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Especial EDUCOMUNICADOR, Muito Prazer! Universidade de São Paulo lança curso de Educomunicação no próximo vestibular da Fuvest educação vestibular projetos compartilhar escrever comunicação informação tecnologia audiovisual Foto: Paulo Pepe

P o u EDUCOMUNICADOR, M - cca.eca.usp.br · Pereira, simone nascimento, sonia Regina, Vânia correia e Vivian Ragazzi, ... conheça um pouco da prática de trabalho dos educomunicadores

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Revista Viração • Ano 8 • Edição 64 9Revista Viração • Ano 8 • Edição 63 29

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“o curso da usP é o reconhecimento da luta do movimento social pelodireito à comunicação. nesse sentido, fiquem tranquilos todos os que jáestão na área, exercendo funções educomunicativas na mídia, na educaçãonão formal e nas organizações sociais. o licenciado em Educomunicaçãovirá para somar e ocupar espaço onde o diploma se fizer indispensávelcomo ocorre no exercício do magistério (ensino médio), em atividadesjunto ao poder público (ministérios e secretarias) e em consultorias

especializadas no terceiro setor, em funções que exigem formação acadêmica específica.”

Ismar de Oliveira Soares é o chefe do departamento de comunicação e Artes da EcA/usP,responsável pelo lançamento da licenciatura em Educomunicação da EcA/usP

Especial

Profissional do futuro

Você que está prestes a terminar o Ensinomédio e está meio perdido, pois aprofissão dos seus sonhos parece ainda

não existir, já pode se informar sobre umnovo campo de trabalho: a Educomunicação.no próximo vestibular da Fuvest, você já vaipoder concorrer a uma vaga ao cursonoturno de licenciatura em Educomunicaçãocriado pela Escola de comunicações e Artesda universidade de são Paulo.

Educomunicação é nosso jeitinho de secomunicar educando, ou seja, quandoescrevemos, falamos ou fazemos algo com aintenção de mostrar, ensinar, trocarinformações com alguém, garantindo odireito que todos nós temos à comunicaçãoe à informação.

Há muita gente que já trabalha comEducomunicação. A secretaria municipal de

são Paulo, por exemplo, abriu um edital em2009 para contratar pessoas para o cargo deeducomunicador. o Fundo das nações unidaspara a infância (unicef) adotou aEducomunicação como metodologia deformação de adolescentes em uma iniciativachamada Plataforma dos centros urbanos. oprograma de ensino a distância mídias naEducação, do ministério da Educação, abreespaço para a discussão sobre Educomunicaçãoentre os milhares de professores participantes.

mas, afinal, o que faz um educomunicador?Essas perguntas estão respondidas pelosprofessores que vão dar aulas na licenciatura emEducomunicação e também por pessoas queatuam como educomunicadores. toda aprodução deste caderno especial contou com aparticipação de adolescentes de diferentescomunidades de são Paulo.

O que faz um educomunicador? Saiba mais sobre a profissão nas próximas páginas

EstE EsPEciAl Foi PRoduzido dEFoRmA colAboRAtiVA PoRAdolEscEntEs comunicAdoREs,EducomunicAdoREs E PRoFEssoREsdA usP

Escola de Comunicações e Artes/USP Professores doutores Adilson citelli,ismar de oliveira soares, RicardoAlexino Ferreira, Roseli Figaro e ViníciusRomanini Viração EducomunicaçãoAlan Vieira da silva, Alison cordeiro,cássio de Goes, Kariny sopranzi,leonardo belo e sílvia Ariel,adolescentes comunicadores daPlataforma dos centros urbanoscamila Andrade, thaís Vidal, doVirajovem são PauloAna Paula marques, carol lemos,cristina sayuri, danilo Asevedo, douglas lima, Elisangela nunes, Eric silva, Gisella Hiche, izabel leão,lilian Romão, luciano de sálua, maria Rehder, maurício silva, micaelacyrino, norma lemos, Paulo lima,Rafael lira, Rafael stemberg, sâmiaPereira, simone nascimento, soniaRegina, Vânia correia e Vivian Ragazzi,da equipe Viração

os depoimentos dos entrevistadospodem ser conferidos na íntegra emwww.viracao.org

