65
Universidade Estadual de Londrina Centro de Tecnologia e Urbanismo Departamento de Engenharia Elétrica Ricardo Vertuan Santos PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS Londrina 2014

PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

  • Upload
    dinhbao

  • View
    242

  • Download
    8

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Universidade Estadual de LondrinaCentro de Tecnologia e UrbanismoDepartamento de Engenharia Elétrica

Ricardo Vertuan Santos

PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DESERVIÇO DE MANUTENÇÕES DE

EQUIPAMENTOS MÉDICOS

Londrina2014

Page 2: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Universidade Estadual de Londrina

Centro de Tecnologia e UrbanismoDepartamento de Engenharia Elétrica

Ricardo Vertuan Santos

PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DEMANUTENÇÕES DE EQUIPAMENTOS

MÉDICOS

Trabalho de Conclusão de Curso orientado pelo Prof. Dr. Er-nesto Fernando Ferreyra Ramírez intitulado “PADRONIZAÇÃODE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES DE EQUIPA-MENTOS MÉDICOS” e apresentada à Universidade Estadual deLondrina, como parte dos requisitos necessários para a obtenção doTítulo de Graduado em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Ernesto Fernando Ferreyra Ramírez

Londrina2014

Page 3: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Ficha Catalográfica

Ricardo Vertuan SantosPADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES DEEQUIPAMENTOS MÉDICOS - Londrina, 2014 - 64 p., 30 cm.Orientador: Prof. Dr. Ernesto Fernando Ferreyra Ramírez1. Engenharia Biomédica. 2. Engenharia Clínica. 3. Unidade de Saúde. 4.Manutenção Corretiva. 5. Manutenção Preventiva.I. Universidade Estadual de Londrina. Curso de Engenharia Elétrica. II.PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES DEEQUIPAMENTOS MÉDICOS.

Page 4: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Ricardo Vertuan Santos

PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DESERVIÇO DE MANUTENÇÕES DE

EQUIPAMENTOS MÉDICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso deEngenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina,como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharelem Engenharia Elétrica.

Comissão Examinadora

Prof. Dr. Ernesto Fernando FerreyraRamírez

Universidade Estadual de LondrinaOrientador

Prof. Me. José Fernando Mangili JúniorUniversidade Estadual de Londrina

Prof. Dr. Walter GermanovixUniversidade Estadual de Londrina

Londrina, 6 de novembro de 2014

Page 5: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Dedico aos meus pais.

Page 6: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Agradecimentos

Aos meus pais que me deixaram desistir no momento certo. Agradeço ao ProfessorErnesto pelas horas de conversa e paciência no esclarecimento das dúvidas e pelo auxílioem desenvolver este trabalho de forma satisfatória.

Aos amigos que fiz durante o tempo que morei em Maringá e, mesmo que não os tenhavisto muito nos últimos tempos, ainda guardo boas lembranças de todos os ocorridos nesteespetacular 1 ano e 6 meses. Obrigado Allan Gonçalves, Rodrigo Thomas, Ricardo Bonini.

Aos amigos de longa data, e que por grande influência foram para Maringá, aos quecontinuam lá e aos que vieram para Londrina e ainda proporcionam grandes conversas.Obrigado Lucas Virgílio, Rodrigo Otaviano, Gabriel Maricatto, Luis Fernando Fagote,Vitor Petrauskas, Edvaldo Gozzi, Augusto Lange e Eduardo Lange.

Aos amigos que fiz nestes 4 anos de UEL, quero dizer que sem eles tenho absolutacerteza de que hoje não estaria aqui escrevendo este texto. Muito obrigado mesmo.Especialmente para Edgar Iastrenski, Gabriel Germanovix, Ricardo Kobayahsi, MatheusFaccin, Sérgio Sambugari e Márcio Aleixo.

Às amigas Daniele Walecki e Etiene Cristina pelos momentos de descontração duranteo tempo que passamos na UEL.

Aos profissionais Edvaldo e Alda, responsáveis por proporcionar acesso ao HospitalRegional de Porecatu e ao Hospital Universitário, respectivamente, sem eles este trabalhonão teria sido iniciado e concluído.

Page 7: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

”Quando o barco começar a afundar, não reze. Abandone-o.”(Max Gunther)

Page 8: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Ricardo Vertuan Santos. 2014. 64 p. Trabalho de Conclusão de Curso em EngenhariaElétrica - Universidade Estadual de Londrina, Londrina.

ResumoA engenharia clínica surgiu nos Estados Unidos da América como uma forma de criarnormas para regulamentar a criação de equipamentos médicos. No Brasil, este ramo daengenharia surgiu no início dos anos 90 para que os hospitais conseguissem aproveitarmelhor os recursos dos equipamentos que tinham na época, proporcionando um melhoraproveitamento de tais equipamentos. De forma geral a engenharia clínica tem como focozelar por toda a tecnologia envolvida em um estabelecimento de saúde, e o profissionalengenheiro clínico é o responsável por aplicar métodos e tecnologias de engenharia parasolucionar os problemas que possam aparecer com relação aos equipamentos. Uma dasformas que este profissional tem de aplicar tais métodos é criando rotinas de manuten-ção para aplicar nos equipamentos. Os principais tipos de manutenção utilizados são ascorretivas e as preventivas. Como o próprio nome diz, tais manutenções são para corrigire para prevenir, respectivamente, problemas que possam ocorrer no pátio de equipamen-tos. Esses processos de manutenção exigem certos tipos de documentos para um controlemais aprimorado das manutenções feitas em tais equipamentos. Com o objetivo de pa-dronizar tais documentos este trabalho propõe a utilização de planilhas desenvolvidas noMicrosoftExcel c© para tal finalidade. Nestes documentos são cadastrados todos os equi-pamentos e setores do estabelecimento de saúde através de um código que possibilite umarápida identificação do tipo e quantidade do equipamento existente. Para comprovar aviabilidade de tais documentos, foi feita uma consulta às ordens de serviços do HospitalRegional de Porecatu-PR durante os meses do ano de 2014, e às ordens de serviços doarquivo do Hospital Universitário da Região Norte do Paraná-HURNP.

Palavras-Chave: 1. Engenharia Biomédica. 2. Engenharia Clínica. 3. Unidade deSaúde. 4. Manutenção Corretiva. 5. Manutenção Preventiva.

Page 9: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

STANDARDIZATION OF MEDICAL EQUIPAMENT SERVICE ORDERS.2014. 64 p. Monograph in Engenharia Elétrica - Universidade Estadual de Londrina,Londrina.

AbstractThe clinical engineering emerged in the United States of America as a way to createrules to regulate the design of medical equipment. In Brazil this branch of engineeringemerged in the early 90s, when hospitals were able to better use the equipment they hadat the time, providing a better use of such equipment. In general, the clinical engineeringfocus is to ensure the effectiveness of all the technology involved in a healthcare facility,and the clinical engineer professional is responsible for applying engineering methods andtechnologies to solve the problems that may arise with regard to the equipment. One ofthe ways that this professional has to apply such methods is creating routine maintenanceon equipment to apply. The main types of maintenance are corrective and preventive.As the name implies, such maintenance is to correct and prevent, respectively, problemsthat may occur in the equipments. Such maintenance processes require certain types ofdocuments for a more enhanced control of maintenance done on such equipment. Aimingto standardize these documents this work proposes the use of spreadsheets developed inMicrosoftExcel c© for such purpose. These documents are registered and all equipmentsectors of the health facility through a code that allows a quick identification of the typeand quantity of existing equipment. To prove the feasibility of such documents, a querywas made to the service orders from the Hospital Regional de Porecatu-Paraná duringthe months of the year 2014, and the orders of service of the Hospital Universitário daRegião Norte do Paraná-HURNP.

Key-words: 1. Biomedical Engineering. 2. Clinical Engineering. 3. Healthcare Unit. 4.Corrective Maintenance. 5. Preventive Maintenance.

Page 10: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Lista de ilustrações

Figura 1 – Áreas de relacionamento de um engenheiro clínico. . . . . . . . . . . . 17Figura 2 – Organização da Estrutura de Manutenção Corretiva. . . . . . . . . . . 25Figura 3 – Organização da Estrutura de Manutenção Preventiva. . . . . . . . . . . 26Figura 4 – Fluxograma de Manutenção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35Figura 5 – Fluxograma de Manutenção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36Figura 6 – Planilha OS MANUTENÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40Figura 7 – OS Manutenção 01. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Figura 8 – OS Manutenção 02. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44Figura 9 – OS Manutenção 03. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45Figura 10 – OS Manutenção 04. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46Figura 11 – OS Manutenção 05. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47Figura 12 – OS Manutenção 06. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48Figura 13 – OS - HURNP 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50Figura 14 – OS - HURNP 02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50Figura 15 – OS - HURNP 03 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51Figura 16 – OS - HURNP 04 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51Figura 17 – OS - HURNP 05 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52Figura 18 – OS - HURNP 06 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52Figura 19 – OS - HURNP 07 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53Figura 20 – OS - HURNP 08 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53Figura 21 – OS - HURNP 09 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54Figura 22 – OS - HURNP 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54Figura 23 – Histórico de Manutenção: Autoclave. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59Figura 24 – Histórico de Manutenção: Berço Aquecido. . . . . . . . . . . . . . . . . 60Figura 25 – Histórico de Manutenção: Emissor de Raio-X. . . . . . . . . . . . . . . 61Figura 26 – Histórico de Manutenção: Foco de Luz Auxiliar. . . . . . . . . . . . . . 62Figura 27 – Histórico de Manutenção: Fototerapia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63Figura 28 – Histórico de Manutenção: Ventilador Pulmonar. . . . . . . . . . . . . . 64

Page 11: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Lista de tabelas

Tabela 1 – Cadastro dos Equipamentos - Parte I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42Tabela 2 – Cadastro dos Equipamentos - Parte II . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42Tabela 3 – Cadastro dos Equipamentos HURNP-Parte I . . . . . . . . . . . . . . 49Tabela 4 – Cadastro dos Equipamentos HURNP-Parte II . . . . . . . . . . . . . . 49

Page 12: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Lista de Siglas e Abreviaturas

