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Out > Dez 2005 | P4 P9 P16 CADERNOS DE MERCADOS > > > > P21 Actividade do Sector Bancário em Portugal O MICROCRÉDITO O Controlo Estatístico do Processo (SPC) P25 > Sumário Evolução do Sistema Financeiro Divulgando ... O MICROCRÉDITO Citando... CADERNOS DE MERCADOS Actividade do Sector Bancário em Portugal no Ano de 2004 "When The World Zigs, Zag." Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária Formação Profissional IV Rally Paper do IFB/ISGB Formação em Alternância na Banca para Jovens Dr. Miguel Pacheco Secção e-Learning O Controlo Estatístico do Processo (SPC) Conferência do Engº Jardim Gonçalves História Breve O Microcrédito em Portugal O Microcrédito é uma Maneira de Cada Um se Ajudar a Si Próprio ... Cinco Anos de Microcrédito em Portugal – Modelo Formativo Desafiante A Oportunidade e a Consistência como Factores de Construção das Marcas Um Falso Dilema Ético... – Dedicação ao IFB e à Formação em África Commodities A Sua Aplicabilidade em Serviços Financeiros Manuel Brandão Alves Jorge Wemans João Cantiga Esteves Caetano Ferreira Jaime Mourão-Ferreira Ricardo Fortes da Costa Rogério Puga Leal 4 9 8 15 16 24 21 25 31 29 32 33 33 34 34 33 Ficha Técnica • Out > Dez 2005 66 inforBANCA Director: Redacção: Capa, Fotografias e Ilustrações: Design Gráfico e Paginação: Impressão e Acabamento: Assinatura Anual Tiragem: Depósito Legal: Manuel Ferreira Helena Fontes Rui Vaz Gracinda Santos (4 números): € 5,00. Distribuição gratuita aos empregados bancários, quando feita para o seu local de trabalho. 13 000 exemplares 15 365/87 | | | LISGRÁFICA – Impressão e Artes Gráficas, SA – Casal de Santa Leopoldina – QUELUZ DE BAIXO A responsabilidade pelas opiniões expressas nos artigos publicados na , quando assinados, compete unicamente aos respectivos autores. Inforbanca www.ifb.pt Instituto de Formação Bancária Propriedade: Sede: Av. 5 de Outubro 164, 1069-198 Lisboa Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: [email protected] Evolução do Sistema Financeiro

PAG 2 3 - isgb.pt · (4 números): € 5,00. Distribuição gratuita aos empregados bancários, quando feitaparaoseulocaldetrabalho. 13000exemplares 15365/87

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CADERNOS DEMERCADOS

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Actividade do SectorBancário em Portugal

O MICROCRÉDITO

O Controlo Estatísticodo Processo (SPC)

P25

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SumárioEvolução do Sistema Financeiro

Divulgando ...

O MICROCRÉDITO

Citando...

CADERNOS DE MERCADOS

Actividade do Sector Bancário em Portugal no Ano de 2004

"When The World Zigs, Zag."

Notícias Breves da Banca

Correio Electrónico

Instituto Superior de Gestão Bancária

Formação Profissional

IV Rally Paper do IFB/ISGB

Formação em Alternância na Banca para Jovens

Dr. Miguel Pacheco

Secção

e-Learning

O Controlo Estatístico do Processo (SPC)

Conferência do Engº Jardim Gonçalves

História BreveO Microcrédito em PortugalO Microcrédito é uma Maneira de Cada Um se Ajudar a Si Próprio ...

Cinco Anos de Microcrédito em Portugal

– Modelo Formativo Desafiante

A Oportunidade e a Consistência como Factores de Construção dasMarcas

Um Falso Dilema Ético...

– Dedicação ao IFB e à Formação em África

Commodities

A Sua Aplicabilidade em Serviços Financeiros

Manuel Brandão Alves

Jorge Wemans

João Cantiga Esteves

Caetano Ferreira

Jaime Mourão-Ferreira

Ricardo Fortes da Costa

Rogério Puga Leal

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Ficha Técnica – • Out > Dez 200566inforBANCA

Director: Redacção:Capa, Fotografias e Ilustrações: Design Gráfico e Paginação:Impressão e Acabamento:

Assinatura Anual

Tiragem: Depósito Legal:

Manuel Ferreira Helena FontesRui Vaz Gracinda Santos

(4 números): € 5,00. Distribuição gratuita aos empregados bancários, quandofeita para o seu local de trabalho.

13 000 exemplares 15 365/87

LISGRÁFICA – Impressão e Artes Gráficas, SA – Casal deSanta Leopoldina – QUELUZ DE BAIXO

A responsabilidade pelas opiniões expressas nos artigos publicados na , quando assinados, competeunicamente aos respectivos autores.

Inforbanca

www.ifb.ptInstituto

de Formação

BancáriaPropriedade:Sede: Av. 5 de Outubro 164, 1069-198 LisboaTel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: [email protected]

Evolução doSistema Financeiro

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3inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Editorial

Manuel Ferreira

1. As Nações Unidas declararam 2005 o Ano Internacional do Microcrédito. Estenúmero da procura levar aos seus leitores uma reflexão sobre umtema que, não sendo propriamente novo, tem vindo a ganhar crescente atençãonos meios económicos e políticos mundiais mais preocupados com os aspectossociais do desenvolvimento económico.

A partir da crença e do entusiasmo do Prof. Muhammad Yunus, um economistado Bangladesh, fundador no seu país do Grameen Bank – o Banco da Aldeia –,que obteve resultados extraordinários no combate à pobreza através do apoio aopequeno empreendorismo, a ideia do Microcrédito ganhou reconhecimento aosníveis mais elevados, incluindo o do próprio Banco Mundial.

Em Portugal, a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) desenvolvehá anos, com o apoio de outras instituições e voluntários, um trabalho pioneiro emuito meritório. Alguns dos nossos bancos estão sensibilizados para o tema atéporque, como nos diz o Presidente da ANDC, “O Microcrédto pode ser umavantagem para as instituições financeiras, na medida em que lhes dá uma imagemde responsabilidade social, cria clientes potenciais......”.

2. Publicamos nesta edição algumas ideias-chave da visão do Engº JardimGonçalves, Presidente do Conselho Superior do Millennium bcp, sobre o nossosistema financeiro. Depois de uma análise estratégica da banca internacional, dassuas tendências mais recentes e do seu impacto no nosso país, propõe trêsalternativas para mitigar a vulnerabilidade da banca portuguesa a ofertas debancos estrangeiros: reforçar a consolidação doméstica através de negociaçõesamigáveis entre os nacionais, enfoque no e ou aabordagem de oportunidades de crescimento mesmo com um núcleo deaccionistas mais diversificado.

3. Chamamos a atenção dos leitores para a síntese que fazemos nesta Revista dealguns dados sobre a evolução do Sistema Bancário no ano transacto, extraídosdo da APB. Em matéria de recursos humanos, há trêstendências particularmente importantes: o número de empregados bancárioscontinua a diminuir (são hoje menos 8930 do que há cinco anos), 58% dos novosempregados têm formação superior e, terceiro aspecto, o investimento emformação profissional aumentou de novo, atingindo 24 milhões de euros.

Notamos, no entanto, que, de acordo com o relatório referido, a formaçãopresencial representou 81% das participações e o apenas cerca de10%, muito abaixo, portanto, daquilo que já se verifica na banca europeia.Embora, já em 2005, tenhamos verificado no nosso Instituto um crescimentoacentuado da utilização dos serviços da WebBanca – Formação Bancária Online,a verdade é que há ainda muito terreno a percorrer e muitas oportunidades aexplorar através de um tipo de formação sempre disponível, que chega a todose a todo o lado e que, sobretudo, é muito mais barata!

InforBANCA

players core-business go for growth

Boletim Informativo

e-learning

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Out > Dez 2005�Out > Dez 2005�4 inforBANCA 66

Evolução doSistema Financeiro

Desenvolvimento do Sistema Financeiro Português

1985-1990

Abertura do sectorfinanceiro à iniciativaprivadaLançamento de instituiçõesfinanceiras especializadas

1990-1995

Nova legislação para o sectorbancárioAbolição dos limites de crédito, taxasfixadas administrativamente eobstáculos à abertura de sucursais

1995-2000

� Enfoque noe em produtos

financeiros inovadores

cross-

-selling

2000- ...

Internacionalização da oferta suportadapor avanços tecnológicosDesenvolvimento de novos modelos denegócio com uma filosofia multi-produto,multi-canal, multi-segmento

1985-1990 1990-1995 1995-2000 2000- ...

Implicações Estratégicas Resultantes do Enquadramento Competitivo

Oportunidades para conquistarquota de mercadoReduzida importância dadimensão dada a regulação e oproteccionismo do mercadoDiferenciação das propostas devalorExpansão das redes dedistribuição

Menor facilidade na obtenção deganhos de quota de mercadoReforço da importância deobtenção de dimensão críticaapropriadaEnfoque no e emprodutos financeiros inovadoresComunicação agressiva daspropostas de valor

cross-selling

Menores oportunidades paraconquistar quota de mercadoImportância da dimensão críticapara obter economias de escala,ganhos de eficiência, sinergias ecomplementaridadesUso intensivo de bases dedados e telemarketing

Importância determinantede dimensão crítica e deuma sólida e rendível redede no mercadodomésticoImportância dos novoscanais de distribuiçãoremotos baseados nasnovas tecnologias deinformação

franchising

O , Presidente do Conselho Superior do Millennium BCP, fez uma apresentação, no passado dia 22 deJulho, intitulada “Tendências de Evolução do Sistema Financeiro”, ao Curso Avançado de Gestão Bancária do Instituto Superior deGestão Bancária.

Os que tiveram a oportunidade de participar na conferência puderam, numa primeira parte, ouvir falar do desenvolvimento do SistemaFinanceiro Português; nas implicações estratégicas resultantes do enquadramento competitivo; das tendências estruturais do sectorfinanceiro internacional; da consolidação do sector bancário europeu e da situação do sector bancário português na sua generalidade.Numa segunda parte, foi dada ênfase à estratégia de consolidação e desenvolvimento do Millennium BCP.

Pela pertinência das ideias transmitidas a revista partilha com os seus leitores alguns dos conteúdos ali apresentados.

