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DECRETO N° 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992 Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969. O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), adotada no âmbito da Organização dos Estados Americanos, em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, entrou em vigor internacional em 18 de julho de 1978, na forma do segundo parágrafo de seu art. 74; Considerando que o Governo brasileiro depositou a carta de adesão a essa convenção em 25 de setembro de 1992; Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) entrou em vigor, para o Brasil, em 25 de setembro de 1992 , de conformidade com o disposto no segundo parágrafo de seu art. 74; DECRETA: Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), celebrada em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, apensa por cópia ao presente decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém. Art. 2° Ao depositar a carta de adesão a esse ato internacional, em 25 de setembro de 1992, o Governo brasileiro fez a seguinte declaração interpretativa: "O Governo do Brasil entende que os arts. 43 e 48, alínea “d”, não incluem o direito automático de visitas e inspeções in loco da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as quais dependerão da anuência expressa do Estado". Art. 3° O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 6 de novembro de 1992; 171° da Independência e 104° da República. ITAMAR FRANCO Fernando Henrique Cardoso ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SÃO JOSE DA COSTA RICA) – MRE CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS PREÂMBULO Os Estados americanos signatários da presente Convenção, Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituições democráticas, um regime de liberdade

Pacto de São José Da Costa Rica

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DECRETO N 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992Promulga a Conveno Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de So Jos da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969.O VICE-PRESIDENTE DA REPBLICA, no exerccio do cargo de PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso da atribuio que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituio, eConsiderando que a Conveno Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de So Jos da Costa Rica), adotada no mbito da Organizao dos Estados Americanos, em So Jos da CostaRica, em 22 de novembro de 1969, entrou em vigor internacional em 18 de julho de 1978, na forma do segundo pargrafo de seu art. 74; Considerando que o Governo brasileiro depositou a carta de adeso a essa conveno em25 de setembro de 1992; Considerando que a Conveno Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de So Jos da Costa Rica) entrou em vigor, para o Brasil, em 25 de setembro de 1992 , de conformidade com o disposto no segundo pargrafo de seu art. 74;DECRETA:Art. 1 A Conveno Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de So Jos da Costa Rica), celebrada em So Jos da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, apensa por cpia ao presente decreto, dever ser cumprida to inteiramente como nela se contm. Art. 2 Ao depositar a carta de adeso a esse ato internacional, em 25 de setembro de 1992, o Governo brasileiro fez a seguinte declarao interpretativa: "O Governo do Brasil entende que os arts. 43 e 48, alnea d, no incluem o direito automtico de visitas e inspees in loco da Comisso Interamericana de Direitos Humanos, as quais dependero da anuncia expressa do Estado". Art. 3 O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicao.Braslia, 6 de novembro de 1992; 171 da Independncia e 104 da Repblica. ITAMAR FRANCOFernando Henrique CardosoANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENO AMERICANA SOBRE DIREITOSHUMANOS (PACTO DE SO JOSE DA COSTA RICA) MRECONVENO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOSPREMBULOOs Estados americanos signatrios da presente Conveno, Reafirmando seu propsito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituies democrticas, um regime de liberdade pessoal e de justia social, fundado no respeito dos direitos essenciais do homem;Reconhecendo que os direitos essenciais do homem no deviam do fato de ser ele nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, razo por que justificam uma proteo internacional, de natureza convencional, coadjuvante ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados americanos; Considerando que esses princpios foram consagrados na Carta da Organizao dos estados Americanos, na Declarao Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Declarao Universal dos Direitos do Homem e que foram reafirmados e desenvolvidos em outros instrumentos internacionais, tanto de mbito mundial como regional; Reiterando que, de acordo com a Declarao Universal dos Direitos do Homem, s pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do temor e da misria, se forem criadas condies que permitam a cada pessoa gozar dos seus direitos econmicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e