Expediente:

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Conheça o curso de EducomunicaçãoPor ser mais um curso que a usP oferece, para ingressar na licenciatura em

Educomunicação é necessário passar no vestibular da Fuvest. nas atividadesteóricas, o aluno conhece as teorias da comunicação e da Educação; aepistemologia da Educomunicação (teoria do conhecimento); a gestão dacomunicação. Em aulas práticas, poderá ter contato com a produção das diferentesáreas midiáticas e os processos comunicacionais. o perfil desejado do graduando éque ele tenha interesse pelas áreas de comunicação social e afins e a área deEducação, no sentido de pensar constantemente a interseção entre mídia eprocessos educacionais.

“minha disciplina no novocurso será Práticaslaboratoriais em multimídia:fundamentos teóricos. Eladiscute os fundamentos dacomunicação em ambienteseducomunicativos a partir deuma visão sistêmica e complexa. introduzconceitos ligados à teoria da informação, da teoria do sistemas e da cibernética paramostrar como aparelhos, dispositivos e meios decomunicação transmitem informação e produzemum campo de possibilidades de significação."

Vinícius Romanini, jornalista, doutor em ciências dacomunicação, é professor da disciplina Práticaslaboratoriais em multimídia: fundamentos teóricos

Adilson Odair Citelli, doutor em literatura brasileira, é professor de linguagem Verbal nosmeios de comunicação

Roseli Figaro, jornalista, doutora em ciências da comunicação, com pós-doutorado na área decomunicação e trabalho. Ela é professora da disciplina Epistemologia da Educomunicação

"no curso de licenciatura em Educomunicação, atuarei em duasfrentes: na preparação do profissional para o trabalho com alinguagem verbal, sobretudo capacitando-o a percebê-la comofundamento das relações sociais, utilizando-a em seus diferentesníveis e normas; e em disciplinas voltadas às práticaseducomunicativas seja no âmbito do desenvolvimento de projetos,seja no âmbito do aperfeiçoamento temático e conceitual na áreaespecífica da comunicação."

“A implantação desta licenciatura se reveste de importância porvárias razões. Revela o caráter pioneiro da usP, da EcA e do ccA, noreconhecimento das demandas sociais evidenciadas por um mundoem transformação. indica a abertura de espaço de formaçãoprofissional, pesquisa, docência, prestação de serviços à comunidade,sintonizado com a perspectiva de que no mundo contemporâneoexistem novas formas de produção, circulação e recepção do

conhecimento e da informação. materializa o empenho de educadores que se envolveramna criação deste curso animados pela ideia segundo a qual é cada vez mais difícil pensarnos desafios da educação sem considerar os processos de comunicação.”

Licenciatura em Educomunicação

Início do curso: 1º semestre de 2011

Duração: 8 semestres (4 anos)

Número de vagas: 30 (período noturno)

Inscrições para a Fuvest: 27/08 a

10/09, pela internet: www.fuvest.br

Mais informações sobre o curso:

http://www.cca.eca.usp.br/educom

Revista Comunicação & EducaçãoA Revista comunicação & Educação, editadapelo curso de Gestão do departamento decomunicações e Artes numa parceria comas Edições Paulinas, é a fonte mais lembradapelos pesquisadores da comunicação social de todo oPaís em suas dissertações e teses e uma referência teórica na área.sob a coordenação de maria Aparecida baccega, maria cristina costa e Adilson odair citelli, a revista divulga resultados de pesquisas, relatosde experiências e textos de reflexão de especialistas internacionais enacionais. É reconhecida como o veículo que mais ajudou asistematizar as referências em torno do conceito e das práticaseducomunicativas em todo o País. Ver mais:www.eca.usp.br/comueduc. Escola de comunicação e Artes EcA/usP

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Especial

Mercado de Trabalho

Fazer rádio, escrever, mobilizar pessoas.soa como função de jornalista, certo? sim,mas imagine fazer tudo isso de formaparticipativa, com o objetivo de educar oufazer a diferença na vida das pessoas,garantindo que elas não só recebam ainformação, mas também se comuniquem.conheça um pouco da prática de trabalho doseducomunicadores e veja se você se identificacom algum deles!

