% acreditam na idéia que compartir órgãos no fim da vida, para ben-eficio da saúde de todos, pode ser admitido como um pacto de responsabilidade e5,6% não acreditam. 90,7% pensam que estes conhecimentos devam ser ensinadosnas escolas para as crianças e adolescentes e 2,9% não concordam. Conclusões: amaioria conhece o significado e a importância da falta de órgãos,é favorável àdoação e não concorda com o apoio financeiro à família do doador e 75% pensamtambém na possibilidade de serem possíveis receptores. Há um grande desconhe-cimento sobre a posição de todas religiões em relação a doação de órgãos após amorte. A maioria acredita na “mensagem da doação como um presente” (altruís-mo) e poucos acreditam na “mensagem de compartir como solução de saúde”.

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EFEITO METABÓLICO DA CONVERSÃO DE CICLOSPORINA (CYA)PARA TACROLIMUS (TAC) EM RECEPTORES DE TRANSPLANTERENAL (TX)CARNEIRO, R. F. L. ;CUSSIANO, G. O. F. SANTOS, C. U.; NEVES JUNIOR,J. E. V.; ALVES FILHO, G.; MAZZALI, M.DISCIPLINA DE NEFROLOGIA- DCM/FCM UNICAMP

Introdução: A conversão de Cya para Tac em transplantados renais está associa-da ao controle da dislipidemia. Entretanto, o efeito sobre a pressão arterial, afunção renal e a hiperuricemia ainda é controverso. Metodologia: análise dos pron-tuários de 30 Tx renais, em acompanhamento regular, convertidos de Cya para Tacpor hiperplasia gengival. Foram analisados: colesterol total, triglicérides, glicemia,ácido úrico, creatinina sérica, pressão arterial e medicação concomitante, numintervalo mínimo de 12 meses pré e pós conversão. Resultados: A idade média foide 36 ±12 anos, 18 homens: 12 mulheres, receptores de doador vivo (n=12) oucadavérico (n=18), em acompanhamento pós transplante por 33 ± 24 meses. Adose média de Cya era de 3,1 ±1,2 mg/kg/dia, com nível sanguíneo (2h) de 561,8± 102,0 mg/dl. Todos os pacientes foram convertidos para Tac (0,1 mg/Kg/dia, em2 doses diárias). Não houve diferença significativa nos níveis séricos de creatininacom os dois tratamentos (1,46±0,1 mg/dl Cya vs 1,53±0,1 mg/dl Tac, p=ns). Hou-ve uma tendência à redução dos níveis pressóricos após a introdução de Tac(PAM-107,2 ± 2,8mmHg Cya vs 102, 9 ± 3,4 mmHg Tac, p=0.06), assim comouma menor necessidade de hipotensores em 1/3 dos pacientes. A avaliação dosparâmetros metabólicos demonstrou redução significativa nos níveis séricos deácido úrico (7,9 ± 0,5mg% Cya vs. 6,9± 0,1mg% Tac, p<0,05), bem como nonúmero de pacientes que necessitaram de alopurinol. Houve redução significativanos níveis de colesterol total (234,4± 19,3 mg/dl Cya vs. 203,0 ± 5,8 mg/dl Tac, p<0,05) e no número de pacientes com colesterol > 200 mg% (p<0,05). Não houvediferença no número de pacientes com hipertrigliceridemia nem nos níveis séricosde triglicérides com a conversão. Hiperglicemia com Tac ocorreu em 2 pacientes(6,6%). Conclusão: A conversão de Cya para Tac neste grupo de pacientes, alémda redução da hiperplasia gengival cursou com melhora significativa dos parâme-tros metabólicos (hiperuricemia e hipercolesterolemia) além de um melhor con-trole pressórico. Estes dados sugerem que a conversão, além de segura, possa serbenéfica na redução do risco cardiovascular.

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83XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia

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EFEITO COMPARATIVO ENTRE FK 506 E CICLOSPORINA A SOBREA ENZIMA NA,K-ATPASE PURIFICADA DE RIM HUMANO YOUNESIBRAHIM, M. ;ROCHA JR, P. P. R.; BARNESE, M. C.; CASTRO-FARIA, M. V. MARTINS, C. A.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A literatura sugere a inibição da enzima Na+, K+-ATPase como potencial meca-nismo celular para a nefrotoxicidade aguda e crônica do FK506. Em virtude daescassez de dados sobre o efeito da droga sobre a Na+, K+-ATPase humana, estu-damos, in vitro, os efeitos do FK506 sobre a Na+, K+-ATPase extraída de rimhumano e de rim e cérebro de rato, comparando os resultados com os respectivosefeitos causados pela ciclosporina A (CsA).As preparações Na+, K+-ATPásicas obedeceram o método de Jorgensen’s, uti-lizando-se rim (córtex e medula) e cérebro de ratos wistar e córtex renal humanoobtido de nefrectomia de rim neoplásico. Os experimentos de dosagem da ativi-dade da enzima foram feitos na ausência (controle) e presença de FK506 nas con-centrações de 10, 100 e 1000ng/ml e CsA nas 500, 1500 e 2500 ng/ml. As con-centrações de proteínas nas preparações determinaram as atividades específicas eas sensibilidades à oubaína, as isoformas.Incubação com FK506 promoveu inibição dose-dependente na enzima obtida decórtex renal humano (2,10 e 28%) (<0,05). Incubação com a CsA inibiu 4, 11 e24% (p<0,05). Nas mesmas concentrações, tanto FK506 quanto CsA, não alter-aram significantemente a atividade Na+,K+ATPásica de tecido renal (córtex emedula) e cerebral de rato.Concluimos que o FK506 e CsA são capazes de inibir a atividade Na+,K+-ATPási-ca de córtex renal humano de forma dose–dependente e espécie- específica. Aocontrário da CsA, as concentrações inibitórias de FK506 in vitro são bastantessuperiores àquelas concentrações esperadas para o tecido renal humano, emcondições de uso clínico. Estes dados preliminares sugerem que a diferença de sen-sibilidade da enzima Na+,K+-ATPase para os dois inibidores de calcineurina tes-tados possa estar relacionada inversamente aos seus respectivos potenciaisnefrotóxicos.

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EFEITO DA RAPAMICINA NA LESÃO RENAL SECUNDÁRIA AISQUEMIA E REPERFUSÃO. CAMARA, N. O. S. ;GONÇALVES, G. M.; , PINHEIRO, H. S.; FEITOZA, C.Q.; CENEDEZE, M. A.; DAMIAO, M. J.; BERTOCCHI, A. P.; REIS, M. A.;SILVA, A. P.; CAMARA, N. O. S.; ,LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL, DISCI-PLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO,UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, UNIVERSIDADE FEDE-RAL DE UBERABA.

Introdução: A lesão de isquemia e reperfusão renal (IR) é o principal fator eti-ológico da falência renal aguda em rins nativos e em transplantes renais. Princi-palmente na área do transplante, drogas imunossupressoras podem desencadearuma disfunção aguda adicional ao órgão transplantado. Rapamicina tem pro-priedades anti-proliferativa que pode diminuir a regeneração renal pós IRI. Obje-tivo: Estudar a ação da rapamicina na lesão renal isquêmica. Material e Métodos:Camundongos C57Bl6 machos foram submetidos a 45minutos de clampeamentodo pedículo renal e analisados após reperfusão de 24, 48 e 120horas. Após esteperíodo, os rins e o sangue foram coletados para análise. Necrose tubular aguda(NTA) foi quantificado usando análise morfométrica e a creatinina e uréias séricasdosadas. PCR para transcritos gênicos relacionados a inflamação e apoptose foraminvestigados. Resultados: Animais submetidos a IRI apresentaram uma diminuiçãoda função renal com pico de 24 horas (287 ± 32mg/dl), e decrescendo depois dis-so. O tratamento prévio com rapamicina ocasionou uma piora da função renal (322± 28mg/dl), e estes animais sustentaram esta disfunção por mais 24 horas (304 ±34mg/dl), quando comparado com o controle (176 ± 93mg/dl, p<0,005). Análisehistológica demonstraram que rapamicina retardava a regeneração tubular, com-patível com os maiores valores de escórias renais até 5 dias pós reperfusão. Con-clusão: Estes resultados demonstraram que o uso da Rapamicina em órgãos comlesão isquêmica podem apresentar uma contribuição adicional para a piora dafunção renal, tendo uma possível conseqüência negativa na sobrevida do enxerto.

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EFEITO DO BLOQUEIO DO SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA NAERITROPOIESE DE PACIENTES COM NEFROPATIA CRÔNICA DOENXERTO E GLOMERULOPATIAS PÓS-TRANSPLANTE COMFUNÇÃO RENAL ESTAVEL. MOSCOSO, G. S.; KIRSZTJAN, G. M.; FRANCO, M.; SILVA, A. P.; CAMA-RA, N. O. S.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-UNIFESP

I n t r o d u ç ã o : Recentemente se demonstrou que o bloqueio do sistema reninaangiotensina (SRA) aumenta o nível plasmático de N-acetil-seril-aspartil-lisil-proli-na, um fator regulador com ação mielodepressora, e diminui o nível do fator decrescimento insulina-like. O b j e t i v o s : Avaliar o efeito do bloqueio do SRA sobreo hematócrito de pacientes com nefropatia crônica do enxerto (NCE) e glomeru-lopatias pós- transplante (GPT) com função renal estável. Material e Métodos:Estudo retrospectivo. Foram incluídos 60 pacientes (grupo 1) com diagnóstico deNCE comprovado por biópsia, que foram divididos em: Grupo 2 (n=42) com NCE,Grupo3 (n=18) com NCE+GPT. Todos os grupos fizeram uso de inibidores da enz-ima conversora de angiotensina (IECA) como antiproteinurica e /ou antihipertensi-vo por pelo menos 8 semanas. Foram avaliados parâmetros clínicos e bioquímicosantes e depois da terapia. R e s u l t a d o s : Os grupos foram pareados de acordo comidade, sexo e tempo prévio de diálise. Os dados estão expressos na seguinte tabela.

Hematocrito:Hto; Creatinina sérica :creat.ser; *antes de uso de IECA; **depois do uso com IECA

C o n c l u s õ e s : Esses dados sugerem que o bloqueio do SRA através dos IECA diminuio hematócrito em pacientes com nefropatia crônica do enxerto e glomerulopatíaspós-transplante. Em pacientes com Hto baixo ou função renal deteriorada, esse efeitopode constituir-se em sério empecilho à introdução dessas drogas, dificultando o seuuso rotineiro com o fim de reduzir proteinúria e efeitos de organo-proteção.

Page 9: P-110 P-111...ceratina (marcador epitelial), vimentina (marcador mesenquimal) e µSMA (mar - cador de miofibroblasto). O depósito de colágeno (PS) e o µSMA foram quantifi - cados

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EFEITOS A LONGO-PRAZO DA CONVERSÃO DE AZATIOPRINA(AZA) A MICOFENOLATO MOFETIL (MMF) EM PACIENTES COMDISFUNÇÃO CRÔNICA DE ALOENXERTO (DCA) ALVES, E.; FELIPE, C.; PARK, S.I.; SILVA, L.; MACHADO, P.P.; GARCIA,R.; SILVA, H.T.; PESTANA, J.O.M.HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO - UNIFESP

Objetivos: A proposta deste estudo foi avaliar a longo prazo o efeito da conversãode azatioprina (AZA) a micofenolato mofetil (MMF), seguido de redução de doseou retirada completa de ICN. Métodos: Entre 06/Nov/1999 e 12/Fev/2003 167pacientes receberam ICN/AZA/PRED (153 CSA; 14 tacrolimus (TAC)) e foramconvertidos de AZA a MMF seguido de redução de dose de ICN ou retirada de-vido a DCA confirmada por biópsia. Os dados demográficos, imunossupressores,função renal, hematológicos e bioquímicos foram obtidos nas visitas pré-conver-são (-6,-3 e –1 meses) e 1-12 meses e a última visita pós conversão. Resultados:Média de idade foi 34 anos, 66% homens, 54% brancos, 72% receptores comdoador vivo. A incidência de RAC antes da conversão foi 31%. O tempo médio deconversão foi 31,2 meses após transplante. O tempo médio de seguimento pós-conversão foi 51,6 meses. 26% dos pacientes foram retirados completamente e64% reduziram a dose de ICN. Média de creatinina de um mês antes da conversãofoi de 2,6 mg/dL. Comparada ao valor pré-conversão, após um ano, houve umamelhora significativa na função renal (2,6 vs. 2,1, p=0,038). Usando a análise deregressão linear, os slopes da regressão linear entre os valores de 1/Cr vs. tempopré-conversão, aumentaram significativamente após conversão (-0,7 vs. +0,06 mg-1.dL.day-1, p= 0,001). Houve uma queda significativa em pressão arterial sistóli-ca (141 vs. 135, p=0,019) e diastólica (89 vs. 84, p=0,004) após um ano de con-versão. As sobrevidas do enxerto e de paciente de 2 anos após conversão foram96% e 86.5%, respectivamente. 65% dos pacientes tiveram infecções bacterianas,29% virais e 17% fúngicas. Um paciente desenvolveu PTLD. Conclusões: Con-versão para MMF seguido de redução de dose ou retirada total de ICN é umaestratégia segura e efetiva em prevenção ou melhorar a função renal e com issoprolongar a sobrevida do aloenxerto.

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ESTIMATIVA DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR EM PACIENTESTRANSPLANTADOS RENAIS SANDERS, H.; BRAGA, A. M. AMARAL, C. F.; PAIVA, A. R. B.; RIBEIRO,C. C. O. S.; RAMALHO, G. T.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.NIEPEN DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Introdução. A taxa de filtração glomerular (TGF) pode ser estimada por váriasfórmulas que utilizam a creatinina, peso, idade e sexo. Após o transplante renal(TxR) há tendência a obesidade com modificação da composição muscular, trazen-do a necessidade de validação destas fórmulas.Objetivo. Avaliar desempenho das fórmulas de estimativa da TFG em TxR. Méto-dos. Foram estudados 60 pacientes com TxR e utilizado como padrão de medidada TFG a depuração de creatinina medida em urina de 24h. Comparamos com aTFG estimada pela fórmula de Crockcoft-Gault (CG) e pela fórmula do estudoMDRD, simples (MDRD1) e estendida (MDRD2). Observamos também o efeitoda correção pela superfície corporal e o desempenho das fórmulas nos pacientescom e sem obesidade/sobrepeso, IMC>25Kg/m2.Resultados. A média de idade foi de 41,4+13,0 anos, 97% tinham doador vivo e57% haplo-idênticos. 69% eram do sexo masculino. Todas as fórmulas tiveramcorrelação significante com a TFG medida (p<0,001), porém os valores de r2foram maiores para CG (0,85), seguidos da MDRD2 (0,83) e MDRD1 (0,80). Nos30 pacientes com IMC>25 (28,2+3,3), também houve correlação significante entreas fórmulas estudadas, porém a melhor acurácia foi para MDRD2 (0,96), seguidoda CG (0,89) e MDRD1 (0,86), p<0,001. Nos outros 30 pacientes com IMC<25(21,6+2,0), houve correlação apenas com CG (0,80) e MDRD1 (0,78), p<0,001.Em todas as fórmulas houve correlação significante com os valores corrigidos pelasuperfície corpórea.Conclusão. Usando como padrão a TFG a depuração medida da creatinina, as fór-mulas que estimam a TFG tiveram ótimo desempenho mesmo em pacientes obe-sos/sobrepeso, com exceção da MDRD2 nos pacientes com IMC<25.

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ESTUDO DA EXPRESSÃO GÊNICA POR TÉCNICA DE MACROARRAYEM BIÓPSIAS PROTOCOLARES DE PACIENTES TRANSPLANTADOSRENAIS. NOGUEIRA, E. ;CÂMARA, N. O. S.; SILVA FILHO, A. P. PONCIANO, V. C.;OLIVEIRA, A. F.UNIFESP

Introdução: A compreensão da expressão de mRNA de um grande número degenes tem ajudado a elucidar o mecanismo molecular envolvido na fisiopatogêniade várias doenças. A pesquisa baseada em oligonucleotídeo microarray tem iden-tificado novos parâmetros para diagnósticos de RAC e prognósticos em trans-plantes renais. Objetivo: O objetivo deste estudo foi procurar definir o padrão deexpressão gênica em pacientes transplantados renais com função do enxerto está-vel. Métodos: Foi utilizado a tecnologia de cDNA macroarray para estudo depadrão de expressão gênica em amostras de biópsias protocolares após 6 meses detransplante renal em pacientes com função tubular normal (RBP) e alterada. Asamostras foram extraídas com TRIZOL‚ e amplificadas utilizando kit de amplifi-cação para RNA e marcadas com aP32-dCTP para a realização da sonda paradetecção dos genes. As membranas utilizadas foram comerciais (GEArray QSeries) com 96 marcadores para via de transdução de sinal e 96 marcadores queexpressam a via de stress e toxicicidade. Resultados: Um conjunto de 28 genesforam identificados dentro dos 192 genes estudados. Alguns genes como dafamília das Hsp, foram encontrados em ambos os grupos. Dois genes foram encon-trados no paciente com RBP alta (TFRC e BMP2). Foram encontrados mais genesrelacionados com as vias de necrose e apoptose em ambos os grupos. Nenhumgene estava sendo expresso nas vias de proliferação/carcinogênese, senescence einflamação. Conclusão: Análise por macroarray de biópsias protocolares podeajudar a desvendar fatores que podem implicar para uma função estável e possívelprogressão para nefropatias agudas ou crônicas do enxerto.

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EFEITO NA SOBREVIDA DO ENXERTO DA ALOCAÇÃO DE RINS DEDOADOR CADÁVER PELA COMPATIBILIDADE HLA GALANTE, N. Z.; SILVA, A. P. OZAKI, K. S.; BARBOSA, D. C. M.;CÂMARA, N. O. S.LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL. HOSPI-TAL DO RIM E HIPERTENSÃO - DISCIPLINA DE NEFROLOGIA - UNI-VERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

I n t r o d u ç ã o : A compatibilidade HLA entre doadores e receptores é importante paraa sobrevida a longo prazo do enxerto renal tanto de doadores vivos quanto decadáver. Entretanto, com o advento de novas drogas imunossupressoras, a con-tribuição relativa desta variável parece ter sido atenuada. No Brasil a alocação porcritérios de melhor compatibilidade HLA foi iniciada no ano de 2002, porém nãoexistem dados comprovando o esperado benefício adicional nos resultados dos trans-plantes com doadores cadáver. O b j e t i v o : Determinar o impacto da distribuição derins de doador cadáver por critérios de melhor compatibilidade HLA na sobrevida doenxerto. Material e Métodos: Receptores de transplantes com doadores cadáverrealizados entre 15/01/1976 e 31/03/1998 (Grupo I, n=730, alocação sem o HLA eimunossupressão padrão), foram comparados com receptores de transplantes rea-lizados entre 01/01/2000 e 12/01/2002 (Grupo II, n=241, alocação sem o HLA emuso de novos imunossupressores) e entre 20/01/2002 e 28/12/2003 (Grupo III,n=198, alocação pelo HLA em uso de novos imunossupressores). Os pacientes dogrupo III foram também estratificados de acordo com o número de incompatibili-dades HLA, em ordem crescente, a partir de 0 MM (incompatibilidade), consideran-do-se os loci A, B e DR,em grupos O, 1, 2 , 3, 4, 5 e 6 MM. A sobrevida do enxer-to foi calculada utilizando-se o método estatístico de Kaplan-Meier e as diferençasentre os grupos identificadas pelo teste Log-Rank. Um valor de p=0.05 foi estabele-cido como indicativo de significância entre as diferenças. R e s u l t a d o s : Os receptoresdo grupo I apresentaram sobrevida do enxerto de 2 anos (65,5%) significativamentemenor que a apresentada pelos integrantes do grupo II (79,9%, p<0,001) e III(84,5%, p<0.001). Apesar de a sobrevida de 2 anos obtida para os receptores dogrupo III (84,5%) ter sido superior à obtida pelos integrantes do grupo II (79,9%)essas diferenças não foram estatisticamente significantes (p=0,36). Quanto aonúmero de incompatibilidades HLA, a presente casuística foi incapaz de demonstrarcorrelação com a sobrevida de 2 anos do enxerto, uma vez que os sub-grupos III 0,1, 2 , 3, 4, 5 e 6 MM apresentaram respectivamente 100, 100, 76,4, 90,8, 91,67, 85,7e 85,5%, com nível de significância de p= 0,54. Conclusões: Não observamos nesteestudo papel benéfico da alocação de rins pela compatibilidade HLA na sobrevidaa curto-médio prazo dos transplantes de doador cadáver.

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ESTUDO DESCRITIVO DOS TRANSPLANTES RENAIS REALIZADOSNO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MARINGÁ EM 10ANOSOBREGÓN, J. M. V.;YAMADA, S. S.; OYAMA, R. PADULA, J.; BOLONHEZ,A. C. M.; GIROTTO, E. C.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO REGIONAL DE MARINGÁ-UNIVERSIDADEESTADUAL DE MARINGÁ/HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIADE MARINGÁ

Introdução: O transplante renal (TxR) é a terapêutica de escolha para melhoria dasobrevida e qualidade de vida do paciente urêmico. Objetivo: Caracterizar osTxRs realizados em serviço de transplante do interior do Paraná no período denovembro de 1994 a maio de 2004. Metodologia: Avaliamos retrospectivamente56 TxRs primários e 3 retransplantes. As informações foram obtidas dos arquivosdo serviço de transplante. Foram compilados dados do receptor como: sexo, cor,idade, doença de base, tempo e tipo de diálise pré-transplante; e do doador: idadee tipo de doador (vivo idêntico, vivo haploidêntico, vivo não idêntico e cadáver).Quanto ao TxR foram estudados: o esquema de imunossupressão, necessidade depulsoterapia, tempo de internação pós-transplante, diálise pós-transplante, realiza-ção de biópsia renal e a sobrevida do enxerto e do paciente. Resultados: predo-minaram receptores masculinos s(66,1%), raça branca (76,3%), a média de idadefoi de 37,5±13,8. A etiologia da insuficiência renal crônica predominante foiglomerulonefrite crônica (59,6%). Quanto à modalidade de diálise pré-transplante,62,71% encontravam-se em hemodiálise (HD) e 28,81% em diálise peritoneal(CAPD), a média do tempo em diálise foi 37 meses. A média de idade dosdoadores foi de 35,7±11,2, sendo 54,2% doador cadáver; 23,7% doador vivo-hap-loidêntico; 20,2% vivo-idêntico e 1,7% vivo não idêntico. O esquema de imunos-supressão com azatioprina, prednisona e ciclosporina, foi o mais utilizado (91,2%).A pulsoterapia foi necessária em 69,49% dos casos. 38,98% dos pacientes neces-sitaram de biópsia pós-transplante que constataram nefropatia crônica em 39,13%dos casos. As sobrevidas dos enxertos em um, três e cinco anos foram em por-centagem, respectivamente: 100, 90 e 90 para o grupo vivo idêntico; 93, 84 e 75no grupo vivo haploidêntico e 81, 61 e 61 com doador cadáver. Conclusão: o estu-do demonstrou que apesar do pequeno número de casos a sobrevida dos enxertosnos três grupos de histocompatibilidade é semelhante ao descrito na literatura.

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ESTUDO PROSPECTIVO, RANDOMIZADO DE EFICÁCIA E SEGU-RANÇA DE SIROLIMO ORAL EM INIBIR A PROLIFERAÇÃO DA NEOÍNTIMA APÓS STENT CORONARIANO LIMA, V.C.; DANTAS, J.M.; ROSA, W.; BRITO JÚNIOR,; FELIPE, C.R.; SIL-VA JÚNIOR, H.T.; PESTANA, J. O. M. ALFIERI, F.; IKEHARA, E.HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO -UNIFESP

Objetivo: Demonstrar a efetividade clínica de sirolimo oral em inibir a prolifer-ação neointimal após implantação de “stent” coronariano, avaliada por ultrassomintravascular após 8 meses do procedimento. O objetivo secundário é avaliar asegurança de sirolimo oral quando utilizado por 30 dias.Métodos: Estudo fase II, 45 pacientes estáveis, pós implante de “stent” coronari-ano, serão alocados randomicamente em 3 grupos de tratamento (1:1:1): G1-pacientes que receberão 15 mg de sirolimo oral seguido de 5 mg/dia por 30 dias;G2-6 mg de sirolimo oral seguido de 2 mg por 30 dias; G3-grupo controle (semsirolimo oral). “Stents” serão implantados de acordo com os procedimentospadrões. Dosagem sérica de sirolimo será avaliada por método HPLC/UV sema-nalmente por 4 semanas após angioplastia. A concentração desejada será entre 10e 20 ng/ml para o G1 e 5 a 10 ng/ml para G2. Os pacientes serão seguidos sema-nalmente no 1º mês e mensalmente até o 8º mês, quando uma angiografia coro-nariana e ultrassom intravascular de 3 dimensões serão avaliados.Resultados: Estudo em andamento onde 35 pacientes foram recrutados. O “stent”coronariano foi implantado com sucesso em todos os pacientes. E apresentaramboa tolerabilidade ao sirolimo oral nos 30 dias de tratamento. Eventos cardíacosmaiores não foram relatados até a presente data. Resultados angiográficos e Ultra-ssom intravascular realizados no 8º mês serão apresentados.Conclusão: Um mês de uso de sirolimo oral tem se mostrado seguro em implantede “stent” coronariano de pacientes eletivos. Resultados preliminaries serão apre-sentados.