AC AutoclaveANVISA Agência Nacional de Vigilância SanitáriaBA Berço AquecidoBE BerçárioCC Centro CirúrgicoCEFET-PR Centro Federal de Educação Tecnológica - ParanáCM Centro MédicoCV CardioversorEAS Estabelecimento de Assistência à SaúdeFA Foco AuxiliarFR Foco Auxiliar RecarregávelFDA Food and Drug AdministrationFP FototerapiaFT Foco de TetoHURNP Hospital Universitário Regional do Norte do ParanáNEHOS Núcleo de Engenharia HospitalarOS Ordem de ServiçoPE Posto de EnfermagemPF Ultrasom e FisioterapiaRDC Resolução da Diretoria ColegiadaRX Aparelho de Raio-XTMF Tempo Médio de FalhasTMR Tempo Médio de ReparosUF Aparelho de UltrasonografiaUTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Page 13: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Sumário

Lista de ilustrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Lista de tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

1 INTRODUÇÃO AO CENÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152.1 Engenharia Clínica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152.1.1 Origem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172.1.1.1 Origem nos Estados Unidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2.1.1.2 Origem no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

2.1.1.3 Desenvolvimento na Região Norte do Estado do Paraná . . . . . . . . . 22

2.2 Manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232.2.1 Tipos de Manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232.2.1.1 Manutenção Corretiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

2.2.1.2 Manutenção Preventiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

2.2.1.3 Manutenção Preditiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2.2.1.4 Manutenção de Melhorias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2.2.1.5 Manutenção Proativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2.2.2 Implantação de Rotinas de Manutenção em uma Instituiçãode Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2.2.2.1 Definição do Espaço Físico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

2.2.2.2 Definição da Equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

2.2.2.3 Treinamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

2.2.2.4 Classificação dos Equipamentos por Grupos de Compatibilidade . . . . 30

2.2.2.5 Definição do Local de Realização da Manutenção . . . . . . . . . . . . 32

3 MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 343.1 Criação do Fluxograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 343.2 Criação das Planilhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 373.2.1 Planilha Principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 373.2.2 Planilha de Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 373.3 Cadastro dos Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 383.4 Validação dos Modelos Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

Page 14: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

SUMÁRIO 13

4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 404.1 Ordens de Serviço Coletadas em Porecatu-PR . . . . . . . . . . 404.1.1 Planilha Principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 404.1.2 Planilha de Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 414.1.3 Ordens de Serviços Solicitadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 424.2 Ordens de Serviço Coletadas no HURNP . . . . . . . . . . . . . 484.2.1 Planilha de Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 494.2.2 Ordens de Serviço Solicitadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO . . . . . . 55

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

6 ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

Page 15: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

14

1 Introdução ao Cenário

Nas últimas décadas a complexidade na realização de exames médicos passou por váriasmodificações devido ao fato de a tecnologia envolvida nos processos aumentar substanci-almente.

Este aumento na tecnologia fez surgir no mercado de trabalho uma mão de obraespecializada para lidar com estes equipamentos. Um destes profissionais é o EngenheiroClínico.

O engenheiro clínico é o responsável por aplicar tecnologias e métodos de engenhariapara solucionar os problemas que possam aparecer com relação aos equipamentos. Dentreas diversas funções executadas podemos destacar as funções de: especificar equipamen-tos para aquisição, aplicar rotinas de manutenção e promover o correto treinamento defuncionários para operar os equipamentos.

Dentre as três tarefas citadas, as duas primeiras são mais comuns de serem executa-das pelo engenheiro clínico, uma vez que a operação geralmente é feita por um técnicoespecializado ou até mesmo pelo próprio médico.

De forma geral a engenharia clínica tem como foco principal zelar pelo correto gerenci-amento de toda a tecnologia envolvida em uma instituição de saúde, assegurando com queos equipamentos sejam apropriados, seguros, eficazes e com uma relação custo/benefíciosatisfatória.

No Brasil a engenharia clínica surgiu na década de 80, motivada pelo grande número deequipamentos parados devido à falta de manutenção e treinamento adequado de técnicose operadores (WANG; CALIL 1991, apud PLAZAS, 2002). Entretanto foi no ano de 1992,com a abertura do mercado nacional às importações de tecnologia, onde realmente sentiu-se a necessidade de um profissional responsável por gerenciar tais equipamentos(CUNHA;NOHAMA; RAMÍREZ, 2008).

Uma das formas de se resolver o problema de equipamentos parados, com relação àfalta de manutenção, seria o desenvolvimento de formulários padronizados para evitar queos equipamentos fiquem parados por longos períodos por falta de uma compreensão clarado serviço a ser executado.

Manter um histórico de manutenção de cada equipamento é um procedimento eficienteno gerenciamento da manutenção, porém, mais uma vez, o preenchimento de formuláriospode vir a ser um problema devido ao excesso de campos e à subjetividade dos mes-mos(PLAZAS, 2002).

Buscando propor uma forma alternativa, de fácil manuseio e compreensão, este traba-lho propõe dois tipos de formulários a serem empregados no detalhamento dos serviços demanutenções corretivas dos equipamentos médicos do Hospital Municipal de Porecatu-PR.

Page 16: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

15

2 Revisão Bibliográfica

2.1 Engenharia Clínica

A Engenharia Clínica é uma área multidisciplinar, que envolve o treinamento de pes-soal para agir nas interfaces entre os sistemas médicos, sistemas de comunicação e tecno-logias de informação. A atuação do engenheiro clínico nos estabelecimentos assistenciaisde saúde é de grande importância, pois poderá ajudar para o desenvolvimento científicode novas tecnologias para a saúde, dar apoio técnico para o gerenciamento e aquisição denovas tecnologias para o ambiente médico hospitalar e oferecer suporte técnico à admi-nistração da unidade de saúde para uma tomada de decisão segura.

O grande e rápido avanço tecnológico na área médica, vivido nos últimos tempos,permitiu novas técnicas e novos produtos que contribuíram para a melhoria da qualidadede vida do ser humano, com isso, a medicina se beneficiou consideravelmente, evoluindopara uma proposta mais segura e inovadora, que busca através da tecnologia, reduzir cadavez mais os procedimentos invasivos e os tratamentos com drogas pesadas(BRONZINO,1995 apud MOURÃO; MOURÃO; MOURÃO, 2009).

É nesta área que se tem a maior junção de tecnologias como a nanoeletrônica, robótica,informática, radiação, ótica, bioquímica e biofísica, sendo aplicadas para total benefícioda saúde humana, objetivando a vontade inata de se viver mais, com menor sofrimento ecom maior qualidade.

Diante dessa proposta, pode-se citar vários avanços nas áreas de terapia e diagnós-ticos, entre eles: os centros de terapia intensivas, onde encontra-se vários tipos de equi-pamentos biomédicos como: ventiladores pulmonares, balão de contra pulsação aórtica,monitores multiparâmetros, bombas de infusão, analisadores de débito cardíaco contínuo,incubadoras, fototerapias; centros cirúrgicos: aparelhos de anestesia, monitores bispec-trais, aparelhos de circulação extra-corpórea, analisadores de gases, bisturis elétricos,focos prismáticos; área de diagnósticos por imagem: ultrasonografia, tomografia compu-tadorizada, cintilografia, ressonância magnética; diagnósticos laboratoriais: contadores decélulas, examinadoras eletrônicas em geral; esterilização de materiais: autoclaves para-metrizadas, esterilizadora ultrasônica, esterilizadoras a base de peróxido de hidrogênio,entre outros(MOURÃO; MOURÃO; MOURÃO, 2009).

De fato, estes grandes avanços proporcionados pelos equipamentos biomédicos às EAScontribuíram consideravelmente na melhoria do sistema de saúde mundial.

A partir dessa evolução tecnológica, entidades da saúde, perceberam a importância dese criar departamentos de engenharia clínica, para administrar e controlar as tecnologiasmédicas, com objetivo de aumentar o ciclo de vida dos equipamentos e certifica-los de

Page 17: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 16

acordo com todas as normas vigentes, além de incentivar, treinar e orientar todos osprofissionais quanto a operação e o cuidado dos equipamentos(CALIL; TEIXEIRA, 1998apud MOURÃO; MOURÃO; MOURÃO, 2009).

Dentro de uma unidade hospitalar, pode-se dizer que a Engenharia Clínica é a base deuma rede que interage e relaciona com vários outros setores, pessoas e entidades externas.

O trabalho do Engenheiro Clínico destaca-se nas seguintes funções (ANTUNES, 2002apud PENCO, 2005):

• controlar o patrimônio dos equipamentos biomédicos e seus acessórios;• auxiliar na aquisição e realizar a aceitação das novas tecnologias;• treinar o pessoal para manutenção (técnicos) e operação dos equipamentos (opera-

dores);• indicar, elaborar e controlar os contratos de manutenção preventivas e corretivas;• executar a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos biomédicos no âm-

bito da instituição;• controlar e acompanhar os serviços de manutenção executados por empresas exter-

nas;• estabelecer medidas de controle e segurança do ambiente hospitalar, no que se refere

aos equipamentos biomédicos;• elaborar projetos de novos equipamentos, ou modificar os existentes, de acordo com

as norma vigentes;• estabelecer rotinas para aumentar a vida útil dos equipamentos biomédicos;• auxiliar nos projetos de informação, relacionados aos equipamentos biomédicos;• implantar e controlar a qualidade dos equipamentos;• calibrar e ajustar os equipamentos biomédicos de acordo com os padrões reconheci-

dos;• efetuar a avaliação da obsolescência dos equipamentos biomédicos entre outros;• apresentar relatórios de produtividade de todos os aspectos envolvidos com a gerên-

cia e com a manutenção dos equipamentos biomédicos conhecidos como indicadoresde qualidade e/ou produção.

Page 18: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 17

Figura 1 – Áreas de relacionamento de um engenheiro clínico.

Fonte: BRONZINO, 1995 apud MOURÃO; MOURÃO; MOURÃO, 2009

2.1.1 Origem

2.1.1.1 Origem nos Estados Unidos

A engenharia clínica é um campo do conhecimento que deriva da engenharia biomédica,e que foca na gestão de tecnologias de saúde, usando conhecimentos de engenharia etécnicas gerenciais para proporcionar uma melhoria nos cuidados do paciente.

Durante as décadas de 60 e 70 ocorreu um grande aumento de toda a tecnologiaenvolvida nos processos de diagnósticos e equipamentos médicos. Entretanto, os manuaisde operação e manutenção de tais equipamentos eram incompletos, e não continhaminformações sobre a forma de operação e de manutenção. Surgia então a necessidade deum profissional capacitado para executar tais tarefas.

