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PÓS-MODERNISMO; JOÃO CABRAL DE MELO NETO Por Carlos Daniel S. Vieira

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PÓS-MODERNISMO;JOÃO CABRAL DE MELO NETO

Por Carlos Daniel S. Vieira

Page 2: P ÓS -M ODERNISMO ; J OÃO C ABRAL DE M ELO N ETO Por Carlos Daniel S. Vieira

CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL Fim da 2ª Guerra Mundial

Reconstrução da Europa O mundo está dividido entre Capitalistas (EUA) e

Socialistas (URSS) O Brasil lutara ao lado dos EUA

Fim da ditadura e governo de J.K. Âmbito expansionista (“50 anos em 5”) Indústrias Fluxo para as cidades

os membros Partido Comunista começam a ser caçados

Page 3: P ÓS -M ODERNISMO ; J OÃO C ABRAL DE M ELO N ETO Por Carlos Daniel S. Vieira

PÓS-MODERNISMO Rompem-se com valores como a verdade, a

razão e a certeza.

Fronteiras que se quebram: direita e esquerda, belo e feio, certo e errado.

Realização pessoal; individualismo

Arte alia-se à mídia

Pop Art

Page 4: P ÓS -M ODERNISMO ; J OÃO C ABRAL DE M ELO N ETO Por Carlos Daniel S. Vieira

A “POP ART” União ARTE + MÍDIA

Origem: Final da década de 50 (USA; UK)

Marco da passagem Modernidade Pós-Modernidade

Busca pela estética das massas

Defesa do popular + Crítica ao Capitalismo

Page 5: P ÓS -M ODERNISMO ; J OÃO C ABRAL DE M ELO N ETO Por Carlos Daniel S. Vieira

ANDY WARHOLNA PINTURA:

União de tintas, colagens e fotografias

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ROY LICHTENSTEINNA ESCULTURA:Busca por novos

materiais e novas formas

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A POESIA PÓS-MODERNISTA Valorização da materialidade do poema

Disposição do poema na página, sons, ritmos etc. Associação entre forma e conteúdo

Retrata a fragmentação da sociedade

Contra o individualismo das cidades, busca-se a multiplicidade

Grande nome brasileiro:

João Cabral de Melo Neto

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Tecendo a manhã

1.Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos.

2.E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão. 

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JOÃO CABRAL DE MELO NETO

Maior obra: Morte e Vida Severina

Poesia baseada na forma Busca por novas formas

Poema planejado e construído

Neologismos

Ideais de multiplicidade

Page 10: P ÓS -M ODERNISMO ; J OÃO C ABRAL DE M ELO N ETO Por Carlos Daniel S. Vieira

Catar feijão

1.Catar feijão se limita com escrever:joga-se os grãos na água do alguidare as palavras na folha de papel;e depois, joga-se fora o que boiar.Certo, toda palavra boiará no papel,água congelada, por chumbo seu verbo:pois para catar esse feijão, soprar nele,e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 

2. Ora, nesse catar feijão entra um risco:o de que entre os grãos pesados entreum grão qualquer, pedra ou indigesto,um grão imastigável, de quebrar dente.Certo não, quando ao catar palavras:a pedra dá à frase seu grão mais vivo:obstrui a leitura fluviante, flutual,açula a atenção, isca-a como o risco.

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“MORTE E VIDA SEVERINA”

Retoma a temática Regionalista

Auto de Natal retoma a tradição humanista

Cenário: manguezal do Recife

Protagonista: Severino, um retirante que sai em busca de uma vida melhor no litoral

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O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI  

(...)

Somos muitos Severinos  iguais em tudo na vida:   na mesma cabeça grande   que a custo é que se equilibra,   no mesmo ventre crescido   sobre as mesmas pernas finas   e iguais também porque o sangue,   que usamos tem pouca tinta. 

E se somos Severinos   iguais em tudo na vida,   morremos de morte igual,   mesma morte severina:   que é a morte de que se morre   de velhice antes dos trinta,   de emboscada antes dos vinte   de fome um pouco por dia   (de fraqueza e de doença   é que a morte severina   ataca em qualquer idade,   e até gente não nascida).

  

Somos muitos Severinos   iguais em tudo e na sina:   a de abrandar estas pedras   suando-se muito em cima,   a de tentar despertar   terra sempre mais extinta,   a de querer arrancar   alguns roçado da cinza.   Mas, para que me conheçam   melhor Vossas Senhorias   e melhor possam seguir   a história de minha vida,   passo a ser o Severino   que em vossa presença emigra.   

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- Essa cova em que estás,com palmos medida,é a conta menorque tiraste em vida.

- É de bom tamanho,nem largo nem fundo,deste latifúndio.

- Não é cova grande,é cova medida,é a terra que queriasver dividida.

- É uma cova grandepara teu pouco defunto,mas estarás mais anchoque estavas no mundo.

- É uma cova grandepara teu defunto parco,porém mais que no mundote sentirás largo.

- É uma cova grandepara tua carne pouca,mas a terra dadanão se abre a boca. (...)

Trecho musicalizado por Chico Buarque sob o título “Funeral de um

Lavrador”

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— Severino retirante,deixe agora que lhe diga:eu não sei bem a respostada pergunta que fazia,se não vale mais saltarfora da ponte e da vida;nem conheço essa resposta,se quer mesmo que lhe diga;é difícil defender,só com palavras, a vida,ainda mais quando ela éesta que vê, severina;mas se responder não pudeà pergunta que fazia,ela, a vida, a respondeucom sua presença viva.E não há melhor respostaque o espetáculo da vida:vê-la desfiar seu fio,que também se chama vida,ver a fábrica que ela mesma,teimosamente, se fabrica,vê-la brotar como há poucoem nova vida explodida;mesmo quando é assim pequenaa explosão, como a ocorrida;mesmo quando é uma explosãocomo a de há pouco, franzina;mesmo quando é a explosãode uma vida severina.

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EXERCÍCIOS Questões sobre “Tecendo a manhã”

P. 599-600 Ex. 1 a 6

Questões sobre “Morte e Vida Severina” P. 602-603 Ex. 1 a 5

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POESIA CONCRETA

(Augusto de Campos – Luxo Lixo)

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POESIA CONCRETA Nasce oficialmente em 1956, com aRevista Noigandres

Libertação máxima das imposições formais

O signo visual é incorporado ao sentido da poesia

Três jovens paulistas: Décio Pignatari Augusto de Campos Haroldo de Campos

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(Décio Pignatari)

CONTRIBUIÇÃO PARA UM ALFABETO DUPLO

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FERREIRA GULLAR Poeta maranhense

Neocontretista Estilo próprio. Forma tem importância, mas não tão extrema

Influência marxista; discurso politizado poesia engajada

Luta contra a ditadura

Tom coloquial

Expõe uma visão de mundo

Page 20: P ÓS -M ODERNISMO ; J OÃO C ABRAL DE M ELO N ETO Por Carlos Daniel S. Vieira

Poema Brasileiro 

No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade 

No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade 

No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade 

antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade 

                    (1962)(Ferreira Gullar)

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EXERCÍCIOS

Páginas 608-609 Ex. 1 a 6