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EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO RENAL APÓS INTRODUÇÃO DA RAPAMI-CINA EM TRANSPLANTADOS RENAIS: ANÁLISE EM 15 PACIENTESPRADO, F.V.; MOYSES NETO, M.; NARDIM, M. E. P.; VIEIRA NETO, O. M.;RASPANTI, E. O.; VANNUCCHI, M. T. I.; NAKAGAWA, B.SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO

Introdução: A nefropatia crônica do enxerto (NCE) é a causa mais comum de per-da do enxerto assim como a nefrotoxicidade por drogas imunossupressoras. Oobjetivo do trabalho foi avaliar pacientes com perda progressiva da função renalque introduziram no seu tratamento a rapamicina. Métodos: Foram analisados demaneira retrospectiva, pela análise de seus prontuários pacientes transplantadosrenais, com perda progressiva da função renal utilizando como critério níveis séri-cos de creatinina. Foram incluídos pacientes que fizeram uso de Rapamicina porno mínimo 6 meses. Resultados: Foram avaliados 15 pacientes com média deidade de 36 anos(variando de 23 a 48 anos). O tempo de transplante, em média, foide 5 anos(variando de 1 a 13 anos); 7 pacientes com rim de doador cadáver, e 8pacientes com rim de doador vivo, sendo 1 paciente re-transplante. O esquema ini-cial em 8 pacientes foi CsA+Aza+Pred, 4 pacientes com FK506 + MMF + Pred e3 pacientes com Aza+Pred. Foram biopsiados 7 pacientes: 4 com NCE, 2 comnefrotoxicidade pelos inibidores da calcineurina e 1 caso de recidiva da Doença deBerger. Esses pacientes apresentavam creatinina em média de 2,2 mg/dl. Apósintrodução da rapamicina, 3 diminuiram a creatinina, 3 estabilizaram e 1 aumen-tou(creat inicial=3,8 mg/dl). Dos 7 pacientes não biopsiados a creatinina foi emmédia de 2,8 mg/dl . Após introdução da rapamicina, 2 diminuiram a creatinina, 4estabilizaram e em 1 caso houve aumento (creat inicial=3,7 mg/dl). Entre os queestabilizaram a função inclui-se o caso de recidiva de Berger. A droga foi suspen-sa em um paciente por dislipidemia grave. Os pacientes que evoluíram com me-lhora da função renal, apresentavam valores de creatinina abaixo de 2,5mg/dl; osque estabilizaram seus valores estavam entre 2,5 e 3,5 mg/dl, e os que evoluírampara perda do enxerto renal, já apresentavam níveis de creatinina acima de3,5mg/dl. Conclusão: dos 15 pacientes avaliados, 12 obtiveram benefício com aintrodução da rapamicina. Os dois pacientes que perderam a função renal apresen-tavam níveis de creatinina acima de 3,5 mg/dL, no momento de introdução domedicamento.

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ESTUDO SOBRE A SEGURANÇA E TOLERABILIDADE DA CONVER-SÃO DE MICOFENOLATO MOFETIL PARA MICOFENOLATOSÓDICO EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL ESTÁVEIS. GARCIA, V. D. ;HERNANDEZ, E.; GIRON, F.; JUAREZ, F.; LIENDO, C.;TOLEDO, M.ESTUDO MULTICÊNTRICO

Drogas capazes de liberar o ácido micofenólico (MPA) como o micofenolato mofetil (MMF) jádemonstraram sua eficácia na prevenção de rejeição aguda. Essa eficácia é reduzida quando adose é diminuída ou quando a droga é descontinuada por eventos adversos. O micofenolato sódi-co comprimidos revestidos gastro-resistentes (EC-MPS) é uma formulação desenvolvida paraliberar o MPA no intestino delgado. EC-MPS 1,44 g são equimolares a 2 g de MMF. Um estu-do Latino-Americano, aberto, multicêntrico, com 6 meses de duração, foi realizado em recep-tores de transplante renal estáveis (após 3 meses do transplante) para avaliar a segurança da con-versão do MMF para o EC-MPS. Materiais e Métodos: entre abril de 2002 e abril de 2003,foram incluídos 237 pacientes, sendo 139 do sexo masculino e 98 feminino, com idade de 39,1+ 13,8 anos, incluindo 19 crianças com idades entre 6 e 18 anos. O tempo médio de seguimen-to pós-transplante era 2,6 + 2,4 anos. 173 pacientes recebiam MMF 2 g/d e 64 pacientes (17 cri-anças e 47 adultos) estavam com doses reduzidas de 1,22 + 0,29 g/d. Todos os pacientes foramconvertidos para EC-MPS: 1,44 g/d para os pacientes adultos ou 0,450 g/m2, 2x/d para as cri-anças. A terapia de manutenção incluía Neoral e corticóides. Resultados: após a conversão, aincidência de eventos adversos (EA) foi de 59,9%, sendo 22 % gastrintestinais (GI), 12,6 % tra-to GI superior e 10,9 % diarréia. A incidência de EA hematológicos foi 4,8% e de infecções foi37 %. Apenas 24 (10%) pacientes necessitaram de redução de dose por causa de EA: diarréia(10), hiperbilirrubinemia (4), leucopenia (4), anemia (1), hiperuricemia (1), dor abdominal (2) ecolecistolitiase (2). Todos os EA desapareceram após redução da dose. Dos 64 pacientes queforam convertidos para uma dose equimolar maior de EC-MPS apenas 12 (18%) necessitaramreduzir a dose. Ocorreram 3 episódios de rejeição aguda, uma morte por acidente de carro e ne-nhuma perda do enxerto. Os parâmetros laboratoriais permaneceram estáveis durante o estudo(tabela abaixo).

Hb(g/l) Leucócitos Neutrofilos Plaquetas Creatinina

(106cells/mm3) (106cells/mm3) (106cells/mm3) mg/dl)

Baseline (pré-conversão) 13.58 +/-2.16 8.34 +/- 2.34 6.38 +/- 1.11 248 +/- 73

1.30 +/- 0.34

Mês 6 (EC-MPS) 13.49 +/- 2.16 8.40 +/- 2.68 6.41 +/- 1.14 255 +/- 78 1.27 +/- 0.34

p 0.28 0.91 0.98 0.1 0.22

Conclusões: a conversão de MMF para EC-MPS foi segura. Apenas 18 % dos pacientes trata-dos com uma dose maior do que a equimolar necessitaram reduzir a dose. O EC-MPS é umaalternativa válida para os pacientes tratados com MMF.

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86 XXII Congresso Brasileiro de Nefrologia

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EVOLUÇÃO DO TRANSPLANTE RENAL APÓS SUSPENSÃO DA AZA-TIOPRINA EM PACIENTES ESTÁVEIS COM IMUNOSSUPRESSÃOTRÍPLICE.SANTOS JUNIOR, A. C. S. ;MADEIRA, R. L.; BARROS NETO, J. R.;BORGES, J. M.; LASMAR, E. P.HOSPITAL MATER DEI

Objetivo: Avaliar a função do enxerto e a ocorrência de complicações empacientes transplantados renais após dois anos da retirada da azatioprina do esque-ma inicial: ciclosporina (CSA) + azatioprina (AZA) + prednisona (PRED).Material e Método: Estudo tipo coorte, retrospectivo e observacional. Foramavaliados 34 pacientes divididos em dois grupos. Os eventos que determinaram aretirada da AZA do esquema de imunossupressão no grupo 1 (n=17) foram: gota(41,2%), anemia (17,7%), hepatotoxicidade (17,7%), pancreatite (11,8%) ehepatite B ou C (11,8%). No grupo 2 (n=17) o esquema tríplice foi mantido. Opareamento foi realizado observando-se idade, sexo, data do transplante e tipo dedoador. Os grupos não apresentaram diferenças estatisticamente significativasquanto as variáveis demográficas. Foram incluídos pacientes com no mínimo 2meses de transplante. A função renal foi estimada pela fórmula de Crockroft-Gaulte os resultados foram expressos por média +/- desvio padrão. O teste T student foiusado para análise estatística. A significância foi estipulada para p<0,05.Resultados: A média da depuração de creatinina estimada no grupo 1 foi de 51,6+/- 23,1 ml/min (inicial) e 57,2 +/-18,8 ml/min (final) com p=0,33; no grupo 2 asmédias foram 58,4 +/- 15,5 e 61,6 +/- 24,2 ml/min com p=0,49. O grupo 1 apre-sentou como complicações: HAS (9), dislipidemia (5), proteinúria (3), gota (1),anemia (1), ITU (1), eritrocitose (1), leucopenia (1), citomegalovirose (1), obesi-dade (1), sinusite (1) e outros (5). O grupo 2 apresentou como complicações: HAS(13), dislipidemia (2), proteinúria (2), gota (2), anemia (1), ITU (1), eritrocitose(1), leucopenia (1) e outros (3). Não foi encontrada diferença estatisticamente sig-nificativa quanto a função renal e complicações entre os dois grupos durante operíodo avaliado no estudo.Conclusão: A suspensão da AZA do esquema imunossupressor com CSA e PREDnão determinou complicações importantes na evolução do enxerto renal no perío-do de 2 anos.

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EVOLUÇÃO DO PESO CORPORAL DE PACIENTES TRANSPLANTA-DOS RENAIS HENRIQUES, V. T. ;FERNANDES, N ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.NIEPEN - NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EMNEFROLOGIA UFJF

Introdução- O ganho ponderal é comum em pacientes transplantados renais e se associa com amenor sobrevida do enxerto, contribuindo para o aumento da morbidade e da mortalidade dopaciente. Objetivos- Verificar o peso médio, índice de massa corporal e a diferença entre estesnos diversos períodos estudados e entre os sexos. Métodos- Os pesos corpóreos de pacientestransplantados renais foram colhidos em prontuários e analisados nos períodos pré-transplante eapós 1, 6, 12 e 18 meses de transplante. Foram incluídos 62 pacientes, sendo 40 do sexo mas-culino, com idade média de 36 anos. Resultados- Demonstrados nas tabelas abaixo. Ocorreu umaumento médio de 6% no peso corporal dos pacientes no período de 6 a 12 meses em relação aopré-transplante. O índice de massa corporal médio no pré-transplante foi de 23,64 ± 3,96,aumentando após o transplante, sendo verificado sobrepeso após 12 meses (25,13 ± 3,89). Hou-ve ganho de peso por ambos os sexos, sendo que foi encontrada diferença estatística em relaçãoaos pesos nos períodos pré-transplante e de 12 a 18 meses pós-transpalnte, sendo verificadomaior peso corporal nos pacientes do sexo masculino.

Tabela 1- Peso médio e IMC dos pacientes transplantados renaisPeríodos Peso (Kg) Desvio padrão IMC (kg/m2) Desvio padrãoPré-transplante 64,28a 12,15 23,64 3,96Pré-transplante -I 1 mês 64,19 a 10,85 23,85 3,691 -I 6 meses 65,81a 12,30 24,01 4,076 -I 12 meses 68,29b 12,73 24,97 4,3312 -I 18 meses 67,93 b 11,63 25,13 3,89

p<0,05 Qui-quadrado de Friedman. Teste T pareado. a,b – diferença estatística

Tabela 2 –Pesos médios avaliados de acordo com o sexoPeríodos Masculino Feminino

Peso (Kg) Desvio padrão Peso (Kg) Desvio padrãoPré-transplante 67,38a 11,19 58,63b 12,021 -I 6 meses 67,25 12,11 63,07 12,56 -I 12 meses 69,82 12,69 65,49 12,6812 -I 18 meses 71,03a 11,55 62,61b 10,03

p<0,05 Teste T

Conclusões- O ganho ponderal pode ter sido favorecido por múltiplos fatores como pelo aumen-to na ingestão alimentar causada pela sensação de maior liberdade na escolha dos alimentos apóso período de terapia renal substitutiva e/ou pela estimulação do apetite causada pelo uso crôni-co de esteróides. No entanto, estudos prospectivos devem ser realizados para evidenciar estashipóteses.Um acompanhamento nutricional individualizado deve ser enfatizado, com o objetivode controlar o ganho de peso pós-transplante, além de contribuir com um balanceamento ade-quado de nutrientes de forma a minimizar distúrbios metabólicos.

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EVOLUÇÃO DE 19 PACIENTES PORTADORES DE NEFROPATIACRÔNICA DO ENXERTO RECEBENDO MICOFENOLATO MOFETILAPÓS A INTERRUPÇÃO DA CICLOSPORINA SILVEIRA, E. R. ALKMIM, L. D.; SANTOS, G. D.; SALUM, R. E.; CAR-MARGOS NETO, G. B.; SANTOS, M. C.; DORNELAS, J. J.; NASCIMENTO,S. C. O.; FARIA, M. R.; GONTIJO, G. H. S.; MACEDO, M. A. M.HOSPITAL VERA CRUZ

A Nefropatia Crônica do Enxerto (NCE) é a causa principal de Insuficiência renalprogressiva em pacientes transplantados renais. Estamos apresentando a evoluçãode 19 pacientes, com função renal bastante alterada (Creatinina Sérica > 2mg/dl) ecom diagnóstico firmado histologicamente de NCE num período de 36 meses, apóster sua imunossupressão mudada de Ciclosporina (CsA) ou CsA associada a Aza-tioprina (Aza) para Micofenolato Mofetil (MMF). No trabalho apresentado há doisanos, biópsia renal realizada nesses pacientes 12 meses após o início do MMF nãomostrou deterioração na grande maioria. Além disso houve um melhor controle dahipertensão e melhora na função renal nos pacientes durante aquele período. M é t o d o s : Dezenove pacientes (10 com Doadores Vivos Relacionados, 6 comDoadores Cadáver e 3 com Doadores Vivos não Relacionados) com diagnósticohistopatológico de Nefropatia Crônica do Enxerto e em uso de Ciclosporinaassociada ou não a Azatioprina tiveram sua imunossupressão modificada, pas-sando a fazer uso de MMF (2 gramas/dia). A dose de Prednisona não foi altera-da. O grupo foi acompanhado por pelo menos 3 anos, sendo mensalmente no 1ºano e trimestralmente a partir do 2º ano, com avaliação clínica e laboratorial.Biópsias renais foram realizadas previamente à mudança e com 6 e 12 meses deacompanhamento, sendo avaliadas por Microscopia Ótica e por Imunofluo-rescência. R e s u l t a d o s : Apenas 4 dos 19 pacientes pioraram os achados histopa-tológicos. Houve uma melhora acentuada no controle dos níveis pressóricos. Afunção renal melhorou e manteve-se estável durante 36 meses, na maioria dospacientes (12/19). Quatro pacientes evoluíram Insuficiência Renal Terminal e 3evoluíram para o Óbito, todos eles com função renal melhor do que aquela apre-sentada antes da mudança da imunossupressão. C o n c l u s ã o : Os resultadosmostraram que a grande maioria dos pacientes se beneficiou com a mudança daimunossupressão, apresentando melhora da função renal e controle dos níveispressóricos por um período relativamente longo. Biópsia renal realizada 1 anoapós a mudança não revelaram piora dos padrões histopatológicos na grandemaioria dos pacientes. O uso de MMF isoladamente com corticoterapia em subs-tituição à CsA parece estar indicado para os pacientes portadores de NCE, que jáapresentam alterações importantes da função renal.

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EVOLUÇÃO INICIAL DO ESTADO NUTRICIONAL E COMPOSIÇÃOCORPORAL EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS.SOUZA, G. C. SILVA, . A. C. .; COSTA, C.; MANFRO, R. C.PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS: NEFROLO-GIA, UFRGS. SERVIÇO DE NEFROLOGIA, HOSPITAL DE CLÍNICAS DEPORTO ALEGRE

Introdução: A terapia imunossupressora está associada a alterações metabólicas enutricionais que justificam intervenção nutricional precoce. O objetivo desde estu-do é avaliar o estado nutricional e a composição corporal de pacientes transplanta-dos renais com parâmetros antropométricos e bioquímicos. Pacientes e Métodos: Trinta e dois pacientes (17 homens, 23 receptores de rim dedoador cadáver, média de idade 41 ± 11,4 anos) foram estudados prospectivamentedurante 6 meses pós-transplante. As variáveis analisadas foram: IMC, % de gor-dura corporal, perfil lipídico, glicemia e albumina. Medidas antropométricas, com-posição corporal e marcadores bioquímicos, foram avaliados no momento dotransplante (T0), e aos três (T3) e seis (T6) meses. Imunossupressão tríplice foi uti-lizada em todos pacientes. Resultados: Os parâmetros antropométricos e bioquímicos apresentaram osseguintes resultados: (a) o IMC não teve alteração significativa até o terceiro mêspós-transplante (23,2 ± 2,58 e 23,5 ± 2,28 Kg/m2), seguiu-se de um aumento para24,5 ± 3,09 Kg/m2 em T6, (T6 vs. T3, p < 0,001 e T6 vs. T0, p = 0,004); (b) a %de gordura corporal aumentou no 3o mês pós-transplante de 20,5% em T0 para21,1%, aumentando 23,9% em T6 (p < 0,001). O aumento do peso e do % de gor-dura foi maior em mulheres (5,2 Kg em mulheres vs. 3,2 Kg em homens). O coles-terol total e a glicemia não variaram significativamente no período. O aumento dostriglicerídeos em T3 em relação a T0 foi de 147,75 ± 59,7 para 246,6 ± 100,2mg/dl (p < 0,001); com diminuição de T3 para T6 (246,6 ± 100,2 vs. 212,7 ± 78,9mg/dl, p = 0,023). Os níveis séricos de albumina diminuíram no terceiro mês pós-transplante (4,54 ± 0,65 para 4,23 ± 0,5 g/dl, p < 0,05) retornando aos valoresbasais em T6.Conclusão: Os resultados mostram mudanças na composição corporal nos seisprimeiros meses pós-transplante renal que são mais pronunciadas em mulheres. OIMC não excedeu os níveis normais, entretanto, o aumento da porcentagem de gor-dura demonstra as alterações na composição corporal.

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EXPERIÊNCIA DE 77 TRANSPLANTES DE PÂNCREAS-RIM EM UMÚNICO CENTRO RANGEL, É. B. SÁ, J. R.; LINHARES, M. M.; GONZALES, A. M.; PESTANA,J. O. M.; MELARAGNO, C. S.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO-EPM

O TSPR está associado à redução da mortalidade de pacientes com diabetes mel-litus tipo 1 em relação à diálise. Foram analisadas as complicações clínico-cirúr-gicas de 77 pacientes submetidos ao TSPR, Dez/2000 a Abril/2004. As médias deidade, de história de diabetes e de diálise foram 33,9±7,7 anos (17-50), 21,2±5,6anos (13-37) e 27,6±16,2 meses (0-76), respectivamente. A média de internaçãofoi de 19,1±13,6 dias (8-83). As médias dos tempos de isquemia fria do rim e dopâncreas foram 12,5±4 horas (6-23) e 12,5±2,4 horas (8-18). A incidência denecrose tubular aguda foi de 26% com duração de 11±7,6 dias (1-29 dias). Aimunossupressão inicial foi Tacrolimus/Prednisona/Micofenolato de Mofetil em79,2% dos casos. A incidência de rejeição aguda renal foi de 24,7% (23 episódiosem 19 pacientes, sendo 39,1% borderline e 8,7% grau III). A drenagem exócrinapancreática foi entérica em 91% (vs 9% de drenagem vesical, sendo que em 28,5%destes houve conversão da drenagem para entérica). As principais complicaçõescirúrgicas foram: drenagem de hematoma 13%, drenagem de abscesso peri-pan-creático 10,4%, fístula pancreática 9,1%, hérnia incisional 5,2% e trombose vas-cular do pâncreas 3,9%. As complicações infecciosas foram: ferida operatória(54,8% superficial), urinária (drenagem vesical 100% vs drenagem entérica 40%,p<0.002), respiratória 16,9%, citomegalovírus 26% (12,5% doença invasiva), her-pes simplex 9,1% e pelo vírus da varicela-zoster 3,9%. A sobrevida do paciente no1º ano foi de 83%, sendo sepse a principal causa de óbito (69%, ocorrendo 43±56,5dias do transplante, 3-194). As sobrevidas dos enxertos renal e pancreático no 1ºano (excluindo óbitos) foram de 93,8% e 92,2%, respectivamente. A média da cre-atinina no primeiro ano foi de 1,36±0,45 mg/dL (0,9-2,9). As principais causas deperda do enxerto pancreático incluíram óbito com o enxerto funcionante (35%),abscesso peri-pancreático (25%) e rejeição crônica (25%). O TSRP está associadoà alta taxa de complicações clínico-7cirúrgicas.

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EXPRESSÃO DE MOLÉCULAS DE CO-ESTIMULAÇÃO EM CÉLULASURINÁRIAS DE PACIENTES COM NEFROPATIA CRÔNICA. CAMARA, N. O. S. ;CENEDEZE, M. A. ;PONCIANO, V. C. ; CAMARA, N. O.S. ; SILVA, A. P. ; , ; LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL, DISCI-PLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO,SÃO PAULO.

Introdução: O transplante renal ainda permanece como a melhor opção terapêuti-ca para pacientes com doença renal terminal. Com os avanços nas áreas de alo-cação e de drogas imunossupressoras, houve um acréscimo importante na sobre-vida a médio-prazo do enxerto, porém eles continuam a serem perdidos a longoprazo. A fisiopatogenia da principal causa de perda a longo prazo, a nefropatiacrônica do enxerto, envolve fatores imunológicos e não imunológicos, entretantoo diagnóstico clínico é sempre tardio, ou seja quando a lesão fibrótica já está pre-sente na biópsia. O diagnóstico preditivo não invasivo se faz então necessário.Dentre os fatores imunológicos, destaca-se a estimulação crônica dos linfócitos doreceptor pelas células apresentadoras do próprio receptor, que envolve sinais medi-ados via TCR e via moléculas de coestimulação. Objetivos: Estudar a expressãourinária de transcritos gênicos de moléculas de coestimulação em pacientes comdiferentes graus de nefropatia crônica do enxerto (NCE). Material e Métodos: 51amostras consecutivas de urina de pacientes com diagnóstico comprovado porbiópsia de nefropatia crônica do enxerto foram coletadas e analisadas. Expressãode mRNA de 4-1BB (CD137) e OX-40 (CD134) e seus ligantes foram semi-quan-tificados por PCR, e correlacionados com os achados na biópsia renal. Resulta-dos: 27.3% dos pacientes tiveram diagnóstico de NCE leve, 27.3% de moderada e12.1% grave, e os restantes compreenderam outros diagnósticos. mRNA de OX40foi amplificado somente em 8 pacientes com NCE, a sua maioria com NCE grave,entretanto os níveis densitométricos foram mais elevados nos grupo com lesãoleve. O ligante de OX40 foi amplificado somente em uma amostra de NCE. De for-ma interessante, o mRNA de 4-1BB esteve presente em todas as amostras comNCE e se correlacionou posiivamente com os achados histológicos: mais lesão,maior expressão de mRNA. Conclusão: A fisiopatogenia da NCE envolve a par-ticipação de moléculas de coestimulação, demonstrando ser um evento ativo, e aexpressão urinária destas moléculas, principalmente o 4-1BB, um possível bio-marcador para predizer NCE.

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FATORES DETERMINATES DO DESENVOLVIMENTO DE DM EMPACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS CAMARGO, B. E.; SIQUEIRA, R. C.; MORENO, C. N. ARAUJO, M. R. T.;NORONHA, I. L.; ROMÃO JÚNIOR, J. E.; ABENSUR, H.CLÍNICA DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUE-SA DE SÃO PAULO

Introdução: Estudos recentes sugerem uma associação entre infecção pelo vírusda hepatite C (HCV) e o desenvolvimento de Diabetes Mellitus, tanto na popu-lação geral quanto em pacientes receptores de transplante. Objetivo: Investigarpossíveis fatores que possam estar relacionados com o desenvolvimento de Dia-betes Mellitus Pós Transplante Renal (DMPTR), incluindo a associação cominfecção prévia pelo HCV. Métodos: Foram retrospectivamente analisados 245pacientes submetidos a transplante renal (Tx) entre 1992 e 2004. Os critérios deinclusão foram a ausência de DM prévio ao Tx, seguimento mínimo de três mesese o não uso de Tacrolimus como imunossupressor. O diagnóstico de DM foidefinido como a ocorrência de pelo menos duas glicemias de jejum >126 mg/dl. Ainfecção pelo HCV foi detectada pelo método de ELISA. Resultado: A incidênciade DMPTR foi 4,7% no grupo HCV – contra 6,1% no HCV + (P=NS). Os gruposeram semelhantes quanto à idade, sexo, tempo de acompanhamento e peso aotransplantar, porém quem apresentava HCV- teve o peso ao fim do acompan-hamento significativamente maior (70,2±14,7 vs 63,2±18,2 P=0,0152). Con-siderando fatores de risco para desenvolvimento de DM na população em estudo,observamos que sua incidência foi maior nos pacientes com idade mais avançada(39,0±13,3 vs 49,0±8,0 P=0,0105), naqueles com maior peso ao transplantar(63,06±14,22 vs 74,49±9,64 P=0,0064) e que se encontravam com maior peso aofim do acompanhamento (68,7±15,3 vs 81,2±11,9 P=0,0058).Com relação aosexo, tempo de acompanhamento e infecção pelo HCV não houve diferença esta-tisticamente significativa. Conclusão: Neste estudo não houve associação entreinfecção pelo HCV e o desenvolvimento de DMPTR, apesar de diversos trabalhosna literatura terem evidenciado esta associação. Foram fatores predisponentes paraDMPTR a idade mais avançada, o maior peso ao transplantar e ao fim do acom-panhamento.

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HEPATITE B OCULTA EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS. MANFRO, R. C.; PERES, A. A. DIAS, E. A.; CHESKY, M.; JOBIM, L. F.;GONÇALVES, L. F. S.PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEFROLOGIA, UFRGS. SERVIÇODE NEFROLOGIA, HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

A hepatite B oculta é caracterizada pela presença do DNA do vírus da hepatite B(HBV) em pacientes que não apresentam o marcador sorológico do antígeno desuperfície do HBV (HBsAg) detectável no soro. Esta condição tem sido fre-quentemente descrita em indivíduos infectados pelo vírus da hepatite C (HCV).Este estudo de prevalência de hepatite B oculta foi conduzido por estarempacientes transplantados renais sob risco de infecção pelo HBV e HCV. Pacientes e Métodos. Cento e um pacientes transplantados renais negativos parao HBsAg formam avaliados, destes 51 apresentavam anticorpos contra o HCV. Atécnica de PCR aninhado (“nested”) foi usada para a detecção no soro do DNA dosgenes S e “core” do HBV. Os marcadores sorológicos de infecção pelo HBV,testes hepáticos e níveis sangüíneos de ciclosporina foram também avaliados. Resultados. O DNA do gene “core” foi identificado em um paciente infectadopelo HCV e em um paciente não infectado no qual foi também identificado o DNAdo gene S (prevalência: 2% e 1% para cada gene respectivamente). Os pacientesanti-HCV positivos apresentaram tempo mais prolongado de tratamento dialíticoprévio ao transplante (50,8 ± 34,6 versus 32,0 ± 20,9; p<0,001). Os testes defunção hepática apresentaram-se mais alterados neste mesmo grupo: ALT (P <0,001); AST (P < 0,05); GGT (P < 0,02) e fosfatase alcalina (P< 0,04). Os níveisbasais médios de Ciclosporina apresentaram-se significativamente aumentados nogrupo de pacientes infectados pelo HCV (P < 0,02). Na análise multivariada re-velou-se que apenas a infecção pelo HCV foi determinante das alterações nasprovas de função hepática.Conclusão. Concluiu-se que a infecção oculta pelo HBV é uma condição infre-quente nesta população de pacientes transplantados renais e a infecção pelo HCVnão parece ser um fator de risco de relevância clínica.