Segundo Bronzino(1995), a Engenharia Clínica surgiu na década de 1960, nos EUAe nos países europeus, em função da rápida proliferação dos equipamentos biomédicos epela necessidade de segurança no uso dessas tecnologias. Ná década de 1970, a engenhariaclínica alcançou uma presença significativa no mercado mundial, basicamente devido a trêsaspectos(MOURÃO; MOURÃO; MOURÃO, 2009).

• As gestões profissionais, convencidas de que para aumentar o volume das operaçõese/ou serviços nos seus sistemas hospitalares deveriam dividir o país e, distritosde engenharia biomédica, com um engenheiro biomédico chefe que supervisionassetodas as atividades de todos os engenheiros dos hospitais de cada distrito;

• A criação de departamentos de engenharia clínica nos grandes centros médicos;• A engenharia clínica foi um dos aspectos chave da qualificação da assistência médica

através da criação de novas tecnologias ou da melhoria das tecnologias já existentes.A semente que deu início à engenharia clínica foi plantada em 10 de Janeiro de 1942,

na cidade de St. Louis, com a criação de um curso de manutenção de equipamentosmédicos, com duração de 12 semanas, oferecido pelas forças armadas dos Estados Unidos(GORDON 1990, apud FERREYRA RAMÍREZ 1996).

Page 19: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 18

Como citado acima, a engenharia clínica surgiu na década de 40, entretanto teve seusconceitos aplicados com maior ênfase na década de 60. Os engenheiros não substituíamos médicos, apenas promoviam a capacitação destes funcionários para o correto manuseiodos equipamentos.

Outro fator que promoveu uma maior utilização dos profissionais da engenharia clínicano ambiente hospitalar estava relacionado com a segurança dos pacientes e dos operadosde tais equipamentos.

No final da década de 60 e começo da década de 70, houve nos Estados Unidos umacerta preocupação com a notícia de um estudo divulgado pelo cirurgião Carl W. Walters,da Harvard Medical School, de que no país estavam morrendo cerca de 3 pessoas pordia, devido a choques elétricos relacionados com equipamentos médicos(FRIEDLANDER,1971 apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996; DALZIEL, 1992 apud FERREYRA RAMÍREZ1996).

Para tentar sanar tal problema, tentou-se criar uma legislação que regulamenta-sea fabricação e venda de equipamentos médicos. Até então podia-se projetar, fabricar evender um marca-passo sem autorização prévia de qualquer fiscalização de orgãos com-petentes do governo. Para coibir tal prática buscou-se criar uma normalização para acomercialização de produtos médicos-hospitalares.

Desta forma, foi criada uma normalização e o FDA(Food and Drug Administration)sugeriu que os equipamentos médicos fossem classificados como os medicamentos. Entre-tanto tal solução era ineficaz, uma vez que todo o processo de certificação exigia tempoe dinheiro dos fabricantes, fato este que dificultava a pesquisa e comercialização de novosprodutos.

Buscando solucionar tal situação, em 28 de maio de 1976 foi aprovada pelo presidenteGerald Ford uma lei pública sobre equipamentos médicos, PL 94-295. Nesta lei ficou ins-tituído que todos os fabricantes de equipamentos médicos nos Estados Unidos da Américaestabelecessem a segurança e eficácia dos seus produtos, submetendo-os à aprovação doFDA, antes que fossem comercializados.

Tal lei teve como consequência imediata a contratação de vários engenheiros biomé-dicos e eletro-eletrônicos para atuarem junto à FDA(JURGEN, 1977 apud FERREYRARAMÍREZ, 1996).

A partir de então, os engenheiros passaram a ocupar cargos fixos em equipes hospita-lares para promover o treinamento dos demais funcionários e serem os responsáveis pelamanutenção de tais equipamentos.

Na mesma década de 1970, Thomas Hargest, o primeiro engenheiro clínico certifi-cado da história, e Cesar Cáceres criaram o termo engenheiro clínico, para denominar oresponsável pelo gerenciamento de equipamentos de um hospital, através de consertos,treinamento de usuários, verificação de segurança e desempenho e especificações técnicaspara aquisição(GORDON, 1990, apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996).

Page 20: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 19

A partir da década de 80, começou-se a pensar no engenheiro clínico não apenas comoum responsável pelos equipamentos dos hospitais, mas sim como um elemento que poderiater participação ativa nas áreas de transferência de tecnologia, avaliação tecnológica egerenciamento tecnológico, avaliação tecnológica e gerenciamento tecnológico.

Com o passar dos anos o foco de atuação dos engenheiros clínicos modificou-se. Nasdécadas de 1960 e 1970 o foco de atuação estava muito mais relacionado com as questõesde segurança e operação do pátio de equipamentos hospitalares. Já nas décadas de 1980e 1990, o foco passou a ser mais em questões como custo e eficácia(BAULD, 1991 apudFERREYRA RAMÍREZ 1996). Esta mudança ocorreu de forma natural, uma vez queas certificações de fabricação já estavam bem definidas e bastava que fossem seguidas àrisca. Com isso os engenheiro clínicos passaram a atuar no gerenciamento do parque deequipamentos.

Pode-se dizer que se passou da “era do microchoque” para a “era da contabilidade”(PACELA, 1998 apud FERREYRA RAMÍREZ 1996).

Foi dessa forma que se estabeleceu a profissão de engenheiro clínico nos Estados Uni-dos, que foi o país berço da engenharia clínica no mundo, onde o profissional, atravésda avaliação e gerenciamento das tecnologias tem a habilidade e competência necessáriapara ajudar o corpo clínico dos hospitais a escolher a melhor tecnologia e a ajudar aimplementá-la e utilizá-la de maneira correta.

Hoje, no Brasil, poucas instituições de ensino oferecem a especialização, que é voltadaprincipalmente para engenheiros, arquitetos, físicos, químicos e administradores. E boaparte dos engenheiros clínicos atua em consultoria, principalmente quando os hospitaisbuscam acreditação e certificações de qualidade.

2.1.1.2 Origem no Brasil

No Brasil este processo tardou um pouco para chegar. Este processo pôde ser melhorobservado a partir da abertura do mercado nacional às importações de tecnologias, em1992 no governo Collor, que por anos impedia a entrada de equipamentos de informá-tica e médico-hospitalres, entre tantas outras formas de tecnologia(CUNHA; NOHAMA;RAMÍREZ, 2008).

Em nosso país, a engenharia clínica introduziu-se pressionada muito mais pelo aspectofinanceiro do que pelas vantagens que traria, face ao elevado custo de manutenção dosequipamentos e seus acessórios e, o gerenciamento do parque tecnológico das instituiçõesde saúde, que devem seguir normas rigorosas quanto a sua execução.

No Brasil, 1989, o Ministério do Bem-estar e da Previdência Social, estimou quede 20% a 40% dos equipamentos médicos no Brasil estavam desativados por falta deconserto, peças de reposição, suprimentos ou até instalação(WANG; CALIL, 1991, apudFERREYRA RAMÍREZ,1996).

Page 21: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 20

Como o parque de equipamentos estava estimado em U$ 5 bilhões, isto representavaum desperdício de mais de U$ 1 bilhão. Além disso, a manutenção dos mesmos, quandoera feita, ficava a cargo de fabricantes ou de seus representantes que nem sempre eram bemintencionados. Muitos hospitais ao tentar estabelecer seus grupos internos de manutençãode equipamentos deparavam-se com problemas como(FERREYRA RAMÍREZ, 1996):

• falta de recursos humanos especialmente treinados para a função;• falta de documentação sobre segurança de equipamentos, ou até mesmo ignorância

da existência da mesma;• falta de cooperação dos fabricantes ou representantes dos equipamentos que dificul-

tavam a aquisição de peças de reposição e de documentação técnica;• burocracia do governo para poder importar peças ou equipamentos de testes.Esta dificuldade na obtenção de mão de obra especializada, catálogos detalhados e a

dificuldade imposta pela burocracia deixou clara a necessidade da criação de grupos detrabalho especializados em equipamentos médicos hospitalares, surgia então os primeirosgrupos de engenharia clínica no Brasil.

Infelizmente, o processo de disseminação da engenharia clínica no Estado do Paraná, eem grande parte dos estados brasileiros, não seguiu o ritmo observado em alguns estadosdas regiões sudeste e sul, principalmente São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, SantaCatarina e Rio Grande do Sul.

No estado do Paraná, o que se observou foi um movimento lento na implantação dealguns grupos de manutenção de equipamentos médicos, alguns ligados ano Núcleo deEngenharia Hospitalar do antigo CEFET-PR, atual UTFPR, que contava com um grupode professores e pesquisadores da área de engenharia biomédica, muitos oriundos do mes-trado em engenharia biomédica da UNICAMP, que em conjunto com outros professores dainstituição formaram o Núcleo de Engenharia Hospitalar (NEHOS) vinculado ao mestradoem Engenharia Biomédica do CEFET-PR(CUNHA; NOHAMA; RAMÍREZ, 2008).

Em 1998, numa iniciativa do NEHOS, através de uma pesquisa junto aos hospitaisdo Paraná, constatou-se que 82,35% destes hospitais não tinham qualquer equipe ouprofissional habilitado para a realização da manutenção do parque instalado e, em apenas15,79% dos hospitais havia algum tipo de controle sobre a manutenção realizada porterceiros. Neste universo, 84,21% dos hospitais demonstraram interesse na implantação deum serviço de manutenção, dos quais 68,42% afirmavam que contratariam imediatamentepessoal qualificado, caso estes estivessem disponíveis(CUNHA; NOHAMA; RAMÍREZ,2008).

Estes dados comprovaram, mais uma vez, a real necessidade da formação de profissio-nais e demostraram a deficiência que o estado do Parana tinha em relação aos engenheirosclínicos.

Buscando suprir tal necessidade, 1989, o grupo do NEHOS propõe a criação do Cursode Técnico em Equipamentos Médicos-Hospitalares, utilizando de toda a estrutura já exis-

Page 22: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 21

tente no CEFET-PR, bem como do corpo docente que atuava no mestrado em EngenhariaBiomédica.