Educação com autoriamarcílio Rocha é mestre em Educação,

doutorando em difusão do conhecimento,consultor de novas mídias e assessor decomunicação de uma empresa estatal.marcílio foi um dos responsáveis, em 2007,pela criação do departamento deEducomunicação da secretaria Estadual deEducação da bahia. marcílio também é um dosidealizadores do projeto cinemação, quepromove a produção de filmes feitos comcelulares na escola.

“comecei a trabalhar com sindicatos,associações, assessoria de parlamentares etornei-me também professor dos cursos de Jornalismo e Pedagogia. Percebi que a educação é um dos campos parafertilizarmos mudanças.”

Comunicação na sala de aulaAlexandre sayad atua como secretário

executivo da Rede de comunicação, Educaçãoe Participação (cEP), criada em 2004. sayadtambém atuou como coordenador de projetosde Educomunicação integrados ao currículo de escolas privadas de são Paulo, como o colégio bandeirantes, onde, por exemplo,sayad ministrou um curso de pré-jornalismopara alunos do Ensino médio.

“não consigo pensar em produzircomunicação ou fazer educação de umaforma pura, porque uma precisa da outra. A Educomunicação bem planejada podeoferecer uma oportunidade para que a escolavolte a ter importância na vida de uma criançaou jovem. É um respiro na educação formal.”

“Ao iniciar minhavinculação profissionalcom a Agência denotícias dos direitos dainfância (Andi), entreiem contato com açõesligadas à educação paraa mídia, várias delas no campo daEducomunicação. A prática cotidiana me fezreconhecer a importância de incentivar odesenvolvimento de uma crítica dos conteúdosmidiáticos desde os primeiros anos de vida – sejapor meio de iniciativas ligadas à educação formalou de oportunidades extracurriculares. É nessesentido, também, que hoje a Andi inclui asestratégias de educação para a mídia entre ostemas prioritários quando se discutem as políticaspúblicas de comunicação.”

“o curso pode seruma grande chancede formar pessoascapazes de trabalharcomunicação emsala de aula. tiveformação bemtradicional de jornalista e chegou um momento emque achei que não deveria só informar, mas sim usara comunicação de forma educativa. comecei a escrever livros a partir de reportagens minhas que foram usadas em escolas.”

Gilberto Dimenstein é membro do Conselho

Editorial da Folha de S. Paulo e criador da ONGCidade Escola Aprendiz (www.aprendiz.org.br)

Veet Vivarta, secretário-executivo da Agência de

Notícias dos Direitos da Infância (www.andi.org.br)

Alexandre sayad com os alunos

do colégio bandeirantes

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Guilherme Canela,consultor da Unesco(www.unesco.org.br)“não é um campo tãonovo. As práticasdatam de mais de 60 anos, desde quea comunicação de massa começou a ganharforça. Esse campo (Educomunicação) vêmganhando importância nas últimas décadas porconseguir fazer com que as pessoas realmentegarantam o que eu chamo de direito àcomunicação. minha trajetória profissionalsempre buscou melhorar a relação da mídiacom a garantia dos direitos humanos.”

“tenhogranderespeito porprofessoresque trabalhamnesta área,sempre

trazendo esse viés educativo. Acho muitopositivo quando se vinculam esses dois pontospara chamar a atenção. não é uma novaforma, trata-se de uma consciência educativade se fazer comunicação.”