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HIPERGLICEMIA NO PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO EM TRANS-PLANTE RENAL E OCORRÊNCIA DE REJEIÇÃO AGUDA BRAGA, A. M. ;PINHEIRO, H. S.; BASTOS, M. G.ANDRADE, L. C. F.NIEPEN DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Introdução: Pacientes diabéticos apresentam risco aumentado de rejeição ao en-xerto renal, possivelmente relacionado à hiperglicemia no período peri operatório.A ocorrência de hiperglicemia é comum também em pacientes não diabéticos.Objetivo: Verificar se a hiperglicemia apresenta correlação com a ocorrência deepisódios de rejeição aguda ao enxerto renal em pacientes não diabéticos.Materiais e Métodos: Análise retrospectiva de 55 pacientes transplantados renaiscom doador vivo no Hospital Dr. João Felício entre fevereiro de 2002 e maio de2004 com esquema imunossupressor tríplice (ciclosporina ou tacrolimus, azatiop-rina e corticosteróide). Foi realizada análise univariada de fatoresrelacionados(idade, número de matches HLA , reatividade contra painel , uso detacrolimus ou ciclosporina) e a ocorrência de rejeição aguda nos primeiros trintadias pós transplante renal.Resultados: Encontramos elevada incidência de hiperglicemia (glicemia de jejum>126 mg / dL), que ocorreu em 19 pacientes(34,5%) no primeiro pós operatório eem 5 pacientes(9,1%) no segundo dia. Foram diagnosticados 5 episódios derejeição aguda(9,1%) em 5 pacientes e a análise univariada não demonstrou corre-lação entre rejeição aguda e hiperglicemia, uso de ciclosporina ou tacrolimus,idade, matches HLA e reatividade contra painel.Conclusões: Na população estudada, a ocorrência de hiperglicemia é comum e nãoidentificou-se , nessa análise parcial de dados, correlação com rejeição agudacomo demonstrado em estudos anteriores.

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HIPOMAGNESEMIA ASSOCIADA AO TACROLIMUS : O IMPACTOCLÍNICO- RELATO DE CASO. ALEXANDRE, C. S.; SCHIMTZ, R. O.; ANDRADE, L. C. PEREIRA, L. M.;DAVID NETO, E.; IANHEZ, L. E.HOSPITAL DAS CLINICAS DA FMUSP

Introdução: A associação de hipomagnesemia com o uso dos inibidores de cal-cineurina encontra-se bem documentada na literatura com trabalhos nessa áreadatando de meados da década de 80. Entretanto, o mecanismo envolvido nesse dis-túrbio só foi esclarecido em publicação experimental recente, que associou ainibição do transportador de Mg TRPV5 no túbulo distal, com o aumento da mag-nesiúria. Apesar dessas evidências, a relevância clínica desses achados é descon-hecida assim como suas implicações terapêuticas.Relato do Caso: C.T.S., 11anos,com diagnóstico há 9 anos de má formação urogenital complexa submetida acirurgia para construção de neobexiga com válvula ileal aos 4 anos de idade. Há 2anos iniciou tratamento hemodialítico e em abril de 2004 foi convocada para trans-plante renal doador cadáver com tempo de isquemia fria de 14 horas. Evoluiu NTAcom duração de aproximadamente dez dias, com duas sessões de hemodiálisenesse período. No 15o dia do pós-operatório, evoluiu com convulsão parcial com-plexa, sem antecedentes semelhantes. Líquor sem alterações, EEG sem sinais deatividade epiléptica, TC de crânio normal e RMN de crânio com hipersinal em T2em ambos os globos pálidos sugestivo de encefalopatia metabólica. Dados labora-toriais: Na 147 mEq/l, K 4,2 mEq/l, Ur 40 mg/dl, Cr 0,9 mg/dl, Mg 0,8 mEq/l ,Cai 4,4 mg/dl, P 5 mg/dl, nível sérico de FK 8,2. Foi iniciada reposição de Mg EVcom boa resposta, porém com nova convulsão após suspensão do Mg. Examesdesse momento: Mg sérico 0,95 mEq/l , CaU 9 mg/kg/dia, Fe Mg 28%, Fraçãoexcreção(Fe) K 3,2% , Fe Na 1,2%, Clear.de creat. 133 ml/min, nível de FK 8,3.Foi iniciada suplementação com sulfato de magnésio via oral com boa resposta.Recebeu alta hospitalar com Mg sérico de 1,37 mEq/l.Conclusão: Apesar do seubaixo custo e alta disponibilidade, a dosagem de magnésio em usuários deinibidores da calcineurina ainda não é rotina em alguns serviços. Entretanto, ascomplicações potencialmente graves desse distúrbio justificam tal prática e reafir -mam a necessidade de estudos que comprovem este impacto clínico.

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IDENTIFICAÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-HLA EM PACIENTESTRANSPLANTADOS RENAIS E SUA ASSOCIAÇÃO COM O DESEN-VOLVIMENTO DE NEFROPATIA CRÔNICA DO ENXERTO. TORESAN, R. MANFRO, R. C.; VERONESE, F. J. V.; GONÇALVES, L. F.;PROENÇA, M. C. C.; SALIM, P. H.; JOBIM, L. F. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS: NEFROLO-GIA, UFRGS. SERVIÇOS DE IMUNOLOGIA E NEFROLOGIA DO HOSPI-TAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. PORTO ALEGRE, RS.

Introdução: O envolvimento dos anticorpos anti-HLA, presentes no período pós-transplante, na rejeição aguda (RA) e na nefropatia crônica do enxerto (NCE) dotransplante renal não está totalmente elucidado. O objetivo deste estudo é avaliara presença de anticorpos anti-HLA após o transplante renal e sua relação com a RAe NCE. Métodos: Foram analisados pacientes transplantados renais dos quais coletou-seamostras de sangue no 1º, 3º, 6º e 12º meses pós-transplante. Nos pacientes queconsentiram, biópsias renais de protocolo foram realizadas no 2º e no 12º mês pós-transplante. Os soros foram testados utilizando um ensaio ELISA (LAT-M, OneLambda, USA) para detecção de anticorpos anti-HLA de classe I (CI) e II (CII) dotipo IgG. RA e NCE foram diagnosticadas por critérios clínicos, laboratoriais ehistopatológicos.Resultados: Do total de 65 pacientes incluídos até o momento, 12 concluíram oseguimento de um ano. Nove receberam rins de doador-cadáver e 3 de doador-vivo. Nove pacientes não apresentavam anticorpos anti-HLA no período pré-trans-plante e não os desenvolveram no seguimento. Os 3 (25%) restantes apresentavamanticorpos antes do transplante e: (1) um paciente com anticorpos anti-classe Idesenvolveu anticorpos anti-CII; (2) um paciente negativou os anticorpos anti-CIpermanecendo com os anti-CII; (3) um paciente negativou os anticorpos anti-CI nacoleta do terceiro mês. Dos 9 pacientes sem anticorpos no pós-transplante 3 (33%)desenvolveram RA e 1 (11%) NCE. Dos 3 pacientes com anticorpos no pós-trans-plante 2 (67%) desenvolveram RA e NCE. Conclusão: Dentre os pacientes estudados, somente um desenvolveu anticorposno período pós-transplante. Estes são achados preliminares de um estudo em anda-mento. Mais pacientes serão analisados, permitindo então uma melhor avaliaçãoquanto à presença de anticorpos anti-HLA no pós-transplante renal e sua possívelassociação com RA e NCE.

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IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE TRANSPLANTE RENAL PELOSUS – SOBREVIDA DO ENXERTO DE DOADOR CADAVER, DEDOADOR VIVO, DOS PACIENTES E CAUSAS DE REINTERNACÃO SILVA, A. P.;YONEZAWA, E. MATOS, A. C. C.; ODIERNA, M. T.;OLIVEIRA, M.; SILVA, E.; WROCLAWISKI, E. R.; DURAO JUNIOR, M. S.;TONATO, E.UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL DO HOSPITAL ISRAELITAALBERT EINSTEIN

Introdução: Em 2002 o HIAE iniciou o programa de transplante renal pelo Sis-tema Único de Saúde (SUS). Este estudo tem como objetivo caracterizar ospacientes submetidos a transplante renal num hospital privado, geral e de grandeporte da cidade de São Paulo e descrever nossos resultados. Metodo: Este é umestudo descritivo-exploratório, retrospectivo com abordagem quantitativa, realiza-do por meio do levantamento de dados em prontuário eletrônico e em prontuárioambulatorial. Resultados: De janeiro de 2002 a 31 de maio de 2004 foram rea-lizados 134 transplantes, sendo 124 renal e 10 fígado-rim. A idade dos recsptoresvariou de Em 2002 foram realizados 38 transplantes (30 doadores vivos e 8cadáveres) e ocorreram 53 reinternações. Em 2003 61 transplantes (34 doadoresvivos e 27 cadaveres) e 53 reinternações. Até maio de 2004, 34 transplantes (17doadores vivos e 17 cadáveres) e 29 reinternações. As principais causas de rein-ternações foram relacionadas à disfunção de enxerto, infecções virais (cito-megalovírus e varicela Zoster), rejeição aguda, nefrotoxicidade, estenose de artériarenal, linfocele, tuberculose, pelonefrite, infecção do trato urinário, respiratória ecomplicações gastrointestinais,. A taxa de sobrevida de 2 anos dos pacientes foi de96% e 92% para transplantes com doador vivo e cadáver, e a sobrevida do enxer-to foi de 91,5% para doadores vivos e 86% para transplantes com doador cadáver.Conclusáo: Descrevemos nossa experiência inicial em um programa de trans-plante renal pelo SUS, e demonstramos excelente sobrevida do enxerto e dopaciente.

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IMPORTÂNCIA DE ALOANTICORPOS EM BAIXOS TÍTULOS DETEC-TADOS POR CITOMETRIA DE FLUXO NO PRÉ-TRANSPLANTERENALMICHELON T, CANABARRO R, SPORLEDER H, SCHROEDER R,RODRIGUES H, SILVEIRA J, TOMAZZINI J, FAGUNDES I, GARCIA V,NEUMANN J, GRAUDENZ MSANTA CASA HOSPITAL - LABRATÓRIO DE IMUNOLOGIA DE TRANS-PLANTES, PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA DA FFFCMPA – PORTOALEGRE, BRASIL

Objetivo: Determinar a prevalência de transplantes realizados com prova cruzadapor citotoxicidade falso-negativa e analisar a importância da detecção de aloanti-corpos (Ac) pré-transplante renal através de citometria de fluxo (CF). Métodos: Foram estudados 54 transplantes renais com doador cadáver realizadosem 2002 com prova cruzada contra linfócitos T+AGH+DTT e B+DTT negativa.Os soros foram retestados por CF, conforme recomendações da Associação Ame-ricana de Histocompatibilidade: 1) prova T+ e B-: Ac anti-classe I; 2) Prova T- eB+: Ac anti-classe II; 3) prova T+B+: anti-classe I e II. Empregou-se teste Qui-quadrado, Exato de Fisher e t de Student; P<0.05. Resultados: A incidência de citotoxicidade falso-negativa foi de 33,3% (18/54),sendo 18,5% (10/54) anti-classe I+II, 9,3% (5/54) anti-classe II e 5,6% (3/54) anti-classe I . O painel era positivo em 2.8% dos CF negativa e em 11% dos positivos.Enxerto primariamente nunca funcionante ocorreu em 9.1% dos CF negativa e em16.7% dos CF positiva (N=3; 2 anti-classe I+II e 1 classe II; P=NS). A incidênciade perda de enxerto no primeiro ano foi de 16.7% e 20.2%, respectivamente. Nãohouve perda entre os positivos para classe I (0/3), 2 ocorreram entre os 10 anti-classe I+II (20%) e 2 entre os anti-classe II (2/5; 40%). Comparados ao grupo CFnegativa (n=36), a função renal foi significativamente prejudicada nos pacientescom Ac anti-classe I+II e II isolado entre a 4a e 12a semanas pós-transplante.Conclusão: Houve 33% detransplantes renais realizados com baixos títulos de Acnão detectados pela citotoxicidade. Existe a sugestão de um risco maior para per-da precoce do enxerto e menor função renal em curto prazo nestas situações, espe-cialmente quando há Ac contra antígenos HLA de classe II.

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INCIDÊNCIA DE FUNÇÃO RETARDADA DO ENXERTO EM TRANS-PLANTADOS RENAIS NO BRASIL - ESTUDO MULTICÊNTRICO AZEVEDO, L. S.; CASTRO, M. C. R.; CARVALHO, D. B. M.; DAVILA, D. O.;CONTIERI, F.; GONÇALVES, R.; MANFRO, R.; IANHEZ, L. E.H. CLEMENTINO FRAGA FILHO, H. CLÍNICAS SÃO PAULO FMUSP, H.CLÍNICAS PORTO ALEGRE, H. EVANGÉLICO CURITIBA, H. GERAL BON-SUCESSO, H. SÃO LUCA PUCRS

Introdução: A função retardada do enxerto (FRE) é fator de aumento da mor-bidade no pós-transplante renal (PTx). Sua freqüência varia entre centros e regiõesdo mundo. Não há dados coletivos da incidência de FRE no Brasil.Métodos: Foi enviado questionário a centros brasileiros que realizaram mais de 50transplantes renais em 2002, solicitando informações sobre o número de trans-plante renais cadavéricos, realizados durante os anos de 2000, 2001 e 2002, onúmero de complicações ou perdas precoces do enxerto, dificultando a avaliaçãoda ocorrência de FRE, e o número de pacientes que necessitaram diálise naprimeira semana PTx.Resultados: Seis centros, realizando um total de 621 transplantes durante o perío-do em análise, responderam ao questionário. Houve 60 (9,7%) perdas precoces;312 (55,6%) pacientes necessitaram diálise na primeira semana PTx: 216 (53,9%)em 2000, 189 (62,3%) em 2001 e 216 (51,6%) em 2002.Conclusões: A incidência de FRE neste levantamento parcial de centros de trans-plante brasileiros foi mais alta do que a relatada em estudos internacionais previa-mente publicados. Faz-se necessário um estudo específico, visando descobrir aspossíveis causas para esta mais alta freqüência de FRE no Brasil

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INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO EM RECPTORESDE TRANSPLANTE RENAL ALMEIDA, M. M. T. B. ;GONÇALVES, R. T. LOPES, G. S.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Introdução: Este estudo visa descrever a incidência de infecção do trato urinário(ITU) em receptores de transplante (TX) renal no Hospital Universitário Clementi-no Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e analisar fatores derisco para o desenvolvimento de ITU no primeiro trimestre após o TX.Métodos: Foi conduzido um estudo observacional de coorte retrospectivo, incluin-do 156 pacientes que receberam o TX renal no Hospital Universitário ClementinoFraga Filho. Durante o período estudado, era feita a profilaxia para ITU, rotineira-mente, com sulfametoxazol-trimetoprima no primeiro semestre após o TX. Asincidências acumuladas de infecção urinária são mostradas em percentuais e asdensidades de incidência foram calculadas por 100 pacientes-mês. As compara-ções de densidades de incidência foram realizadas por meio do móduloEPITABLE, incluído no programa EPI INFO 6.04. A análise de fatores de riscoempregou o modelo de riscos proporcionais de Cox.R e s u l t a d o s : Foram diagnosticados 167 episódios de (ITU) em 67 pacientes (43%),com densidade de incidência global de 6,5/100 pacientes-mês. Em 44 episódios(26,3%) ocorreram pielonefrites. As incidências de ITU em geral (p< 0,001) e depielonefrite (p< 0,001) foram significantemente maiores nos primeiros 90 dias apóso TX. Ocorreram 10 episódios de bacteremia relacionados a ITU. Entre os fatores derisco analisados, o único fator independentemente associado ao risco de ITU foi ouso de tacrolimus no primeiro esquema imunossupressor (H R= 0,19; IC 95%= 0,08-0,47; p< 0,001), houve uma tendência não significante a associação do sexo femini-no com o aumento do risco de ITU (H R= 1,58; IC 95%= 0,90-2,7; p< 0,11). Conclusão: As infecções do trato urinário foram complicações muito freqüentesna população analisada, apesar do uso rotineiro de antibiotiprofilaxia. As incidên-cias de ITU em geral e de pielonefrite foram significantemente maiores noprimeiro trimestre após o TX renal. O uso de tacrolimus no primeiro esquemaimunossupressor mostrou-se independentemente associado à redução significantedo risco de ITU.

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INCIDÊNCIA DE ITU EM UMA COORTE DE PACIENTES TRANS-PLANTADOS RENAIS COM REFLUXO VÉSICO-URETERAL DETEC-TADO ATRAVÉS DA CISTOGRAFIA RADIOISOTÓPICA DEBONI, L. M.; SILVA, I. F.; LUZ FILHO, H. A.; VIEIRA, M. A.; MACIEL, R.F.; GUTERREZ, J. C.; ROST, C. A.; RIESEMBERG, M.; VIEIRA, J. A.; FUNDAÇÃO PRÓ RIM DE SANTA CATARINA, HOSPITAL MUNICIPALSÃO JOSÉ, MEDICINA NUCLEAR SÃO MARCOS, JOINVILLE - SC

Introdução: O refluxo vésico-ureteral (RVU) após o tx está associado a maiorrisco de ITU, sendo a cistografia radioisotópica (CRI) o padrão-ouro para o diag-nóstico do RVU. Objetivo: Avaliar a incidência de ITU em uma coorte depacientes transplantados renais com RVU detectado por CRI, comparando com ogrupo controle (sem RVU na CRI). Métodos: Foi realizado um estudo de coorte(observacional, de aferição mista e controlado), entre abril e outubro de 2002, ondetodos os pacientes em acompanhamento no ambulatório da Fundação Pró Rim-SCe com FR estável foram submetidos a CRI para detecção de RVU para o rim trans-plantado ou rim nativo. Estes pacientes formam seguidos por mais 24 meses, e aincidência de ITU foi avaliada. Resultados: Foram estudados 54 pacientes, sendo28 (51%) do sexo feminino. O tipo de doador foi vivo relacionado em 32 (59%),cadáver em 20 (37%) e vivo não relacionado em 2(4%) casos. A média de idadedos receptores foi de 38 (+11,4) anos, variando entre 14 e 63 anos, sendo a médiade tempo de acompanhamento pós transplante de 4,5 (+2,1) anos. Do total, 28%(15/54) apresentaram RVU para o rim transplantado e um para rim nativo, sendoque 54% (30/54) apresentaram pelo menos um episódio de ITU após o tx. O graude RVU foi leve em 4, moderado em 8 e severo em 3 pacientes. No grupo depacientes com RVU, 60% (9/15) apresentaram pelo menos um episódio de ITU noperíodo pós tx. Entre os 30 pacientes com pelo menos um episódio de ITU póstransplante, 31% (9/30) apresentavam RVU, não havendo correlação entre a pre-sença de RVU e o desenvolvimento de ITU (p=0,39). Dos pacientes que evoluíramsem episódios de ITU, 24%(4/24) apresentavam RVU. Observamos uma tendên-cia de que quanto maior o grau de RVU, maior o percentual de pacientes com ITU,porém sem significância estatística (p=0,67). A presença de RVU não conferiurisco para desenvolvimento de ITU (RR= 1,1; IC= 95%: 0,86-1,7) Conclusão:Concluímos que o RVU é bastante prevalente nos pacientes transplantados emacompanhamento ambulatorial (28%), sendo que cerca da metade destes apresen-tará ITU no seguimento pós transplante.

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INFILTRADO INTERSTICIAL DE MASTÓCITOS NA NECROSE TUBU-LAR AGUDA PÓS TRANSPLANTE COMO FATOR DE RISCO PARADISFUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO. SATO, V. A. H.; BERALDO, F. C. MAZZALI, M.LABORATÓRIO DE NEFROLOGIA- FCM UNICAMP

Mastócitos estão envolvidos no processo de fibrose intersticial em vários modelosde nefropatia crônica. Apesar da presença de mastócitos triptase positiva no inter-stício de rins transplantados com nefropatia crônica, a relação entre mastócitos,rejeição aguda e prognóstico do enxerto não foi demonstrada. Disfunção primária(PNF) é uma das causas precoces de perda de enxerto, mesmo na ausência derejeição aguda. Como inflamação intersticial pode ocorrer na necrose tubular agu-da (NTA), levantamos a hipótese de que infiltrado intersticial com mastócitos naNTA poderia predizer o risco de fibrose intersticial e PNF. Material e Métodos:fragmentos de biopsias sequenciais de Tx renais com NTA foram coradas porimunohistoquímica para células inflamatórias (macrófagos e triptase de mastóci-tos) e marcadores de fibrose (alfa actina e TGFbeta). Para análise estatística, ospacientes foram divididos em 2 grupos: NTA (biopsias repetidas com recuperaçãode função renal) e PNF (sem recuperação de função). Pacientes com diagnósticode rejeição aguda foram excluídos do estudo. Quarenta fragmentos de biopsiaforam analisados (22 NTA e 18 PNF). Não foi observada diferença estatística nagravidade da NTA ao PAS. O infiltrado de macrófagos foi semelhante entre osgrupos (16,3 ± 9,2 cel/mm3 NTA vs. 21,9 ± 10,8 cel/mm3 PNF, p=0.09), porém onúmero de mastócitos triptase positivos no interstício foi significativamente supe-rior no grupo PNF comparado ao grupo com recuperação de função renal (9,7 ±10,3 cel/mm3 NTA vs. 17,7 ± 9,9 cel/mm3 PNF, p=0.01). Não houve diferençaestatistica na expressão de alfa actina ou TGFbeta entre os grupos. Este achadopode ser explicado pela análise de biopsias precoces, antes do desenvolvimento defibrose intersticial extensa.Em conclusão, estes resultados sugerem que o infiltra-do intersticial difuso de mastócitos triptase positivos em NTA após o transplanterenal possa ser um marcador de desenvolvimento de fibrose intersticial e de dis-função primária do enxerto.

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INSERÇÃO DA ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA NUM SERVIÇO TRANS-PLANTE RENAL, NUM HOSPITAL PARTICULAR.KARAM, C. H. CARDOSO, R. M.; YONEZAWA, E. A. Y.; TAUB, A.; LAC-ERDA, S. S.; MATOS, A. C. C.; RANGEL, É. B.; CAMARGO, A. L. L. S.; SAR-DENBERG, C.; ANDREOLLI, M. C. C.; ANDREOLI, P. B. A.; SANTOS, B. F.C.; SILVA, Á. P.HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

Introdução: A não-adesão ao tratamento no pós Tx é responsável por 10-12 %das perdas dos enxertos. Fatores de influência: não adesão a outros tratamentos;abuso de álcool e substâncias; determinadas doenças psíquicas. Apenas 7% dosCentros de Transplante (CTx) possuem Avaliação Psicológica e/ou Psiquiátrica(AvPs/Pq) formal de potenciais receptores/doadores. O Serviço de Tx Renal doHIAE estruturou sua AvPs/Pq para identificar precocemente os fatores de riscoque possam interferir na adesão ao tratamento. Métodos: Pacientes ambulatoriais:Equipe médica do Tx identifica, por meio de Checklists fatores de risco psicológi-co/psquiátrico, que necessitam de Avaliação Psicológica (AvP). Esta segue proto-colo específico: 1. Guideline de entrevista Pc./Pq. para doador relacionado (DR),doador não-relacionado (DnR) e Receptor (R), contendo: dados demográficos;compreensão sobre doença e tratamento; questões sobre a doação; relacionamentoentre doador (D) e receptor no pré e pós- Tx; mecanismos de enfrentamento; moti-vação para mudança; condição sócio-econômica e educação; história religiosa epsiquiátrica; 2. Avaliação Cognitiva (AvC): Provas Atencionais; Memória eReprodução Visual; Compreensão; Aprendizagem Verbal. Para pacientes naUnidade de Internação: Por meio da Avaliação de Risco ( institucional - HIAE),são identificados níveis elevados e disfuncionais de ansiedade; falha nos mecanis-mos de enfrentamento do R e D. Acompanhamento dos pacientes de risco: Suportepsicológico e orientação; Interconsulta Psiquiátrica. Grupo Interdisciplinar de Ori-entação Pré-Tx Renal composto Enfermeira/Psicóloga/Nutricionista: R e D emfase de conclusão dos exames e seus familiares recebem orientação áudio-visual etriagem para possível AvP. Grupo Interdisc. de Acompanhamento Pós -Tx Renalcomposto por Psicólogo/ Enfermeira/Nutricionista: Pacientes divididos por faixaetária: adolescentes, adulto jovem, adulto intermediário, idoso, tem como objetivosidentificar dificuldades na adesão e realimentar as orientações no grupo Pré-Tx.Conclusão: A equipe do TX identifica a contribuição favorável da Assistência Psi-cológica em todas as fases do tratamento.

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ISOLAMENTO E PURIFICAÇÃO DE ILHOTAS PANCREÁTICASHUMANAS NA UNIDADE DE ILHOTAS PANCREÁTICAS HUMANASDO INSTITUTO DE QUÍMICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO LOJUDICE, F. H.; OLIVEIRA, E. M. C.; SOGAYAR, M. C AITA, C. A. M.;SILVA, I. C.; KROGH, K.; LABRIOLA, L.; GENZINI, T.; MIRANDA, M. P.;GOLDBERG, A. C.; ELIASCHEWITZ, F. G.; NORONHA, I. L.UNIDADE DE ILHOTAS PANCREÁTICAS HUMANAS DO INSTITUTO DEQUÍMICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Introdução: O isolamento e a purificação de ilhotas pancreáticas humanas vêmsendo realizados na Unidade de Ilhotas Pancreáticas Humanas segundo a técnicadesenvolvida por Ricordi e colaboradores (1988) e modificada por Shapiro ecolaboradores (2000).Métodos: Foram processados 104 pâncreas de doador cadáver após consentimen-to informado e seguindo as normas da Central de Transplantes da Secretaria deEstado da Saúde de São Paulo. Os pâncreas foram retirados pelos cirurgiões quefazem parte da Equipe Multidisciplinar de Transplante de Ilhotas PancreáticasHumanas, através de técnica cirúrgica convencional para retirada de pâncreas paratransplante de órgão total. No laboratório, o pâncreas foi dissecado, perfundidocom solução enzimática, sob pressão e temperatura controladas. A digestão foirealizada na câmara Ricordi, sob agitação, com temperatura controlada (37ºC) erecirculação da solução enzimática, durante aproximadamente 20 a 25 minutos. Omaterial resultante foi submetido a um processo de purificação, por centrifugaçãoem gradiente contínuo de Ficoll, utilizando o processador de células COBE 2991.As frações do gradiente, contendo as ilhotas foram recolhidas, lavadas e ressus-pendidas em meio 199 e amostras foram coradas com ditizona para contagem donúmero de ilhotas obtidas e avaliação da pureza da preparação.Resultados: O rendimento médio das preparações foi de 100.000 IEQ. O teste deatividade funcional realizado in vitro demonstrou que em muitas destaspreparações as ilhotas aumentavam a secreção de insulina em resposta à glicose(índice de estímulo > 3), algumas vezes, a secreção de insulina aumentou cincovezes e em outras, o índice de estímulo foi igual a 10. Além disso a pureza daspreparações foi superior a 80%.Conclusão: Ilhotas pancreáticas humanas isoladas e purificadas seguindo-se osprotocolos utilizados apresentaram boa atividade funcional in vitro, demonstradapela habilidade de secreção de insulina em resposta à glicose.