Sr. Eng. Jorge Jardim Gonçalves

InforBanca

Conferência do Engº Jardim Gonçalves

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5inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Tendências Estruturais do Sector Financeiro Internacional

Concorrênciae Estruturado Sector

Vaga de operações de M&A trans-fronteiriças iminentesConsolidação doméstica continua em alguns países, especialmente envolvendo bancos de média dimensão e deoutros segmentos bancáriosTendência de crescimento de longo prazo dos activos do sector bancárioEmpresas não financeiras concorrem como fornecedores de serviços financeiros

EnquadramentoRegulamentar

Acordo de Capital Basileia II a partir de 2007Novas regras contabilísticas (IFRS) desde o início de 2005Crescente atenção a , contabilidade, transparência, disciplina de mercado, papel dos auditores eagências de

corporate governance

rating

Internacio-nalização

Solução estratégica para bancos de países onde o nível de concentração do sector é já elevadoInteresse nos mercados de elevado potencial de crescimento, embora decrescente devido à intensidade do nível deconcorrência actual

EstruturaOrganizacional

Maior concentração emMaior eficiência na organização das actividadesAtenção a práticas de , ao papel dos auditores externos, bem como às práticas desustentabilidade social

core businesses

corporate governance

Controlo eGestão

dos Riscos

Canais deDistribuição

Portfolio deProdutos e

Serviços

Infra-estruturados MercadosFinanceiros

Melhoria das técnicas de controlo e gestão do risco, em linha com as exigências das novas normas de Basileia IIIntrodução do conceito de risco operacional e desenvolvimento de práticas e princípios que garantam a sua gestãoeficiente

Preferência dos clientes pela distribuição multi-canalCrescimento contínuo da utilização da InternetDesenvolvimento de novos canais remotos – SMS e PDA – e aperfeiçoamento dos canais existentes –

e atendimento telefónicoOptimização dos espaços de atendimento físico no sentido de maior automatização

Internet

banking

Forte inovação na oferta de produtos, permitindo a adaptação a alterações de regulamentaçãoProcura crescente por produtos estruturados, produtos/serviços de gestão de activos e cartões de crédito commúltiplas capacidadesForte diversidade de produtos disponível, incluindo produtos não financeiros, capitalizando nas redes dedistribuição física

Consolidação internacional de sistemas de ePrivatização e concentração de bolsas de valores“Internalização” de transacçõesElevada fragmentação dos negócios de e

front back office

clearing settlement

Consolidação do Sector Bancário Europeu: Evolução Recente

Os processos de consolidação trans-fronteiriça no sectorbancário europeu são ainda insignificantes, uma vez que oenfoque das operações de concentração tem sido até agorapredominantemente de âmbito doméstico

Na Europa, a banca é um dos sectores que ainda nãopassaram por uma forte reestruturação, permanecendo comoum dos mais fragmentados à escala continental

As oportunidades de consolidação doméstica estão a esgotar--se na Europa, com excepção de países como a Alemanha e aItália

O sector bancário europeu é ainda

fortemente influenciado por critérios de

protecção das instituições locais

Consolidação por Sector de Actividade*

14,819,9

23,423,823,824,724,829,630,3

36,3

0

20

40

Ban

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Fonte: McKinsey; *Percentagem de M&A trans-fronteiriços no total de operações M&A nos países daOCDE (1990-99).

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inforBANCA 66 Out > Dez 2005�6

Consolidação do Sector Bancário Europeu: Evolução Recente

Obstáculos a M&A Trans-fronteiriços na Europa

Resistência e desincentivo por parte dos agentesreguladores, que têm vindo a fomentar a visãoproteccionista de empresas campeãs nacionais

Ideia generalizada de que os M&A trans--fronteiriços não acrescentam valor, uma vez que opotencial de racionalização de custos é menor quandocomparado com operações domésticas

Preocupações ao nível do efeito de diluição devido adiferentes avaliações e existência de activos

Número limitado de potenciais alvos devido àestabilidade das estruturas accionistas e de algumarigidez de governo corporativo

non-core

M&A no Sector Bancário da UE-15

Reduzidas operações de M&A trans-fronteiriço

verificadas na Europa até hoje

Fonte: BCE; *1º Semestre de 2004.

120

100

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60

40

20

01994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004*

Trans-fronteiriço (valor em mil milhões de euros)Doméstico (valor)Trans-fronteiriço (número de operações)Doméstico (número)

Sector Bancário Português: Análise SWOTPontos Fortes

Sector bancário moderno, desenvolvido e inovador

Sector competitivo e eficiente

Sector sólido

– ofertaalargada de produtos e serviços inovadores satisfazendo um lequediversificado de necessidades de clientes e com redes dedistribuição modernas

– grau moderado deconsolidação e sucesso dos esforços de racionalização eoptimização

– beneficiando de normas regulamentaresexigentes e de regras internas de controlo dos riscos

Pontos Fracos

Recuperação lenta da actividade económica em PortugalRisco de divergência persistente da economia portuguesa face àmédia da União EuropeiaNível de endividamento das famílias e empresas ainda elevadoCusto de superior a outros sectores europeusMenor flexibilidade no acesso a mercados de capitais quandocomparado com outros sectores europeus

funding

Oportunidades

Alargamento da União Europeia

Exportação de experiência e de

, proporcionando novosmotores de crescimento

para mercadosinternacionaisEsforço de enfoque nos negócios

know-how

core

Ameaças

Vulnerabilidade do sector

Intensificação da concorrência internacional

face a operações de M&A trans--fronteiriço na Europa

no negócio debanca de investimento e de private banking

Sector Bancário Português: Principais Desafios

Estratégia

Governo dasSociedades

Negócios

Operacional

Enfrentar a crescente concorrênciaManutenção de autonomia estratégicaEnfoque no negócio e optimização do capital

Relacionamento comHarmonização da regulamentação

stakeholders

Desenvolvimento de novos motores decrescimentoInternacionalização

� Produtividade e eficiência operativa

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7inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Produtividade na Banca de Retalho:Portugal Face a Melhores Práticas Europeias

Mudanças na estrutura da indústria, com maior peso da bancaprivada, consolidação e presença crescente de operadoresemergentes e especializadosOptimização dos canais de distribuição e das operaçõesMelhoria da oferta de produtos e ajustamento do pricing

Gap Estrutural:

Níveis estruturalmente mais baixos da procuraPadrões históricos das transacções (maior peso dosinstrumentos com suporte em papel)Dimensão do mercado

Produtividadeda Banca de Retalho em Portugal

Fonte: McKinsey; Produtividade do trabalho (Valor acrescentado bruto por hora de trabalho) ajustada paraeliminar diferenças estruturais (ex.: activos mais reduzidos).per capita

100

57 60

8189

1998 1999 2000 2001 2001Portugal Holanda

(o mais produtivo dossectores europeus)

Gap nãoestruturalCrescimento

anual de 16%

Sector Bancário Português: Eficiência

O sector bancário português é um dos sectores mais desenvolvidos e eficientes da Europa.

Custos Administrativos/

Produto Bancário (Europa)

Número de Sucursais por

Milhão de Habitantes (2003)

Fonte: Banco de PortugalNota: ( ) – número de bancos considerados para cada país.

Fonte: Banco Central Europeu

100200120022003

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Sector Bancário Português: Perspectivas

A vulnerabilidade do sector bancário português a operações de M&A trans-fronteiriços na Europa é actualmente elevada.

Alternativas para mitigar a vulnerabilidade dos bancos a ofertas de bancos estrangeiros

Reforçar aConsolidação Doméstica

Enfoque no core-business

Go for Growth

� Aproveitamento do potencial de consolidação doméstica ainda existente, através de negociações amigáveisentre os nacionais.players

� Eliminação do potencial de reestruturação ainda existente no sector em Portugal, pelo reforço do enfoquenos negócios e pela optimização dos recursos existentes.core

� Abordagem de oportunidades de crescimento, mesmo enfrentando o de um núcleo de accionistasmais diversificado.

trade-off

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8 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

Sector Bancário Português: Factores Críticos para a Manutenção deAutonomia Estratégica

AutonomiaEstratégica

Performance

Qualidade dos activos intangíveis

Dimensão

� Estabilidade da estrutura accionista– parcerias– participações cruzadas entre empresas nacionais e/ou internacionais

Sector Bancário Português: Sumário

O sector bancário é actualmente uma das indústrias mais fragmentadasda Europa, dado que o enfoque das operações de concentração tem sidoaté agora predominantemente de âmbito doméstico

Os principais obstáculos a M&A trans-fronteiriços estão a desaparecer,pelo que a intensificação da consolidação do sector bancário europeu éiminente e inevitável

Espera-se que os bancos europeus iniciem uma nova onda de M&A trans--fronteiriços na Europa, se bem que os bancos americanos disponham derecursos suficientes para financiarem aquisições de dimensão relevante

>

Em mercados cada vez mais competitivos, agressivos e turbulentos, em que a sobrevivência ésistematicamente posta à prova sob a batuta da logística sistémica, várias mudanças de

paradigma estão em marcha no sentido de transformar organizações orientadas para produtos em organizaçõesorientadas para clientes. , de , das

, equaciona os novos desafios que se colocam aos actuais sistemas logísticos e aos do futuro parase chegar a práticas esclarecidas e maximizantes dos recursos envolvidos.

Como compatibilizar em Portugal a tradição com uma economia que só poderá sobreviver em nichos de mercadosofisticados, com produtos que incorporem muita inovação e alto valor acrescentado e em que a economia de

gama e a diversificação, o , a entrega porta-a--porta e a resposta pronta são condições essenciais para a conquista de novos clientes em novos mercados?

Logística Global e Macrologística João Carlos Quaresma Dias

Edições Sílabo

just-in-time

Divulgando

O sector bancário português é atractivo evulnerável, pelo que os riscos deconsolidação por entrada de umestrangeiro são bastante elevados

Reforçar a consolidação doméstica, a parda criação sustentada de valor para osaccionistas, poderá mitigar avulnerabilidade dos bancos portugueses aofertas de bancos estrangeiros

player

Num envolvimento total com o mundo,1,3 mil milhões de chineses desejam melhorar as suas vidas. , editado pelo ,

vem preencher a lacuna que existia sobre a explicação do progresso avassalador de um país, muitas vezes descritode forma limitada ou partindo de ideias feitas. Uma série de crónicas sobre as conquistas dos chineses desde o iníciodas reformas até aos nossos dias, contadas por um , proporcionam-nos uma visão realista e uma reflexãoimportante sobre valores universais que são de todos nós. é um intelectual chinês e estratega financeiro,com um profundo conhecimento sobre a China e o mundo ocidental, onde estudou e trabalhou, conseguindo “omelhor da visão de dois mundos”, ao aceitar o desafio de escrever um livro dirigido ao mundo latino.Gu pretende reflectir, neste livro, as três lições que a China oferece ao mundo:

Primeiro – são as iniciativas individuais que estão por detrás deste crescimento económico;Segundo – uma sociedade aberta ao mundo é um requisito essencial para o acesso de qualquer nação aoverdadeiro desenvolvimento;Terceiro – um crescimento sustentado implica um desenvolvimento global do país.