Onde atuar?na escola, o educomunicador pode introduzir a comunicação, estimulando os

alunos a organizar, discutir, produzir e avaliar conteúdos, utilizando como ferramentarevistas, jornal, rádio, vídeo, blog e outras tecnologias.

Educomunicador é o profissional que assessora, implementa e executa projetosque buscam utilizar a comunicação e tecnologias da informação de uma maneiraeducativa. desta maneira atua em empresas privadas, escolas, onGs e no poderpúblico. Além disso, o educomunicador pode trabalhar junto as empresas decomunicação. o educomunicador consultor atuará também como pesquisador,investigando a qualidade educativa nos meios de comunicação e a relação entre osmeios de comunicação e o público.

Direto da escola públicaRodrigo Koprowski é formado em Educação Física e pós-graduado em ciências

da Atividade Física. trabalha no centro Educacional unificado (cEu) Parque sãocarlos, em são Paulo (sP), onde desenvolve diferentes programas deEducomunicação. Educadores e educandos contribuem para a produção deprogramas para a “Rádio tV cEu”, de textos para o “Jornal Gazeta clarear” e tambémpara o “blog da Educomunicação”.

“A Educomunicação na escolavisa uma sociedade que prezavalores essenciais na construçãode um mundo de paz. conheci oProjeto Educomunicação no cEue vi a alegria das crianças com omicrofone, gravador, e asatisfação delas a cada edição.infelizmente, muitos vivem o'pré-conceito' da qualidade daeducação, porque não conhecema iniciativa e criatividade dosprojetos e dos profissionais”.

“Estudei Jornalismo porque queriainteragir com todo tipo de pessoa eporque queria que essa interaçãopudesse fazer diferença na vida delas.Foi então que comecei a trabalhar naFundação odebrecht e no liceu deArtes e ofícios da bahia, onde realizavaoficinas com adolescentes para queproduzissem jornais, cartazes, sobre temas importantes para sua vida.mais adiante, fundei a cipó - comunicação interativa, ondedesenvolvemos metodologias de Educomunicação para melhorar acobertura da mídia sobre os direitos da infância e adolescência, aqualidade do ensino-aprendizagem em escolas públicas, a formação einserção de jovens no trabalho, a participação política e para que osjovens promovessem o desenvolvimento de suas comunidades. muitasdessas experiências vieram comigo para o unicef e influenciaram ametodologia da Plataforma dos centros urbanos.”

Eugênio Bucci, jornalista e professor da ECA/USP

Anna Penido, coordenadora do escritório do Fundo das Nações

Unidas para a Infância (Unicef) em São Paulo (www.unicef.org.br)

Rodrigo e alunos do cEu Parque são carlos

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Especial

De jovem para jovemEric silva, de 19 anos,

trabalha na ViraçãoEducomunicação comoeducomunicador. seu primeirocontato com o tema foi na 7aªsérie, por meio do projetoEducom.Rádio (desenvolvido pelasecretaria municipal deEducação e pelo ncE da usP,capacitando cerca de 12 milpessoas em atividadeseducomunicativas em escolas da rede públicamunicipal de são Paulo), quando aprendeu a produzirpequenos programas radiofônicos.

“mobilizamos adolescentes e jovens por meio detelefonemas, e-mails e redes sociais para pensar nosconteúdos da revista e do portal da Vira e possíveisações nas regiões onde vivem. outra atividade são asformações que damos para os adolescentes quecolaboram com a Viração. Vejo que o papel doeducomunicador é muito importante para a sociedade,porque ele tem a função de construir coletivamentemuitos conhecimentos por meio das ferramentas dacomunicação.”

Eric Silva, educomunicador da ViraçãoEducomunicação (www.viracao.org) e estudante deCiências Sociais

“o conceito que se tem quandofalamos de Educomunicação é autilização de metodologias quearticulem a educação pelacomunicação. na cataventocomunicação e Educação (onG queatua com o desenvolvimentohumano e local por meio depráticas de comunicação e educação, em Fortaleza (cE),desenvolvemos projetos que buscam fazer essa ligação entreas duas áreas. um dos projetos que a gente desenvolve é orádio-escola, na perspectiva de considerar o rádio comoambiente de aprendizagem sociocultural.”