Outra iniciativa voltada à formação profissional para a área de engenharia clínicafoi da PUC-PR através do TECPUC que lançou o Curso Técnico em EquipamentosOdontoMédico-Hospitalares e Laboratoriais em 2003, e, posteriormente, o curso Técnicoem Eletrônica Médica e o Mestrado em Tecnologia da Saúde, com áreas de concentraçãoem Bioengenharia e em Informática em Saúde.

Mesmo com o surgimento de vários cursos que buscavam qualificar profissionais, paraque fossem capazes de atender as necessidades dos EAS, os engenheiros clínicos ainda pas-savam por certas dificuldades com relação a sua aceitação no corpo clínico. A maior difi-culdade enfrentada durante todo esse período foi fazer com que os dirigentes hospitalaresreconhecessem a profissão e entendessem sua função essencial para o bom gerenciamentodo EAS(CUNHA; NOHAMA; RAMÍREZ, 2008).

Muitos dos diretores das unidades de saúde acreditavam, e ainda acreditam, que o en-genheiros clínicos atuam somente na aplicação de rotinas de manutenção, tanto corretivasquanto preventivas, ignorando totalmente as demais funções que este profissional é capazde desempenhar.

Segundo Marcos Antônio Rocha, que ocupa a gerência de engenharia clínica do Centrode Engenharia Biomédica da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), “quandoum hospital está em construção, o engenheiro clínico pode especificar, com apoio derequisitos de pré-instalação de equipamentos, o dimensionamento de áreas físicas e os di-mensionamentos elétricos e hidráulicos do prédio”. Tal citação vem apenas para enfatizara necessidade da existência de um engenheiro clínico entre os gestores de um estabe-lecimento de saúde, e que tal profissional é importante desde a concepção do projetoarquitetônico de um complexo de saúde até a instalação e uso correto de equipamentoshospitalares(ARAÚJO; SANTOS, Acesso em: 11/06/2014).

Dentre todos os grupos de engenharia clínica que surgiram no estado do Paraná, ogrupo que mais se destacou foi o grupo fundado no Hospital das Clínicas da UniversidadeFederal do Paraná, HC-UFPR. Com base neste grupo pioneiro começaram a serem implan-tados outro núcleos de manutenção, num primeiro momento, e de engenharia clínica numsegundo momento, como consequência do amadurecimento, natural ou forçado(CUNHA;NOHAMA; RAMÍREZ, 2008).

Após este primeiro momento de solidificação das ideias iniciais sobre a engenhariaclínica, surgiram outros grupos de trabalho. Alguns destes grupos foram formados pelosprofissionais que receberam sua formação no Serviço de Engenharia Clínica do HC, e poroutros profissionais vindos dos cursos oferecidos por outras instituições de ensino, taiscomo CEFET-PR e do TECPUC.

Infelizmente este amadurecimento nas ideias dos gestores não foi suficiente para garan-tir de vez a permanência de engenheiros clínicos em grupos clínicos, entre vários motivos

Page 23: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 22

pode-se destacar: a mudança da direção geral nos estabelecimentos de saúde, que não en-xergavam com os mesmos olhos de seus antecessores a necessidade de manter tais gruposde trabalho, deixando em segundo plano investimentos para a contratação e manutençãodestes grupos. Motivados pela baixa remuneração e pelo descaso de novas gestões detrabalho, vários destes profissionais passaram à atuar em outras empresas ou mesmo emoutras áreas de atuação.

Como consequência dessa deficiência na gestão de tecnologias médico-hospitalares,muitas empresas de manutenção e representação técnica e comercial na área foram cri-adas ou implantadas no estado, pois havia, e ainda há, um mercado milionário a serexplorado, principalmente dos equipamentos de alta tecnologia que demandam técnicos eengenheiros especializados e, via de regra, muito caros para serem mantidos pelos hospi-tais. Tais equipamentos geralmente são mantidos por contratos que preveem a utilizaçãode determinado tipo de tecnologia em determinado período, geralmente apresentam umcusto elevado, tanto para a utilização quanto para a manutenção que fica a cargo dasempresas ou de seus representantes regionais.

Nas localidades com uma menor concentração populacional fica inviável a existênciade equipamentos que possuam uma tecnologia mais elevada. No caso de equipamentos debaixa complexidade geralmente a manutenção fica a cargo de um técnico ou empresas, quenem sempre são habilitados, e acabam atuando no mercado por não haver um controlerígido dos serviços solicitados e executados dentro do hospital.

Outro fator preocupante com relação a tais empresas e profissionais é a baixa quali-ficação técnica, pois muitos são oriundos de outras áreas técnicas(CUNHA; NOHAMA;RAMÍREZ, 2008).

2.1.1.3 Desenvolvimento na Região Norte do Estado do Paraná

Como a ida de profissionais para o setor privado, buscam-se novos mercados de atuaçãolonge daqueles citados anteriormente onde geralmente os grupos de engenheiros clínicossão formados pelas próprias instituições através de treinamentos e cursos de especialização.

A formação de novos núcleos de engenharia clínica no interior o Estado do Paraná temocorrido de forma lenta, principalmente devido à falta de incentivos e de visão estratégicados gestores de saúde do estado, tanto no âmbito dos hospitais estatais, sejam federais,estaduais ou municipais, e, principalmente, nos hospitais privados, que ainda considerama engenharia clínica como algo oneroso e dispensável.

Dentre os núcleos que se destacaram no interior do estado pode-se citar o Serviço deEngenharia Clínica no Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (HURNP),que funcionou durante o período de 1999 a 2003, subsidiado por um projeto de ex-tensão do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina(DEEL/UEL)(FERREYRA RAMÍREZ; CALDAS; SANTOS JR., 2002).

Page 24: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 23

2.2 Manutenção

A palavra manutenção tem origem derivada do latin ”mantenus tenere”, que significa:“manter aquilo que se tem”(FERREIRA, 2003).

Manutenção é a combinação de todas as ações, técnicas e administrativas, destinadas amanter ou recolocar um item em estado no qual possa desempenhar uma função requerida.

Na sociedade moderna, com o advento da revolução industrial, o ser humano tem ex-perimentado avanços cada vez mais significativos nas áreas industriais e tecnológicas, Istose deve ao uso cada vez mais frequente de ferramentas e máquinas automáticas que possi-bilitam melhorias na eficiência e eficácia dos processos produtivos. À medida que aumentao grau de utilização dos equipamentos, que cada vez estão mais complexos, aumenta tam-bém a necessidade da administração da qualidade deles, ou seja, aumenta a necessidade demantê-los em bom estado de funcionamento, pois as perdas resultantes das paralizaçõesdos mesmos representam grandes quedas na produtividade e consequentemente na lucrati-vidade e eficácia dos processos. Com isto surgiu o conceito de manutenção(MIRSHAWKA;OLMEDO, 1993 apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996).

De forma geral, manutenção é um conjunto de ações que permite assegurar ou resta-belecer as funções de um determinado equipamento.

2.2.1 Tipos de Manutenção

Analisando mais profundamente as definições de manutenção, pode-se separá-las emgrupos distintos, conforme citado a seguir.

2.2.1.1 Manutenção Corretiva

Como o próprio nome diz, este tipo de manutenção significa deixar o equipamentotrabalhar até quebrar, ou falhar, para depois corrigir o problema. Caracterizando-se pelaforma mais óbvia e primária de manutenção. Tais fatores fazem com que este tipo demanutenção seja a mais cara, quando analisada do ponto de vista geral do sistema, umavez que as provoca:

• Diminuição da vida útil dos equipamentos, máquinas e instalações;• Paradas para manutenção em momentos aleatórios e muitas vezes inoportunos por

corresponderem a épocas de ponta de utilização, períodos de cronograma apertado,ou até épocas de crise geral.

É claro que se torna impossível eliminar completamente este tipo de manutenção, poisnão pode-se prever o momento exato em que se verificará um defeito, que obrigará a umamanutenção corretiva de emergência.

Apesar de rudimentar este tipo de manutenção necessita de uma certa organizaçãopara ser aplicado(ARAÚJO; SANTOS, Acesso em: 11/06/2014):

Page 25: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 24

• Pessoal previamente treinado para atuar com rapidez e eficiência em todos os casosde defeitos e com quadro e horários bem estabelecidos;

• Existência de todos os meios materiais necessários para a ação corretiva que sejam:aparelhos de medição e teste adaptados aos equipamentos existentes e disponíveis,rapidamente, no próprio local;

• Existência das ferramentas necessárias para todos os tipos de intervenções necessá-rias que se convencionou realizar no local;

• Existência de manuais detalhados de manutenção corretiva referentes aos equipa-mentos e às cadeias produtivas, e sua fácil acessibilidade;

• Existência de desenhos detalhados dos equipamentos e dos circuitos que correspon-dam às instalações atualizados;

• Almoxarifado racionalmente organizado, em contato íntimo com a manutenção econtendo, em todos os instantes, bom número de itens acima do ponto crítico deencomenda;

• Contratos bem estudados, estabelecidos com entidades nacionais ou internacionais,no caso de equipamentos de alta tecnologia cuja manutenção local seja impossível;

• Reciclagem e atualização periódicas dos chefes e dos técnicos de manutenção;• Registros dos defeitos e dos tempos de reparo, classificados por equipamentos e por

cadeias produtivas (normalmente associadas a cadeias de manutenção);• Registro das perdas de produção (efetuado de acordo com a operação-produção)

resultantes das paradas devidas a defeitos e a parada para manutenção.

Page 26: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 25

Figura 2 – Organização da Estrutura de Manutenção Corretiva.

Fonte: ARAÚJO; SANTOS, Acesso em 11/06/2014

2.2.1.2 Manutenção Preventiva

A manutenção preventiva, como o próprio nome sugere, consiste em um trabalho deprevenção de defeitos que possam originar a parada ou o baixo rendimento dos equi-pamentos em operação. Esta prevenção é feita baseada em estudos estatísticos, estadodo equipamento, local de instalação, condições elétricas e demais dados fornecidos pelofabricante, tais como: condições ótimas de funcionamento, pontos e periodicidade de lu-brificação, entre outros fatores. Dentre as vantagens, podemos citar(ARAÚJO; SANTOS,Acesso em: 11/06/2014):

• Diminuição do número total de intervenções corretivas, aliviando o custo da manu-tenção corretiva;

• Diminuição do número de intervenções corretivas ocorrendo em momentos inopor-tunos.