Assim, e ainda segundo o autor, a palavra “progresso” já não é desconhecida na China.

Made in China Centro Atlântico

Zhibin Gu

insider

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O microcrédito define-se como sendo um financiamento de baixo montante, dirigido a pessoas que

não encontram resposta no mercado de trabalho e que pretendem criar o seu próprio emprego ou

pequeno negócio. Constitui um instrumento cada vez mais utilizado no combate à pobreza,

estimando-se que existam no mundo cerca de 12 mil instituições que já concederam microcréditos a

perto de 50 milhões de pessoas. A Organização das Nações Unidas (ONU) designou como o

, e foram pensadas inúmeras iniciativas, em todo o mundo, sobre

um processo que poderá ajudar à redução da pobreza e à inclusão social.

2005

Ano Internacional do Microcrédito

O MicrocréditoNegócio Próprio, Emprego Próprio

A primeira manifestação de microcrédito ocorreu no sul daAlemanha em 1846, criada pelo pastor Raiffeinsen, e foidenominada Associação do Pão. A região passou por um rigorosoinverno, que levou os fazendeiros locais a contraírem dívidas e aficarem na dependência de agiotas. O pastor cedeu-lhes farinhade trigo para que pudessem fabricar e comercializar o pão,obtendo, assim, . Com o passar do tempo, aassociação cresceu e transformou-se numa cooperativa decrédito para a população pobre.

Em 1900, um jornalista da Assembleia Legislativa de Quebeccriou as Caisses Populaires e reuniu, com a ajuda de 12 amigos, omontante inicial de 26 dólares canadianos para emprestar aosmais pobres. Actualmente, estão associados às Caisses Populairescinco milhões de pessoas, em 1 329 agências.

Nos Estados Unidos, em 1953, Walter Krump, presidente deuma metalúrgica de Chicago, criou os fundos de ajuda nosdepartamentos das fábricas, onde cada operário participantedepositava mensalmente 1 dólar, destinado a atender aosassociados necessitados. Posteriormente, os fundos de ajudaforam consolidados e transformados numa Liga de Crédito. Apósesta iniciativa, outras se sucederam, existindo actualmente aFederação das Ligas de Crédito, operando nacionalmente enoutros países.

Entre 1846 e 1976, devem ter ocorrido, provavelmente,muitas outras manifestações pontuais e isoladas comcaracterísticas de microcrédito; no entanto, o grande marco quepermitiu desenvolver, difundir e que serviu de modelo parapopularizar o microcrédito foi a experiência iniciada em 1976, noBangladesh, pelo Professor Muhammad Yunus. Ele observou queos pequenos empreendedores das aldeias próximas dauniversidade onde leccionava eram reféns dos agiotas, pagandojuros extorsivos. O professor Yunus começou, então, a emprestara essas pessoas pequenas quantias com recursos pessoais, quedepois ampliou, contraindo empréstimos. Posteriormente,obteve ajuda de bancos e instituições privadas, criando, em 1978,o Grameen Bank e o de microcrédito.

Este modelo pode ser definido como um sistema de créditodirectamente relacionado com o combate à pobreza através do

capital de investimento

modelo actual

financiamento aos microprodutores, via grupos solidários queprestam garantia mútua, dispensando a garantia tradicional dosbancos. O crédito é evolutivo, podendo iniciar-se com 10 dólares;porém, a média de empréstimo é de 100 dólares. As mulheresrepresentam 96% dos clientes do banco. A experiência doGrameen gerou a revolução do microcrédito no mundo,existindo, hoje em dia, programas similares em 60 países,incluindo alguns considerados ricos, como o Canadá, França eE s t a d o sUnidos.

Em Portugal, este conceito foi introduzido há cinco anos,através da Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC),que estabeleceu uma parceria com o Instituto de Emprego eFormação Profissional e um banco privado. Desde então, aANDC aprovou 349 microcréditos, no montante global de 1,5milhões de euros. Para o efeito, basta a um proponente, semhipótese de acesso ao crédito bancário tradicional, apresentar oseu projecto à ANDC, que o analisa e decide da sua viabilidadeatravés de um dos seus agentes de microcrédito. Posteriormente,prepara a proposta de financiamento, que apresenta à banca.Cabe à ANDC a organização do processo, a cobertura do risco deincumprimento e o acompanhamento da execução do projecto.No nosso país, cada empréstimo tem um montante máximo decinco mil euros e uma taxa de juro igual à Euribor, acrescida deuma margem de 2,5 por cento (cerca de 5 por cento no total).

“O acesso ao microcrédito é o golpe de asa que devolveautonomia financeira e integração social a uma centena deportugueses excluídos por ano.” ( , 30 de Maio de2005).

“Há pessoas que têm ideias de negócio muito tímidas, épreciso fazer-lhes ver que estas têm pernas para andar”, diz MariaAdelaide Ruano, membro da direcção da ANDC. Até porque aexperiência da associação demonstra que “mesmo quandoenfrentam sérias dificuldades, as pessoas que mudaram de vidapor terem recebido um microcrédito fazem tudo paracorresponderem à confiança depositada nelas e honram os seuscompromissos.” Depositada a confiança nos candidatos, o risco é

Diário de Notícias

História Breve

O Microcrédito em Portugal

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> Microcrédito

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>

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O que é?

Para quem?

A parte menos visível, a parte submersa do microcrédito, émuito mais importante do que a concessão do crédito financeiro,embora não seja possível sem este. A parte submersa domicrocrédito não é um microcrédito; é, antes, um macrocréditoque é atribuído às pessoas que dele beneficiam; não tem naturezafinanceira, mas tem o sentido do muito crédito, que significaacreditar, dar confiança às capacidades que possuem muitos dosque a sociedade bem estabelecida tende a rotular comomarginais. Não está muito longe de nós o tempo em que se dizia, apropósito de uma pessoa digna, “aquele sr. é uma pessoa decrédito”, isto é, uma pessoa em quem se pode confiar, uma pessoapara quem o crédito não tem limites. Queremos que todos osbeneficiários do microcrédito sejam pessoas de crédito. Significaisto que o segredo do microcrédito, mais do que no pequenocrédito financeiro, reside na confiança ilimitada que, de formacontinuada, se vai atribuir a pessoas que dele necessitam, porquepodem, sabem e querem desenvolver um negócio, que lhespermitirá deixarem de ser dependentes, tornarem-seconstrutores do seu próprio emprego, passarem a serconsideradas pessoas dignas de respeito, tornarem-se maisfelizes, serem contribuintes líquidos para a sociedade, que atéaqui apenas dava e deles nada recebia.

São várias as condições que devem ser preenchidas para sepoder ter acesso ao microcrédito. Elas não devem, no entanto,ser entendidas como condições de elitismo, mas antes como

O microcrédito é uma maneira decada um se ajudar a si próprio...

... diz-nos ,

Presidente da Associação Nacional de Direito ao Crédito.

Manuel Brandão Alves*

garantias de que pessoas em determinadas circunstâncias podemter uma outra vida. Dirige-se a pessoas que se encontram, ouestão, em risco de se poderem vir a encontrar em situação demarginalidade económica e social (exclusão), sendo a situaçãomais corrente a do desemprego; pessoas que têm vontade decriar o seu próprio emprego, por sua iniciativa; que pretendemdesenvolver um negócio para que possuem aptidões ecapacidades resultantes quer da sua aprendizagem, quer da suaexperiência profissional anterior, isto é, possuem uma “boa ideia”;pessoas que necessitam apenas de um pequeno montante decrédito financeiro para o arranque do negócio, que pode, ou não,ser complementado com financiamentos ou activos que têmoutras origens.

Um dos maiores desafios que hoje se colocam aos que podemter alguma responsabilidade no grande desafio da luta contra apobreza é o de serem capazes de eliminar a mentalidade, muitasvezes ainda dominante, do pronto-a-vestir. Teremos deconsiderar, cada vez mais, que cada pessoa é um caso e que cadacaso exige uma solução específica, um fato por medida.

Dos micronegócios financiados, cerca de 80% foram bemsucedidos.

Os que julgam que o risco é muito elevado não prestamsuficiente atenção à circunstância de que em Portugal, como aliásna maioria dos outros países da Europa dita avançada, 75% dosestabelecimentos (até 10 trabalhadores) desapareceram cincoanos após terem sido criadas. Isto quer dizer que a percentagemde sucesso é apenas de 25%, enquanto no microcrédito é de80%.

Nas sociedades mais progressivas, nos primeiros anos de vidadas empresas o insucesso é muito elevado. Tal como com acriança que, para começar a andar, tem de cair muitas vezes,também o insucesso é condição de aprendizagem. A únicacondição para que o insucesso possa ser aceite como caminho deaprendizagem é que não tenha sido fraudulento ou consequênciade falta de empenhamento. Crédito malparado não significa,necessariamente, insucesso; do mesmo modo que insucesso nãosignifica, inevitavelmente, crédito malparado.

Uma outra forma de apreciarmos o nível de actividade daANDC é olharmos o comportamento das solicitações quechegam até nós.

Não sabemos como é que esta taxa poderá evoluir no futuro,mas gostaríamos que pudesse vir a aumentar. Para que talaconteça, é necessário que possam ser criadas condições para que

> Que sucesso?

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11inforBANCA 66Out > Dez 2005�

as parcerias com as instituições de solidariedade socialimplantadas no terreno se possam intensificar e alargar, de modo aque os casos que nos são sujeitos para apreciação já venhamconvenientemente enquadrados pelo objecto do microcrédito.

Com pequenos passos se pode ir passando da sociedade dodesespero para a sociedade da esperança, que tem aqui o nomede sociedade empreendedora.

Protege-se mais o desemprego do que o empreendedorismoou , a inda , o desemprego quando assoc i ado aoempreendedorismo. Porque é que há-de ser assim?

Estamos a pugnar por que seja reconhecido o estatuto domicroempresário, em que estas situações possam ser protegidas,não para que se gaste mais dinheiro, mas porque se considera que,todas as contas feitas, a sociedade ainda fica a ganhar. Fica maisbarato promover a iniciativa do que sustentar pela subsidiaçãoaqueles que tinham condições para daí poderem sair.