polticos; e Considerando que a Terceira Conferncia Interamericana Extraordinria (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporao prpria sociais e educacionais e resolveu que uma conveno interamericana sobre direitos humanos determinasse a estrutura, competncia e processo dos rgos encarregados dessa matria. Convieram no seguinte:PARTE IDeveres dos Estados e Direitos ProtegidosCAPTULO IEnumerao de DeveresARTIGO 1Obrigao de Respeitar os Direitos1. Os Estados-Partes nesta Conveno comprometem-se a respeitar os direitos e liberdadesnela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exerccio a toda pessoa que esteja sujeita suajurisdio, sem discriminao alguma por motivo de raa, cor, sexo, idioma, religio, opiniespolticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posio econmica, nascimento ou qualquer outra condio social.2. Para os efeitos desta Conveno, pessoa todo ser humano.ARTIGO 2Dever de Adotar Disposies de Direito InternoSe o exerccio dos direitos e liberdades mencionados no artigo no artigo 1 ainda no estivergarantido por disposies legislativas ou de outra natureza, os Estados-Partes comprometem-se a adotar, de acordo com as suas normas constitucionais e com as disposies desta Conveno, as medidas legislativas ou de outras natureza que forem necessrias para tornar efetivos tais direitose liberdades.CAPTULO IIDireitos Civis e PolticosARTIGO 3Direitos ao Reconhecimento da Personalidade JurdicaToda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurdica.ARTIGO 4Direito Vida1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepo. Ningum pode ser privado da vidaarbitrariamente.2. Nos pases que no houverem abolido a pena de morte, esta s poder ser imposta pelosdelitos mais graves, em cumprimento de sentena final de tribunal competente e em conformidade com lei que estabelea tal pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estender sua aplicao a delitos aos quais no se aplique atualmente.3. No se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos polticos, nem por delidoscomuns conexos com delitos polticos.5. No se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da perpetrao do delito,for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplic-la a mulher em estado de gravidez.6. Toda pessoa condenada morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutao dapena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. No se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente de deciso ante a autoridade competente.

ARTIGO 5Direito Integridade Pessoal1.Toda pessoa tem o direito de que se respeito sua integridade fsica, psquica e moral.2. Ningum deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruis, desumanos oudegradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido dignidade inerente ao ser humano.3. A pena no pode passar da pessoa do delinquente. 4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstnciasexcepcionais, a ser submetido a tratamento adequado sua condio de pessoal no condenada.5. Os menores, quando puderem ser processados, deve ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possvel, para seu tratamento.6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptao social dos condenados.ARTIGO 6Proibio da Escravido e da Servido1. Ningum pode ser submetido escravido ou a servido, e tanto estas como o trfico deescravos e o trfico de mulheres so proibidos em todas as formas.2. Ningum deve ser constrangido a executar trabalho forado ou obrigatrio. Nos pases emque se prescreve, para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de trabalhosforados, esta disposio no pode ser interpretada no sentido de que probe o cumprimento da dita pena, importa por juiz ou tribunal competente. O trabalho forado no deve afetar a dignidade nem a capacidade fsica e intelectual do recluso.3. No constituem trabalhos forados ou obrigatrios para os efeitos deste artigo:a) os trabalhos ou servios normalmente exigidos de pessoal reclusa em cumprimento desentena ou resoluo formal expedida pela autoridade judiciria competente. Tais trabalhos ou servios de devem ser executados sob a vigilncia e controle das autoridades pblicas, e osindivduos que os executarem no devem ser postos disposio de particulares, companhias ou pessoas jurdicas de carter privado:b) o servio militar e, nos pases onde se admite a iseno por motivos de conscincias, oservio nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;c) o servio imposto em casos de perigo ou calamidade que ameace a existncia ou o bem-estar da comunidade; ed) o trabalho ou servio que faa parte das obrigaes cvicas normais.ARTIGO 7Direito Liberdade Pessoal1. Toda pessoa tem direito liberdade e segurana pessoais.2. Ningum pode ser privado de sua liberdade fsica, salvo pelas causas e nas condiespreviamente fixadas pelas constituies polticas dos Estados-Partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas.3. Ningum pode ser submetido a deteno ou encarceramento arbitrrios.4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razes da sua deteno enotificada, sem demora, da acusao