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LEISHMANIOSE VISCERAL E TRANSPLANTE RENAL: RELATO DEDOIS CASOS E REVISÃO MENDONÇA, D. U.; DIAS, L. T. F. F.; CRISTOVÃO, F. G FERREIRA, S. F.V.; MEIRA, G. S. G.; BARBOSA, J. C.; FIGUEIREDO, S. M. B. F.INSTITUTO DE NEFROLOGIA/SANTA CASA DE MONTES CLAROS-MG

Introdução: Leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa causada porprotozoário e se manifesta por febre, hepatoesplenomegalia e pancitopeniaevoluindo inexoravelmente para morte se não tratada . Cerca de 12 milhões de pes-soas no mundo são afetadas, sendo comum na América do Sul Índia e Costa doMediterrâneo. Desde 1979, LV tem sido descrita como causa não usual de febreem transplantado(tx) renal. Método: Revisão de 38 casos na literatura através doMEDLINE e relato de dois casos. Caso 1: Homem, 63 anos, tx renal há 18 meses,evoluindo com febre e dispnéia há 10 dias. Em uso de azatioprina, predinisona eciclosporina. Rx de tórax com discreto infiltrado na base esquerda e hemogramacom leucopenia. Iniciou tratamento com ceftazidima e vancomicina sem melhoraclínica. Sorologia para leishmaniose, CMV e toxoplasmose negativas. Realizoumielograma que mostrou leishmanias. Iniciou tratamento com anfotericina Bdesenvolvendo insuficiência renal, falência múltipla de órgãos e óbito. Caso 2:Homem de 41 anos, tx há 31 meses, com febre, perda de peso e sudorese de ummês de evolução. Evoluiu com esplenomegalia e pancitopenia. Fez mielogramaque evidenciou leishmanias. Foi tratado com glucantime com cura. Resultado: Dos40 pacientes descritos, 83% são homens e a média de idade foi de 38 anos. O tem-po pós-transplante variou de 3 a 156 meses. Febre estava presente em 97% doscasos, esplenomegalia em 88% , citopenia em 91% e sorologia em 70%. Só umpaciente teve mielograma negativo. Em 80% dos casos o tratamento inicial foi comantimonial sendo que 41% evoluíram para cura definitiva, 25% recidivaram, 19%foram a óbito e 15% desenvolveram intolerância à droga. Daqueles que recidi-varam, 50% foram tratados com anfotericina e 50% com associação de cetocona-zol e alopurinol sendo que todos evoluíram para cura. O principal efeito de into-lerância ao antimonial foi pacreatite e em todos os casos os pacientes faziam usode ciclosporina. Dos pacientes tratados com anfotericina como primeira opção só01 foi a óbito e nenhum recidivou. A associação de alopurinol e cetoconazol tam-bém apresentou ótimos resultados nos pacientes que recidivaram com glucantime.Conclusão: LV deve fazer parte do diagnóstico diferencial de todo paciente trans-plantado com febre e a sorologia é bom teste diagnóstico. Os antimoniais continu-am sendo o tratamento de escolha inicial, reservando anfotericina para os casosmais graves ou recidivados.

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MARÍLIA 20 ANOS DE TRANSPLANTES RENAIS: ESTUDO DESCRITIVOYOKODA, R. T.; ARAÚJO, I. M.; GUILHEN, J. C.; ZANOLLI, M. B. GUZ-ZARDI, R.; ALASMAR, V. . L.; PAVANETTI, L. C.INTITUTO DO RIM DE MARÍLIA E FACULDADE DE MEDICINA DEMARÍLIA

Objetivo: descrever as características dos transplantes renais em 20 anos emMarília - SP. Materiais e Método: estudo retrospectivo descritivo.O estudo compreende 259 prontuários, de 1982 até novembro de 2002. Os dadoscom múltiplas variáveis foram distribuídos entre receptor, doador e seguimento.Dos receptores, analisaram-se idade, sexo, doença de base e tipo de terapia desubstituição renal (TRS); dos doadores, tipo (cadáver ou vivo), identidades HLA,doenças de base, município de origem do enxerto, isquemia quente e fria. Nogrupo seguimento: imunossupressão e suas mudanças, rejeições e evolução; perdado enxerto, intercorrências clínicas de pós transplante, intercorrências cirúrgicas eretransplante. Resultados: os receptores eram 70% homens e 30% mulheres;13,89% eram negros, 18,14% pardos, 64,86% brancos e 0,03% amarelos, 3,08 deoutra raça; a média de idade no transplante foi de 36 anos. As TRS foram: 83%hemodiálise, 9% CAPD passando 6,6% para hemodiálise e 1,4% DPI passando0,7% para hemodiálise. Antes do transplante 34,83% eram hipertensos, 8% tinhamdiabetes e 10,41% eram cardiopatas. À endoscopia digestiva 37,8% apresentavamgastroduodenite. A causa de uremia foi em 34,8% GNC, 27% nefroesclerosehipertensiva, 17% HAS + DM2, 4% LES, uma acidente ofídico, 5 malformaçõesurinárias, 2 síndrome de Alport e 5 rins policísticos. Houve 42,47% doadoresvivos, com 55,45% HLA idênticos, 36,36% haplos e 8,18% compatíveis. Dosdoadores cadáveres, 18,79% procederam da região de Marília. A isquemia fria foiem média de 18h e 48minutos e a isquemia quente em 95% foi inferior a 5 minu-tos. A reperfusão foi boa em 54,8%, regular em 45% e ruim em 0,2% dos casos.Em 42% houve rejeição, sendo 92,66% dessas agudas com boa resposta ao trata-mento em 56,43%, satisfatória em 31,66% e ruim em 11,88%; as crônicas foram7,33%, com evolução desfavorável em 12,5%. Dos 46 óbitos, 17% foram semcausa renal associada e a perda do enxerto ocorreu em 11,58% dos transplantados.Dois pacientes foram retransplantados e um foi tritransplantado. Quinze de 259(5,8%) foram à transplantectomia. Nas intercorrências clínicas quatro (1,5%)desenvolveram neoplasias malignas, 11% diabetes esteróide, 15,44% pitiríase,13,12% HAS e outros 11% tiveram piora da HAS basal, 17% algum grau de pare-sia e 28,18% ITU em algum momento do pós transplante. Conclusão: este traba-lho descreve a casuística de um centro de transplantes em suas características prin-cipais, similares à linha de transplantes nacional, e apresentando evidente cresci-mento de doadores cadáveres, diferente da tendência atual no país para doadoresvivos não relacionados; e, cujas procedências evidenciam um sistema de captaçãode órgãos em franco desenvolvimento no interior paulista.

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MICROENCAPSULAMENTO DE ILHOTAS PANCREÁTICASHUMANAS OLIVEIRA, E. M. C.; SOGAYAR, M. C.; NORONHA, I. L. AITA, C. A. M.;LOJUDICE, F. H.; SILVA, I. C.; KROGH, K.; LABRIOLA, L.; GENZINI, T.;MIRANDA, M. P.; GOLDBERG, A. C.; ELIASCHEWITZ, F. G.UNIDADE DE ILHOTAS PANCREÁTICAS HUMANAS DO INSTITUTO DEQUÍMICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E LABORATÓRIO DEFISIOPATOLOGIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADEDE SÃO PAULO

Introdução: No microencapsulamento, ilhotas pancreáticas são envolvidas em uma mem-brana artificial semi-permeável e biocompatível que não compromete a integridade mor-fológica e funcional, além de oferecer imunoproteção ao enxerto. Neste trabalho, foramproduzidas microcápsulas de Biodritina, um novo heteropolissacarídeo, patenteado peloDr.Mares-Guia, com o objetivo de encapsular ilhotas pancreáticas humanas. M é t o d o s : Ainfra-estrutura utilizada para a produção de microcápsulas de Biodritina é composta por:gerador de cápsulas, bomba de seringa, rotâmetro, cilindro de ar comprimido e coletor decápsulas. Para a gelatinização das microcápsulas, a Biodritina é gotejada sobre umasolução CaCl2, através de uma microagulha adaptada à bomba de seringa, com pressão efluxo de ar controlados. Para o encapsulamento de ilhotas, um número conhecido de ilho-tas foi ressuspendido em Biodritina. Após o encapsulamento, sua atividade funcional i nv i t r o foi avaliada através do estímulo com alta concentração de glicose. R e s u l t a d o s :Foram produzidas microcápsulas uniformes e homogêneas, com tamanho médio entre400mm e 600 mm. O teste de atividade funcional in vitro mostrou que quantidade deinsulina produzida pelas ilhotas encapsuladas foi similar àquela secretada pelas ilhotasn u a s .

Ilhotas nuas Índice Ilhotas encapsuladas ÍndiceSecreção de de Secreção de insulina de

Pâncreas insulina (µU/mL) estímulo (µU/mL) estímulo[glicose] [glicose] A/B [glicose] [glicose] A/Bbaixa (A) alta (B) baixa (A) alta (B)

1 620 3.207 5,2 71 404 5,72 4.092 4.369 1,1 4.809 6.044 1,33 1.334 479 0,4 426 341 0,8

Conclusão: O processo de microencapsulamento não afetou a produção de insulina e asua secreção e eliminação através da microcápsula. Além disso, ilhotas encapsuladas eilhotas nuas apresentaram o mesmo padrão de resposta ao estímulo com glicose.

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MRNA DE TIM-3 EM CÉLULAS URINÁRIA É ALTAMENTE EXPRESSOEM REJEIÇÃO AGUDA EM PACIENTES RECEPTORES DE TRANS-PLANTE RENAL. RENESTO, G. CÂMARA, N. O. S.; CENEDEZE, M.; SILVA, A. P.LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL, DISCI-PLINA DE NEFROLOGIA, HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO, UNIVER-SIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, BRASIL.

Introdução: O desenvolvimento de um teste preciso e não invasivo para rejeiçãoaguda que forneça informações sobre os mecanismos poderá melhorar a evoluçãodo transplante renal. Rejeição aguda é um evento Th1 relacionado, onde fatorescelulares e humorais estão presentes. Objetivo: Explorar a utilidade clínica do per-fil de mRNA de células urinárias no diagnóstico de rejeição aguda do aloenxertorenal. Material e Método: Sessenta amostras de urina de 60 pacientes foram anal-isadas sendo 30 pacientes com rejeição aguda (RA) e 30 pacientes sem rejeição(SRA). Os níveis de mRNA de granzima-B, perforina, Fas-L, g-IFN e TIM-3.mRNA foram quantificados utilizando-se RT-PCR em tempo real Assays-by-design/MGB Primer específico e foram expressos em mRNA 2DDCT/GAPDH.Resultado: os níveis de mRNA de granzima-B, perforina, Fas-L, g-IFN estãoaumentados em células urinárias de pacientes com rejeição aguda (RA), compara-do com pacientes sem rejeição aguda (SAR). Surpreendentemente de forma signi -ficativa, os níveis de mRNA de TIM-3, um membro da superfamília dasImunoglobulinas preferencialmente expresso em células diferenciadas Th1, apre-sentou a maior expressão nos pacientes com RA. O cutoff de TIM-3 acima de308,7 correlacionou-se com RA com 97% de especificidade. Conclusão: Nossosdados mostraram que o padrão de RA envolve a expressão de moléculas preferen-cialmente Th1, sendo a expressão de mRNA de TIM-3 um provável candidato abiomarcador na detecção de imune-ativação nos aloenxertos.

mRNA RA SRA Granzima - B 2.496 180 Perforina 738 208 FasL 903 66 γ-IFN 813 490 TIM-3 851.672 13.740

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NEFRECTOMIA DIREITA VÍDEO ASSISTIDA EM DOADOR VIVOPARA TRANSPLANTE: RELATO DE 21 CASOSDEBONI, L. M.; FILIHO, A. J. B.; MACIEL, R. F. BRANCO, A. W.; SILVA, A.E.; ROST, C. A.; MOSNA, M.; LUZ FILHO, H. A.; VIEIRA, M. A.; VIEIRA, J. A.FUNDAÇÃO PRÓ RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL MUNICIPALSÃO JOSÉ, JOINVILLE - SC

Introdução: Acreditamos que o desenvolvimento recente de técnicas minima-mente invasivas para nefrectomias do doador vivo em nosso serviço, pode con-tribuir com o aumento do número de doação de órgãos. Em doador vivo, a nefrec-tomia laparoscópica auxiliada tem várias vantagens sobre a técnica aberta, taiscomo: recuperação rápida, melhor resultado cosmético e resultados semelhantesaos da técnica tradicional aberta, com relação à sobrevida do enxerto, do receptore doador. A veia renal direita é mais curta, sendo um desafio para a execução danefrectomia por videolaparoscopia. Porém, sempre o melhor órgão dever per-manecer no doador, devendo o cirurgião estar apto a retirar tanto o rim esquerdoquanto o direito. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar experiência com 21casos de nefrectomias do rim direito para transplante renal, através da técnicavídeo-assistida. Métodos: Devido a indicação clínica, no período janeiro de 2001a maio de 2004, realizamos 21 nefrectomias do rim direito, de doadores vivos,através do método vídeo assistida. Do total, 10 doadores eram do sexo masculinoe onze (11) do sexo feminino, com uma média de idade de 34,7 anos. As ligadurasdos vasos foram feitas sem uso de grampeadores. Utilizamos na veia renal: fio dealgodão zero e Titanium Clip LT 300 ou Hem-o-lok. Na artéria renal utilizamosapenas clipe metálico. Resultados: O tempo cirúrgico médio foi de 110 minutos(55-210), o tempo de isquemia quente de 3,5 minutos (1,5-6) e o sangramentomédio estimado em 70ml (10-250). A única complicação nos doadores foi um casode íleo prolongado. Nos receptores houve um caso de trombose de veia renal ain-da no início da experiência do serviço. Conclusão: A nossa casuística mostra queo uso do rim direito de doadores vivos para transplante, através da abordagem porvídeo cirurgia assistida com a mão, é seguro e que não acarreta maiores compli-cações ao receptor, desde que realizada com uma técnica acurada e por uma equipequalificada.

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NÍVEIS TERAPÊUTICOS DE ÁCIDO MICOFENÓLICO (MPA) SOBDOSES FIXAS DE MICOFENOLATO MOFETIL (MMF) NOS DOISPRIMEIROS MESES APÓS TRANSPLANTE RENALELIAS DAVID NETO, LILIAN MONTEIRO PEREIRA, MARIA CRISTINARIBEIRO DE CASTRO, RENATA MACIEL DE MATTOS, NAIRO MAS-SAKAZU SUMITA, MARIA ELISABETH MENDES, PASCHOALINAROMANO, WILLIAM CARLOS NAHAS, LUIZ ESTEVAM IANHEZUNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL E DIVISÃO DE LABORATÓRIOCENTRAL DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FMUSP

A monitorização terapêutica de drogas aponta para um fenômeno conhecido como con-centração tempo-dependente, que é o aumento do nível sanguíneo ao longo do tempo adespeito de doses fixas das drogas. Em relação ao MMF, dados recentes mostram umaumento progressivo na concentração de MPA nas primeiras 3 semanas após transplante,porém os níveis terapêuticos são atingidos apenas no final do terceiro mês. MoDIFY(Modification of Doses to Improve Function through the Years) é um estudo aberto,prospectivo e aleatorizado que compara níveis basais (C0) baixos de tacrolimus (TAC) +MMF 2 g/dia (Grupo 1) com TAC C0 habitual + MMF 1,5 g/dia (Grupo 2) e C2 deciclosporina (CSA) + MMF 2 g/dia (Grupo 3). Os 3 grupos recebem esteróides e induçãocom 1 dose de anti-IL2Rab no dia do tx. Até o momento, 57 pacs foram analisados (19em cada grupo). Para avaliar o tempo necessário para se atingir o nível terapêutico daárea sob a curva de MPA (MPA-AUC 0-12), definido como 36 – 60 mcg.h/mL, um sub-grupo de 20 pacs (G1 : 5, G2 : 6, G3 : 9) que ficaram sob doses fixas de MMF entre osdias 7 e 60 pós-tx foram avaliados. MPA-AUC 0-12 foi colhida nos dias 7, 14, 30 e 60pós-tx. Os grupos foram semelhantes na idade, sexo, raça, re-tx, tipo de doador e PRA.A incidência de função retardada do enxerto foi 0, 2 e 3 casos e rejeição celular aguda,2, 1 e 4, respectivamente nos grupos. As doses e os níveis sanguíneos estão na tabela.Nesta análise preliminar, níveis terapêuticos de MPA foram atingidos no sétimo dia pós-tx nos 3 grupos. O uso de doses mais baixas de tacrolimus com MMF 2 g/dia permite umaumento progressivo nos níveis de MPA, que atingem o nível terapêutico já na primeirasemana pós-tx, com baixa incidência de RCA.

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NEFRECTOMIA VIDEO ASSISTIDA X NEFRECTOMIA POR ACESSOANTERIOR TRANSPERITONEAL EM DOADORES VIVOS PARATRANSPLANTE RENAL.DEBONI, L.M.; MACIEL, R.F.; BRANCO FILHO, A.J.; BRANCO, A.W.; ROST,C.A.; GUTERRES, J.C.; VIEIRA, M.A.; DA LUZ FILHO, H.A.; VIEIRA, J. A.FUNDAÇÃO PRÓ RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL MUNICIPALSÃO JOSÉ, JOINVILLE – SC.

Introdução: O número de transplantes renais com doadores cadavéricos não suprea demanda de doadores imposta pelo número crescente de pacientes em hemo-diálise. Assim, é importante que o transplante inter-vivos seja estimulado, atravésde técnicas que permitam uma recuperação mais rápida do doador, com menortempo de afastamento do trabalho e melhor resultado estético, sem comprometer oresultado do transplante. Objetivo: Comparar os resultados obtidos com a nefrectomia vídeo assistida e anefrectomia por acesso anterior transperitoneal em doadores vivos de rim, avalian-do a qualidade da recuperação cirúrgica e complicações no pós operatório dosdoadores. Métodos: Foram estudados prospectivamente 63 pacientes submetidos a nefrecto-mia para doação de órgão no período de janeiro de 2001 a outubro de 2003, sendo36 (trinta e seis) por Acesso Anterior transperitoneal (AAT), e 27 (vinte e sete) porNefrectomia Vídeo Assistida (NVA). Para avaliar a qualidade de recuperação apósa cirurgia foram analisadas as seguintes variáveis: tempo de internação, quantidadede analgesia necessária e complicações no pós-operatório. Resultado: A média deidade dos doadores foi de 39,5 anos (20 – 59), com dezessete pacientes masculi-nos (44,75%) e vinte e um femininos (55,25%). O tempo médio de internação foide 4,7 dias no AAT e 3,7 dias por NVA (t=4,8; p< 0,005). A dor no pós-operatóriofoi avaliada pela necessita de adicionar opióde ao esquema básico de analgesia fei-ta com antiinflamatório em todos pacientes. No grupo submetido a nefrectomia porAAT, 70% (25/36) dos pacientes necessitaram acrescentar opióde para controleda dor e no grupo de NVA, 8% (2/27) (Teste de Fisher; p=0,0001; RR= 0,31; IC95%: 0,15-0,53). No grupo AAT, ocorreram 3 (8,3%) complicações no PO: 2hematomas e 1 infecção FO. No grupo NVA, 1 caso foi convertido para laparoto-mia por liberação acidental do “clip” vascular. Conclusão: Estes resultados mostram que a NVA apresenta menor tempo de inter-nação, menos dor no pós-operatório imediato, menos complicações e melhor resul-tado estético do que o AAT.

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NEFRECTOMIA VIDEO ASSISTIDA X NEFRECTOMIA POR ACESSOANTERIOR TRANSPERITONEAL EM DOADORES VIVOS PARATRANSPLANTE RENAL: ANÁLISE DA QUEDA DA CREATININA ESOBREVIDA DO ENXERTO.DEBONI, L.M.; SILVA, I.F.; CICOGNA, P.E.; MACIEL, R.F.; GUTERRES,J.C.; VIEIRA, M.A.; DA LUZ FILHO, H.A.; VIEIRA , J.A.FUNDAÇÃO PRÓ RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL MUNICIPALSÃO JOSÉ, JOINVILLE - SC

Introdução: No Brasil, o número de doadores cadáveres está estável nos últimos5 anos. A nefrectomia por vídeo laparoscopia (VL) possivelmente estimula adoação inter-vivos, devido a uma recuperação mais rápida, com menos dor no pósoperatório e melhor efeito estético. É descrito que o pneumoperitônio induzido naVL pode causar alteração da creatinina (Cr) em pacientes submetidos ao procedi-mento por outras causas. Objetivo: Avaliar o impacto da nefrectomia por VL naFR e sobrevida do enxerto, comparando com os resultados de nefrectomias poracesso anterior transperitoneal (AAT). Métodos: Foram estudados todos os txrenais com DV, realizados entre 1999 e 2004, na Fundação Pró Rim de SC. A par-tir de 2002, a VL foi introduzida no serviço, sendo realizada sempre que haviadisponibilidade do material. Para comparação dos resultados com VL e AAT,foram analisadas as seguintes variáveis: idade do doador, tipo de HLA, tempo deisquemia fria e quente; volume de diurese imediata e no 1º, 3º e 5º PO; necessidadede HD; creatininas do 1º, 3º, 7º, 14º, 30º DPO, 6º e 24º mês; % de queda da Cr no1º e 30º PO, sobrevida do enxerto e do paciente. Resultados: Neste período, foramrealizados 99 tx com DV, 55 receptores do sexo masculino e 54 doadores do sexofeminino. A compatibilidade HLA foi 66% HLA haplo-idênticos, 16% distintos e16% idênticos. A média de idade dos R e D foi de, 34+12anos e 37+10 anos,respectivamente. A nefrectomia foi por VL em 26 pacientes e por AAT em 73pacientes. A média de idade do receptor foi significativamente menor no grupo VL(32+11anos) do que no grupo AAT (41+12) (t= -3,13; p=0,002). O tempo deisquemia quente foi significativamente maior no grupo VL (4 min: 2 min)(t=-4,12;p=0,002), no entanto, não houve diferença entre os grupos quanto ao tempo deisquemia fria, necessidade de HD pós tx e volume de diurese no PO. A média daCr, no 1º, 3º, 7º, 14º, 30ºPO, 6ºm, 24ºm foi semelhante nos dois grupos (p>0,05).Conclusões: A nefrectomia por VL apresenta maior tempo de isquemia quente,porém sem repercussão negativa sobre a função renal ou sobrevida do enxerto, per-mitindo a obtenção de um órgão de qualidade, com benefício ao doador.

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NEFRECTOMIA LAPAROSCÓPICA EM DOADOR VIVO: RELATO DENOVE CASOS. PERES, L. A. B. ANN, H. K.; CAMARGO, M. T. A.; ROHDE, N. R. S.; USCO-COVICH, V.; TANAKA, M. T.HOSPITAL NOSSA SENHORA DA SALETE E RENALCLÍN OESTE

Introdução: Durante quatro décadas a nefrectomia de doador vivo foi realizadapela mesma técnica cirúrgica em todo o mundo. Recentemente, este procedimentopassou a ser realizado também através de laparoscopia. A nefrectomia laparoscópi-ca diminui a morbidade do doador e minimiza o tempo de hospitalização. Relata-mos a evolução dos primeiros nove casos do procedimento em nosso Serviço.Métodos: Foram estudados os nove primeiros casos de transplante renal comdoador vivo, cujos doadores foram submetidos à nefrectomia laparoscópica. Utili-zou-se no ato operatório quatro portais, sendo realizada a remoção dos rins atravésde incisão suprapúbica transversa de 6 a 7 cm. Comparou-se a evolução ao grupocontrole de 79 transplantes prévios, cujos doadores vivos foram submetidos ànefrectomia por técnica aberta. Foram considerados para comparação: tempo deisquemia quente, tempo de internamento, tempo de retorno às atividades laborati-vas e a presença ou não de necrose tubular aguda.Resultados: Nove pacientes, cinco do sexo masculino e quatro do feminino, comidade média de 32,2 anos foram submetidos à nefrectomia laparoscópica do rimesquerdo para fins de transplante renal. O tempo médio da cirurgia foi de 182 mi-nutos. O tempo médio de isquemia quente foi de 4 minutos e 12 segundos. Osvasos do pedículo e o ureter apresentaram-se em boas condições após a retirada,não havendo intercorrências durante a perfusão, anastomose vascular e implanteureteral. A perfusão dos rins foi feita com solução de Collins. O tempo médio deinternamento foi de 48 horas e de afastamento das atividades laborativas foi de setedias. Não observamos nenhum caso de necrose tubular aguda, fístulas urinárias ouinfecções. O tempo médio de seguimento foi de 15,5 meses (variando de 6 a 20meses) e todos os doadores se encontram bem. Oito receptores estão em segui-mento com boa função renal normal e um obitou com rim funcionante três mesesapós o transplante devido à causa cardiovascular.Conclusão: A nefrectomia laparoscópica nesta experiência inicial se mostrou téc-nica segura, com menor tempo de internamento e de afastamento do trabalho.