“A Educomunicaçãorepresenta um campo fértilpara se refletir criticamentee trabalhar com os meios,processos e ações decomunicação tendo comomissão maior atransformação socioambiental. É aprender fazendocomunicação de forma colaborativa e à base da gestãodemocrática. isso porque cada processo comunicativo é por si só educativo, envolve aprendizagem e ensinamento,compartilhamento de saberes, prazeres e fazeres.”

“A Educomunicação nocontexto das empresas, dasinstituições, tem muito a vercom o processocomunicacional. Para aspessoas mudarem decomportamento, é muito difícil.Produzem da mesma forma há muitos anos. mas, com ainovação tecnológica, são necessárias mudanças. É precisoque quem está emitindo a informação cheque se a informaçãochegou, se foi entendida, aceita e se virou um processo para atransformação. tem a ver também com a questão dosrelacionamentos e a humanização no mercado de trabalho,sendo voltada para mudanças qualitativas. É um trabalho queexige muita paciência, que exige que você deixe ser ditador ese transforme em um ouvinte, para estabelecer o diálogo”.

“na Rede municipal de Ensino desão Paulo, a Educomunicação édesenvolvida pelo programa nasondas do Rádio, que oferece aosalunos a oportunidade de seexpressar utilizando tecnologias.A escola se comunica mais emelhor com a comunidade e os estudantes se tornamprotagonistas do conhecimento”.

Paulo Nassar, jornalista, coordenador de Relações Públicas da ECA-USP e diretor-geral da Associação Brasileira de ComunicaçãoEmpresarial (Aberje)

Alexandre Schneider, secretário municipal de Educação

de São Paulo

Paulo Lima, diretor executivo da Viração Educomunicação(www.viracao.org)

Edgard Patrício, jornalista pós-graduado em Educação, articulador

institucional da Catavento Comunicação e Educação(www.catavento.org.br)

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Experiências em Educomunicação, ComunicaçãoEducativa ou Educação para a Comunicação, comosão conhecidas em alguns países, estão rolandoem diversos lugares do mundo. Inspire-se com oque a galera anda fazendo!

Angola“A Educomunicação é uma forma de darmos voz e vez a

crianças e adolescentes para poderem dizer o que pensam elevarem suas preocupações a quem é de direito”.

Anabela Pacheco, jornalista da Rádio Nacional de Angola, érealizadora do programa “Rádio Piô”, existente há 27 anos e queconta com a participação de crianças e adolescentes comocorrespondentes em todo o país abordando assuntos ligados àeducação, saúde, lazer e direitos.

Cuba“Em nossas sociedades, centradas no

adulto, uma pluralidade de vozespermanece silenciada ou deformada. Asvozes da infância e da juventude sãoparte desse grande coro de ausentes.concebo a Educomunicação como a

gestão de ecossistemas comunicativosque geram espaços para o exercício da liberdade de

pensamento, opinião e expressão de setores que têm sido consideradoscomo objetos e não sujeitos de direitos”.

Pablo Ramos é coordenador da Rede Universo Audiovisual da Criança

Latino Americana (Red Unial), em Cuba, projeto que possibilita a gestão

por crianças e adolescentes de processos participativos de comunicação.A experiência, iniciada em1995, tem como centro a realização de oficinas

de criação audiovisual nas quais se incentiva um processo deobservação– reflexão-apreciação-expressão criadora que utiliza, como

fio condutor, os problemas identificados pelas próprias crianças e

adolescentes. As oficinas terminam com a realização de documentárioscurta-metragem que são exibidos e debatidos na comunidade.

Pelo mundo afora

Chile“A Educomunicaçãoé a chave paraqualquer processode aprendizagem,entendendo-acomo um

processo que é social e colaborativo que necessita

dos outros, é para os outros e com os outros”.