ou acusaes formuladas contra ela.5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, presena de um juiz ououtra autoridade autorizada pela lei a exercer funes judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo razovel ou a ser posta em liberdade, sem prejuzo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condiciona a garantias que assegurem o seu comparecimento em juzo. 6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente,a fim de que este decida, sem demora, sobre ou tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua priso ou deteno e ordene sua soltura se a priso ou a deteno forem ilegais. Nos Estados-Partes cujas leis prevem que toda pessoa que se vir ameaada de ser privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente a fim de que este decida sobre a legalidade de tal ameaa, tal recurso no pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto pela prpria pessoa ou por outra pessoa.7. Ningum deve ser detido por dvida. Este princpio no limita os mandados de autoridadejudiciria competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigao alimentar.ARTIGO 8Garantias Judiciais1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazorazovel, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apurao de qualquer acusao pena formulada contra ela, ou para que se determinem seus direitos ou obrigaes de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocncia enquanto nose comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plenaigualdade, s seguintes garantias mnimas:a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ou intrprete, se nocompreender ou no falar o idioma do juzo ou tribunal;b) comunicao prvia e pormenorizada ao acusado da acusao formulada;c) concesso ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparao de suadefesa;d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor desua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor;e) direito irrenuncivel de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado,remunerado ou no, segundo a legislao interna, se o acusado no se defender ele prprio nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei;f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presente no tribunal e de obter ocomparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lanar luz sobre os fatos.g) direito de no ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; eh) direito de recorrer da sentena para juiz ou tribunal superior.3. A confisso do acusado s vlida se feita sem coao de nenhuma natureza.4. O acusado absolvido por sentena passada em julgado no poder se submetido a novoprocesso pelos mesmos fatos.5. O processo penal deve ser pblico, salvo no que for necessrio para preservar osinteresses da justia.ARTIGO 9Princpio da Legalidade e da RetroatividadeNingum pode ser condenado por aes ou omisses que, no momento em que foremcometidas, no sejam delituosas, de acordo com o direito aplicvel. Tampouco se pode impor pena mais grave que a aplicvel no momento da perpetrao do delito. Se depois da perpetrao do delito a lei dispuser a imposio de pena mais leve, o delinqente ser por isso beneficiado.ARTIGO 10Direito a IndenizaoToda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido condenadaem sentena passada em julgado, por erro judicirio.ARTIGO 11Proteo da Honra e da Dignidade1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade.2. Ningum pode ser objeto de ingerncias arbitrrias ou abusivas em sua vida privada, na de sua famlia, em seu domiclio ou em sua correspondncia, nem de ofensas ilegais sua honraou reputao.3. Toda pessoa tem direito proteo da lei contra tais ingerncias ou tais ofensas.ARTIGO 12Liberdade de Conscincia e de Religio1. Toda pessoa tem direito liberdade de conscincia e de religio. Esse direito implica a liberdade de conservar sua religio ou suas crenas, ou de mudar de religio ou de crenas, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religio ou suas crenas, individual ou coletivamente, tanto em pblico como em privado.2. Ningum pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdadede conservar sua religio ou suas crenas, ou de mudar de religio ou de crenas.3. A liberdade de manifestar a prpria religio e as prprias crenas est sujeitaunicamente s limitaes prescritas pelas leis e que sejam necessrias para proteger asegurana, a ordem, a sade ou morais pblicas ou os direitos ou liberdades das demaispessoas.4. Os pais, e quando for o caso os tutores, tm direito a que seus filhos ou pupilosrecebam a educao religiosa e moral que esteja acorde com suas prprias convices.ARTIGO 13Liberdade de Pensamento e de Expresso1. Toda pessoa tem direito liberdade de pensamento e de expresso. Esse direitocompreende a liberdade de buscar, receber e difundir informaes e idias de toda natureza, sem considerao de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artstica, ou por qualquer outro processo de sua escolha. O exerccio do direito previsto no inciso precedente no pode estar sujeito a censura prvia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas pela lei a ser necessrias para assegurar:a) o