Creio que, no que concerne às instituições financeiras, elas nãosão receptivas nem desconfiadas; são objectivas face às condiçõesde rendibilidade do ramo de negócio em que se encontram.

A ANDC existe também para tornar possível e visível que ocompromisso com o microcrédito pode ser uma vantagem paraas instituições financeiras, na medida em que lhes dá uma imagemde responsabilidade social, cria clientes potenciais de muito maiordimensão, abre perspectivas de inserção em mercados de outrosterritórios, possibilita a inserção num movimento internacional depromoção da microfinança, etc. Ninguém duvida de que muitomais do que há cinco anos estão hoje curiosas e disponíveis paraestudar a questão.

O microcrédito não se insere numa nova filosofia socialalternativa. Pode ser considerado como uma ajuda aos que delaprecisam, mas não é uma esmola: todo o crédito concedido apelaà construção da responsabilidade de parceiros contratantes e, porisso, terá de ser reembolsado.

O que o microcrédito cria é uma janela de oportunidades paraque cada um se possa ajudar a si próprio. Àqueles que quiseremdar o passo em frente e assumir um compromisso firme, a ANDCgarante acompanhamento e apoio nas fases de lançamento,desenvolvimento e consolidação do negócio, através de técnicosespecializados, os agentes de microcrédito, que, sempre quenecessário, poderão pedir o envolvimento de apoios específicos,normalmente assegurados através de actividades de voluntariadode associados da ANDC.

Não poucas vezes temos ouvido dizer que mais importante doque o crédito concedido foi a palavra amiga que o acompanhou.

Estamos muito satisfeitos com o trabalho realizado, não parapararmos e ficarmos extasiados a olhar para trás, mas antesporque consideramos que os resultados obtidos constituem umexcelente incentivo para intensificarmos o nosso empenhamento.

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>

>

>

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E os que falharam?

Que resistências em Portugal?

Uma filosofia social alternativa?

Projectos acompanhados? Como? E por quem?

Que balanço de cinco anos?

Nos primeiros cinco anos foram criados cerca de 350 negócios.No ano de 2005 já foram financiados mais de 75.

A implantação no terreno exigiu a formação de técnicos e aconcepção de procedimentos. Em nenhum dos casos nospodíamos socorrer de experiências anteriores. As universidadesnão formavam nem formam, ainda, gente com perfil adequado aotratamento dos casos de pobreza abordados pelo microcrédito.

Depois, os últimos anos têm sido muito mais de retracção doque de expansão, pelo que foram pouco incentivadores paraaqueles que queriam ter iniciativa, sobretudo quando saídos domundo da pobreza. Os que o fizeram podem ser consideradosverdadeiros heróis.

É verdade que se pensa, em geral, que, em qualquer instituição,quando há mudança de órgãos directivos se pretende sempreadivinhar o que é que vai acontecer de novo, nomeadamente emtermos de linhas estratégicas. Devo começar por dizer que não seimuito bem o que seja isso de linhas estratégicas e duvido muito deque os que delas mais falam também o saibam. Sei o que sãoestratégias para atingir objectivos (organização de meios para osatingir); se por linhas estratégicas se pretendem designarobjectivos, então é preferível continuar a designá-los simplesmentecomo objectivos.

No que concerne aos grandes objectivos do microcrédito, aADNC adquiriu um património suficientemente sólido para quenão nos pareça que algo de substancial deva mudar. No entanto,cada tempo tem o seu tempo e, por isso, a nova direcção pretendesublinhar alguns aspectos de organização do microcrédito, criandocondições para que:

Se intensifique, em termos operacionais, a nossa parceriacom as instituições de solidariedade social que, no terreno,conhecem e acompanham as situações dos que maisprecisam;Possa ser mais reconhecido pelas várias administraçõespúblicas o papel que o microcrédito pode ter, não apenas naerradicação da pobreza, mas também na criação decondições de competitividade e sustentabilidade dasociedade portuguesa;O voluntariado possa vir a assumir uma parte maisinterventora e sistematizada na organização do microcrédito;A actividade da ADNC apareça, face aos nossos parceiros,como cada vez mais profissionalizada, tendo em conta osprincípios que afirma;As parcerias com as instituições financeiras se possam alargar,tanto em termos de número como em diversidade deconteúdos.

Não descansaremos um momento para que estes objectivosinstrumentais possam ser alcançados, mas estamos conscientes deque eles são o resultado de um caminho em comum e não apenasnosso.

Adaptado de: http:/www.solidariedade.pt

>

>

Que dificuldades?

Que linhas estratégicas?

> Microcrédito

* Presidente da Direcção da Associação Nacional de Direito ao Crédito(ANDC) e professor catedrático de Economia na Universidade Técnicade Lisboa, Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG); lecciona edesenvolve a sua actividade científica na área da economia regional eurbana. Dirige e participa em numerosos estudos de concepção eavaliação de projectos no âmbito da economia regional e urbana, sendotambém o ac-tual presidente do Centro de Investigações Regionais eUrbanas (CIRIUS).

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> Microcrédito

Out > Dez 2005�

3

Cinco Anos deMicrocrédito emPortugal

1

2

Resultados

Número de microcréditos concedidos

Número de postos de trabalho criados

Valor total crédito concedido

349

420

€ 1,5milhões

O Microcrédito

Um conceito inovador

Uma prática construída

Um dispositivo criado

dirigido aos excluídos do créditona base da confiança e da responsabilidadea favor da integração e da autonomiaindividualatravés da iniciativa económica

1,5%

23,8%

21,6%

21,6%

22,0%

9,5%

Quatro anos de escolaridade

Sem instrução

Seis anos de escolaridade

Nove anos de escolaridade

12º Ano

Superior ou universitário

Resultados

Homens45% Mulheres

55%

... são mulheres ...

... têm baixa taxa de escolarização ...

Os micro-empresários ...

... têm entre 26 e 46 anos ...

5,8%

22,3%30,9%

26,0%

15,0%

26 36 46 55

“Cinco anos de microcrédito em Portugal”,

do , “fala-nos” de uma

forma brilhante deste conceito inovador e

da construção da sua prática.

Dr. Jorge Wemans*

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13inforBANCA 66

> Microcrédito

Out > Dez 2005�

Resultados

Os micronegócios têm graus de sucesso diversos…

17%

19%

12%

29%

23%

Fecharam

Actividade residual ou secundária

Atravessam algumas dificuldades

Crescimento moderado

Acima do esperado

Resultados

… que se reflecte na amortização dos empréstimos

59,9%

24,5%

15,6%

Empréstimos activos

Empréstimos amortizados

Empréstimos compagamentosproblemas de

Resultados

… que se reflecte na amortização dos empréstimos

49,2%

37,8%

13,0%

Crédito amortizado

Crédito activo

Crédito em mora

Resultados

A Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC)

Número deassociados

Fundo degarantia

Custo suportado peloIEFP por posto detrabalho criado (2003)

307

€ 2 871

€ 81 600

ConstruçãoEnvolvimento dos parceiros (I)

ANDC

Conhecimento das pessoasConhecimento do microcrédito

Potencial

micro-empresário

Instituições locais Banco IEFP

Microcrédito

Aceitar propostas ANDCRapidez na concessão de créditoReporte à ANDC

Integrar microcrédito nas políticas de empregoAcompanhar acção da ANDCDivulgar microcrédito

Resultados

... estão espalhados pelo Continente ...

Vestuário, couro e calçado

Restauração e comércio alimentar

Oficinas, reparações e limpezas

0% 5% 10% 15% 20% 25%

Artesanato e bijuteria

Cabeleireiros

Construção civil

Comércio diverso

Agricultura, pescas

Jardinagem e flores

Porto50

62

Braga1

297

91Covilhã

14Faro

1

32Setúbal

36

Lisboa129

Leiria25

Aveiro19

Viana doCastelo

Resultados

... estão espalhados pelo Continente ...

4 5

6 7

8 9

10

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14 inforBANCA 66

> Microcrédito

Out > Dez 2005�

ConstruçãoEnvolvimento dos parceiros (II)

ANDC

Conhecimento das pessoasConhecimento do microcrédito

Potencial

micro-empresário

Instituições locais Banco IEFP

Microcrédito

Aceitar propostas ANDCRapidez na concessão de créditoReporte à ANDC

Integrar microcrédito nas políticas de empregoAcompanhar acção da ANDCDivulgar microcrédito

Obstáculosao Crescimento

1. Crise económica “Como as coisas estão, é muito arriscado meter-me num negócio meu”Não podemos fazer muito…

2. Envolvimento Sociedade civil Maior apoio e atenção ao microcréditoEsta Conferência Outros promotores de microcrédito O Ano Internacional do Microcrédito

3. Eficiência da ANDC É para a melhorarmos que aqui estamos

4. Espírito empreendedor e obstáculos à iniciativa económica5. Custo de empreender a partir de situações de exclusão

Ver mais de perto

ConstruçãoDivulgação e acompanhamento (0)

ANDC

Potencial

micro-empresário

Instituiçõeslocais

Banco

IEFP Microcrédito

NãoSim

Sim

Voluntário(acompanhamento)

Sim

Análise do negócio

" " da pessoaAvaliação

NãoComissão de

crédito ANDCAgente da

ANDC

11

ConstruçãoDivulgação e acompanhamento

Agente de crédito

Responsável por um território

DivulgaçãoActores locaisDinâmica económica

Micro-empresário

Instituiçõeslocais

BancoIEFP

Microcrédito

Análise do negócio

" " da pessoa

Confiança no sucesso do negócio

Acompanhamento do negócio

Avaliação

Comissão decrédito

Associadosvoluntários

ANDCRejeição Aprovação

RejeiçãoAprovação

Coordenação de associados voluntários na divulgaçãoe acompanhamento de negócios maduros

12

13

14

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> Microcrédito

Out > Dez 2005�

Obstáculos ao Crescimento

Na prática

Micro--empresário

Desemprego

Pagar Segurança Socialenquanto empregado e empregador

Manter conta de IVAPagar IRS e/ou IRC colecta mínima

Receber subsídio de desemprego ou RMIReceber formação profissional gratuita

Não pagar Segurança SocialNão pagar impostos directos

Convicção

Obrigações

Expectativas

O microcrédito é necessário, é importante e tem futuro.

Aumentar eficiência e qualidade da nossa actuação.Reforçar relação com os nossos parceiros.