Este tipo de manutenção também requer uma determinada organização estrutural:• Existência de um escritório de planejamento da manutenção, composto pelas pessoas

mais altamente capacitadas da manutenção, e tendo funções de preparar o trabalho,racionalizar e otimizar todas as ações. Daqui advém uma manutenção de maior

Page 27: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 26

produtividade e mais eficaz;• Existência de uma biblioteca organizada contendo: manuais de manutenção, manu-

ais de pesquisas de defeitos, catálogos construtivos dos equipamentos, catálogos demanutenção (cedidos pelos fabricantes) e desenhos de projeto atualizados(as-built);

• Fichas históricas dos equipamentos contendo registro das manutenções efetuadas edefeitos encontrados;

• Fichas de tempos de reparo, com cálculo atualizado de valores médios;• Fichas de planejamento prévio dos trabalhos repetitivos de manutenção. Estas fichas

contém: composição das equipes de manutenção, materiais, peças de reposição eferramentas, e a sequência lógica das atividades a serem executadas;

• Existência de planilhas nas quais mostram-se os trabalhos em curso e a realizar nofuturo próximo;

• Existência de um serviço de emissão de requisições ou pedidos de trabalho, contendoa descrição do trabalho, os tempos previstos, a lista de itens a serem verificados e acomposição da equipe para a executar o serviço;

• Existência de um serviço de emissão de relatórios resumidos das grandes manuten-ções periódicas.

Figura 3 – Organização da Estrutura de Manutenção Preventiva.

Fonte: ARAÚJO; SANTOS, Acesso em 11/06/2014

Amanutenção preventiva, quando bem implantada diminui o tempo de inatividade dosequipamentos devido a falhas, e consequentemente reduz os custos operacionais, aumen-tando a produtividade dos equipamentos(SACHS, 1991 apud FERREYRA RAMÍREZ,1996). Outra vantagem da manutenção preventiva é que possibilita uma ação de prevenção

Page 28: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 27

(agir antes que aconteça a falha) por parte da manutenção ao invés da ação reativa (agirsó depois que a falha aconteceu) característica da manutenção corretiva(MIRSHAWKA;OLMEDO, 1993 apud FERREYRA RAMÍREZ 1996; PATTON JR., 1983 apud FER-REYRA RAMÍREZ, 1996).

2.2.1.3 Manutenção Preditiva

Esta é um tipo de manutenção preventiva feita através da substituição de peças oucomponentes, quando estes apresentarem um determinado perfil estatístico. Este per-fil é obtido através de análises feitas nos históricos de falhas dos equipamentos. Estasanálises, se baseiam na vida-média das peças e componentes dos equipamentos. Paraisso desenvolveu-se uma área de estudos chamada confiabilidade(FERREYRA RAMÍREZ,1996).

2.2.1.4 Manutenção de Melhorias

Esta manutenção consiste em levar em conta os fatores de confiabilidade (grau desegurança) e de facilidade de manutenção ao fazer o projeto dos equipamentos. Assim,equipamentos bem projetados serão ergonômicos tanto para os usuários, como para osencarregados da manutenção. Além disso, uma boa manutenção de melhorias irá reduzira necessidade de manutenções corretivas e preventivas nos equipamentos, tornando-osmais seguros e confiáveis(MIRSHAWKA; OLMEDO, 1993 apud FERREYRA RAMÍREZ1996; PATTON JR., 1983 apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996).

2.2.1.5 Manutenção Proativa

Esta manutenção ataca a raiz dos problemas, resolvendo-os de modo definitivo. Aocontrário dos outros tipos de manutenção, esta não analisa os sintomas, mas sim as causasdas falhas(NO BRASIL...1996 apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996).

Mesmo que na literatura consultadas estejam definidas estas cinco formas de manuten-ção pode-se reagrupá-las em apenas duas categorias com maior abrangência , manutençãocorretiva e manutenção preventiva. Neste novo enquadramento as formas manutençõespreditivas, de melhorias e proativas são classificadas como uma forma de manutençãopreventiva, pois sua característica básica é a de realizar ações que previnam o surgimentode defeitos.

2.2.2 Implantação de Rotinas de Manutenção em uma Institui-ção de Saúde

A partir da decisão para a criação do setor de Engenharia Clínica numa EAS, deve-se primeiramente levantar todas as demandas, de acordo com as partes envolvidas e

Page 29: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 28

expectativas para a implantação do projeto.Estes dados devem ser referentes ao histórico dos equipamentos, incluindo desde dados

de identificação do equipamento no patrimônio da EAS, custos de aquisição, custos demanutenção, entre outros.

Embora simples, esta é uma etapa crucial para o bom desenvolvimento do projeto deimplantação, uma vez que, quando o cadastro dos equipamentos é bem feito, facilita aemissão de formulários. Esta é uma etapa que além de exigir tempo e dados técnicos,exige a participação de recursos humanos para o processamento de dados(PENCO, 2005).

Uma proposta para a implantação da equipe de manutenção contendo os custos eresultados desse trabalho, deve ser preparada para apresentar à administração. Essaproposta pode ser dividida em duas partes. Na primeira pode conter uma breve descriçãodos recursos financeiros, humanos e materiais necessários para a implantação do grupo.

A segunda parte deve conter uma introdução que descreva a finalidade do grupo, osserviços a serem implantados e sua justificativa; a metodologia utilizada para os cálculosdos valores apresentados; o cronograma de atividades a curto, médio e longo prazo, assimcomo uma justificativa política e fundamentação econômica,além de um cronograma dedesembolso e uma conclusão, onde devem ser expostas as expectativas do responsável pelogrupo, suas metas e que tipo de apoio ele espera da administração.

Uma vez que estes documentos estejam prontos, devem ser levados ao setor de gerênciada EAS para uma apresentação formal dos dados levantados quanto a real necessidadeou não da instalação de um setor de engenharia clínica. É interessante que o responsávelse lembre que a manutenção é encarada pelo pessoal da saúde como uma fator secundá-rio ao atendimento clínico e uma atividade de despesa pela administração(FERREYRARAMÍREZ; CALDAS; SANTOS JR., 2002).

O responsável pela implantação de um programa de manutenção em uma EAS deveconhecer e entender a situação financeira atual do ambiente, pois isso permitirá a elabo-ração de uma proposta de trabalho com recursos humanos, financeiros e materiais, dentroda realidade da EAS. A elaboração desta proposta é necessária não só no caso de implan-tação de um grupo de manutenção, mas também de reformulação de qualquer atividadeneste sentido.

Antes da elaboração de uma proposta por escrito, é necessário identificar os problemasque mais afligem o hospital, priorizando pontos e setores para atuação imediata.

Buscando simplificar tal processo, na tentativa de que o processo de implantação ocorrano menor tempo possível. Para isso, sugere-se uma sequência de atividades(PENCO,2005):

• levantamento de patrimônio;• espaço físico e materias;• definição da equipe;• treinamento;

Page 30: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 29

• classificação dos equipamentos;• definição do local da manutenção;• definição do tipo de contrato de manutenção a ser adotado;• elaboração da documentação.

2.2.2.1 Definição do Espaço Físico

Como é impossível uma instituição dar suporte de manutenção a todos os equipa-mentos simultaneamente, é sugerido que os equipamentos de média e alta complexidadesejam enviados para manutenção externa, até que a oficina esteja completamente capaci-tada para atender a toda a demanda de serviços solicitados.

A definição do local da manutenção depende da disponibilidade de recursos materiaise humanos para este fim. A decisão entre manutenção interna e externa deve levar emconta a existência de pessoal treinado para manutenção de cada tipo e modelo de equipa-mento ou a contratação deste; a existência ou não de documentação técnica; a existênciaou não de equipamentos de teste e de calibração; a proximidade do fabricante ou repre-sentante técnico do equipamento e a possibilidade de aquisição de peças originais parareposição(CALIL; TEIXEIRA, 1998).

A localização da oficina biomédica deve facilitar o trabalho e a locomoção dos equi-pamentos, para isso é interessante não ser tão afastada dos serviços médicos de apoio.

Além do espaço físico, alguns materiais são necessários para a implantação do grupode manutenção local, tais como ferramentas, materiais de teste e manutenção, docu-mentação técnica, telefone ou central de recados, escritório e suprimentos operacionais,infra-estrutura predial para manutenção, assinatura de revistas e publicações técnicas,compra de livros, etc(FERREYRA RAMÍREZ; CALDAS; SANTOS JR., 2002).

2.2.2.2 Definição da Equipe

A quantidade de pessoas necessárias para realização dos serviços solicitados está di-retamente relacionadas com o números de horas trabalhadas. Para a definição de umaboa infra-estrutura de trabalho é necessário que se tenha uma quantidade suficiente depessoal disponível. Para fazer estes cálculos, é necessário a definição de alguns termosimportantes neste definição. São elas:

• TMR: tempo médio de reparo gasto para manutenção corretiva de um equipamento.É exatamente o tempo que o técnico usa para consertar a máquina. Não inclui operíodo de espera das peças de reparo, recursos financeiros, entre outros.

• TMF: é o número, médio, de meses entre falhas, obtido verificando-se a média anualde defeitos do equipamento.

• NHT: número de horas técnicas necessárias para manutenção corretiva de um equi-pamento.

Page 31: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 30

• NHTE: número de horas técnicas efetivamente trabalhadas anualmente em manu-tenção corretiva.

De posse dos dados listados acima, facilmente pode-se calcular o número de horasdedicadas a um determinado equipamento:

NHT

ano= NEMT · TMR · 12meses

TMF(2.1)

Onde a sigla NEMT representa o número de equipamentos do mesmo tipo.Para um cálculo mais preciso, costuma-se levar em conta a produtividade do téc-

nico. O tempo efetivamente trabalhado pode girar em torno de 70% do seu tempo totaldisponível(CALIL, 2002).

2.2.2.3 Treinamento

Geralmente, o treinamento dos técnicos para um equipamento recém adquirido é con-tratado juntamente com este, ficando a cargo do vendedor capacitar os técnicos a reali-zarem os serviços de manutenção.

No caso de equipamentos ja existentes, grande partes dos defeitos ocorridos devem-seà uma utilização incorreta dos mesmos, por isso uma capacitação dos operadores reduzconsideravelmente custos(ANTUNES, 2002 apud PENCO, 2005).