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O BLOQUEIO DO SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA NA PROGRES-SAO DA NEFROPATIA CRONICA DO ENXERTOMOSCOSO, G. S.; FREITAS, M. S.; KIRSZTAJN, G. M.; FRANCO, M.; SILVA,A. P.; CAMARA, N. O. S.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO- UNIFESP

Introdução: A nefropatia crônica do enxerto está presente em 40-60% das bióp-sias dos rins transplantados depois de 24 meses, sendo a principal causa de perdado enxerto. Estudos experimentais demonstram que o bloqueio do sistema reninaangiotensina (SRA) poderia retardar a progressão da nefropatia crônica do enxer-to. Objetivos: Avaliar a resposta ao bloqueio do SRA através da terapia com IECAna progressão da nefropatia crônica do enxerto.Materiais e Métodos: Neste estudo retrospectivo foram incluídos 100 pacientescom nefropatia crônica do enxerto confirmada por biópsia, que foram divididosem dois grupos: Grupo 1(n=50) que fizeram uso da terapia com IECA por pelomenos 8 semanas, grupo 2 (n=50) que não fizeram uso da terapia. Foram avalia-dos parâmetros clínicos e bioquímicos antes e depois da terapia.Resultados: Os grupos eram comparáveis em relação a idade, sexo, tipo dediálise, tipo de transplante e tempo de diagnóstico da nefropatia crônica do enxer-to. Em pacientes do grupo 1, o uso do IECA diminuiu a proteinúria em compara-ção com os que não receberam IECA (R2=0,117 vs R2=0,3965). A proteinúriadiminuiu no grupo 1 em 23% (0,91g/l para 0,70 g/l,) e no Grupo 2 aumentou 3vezes mais ( 0,29 g/l para 0,70g/l, p<0,01). A função renal manteve-se estável nogrupo 1 (que fez uso de IECA), comparado com o grupo 2 (que não fez uso), queapresentou uma tendência a elevar a creatinina com o tempo (R2=0,2907 vsR2=0,3648). Conclusões: Este estudo demonstrou que o uso do IECA diminui aproteinúria de maneira efetiva e mantém a creatinina sérica estável, podendo retar-dar a progressão da nefropatia crônica do enxerto.

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O PACIENTE HOSPITALIZADO TRANSPLANTADO RENAL: ADAP-TAÇÃO PSICOSSOCIAL E EMOCIONAL MOHALLEM, C.; RAMALHO, M. R.; PITA, N. PESTANA, J. O. M. HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO - UNIFESP

Objetivo: Traçar o perfil do paciente transplantado renal hospitalizado no que serefere a sua adaptação psicossocial e emocional. Método: Trata-se de um estudo de tipo observacional, descritivo e retrospectivo.Os dados descritos e analisados foram obtidos nos atendimentos psicológicos, real-izados por estagiários de psicologia, na enfermaria de transplante renal (60 leitos).No período de março a dezembro de 2003 foram registrados dados sócio-demográ-ficos, clínicos e psicológicos de 70 pacientes, somando 210 atendimentos psi-cológicos. Resultados: Na amostra encontrou-se distribuição de 52,8% para osexo masculino e 47,2% para o sexo feminino, média de idade de 37,5 anos. Sobrea situação ocupacional encontrou-se 24,2% aposentados, 21,24% com afastamen-to médico, 9,48% desempregados e 24,28% estudantes. Dentre os sujeitos, 94%não apresentaram dificuldade na comunicação médico –paciente e 88,6% não pos-suem dificuldade no relacionamento com a família. Em relação à qualidade devida, analisada através do índice de Karnofsky, 57% dos pacientes são capazes deexecutar atividade normal, 18,6% são capazes de ter atividade normal com esforçoe 1,42% foram classificados como um quadro agudo, seguido da morte. No que serefere a sintomatologia psicológica dos pacientes atendidos observou-se que 47%apresentaram sintomas de depressão, 23% sintomas de ansiedade, 3% confusãomental e 4% stress. Não houve correlação entre o tempo de diálise e os sintomaspsicológicos apresentados. No grupo de pacientes internados para a realização dotransplante 75% não apresentaram dificuldade de adaptação ao processo de doençae 82% estavam adaptados à situação de hospitalização. Enquanto que no grupo dospacientes internado devido complicações pós-transplante o resultado foi de 45% e35% respectivamente. Conclusão: Observou-se que os pacientes transplantadosrenais, atendidos pelo serviço de psicologia são capazes de executar atividade (nor-mal ou com pouco esforço). Não apresentam dificuldade de comunicação com aequipe de cuidado. No entanto, os dados apontam uma incidência de sintomasdepressivos e ansiosos, decorrentes das dificuldades intrínsecas ao processo deadoecimento, das freqüentes intervenções médicas invasivas, da expectativa pelacura e do medo de invalidez e morte. O conhecimento destas informações permitea equipe de psicologia traçar medidas preventivas e de controle a estas sintoma-tologias.

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O BLOQUEIO DO SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA NOS PA-CIENTES COM GLOMERULOPATIAS PÓS-TRANSPLANTE, GLOME-RULOPATIA CRÔNICA DO TRANSPLANTE E NEFROPATIA CRÔ-NICA DO ENXERTOMOSCOSO, G. S.; KIRSZTAJN, G. M.; MARCELLO, F.; SILVA, A. P.; CAMA-RA, N. O. S.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-UNIFESP

Introdução: Embora os achados morfológicos e funcionais da nefropatia crônicado enxerto estejam bem estabelecidos, os mecanismos fisiopatológicos que levama sua evolução não estão completamente esclarecidos. Existem evidências de quea Angiotensina II desempenha um papel central nesses mecanismos. Está ampla-mente comprovado que o bloqueio do SRA reduz a perda da função renal, retar-dando a progressão da doença renal.Objetivos: Avaliar a resposta do bloqueio do SRA através da terapia cominibidores de enzima de conversão de angiotensina (IECA) em pacientes comGlomerulopatias pós-transplante (GPT), Glomerulopatia crônica do transplante(GCT) e Nefropatia crônica do enxerto (NCE).Material e Métodos: Estudo piloto, retrospectivo. Foram incluídos 30 pacientestransplantados. Todos eles em uso de IECA por pelo menos 8 semanas. Os gruposforam pareados de acordo com idade, sexo e tempo em diálise. Foram distribuídosde acordo com o diagnóstico por biópsia em: Grupo 1 : GCT (n=10); Grupo 2 :GPT (n=7); Grupo 3 : NCE (n=13). Foram avaliados parâmetros clínicos e bio-químicos antes e depois do início da terapia com IECA.Resultados:. Os grupos apresentaram a seguinte creatinina antes e depois, respec-tivamente: G1: 2,0-2,5mg/dl; G2: 2,1-2,4mg/dl; G3:1,6-2,1mg/dl; proteinúriaantes e depois: G1: 2,5-2,0 g/dl; G2: 6,6-4,9 g/dl; G3 0,9-0,7 g/dl Todos os gruposapresentaram uma diminuição da proteinúria em 20%, 26% e 23%, respectiva-mente, com um incremento estável do valor da creatinina sérica. O grupo de GPT(G2) apresentou uma tendência a apresentar valores elevados de proteinúria e cre -atinina, que se correlacionaram com lesões mais acentuadas na biópsia renal emelhor resposta ao IECA.

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O ENXERTO PANCREÁTICO É MAIS IMUNOGÊNICO DO QUE OENXERTO RENAL?OLIVEIRA, S. G.; NORONHA, I. L. TAVARES, T. S.; DOMINGUEZ, W. V.;PETTA, A. D.; MARTINI FILHO, D.; GENZINI, T.; ROMÃO JÚNIOR, J. E.;ABENSUR, H. LABORATÓRIO DE FISIOPATOLOGIA RENAL DA FACULDADE DEMEDICINA DA USP; CLÍNICA DE NEFROLOGIA E HEPATO DO HOSPI-TAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO; HOSPITALISRAELITA ALBERT EINSTEIN SÃO PAULO

Introdução: A maior incidência de rejeição aguda em transplante de pâncreas-rim com-parado ao transplante de rim isolado sugere que o enxerto pâncreas é um órgão maisimunogênico. Apesar das evidências clínicas, as bases imunológicas para este evento nãoforam caracterizadas. Com o objetivo de investigar esta hipótese, marcadores imunológi-cos foram avaliados em biópsias de rim e pâncreas de pacientes submetidos ao trans-plante pâncreas-rim. Métodos: Participaram deste estudo 65 pacientes que realizaram 88biópsias classificadas em: rejeição aguda (RA), rejeição crônica (RC) e casos semevidências de rejeição (Sem Rej). Tecidos de rim e pâncreas normal foram utilizadoscomo controle (Normal). Através de métodos de imuno-histoquímica foram analisados:macrófagos (MØ), linfócitos T, granzima B e MHC classe II (DR).Resultados:média±EPM; *p<0,05 vs Normal; Ö p<0,05 vs Sem Rej; # p<0,05 vs RC; § p<0,05 vsRA rim.

Nos casos de RA houve um aumento significativo do número de MØ, linfócitos T, granzi-ma B e MHC classe II (DR) em ambos os órgãos. Não houve diferença significativa nonúmero de MØ, linfócitos T e na expressão de granzima B em biópsias de enxerto renal emcomparação às biópsias pancreáticas. No entanto, a expressão de MHC classe II foi signi-ficativamente maior nos casos de RA ao aloenxerto pancreático do que nos casos de RArenal. C o n c l u s ã o : A expressão significante da molécula MHC classe II (DR) em biópsiaspancreáticas em comparação às biópsias renais pode indicar a maior imunogenicidade doenxerto pancreático.

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PANCREATECTOMIA TOTAL POR METASTASES DE CARCINOMADE CÉLULAS CLARAS EM TRANSPLANTADO RENAL LG LOURENÇO, R COLLEONI, LF PAES LEME , A RINALDIS, MHROVARIS, AM GONZALEZ, LAR MOURAHOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO FUNDAÇÃO OSWALDO RAMOSUNIFESP

As metástases originárias de carcinoma renal são uma das poucas metástases bemconhecidas que alojam-se no pâncreas. O tratamento cirúrgico dessas lesões podeser empregado em pacientes selecionados.O caso refere-se a um paciente masculino, 65 anos, portador de rim em ferraduraque fora submetido a nefrectomia total por carcinoma renal de células claras háoito anos. Após permanecer em hemodiálise por quatro anos foi submetido atransplante renal de doador vivo. Evoluiu com síndrome de icterícia obstrutivaquando foi realizada ressonância magnética que identificou coledocolitíase eaumento difuso do pâncreas que apresentava múltiplas formações heterogêneasrealçadas com a injeção de contraste. Foi submetido a papilotomia endoscópicacom remoção do cálculo, sem melhora do quadro clínico. Submetido a laparoto-mia exploradora observando-se múltiplos nódulos em toda a topografia pancreáti-ca e alguns em retroperitôneo, levando a compressão do colédoco. Foi realizadacolecistectomia com colangiografia intra-operatória e hepático-jejuno anastomoseem Y de Roux e nodulectomia pancreática. O resultado anatomopatológico donódulo evidenciou tratar-se de metástase de carcinoma de células claras. Como opaciente evoluiu com doença estável, após um ano de acompanhamento foi sub-metido a pancreatectomia total. Encontra-se atualmente no sexto mês pós-ope-ratório com reposição enzimática e de insulina apresentando ótima evolução cli-nica.

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OITO ANOS DE EXPERIÊNCIA DO RIO TRANSPLANTE ALBUQUERQUE, A. G. N. ;FERREIRA, E. N. GONÇALVES, L. O.RIO DE JANEIRO

I n t r o d u ç ã o : A lei dos transplantes – 9434 – de fevereiro de 1997 foi sem dúvida umenorme incentivo à campanha de doação de órgãos em todo Brasil, sendo esta incre-mentada com as diversas portarias, resoluções e decretos publicados posteriormente.Com a criação do Programa Rio Tranplante, Central de Notificação, Captação e Dis-tribuição de Órgãos (CNCDO) do Rio de Janeiro, houve uma melhor organização detodo o processo de doação de órgãos. Descrevemos neste trabalho os oito anos deexperiência da CNCDO do terceiro estado mais populoso do Brasil.Métodos: Revisão de todos os casos de morte encefálica comunicados ou rastrea-dos pelo Rio Transplante desde outubro de 1997.Resultados: Notou-se um aumento percentual e relativo tanto no número de noti-ficações de potenciais doadores quanto no número de doações efetivas, conformetabela abaixo:

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PENICILINA EM HOMENS COM LEPTOSPIROSE E INSUFICIÊNCIARENAL INTERNADOS COM MAIS DE QUATRO DIAS DE SINTOMASDA DOENÇAANTONIO ALBERTO LOPES, EVERALDO COSTA, MARCELO BARRETOLOPES E EDÍLSON SACRAMENTOTRABALHO REALIZADO NO HOSPITAL COUTO MAIA E NÚCLEO DEEPIDEMIOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS DOHOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR EDGARD SANTOS DA UNI-VERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Objetivo: As formas graves de leptospirose, geralmente complicadas com insufi-ciência renal aguda, acometem predominantemente pessoas do sexo masculino.Em Salvador, BA, a letalidade da leptospirose fica em torno de 14% sendo maiornos pacientes que desenvolvem insuficiência renal aguda. Existe dúvida se o usode penicilina cristalina quando iniciado após o quarto dia de sintomas reduz orisco de morte nestes pacientes. O objetivo do presente estudo é avaliar se o uso depenicilina cristalina iniciada após quatro dias de sintomas em pacientes com lep-tospirose e insuficiência renal (creatinina superior a 2 mg/dl) se acompanha deredução da mortalidade. Métodos: Um total de 253 pacientes entre 15 e 76 anosde idade, internados no Hospital Couto Maia da Secretaria de Saúde do Estado daBahia com mais de quatro de sintomas, foram randomizados para um dos seguintesgrupos de tratamento: 1) com penicilina intravenosa, 6 milhões de unidades/dia(um milhão de unidades cada quatro horas) por 7 dias e 2) sem penicilina. Aanálise foi restrita a pacientes do sexo masculino com idade ≥18 anos e creatininasérica no dia da admissão hospitalar >2,0 mg/dl. O evento principal foi mortedurante o período de internamento. Resultados: Creatinina sérica superior a 2mg/dl no dia da admissão hospitalar foi observada em 82 e 94 homens randomiza-dos para tratamento com e sem adição de penicilina, respectivamente. Neste sub-grupo de pacientes com creatinina >2 mg/dl, a letalidade foi aproximadamenteduas vezes maior (risco relativo = 2,0; intervalo de confiança de 95%=0,9-4,5;p=0,087) nos randomizados para tratamento com penicilina (17,1%; 14/82) do queno grupo de comparação (8,5%; 8/94). A diferença no risco de morte entre os gru-pos seguiu direção oposta a da hipótese do estudo, mas não alcançou significânciaestatística para um nível de 5%. Conclusões: De acordo com os resultados do pre-sente ensaio clínico randomizado o uso de penicilina não é benéfico em pacientescom insuficiência renal por leptospirose quando iniciado com pelo menos quatrodias após o início dos sintomas. Portanto, maior atenção deve ser dada à prevençãoda leptospirose e ao inicio mais precoce do tratamento.

Conclusão: A centralização das notificações de morte encefálica foi fundamentalpara o aumento inicial da doação de órgãos, porém faz-se necessário a descentral-ização do restante do processo de captação (abordagem familiar, manutenção dopotencial doador, averiguação do correto preenchimento do termo de morte ence-fálica e da autorização de doação, assim como o controle das sorologias e das cul -turas) para que haja um maior crescimento da atividade transplantadora no Estadodo Rio de Janeiro.

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PAPEL DA GALECTINA3 NA LESÃO RENAL INDUZIDA PELAISQUEMIA E REPERFUSÃO EM CAMUNDONGOS: ESTUDO DA AÇÃONEFROTÓXICA DA RAPAMICINA. CAMARA, N. O. S.; BERTOCCHI, A. P. F. DAMIÃO, M. J.; GONÇALVES, G.M.; CENEDEZE, M. A.; FEITOZA, C. Q.; REIS, M. A.; SILVA, A. P.; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

Introdução: A lesão de isquemia/reperfusão (IR) caracteriza-se pelas alteraçõesdecorrentes da privação seguida do restabelecimento do suprimento de oxigênio enutrientes a órgãos e tecidos, o que desencadeia uma resposta inflamatória eimunológica, entre outras. No transplante renal, o rim doado sofre algum grau delesão de IR inevitável durante o preparo do órgão antes do implante cirúrgico. Agalectina3 é uma lectina envolvida em uma grande variedade de processos biológi-cos, com ação anti-apoptótica e anti-inflamátoria. É encontrada em níveis altos emmacrófagos ativados e, portanto, tem importante papel como mediador infla-matório, incluindo recrutamento de neutrófilos em tecidos infectados e reconheci-mento e morte bacteriana por ativação de fagócitos. Objetivos: Neste trabalho,estudamos o papel da galectina3 na nefrotoxicidade induzida pela rapamicina, emmodelo de IR por clampeamento bilateral de pedículo renal de camundongos.Material e métodos: Camundongos selvagens e nocautes para galectina3 foramsubmetidos a 45 minutos de isquemia renal por clampeamento bilateral de pedícu-los renais. Após 24 e 48 h de reperfusão, os animais foram sacrificados para co-lheita de sangue para dosagem sérica de uréia e creatinina. Também foram sub-metidos à nefrectomia bilateral para análise histológica semi-quantitativa. Rapa-micina foi administrada por gavagem na dose de 3 mg/Kg, antes da IR. Resulta-do: Ambos os grupos apresentaram disfunção renal após IR porém os animaisnocautes para galectina3 apresentaram piora da lesão renal quando comparadoscom os selvagens representados por maior aumento dos níveis séricos de uréia(205 vs. 139,5mg/dl em IR 24h e 92,94 vs. 57 mg/dl em IR 48h). O tratamentocom rapamicina exacerbou a lesão renal nos animais nocautes para galectina 3.Houve também maior percentagem de necrose tubular aguda nas análises his-tológicas nos grupos nocautes para galectina3 (43,95% X 2,4% em IR 24h e19,75% X 10,14% em IR 48h). Conclusão: A presença da galectina3 mostrou serprotetora da lesão renal causada pela isquemia seguida de reperfusão emcamundongos, sobretudo nos animais tratados com rapamicina.

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PREVALÊNCIA DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTESTRANSPLANTADOS RENAIS SANDERS, H.; BRAGA, A. M. ALVES, C. M.; SILVA, C. R.; SILVA, R. M.;ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.NIEPEN DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Introdução: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde públicamundial que ainda é sub-diagnosticada e sub-tratada, o que limita as intervençõesprecoces que possam modificar sua evolução. Existem ainda poucos estudos sobrea ocorrência da DRC em transplantados renais. Objetivo: Avaliar a prevalência da DRC e das suas complicações em pacientestransplantados renais. Métodos: Foram avaliados 59 pacientes transplantados renais com acompan-hamento ≥ 12 meses. Foram avaliados: hipertensão arterial sistólica (HAS, £130mmHg) e hipertensão arterial diastólica (HAD, £80 mmHg); uso de bloqueador dosistema renina-angiotensina (BSRA); anemia (hemoglobina <11 g/dL); hipocal-cemia (<8,5 mg/dL); hiperfosfatemia (>4,5 mf/dL); acidose metabólica (bicarbo-nato <22 mEq/L) e desnutrição (albumina <3,5 g/dL). A filtração glomerular (FG)foi estimada pela fórmula do estudo MDRD e os pacientes estagiados segundo aproposta da National Kidney Foundation. Resultados: A idade média dospacientes foi de 44,4+12,8 anos e o tempo de seguimento foi de 50,3 +36,5 meses.42 pacientes (73,7%) apresentavam o diagnóstico de DRC: 21,5% no estágio II,69,0% no estágio III e 9,5% no estágio IV. A HAS e a HAD foi diagnosticada em19% e 28,6% dos pacientes, respectivamente. Vinte e seis pacientes (61,9%)estavam em uso de BSRA. Anemia foi observada em 10 (16,7%) dos pacientes. Ahipocalcemia foi diagnosticada em 06 (14,3%) e a hiperfosfatemia em 06 (14,3%).A presença de acidose metabólica foi avaliada em apenas 16,7% dos pacientes.Não havia pacientes desnutridos na amostra. Conclusão. A DRC apresenta eleva-da prevalência no grupo estudado (73,7%) e algumas de suas complicações tam-bém são prevalentes nos pacientes transplantados renais. O diagnóstico precoce daDRC e a implementação das medidas para corrigirem as suas complicações podemse constituir em intervenções importantes na prevenção da nefropatia crônica doenxerto.

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RAPAMICINA NO TRANSPLANTE SIMULTÂNEO DE PÂNCREAS-RIM: RELATO DE 4 CASOS RANGEL, É. B. SÁ, J. R.; LINHARES, M. M.; GONZALES, A. M.; PESTANA,J. O. M.; MELARAGNO, C. S.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO-EPM

A rapamicina (sirolimus-SRL) é um imunossupressor eficaz e não está associadoà nefrotoxicidade, podendo ser uma alternativa no manejo dos pacientes comnefropatia crônica do enxerto. Foram avaliados 4 casos do uso do SRL empacientes submetidos ao transplante simultâneo de pâncreas-rim. A média de idadefoi de 35±13,3 anos (23-52) e o SRL foi iniciado após 12±11,9 meses após oTSPR. 50% do sexo masculino. A média do seguimento foi de 4,9±4 meses (1-10).Nível do SRL: 5-10 ng/mL. Paciente 1: Associação da SRL ao tacrolimus (TAC)(micofenolato suspenso devido à leucopenia). Nível do TAC menor que 3 ng/mLe associação de 2 mg de SRL. Clearance de creatinina pré-e pós a introdução doSRL: 25,5 ml/min/1,73m2 e 21.5 ml/min/1,73 m2. Paciente 2: Associação do SRLao TAC (micofenolato suspenso devido à infecção por citomegalovírus resistenteao Ganciclovir). Nível do TAC 9,3 ng/ml. Biópsia renal com nefropatia grau I.Clearance de creatinina pré-e pós a introdução do SRL: 42,8 ml/min/1,73m2 e 26.6ml/min/1,73 m2 (queda após 40 dias). Optou-se pela suspensão do TAC (nível de5,2 ng/mL e redução de 25% da dose por dia), início do micofenolato 0,5 g 2x(aumento para 1 g 2x em 4 dias) e aumento do SRL para 4 mg/dia. Em 3 meses oclearance aumentou para 49,7 ml/min/1,73 m2. Paciente 3: Associação do SRL4mg/dia e suspensão do TAC (nível 5,3 ng/mL e redução de 50% da dose por sem-ana). Biópsia renal: Nefropatia crônica grau II. Clearance de creatinina pré-e pós aintrodução do SRL: 23,4 ml/min/1,73m2 e 25,6 ml/min/1,73 m2 (após 2 meses).Paciente 4: Associação do SRL 4 mg/dia e suspensão do TAC (nível 4 ng/mL,diminuição de 50% da dose em 1 semana e depois suspensão). Biópsia renal comnefropatia crônica grau II/III. Clearance de creatinina pré-e pós a introdução doSRL: 22,2 ml/min/1,73m2 e 24 ml/min/1,73 m2 (após 1 mês). Nenhum pacienteteve rejeição aguda. A associação do SRL ao TAC está associada à nefrotoxici-dade. A suspensão do inibidor de calcineurina é mais eficaz em melhorar a funçãorenal na nefropatia crônica leve.

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REEDUCAÇÃO ALIMENTAR COMO TRATAMENTO ADJUVANTEDAS COMPLICAÇÕES METABÓLICAS PÓS TRANSPLANTE RENAL. NETTO, M. C. A. S. ALVES FILHO, G.; MAZZALI, M.DISCIPLINA DE NEFROLOGIA DCM/FCM UNICAMP

Introdução: Obesidade e distúrbios metabólicos são frequentes após o transplanterenal, aumentando o risco de ocorrência de diabetes tipo II e complicações cardio-vasculares. O controle destas alterações metabólicas inclui, além da terapiamedicamentosa, a reeducação alimentar. Com o objetivo de analisar o impacto daorientação nutricional numa população de transplantados renais estáveis,avaliamos 60 pacientes (38 homens, 22 mulheres) com idade média de 42 ± 9 anos,em acompanhamento regular pós transplante renal com nutricionista num mínimode 3 avaliações num intervalo médio de 6 meses. Resultados: Na avaliação inicialo índice de massa corporal (IMC) médio era de 30,3 ± 4,9 kg/m2 (obeso), com umaingestão calórica diária de 3900 calorias (homens) e 2400 calorias (mulheres), comum predomínio de gorduras e carbohidratos. A orientação nutricional foi deredução de aporte calórico e readequação qualitativa. Ao final de 6 meses de acom-panhamento o IMC médio foi de 28,4 ± 4,9 kg/m2 (sobrepeso). Apesar de nãoobservarmos diferença estatística na redução de peso, houve um aumento signi-ficativo no número de pacientes eutróficos após 6 meses (11,6% pré vs. 25% pós,p<0.05). A avaliação dos parâmetros metabólicos mostrou uma tendência àredução de triglicérides e ácido úrico ao final do 6o. mês. Quando os pacientesforam divididos por sexo, observamos redução estatística nos níveis detriglicérides (243,3 ± 110,2 mg/dl pré vs. 196,0 ± 70,3 mg/dl pós, p<0.05) e ácidoúrico (8,3 ± 1,5 mg% pré vs. 7,2 ± 1,3 mg% pós, p<0.05) para o sexo masculino.Em conclusão, a reeducação alimentar após o transplante mostrou ser eficaz, mes-mo num curto intervalo de tempo, para o auxílio do controle metabólico destespacientes.

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REJEIÇÃO AGUDA HUMORAL: 3 CASOS COM DIFERENTES APRE-SENTAÇÕES CLÍNICAS MATOS, A. C. C.; DURÃO JÚNIOR, M. S. TONATO, E. J.; RANGEL, E. B.;SARDENBERG, C.; ANDREOLLI, M. C. C.; MOURA, L. A.; SILVA, A. P.HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

Introdução: O diagnóstico rápido e correto da rejeição aguda humoral (RAH) écrucial devido ao seu mau prognóstico. A plasmaferese (PLF) associada àimunoglobulina (IG), FK e MMF são as opções terapêuticas. Seu diagnósticorequer a presença de anticorpos circulantes contra o doador, depósito de C4d emcapilares peritubulares (CP) e pelo menos 1 dos achados: neutrófilos em CP,necrose fibrinóide arteriolar ou injúria tubular aguda.Objetivo: Descrever 3 casoscom RAH com apresentações clínicas variáveis. Materiais: 1ºCaso: 31 anos, sexofem., causa da IRC indeterminada, 7 anos em hemodiálise (HD), 1 gestação (Ges-ta), 5 transfusões de sangue (TS), painel (PRA) de 18%, recebeu transplante decadáver (DC). Imunossupressão (IM) inicial consistiu de Timo, corticóide (CE),FK e MMF. Evoluiu sem alterações, recebeu alta no 7º PO com creatinina (Cr) de1,1mg/dl. Após 2 dias retornou ao HIAE com febre e redução da diurese necessi-tando de Hd. A bx revelou NTA e neutrófilos em CP. A pesquisa para C4d em CPfoi positiva. Foi submetida a 7 sessões de PLF, aumento das doses de MMF e FK.Cr. atual (10 meses): 1,9mg/dl. 2ºCaso: 51 anos, sexo fem.,GNC como causa daIRC, 1 Gesta, 5 TS, 2 anos em HD, PRA de 68%, recebeu enxerto de DC. IM con-sistiu de Timo, CE, MMF. No 6º PO devido à plaquetopenia e anemia hemolíticafoi suspensa a Timo. No 9º PO a bx revelou microangiopatia trombótica glomeru-lar difusa, NTA e presença de neutrófilos em CP. A pesquisa de C4d foi positiva.Foi submetida à 6 sessões de PLF e em seguida associado FK. Cr. atual (16meses):1,5mg/dl. 3ºCaso: 34 anos, masc., diabético, 20 meses em HD pós perdade enxerto anterior por NCE, PRA de 95%, submetido a protocolo de dessensibi-lização devido à prova cruzada (PC) positiva contra doador vivo. IM inicial con-sistiu de Timo, CE, FK e MMF. Alta no 14ºPO com Cr. de 2,4mg/dl. Retorna no34º PO com elevação da Cr: 1,8→2,1mg/dl. A bx renal revelou NTA e C4d em CP.Foi submetido a 5 sessões de PLF e 2 infusões de IG. Cr. atual (12meses) de2,5mg/dl. Em todos os casos houve positivação da PC após o Tx. Conclusão:Estes3 casos ilustram a gravidade da RAH apesar de IM inicial agressiva, sua apresen-tação clínica bastante variável e o sucesso terapêutico com PLF e IG instituídasrapidamente.