Surjam outros promotores do microcrédito.Grande impacto do Ano Internacional do Microcrédito.Maior envolvimento da sociedade civil.Mais investigação sobre impacto do microcrédito.Maior atenção do pensamento económico e dos decisores políticos àrealidade das micro-empresas.Reforço da Rede Europeia de Microfinanças.Criação do estatuto do micro-empresário.

Obstáculos ao Crescimento

4. Espírito empreendedor eobstáculos à iniciativa económica

cultura“Antes ser empregadoordeiro do que empresáriomanobreiro”

ensino

Forma jovens para inserçãoem empresasNão estimula criadores deempresas

apoios

Às empresas paracontrataremQuase nenhuns aos criadoresde empresas

insucessoSubsídio de desemprego eformação profissionalNenhuma atenção particular

5. Custo de empreender apartir de situações de exclusão

InactividadePoucos recursos económicos

Baixa auto-estimaRedução de laços sociais

Em teoria

Iniciativaeconómica

própriaDesemprego

Aumentar rendimento familiarNão depender de ofertas de empregoFazer o que sei e gostoSer autónomo e independenteReforço dos laços sociais

15

16

* É diplomado pela Escola Superior de Paris e possui uma carreira profissional ligada ao jornalismo.Entre 1985/89, foi sub-director do semanário ; esteve ligado à fundação do jornal ,no qual foi director adjunto entre 1990/96 e provedor do leitor entre 1997/98. Exerceu ainda asfunções de director de informação da Agência Lusa entre 1998 e 2002 e foi presidente da ANDCentre 1999 e 2004. É ainda professor da Faculdade de Ciências Humanas da UniversidadeCatólica Portuguesa e em 2001/02 foi também docente do curso de pós-graduação em JornalismoEconómico organizado pela Universidade Lusófona e pelo Observatório de Imprensa.

Expresso Público

Informação retirada e adaptada de http://www.microcredito.com.ptLisboa, 5 de Novembro 2004

Citando ...

"O aborrecimentonasceu um dia dauniformidade."

"Especialista: um homemque conhece cada vezmais sobre cada vezmenos."

"A liderança é acapacidade de conseguirque as pessoas façam oque não querem fazer egostem de o fazer."

"Nem sempre convémvirarmos a página, porvezes é preciso rasgá-la."

"Para estarmos aptos aenfrentar novospúblicos, devemos sercapazes de enfrentarcadeiras vazias."

Antoine Houdar de laMotte

W. L. Mayo

Harry Truman

Achille Chavée

Peter Brook

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16 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

Quando se analisam os principais produtos paraaplicação das poupanças dos cidadãos e empresas,verificamos que as ainda permanecemdesconhecidas para a grande generalidade dosinvestidores e encontramos as clássicas acções eobrigações ainda a dominar esmagadoramente acomposição das carteiras de investimento.

Sendo certo que o investimento directo pode nãoser muito funcional, devido a questões dearmazenagem e transporte, a existência dederivados sobre torna bem maisacessível o investimento em diversas e variadasmercadorias.

Apesar de já serem transaccionados futuros sobrehá mais de 150 anos em dezenas de

mercados específicos espalhados pelo globo, averdade é que ainda não se reconhece, a estasmercadorias, o seu enorme potencial enquantoveículo de investimento.

Ora, o que se constata é que, cada vez mais, assão e devem ser consideradas como uma nova “classe de activos financeiros” e, como tal, passarem a integrar

todas as carteiras de títulos, com claro benefício para os respectivos investidores, dado que estudos recentes revelam eidentificam as principais vantagens associadas ao investimento em .

commodities

commodities

commodities

commodities

commodities

José Azevedo PereiraCoordenador da Secção

João Cantiga Esteves*

Cadernos de Mercados

Commodities

Investir numa Nova Classe de Activos

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17inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Quadro 1 – Futuros sobre Commodities

SojaMilhoTrigoCacauCafé

AçúcarArroz

Borracha

OuroPrata

PlatinaPaládio

CobreAlumínio

ZincoChumboNíquelLatão

PetróleoGás Natural

GasolinaPropanoCarvão

Electricidade

Agrícolas MetaisPreciosos

MetaisIndustriais

Energia

Quadro 2 – Principais Bolsas de Derivados de Commodities

Bolsas País Tipo

CMECBOTEURONEXT-LIFFENYMEXDALIANTOCOMNSE INDIALMEZHENGZHOU EXCHANGESHANGAIIPEOMX EXCHANGESTOKYO GRAIN EXCHANGENYBOT

EUAEUA

LondresEUAChinaJapãoÍndiaUK

ChinaChinaUK

EscandináviaJapãoEUA

Financeira/Agrícolas/Metais

Financeira/AgrícolasMetais/Energia

Financeira/Metais

CommoditiesMetaisEnergia

Financeira/AgrícolasAgrícolas

Commodities

Commodities

Commodities

Commodities

Commodities

O veículo natural para investir em são osfuturos, ou seja, produtos derivados que consistem emtransaccionar, a prazo, as diversas mercadorias. Para oefeito, existem dezenas de mercados específicos (bolsas)para negociar os grandes grupos de mercadorias:

Produtos agrícolas;Metais preciosos;Metais industriais;Produtos energéticos.

Alguns dados recentes revelam a força dos derivadossobre .

Por exemplo, em 2004, enquanto o aumento do volumede todos os derivados negociados a nível mundial foi de8,9%, as transacções dos derivados sobre metais indus-triais subiram 16,4%, tendo subido 11,9% sobre produtosenergéticos.

Por outro lado, existem cada vez mais activos a serempromovidos a este estatuto de o que, no fundo,significa que se trata de uma mercadoria que setransformou, também, num “produto financeiro/veículo deinvestimento”, para além dos seus usos tradicionais para aindústria e para o consumo.

Como ilustração, apresentam-se diversas ,repartidas pelos grupos referenciados e que são negociadasem mercados com liquidez aceitável (ver Quadro 1).

Em termos de locais para transaccionar futuros sobrec , constata-se um enorme crescimento,salientando-se ainda a existência de um número crescentede bolsas, com a abertura de mercados em novas zonas doglobo, como a China e a Índia.

commodities

commodities

commodity,

commodities

ommodities

Como Investir em ?Commodities A título de exemplo, no CBOT – Chicago Board ofTrade, o volume de derivados sobre os produtos agrícolascresceu 17% em 2004, no TGE – Tokyo Grain Exchange18% e na EURONEXT – LIFFE 21%.

Entretanto e de forma surpreendente, a chinesaDALIAN Commodity Exchange aparece já como a 8ª bolsamundial de derivados e a National Stock Exchange da Índiaé a 10ª. Aliás, a bolsa chinesa é detentora dos dois maiorescontratos agrícolas transaccionados (soja), a nível mundial.

No sector dos metais, continuam a pontificar o NYMEX– New York Metal Exchange, TOCOM – TokyoCommodity Exchange e o LME-London Metal Exchange.

Quanto à energia, o NYMEX e o IPE – InternationalPetroleum Exchange – Londres disponibilizam uma grandevariedade de produtos que integram o designado“complexo energético” num quadro de grandeconcorrência mundial, pois o NYMEX abriu recentementeuma subsidiária na Irlanda. De salientar ainda a OMX –Escandinávia que é a 19ª bolsa de derivados a nível mundial(ver Quadro 2).

Têm sido produzidos vários estudos recentes que vêmfundamentar a utilização dos futuros sobrecomo novo veículo de investimento, ilustrando asvantagens da sua integração em carteiras de outros títulos

commodities

Porquê Investir em ?Commodities

"Ora, o que se constata é que, cada vez mais, assão e devem ser consideradas como

uma nova “classe de activos financeiros ..."commodities

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18 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

financeiros.Assim, observa-se que o investimento em futuros de

proporciona:Elevada rendibilidade;Risco proporcionalmente baixo;Excelente diversificação em carteiras de acções eobrigações;Antídoto positivo face à inflação.

Um estudo recente e muito aprofundado que incidiusobre o período de 1959-2004 (Dezembro) , evidenciouque o prémio de risco anualizado médio e ponderado dosfuturos sobre neste período de 45 anos(medido através de um índice, composto por 36 futuros,representativo dos quatro grupos referenciados e cons-truído com base em informação do CRB – CommodityResearch Bureau) foi de 5,23%, que compara com 5,65%das acções (S&P500 Index) e 2,22% das obrigações(Ibbotson Corporate Bond Index).

Significa isto que as , em termos derendibilidade, se aproximaram das acções e ultrapassaram,em muito, as obrigações.

Se, adicionalmente, fizermos a análise do riscocorrespondente, medido pelo desvio-padrão das

commodities

commodities

commodities

1

rendibilidades, observamos que as acções apresentaram ovalor de 14,85%, comparado com 12,10% das

e 8,47% das obrigações.Face aos valores apresentados, podemos ainda apelar a

uma medida clássica da avaliação da , emambiente de risco-rendibilidade, o rácio de Sharpe, paraconcluir que os futuros sobre apresentam ovalor de 0,43, as acções 0,38 e as obrigações 0,26.

Significa que as e acções têm sensivelmenteas mesmas rendibilidades médias anualizadas, mas o risco(desvio-padrão) é razoavelmente superior nas acções, oque demonstra que as apresentamefectivamente características interessantes, enquantoinstrumentos de investimento (ver Quadro 3).

Por outro lado, ao fazer a análise das correlações dasrendiblilidades entre , acções e obrigaçõesnaquele período de 45 anos (e diversos sub-períodos),obtêm-se conclusões igualmente interessantes e muitorelevantes. Para todos os sub-períodos, constata-se que acorrelação dos futuros sobre é negativa, quercom as acções (S&P500), quer com as obrigações.

Esta observação confirma que asapresentam qualidades excepcionais enquantoinstrumento de diversificação para carteiras de acções eobrigações, evidência reforçada nas observaçõesrespeitantes a períodos mais longos (ver Quadro 4).

Como se sabe, os investidores, em termos derendibilidades, preocupam-se com o “poder de comprareal” dos seus investimentos; daí que a inflação, emparticular, a sua subida, está habitualmente presente notopo das suas prioridades.

Ora, sabemos que a grande maioria dos activosfinanceiros é vulnerável às subidas dos níveis de inflação, emparticular no curto e médio prazos. Significa isto, porexemplo, que as acções e obrigações têm uma correlaçãonegativa com as taxas de inflação, implicando que aquelesprodutos não proporcionem grande cobertura, em par-ticular, face às suas variações inesperadas.