Para um treinamento eficaz, faz-se necessário levar em considerações alguns itens(FERREYRA RAMÍREZ; CALDAS; SANTOS JR., 2002).

• planejamento do conteúdo do treinamento por uma equipe de membros do corpoclínico, da manutenção e do fabricante do equipamento;

• envolvimento dos operadores com sugestões de equipamentos;• escolha certa de horário;• envolvimento dos engenheiros de manutenção;• mostrar a instalação do equipamento;• nomeação de um instrutor de treinamento efetivo (que não seja um vendedor, mas

sim, membro da equipe).

2.2.2.4 Classificação dos Equipamentos por Grupos de Compatibilidade

Segundo resolução RDC N.o 185, de 22 de Outubro de 2001, os equipamentos médicossão divididos em 4 classes. A divisão dos equipamentos dentro destas classes está relacio-nada com os riscos que eles trazem aos pacientes, seja por motivo de falha ou de utilizaçãoincorreta.

A classificação utilizada nesta resolução é composta por 18 regras que buscam direci-onar a classificação dos equipamentos dentro das 4 classes. Independentemente, há casosem que um determinado equipamento médico enquadra-se em mais de uma categoria,sendo assim, se aplicarão as regras que conduzam a classificação mais elevada.

Page 32: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 31

As 4 classes de classificação são(RDC-Resolução da Diretoria Colegiada, 2001):• Classe I: são aqueles que representam baixo risco intrínseco à saúde de seus usuários,

seja paciente ou operador. Geralmente, estão destinados a ser usados como barreiramecânica, para compressão ou para absorção de exsudados1;

• Classe II: são aqueles que representam risco médio intrínseco à saúde de seus usuá-rios, seja paciente ou operador. Todos os produtos médicos ativos para diagnósticoou monitoração de sinais fisiológicos vitais são desta classe;

• Classe III: são aqueles que necessitam de cuidados ou precauções em seu uso ouaplicação, representando alto risco intrínseco à saúde de seus usuários, seja pacienteou operador. Nesta classe estão todos os produtos médicos invasivos de longo prazo;

• Classe IV: enquadram-se nesta categoria os produtos médicos invasivos cirúrgicosde uso transitório que se destinarem especificamente ao diagnóstico, monitoraçãoou correção de disfunção cardíaca ou do sistema circulatório central, ou ainda, casosejam utilizados em contato direto com o sistema nervoso central.

Uma forma alternativa de classificação, além da citada anteriormente com relação a suaimportância estratégica para a EAS. A classificação é baseada com base em alguns índicesde utilização, sendo eles: Índice Estratégico Parcial(IEP) e do Índice de ImportânciaEstratégica dos Equipamentos Hospitalares(I2E)(SILVA; RAMÍREZ, 2008).

O índice IEP engloba as perspectivas de Back Up, Grau de Utilização e Faturamento,as quais foram obtidas respectivamente a partir do cálculo de três índices:

• Back Up(QRB): mensura a importância estratégica de determinado equipamento deacordo com aquantidade de equipamentos de back up que o mesmo possui. Pode-se tratar como um indicador de risco, já que a prestação de um serviço pode serprejudicada caso o equipamento em questão não possua outro back up e fique im-possibilitado de uso;

• Grau de Utilização(GUT): está relacionado à quantidade de utilizações de deter-minado equipamento. Neste sentido, um equipamento será importante estrategica-mente para o hospital quanto maior seu GUT;

• Faturamento(FAT): refere-se à contribuição financeira que o equipamento gera aohospital em termos de faturamento. É feito inicialmente um levantamento do fatu-ramento de cada exame.

Após estes paramêtros serem determinados, o índice IEP é determinado pela soma detrês destes índices, conforme visto na equação 2.2

IEPx = QRBx + GUTx + FATx (2.2)

O índice IEP mostra a importância estratégica de um determinado equipamento. En-tretanto não demonstra a relação do mesmo com outros equipamentos do setor.1 Refere-se a saída de líquidos orgânicos através das paredes e membranas celulares, tanto de animais

quanto de plantas, por lesão ou por inflamação.

Page 33: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 32

O índice I2E foi obtido através da análise de dependência de funcionamento dos equi-pamentos. Ou seja, é analisado se o funcionamento de um equipamento Y se torna inviávelcaso outro equipamento X esteja paralisado. Deste modo, é feita uma análise de depen-dência do equipamento Y em relação ao equipamento X.

Deste modo, o I2E de um equipamento X será obtido pela soma do IEP deste mesmoequipamento e dos índices IEP dos n equipamentos dependentes, conforme pode ser vistona 2.3.

I2Ex = IEPx +n∑

i=1IEPi (2.3)

Dessa forma, pode-se classificar os equipamentos com relação a seu grau de utilização,sendo possível priorizar um determinado e/ou determinados equipamentos para que aEAS não fique sem poder realizar suas funções de atendimento a sociedade.

2.2.2.5 Definição do Local de Realização da Manutenção

Juntamente com a definição do local da manutenção, deve-se gerar um documentoespecífico para cada forma de manutenção adotada. Quando opta-se pela manutençãoexterna, o contrato de manutenção geralmente é do tipo contrato de serviço por períodosdeterminados ou contrato de serviço sob demanda.

Como é impossível uma instituição dar suporte de manutenção a todos os equipamen-tos, é sugerido que os equipamentos de média e alta complexidade sejam enviados paramanutenção externa, pelo menos a princípio(ANTUNES, 2002 apud PENCO, 2005).

Considerando que a decisão sobre o local de manutenção é uma questão puramentetécnica, ou seja, não existe uma solicitação específica da administração para um determi-nado tipo ou grupo de equipamentos, a manutenção interna ou externa de cada grupo deequipamentos é baseada tanto na disponibilidade de recursos materiais e humanos quantonos custos para treinamento e manutenção de pessoal especializado. Para a decisão entremanutenção interna ou externa, devem-se considerar vários fatores(CALIL; TEIXEIRA,1998):

• existência de pessoal treinado para a manutenção de cada tipo e modelo de equipa-mento. A contratação de pessoal com treinamento na área de equipamentos médicosé uma tarefa ainda bastante complexa. Normalmente, o pessoal disponível no mer-cado é proveniente de escolas técnicas que possuem somente o curso para técnicosem eletrônica ou mecânica;

• existência de documentação técnica referente ao equipamento a receber manutençãointernamente. Em muitos casos, devido ao desconhecimento por parte dos compra-dores de equipamentos, não houve a exigência em contrato/edital do fornecimentode documentação técnica, a não ser do manual de operação. Dessa maneira, ficabastante complicado para um recém-criado grupo de manutenção conservar equipa-mentos sem a respectiva documentação técnica;

Page 34: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 33

• existência de equipamentos de teste e calibração para posterior avaliação após amanutenção. Vários tipos de equipamentos, principalmente aqueles que representamriscos ao paciente (vide portaria conjunta SVS/SAS no 1, de 23 de janeiro de 1996 doMinistério da Saúde), necessitam de testes de segurança e/ou calibração logo apósuma manutenção preventiva ou corretiva. Nesses casos, o responsável pelo grupo demanutenção deve estar bastante atento, pois, em caso de algum acidente hospitalarpor falha do equipamento, a equipe de manutenção poderá ser responsabilizada;

• proximidade do fabricante/representante técnico do equipamento. Em alguns tiposde manutenção externa, o custo do transporte do equipamento até o representantetécnico ou deste para o hospital pode se tornar mais caro que a própria manutenção.Nesses casos, seria importante investir ou programar futuros investimentos parao treinamento de pessoal interno. Determinados fabricantes de equipamentos ougrupos de manutenção, no Brasil, oferecem cursos ou estágios com essa finalidade;

• possibilidade de aquisição de peças originais. É possível que uma equipe de ma-nutenção possua pessoal treinado, equipamentos de teste e recursos humanos paraa manutenção de um determinado equipamento e opte por manutenção externadevido à dificuldade de obtenção de peças de reposição. Após sua manutenção,a responsabilidade pela falta de calibração de um equipamento de sustentação davida dos pacientes, é tão grande quanto a não-colocação de determinadas peças oudispositivos originais. Devido à falta de exigência contratual no momento da aquisi-ção do equipamento, e dependendo da política interna da empresa fornecedora, estapode recusar o fornecimento de peças de reposição ao grupo de manutenção. Tam-bém nesses casos é recomendável que, na fase de implantação do grupo, algumasmanutenções sejam realizadas pelo fabricante/representante técnico.

Outro fato que deve-se levar em conta na escolha do local da manutenção dos equipa-mentos é com relação ao grau de complexidade de tecnologia envolvida nos equipamento.Caso seja um equipamento de grande complexidade é conveniente que seja enviado paraa manutenção externa, se o projeto de implantação da unidade de manutenção esteja noinício ou não possua tecnologia suficiente para atender a demanda de serviços solicitados.Caso as manutenções requeridas pela EAS requeiram de baixo grau tecnológico esta atépode ser realizada no local. Entretanto, deve-se analisar se a disponibilidade de técnicosno local e ainda se os técnicos são capacitados para tal serviço.

Page 35: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

34

3 Métodos

Com o intuito de melhorar a forma de gerenciamento das ordens da manutenção, foiimplementado um modelo de planilha para a padronização deste serviço. Para a criaçãodestas planilhas, aproveita-se da facilidade do software Microsoft Excel c©, onde pode-sefacilmente com alguns comandos criar uma correlação dos campos de preenchimento.

Para uma avaliação eficaz do desempenho do funcionamento destes documentos, ométodo de desenvolvimento foi divido em partes. Sendo elas:

• Criação de um fluxograma para que se adeque ao caso estudado;• Criação das planilhas;• Cadastro dos equipamentos;O trabalho foi desenvolvido com base na teoria apresentada sobre os conceitos estuda-

dos sobre manutenção hospitalar e para comprovar o método foi realizada uma comparaçãocom o serviço de manutenção já existente no HURNP. Assim, a metodologia utilizada foipesquisa qualitativa com obtenção de dados através de pesquisa de campo.

3.1 Criação do Fluxograma

Partindo do fluxograma proposto por PENCO (2005), visto na figura 4, foi desenvol-vido um fluxograma que se adapte a realidade de uma EAS onde os serviços de manutençãointerna é inexistente, figura 5, sendo que este serviço é totalmente dependente de técnicosterceirizados.