respeito aos direitos ou reputao das demais pessoas; oub) a proteo da segurana nacional, da ordem pblica, ou da sade ou da moral pblica.3. No se pode restringir o direito de expresso por vias ou meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de freqncias radioeltricas oude equipamentos e aparelhos usados na difuso de informao, nem por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicao e a circulao de idias e opinies.4. A lei pode submeter os espetculos pblicos a censura prvia, com o objetivo exclusivode regular o acesso a eles, para proteo moral da infncia e da adolescncia, sem prejuzo dodisposto no inciso 2.5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao dio nacional, racial ou religioso que constitua incitao discriminao, hostilidade, ao crime ou violncia.ARTIGO 14Direito de Retificao ou Resposta1. Toda pessoa atingida por informaes inexatas ou ofensivas emitidas em seus prejuzopor meios de difuso legalmente regulamentados e que se dirijam ao pblico em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo rgo de difuso, sua retificao ou resposta, nas condies que estabelea a lei.2. Em nenhum caso a retificao ou a resposta eximiro das outras responsabilidades legais em que se houver incorrido.3. Para a efetiva proteo da honra e da reputao, todo publicao ou empresa jornalstica,cinematogrfica, de rdio ou televiso, deve ter uma pessoa responsvel que no seja protegida por imunidades nem goze de foro especial.ARTIGO 15Direito de Reunio reconhecido o direito de reunio pacfica e sem armas. O exerccio de tal direito s podeestar sujeito s restries previstas pela lei e que sejam necessrias, uma sociedade democrtica, no interesse da segurana nacional, da segurana ou da ordem pblicas, ou para proteger a sade ou a moral pblicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.ARTIGO 16Liberdade de Associao1. Todas as pessoas tm o direito de associar-se livremente com fins ideolgicos, religiosos,polticos, econmicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos, ou de qualquer outra natureza.2. O exerccio de tal direito s pode estar sujeito s restries previstas pela lei que sejamnecessrias, numa sociedade democrtica, no interesse da segurana nacional, da segurana ou da ordem pblicas, ou para proteger a sade ou a moral pblicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.3. O disposto neste artigo no impede a imposio de restries legais, e mesmo a privaodo exerccio do direito de associao, aos membros das foras armadas e da polcia.ARTIGO 17Proteo da Famlia1. A famlia o elemento natural e fundamental da sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado.2. reconhecido o direito do homem e da mulher de contrarem casamento e de fundaremuma famlia, se tiverem a idade e as condies para isso exigidas pelas leis internas, na medidaem que no afetem estas o princpio da no discriminao estabelecido nesta Conveno.3. O casamento no pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos contraentes.4. Os Estados-Partes devem tomar medidas apropriadas no sentido de assegurar aigualdade de direitos e a adequada equivalncia de responsabilidades dos cnjuges quanto aocasamento, durante o casamento e em caso de dissoluo do mesmo. Em caso de dissoluo,sero adotadas disposies que assegurem a proteo necessrias aos filhos, com baseunicamente no interesse e convenincia dos mesmos.5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos fora do casamento comoaos nascidos dentro do casamento.ARTIGO 18Direito ao NomeToda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular a forma de assegurar a todos esses direito, mediante nomes fictcios, se for necessrio.ARTIGO 19Direitos da CrianaToda criana tem direito s medidas de proteo que a sua condio de menor requer por parte da sua famlia, da sociedade e do Estado. ARTIGO 20Direito Nacionalidade1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.2. Toda pessoa tem direito nacionalidade do Estado em cujo territrio houver nascido, seno tiver direito a outra.3. A ningum se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade nem do direito de mud-la.ARTIGO 21Direito Propriedade Privada1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus bens. A lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse social.2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo mediante o pagamento de indenizao justa, por motivo de utilidade pblica ou de interesse social e nos casos e na forma estabelecidos pela lei.3. Tanto a usura como qualquer outra forma de explorao do homem pelo homem devemser reprimidas pela lei.ARTIGO 22Direito de Circulao e de Residncia1. Toda pessoa que se ache legalmente no territrio de um Estado tem direito de circularnele e de nele residir conformidade com as disposies legais.2. toda pessoa tem o direito de sair livremente de qualquer pas, inclusive do prprio.3. O exerccio dos direitos acima mencionados no pode ser restringido seno em virtude delei, na medida indispensvel, numa sociedade democrtica, para prevenir infraes penais ou para proteger a segurana nacional, a segurana ou a ordem pblicas, a moral ou a sade pblicas, ou