Pelo contrário, observa-se que os futuros sobreapresentam uma correlação positiva com as

taxas de inflação, podendo afirmar-se que, deste ponto devista, são um melhor antídoto para a inflação.

Dado que subidas inesperadas de inflação provocamuma deterioração do poder de compra real dosinvestimentos em acções e obrigações, os futuros de

, devido à correlação positiva que apresentam,

commodities

performance

commodities

commodities

commodities

commodities

commodities

commodities

commodities

commodities

Elevada Rendibilidade e Baixo Risco

"Em termos de locais para transaccionarfuturos sobre , constata-se um

enorme crescimento, salientando-se ainda aexistência de um número crescente de bolsas,

com a abertura de mercados em novas zonasdo globo, como a China e a Índia."

commodities

Quadro 3 – Risco e Rendibilidade: Comparativo 1959-2004

Futuros sobreCommodities

Acções Obrigações

Prémio de Risco MédioMensal AnualizadoDesvio-PadrãoRácio de Sharpe

5,6514,85

0,38

2,228,470,26

5,2312,10,43

Quadro 4 – Correlação das Rendibilidades dos Futuros sobreCommodities: Comparativo 1959-2004

TrimestralAnual5 anos

– 0,06– 0,1

– 0,42

– 0,27– 0,3

– 0,25

Acções Obrigações

Commodities comoGrande Diversificador

Antídoto para a Inflação

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19inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Investimento em

– “Os Fundamentais”Commodities

constituem um bom face àinflação (ver Quadro 5).

Um sinal de maturidade dosmercados é o surgimento de índicesrepresentativos; fornecem umreferencial importante para fazer oacompanhamento dos produtos nelestransaccionados, permitindo ainda aconstrução de estratégias com umavisão global desses mercados e nãod e p e n d e n t e d a e s c o l h aindividualizada de activos concretos.É também o caso das . Defacto, existem vários índices de

, podendo-se identificaralguns mais representativos, taiscomo:

CRB – Commodities ResearchBureau Index;GSCI – Go ldman SachsCommodities Index;RRMI – Rogers Raw MaterialsIndex;DJ-AIG – Dow Jones-AIGCommodities Index.

O CRB Index foi criado em 1986 eintegra 17 , o GSCI Indexnasceu em 1992 e engloba 22, o RRMI

hedge

commodities

commodities

commodities

surge em 1998 com 35 e o maisrecente é o DJ-AIG Index, quecomeçou em 1999, com 20 (verQuadro 6).

No Quadro 6 pode ver-se acomposição de cada índice, com arepartição por cada grupo de

. Observa-se que o RRMI éo mais abrangente e é o que apresentamelhor desempenho na última década.

Em termos dos futuros demercadorias individuais, no períodoem análise (1959-2004), observamosque os produtos energét icosapresentam, de forma generalizada,rendibilidades médias anualizadasfrancamente positivas. Nos metaispreciosos, destaque para o paládio eplatina, nos metais industriais salienta-se o cobre e o níquel e nos agrícolas asoja, café e açúcar (ver Quadro 7).

Os mercados de , nos

commodities

commodities

Quadro 5 – Correlação dos Activos com a Inflação:Comparativo 1959-2004

– 0,19– 0,19– 0,25

TrimestralAnual5 anos

Acções

0,140,290,45

– 0,22– 0,32– 0,22

ObrigaçõesFuturos sobreCommodities

Quadro 6 – Índices de Commodities

CRB GSCI RRMI DJ-AIG

CriaçãoNúmero deComposição

EnergiaMetais PreciososMetais Industrais

Agrícolas (cereais)Alimentação e FibrasProdutos Pecuários

Rendibilidade Anual média: 1994-2004Desvio-Padrão: 1994-2004Rácio de Sharpe: 1994-2004

Commodities1986

17

18%6%

18%18%28%12%2,9%8,8%0,03

199222

50%2%

10%18%10%10%

7,1%19,9%

0,30

199835

44%3%

18%21%11%

3%12,0%15,4%

0,63

199920

31%9%

20%21%10%

9%8,2%

12,9%0,45

Commodities “Picking”

"Do lado da procura, aChina e a Índia aparecemcomo um dos principaisfactores que condicionam aevolução dos preços."

Os Índices deCommodities

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20 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

cobre e a platina, não se assistiu a umaumento da capacidade produtivainstalada, pois os preços não seriamsuficientemente atractivos, criandodesequilíbrios quando a procuracomeça a emergir com todo o seuesplendor. Praticamente nos últimos20 anos, não houve investimentos emnovas explorações petrolíferas ou naabertura de novas unidades mineirase, em simultâneo, as instalações eequipamentos existentes começarama ficar progressivamente obsoletos.

Ainda do lado da oferta, observam--se também maiores dificuldades eminiciar novas explorações mineiras,por razões ambientais, com aspopulações mais atentas às questõesecológicas.

Ora, partindo de níveis tão baixoshá dois/três anos atrás, continuando aprocura a apresentar-se a níveis bemelevados e com a oferta a demorar aresponder, fica a convicção de que seirá manter a forte pressão de subidanos preços da generalidade das

.commodities

*EPHI – CIÊNCIA FINANCEIRA –

dois últimos anos (2003 e 2004),caracterizaram-se por uma subidaquase generalizada de preços, seja naárea dos metais preciosos, industriais,nos produtos agrícolas ou produtosenergéticos.

Em termos fundamentais, importarelembrar que, por detrás dastransacções de mercadorias, há umaligação à chamada “economia real”,em particular na sua componenteindustrial. Mas os volumes negociadosnão permitem esconder a realidadede que as foram jádescobertas, por alguns, comoveículos de investimento decisivo nac o m p o s i ç ã o d e c a r t e i r a sdiversificadas e eficientes. Um ráciointeressante é dado pela relação entreas transacções de derivados sobre

com as realizadas nosmercados físicos desses produtos eque se situa habitualmente entre osextremos de 5 por 1 até 50 por 1. Noprimeiro caso, temos asainda muito ligadas à sua funçãoindustrial, enquanto no segundo,t e m o s a q u e l a s q u e j á s ã opraticamente activos financeiros“quase puros”. Como exemplo doprimeiro, temos alguns produtosagrícolas, como a soja, enquanto oouro tipifica o segundo caso.

Ao analisarmos os “fundamentais”das , temos que voltar àbásica lei da oferta e procura.

commodities

commodities

commodities

commodities

Do lado da procura, a China e aÍndia aparecem como um dosprincipais factores que condicionam aevolução dos preços. O crescimentoeconómico que se tem verificadonestes países faz pura e simplesmentecom que os tempos que atravessamosnão tenham qualquer paralelo com ahistória recente. A necessidade dasprincipais matérias-primas agrícolas,metais industriais e energéticas égigantesca e acresce que a lógica demercado se tem propagadorapidamente a toda a China, fazendocom que esses produtos e mercadosse tornem muito atractivos tambémpara os investidores.

Por outro lado, contrariamente aoque se poderia imaginar, estecrescimento "está para ficar". Nãoparece sustentada a ideia de naeconomia chinesa! A caminhadachinesa nestas lides de mercados efinanças é longa, mas parece sersegura!

Ainda do lado da procura, tambémse detecta que os , para muitosdos recursos naturais, se encontramem níveis muito baixos, sobretudodevido a um abrandamento domercado que foi vivido nos últimos 20anos do século XX.

Quanto ao lado da oferta, observa--se uma grande estagnação no seuaumento. Em particular, na área dosmetais industriais e preciosos, como o

crash

stocks

Quadro 7 – Rendibilidades Médias Anualizadas de Futuros Individuais de Commodities

Futuro sobreCommodity Rendibilidade Desvio-padrão Correlação

com Índice

PropanoGasolinaPetróleoNíquelCobreCafé

Gás NaturalSoja

AçúcarPlatinaPaládioCacauZincoPrata

AlumínioOuro

30,25%24,29%20,67%16,28%15,83%15,11%14,50%13,53%11,28%10,02%10,02%8,95%8,41%7,53%6,44%4,48%

49,40%34,49%33,59%36,83%27,40%39,95%51,93%31,28%44,58%28,49%36,24%31,59%22,11%31,60%24,07%19,34%

0,420,490,450,350,420,220,410,550,370,510,490,290,450,470,410,47

Notas Bibliográficas:Erb, Claude & Harvey Campbell (2005),

Duke University.Gorton, G. & Rouwenhorst, K.G. (2005), "Factsand Fantasies about Commodity Futures"(2005) –Jensen, G.R. & Mercer. J.M. & Johnson, R.R.(2002), "Tactical Asset Allocation andCommodity Futures" –

(summer)Nash, Daniel (2001), "Long-term Investing inCommodities" – ,Morgan Stanley Global Pensios Group 4.Weiser, S. (2003),

–Commodities Now.

The

Tactical and Strategic Value of Commodity Futures

National Bureau of Economic Research.

Journal of Portfolio

Management

Global Pensions Quarterly

The Strategic Case for

Commodities in Portfolio Diversification

Em conclusão, o início doséculo XXI veio trazer para aribalta toda a temática dosrecursos naturais e a sua escassez,e esta realidade significa um vastoleque de oportunidades deinvestimento no universo das

, seja na área daenergia, metais ou produtosagrícolas.

commodities

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21inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Actividade doSector Bancário

Caracterização Geral do Sector

em Portugal no Ano de 2004A Associação Portuguesa de Bancos apresentou no seu , a exemplo dos anos anteriores, uma análiseda actividade bancária em Portugal relativa ao ano de 2004.Dessa análise, destacamos aqui alguns aspectos que consideramos mais significativos.

Boletim Informativo

Estrutura do Balanço (Actividade Global)A estrutura do balanço sectorial tem-se mantido relativamente

estável ao longo dos últimos anos, verificando-se um aumento daimportância relativa do crédito concedido a clientes em mais de 3p.p., representando agora a carteira de crédito mais de 60% doactivo total.

Para esta evolução terá contribuído a influência da crescenteimportância das operações de titularização, a representar 11,9%do activo, acima dos 10% verificados no ano anterior. Também nopassivo se registam algumas alterações na estrutura. O peso doscapitais próprios e equiparados mantém-se todavia estável, emcerca de 11% do activo líquido (Quadro 2).

O mapa das origens e aplicações de fundos construído a partirdo balanço sectorial reflecte as mesmas linhas condutoras deevolução, com os três principais vectores de aplicações de fundosa serem constituídos pelo crédito a clientes, investimento emtítulos e ainda os débitos para com instituições de crédito.