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REJEIÇÃO HUMORAL AGUDA (RHA) DE TRANSPLANTES RENAIS:ABORDAGEM TERAPÊUTICA COM PLASMAFERESE E IMUNO-GLOBULINAS ENDOVENOSAS. GHELLER, A.S. ; SILVA, D. M.; RIBEIRO, A. R.; JOBIM, L. F.; GONÇALVES,L. F.; MANFRO, R. C.HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE

Introdução. A RHA de transplantes renais tem importante papel no destino dosenxertos sendo uma causa significativa de perda devido à má resposta às terapiasimunossupressoras usualmente empregadas (e.g. pulsoterapia, anti-linfocitários).Ademais, ela parece ter um papel etiopatogênico no desenvolvimento de nefropa-tia crônica dos enxertos. Recentemente, foi descrita uma abordagem terapêuticaimunomodulatória baseada em plasmaferese e imunoglobulinas endovenosas(IgIV). Aqui são relatados dois casos de RHA de transplantes renais tratados comesta abordagem. Relato dos casos. Caso 1: paciente masculino de 17 anos, bran-co, IRC de etiologia desconhecida em tratamento dialítico. Avaliação pré-trans-plante: reatividade contra painel (PRA) 0%, prova cruzada contra linfócitos T e Bnegativa, e prova cruzada com AGH negativa. Submetido a transplante renal comdoador vivo-relacionado com 1 haplótipo de identidade. Imunossupressão inicialcom prednisona, ciclosporina e micofenolato mofetil (MMF). Função imediata doenxerto com disfunção aguda no 7º PO, quando uma biópsia renal mostrou RHA etratada com OKT3 sem resposta e posteriormente com 18 sessões de plasmaferesee IgIV, com recuperação da função do enxerto e negativação da prova cruzada pós-transplante. Caso 2: paciente masculino de 55 anos, branco, IRC por nefrite here-ditária, PRA com reatividade de 45% em classe I e 25% em classe II; prova cruza-da pré transplante positiva para linfócitos B por citometria de fluxo. Submetido asegundo transplante renal com imunossupressão inicial com OKT3, prednisona,MMF e tacrolimus evoluindo com disfunção inicial de enxerto. RHA foi detecta-da no 14º PO foi tratada com 11 sessões de plasmaferese e IgIV, com recuperaçãoda função renal e negativação da PRA.Conclusão. Esta casuística inicial sugere, a exemplo do descrito na literatura, queo tratamento combinado com plasmaferese e imunoglobulinas endovenosas é efi-ciente no tratamento da RHA de transplantes renais.

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RELAÇÃO ENTRE MORBIDADE E ETIOLOGIA DAS INFECÇÕES DOTRATO URINÁRIO EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL ALMEIDA, M. M. T. B. ;GONÇALVES, R. T.; LOPES, G. S.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Introdução: Trata-se de um estudo com o objetivo de analisar a relação entre a eti-ologia e a morbidade associada às infecções do trato urinário (ITU) em receptoresde transplante (TX) renal.Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, incluindo 156 pacientes que receberam,consecutivamente, TX renal no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Osprincipais desfechos analisados foram a ocorrência de pielonefrite e de bacteremiaassociada à ITU. Os testes de X2 e exato de Fisher foram utilizados para com-paração das variáveis nominais. Os resultados das análises foram consideradosestatisticamente significantes se associados a p< 0,05 em teste bi-caudal.Resultados: Foram identificados 171 agentes em 167 episódios de ITU em recep-tores de TX renal. Entre os microrganismos isolados 129 (75,4%) foram bactériase 42 (24,6%) foram fungos. Houve um predomínio de enterobactérias (62%) e,entre elas, a mais freqüente foi a Escherichia coli , correspondendo a 37,4% dosagentes isolados, com elevada prevalência de resistência a cotrimoxazol (81%).Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp. representaram, respectivamente,2,3% e 1,8% dos agentes isolados. Os cocos Gram-positivos responderam por8,9% dos agentes isolados. Candida albicans, foi o fungo mais freqüente (56,1%).Em 70,1% (N=117) dos episódios de ITU foram assintomáticos; 3,6% (N= 6)foram ITUs baixas e 26,4% (n= 44 ) foram pielonefrites. A presença de fungiúriafoi significantemente mais freqüente nos episódios assintomáticos (32,1%) quenos casos de ITU sintomática (4,2%; p< 0,001). E.coli foi significantemente maisincidente entre os casos de pielonefrite (51,1%) que entre as ITUs baixas (32,3%;p= 0,012). Ocorreram bacteremias em 11% das ITUs causadas por E. coli e emapenas 3% dos episódios causados por outros agentes (p= 0,045).Conclusão: O isolamento de fungos na urina de receptores de TX renal associou-se a menor freqüência de manifestações clínicas de ITU. E. coli foi o principalagente etiológico, e o que se associou a maior morbidade, estando associado a fre-qüências significantemente maiores de pielonefrite e de bacteremia associada àITU.

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REJEIÇÃO VASCULAR: PROBLEMAS NO DIAGNÓSTICO E IMPACTONA SOBREVIDA DO ENXERTO RENALRIOJA, S.; SOUZA, E. R. M.; OLIVEIRA, A. V.; RIOJA, L.; STARLING, P.;SPÍNDOLA, F.; MANHÃES, J. RUZANY, F.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - HOSPITAL UNIVER-SITÁRIO PEDRO ERNESTO

I n t r o d u ç ã o : Anticorpos mono e policlonais mostram-se eficientes no tratamento darejeição vascular (RV). O problema desta entidade estaria no diagnóstico tardio,decorrente: (1) de uma expressão clínica menos agressiva, resultado da maior potên-cia dos imunossupressores; (2) da opção por uma abordagem dos quadros de rejeiçãocom metilprednisolona (SMD) até que se caracterize a forma córtico-resistente; (3)da inadequação das amostras obtidas por biópsia (ideal de 10 glomérulos e 2artérias); (4) da classificação de Bannf que não reconhece a possível associação dosdois mecanismos de lesão – celular e humoral. Material e métodos: 7 casos de RVforam diagnosticados em nosso Serviço nos últimos 4 anos, num total de 208 trans-plantes realizados, tendo sido os pacientes categorizados segundo sexo (S), raça (R),risco imunológico - n°. de gestações (G), hemotransfusões (H) e mismatches (M)-,imunossupressão inicial e não adesão à terapia (F°). R e s u l t a d o s : Todos os pacientessobreviveram e 1 enxerto foi perdido. O n°. de mismatches foi o fator de maior riscopara o desenvolvimento de RV; o re-Tx foi a condição de maior risco para a perdado enxerto, apesar da indução com basiliximab (F?); e a prova cruzada B positiva foio fator determinante da pior função renal (F?), evolutivamente. A melhor função re-gistrada, após 6 meses do evento, foi a da paciente que recebeu um primeiro enxer-to e ATG, de imediato (F?). Seu PRA, à época do transplante, era de 0%. Os demaispacientes evoluíram, precocemente, com evidências histopatológicas de nefropatiacrônica do enxerto, estando controlados com Sirolimus-MMF/Aza.

Conclusão: A RV tem grande impacto na sobrevida dos enxertos e deve mereceresforços de nefrologistas e patologistas em seu reconhecimento precoce e abor-dagem terapêutica conveniente.

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REMISSÃO DE LINFOMA PÓS-TRANSPLANTE RENAL EM ADOLES-CENTE APÓS CONVERSÃO PARA SIROLIMUS E QUIMIOTERAPIA ANDRADE, J. A. M. ; SOUZA, E.R.M.; RUZANY, F.; VENTURA, S.;FILGUEIRAS, R,S.; ROCHA, P.T.; FERREIRA, C.A.; GOMES, C.L.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO

A doença linfoproliferativa é uma das complicações mais sérias e potencialmentefatais do transplante renal, especialmente em crianças e adolescentes. Predomina olinfoma não-Hodgkin de grandes células B e o envolvimento extra-nodal é bas-tante prevalente, ocorrendo em aproximadamente 70% dos casos. Apresentamos o caso de um paciente masculino, 15 anos, branco, submetido atransplante renal haplo-idêntico em fevereiro de 1996 por doença renal de etilogiaindeterminada. Imunossupressão inicial com azatioprina, ciclosporina e pre-dnisona. História de vômitos com início em dezembro de 2001, evoluindo comperda ponderal de 15 kg nos últimos 2 anos. Em janeiro de 2002, alterou-se aimunossupressão para MMF, tacrolimus e prednisona em decorrência de disfunçãodo enxerto (creatinina: 2,0 mg/dl). Um mês após, foi internado por intensificaçãodos sintomas anteriores associados a diarréia sem características infecciosas, moti-vo pelo qual reinstituímos a azatioprina em substituição ao MMF. Em janeiro de2003 foi internado com sintomatologia semelhante. Os exames iniciais mostravamanemia, leucopenia e retenção nitrogenada (creatinina: 3,4 mg/dl). A hematoscopiaevidenciou anisocitose e policromasia. Na endoscopia digestiva alta foram biopsi-adas 2 lesões polipóides na segunda e quarta porções do duodeno, compatíveiscom linfoma não-Hodgkin de grandes células B CD 20+. Decidimos reduzir 50%da dose diária da azatioprina e iniciamos sirolimus em substituição ao tacrolimus.Em abril de 2003 foi efetuado o estadiamento tumoral. O estudo colonóscópiconão evidenciou anormalidades, tampouco houve evidência de infiltração linfo-matosa à biópsia de medula óssea. A tomografia computadorizada não mostrouacometimento ganglionar. Em 24/05/03 teve início o primeiro ciclo de quimiote-rapia com CHOP (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona) segui-do de mais 4 ciclos mensais. Apresentou como intercorrências 2 internações hos-pitalares por neutropenia febril, remitida após antibioticoterapia apropriada. Aendoscopia digestiva alta realizada em janeiro de 2004 foi normal. Atualmente,encontra-se assintomático, com função renal estável (creatinina: 1,6 mg/dl) e emuso de esquema duplo com sirolimus e prednisona.O sirolimus é um agente imunossupressor com propriedades antiproliferativassobre linfócitos B que tem sido usado com sucesso na prevenção de recidiva do lin-

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RESISTÊNCIA AO GANCICLOVIR EM TRANSPLANTADOS RENAIS:ANÁLISE DAS MUTAÇÕES EM REGIÃO UL97 DO CITOMEGA-LOVÍRUS (CMV). NOGUEIRA, E.; GRANATO, C. F. H.; SILVA FILHO, A. P. OZAKI, K. S.;CAMARGO, L. F. A.; CÂMARA, N. O. S.UNIFESP

Introdução: O uso prolongado de ganciclovir para tratamento da infecção pelocitomegalovírus (CMV), predispõe ao desenvolvimento de resistência ao antiviral.Cepas de CMV resistentes ao ganciclovir tem sido relacionadas à mutações especí-ficas nos genes UL97 e UL54. A freqüência de infecções causadas por cepasresistentes ao ganciclovir em transplantados renais é um evento raro, pelo trata-mento breve e ainda é pouco conhecida. Objetivo: Estudar as mutações, no geneUL97 do CMV, que conferem resistência ao tratamento em transplantados renais.Métodos: Foram analisados 16 pacientes transplantados renais com infecção porCMV, no período de janeiro de 1999 a maio de 2004, apresentando um padrão deantigenemia oscilante por mais de um mês. Para análise de resistência foi extraídoDNA, amplificado utilizando Nested-PCR para a região UL97, seguido dedigestão utilizando enzimas de restrição (TaqI, MseI e HhaIII), descritas para ossítios de digestão determinados para mutações que conferem resistência ao ganci-clovir . Para os pacientes que não apresentaram padrão de mutações no ensaio dedigestão foi realizado sequenciamento. Resultados: 05 (31,3%) dos 16 pacientesanalisados apresentaram perfil de resistência ao ganciclovir com mutações naregião UL97. Quatro pacientes apresentaram mutação em S595 e um pacienteapresentou duas mutações, uma em F595 e outra em V594. Todos os cincopacientes foram diagnosticados clinicamente resistentes ao ganciclovir, o que ori-entou a mudança no esquema terapêutico. Para 2 pacientes acrescentou-se foscar-net, 2 pacientes mudou-se o esquema imunossupressor para Sirolimus e outropaciente foi monitorizado com antigenemias seqüenciais até sua negativação umavez que se encontrava assintomático. Conclusão: Resistência ao ganciclovir é umevento que tem se mostrado mais frequente, em parte pela imunossupressão maisefetiva e a maior incidência/tratamento de CMV.

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RETRANSPLANTE DE RIM APÓS TRANSPLANTE SIMULTÂNEO DEPÂNCREAS-RIM RANGEL, É. B. SÁ, J. R.; LINHARES, M. M.; GONZÁLES, A. M.; PESTANA,J. O. M.; MELARAGNO, C. S.; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - EPM

O re-transplante de rim após o transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR)pode estar associado à perda posterior do enxerto pancreático, devido ao estresseperi-operatório e a doses mais elevadas dos imunossupressores, especialmente ocorticóide. Análise de 3 casos submetidos ao TSRP e posteriormente a re-trans-plante renal. Paciente 1: Sexo fem, 41 anos, submetida a TSPR em 04/2001(doador sexo masc, 34a, TCE, TIF pâncreas 14h), uso CSA.PRED.MMF edrenagem pancreática exócrina vesical, com. conversão para entérica após 5m de-vido a hematúria recorrente. Evolui com perda do enxerto renal após 1a10m, rea-lizando Tx renal com DV HLA-II (FK.PRED.MMF). Após 4m apresentou curvaglicêmica alterada (jejum 98 mg/dL e 2 horas 155 mg/dL), peptídeo C basal 2,42ng/mL. Com 10m teve o diagnóstico de diabetes, sem reversão após troca do FKpela CSA e com peptídeo C de 0,22 ng/mL. Paciente 2: Sexo masc, 32a, submeti-do a TSPR em 05/2001 (doador fem, 45a, AVCH, TIF pâncreas 12h), uso deCSA.PRED.MMF, drenagem pancreática vesical, com conversão para entéricaapós 9m devido a pancreatite de refluxo. Apresentou abdome agudo obstrutivo erealização de Y-en-Roux. Com 1a6m submetido a Tx renal com DV HLA-I(FK.PRED.MMF). Após 6m, teve diagnóstico de diabetes. Paciente 3: Sexo fem,23a, submetida a TSPR em fev/2003 (doador masc, 12 a, AVCH, TIF pâncreas6h), uso de FK.PRED.MMF, drenagem entérica. Teve rejeição aguda graus III(9po, Timoglobulina) e IIA (4m, Metilprednisolona). Conversão para rapamicinae retirada do FK após microangiopatia trombótica. Com 8m, submetida a Tx renalcom DV HLA-II (FK.PRED.MMF). Com 7m (antes do Re-tx renal): curvaglicêmica - Jejum 105 mg/dl e 2h 164 mg/dl, HbA1c 4,4%. Atualmente, usarapamicina devido a nefropatia crônica e com peptídeo C basal de 5,4-6,9 ng/ml ecurva glicêmica com jejum 90 mg/dL e 2 horas 113 mg/dL. A avaliação do enxer-to pancreático previamente ao re-transplante renal deve ser criteriosa, principal-mente em pacientes com mudança da drenagem exócrina.

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SIROLIMO E MICOFENOLATO MOFETIL: A ASSOCIAÇÃO PARAPREVENIR REJEIÇÃO AGUDA E PROTEGER A FUNÇÃO DO ENXER-TO APÓS TRANSPLANTE RENAL; VILAÇA, S. S.; FIGUEIRÓ, J. M. G. VIOTTI, E. A.; SOUZA, G. S.; GONTIJO,R. C. UNIDADE DE TRANSPLANTE - HOSPITAL FELICIO ROCHO

Introdução: Um grupo de 82 transplantes renais protocolados para sirolimo (SRL)e micofenolato mofetil (MMF), com seguimento mínimo de 1 ano, foi observadoconsiderando rejeição aguda, função renal, perda do enxerto enefropatia crônica.Método: Análise retrospectiva com seguimento de no mínimo 1 ano em receptoresrenais adultos. 80 pacientes receberam 82 transplantes e foram divididos em 2 gru-pos. Grupo 1: 55 doadores vivos relacionados, 3 doadores vivos não relacionadose 5 cadáveres, receberam dose de ataque de SRL 5mg por 5 dias com ajustes deacordo com nível sanguíneo entre 5 e 15ng/dl. MMF 2 g/dia e prednisona emredução progressiva até 5mg por dia a partir do 21 DPO. Grupo 2: 8 doadoresvivos não relacionados, 10 cadáveres e 2 retransplantes, receberam indução comtimoglobulina 1 mg/kg/dia por no máximo 7 dias e tacrolimus quando a creatininaatingiu 2mg/dl. MMF e predinisona nas doses usuais como no grupo 1. No ambu-latório pós transplante (em média 14 dias) pacientes iniciaram SRL 2mg/dia emantido nível sanguíneo entre 5 e 15 ng/dl com tacrolimus suspenso após 2 sem-anas. Não foi prescrito dose de ataque de SRL neste grupo. Nos 2 grupos rejeiçãoaguda, disfunção primária do enxerto, perda do enxerto, nefropatia crônica e mor-talidade foram avaliados por no mínimo 1 ano. A função renal foi avaliada exata-mente 1 ano após transplante. Resultados: 82 transplantes foram incluidos.Rejeição aguda ocorreu em 10 pacientes, global (12%), DVR (11%), DVNR eCAD (16%). Houve 6 perdas de enxerto renal: 3 por rejeição aguda resistente, 2por disfunção primária e 1 por nefropatia crônica. Sobrevida do enxerto renal foi93%. Sobrevida do paciente 100%. Creatinina média em 1 ano foi 1.42 +/-0.8mg%. Conclusão: SRL/MMF é eficaz na profilaxia da rejeição aguda manten -do excelente função renal em 1 ano.

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SISTEMA DE URGÊNCIAS PARA TRANSPLANTE RENAL NO RIOGRANDE DO SUL GARCIA, V. D.; COSTA, M. G.; LEIRIAS, S. M.; SANTOS, S. R.; OLIVEIRA,D. M. S.CENTRAL DE TRANSPLANTE DO RIO GRANDE DO SUL (CNCDO-RS)

Introdução: A distribuição de rins cadavéricos para transplantes no RS segue asnormas do SNT. A partir de abril de 2002 foi implantado um sistema de urgênciapara receptores de rim cadavérico. O critério utilizado é o da ausência de acessovascular e peritoneal para diálise. Constituiu-se um grupo de nove nefrologistasavaliadores, e os pedidos de inclusão em urgência são enviados, sem identificaçãodo paciente ou do centro de diálise, para três destes avaliadores que independente-mente emitem seu parecer. Descrevemos os resultados de 2 anos de aplicação destesistema Métodos: Foram revisados os casos de solicitação para inclusão em urgên-cia para transplante renal no RS entre abril de 2002 e abril de 2004, e algunsparâmetros foram comparados com os do total de transplantes no período. Resul-tados: Foram recebidas 19 solicitações de urgência (1 a cada 1,3 mês), sendo umacriança de 5 anos e 18 adultos com média de idade de 47,8 anos (34 a 72 anos);doze eram do sexo feminino. Já estavam em lista para transplante 15 pacientes,com tempo de espera de 23,9 meses (2 a 118 meses) e quatro ingressaram em lista,devido a falta de acesso. Dezesseis solicitações (84,2%) foram aceitas como urgên-cia e três foram recusadas. Foram realizados 13 transplantes renais, sendo 12 comdoador cadáver e um com doador vivo. O tempo médio para obtenção do rim decadáver foi de 10,2 dias (3 a 36 dias). Dois pacientes foram inativados devido àfalta de condições clínicas, e um evoluiu para óbito. Uma paciente hipersensibi-lizada permanece em lista. A lista de espera para transplante renal no Estado pas-sou de 1.101 em 2002, para 1.364 em 2004, correspondendo a 27% dos 5.000pacientes em diálise. Foram realizados 449 transplantes com doador cadáver noperíodo (22,5 pmp/ano), e o tempo médio de espera foi 878 dias, variando de 768para os do grupo A até 1.081 dias para os do grupo AB. Os 12 transplantes rea-lizados pelo critério de urgência correspondem a 2,7% dos transplantes realizadosno período. Conclusão: O sistema empregado de avaliação de urgência, com a atu-ação de profissionais experientes, foi eficiente e justo. Foram salvos 12 pacientessem acesso para a diálise e foram utilizados apenas 2,7% dos rins de doadorescadáveres.

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TACROLIMUS NA JANELA TERAPÊUTICA REDUZ A FUNÇÃO DACÉLULA B PANCREÁTICA EM TRANSPLANTADOS RENAISELIAS DAVID NETO, CHRISTIANO S. COCUZZA, LÍLIAN M. PEREIRA,MARIA CRISTINA R. DE CASTRO, RENATA M. MATTOS, JOSÉ ª MAR-CONDES, VALÉRIA S. LANDO, WILLIAM C. NAHAS, LUIZ ESTEVAMIANHEZUNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL E DISCIPLINA DE ENDOCRINOLO-GIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FMUSP

Tacrolimus (TAC) está associado a alta incidência de diabetes mellitus pós-transplante (DMPT).Não está claro se isto está relacionado à droga, a seu nível sanguíneo ou outros fatores. Comoparte de um estudo em andamento, prospectivo, aleatorizado que compara TAC a ciclosporina(CSA), ambos em associação com micofenolato mofetil (MMF) e corticoesteróides, 57 pacs.foram incluídos até o presente. Dez foram excluídos desta sub-análise devido a DM pré-tx e 6,por outras causas. 41 pacs foram submetidos a teste de tolerância oral a glicose (TTG) e coletade insulina sanguínea simultaneamente a coleta de curvas farmacocinéticas de 12 horas (AUC

0-12) de TAC, CSA e ácido micofenólico (MPA). As coletas foram realizadas nos dias 14, 30 e60 pós-tx e os resultados encontram-se na Tabela 1. Os grupos foram semelhantes em idade,raça, peso, índice de massa corpórea, história familiar de DM e dose de prednisona. Há umnúmero maior de homens no grupo TAC em relação a CSA (64 vs. 31%, p=0,058). O tempomédio de seguimento foi 224±115 d no grupo TAC (n=25) e 207±105 d no grupo CSA (n=16).De acordo com os resultados do TTG, anormalidades no metabolismo da glicose (ADA 2003)ocorreram em 64% TAC e 56% CSA (p=NS), compreendendo tanto intolerância a glicose (40%TAC vs. 31% CSA, p=NS) quanto DM (24% TAC vs 25% CSA). Estas alterações foram detec -tadas em mediana (%25-%75) 29 (20-61) dias pós-tx no grupo TAC e 17 (15-60) dias no grupoCSA (p=NS). Em ambos os grupos, houve uma queda progressiva na função da célula b entreTTG normal e DM, medida através da HOMA-b (Homeostasis Model Assesment). HOMA-b foimenor em TAC do que CSA. Nos pacs. com TTG normal, a mediana de HOMA-b foi 90 (64-112) TAC vs. 124 (73-200) CSA (p=0,04). A mediana da resistência periférica a insulina, medi-da pelo HOMA-R foi 1,4 (1,1-1,9) TAC vs. 2,1 (1,2-3,1) CSA (p=0,03). Nos pacs. com into-lerância a glicose, HOMA-R foi semelhante entre TAC e CSA, mas HOMA-b foi menor nogrupo TAC (73±24 vs. 112±69, p=0,03). Nos pacientes que desenvolveram diabetes mellituspós-tx, HOMA-b baixo e HOMA-R normal foram semelhante nos grupos TAC e CSA. Nenhumparâmetro clínico farmacocinético de CSA, TAC ou MPA apresentou poder preditivo da ocor-rência de DMPT ou intolerância a glicose quando analisados por regressão logística. Nestaanálise preliminar, não houve diferença na incidência de DMPT ou intolerância a glicose entreos grupos TAC e CSA. Entretanto, a exposição ao tacrolimus, dentro da janela terapêutica, estáassociada a uma menor função da célula b quando comparada a ciclosporina, mesmo empacientes com TTG normal.