As principais diferenças entre os dois fluxogramas são com relação a:• Exitência de contrato de manutenção: no modelo da figura 5 não considera-se esta

possibilidade. Como comentado no capítulo 2, este tipo de contrato é vantajosoquando a tecnologia envolvida nos equipamentos é muito avançada. Quando setrata de EAS menores, geralmente as tecnologias envolvidas são menos complexas;

• Existência de peças sobressalentes: no modelo da figura 5 não considera-se a existên-cia de peças em estoque. Como comentado no capítulo 2 quando a EAS propõe-sea realizar um serviço de manutenção é recomendado que tenha-se um número mí-nimo de peças em estoque, que para EAS menores o custo de aquisição destas peçastorna-se muitas vezes inviável.

Page 36: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 3. Métodos 35

Figura 4 – Fluxograma de Manutenção.

Fonte: PENCO, 2005.

Page 37: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 3. Métodos 36

Figura 5 – Fluxograma de Manutenção.

Fonte: O AUTOR.

Page 38: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 3. Métodos 37

3.2 Criação das Planilhas

Como citado no início deste capítulo, as planilhas foram implementadas no softwareMicrosoft Excel c©, pelos seguintes motivos:

• Maioria dos computadores já possuem este programa instalado;• Facilidade de criar relação entre células e planilhas;• Facilmente pode-se acrescentar novos campos de identificação;• Grande quantidade de campos disponíveis para o preenchimento;• Seu uso é relativamente fácil, o que o torna acessível a todos os usuários com um

pouco de conhecimento em informática.A planilha para emissão de ordens de manutenção é composta por 3 subplanilhas

relacionadas, sendo uma planilha principal, uma para o cadastro dos equipamentos e umaterceira para os setores da EAS.

3.2.1 Planilha Principal

A primeira é denominada de OS - MANUTENÇÃO e é nessa que é gerada a ordemde manutenção. Esta planilha é composta por campos responsáveis por identificar osequipamentos: setores de origem, defeitos apresentados, tipo de manutenção empregadoe um campo para a descrição de ocorrências diversas, tais como data de contato com ofabricante, data de desativação, data de aquisição de peças, entre outras.

• Equipamento;• Setor de origem;• Defeitos apresentados;• Tipo de manutenção empregado;• Ocorrências diversas, tais como: data de contato com o fabricante, data de desati-

vação, data de aquisição de peças, entre outros;

3.2.2 Planilha de Equipamentos

Nesta são descritos os campo que identificam cada equipamento. É composta pelosseguintes campos:

• Lista de Equipamentos: lista com todos os equipamentos da EAS;• Número de Patrimônio ou Identificação: número de cadastro do equipamento;• Fabricante: identificação da empresa fabricante do equipamento em questão;• Modelo: identificação do modelo do equipamento em questão;• Setor de Origem: setor a que pertence o equipamento;• Date de Compra: data da aquisição do equipamento;• Data Final da Garantia: data de término da garantia.

Page 39: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 3. Métodos 38

Cada um dos campos, comentados na lista acima é separado por colunas, enquanto osdados são dispostos por linhas, sendo que cada equipamento é identificado por uma linhada planilha.

A planilha descrita na seção 3.2.2 é correlacionada com a planilha descrita na seção3.2.1 por meio de comandos do Microsoft Excel c©. De modo que para gerar uma ordemde manutenção é necessário apenas o preenchimento da planilha OS - MANUTENÇÃO,quando completa-se os campos relativos ao Setor de Origem e Equipamento, os camposNúmero de Patrimônio, Fabricante, Modelo, Data de Compra e Data Final da Garantiasão completados automaticamente, com base nos dados declarados na planilha de Equi-pamentos.

3.3 Cadastro dos Equipamentos

O primeiro passo para o cadastro dos equipamentos na planilha descrita na seção 3.2.2foi realizar um levantamento de todos os equipamentos médicos que estão presentes naEAS.

Após o levantamento inicial destes dados, é necessário atribuir a cada equipamentoum código de identificação. Em geral tais números de cadastros são longos, o que dificultauma ação rápida de identificação entre o equipamento e o código em questão. Na tentativade criação de um código de fácil memorização buscou-se uma alternativa na literatura.

Um bom exemplo de código é o apresentado no GEMA(2002). Neste material, éproposto um código composto por oito campos, subdivididos em quatro pares, sendo:

• Os dois primeiros campos referem-se ao local onde o equipamento está instalado, S1

e S2;• Os dois campos seguintes identificam o tipo de equipamento, T1 e T2;• Os dois campos seguintes identificam a quantidade adquiridos em um mesmo ano,

Q1 e Q2;• Os dois últimos campos referem-se ao ano de aquisição do equipamento, A1 e A2.Assim, tem-se o seguinte formato de código:

Código: S1 S2 T1 T2 Q1 Q2 A1 A2

Em geral o código de cadastro pode, e deve, ser adaptado à situação da EAS, mas éimportante que seja sempre composto de forma simples para que a identificação seja fácile clara.

Este exemplo de código é eficaz, pois torna desnecessário que se conheça a função doequipamento pelo fato de sua identificação ser feita apenas com base em dados de fácilconhecimento de todos, tais como o setor de origem e a quantidade do tipo de equipamentopresente naquele setor.

Page 40: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 3. Métodos 39

3.4 Validação dos Modelos Propostos

Para a validação dos modelos citados anteriormente, tais planilhas foram aplicadas emum estudo de caso realizado no Hospital Regional de Porecatu-PR, no período de abril de2014 até outubro de 2014. E ainda, para uma comprovação dos métodos mais aprimorada,foi realizada uma visita ao Hospital Universitário da Região Norte do Paraná-HURNPcom a intenção de coletar dados de um serviço de manutenção já elaborado para comprovara viabilidade dos modelos apresentados.

Page 41: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

40

4 Resultados

Nesta seção serão apresentados as planilhas construídas com os procedimentos descri-tos na seção 3, juntamente com os resultados das avaliações feitas.

4.1 Ordens de Serviço Coletadas em Porecatu-PR

4.1.1 Planilha Principal

Como descrito na seção 3.2.1, está é a planilha principal. Portanto deve apresentar-sede forma clara para que não haja dúvidas durante seu preenchimento. Sua implementaçãopode ser vista na figura 6.

Figura 6 – Planilha OS MANUTENÇÃO.

Por se tratar de uma trabalho inicial e com pouco tempo de duração, não foi possí-vel a criação de uma lista com os principais defeitos codificados em uma lista de parafacilitar sua identificação. Para solucionar este problema, os dados referentes aos defeitosapresentados foram deixados para serem preenchidos manualmente.

Page 42: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 41

Com o tempo, pode-se reanalisar a situação da EAS, identificado-se os principaisproblemas apresentados pelos equipamentos e aprimorar as planilhas propostas.

4.1.2 Planilha de Equipamentos

Como dito na seção 3.2.2, é necessário criar um código de identificação para cadaequipamento. Por tratar-se de uma EAS de pequeno porte, onde há poucos equipamentos,poucos setores e onde não há um grande volume de compras realizados no ano, optou-sepela utilização de um código de cadastro onde é utilizado apenas duas letras para o setorde origem e duas letras para identificar o equipamento.

As siglas adotadas para o setor de origem são:• BE: Berçário;• CC: Centro Cirúrgico;• CM: Centro Médico;• PE: Posto de Enfermagem;• UF: Ultrassom e Fisioterapia.Com relação aos equipamentos são:• AC: Autoclave;• BA: Berço Aquecido;• CV: Cardioversor;• FA: Foco Auxilar;• FR: Foco Auxilar Recarregável;• FP: Fototerapia;• FT: Foco de Teto.• RX: Aparelho de Raio X• UF: Aparelho de Ultrassonografia.Para uma melhor visualização a planilha foi divida em duas partes.

Page 43: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 42

Tabela 1 – Cadastro dos Equipamentos - Parte I

Lista de Equipamentos Código de Cadastro

Aparelho Cardioversor CM-CVAparelho de Ultrassonografia UF-US

Aparelho de Fototerapia BE-FPAparelho de Raio X CM-RX

Autoclave CC-ACBerço Aquecido-BE BE-BABerço Aquecido-CC CC-BA

Foco Auxiliar CM-FAFoco Auxiliar com Bateria CC-FR

Foco de Teto CC-FT

Tabela 2 – Cadastro dos Equipamentos - Parte II

Fabricante/Fornecedor Modelo Setor de Origem

ECAFIX MDF 03 B Clínica Médica-CMSAMSUNG MEDISON 6000 C Ultrassom e Fisioterapia-UF

GIGANTE F-6 Berçário-BESIEMENS 125kW x 300mA Clínica Médica-CMFANEM 415 Centro Cirúrgico-CCOLIDEF MATRIX SC Berçário-BEOLIDEF MATRIX SC Centro Cirúrgico-CC

MICROEM FAC 650 Clínica Médica-CMMICROEM FAC 600B Centro Cirúrgico-CCRAMSON FC-07 Centro Cirúrgico-CC

Os campos referentes a Data de Compra e Data Final da Garantia foram suprimidospor não terem sido identificados.

4.1.3 Ordens de Serviços Solicitadas

A seguir serão exibidas algumas ordens de serviço feitas para os equipamentos cadas-trados seguindo os métodos e modelos descritos anteriormente.

Page 44: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 43

Figura 7 – OS Manutenção 01.

Page 45: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 44

Figura 8 – OS Manutenção 02.

Page 46: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 45

Figura 9 – OS Manutenção 03.

Page 47: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 46

Figura 10 – OS Manutenção 04.

Page 48: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 47

Figura 11 – OS Manutenção 05.

Page 49: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 48

Figura 12 – OS Manutenção 06.

4.2 Ordens de Serviço Coletadas no HURNP

Para comprovar a funcionalidade e a viabilidade da implantação dos métodos descritosanteriormente, realizou-se uma consulta aos históricos de manutenções de alguns equipa-mentos médicos do HURNP. Tais históricos podem ser visto nos anexos. Através dosdados cadastrados no sistema do HURNP foram geradas solicitações de ordens de serviçoutilizando-se as planilhas vistas anteriormente.

Os históricos consultados, vistos em anexo, foram para os seguintes equipamentos:Autoclave, Berço Aquecido, Emissor de Raio-X, Foco de luz Auxiliar, Fototerapia e Ven-

Page 50: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 49

tilador Pulmonar.