APLICAÇÕES E RECURSOS(Quadro 2)

Estrutura (%)2003 2002 � (p.p)

DisponibilidadesCréditos s/Instituições de CréditoCréditos s/Clientes (bruto)Aplicações em TítulosImobilizações e ParticipaçõesOutros Activos

Débitos p/c/Instituições de CréditoDébitos para com ClientesDébitos Representados por TítulosOutros PassivosCapitais Próprios e Equiparados

TOTAL

– 2,0– 2,7

3,31,9

– 0,50,0

– 3,72,91,3

– 0,2– 0,3

3,614,860,211,9

4,25,3

100,026,446,713,1

2,711,1

5,617,556,910,0

4,75,3

100,030,143,811,8

2,911,4

A análise desenvolvida pela APB,abrangendo um total de 48 instituições,incluindo o Sistema de Crédito AgrícolaMútuo, evidencia os aspectos maisrelevantes da evolução do sector bancárioportuguês no exercício de 2004,caracterizada pelo crescimento moderadoda actividade, por novos avanços no querespeita aos níveis de produtividade, porligeiras melhorias na solvabilidade e porum comportamento positivo dosresultados (Quadro 1).

No que respeita à actividade,identificam-se três grandes vectores deevolução:

1. O crescimento da actividade, visívelna evolução das variáveis de volume;destaca-se o aumento de 3,3% do créditoconcedido e dos débitos para comclientes, que aumentaram a um ritmo umpouco superior (4,1%);

2. A sustentação dos níveis de

produtividade e eficiência, que temcons t i tu ído uma das pr inc ipa i spreocupações da gestão no sector, com adevida estabilização do número deempregados por balcão em torno das 10pessoas e do nível de custos por activo

financeiro (CA/AF), bem como a reduçãodo indicador (CO/PB) paracerca de 55,5%;

3. Uma evolução menos favorável dosindicadores de rendibilidade, já que seassistiu a uma descida da rendibilidade dos

cost to income

CARACTERIZAÇÃO GERAL DO SECTOR EM 2004(Quadro 1)

Activo LíquidoCrédito sobre ClientesDébitos para com ClientesDébitos Representados por TítulosNº de BalcõesNº de EmpregadosResultado Bruto TotalResultados do ExercícioSolvabilidade Bruta (FP/AL)Nº de Empregados por Balcão (NP/NB)Relevância dos Custos no Produto (CO/PB)Custos Administrativos/Act. Financeiros (CA/AF)Rendibilidade dos Capitais Próprios (RL/KP)

Dezembro Variações

20032004 Absolutas Relativas(%)

310 300186 907144 852

40 5735 487

52 7554 8841 71311,26

9,655,47

1,448,73

317 724180 914139 128

37 6525 431

54 0895 1681 88511,23

10,055,97

1,419,35

– 7 4235 9935 7242 921

56– 1 334

– 283– 1720,03

– 0,40– 0,51

0,03– 0,62

– 2,33,34,17,81,0

– 2,5– 5,5– 9,1

1.DadosGerais(em milhõesde euros)

2. Indicadores(em %)

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22 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

ResultadosO resultado bruto de exploração do sector bancário no ano de

2004 atingiu 3 985 M.€, que representa uma redução de 1,2%relativamente ao ano anterior.

A síntese da conta de exploração sectorial traduz sobretudo oimpacto negativo do resultado da intermediação financeira que aevolução positiva dos resultados de operações financeiras, dosserviços bancários e dos custos administrativos foi incapaz deinverter. Assinala-se ainda o comportamento desfavorável dosresultados extraordinários, o qual também contribuiu para aredução do resultado líquido do exercício de 2004 em cerca de9,1% (Quadro 3).

O produto bancário de exploração apurado para 2004evidencia o esforço do peso relativo dos serviços prestados aclientes para 31,1% e o das operações de mercado para mais de12%; o que contrasta com a evolução do resultado financeiro, quepassou a representar apenas 56,7% do produto bancário(Quadro 4).

A margem financeira continua a seguir uma linha evolutivadecrescente, tendo experimentado nova redução, agora de 7 p.b.contra os 28 p.b. do exercício anterior (Quadro 5).

Cobertura Geográfica e Bancarização

Em 2004, o total de balcões da redebancária no território nacional ascendia a5 312 unidades, o que representa umacréscimo de 56 novos balcões face a2003, com uma distribuição que privilegiaa região norte do país, destacando-se osdistritos do Porto (+15), Braga (+10),Aveiro (+8) e a Região Autónoma daMadeira (+9) – Quadros 6 e 7.

O índice de concentração continua arevelar um claro predomínio dos distritosde Lisboa e Porto na distribuiçãogeográfica dos balcões (com índices deconcent ração de 24% e 16%,respectivamente).

Quanto à rede de POS e ATM, conti-nuamos a assistir ao aumento da suainstalação, a par da crescente emissão de

EVOLUÇÃO DO RESULTADO BRUTO DE EXPLORAÇÃO(Quadro 3)

3 186

2000 2001

3 593

2002

3 860

2003 2004

4 034 3 985

milhões de Euros

0500

1 0001 5002 000

2 5003 0003 5004 0004 500

Resultado Financeiro

Serviços Bancários

Resultados Operações Financeiras

EVOLUÇÃO DO PESO DAS COMPONENTES DO PRODUTO(Quadro 4)

2000 2001 2002 2003 20040,0

25,0

50,0

75,0

100,0 %

65,4

23,7

10,8

66,6

24,8

8,6

63,4

26,1

10,511,0

59,9

29,1

12,2

31,1

56,7

EVOLUÇÃO DA MARGEM FINANCEIRA(Quadro 5)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5%

2,03 1,99 1,97

1,69 1,63

2002 2003 20042000 2001

TOTALAveiroBejaBragaBragançaCastelo BrancoCoimbraÉvoraFaroGuardaLeiriaLisboaPortalegrePortoSantarémSetúbalViana do CasteloVila RealViseuAçoresMadeira

Distritos Dez. 04 Dez. 03 Índice de Concentração (%)�%

5 312368

81313

84107214104274

96248

1 27877

845222330112112172150125

100,06,91,55,91,62,04,02,05,21,84,7

24,11,4

15,94,26,22,12,13,22,82,4

5 256360

81303

84108208106269

96245

1 27279

830223331114111169151116

5680

100

– 16

– 25036

– 215– 1– 1– 2

13

– 19

10,0 20,00,0 30,0

NÚMERO DE BALCÕES(Quadro 6)

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23inforBANCA 66Out > Dez 2005�

A população bancária conta com 52 755 elementos, dos quais51 523 ao nível da actividade doméstica (Quadro 9).

Mantém-se em 2004 a tendência registada nos anos maisrecentes, com uma nova diminuição de colaboradores (menos1 334 relativamente ao ano anterior) quer na actividade doméstica,quer externa.

Salientam-se, no entanto, algumas alterações qualitativas:

Em termos de entradas, registaram-se, em 2004, 2 816

� Melhoria nos níveis de escolaridade – crescimento signi-ficativo do número de colaboradores com nível de for-mação superior (mais de 37% do total), conjugado comredução do universo dos que têm níveis de escolaridademais baixos;Redução do número de colaboradores com funçõesadministrativas (registando-se as maiores diminuiçõesessencialmente nas áreas de apoio), a par de um aumentoconsiderável do número daqueles que se encontram adstritosa funções específicas.

Recursos Humanos

NÚMERO DE EMPREGADOS(Quadro 10)

2004Mulheres

Homens

41,6%58,4%

2003Mulheres

Homens

40,9%59,1%

NÍVEIS DE ESCOLARIDADE POR TIPO DE FUNÇÃO(Quadro 11)

FunçõesNíveis de Escolaridade/Ensino

ChefiasEspecíficasAdministrativasAuxiliares

TOTAL

12 52214 59523 453

953

51 523 (100%)

Total

5 1328 1275 644

11

18 914(37%)

Superior

5 5625 436

13 045121

24 164 (47%)

Secundário

(16%)

1 8281 0324 764

821

8 445

BásicoNº Empregados

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPREGADOSAFECTOS À ACTIVIDADE DOMÉSTICA

(Quadro 9)

60 453

56 85455 375

53 62352 866

51 523

48 000

50 000

52 000

54 000

56 000

58 000

60 000

62 000

2003 20041999 2000 2001 2002

Variações20032004 Absolutas Relat. (%)

POS

ATM

Cartões Rede Multibanco (milhares)

149 614

10 085

16 189

125 456

9 521

14 688

19,3

5,9

10,2

24 158

564

1 501

POS, ATM E CARTÕES DA REDE MULTIBANCO(Quadro 8)

Porque não esgotámos os aspectos analisados no da Associação Portuguesa de Bancos, recomendamos a sualeitura integral, já que revela de uma forma clara e completa aquilo que foi a actividade da banca portuguesa no exercício de 2004 e omodo como tem evoluído.

Boletim Informativo

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE BALCÕES DOMÉSTICOS(Quadro 7)

4 6004 7004 8004 9005 0005 1005 2005 3005 400

5 2585 328

5 167 5 1405 256

5 312

2003 20041999 2000 2001 2002

admissões, maioritariamente de elementos do sexo masculino(52%) e de pessoas com formação superior (58%) – Quadro 10.

Igualmente importante de realçar é a manutenção do nível deconhecimentos dos colaboradores de um sector prestador deserviços cada vez mais especializados (Quadro 11).

Esta exigência tem motivado, aliás, um permanenteinvestimento em formação – 24,0 M€ –, tendo abrangido umamédia de 39% do total de colaboradores, com um total de 8 306acções de formação, das quais 2 003 realizadas em entidadesexternas às instituições (Quadro 12). Continua a serpreponderante o recurso a métodos de formação maistradicionais, com cerca de 81% das acções de formação aexigirem a frequência presencial dos colaboradores, sendo aformação via ainda relativamente incipiente (cerca de 10%de ).

Quanto aos regimes de horários, não se verificaram grandesalterações face aos anos anteriores, mantendo-se apreponderância do horário integral, que abrange cerca de 87%

online

e-learning

INVESTIMENTO EM FORMAÇÃO(Quadro 12)

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0 29,0

21,724,0

15,0

2001 2002 2003 2004

milhões de Euros

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24 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

Caetano Ferreira*

e-LearningModelo Formativo Desafiante

Numa conferência recentementeorganizada em Lisboa pela Accenture,foram apresentados como principaisdesafios para a área de recursoshumanos de qualquer organização oalinhamento com a estratégia, a reduçãode custos, o suporte aos grandesprocessos de mudança, a retenção detalentos, a gestão do desempenhoindividual, o desenvolvimento do capitalhumano e a inovação e partilha deconhecimento.