Dia pós-tx\nível MPA-AUC (ng.h/L) TAC-AUC (ng.h/L) CSA-AUC (ng.h/L) Dia 14 39±17 251±92 12254±6005 Dia 30 41±14 280±92 12066±3943 Dia 60 42±20 208±51 8130±2946

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SOBREVIDA DE ENXERTOS E RECEPTORES DE 188 TRANSPLANTESRENAIS.PERES, L. A. B.; DELFINO, V. D. A. ANN, H. K.; CAMARGO, M. T. A.;ROHDE, N. R. S.; USCOCOVICH, V.UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE/RENALCLÍN

Introdução: O presente trabalho tem por objetivo determinar a sobrevida de en-xertos e pacientes transplantados renais em Cascavel-PR, entre 1985 e 2001.Métodos: Estudamos retrospectivamente todos os 188 transplantes renais realiza-dos nos Serviços de Transplante Renal do Hospital Policlínica Cascavel e do Hos-pital Nossa Senhora da Salete, no período de setembro de 1985 a março de 2001,sendo 177 transplantes primários e 11 retransplantes. O sexo masculino predomi-nou entre os receptores (61,2%), assim como a raça branca (91,5%). A idade médiados receptores foi de 36,1 + 11,5 anos. Quanto ao tipo de doador, 55 foram vivosidênticos (DVI), 87 vivos não idênticos (DVNI) e 46 cadáveres (DC). A etiologiada insuficiência renal crônica foi hipertensão arterial em 27,7%, glomerulonefritecrônica em 26%, pielonefrite crônica em 6,9%, diabete melito em 3,8%, outrascausas em 4,3% e indeterminada em 31,3%. A imunossupressão utilizada foi oesquema tríplice clássico (azatioprina, prednisona e ciclosporina) em 10,9% dosreceptores de DVI, 73,6% dos receptores de DVNI e 91,3% dos de DC. Os demaisreceberam o esquema duplo (azatioprina e prednisona). As crises de rejeição agu-da foram tratadas com pulso de metilprednisolona na dose de 15 mg/kg/dia durantetrês a cinco dias. Foram calculadas as sobrevidas de enxertos incluindo-se toda asperdas e censurando-se o óbito com rim funcionante e dos pacientes um, três e cin-co anos pós-transplante, empregando-se a Curva de sobrevida de Kaplan-Meier.Resultados: As sobrevidas dos enxertos, incluindo-se todas as perdas, foram,respectivamente, 83,6%, 75,7% e 75,7% para o grupo de DVI, 85,0%, 75,1% e56,3% para o grupo de DVNI e 58,7%, 52,0% e 44,2% para o grupo de DC. Assobrevidas dos enxertos, censurando-se o óbito com rim funcionante, foram,respectivamente, 87,3%, 82,8% e 82,8% para o grupo de DVI, 89,5%, 84,3% e72,5% para o grupo de DVNI e 75,2%, 75,2% e 71,3% para o grupo de DC. Assobrevidas dos pacientes foram, respectivamente, 94,0%, 89,6% e 89,6% para ogrupo de DVI, 92,8%, 87,0% e 72,0% para o grupo de DVNI e 65,0%,57,6% e51,6% para o grupo de DC. Conclusão: As sobrevidas de pacientes e enxertosrenais transplantados em Cascavel-PR foram satisfatórias para a realidade regionale a disponibilidade de recursos à época dos transplantes.

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SOBREVIDA DO ENXERTO RENAL PACIENTES HIPERSENSIBILIZA-DOSSEELIG, D. C.; KEITEL, E.; SANTOS, A. F.; BITTAR, A. E. N.; D`ALMEIDA,P. B.; KLAUS, F.; GOLDANI, J. C.; GARCIA, V. D.COMPLEXO HOSPITALAR SANTA CASA DE PORTO ALEGRE

Introdução: Avaliar a sobrevida do enxerto em pacientes hipersensibilizados sub-metidos a transplante renal com doador cadáver.Métodos: Estudo de coorte histórica. Definiu-se como hipersensibilizados todosos pacientes com reatividade ao painel de células de classe I acima de 70%. Operíodo do estudo foi de janeiro de 2000 a março de 2004. Follow up mínimo de3 meses. Resultados: Foram analisados 14 pacientes. Destes, 50% eram do sexomasculino, todos da raça branca, sendo a média de idade 41,62 DP 9,55 anos. Adoença de base era glomerulonefrite crônica em 71,4% e nenhum paciente era dia-bético. O tempo médio em diálise foi de 8,64 DP 4,8 anos. 50% dos pacientes eramanti-HCV positivo e 7, 1 % eram HbsAg positivo. 85,7% dos pacientes receberampelo menos uma transfusão sangüínea, e 35,7% receberam mais de 10 transfusõessangüíneas. Entre as mulheres 14,3% tiveram uma gestação. 57,2% estavamrecebendo seu segundo (n=6) ou terceiro (n=2) transplante renal. Quanto aosdoadores todos eram ideais, sendo 61,5% do sexo masculino, a média de idade foi41,43 DP 12,7, a causa mortis foi TCE em 42,9% dos casos. O tempo de isquemiafria médio foi de 23 horas 14 minutos. Apenas 21,4% dos pacientes tinham maisde 3 missmatch com o doador. A imunossupressão foi com terapia de indução emtodos os casos, 71,4% com OKT3, 14, 3% com ATG e 14,3% com basiliximab ede manutenção com corticoesteóides, micofenolato mofetil e tacrolimus em85,7%, sendo o último substituído por ciclosporina em 14,3%. 85,7% dospacientes tiveram necrose tubular aguda necessitando diálise no pós transplante e76,9% apresentaram algum episódio de rejieção. A sobrevida do enxerto em 1 anoutilizando a curva de Kaplan Meier foi 71, 43% e todas as perdas de enxerto (n=4)foram por enxertos nunca funcionantes. Apenas 1 paciente evoluiu para óbito porcomplicações infeciosas.Conclusão: Com as drogas imunossupressoras atuais conseguimos uma sobrevidado enxerto semelhante a pacientes não hipersensibilizados. Mas , ainda falta oesquema imunossupressor ideal, que induza tolerância sem produzir paraefeitos.

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TERAPIA SEQÜENCIAL COM TIMOGLOBULINA EM TRANSPLANTERENAL COM DOADOR CADÁVER: EXPERIÊNCIA EM 44 CASOS CON-SECUTIVOS. SILVA, A. P.;TONATO, E. J. MATOS, A. C. C.; WROCLAWISKI, E. R.;DURÃO JR, M. S.UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL DO HOSPITAL ISRAELITAALBERT EINSTEIN, SÃO PAULO.

Utilizamos em nossa Unidade de transplante renal, a terapia seqüencial com timo-globulina em todos os transplantes renais com doador cadáver, com o objetivo dediminuir a lesão por isquemia/reperfusão, prevenir episódios de rejeição aguda eretardar a utilização de inibidores de calcineurina. A Timoglobulina é iniciada nashoras que antecedem o transplante, na dose de 1mg/Kg de peso, em infusão de 4 a 6horas, com bomba de infusão e em acesso central ou na fístula artério-venosa. Opaciente recebe 1g de metilprednisolona no intra-operatório e nos dias subseqüentesdoses de 0,5 mg/kg antecedendo a dose de timoglobulina e micofenolato mofetil. Aterapia é mantida até, o máximo de 14 doses ou até níveis de creatinina menores que3mg/dl, quando introduzimos um dos inibidores de calcineurina (Ciclosporina ouTacrolimus). O b j e t i v o : Avaliar os resultados e principais complicações do uso pré-operatório da timoglobulina. Material e métodos: Analisamos 44 receptores de trans-plante com doador cadáver no período de 10/05/2002 à 01/06/2004, que utilizarameste protocolo de imunossupressão. Avaliamos as sobrevidas do enxerto e dopaciente e as principais complicações. R e s u l t a d o s : A idade média dos receptores foi44 anos (7–73 anos) e 27 eram do sexo masculino. A idade média dos doadores foide 33,4 anos (13-59 anos) e o tempo de isquemia fria foi de 19,6 horas (8-34 hs).Nenhum paciente apresentou reação que impedisse o uso da Timoglobulina, 30/44(68%) dos pacientes apresentaram NTA, que teve uma duração média de 7 dias (1-31 dias). Houve apenas 5 episódios de rejeição em 4 pacientes (9%) e o tempo médiode internação foi de 16 dias (5-38). Houve 4 perdas de enxerto, sendo 2 por trom-bose de artéria, 1 óbito por Aspergilus pulmonar com rim funcionante e 1 rim semfunção primária. A principal morbidade foi a infecção por CMV que ocorreu por vol-ta do 53o PO em 24 pacientes (54%). Dosagens de CD3 menores foram observadasno grupo que apresentou infecção por CMV em relação ao que não apresentou (8 x20 cels CD3+/ml). A sobrevida atuarial de um ano do paciente e do enxerto foi de97% e 92%, respectivamente e a creatinina de 1 ano foi de 1,3 mg/dl. C o n c l u s ã o :Nossa experiência com a terapia seqüencial com timoglobulina em transplantes comdoador cadáver determinou um ótimo resultado de sobrevida do enxerto e do pacien-tee uma excelente função renal apesar de elevada incidência de NTA.

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TRANSPLANTE DE RINS COM DOADOR CADÁVER PEDIÁTRICO:RELATO DE CASODEBONI, L.M.; MACIEL, R.FBRANCO FILHO, A.J.; BRANCO, A.W.; ROST,C.A.; GUTERRES, J.C.; SILVA, A.E.; VIEIRA, M.A.; DA LUZ FILHO, H.A.;VIEIRA, J. A.FUNDAÇÃO PRÓ RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL MUNICIPALSÃO JOSÉ DE JOINVILLE – SC.

Introdução: Com a diminuição dos critérios de exclusão de enxertos para trans-plante, os órgãos pediátricos e de idosos são cada vez mais utilizados em trans-plantes de rim em receptores adultos. Assim, buscamos diminuir a permanêncianas listas de espera, que crescem desproporcionalmente a oferta de doadores con-siderados “ideais”. As vantagens de doadores pediátricos são que os rins apresen-tam-se sem o envelhecimento comum a todos os órgãos e sem as doenças que sãomais prevalentes em adultos. No entanto, estes transplantes estão mais propensosas complicações cirúrgicas. Objetivo: Relatar o caso do paciente AEP, 51 anos,negro, 73kg, diabético tipo II, que recebeu um enxerto em bloco de rins, 15 horasde isquemia fria, proveniente de um menor de 06 anos, 23kg, vítima de politrau-matismo. Métodos: Rins de aspecto normal, sem variações anatômicas, de 06cmcada. O enxerto foi implantado em bloco, anastomosando-se os cotos da artériaaorta e veia cava aos vasos ilíacos direito correspondentes. Os ureteres foramimplantados separadamente na bexiga pela técnica modificada de Gregoir . Nãohouve complicações e a diurese foi imediata. Resultado: O paciente evoluiu comdiurese e queda progressiva da creatinina e sem complicações urológica e/ou vas-cular. A avaliação do aspecto vascular e funcional foi feita através dos exames deeco-doppler colorido e DTPA que traduziram, respectivamente: “fluxo em ambosos rins preservado e com índices de velocidade, resistividade ( L-0,71 M-0,79) epulsatilidade ( L-1,4 M-1,78) dentro da normalidade nas artérias segmentares,interlobares e arqueadas, e “perfusão e concentração cortical(função glomerular)preservadas; vias excretoras pérvias”. Conclusão: Os rins pediátricos menores que06cm transplantados em adulto, em bloco, teve seu desfecho satisfatório, propor-cionando ao receptor restabelecimento de sua função renal

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TRANSPLANTE DUPLO DE FÍGADO E RIM - RESULTADOS DESOBREVIDA E DE FUNÇÃO RENAL. CASTRO, M. C. R.; DAVID NETO, E. ARAP, S.; IANHEZ, L. E.UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DAFMUSP, BRASIL

Entre 1987 e 2002, 12 pacientes receberam transplante rim e fígado no nossoserviço, sendo 11 transplantes simultâneos (doador cadavérico) e um transplantede rim com doador não-aparentado após transplante de fígado de doador cadáver.Dos 12 pacientes, 2 receberam 2 transplantes duplos e um paciente, três trans-plantes duplos. Foram 7 homens e 5 mulheres, de idade entre 23 e 63 anos(M=43a). Cinco pacientes foram submetidos à diálise crônica no período pré-transplante. Os pacientes receberam indução com OKT3, prednisona, azatioprinaou micofenolato (1/9), tacrolimus ou ciclosporina (3/8). Ocorreram 4 perdas deenxerto por óbito do paciente (mortalidade=33%) entre o 6º. e o 120º. dia PO,todos em pacientes com doenças sistêmicas. A causa de óbito mais freqüente foiinfecciosa. Não houve nenhuma perda hepática ou renal por rejeição. Houve ape-nas um episódio de rejeição de enxerto hepático no 10º. mês, revertido com pred-nisolona Uma paciente, apresentou quadro de nefrotoxicidade crônica porciclosporina precocemente (2º. mês), e evolui com creatinina alterada (2,4mg%) eleve proteinúria. Os outros 7 pacientes apresentam creatinina que varia de 0,8 a1,5 mg%. Após um tempo de seguimento médio de 4 anos, nenhum pacienterecebe prednisona, somente 2 pacientes recebem 2 drogas imunossupressoras(Ciclo/MMF e Rapa/MMF em doses baixas), e 6 recebem somente uma droga(ciclo=3, tacro= 5, Aza= 1, em doses baixas). Dois pacientes recidivaram ahepatite C. Um deles recebe interferon regularmente e nunca apresentou nenhumsinal de rejeição de fígado ou rim.Concluímos que a sobrevida de longo prazo de pacientes transplantados duplos derim e fígado é boa, sendo que a mortalidade precoce é de 33%, semelhante à da li-teratura mundial. Não ocorreram episódios de rejeição do enxerto renal, apesar demuito discreta imunossupressão recebida e do uso eventual de interferon. Passadaa fase de risco inicial, o transplante duplo de rim e fígado é um procedimento desucesso, com baixos índices de complicação e excelente recuperação dospacientes.

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TRANSPLANTE RENAL E HEPÁTICO: EXPERIÊNCIA EM 8 CASOS DURÃO JUNIOR, M. S. MATOS, A. C. C.; SANTOS, O. F. P.; CENDOROG-LO NETO, M.; MIES, S.; WROCLAWSKI, E.; SILVA FILHO, A. P.HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução:Pacientes portadores de doença hepática crônica apresentam freqüen -temente comprometimento da função renal e muitas vezes necessitam de terapêu-tica substitutiva da função renal. Além disso, 20 a 40% dos pacientes submetidosa transplante hepático podem, após 5 anos, apresentar insuficiência renal crônica,o que leva a uma significante piora da sua sobrevida. O objetivo deste trabalho érelatar nossa experiência em 8 pacientes que receberam transplante de fígado erim. Pacientes e Métodos : A idade média dos pacientes era de 56 anos, 6 delesestavam em tratamento dialítico e 2 em tratamento conservador. A etiologia daIRC foi indeterminada em 3 pacientes, 2 com rins policisticos, nefrotoxicidade porCSA (Tx hepático prévio) e amiloidose familiar. Cinco pacientes receberam fíga-do e rim simultaneamente, sendo um destes com ambos os órgãos de doador vivo.Entre os três pacientes que não receberam enxertos (fígado e rim) simultanea-mente, um paciente com IRA após 2 transplantes hepáticos, recebeu enxerto renalde doador cadáver após 6 meses, um paciente recebeu enxerto renal de doador vivodevido à nefrotoxicidade por CSA10 anos após Tx hepático e o outro recebeu rimdoador cadáver após 4 meses do transplante hepático devido a piora irreversível dafunção renal. Resultados: Todos os pacientes estão vivos e com enxertos funcio-nantes após um tempo de seguimento de 16 meses (mediana) com variação de 3 a39 meses. Dos 6 pacientes que receberam enxerto renal de doador cadáver, excetoum, todos necessitaram de hemodiálise no pós-operatório. Dois pacientes apresen-taram episódio de RAC (tipo IA-Banff 97). A creatinina média atual é de 1,3mg/dL. Quatro pacientes apresentaram complicações clínico/infecciosas graves nafase inicial pós-Tx. Conclusão: Apesar destes pacientes apresentarem quadroclínico grave e risco de complicações no pós-operatório o transplante de fígado erim é o tratamento de escolha para pacientes com falência hepática e renal.

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TRANSPLANTE DE PÂNCREAS ISOLADO: EXPERIÊNCIA INICIALEM CENTRO UNIVERSITÁRIO TRAESEL, M.; GULLO NETO, S.; HARTMANN, M.; CARVALHO, J. E.;CARVALHO, J. M.; MUNARETTO, G.; COMPARSI, A.; POITEVIN, A.;DAVILA, D.; SAITOVITCH, D.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RGS, HOSPITAL SÃOLUCAS DA PUC

Objetivo: relatar quatro casos de transplante isolado de pâncreas (TxPI) realiza-dos em hospital universitário.Caso 1: Paciente feminina, 32 anos, branca, do lar, diabética insulino-dependentedesde os 17 anos de idade, encaminhada ao nosso serviço por apresentar um con-trole metabólico inadequado, retinopatia proliferativa, neuropatia periférica enefropatia diabética (proteinúria) e DCE de 47 ml/min. Transplantada em fevereirode 2003.Caso 2: Paciente feminina, 28 anos, branca, auxiliar de logística, insulino-depen-dente desde os 12 anos de idade, encaminhada por apresentar as mesmas carac-terísticas do caso anterior e DCE de 60 ml/min. Possuia ainda doença auto-imune“lupus-like” com uso crônico de corticóide. Transplantada em março de 2003.Caso 3: Paciente masculino, 35 anos, negro, autônomo, insulino-dependente des-de os 15 anos de idade, encaminhado por endocrinologista para o transplante depâncreas isolado por apresentar diabetes hiperlábil, hipoglicemia assintomática evários episódios de coma hipoglicêmico, sem outras complicações em órgão alvo.Transplantado em fevereiro de 2004.Caso 4: Paciente masculino, 29 anos, branco, diabético desde a infância, atendidoem nosso hospital em PCR pós-cetoacidose diabética. Apresentava diabetes hiper-lábil, com episódios de coma hipoglicêmico (hipoglicemia assintomático),nefropatia incipiente e retinopatia proliferativa já tratada com laserterapia. Trans-plantado em março de 2004.O acompanhamento médio destes pacientes foi de 8 meses, variando entre 3 a 16meses. Ao final deste período, a sobrevida dos pacientes é de 100% e 3 dos 4pacientes estão insulino-independentes (uma perda imunológica). Em todos ospacientes foi empregado esquema imunossupressor quádruplo e drenagem exóc-rina vesical. Concluímos que o TxPI demonstrou-se uma alternativa segura e efi-caz no tratamento de um grupo selecionado de pacientes portadores de diabetesmellitus tipo I.

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TRANSPLANTE RENAL NO HOSPITAL PORTUGUÊS - SALVADOR BADUTRA, M. M. D. MIRANDA, E. A.; VINHAES, A. J.; MONTE, N.; MOURA,L. K.; SIQUEIRA FILHO, J.; BRASILEIRO, A.; COELHO, M. F.; CARVALHO,A.; BRITO, K. Q.; SILVA, I. C.HOSPITAL PORTUGUÊS - SALVADOR - BAHIA

Introdução: O programa de Transplante renal do Hospital Português foi pioneirona Bahia, atendendo pacientes de todo o Estado. A avaliação imunogenética nosprimeiros 15 anos foi feita em laboratórios do Rio e São Paulo e somente a partirde 1995 começou a ser realizada em Salvador, o que retardou a realização detransplantes com doadores cadavéricos.Métodos: Análise retrospectiva dos 280 transplantes renais realizados no HospitalPortuguês – Salvador - Ba, no período de outubro de 1980 a maio de 2004. Aimunossupressão utilizada foi Aza+ Pred até 1987, e CSA + Aza + Pred desta dataaté 1997 quando foram introduzidos MMF, e a seguir Tacrolimus e anti IL-2, adepender da condição imunológica do receptor. Cinco pacientes foram convertidosa Sirolimus. Os dados foram analisados pelo SPSS versão 10 para Windows. Uti -lizada estatística descritiva e curvas de sobrevida pelo método atuarial. Resulta-dos: Foram realizados 280 transplantes em 274 pacientes, sendo 184 (67%) dosexo masculino, 170 (61%) negros ou mulatos, com idade média de 35,95 ± 12,25anos (9 a 65 anos). Noventa por cento receberam rins de doadores vivos, sendo24% HLA idênticos, 54,5% haplo idênticos, 3,6% distinto, 7,2% cônjuges e 0,7%vivo não relacionado. A doença de base foi GNC em 57,0% dos casos e HAS em19,0%. A sobrevida atuarial em 5 anos foi 79,9% para enxertos 85,8% parapacientes. As causas de perda de enxerto foram por rejeição crônica em 34%,óbito com rim funcionante em 42%, recidiva de doença de base em 9%. As prin-cipais causas de óbitos foram por eventos cardiovasculares em 39,7 %, causasinfecciosas em 33,8 % e insuficiência hepática em 13,2%.Conclusões: 1. A amostra inclui um elevado percentual de mulatos e negros.2.Noventa por cento dos transplantes foram realizados com doadores vivos. 3. Asobrevida de enxertos e pacientes se assemelha à encontrada nos melhores centrosdo país.

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TRANSPLANTE RENAL PEDIÁTRICO COM IMUNOSSUPRESSÃO DEMANUTENÇÃO SEM CORTICÓIDEGARCIA, C. D.; BITTENCOURT, V. B.; SALLES, E.; GARCIA, V. D.HOSPITAL SANTO ANTONIO- SANTA CASA DE PORTO ALEGRE-FFFCMPA

Introdução: os corticosteróides são utilizados no tratamento imunossupressorapós transplante renal, apesar de estarem associados a consideráveis efeitos adver-sos, principalmente em crianças. Estudos retrospectivos têm mostrado que os cor-ticosteróides podem ser suspensos com sucesso após meses ou anos de transplante.Objetivo: investigar os efeitos de um protocolo de imunossupressão sem cor-ticóide na evolução do transplante renal em crianças, tanto na sobrevida como nascomplicações.Método: Dezessete crianças com média de idade de 9,0+4.9 anos(variação 2-17), submetidas a transplante renal receberam imunossupressão com-posta de daclizumab como indução e tacrolimus e micofenolato mofetil em dosesconvencionais como terapia de manutenção. Os critérios de inclusão forampacientes de baixo risco imunológico (primeiro transplante, reatividade ao painel<10%) e enxerto de doador vivo relacionado. O tempo de acompanhamento médiofoi de 13,8 meses (variação 3-26). Foram avaliados: função do enxerto e sua sobre-vida, episódios de rejeição aguda e crescimento. Todas as rejeições clínicas foramconfirmadas por biópsia. Resultados: Não houve perda de enxerto. Um total de 4(23,5%) crianças apresentaram um episódio de rejeição (Banff IA) nos primeiros6 meses. Todos os episódios responderam ao tratamento com metilprednisolona.Das 4 crianças que apresentaram rejeição aguda, em 3 foi incluída prednisona notratamento de manutenção. Uma das crianças permaneceu sem corticóide após otratamento da rejeição. Um paciente teve diarréia severa com micofenolato mofetile foi convertido para azatioprina e prednisona. A média de creatinina no terceiro esexto mês foi de 0.8mg/dl. O crescimento médio em das crianças pré-púberes quese mantiveram sem prednisona em seis meses (n=7) foi de 5.75 + 2.3cm (variaçãode 3,5 a 4,5cm). Nenhuma criança desenvolveu obesidade no período de segui-mento. Conclusão: O transplante renal sem a utilização de corticóide pode serrealizado com segurança num grupo selecionado de crianças, evitando efeitosadversos comuns como obesidade e déficit de crescimento.

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TRANSPLANTE RENAL PEDIÁTRICO EM UROPATIAS OBSTRUTI-VAS: 3 ANOS DE EVOLUÇÃO MENESES, R. P.; KOTSIFA, C. H.; SILVESTRE, L. C.; SILVEIRA, A. E.;CARMES, E. R.; SERVIÇO DE NEFROLOGIA, HOSPITAL PEQUENO PRíNCIPE, CURITIBA,PARANÁ.

I n t r o d u ç ã o : anormalidades estruturais do trato urinário (TU) causam 48,5% das insuficiênciasrenais crônicas (IRC) em crianças e estão associadas a bexigas pequenas, de baixa complacênciae com resíduo pós-miccional, o que exige abordagem terapêutica que recupere funcionalmente otrato urinário e garanta pressão de enchimento vesical egura para o enxerto. A ampliação vesicalcom segmentos destubularizados de intestino ou com ureteres dilatados é um procedimento cadavez mais seguro. Assim crianças com uropatias obstrutivas (UO) podem agora ser incluídas emprogramas de transplante renal após reconstrução/recuperação funcional do trato urinário.O b j e t i-v o : Este estudo foi delineado para comparar características clínico-demográficas e função esobrevida do enxerto em crianças com e sem UO e para descrever os desfechos em crianças comampliação vesical. M é t o d o : de 1990 a 2000, 68 pacientes foram transplantados no Serviço, 60(88,2%) com enxerto funcionante por período maior que 30 dias foram incluídas neste estudo decoorte histórica. e completaram 3 anos de seguimento até 31 de dezembro de 2003. Todos foramsubmetidos a avaliação urológica e estudo urodinâmico – cistometria e fluxometria, eletro-miografia, urofluxometria e medida do resíduo pós-micional. R e s u l t a d o s : não houve diferençana incidência de eventos adversos entre os 32 pacientes (51,6%) urológicos (35 transplantes) e os30 controles – pacientes sem uropatia- , exceto quanto ao número de infecções de trato urinário(ITU) (p=0,0004) e hidronefrose pós-transplante (p=0,0037). Entre os pacientes urológicos foramrealizadas 3 (8,6%) nefrectomias unilaterais e 29 (82,8%) bilaterais (p<0,0001), 13 (37,1%)ampliações vesicais (p=0,055) e 16 (45,7%) condutos urinários (p=0,631). No período anterior aotransplante esses pacientes foram tratados com cateterismo vesical (8,5%; p<0,0001) e de condu-to (42,9%; p=0,343), oxibutinina (45,7%; p=0,480) e uso profilático de antibióticos (62,9%;p=0,055). Após o transplante as complicações foram refluxo vesico-ureteral (14,3%,p<0,001);cicatriz renal (8,6%,p<0,0001); litíase (5,7%,p<0,0001); linfocele (4%,p<0,0001) e hidronefrose(25,7%,p<0,0001). Houve 21 (5 com óbito) perdas de enxerto, 10 (47,6%) em pacientes urológi-cos (2 óbitos). Ao final do 1o ano pós-transplante o clearence de creatinina foi de 89,68±42,03para os uropatas e de 97,83±29,13 para os não-uropatas (p=0,4114). Ao final do 3o ano foi de93,1±42,7 e de 72,9±28,73 (p=0,0542), respectivamente. C o n c l u s ã o : As crianças com uropatiaobstrutiva, após reconstrução e recuperação funcional do trato do urinário, apresentaram desfe-chos semelhantes aos das crianças com IRC de etiologia não urológica. A função do enxerto e astaxas de sobrevida do enxerto e dos pacientes foram independentes da condição urológica esemelhantes às divulgadas pelo “North American Pediatric Renal Transplant Cooperative Study”.O estudo demonstrou que, nesta série de pacientes, o transplante renal foi seguro e efetivo paracrianças com uropatia obstrutiva, o que depende de correção e recuperação funcional do tratourinário e de atendimento especializado que monitore a função vesical e garanta o diagnóstico eo tratamento imediatos de possíveis alterações de esvaziamento/pressão de enchimento vesical.