Ricardo González desenvolve no Chile, desde 1999,

o programa de TV “Pintacuentos”, no qual um contotradicional é narrado para crianças que, em seguida,fazem desenhos. Tudo é filmado e a equipe grava juntocom as crianças os efeitos de som e ambiente.

Timor Leste - Brasil “À frente do Futura há 12 anos, essa vocação

para atuar nas duas áreas se radicalizou de formaintegral, na medida em que o canal atua diretamentecom escolas e onGs. Para nós, a tela da televisão é oponto de partida para a mobilização da sociedade,especialmente da educação, em torno de causasrelevantes para a sociedade”.

Lúcia Araújo é gerente geral do Canal Futura que é mantido por um pool de grandes empresas do Brasile é umas das emissoras abertas às práticaseducomunicativas. Anualmente a emissora oferece umcurso de produção de vídeo para 200 jovens de váriaspartes do país. Desde 2008 o Canal Futura mantémparceria com a TVTL, televisão de Timor Leste.Funcionários dos dois canais em co-produçãoelaboram desde logomarca para programas detelevisão, roteiros e séries veiculados nos dois países.

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Índia"Em contato com as

organizações que trabalhamna promoção daalfabetização em todo o país, apresentei umprojeto de comunicaçãovisual em forma de

quadrinhos e os resultadosforam encorajadores, pois foram levantadas

várias questões de importância local. A ideia da metodologia Grassroots comics é simples e consiste em dar às pessoas comuns o poder decontar sua história, o que eles consideram serimportante. se a comunidade está empoderada, elatem poder suficiente para comunicar uma mensageme conscientizar os outros. A ideia é proporcionar atodos uma ferramenta para contar todas as históriasimportantes em forma de quadrinhos. Este métodoajuda as pessoas a contarem suas histórias por ummeio diferente da mídia convencional”.

Especial

Angolawww.rna.ao

Chilewww.karinavega.com/pintacuentoswww.fundaciónchulpicine.orgwww.youtube.com/user/portafolioRicardo

Cubawww.habanafilmfestival.com

Ìndiawww.worldcomicsindia.com; www.worldcomics.fi

Equador www.aler.org

Brasilwww.bemtv.org.brwww.catavento.org.brwww.ciranda.org.brwww.futura.org.brwww.matraca.org.brwww.redeandi.org.br www.redecep.org www.usp.br/nce

Equador“A Educomunicação propõe a consciência, tanto para educadores

como para comunicadores, de que todo ato educativo é comunicativo etodo ato comunicativo é educativo. isso, em todos os espaços da vida, emescolas e na educação informal, nos meios de comunicação e nasrelações, mesmo as mais cotidianas, como a conversa de um pai com umfilho. É a construção de conhecimentos, saberes, experiências e vivênciasde forma não autoritária, mas por meio do diálogo e do intercâmbio”.

Fernando López atua na Secretaria Executiva da Associação

Latinoamericana de Educação Radiofônica (Aler), no Equador, uma rede

de 112 emissoras de rádios associadas de quase todos os países daAmérica Latina, que se organizam para abordar temas como a questão

indígena e LGBT, entre outras. A Aler apoia trabalhos de comunicaçãoradiofônica e desenvolvem atividades de formação e capacitação em

rádio para que toda ação comunicativa tenha um sentido educativo e

incida politicamente em seu contexto social.

Sharad Sharma, jornalista e cartunista indiano, é ofundador do World Comics Network, projeto que utilizaa criação de histórias em quadrinhos como ferramentade mobilização social em diversos países como Índia,Moçambique, Paquistão, Nepal, Finlândia e Brasil. Quemfaz os quadrinhos são pessoas comuns que aprendem a técnica por meio de oficinas e apostilas, uma formade permitir que qualquer pessoa, alfabetizada ou não,possa contar sua história e transformá-la em quadrinhos.

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