4.2.1 Planilha de Equipamentos

Utilizando-se dos mesmos métodos descritos para identificação dos equipamentos doHospital de Porecatu-PR, foi feita identificação dos equipamentos do HURNP. Os da-dos foram cadastrados seguindo-se os dados informados nos anexos. Para uma melhorvisualização dos campos, a planilha foi dividida em 2 partes.

Tabela 3 – Cadastro dos Equipamentos HURNP-Parte I

Lista de Equipamentos Número de Patrimônio Fabricante/Fornecedor

Autoclave 48706-3 FANEMBerço Aquecido 59065-0 CORIMEX

Emissor de Raio-X 161596-9 INVENTARIADOFoco de Luz Auxiliar 48674-4 LAPALU

Aparelho de Fototerapia 68812-4 HOSPIMEDVentilador Pulmonar 161767-6 DRAGER

Tabela 4 – Cadastro dos Equipamentos HURNP-Parte II

Modelo Setor de Origem Data de Compra Data Final da Garantia

415/4 Lavagem e Esterilização 09/08/1984 NCNC Depósito II 17/02/1987 NCNC Div. Radiologia-Sala 02 17/11/2006 NCNC Coleta de Materiais-GC-AEHU 08/08/1984 NCNC Divisão de Pronto Socorro 23/08/1990 NC

SAVINA Unidade de Terapia Intensiva 18/01/2007 08/12/2007

A diferença entra a planilha de cadastro feita para a EAS de Porecatu-PR é que nestaos setores e os números de patrimônio já estão definidos, sendo assim não foi aplicado amesma codificação utilizada anteriormente.

4.2.2 Ordens de Serviço Solicitadas

Após o cadastro feito, foram geradas algumas ordens de serviço. As ordens de serviçoconsultadas são antigas, e já foram todas executadas, e foram refeitas com os métodos

Page 51: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 50

apresentados anteriormente apenas para comprovar sua viabilidade. Seguem algumasdestas solicitações.

Figura 13 – OS - HURNP 01

Figura 14 – OS - HURNP 02

Page 52: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 51

Figura 15 – OS - HURNP 03

Figura 16 – OS - HURNP 04

Page 53: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 52

Figura 17 – OS - HURNP 05

Figura 18 – OS - HURNP 06

Page 54: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 53

Figura 19 – OS - HURNP 07

Figura 20 – OS - HURNP 08

Page 55: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 4. Resultados 54

Figura 21 – OS - HURNP 09

Figura 22 – OS - HURNP 10

Page 56: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

55

5 Discussão dos Resultados e Con-clusão

O setor de Engenharia Clínica é de suma importância para o bom funcionamentode uma EAS. Entretanto a situação real nem sempre segue a teoria. Muitas vezes, otrabalho do engenheiro clínico fica a cargo de pessoas com formação em outras áreas,como administração, por exemplo.

Assim, muitas vezes o profissional responsável não tem experiência em organizar gru-pos, rotinas e formulários de manutenção, sejam elas preventivas ou corretivas, que podemdificultar os trabalho de técnicos. Um setor de equipamentos médicos mal gerenciadospode fazer com que este não atenda a demanda de forma satisfatória.

As planilhas apresentadas buscam padronizar o serviço de manutenção. Estas são defácil implementação, simples e rápidas de serem preenchidas, e trazem como resultado umaextrema facilidade de armazenamento de dados e consulta de ordens de serviço anteriores,pelo fato de substituírem o armazenamento em caixas de arquivos, que estão sujeitas adegradação. Quando utilizam-se planilhas eletrônicas este fator de degradação é nulo.

As planilhas apresentadas alcançaram o objetivo proposto de padronizar os formuláriosde manutenção. Apesar de tais planilhas terem sido inicialmente criadas para atenderas necessidades básicas da EAS de Porecatu-PR, como analisada através das figuras 7até 12, substituindo as informações passadas de forma verbal ou escrita para o técnico,apresentaram um grau de eficiência considerável quando foram aplicadas aos prontuáriosdo HURNP, onde o setor de engenharia clínica já existe há muitos anos.

Mesmo que os documentos descritos anteriormente, no capítulo 3, tenham sido basea-dos em um fluxograma em que não considera a possibilidade de um serviço de manutençãopor contrato ou pelo equipamento estar na garantia, onde o equipamento é enviado a umaprestadora de serviços, neste caso o mais correto seria desenvolver uma planilha baseado nofluxograma da figura 4, as planilhas propostas conseguiram suprir tal necessidade, mesmoque tenham sido criadas baseando-se no fluxograma da figura 5, apenas adicionando-seas informações de forma manual no campo Ocorrências.

Uma outra vantagem do método apresentando neste trabalho é com relação a simpli-cidade da implementação das solicitações. Durante a visita ao HURNP pode-se observarque o método utilizado é muito completo, porém complexo. Esta complexidade elevadafaz com que nem todos os funcionários compreendam como preencher uma ordem de ser-viço corretamente. Já com o método aqui apresentado faz-se necessário que o funcionáriasaiba apenas como utilizar o software MicrosoftExcel c©.

Pelo fato de este trabalho ter sido desenvolvido em uma EAS onde o setor de engenha-ria clínica não existe, a codificação dos defeitos apresentados é feita de forma subjetiva, o

Page 57: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 5. Discussão dos Resultados e Conclusão 56

que torna complicado realizar análises estatísticas com relação aos equipamentos. Mesmoassim, no caso de alguns equipamentos, através das análises dos prontuários feitos emPorecatu-PR e dos consultados no HURNP, pode-se inferir alguns defeitos mais prová-veis, como exemplo cita-se o caso doAparelho de Fototerapia onde os principais serviçossolicitados foram a troca de lâmpadas e reatores.

Na literatura consultada existem alguns modelos de ordens de serviços propostos. Porapresentar um alto grau de detalhamento dos serviços solicitados, torna-se complicadade ser preenchida por pessoas que não possuem formação na área técnica. Fator esteque dificulta a implantação de um método de padronização de ordens de serviço, onde aspessoas já estão acostumadas a realizar esta documentação de forma manual ou conversainformal com o prestador de serviço. Neste caso o mais recomendável a é que seja utilizado,em primeiro momento, modelos onde o grau de complexidade seja menor e com o tempopassar a utilizar modelos mais completos.

Este trabalho não foi desenvolvido para ser o único método, e sim foi desenvolvido como intuito de ser mais um método de avaliação do desempenho da qualidade dos serviçosprestados, uma vez que com os documentos gerados em formas digitais torna-se mais fácilas análises dos serviços prestados para cada equipamento.

Page 58: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

57

Referências

ARAÚJO, I. M. D.; SANTOS, C. K. S. Manutenção Elétrica Industrial. Acesso em:11/06/2014. Disponível em: <http://www.dee.ufrn.br/~joao/manut/05%20-%20Cap%EDtulo%203.pdf>.

CALIL, S. J. GEMA - Gerenciamento de Manutenção de Equipamentos Médico-Hospitalares. 2002.

CALIL, S. J.; TEIXEIRA, M. S. Gerenciamento de Manutençäo de EquipamentosHospitalares. In: Saúde & Cidadania. [S.l.]: Instituto para o Desenvolvimento daSaúde/Universidade de Säo Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Núcleo de AssistênciaMédico-Hospitalar/Banco Itaú, 1998. v. 11.

CUNHA, J.; NOHAMA, P.; RAMÍREZ, E. F. A Engenharia Clínica no Estado doParaná Passado, Presente e Futuro. 21o Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica,2008.

FERREIRA, A. B. d. H. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. [S.l.]: Nova Fronteira,2003.

FERREYRA RAMÍREZ, E. F. Metodologia de Priorização de Equipamentos Médicospara Programas de Manutenção Preventiva em Hospitais. Dissertação (Mestrado)–Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação,Campinas, São Paulo, p. 94 p., 1996.

FERREYRA RAMÍREZ, E. F.; CALDAS, E. C.; SANTOS JR., P. R. dos. ManualHospitalar de Manutenção Preveniva. [S.l.]: EDUEL - Editora da Universidade Estadualde Londrina, 2002.

MOURÃO, J. F. S.; MOURÃO, T. S.; MOURÃO, A. A. Implantação de EngenhariaClínica Através da Gestão de Projetos. p. 20, 2009.

PENCO, M. C. C. Proposta de Planilhas para Gerenciamento de Manutenção deEquipamentos Médicos. Trabalho de Conclusão da Curso - Universidade Estadual deLondrina - Londrina, p. 59 p., 2005.

PLAZAS, R. Desenvolvimento de uma Métodologia para Codificação de Defeitos emEquipamentos Médicos. Biblioteca Digital da Unicamp, 2002.

RDC-Resolução da Diretoria Colegiada. no. 185 de 22 de outubro de 2001. RegulamentoTécnico que trata do Registro, Alteração, Revalidação e Cancelamento do Registro deProdutos Médicos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA. Diário Oficialda União, Brasília, DF, Poder Executivo, de, v. 6, 2001.

SILVA, N. F.; RAMÍREZ, E. F. F. Metodologia para Classificação de ImportânciaEstratégica de Equipamentos Médicos. 21o Congresso Brasileiro de EngenhariaBiomédica, 2008.

Page 59: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

58

6 Anexos

A seguir são apresentados os históricos consultados referentes aos equipamentos doHospital Universitário Regional do Norte do Paraná. Os históricos apresetantados são:Autoclave, Berço Aquecido, Aparelho de Raio-X, Foco de Luz, Aparelho de Fototerapiae Ventilador Pulmonar.

Page 60: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 6. Anexos 59

Figura 23 – Histórico de Manutenção: Autoclave.

Page 61: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 6. Anexos 60

Figura 24 – Histórico de Manutenção: Berço Aquecido.

Page 62: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 6. Anexos 61

Figura 25 – Histórico de Manutenção: Emissor de Raio-X.

Page 63: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 6. Anexos 62

Figura 26 – Histórico de Manutenção: Foco de Luz Auxiliar.

Page 64: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 6. Anexos 63

Figura 27 – Histórico de Manutenção: Fototerapia.

Page 65: PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES

Capítulo 6. Anexos 64

Figura 28 – Histórico de Manutenção: Ventilador Pulmonar.