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TRANSPLANTE RENAL UTILIZANDO BELZER VS. HTK RESULTA-DOS INICIAIS DE UM ESTUDO PROSPECTIVO, RANDOMIZADO KLAUS, F.; KEITEL, E.; MEINE, M. H.; BITTAR, C.; GOLDANI, J. C.;D`ALMEIDA, P. B.; BRISOLARA, E. B.; SEELIG, D. C.; BITTAR, A. E. N.;GARCIA, V. D.COMPLEXO HOSPITALAR SANTA CASA DE PORTO ALEGRE

Introdução: Nos últimos anos, novas soluções para preservação de órgãos desti-nados a transplante tem sido usadas. Analisamos os dados iniciais do uso de HTKem transplante renal, comparando ao Belzer, em relação a necrose tubular aguda(NTA), função renal, rejeição e sobrevida enxerto.Métodos: Estudo prospectivo, randomizado, em que foram avaliados receptoresde rim de doador cadáver, de acordo com a solução de preservação em estudo.Entre Dezembro de 2002 e fevereiro de 2004, 50 receptores foram selecionados;sendo excluídos 12 ( 9 transplantes conjugados, 2 re-transplantes, 1 órgão destina-do a criança); finalizando 38 pacientes : 21 grupo HTK, e 17 grupo Belzer, ondeanalisamos a incidência de NTA, rejeição aguda (definida por biópsia renal),função renal (avaliada por creatinina nos meses 1/3/6/12) e sobrevida do enxerto.Resultados: Dos pacientes analisados, 20 eram do sexo feminino, a média deidade do doador era de 43 anos no grupo HTK e 50 anos no grupo Belzer, não apre-sentavam diferença significativa entre os esquemas de imunossupressão usados,tempo de isquemia fria (21 hs) e média de idade do receptor (47 anos). A incidên-cia de NTA pós-tx foi de 88,2% em pacientes que receberam Belzer e 57,1% emHTK (p=0,07). A funcão renal nos meses 1, 3 e 6 foi semelhante, no entanto, com1 ano de transplante, o grupo HTK apresentava creatinina=1,35 mg/dl (8pacientes) em média, e o grupo Belzer com creatinina=1,91 mg/dl (7 pacientes),com p=0,05. A sobrevida do enxerto em 3 meses foi de 94% grupo Belzer e 95%grupo HTK, com 1 ano de acompanhamento 84% grupo Belzer e 95% grupo HTK,sem diferença entre os grupos. A incidência de rejeição aguda foi de 64,7% grupoBelzer e 42,9% no grupo HTK.Conclusão: Os resultados avaliados neste estudo sugerem que o grupo de recep-tores de rins cadavéricos perfundidos com HTK, apresentam uma tendência amenor incidência de NTA e rejeição, com melhor função renal após 1 ano de trans-plante, comparativamente ao grupo Belzer.

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TRANSPLANTE SIMULTÂNEO DE PÂNCREAS E RIM: ANÁLISEUNICÊNTRICA SAITOVITCH, D.; GULLO NETO, S.; HARTMANN, M.; CARVALHO, J. E.;CARVALHO, J. M.; MUNARETTO, G.; COMPARSI, A.; POITEVIN, A.;D’AVILA, D.; TRAESEL, M.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RGS, HOSPITAL SÃOLUCAS

Objetivo: relatar a experiência de uma equipe de transplante renal e pancreáticoem hospital universitário, nos dois primeiros anos de atividade.Métodos: são descritos os resultados de transplantes simultâneos de pâncreas-rim(TxSPR), realizados no tempo acima descrito e comparados com dados da lite-ratura atual. Resultados: 27 TxSPR em pacientes diabéticos insulino-dependentescom insuficiência renal crônica terminal foram realizados em 24 meses. O tempomédio de acompanhamento foi de 12 meses. Foi empregado o esquema imunos-supressor quádruplo em todos os casos (indução/tacrolimus/MMF/prednisona).Em 24 pacientes a indução foi realizada com agentes biológicos anti-IL-2R. Foramverificados 6 casos de trombose pancreática, sendo 3 arteriais e 3 venosas. Asobrevida dos pacientes ao final do primeiro mês foi de 96,3% (1 óbito por sepse).A sobrevida dos enxertos pancreático e renal, ao final de 30 dias foi 82% (4 trom-boses e 1 óbito) e 89% (2 tromboses e 1 óbito), respectivamente. Sete pacientesforam a óbito no seguimento, sendo 2 deles por sepse, 2 por infecções oportunistas(CMV, TBC), 1 por evento cardiovascular, 1 por evento neurológico (anóxia pós-convulsiva) e 1 por causa não relacionada (trauma). A sobrevida dos pacientes aofinal de 24 meses foi 70,4% (8 óbitos). Considerando-se óbito com enxerto fun-cionante como perda de enxerto, a sobrevida pancreática em 2 anos foi de 59,2%e a renal foi de 66,7%, no mesmo período.Conclusão: Considerando-se que trata-se de população com elevada morbi-mor-talidade, os resultados encontrados são adequados quando comparados com dadosda literatura, principalmente por se tratar de programa em fase inicial de implan-tação.

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TRATAMENTO DE FISTULA URETERAL PROXIMAL SECUNDAREOA TROMBOSE DE ARTERIA POLAR INFERIOR COM NECROSE DEPELVE RENAL E URETER PROXIMAL EM RIM TRANSPLANTADO CALAZANS, C. A. C. CUNHA, R. R.; RIBEIRO, R. L. P.; PARDI, M.;CALAZANS, D. C.SERVIÇO DE TRANSPLANTE RENAL HOSPITAL MARCIO CUNHA (FSFX) IPATINGA-MG

O objetivo deste trabalho é discutir a conduta de fístula ureteral proximal pós transplanterenal. Relatamos o caso de paciente de 36 anos, que foi submetido à transplante renaldoador vivo parcialmente relacionado cujo rim transplantado apresentava presença deartéria polar inferior sendo detectado no período per transplante espasmo importante damesma, porém feito perfusão e cirurgia de bancada com anastomose látero-lateral (artériarenal – artéria polar inferior) com sucesso. Fez uso de esquema de imunosupressão trí-plice ( Prednisona, MMF e ciclosporina )Evoluiu satisfatoriamente sem intercorrências,quando no 5º dia pós transplante apresentou queda da diurese , hemoglobina ehematócrito com piora progressiva da função renal. Estudo cintilográfico, ultrassonográ-fico e biópsia renal ( feita no 6 dia pós tx ) evidenciaram quadro morfológico de necrosetubular aguda em fase de regeneração . Na 2ª semana pós transplante renal houve piorada diurese com acentuada distensão abdominal sendo visualizado pelo ultrasom presençade coleção líquida peri-renal e hematoma no interior da pelve renal que foi confirmadopela cintilografia renal mostrando presença de fístula ureteral proximal. Indicado trata-mento cirúrgico quando visualizamos necrose importante do assoalho da pelve renal eureter proximal ao nivel da junção e presença de hematoma obstruindo quase totalmentea luz da pelve . Realizado pieloureterostomia em ureter primitivo com implante de dup-lo J e desprezado ureter do rim transplantado. Trinta e seis ( 36 ) horas após tal proced-imento refez a fístula sendo novamente operado e realizado drenagem do espaço peri-renal ao nível do hilo com colocação de sonda de foley nº 18 que foi fixada à pele. Nãofoi manipulado a anastomose fistulizada .Vinte e um ( 21) dias após tal intervenção hou-ve fechamento completo da fístula ureteral proximal com diurese espontânea pela viafisiológica ( uretra ), sendo retirado a sonda de foley. Paciente recebeu alta com recuper-ação de função renal ( creatinina: 1,7 ) e do enxerto .Atualmente o paciente se encontraem ótimo estado geral com niveis de creatinina = 1,6 mg/dl e ureia = 48 mg/dl em usode esquema triplice de imunosupressão ( Pred + MMF + CSA ) levemente hipertensobem controlado com bloqueador dos canais de cálcio .A importancia deste relato visaabordar a conduta em casos de fistula ureteral alta uma vez que a fistula ureteral baixa ,ao nivel da bexiga apresenta quadro de fácil diagnóstico com conduta muito bem esta-belecida na literatura médica.

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TUMOR NEURO-ENDÓCRINO TRANSMITIDO ATRAVÉS DO TRANS-PLANTE RENAL COM DOADOR CADÁVER: RELATO DE CASODEBONI, L. M.;MOSQUETA, A. C. MACIEL, R. F.; GUTERRES, J.; LUZ FIL-HO, H.; ROST, C. A.; VIEIRA, J. A.; VIEIRA, M. A.; FRONZA, H.; HORN-BURG, B.; CÓRDOVA, G.; GOLDSCHMIDT, H.; BARONCELO, J.; IVANOR,A.; SHIOZAWA, M. B.FUNDAÇÃO PRÓ- RIM DE SANTA CATARINA, HOSPITAL MUNICIPALSÃO JOSÉ (JOINVILLE-SC) E CLÍNICA RENAL OESTE (CHAPECÓ-SC)

Introdução: A transmissão de neoplasia através do transplante de órgãos, é relata-da desde os primeiros procedimentos. O carcinoma primário de células renais otipo transmitido com mais freqüência, com incidência menor que 0,9%. Objetivo:Relatar a transmissão de carcinoma neuro-endócrino a partir de DC assintomático,para os dois receptores de rim. Os órgãos foram captados em Florianópolis, doadormasculino, 50 anos, vítima de acidente por arma de fogo. Os rins eram macro-scopicamente normais e foram implantados no dia 09/05/02, com +20 hs deisquemia fria. Imunossupressão com CsA, MMF e prednisona nos 2 receptores.Caso 1. G.G.C, masc, 44a, HD por 2 anos, tx em Joinville, evoluindo com dis-função do enxerto necessitando HD até o 11º PO, quando houve aumento dadiurese e queda da creatinina, recebendo alta com creatinina de 2,6 mg/dl. FRestável até o 4º mês PO, quando internou por elevação da creatinina (3,5 mg/dl).Bx renal mostrou alterações degenerativas tubulares, sem sinais de RCA. Evoluiucom piora clínica, com febre, piora da FR, crise convulsiva. A TAC de abdomemostrou borramento da silhueta renal e nódulo hepático. Laparotomia detectoumassa renal hilar, com infiltração dos tecidos adjacentes e nódulo hepático. Odiagnóstico AP foi de tumor de pequenas células, sugestivo de carcinoma neuro-endócrino. O paciente evoluiu com óbito no 5ºPO. Caso 2. G.P., fem 32a, em HDhá 2 anos, realizou Tx em Chapecó, fístula urinária no POI, com reintervençãocirúrgica, evoluindo com queda da creatinina. No 11ºPO, Bx renal com alteraçõesdegenerativas tubulares e RCA. Recebeu pulso com SM 1g/3 dias. Nova Bx no 20ºPO, com melhora da RCA, recebendo alta. Manteve FR estável (cr=1,8mg/dl) noambulatório. No 5º mês pós tx, internou por disfunção renal (cr=3,5 mg/dl). Bxrenal, com laudo preliminar de “neoplasia maligna”. Realizada nefrectomia. TACcontrole de abdome com nódulo hepático e processo expansivo em FID e ade-nomegalias no recesso pélvico. Recebeu Qtx, estando, livre de doença 24 mesesapós o tx. Discussão: A transmissão de neoplasia, apesar de rara, pode ocorreratravés do tx renal, como neste caso, onde células metastáticas circulantes foramimplantadas com os órgãos doados.

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TRIAGEM PARA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DO FTY720 COM ACICLOSPORINA (CsA) EM PACIENTES RECEPTORES DE TRANS-PLANTE RENALH. TEDESCO-SILVA, J. M. KOVARIK, A. SKERJANEC, A. ZIMMERLIN, B.D. KAHAN, , G. J. RIVIERE, R. SCHMOUDER.HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO, SÃO PAULO, BRASIL; NOVARTISPHARMACEUTICALS, BASEL, SWITZERLAND AND EAST HANOVER,NJ; UNIVERSITY OF TEXAS MEDICAL SCHOOL, HOUSTON, T;

Drogas usadas no transplante têm interação com a CsA por competição no metabolismovia CYP3A4, extrusão celular via glicoproteína P, ou clearance biliar. Novos imunossu-pressores, como o FTY720, devem ser avaliados tanto in vitro quanto clinicamente parao potencial de interação com a CsA. Estudos in vitro: Estudos in vitro indicaram que oFTY720 tem baixo potencial de reduzir o clearance de substratos do CYP3A4 nas con-centrações sangüíneas terapêuticas. Estudos de Crossover transplantados renaisestáveis: 67 pacientes recebendo CsA foram randomizados para receber placebo (n = 15)ou doses crescentes de FTY por 1 mês. As doses de CsA foram mantidas inalteradasdurante o estudo. As concentrações de CsA no dia 28 (C0, C2, Cmax, e AUC) não foramdiferentes daqueals do dia 0, comparando as diferentes doses de FTY com placebo (p =NS). A AUC do não mostrou correlação com a AUC de CsA no dia 28 (r = 0.16, p =0.27) indicando que as exposições das drogas foram independentes entre si.

Grupo Dia C0 (ng/ml) C2 (ng/ml) Cmax (ng/ml) AUC (ng.h/ml)FTY720 0 180±73 817±316 1046±356 4579±1349

FTY720 28 185±78 875±334 1047±340 4633±1435

Placebo 0 162±58 834±226 1093±284 4493±937

Placebo 28 204±178 917±297 1141±344 4629±1453

Pacientes receptores de transplante renal de novo: 208 pacientes foram randomizadospara receber FTY 0,125 mg/d (n=41), 0,25 mg/d (n=41), 1,0 mg/d (n=38), ou 2,5 mg/d(n=38) ou MMF (n=50) por 3 meses pós-transplante. Um total de 2.306 níveis de CsA foirealizado em 13 visitas. Não houve diferença entre as doses ou níveis de CsA nospacientes tratados com FTY e MMF durante o estudo (p = NS). Os níveis na semana 1 eaos 3 meses foram de 327±157 e 259 ±174 ng/ml nos pacientes tratados com FTY vs. 291±136 e 247 ±148 ng/ml no grupo MMF. C o n c l u s õ e s: Não foram observadas influênciasrelevantes do FTY na farmacocinética da CsA seja in vitro ou nas avaliações clínicas.

Page 27: P-110 P-111...ceratina (marcador epitelial), vimentina (marcador mesenquimal) e µSMA (mar - cador de miofibroblasto). O depósito de colágeno (PS) e o µSMA foram quantifi - cados

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USO DE SIROLIMUS EM TRANSPLANTE RENAL PEDIÁTRICO GARCIA, C. D.; BITTENCOURT, V. B.; SALLES, E.; GARCIA, V. D.HOSPITAL SANTO ANTONIO- SANTA CASA PORTO ALEGRE- FFFCMPA

Introdução: o aparecimento de novas drogas imunossupressoras tem permitido,cada vez mais, a individualização dos esquemas de imunossupressão. O uso desirolimus em pediatria parece promissor, não só pela ausência de nefrotoxicidade,mas por ser um imunossupressor potente e com boa tolerância.Objetivo: relatarexperiência com uso de sirolimus em crianças submetidas a transplanterenal.Método: Foram estudadas 12 crianças submetidas a transplante renal noperíodo de 1991 a 2003. A média de idade no momento do uso da rapamicina foide 13,1 + 5,3 anos. O doador foi vivo em 42%. A dose inicial de sirolimus foi de1,5 a 2,0 mg/dia, em dose única (ajuste para nível sérico 5-10ng/ml). A dose médiade manutenção foi de 2,2 mg (variação de 1,5 a 3mg).Resultados: o sirolimus foiutilizado como imunossupressão inicial em 2 pacientes devido a hipersensibiliza-ção e doença fúngica pulmonar pré-transplante. Estes pacientes evoluiram bem enão apresentaram rejeição. Os demais pacientes foram convertidos para sirolimuspelos seguintes motivos: neoplasia (n=4), resgate de rejeição aguda (n=3), rejeiçãocrônica (n= 1), nefrotoxicidade (n=1) e diabete (n=1). Os pacientes com neoplasia(2 com doença linfoproliferativa pós-transplante, 1 com leiomioma de vesícula e 1com neoplasia genital secundária HPLV) estão todos bem, utilizando esquemaduplo com sirolimus e prednisona, sem recidiva do tumor e sem rejeição com umaevolução média de 24 meses (6-48 meses). Em 3 pacientes com rejeição aguda foitentado resgate, 2 responderam com retorno da creatinina aos níveis basais. Opaciente com nefrotoxicidade recuperou função renal usando sirolimus emicofenolato sódico. A paciente com diabete secundária a tacrolimus normalizoua glicemia utilizando sirolimus associada a MMF, sem prednisona. O pacientecom rejeição crônica (creatinina= 3,0 mg/dl) segue perdendo função renal e piorouda proteinúria ao ser suspensa a ciclosporina.Conclusão:Nossos resultados pre-liminares sugerem que o sirolimus foi benéfico como imunossupressão em cri-anças, nestes casos especiais.

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UTILIDADE DAS BIÓPSIAS DE VIGILÂNCIA DE TRANSPLANTESRENAIS COM DISFUNÇÃO INICIAL. SILVA, D. M. ;GARCIA,, J. P.; RIBEIRO, A. R.; GHELLER, A.; VERONESE,F. J.; GONÇALVES, L. F.; MANFRO, R. C.

Introdução: A biópsia renal percutânea (PBR) é utilizada como padrão-ouro parao diagnóstico das disfunções do enxerto pós-transplante renal. Neste estudo obje-tivou-se avaliar a utilidade da PBR em pacientes cujos enxertos renais não apre-sentem função inicial o nos quais são executadas biópsias de vigilância. Avaliou-se então a concordância/discordância entre a impressão clínica inicial, registradaantes da PBR, e o diagnóstico anátomo-patológico.Métodos: Foi utilizado o registro de biópsias renais em rins transplantados esta-belecido em nossa instituição, de forma prospectiva, desde janeiro de 1991. Noregistro constam basicamente os dados de identificação do paciente, indicação daPBR e impressão clínica diagnóstica da equipe de atendimento, registrada obriga-toriamente antes da PBR, segue-se então a avaliação da representatividade, resul-tado histopatológico e a conduta por ele gerada.Resultados: Foram registradas até maio de 2004 652 PBRs. Destas, 338 (52,3%)foram realizadas por disfunção inicial do enxerto (biópsias de vigilância), 218(33,7%) por disfunção aguda do enxerto, 67 (10,4%) por disfunção crônica e 29(3,6%) por outras razões. Das PBR realizadas por disfunção inicial do enxerto,55,2% foram feitas em pacientes masculinos, a média de idade foi de 40,2 ± 12,7anos. A impressão clínica inical foi: necrose tubular aguda (NTA) 45,6% (n=154),rejeição aguda 42,9% (n=145), nefrotoxicidade por inibidores da calnineurina2,7% (n=9), necrose de coagulação 6,8% (n=23), pielonefrite aguda 0,9% (n=3).Observou-se uma concordância de 67,4 % para impressão clínica inicial de NTAe 44,2% para rejeição aguda, quando comparado com os resultados anátomo-patológicos. Globalmente os resultados das biópsias diferiram das impressõesclínicas em 51% dos casos, gerando novas condutas terapêuticas em 54%. C o n c l u s ã o : Estes resultados demontram que a PBR permanece um método indis-penável no manejo do paciente transplantado renal com disfunção inical do enxerto.

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VARIÁVEIS PREDITORAS DE SOBREVIDA DE ENXERTOS EPACIENTES RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL.PERES, L. A. B.; DELFINO, V. D. A. ANN, H. K; CAMARGO, M. T. A.;ROHDE, N. R. S.; USCOCOVICH, V.UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ/RENALCLIN

Introdução: O objetivo deste trabalho é determinar quais os fatores de maiorrelevância para a sobrevida de enxertos e pacientes transplantados renais na cidadede Cascavel-PR.Métodos: Foram estudados retrospectivamente todos os 188 transplantes renaisrealizados nos Serviços de Transplante Renal do Hospital Policlínica Cascavel edo Hospital Nossa Senhora da Salete no período de setembro de 1985 a março de2001, sendo 177 transplantes primários e 11 retransplantes. O sexo masculino pre-dominou entre os receptores (61,2%), assim como a raça branca (91,5%). A idademédia do receptores foi de 36,1 + 11,5 anos. Quanto ao tipo de doador, 55 foramvivos idênticos (DVI), 87 vivos não-idênticos (DVNI) e 46 cadáveres (DC). Foirealizada análise multivariada utilizando-se o Modelo de Regressão de Cox dasvariáveis tipo de doador (DVI, DVNI e DC), idade do receptor (< ou > 40 anos),tipo de imunossupressão (duplo ou tríplice), tempo de diálise (< ou > 1 ano), pre-sença ou não de rejeição aguda (RA) e de necrose tubular aguda (NTA). Em todosos testes adotou-se o nível de significância de 5%.Resultados: As variáveis que tiveram influência negativa na sobrevida do enxer-to, incluindo-se todas as perdas foram idade do receptor maior que 40 anos, pre-sença de NTA e de RA. As variáveis que tiveram influência negativa na sobrevi-da do enxerto, censurando-se o óbito com rim funcionante, foram a presença deNTA e de RA. As variáveis que tiveram influência negativa na sobrevida dopaciente foram DC, idade maior que 40 anos e presença de NTA.Conclusão: As variáveis preditoras de má evolução dos enxertos e pacientes estãoem concordância com os dados da literatura.

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USO DE DUAS DOSES DE DACLIZUMAB EM TRANSPLANTE RENALPEDIÁTRICO GARCIA, C. D.; BITTENCOURT, V. B.; SALLES, E.; HERTZ, F.; CARAVER,F.; WEBER, F.; GARCIA, V. D. HOSPITAL SANTO ANTONIO- SANTA CASA DE PORTO ALEGRE-FFFCMPA

Introdução: O uso de daclizumab, num total de cinco doses com intervalo de 2semanas, reduz o índice de rejeição aguda em transplante renal. O tempo de trata-mento estende-se por 8 semanas, requerendo a necessidade de infusõesendovenosas repetidas, o que constitui um problema, do ponto de vista prático. Foitestado um esquema mais curto, com somente 2 doses. Objetivo do estudo: determinar a segurança e a eficácia de um esquema com 2 dos-es de daclizumab em receptores pediátricos de transplante renal, através de estudoprospectivo.Método: o estudo foi realizado em um centro de transplante pediátrico, comesquema de imunossupressão baseado em tacrolimus e MMF, combinado comduas doses de daclizumab (2 mg/kg nos dias 0 e 14). Dois pacientes receberamrapamicina (2mg/dia, nível 5-10ng/ml) substituindo o MMF. A dose de MMF foide 600mg/m2/dia e a de tacrolimus foi ajustada pelo nível sérico (trough level 10-15ng/ml nos primeiros 90 dias, e posteriormente 5 ng/ml). Um total de 16pacientes foram incluídos no estudo. O doador foi cadavérico em 5 pacientes(31%) e um receptor de enxerto de doador vivo era retransplante. A média de idadefoi de 8,4 anos (variação 2-14). Nove receptores (primeiro transplante, doadorvivo, com reatividade ao painel 0%) receberam um esquema de imunossupressãosem corticóide. Resultados: 2 (12%) pacientes apresentaram episódio de rejeição aguda (BanffIA), ambos reverteram com metilprednisolona. Retardo em recuperar a funçãorenal (ausência de redução espontânea de creatinina no dia 1) foi observado emuma criança (6%). A sobrevida do paciente e do enxerto foi de 100% em 6 meses.A média da creatinina no sexto mês foi de 0,8 mg/dl. A incidência de doença porCMV foi de 31% (não realizamos profilaxia).Conclusões: O protocolo de imunossupressão de indução com duas doses dedaclizumab, tacrolimus e MMF ou rapamicina, resultou em reduzido número deepisódios de rejeição aguda e excelente função do enxerto e sobrevida do paciente.

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VASCULITE LEUCOCITOCLÁSTICA EM TRANSPLANTADO RENALPORTADOR DO VHC PAULO ROGERIO DE RESENDE MOREIRA, LAIS ELIANE LOURES PE-RALVA, ANTONIO CARLOS GUEDES ALMAS, ADRIANA PASCINI BRE-GA, FLAVIO DE OLIVEIRA MARQUES, GUSTAVO FERNANDES FER-REIRA, SEBASTIÃO FERREIRA.CENTRO DE TRATAMENTO DE DOENÇAS RENAIS ( CTDR) – SANTACASA DE MISERICÓRDIA DE JUIZ DE FORA - MG

Apresentamos um caso de paciente do sexo feminino, 50 anos, portadora de IRCTsubmetida à Tx renal doador vivo relacionado (filha) em outubro de 2000, após 36meses de HD, tendo como antecedente VHC. Teve como imunossupressão inicialesquema tríplice (Ciclosporina, Azatioprina e Prednisona), recebendo ainda profi-laxia com SMX-TMP e nitrofurantoína, este após ITUs de repetição. Evoluiu semintercorrências no pós-Tx atingindo creatinina de 1,2mg/dL no quinto dia. Noquarto mês pós-TX apresentou quadro de artralgia intermitente com predomínioem membros inferiores associado à dispnéia aos moderados esforços. Após 14meses de TX apresentava mialgia intensa, prurido e queimação em MMII, evoluin-do com lesões eritematosas e purpúricas com áreas de descamação periférica, bor-das bem definidas, nódulos subcutâneos em face medial da coxa associado ema-grecimento de aproximadamente 6 Kg. Apresentava como exames comple-mentares: Ht 36,2, creat. 1,9, crioglobulina positiva, HCV RNA 618.000, FANnegativo, C3 e C4 normais, ANCA negativo, urina I ( EAS) normal , VDRL e FTAAbs negativos, CPK e DHL dentro dos limites da normalidade, TSH 84,6 comanti-TPO e anti tireoglobulina negativos. Ao USG de Abdome apresentava discre-ta hepato-esplenomegalia. Realizado então biópsia de pele que revelou vasculiteleucocitoclástica com trombo fibrinoso ocluindo a luz vascular. Optado ainda pelabiópsia renal demonstrando atrofia tubular, expansão glomerular e espessamentoarteriolar. Concluindo este é um caso de uma paciente transplantada renal comquadro de vasculite cutânea leucocitoclástica crioblobulinêmica secundário a vírusC, associado GNMP e hipotireoidismo. O presente relato ilustra a necessidade deestarmos atentos às manifestações extra hepáticas da infecção pelo vírus dahepatite C, já que a prevalência desta infecção na população de transplantadosrenais é relativamente alta.