os direitos e liberdades das demais pessoas.4. O exerccio dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode tambm ser restringido pela lei, emzonas determinadas, por motivos de interesse pblico.5. Ningum pode ser expulso do territrio do Estado do qual for nacional, nem ser privadodo direito de nele entrar.6. O estrangeiro que se ache legalmente no territrio de uma Estado-Parte nesta Convenos poder dele ser expulso em cumprimento de deciso adotada de acordo com a lei.7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em territrio estrangeiro, em caso deperseguio por delitos polticos ou comuns conexos com delitos polticos e de acordo com alegislao de cada estado e com os convnios internacionais.8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entregue a outro pas, seja ou no deorigem, onde seu direito vida ou liberdade pessoal esteja em risco de violao por causa da sua raa, nacionalidade, religio, condio social ou de suas opinies polticas.9. proibida a expulso coletiva de estrangeiros.ARTIGO 23Direitos Polticos1. Todos os cidados devem gozar dos seguintes direitos e oportunidades:a) de participar da direo dos assuntos pblicos, diretamente ou por meio de representantes livremente eleitos;b) de votar e se eleitos em eleies peridicas autnticas, realizadas por sufrgio universal eigual e por voto secreto que garanta a livre expresso da vontade dos eleitores; ec) de ter acesso, em condies gerais de igualdade, s funes pblicas de seu pas.2. A lei pode regular o exerccio dos direitos e oportunidades e a que se refere o inciso anterior, exclusivamente por motivos de idade, nacionalidade, residncia, idioma, instruo,capacidade civil ou mental, ou condenao, por juiz competente, em processo penal.ARTIGO 24Igualdade Perante a LeiTodas as pessoas so iguais perante a lei. Por conseguinte, tm direito, sem discriminao, a igual proteo da lei.ARTIGO 25Proteo Judicial1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rpido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os juzos ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela constituio, pela lei ou pela presente Conveno, mesmo quando tal violao seja cometida por pessoas que estejam atuando nos exerccios de suas funes oficiais.2. Os Estados-Partes comprometem-se:a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal recurso;b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; ec) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes, de toda deciso em que se tenha considerado procedente o recurso.CAPTULO IIIDireitos Econmicos, Sociais e CulturaisARTIGO 26Desenvolvimento ProgressivoOs Estados-Partes comprometem-se a adotar providncia, tanto no mbito interno como mediante cooperao internacional, especialmente econmica e tcnica, a fim de conseguirprogressivamente a plena efetividade dos direitos que decorrem das normas econmicas, sociais e sobre educao, cincia e cultura, constantes da Carta da Organizao dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponveis, por via legislativa ou por outros meios apropriados.

CAPTULO IVSuspenso de Garantias, Interpretao e AplicaoARTIGO 27Suspenso de Garantias1. Em caso de guerra, de perigo pblico, ou de outra emergncia que ameace a independncia ou segurana do Estado-Parte, este poder adotar disposies que, na medida e pelo tempo estritamente limitados s exigncias da situao, suspendam as obrigaes contradas em virtude desta Conveno, desde que tais disposies no sejam incompatveis com as demais obrigaes que lhe impe o Direito Internacional e no encerrem discriminao alguma fundada em motivos de raa, cor, sexo, idioma, religio ou origem social.2. A disposio precedente no autoriza a suspenso dos direitos determinados nos seguintes artigos: 3 (Direito ao Reconhecimento da Personalidade Jurdica), 4 (Direito vida), 5 (Direito Integridade Pessoal), 6 (Proibio da Escravido e Servido), 9 (Princpio da Legalidade e da Retroatividade), 12 (Liberdade de Conscincia e de Religio), 17 (Proteo da Famlia), 18 (Direito ao Nome), 18 (Direitos da Criana), 20 (Direito Nacionalidade) e 23 (Direitos Polticos), nem das garantias indispensveis para a proteo de tais direitos.3. Todo Estado-Parte que fizer uso do direito de suspenso dever informar imediatamente os outros Estados-Partes na presente Conveno, por intermdio do Secretrio-Geral da Organizao dos Estados Americanos, das disposies cuja aplicao haja suspendido, dos motivos determinantes da suspenso e da data em que haja dado por terminado tal suspenso.ARTIGO 28Clusula Federal1. Quando se tratar de um Estado-Parte constitudo como Estado federal, o governo nacional do aludido Estado-Parte cumprir todas as disposies da presente Conveno, relacionadas com as matrias sobre as quais exerce competncia legislativa e judicial.2. No tocante s disposies relativas s matrias que correspondem competncia das entidades componentes da federao, o governo nacional deve tomar imediatamente as medidas pertinentes, em conformidade com sua constituio e suas leis, a fim de que as autoridades competentes das referidas entidades possam adotar as disposies cabveis para o cumprimento desta Conveno.