Transversal a todos esses desafiosque se colocam à função RH, encontra--se a formação, que desenvolverá cadavez mais um papel fundamental comespecial incidência na inovação, nap a r t i l h a d o c o n h e c i m e n t o e ,consequentemente, na melhoria dodesempenho individual e colectivo.Sendo o processo de aprendizagemcontínua um dos maiores desafios àmudança, a grande questão é sabercomo criar/adoptar novas formas emodelos que facilitem e flexibilizem essaaprendizagem.

Neste contexto, o conceito deformação ganha cada vezjust-in-time

mais significado, tornando-se umelemento crítico e que pressiona anecessidade de se encontraremm o d e l o s d e d i s t r i b u i ç ã o d ec o n h e c i m e n t o , d e c o n t e ú d o sf o r m a t i v o s a d e s t i n a t á r i o sgeograficamente dispersos e quepossibilitem o acesso a uma formação“personalizada”, quer dizer, em que sejadada a possibilidade a cada pessoa deaprender de acordo com as suasnecessidades, o seu próprio ritmo, emqualquer hora e em qualquer lugar.

O – formação a distância– enquadra-se e responde

perfeitamente a este conjunto depremissas, devendo ser encarado eutilizado como mais um modelo deorganização da formação, uma novam e t o d o l o g i a a o s e r v i ç o d aa p r e n d i z a g e m . U m a f o r m acomplementar e não alternativa, já que aadopção deste instrumento nãosubstitui as aprendizagens tradicionais.Antes as complementa e reforça.

Consciente desta realidade e indo aoencontro das disposições legais em vigorsobre a necessidade de ministrarformação certificada, o Conselho deAdministração do Finibanco decidiucelebrar uma parceria com o Institutode Formação Bancária no sentido deimplementar a formação .

Essa parceria está consubstanciada

e-learning

online

online

na utilização da plataforma WebBancado IFB e de quatro dos cursosespecificamente formatados paraformação sobre diversas vertentes daactividade bancária, em sistema de

(através da Internet e pre-sencial).

Comunicados os parâmetrosbasilares à estrutura directiva dosbalcões do banco, foram seleccionados180 empregados para testar de formaconsolidada este modelo formativo;esses empregados foram distribuídospor curso e por direcção comercial deacordo com o Quadro 1.

Trata-se de um projecto-piloto queainda não está fechado e que tem vindo aser desenvolvido de uma formaequilibrada e sem repercussõesnegativas na actividade normal dosbalcões envolvidos. Nesta perspectiva, asua descrição revela-se simples, mas assuas implicações internas, em toda a suaextensão, demorarão a estar concluídase totalmente definidas, existindosempre a necessidade de desenvolverum acompanhamento permanente dassuas diferentes vertentes, no sentido denão comprometer o seu sucesso. Estenão poderá ser conseguido, ainda quebem suportado organizat iva etecnologicamente, sem que se continuea assegurar a adesão dos empregados –os destinatários desta formação. É neste

b l e n d e d -

-learning

Meios de PagamentoProdutos Bancários e FinanceirosCréditoDireito Bancário

Total

132813

6

60 43 59 18 180

92013

1

92425

1

210

51

33

82

56

9

CentroNorteCursos

Quadro 1

Participações por Direcção Comercial

TotalSulNorteLisboa

A Experiência do

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25inforBANCA 66Out > Dez 2005�

São permanentes, i.e., a sua presença faz-se sempre

sentir;

Têm origem em muitas fontes, cada uma delas com

um peso relativamente pouco significativo;

O seu comportamento colectivo é semelhante ao

longo do tempo, o que torna possível fazer previsões

relativamente ao processo.

Contudo, por vezes, a variação num processo é

excessiva para que possa ser considerada, simplesmente,

devida à presença de causas aleatórias. Imagine-se, por

exemplo, que alguns clientes do crédito à habitação, que

utilizavam a Internet para entrega da sua declaração de IRS,

não tinham, por norma, um duplicado da mesma. Verificar-

-se-iam, por certo, atrasos sensíveis na preparação do

processo, decorrentes desta situação. Dir-se-ia, então, que

O ponto de partida passa pelo reconhecimento de que a

está presente em tudo o que nos rodeia.

Considerem-se, por exemplo, os tempos de resposta a

pedidos de crédito à habitação. Ainda que se verifiquem

pedidos de natureza semelhante e condições normais de

funcionamento, facilmente se constatará que o tempo de

resposta ao cliente não é igual em todos os casos. Ainda que

pouco significativa, haverá por certo alguma variação nos

tempos de resposta, que diremos atribuível à existência de

causas comuns ou aleatórias.

As principais características destas

são as seguintes:

variação

causas aleatórias

O Controlo Estatísticodo Processo (SPC)A Sua Aplicabilidade em Serviços Financeiros

Rogério Puga Leal*

O Controlo Estatístico do Processo (SPC –

) constitui uma referência incontornável no domínio da

Ciência da Qualidade. Trata-se de um assunto de enorme

abrangência e profundidade. No entanto, não obstante a

complexidade de que se pode revestir, assenta, no essencial,

num conjunto de ideias relativamente simples que adiante se

explicitarão.

Contudo, tratando-se de uma ferramenta de ampla

utilização em ambientes industriais, tarda em estabelecer-se de

forma consistente no domínio da prestação de serviços. Ainda

que surjam, aqui e ali, algumas utilizações bem sucedidas, há

que reconhecer que tais utilizações estão longe de representar

um procedimento habitual neste sector de actividade.

Neste artigo, procura-se trazer à colação alguma da

fundamentação associada ao controlo estatístico e discutir os

contornos da sua aplicabilidade no âmbito dos serviços, em

particular no domínio dos serviços financeiros.

Statistical Process

Control

Fundamentos do

Controlo Estatístico

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carta de controlo é constituída por limites simétricos

(limites de controlo) colocados acima e abaixo de uma linha

central. A linha central representa o valor esperado da

característica em estudo (Figura 1), sendo que os limites de

controlo se encontram afastados desta linha central em três

desvios-padrão da distribuição do parâmetro amostral em

causa. A título de exemplo, tal significa que, se a

característica a estudar corresponder às médias amostrais,

os limites de controlo deverão situar-se a uma distância da

linha central correspondente a três desvios-padrão da

distribuição de médias amostrais ( ).

Dir-se-á que uma característica se mantém sob controlo

enquanto as suas representações se forem mantendo

dentro dos limites estabelecidos .

Faz-se a distinção entre cartas de controlo para variáveis

e para atributos, dependendo do tipo de características que

pretendemos controlar.

Quando a característica em causa é um tempo, um peso,

ou qualquer outra que possa ser medida numa escala

contínua, estaremos no domínio das cartas de controlo

para variáveis. Será este o caso se estivermos interessados,

por exemplo, em controlar o tempo de acesso dos clientes

à do banco.

Na perspectiva simplificada que temos vindo a adoptar,

tal significará que a monitorização destes tempos de acesso

se fará através da observação e representação gráfica de

amostras periódicas dos tempos de acesso de alguns

clientes. O facto de tais registos se irem mantendo dentro

1

homepage

a indisponibilidade das declarações de IRS constituía, por

oposição às anteriores, uma causa especial de variação.

As principais características destas são

as seguintes:

São devidas a poucas fontes, mas cada uma delas com

um efeito significativo;

Podem ser irregulares, i.e., nem sempre estarem

presentes;

Reaparecerão, se não forem tomadas medidas

correctivas.

O do Controlo Estatístico é,

precisamente, o de distinguir a variação que é devida a

causas naturais daquela que ocorre por se terem verificado

causas especiais. Por outras palavras, o SPC recorre aos

princípios da estatística para, através da análise da evolução

de um processo, permitir identificar a ocorrência de causas

especiais de variação, de uma forma tão precoce quanto

possível, para que possam ser desencadeadas acções

correctivas.

Esta distinção é de capital importância. Na realidade, se

interpretarmos erradamente que existe uma variação

“anormal” e nos dispusermos a actuar sobre qualquer

processo, alterando-o, estaremos, então sim, a provocar

uma causa especial de variação. Imagine-se, por exemplo,

que um determinado tempo de resposta no crédito à

habitação é entendido como revelador de alguma

deficiência no processo quando, na realidade, se encontra

dentro do que será estatisticamente aceitável. Tornar-se-ia

possível que, para fazer face a este “problema”, se

desviassem, desnecessariamente, recursos humanos ou

materiais de outras unidades do banco que, porventura,

começarão a enfrentar reais problemas na prestação do

serviço.

Por outro lado, é também evidente que ignorar a

presença de uma causa especial contribuirá para a sua

perpetuação, com os potenciais danos daí decorrentes.

A questão que se coloca é, então, a de

que permitam monitorizar qualquer

processo, avisando-nos de que determinada variação é

excessiva para que possa ser considerada aceitável. Neste

domínio, as ferramentas mais utilizadas são as denominadas

.

Em termos muito simplificados, podemos dizer que uma

causas especiais

objectivo fundamental

conceber

ferramentas

Cartas de Controlo de Shewhart

Figura 1– Representação esquemática de uma carta de controlo

Limite Superior de Controlo

Linha Central

Linha Inferior de Controlo

3 x n/�

"

"

O objectivo fundamental do

Controlo Estatístico é,

precisamente, o de distinguir a

variação que é devida a causas

naturais daquela que ocorre por se

terem verificado causas especiais.

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27inforBANCA 66Out > Dez 2005�

sua capacidade.

Sendo certa a enorme divulgação do Controlo

Estatístico em ambiente industrial, a verdade é que o SPC

não tem vindo a encontrar no sector dos serviços um “solo

tão fértil” como aquele que permitiu o seu rápido

crescimento naquele ambiente.

Não obstante, existem autores (Woods, 1994) a

defender que a utilização das técnicas associadas ao SPC

poderá ter, no sector dos serviços, resultados ainda mais

benéficos do que os registados no âmbito industrial.

Não existirá uma causa única, fundamental e decisiva,

para justificar a dificuldade na transposição de técnicas e

conceitos. Ao invés, parece existir um conjunto alargado de

razões a concorrer para este fenómeno.

Montgomery (1991) reconhece que a aplicação das

técnicas associadas ao SPC, no âmbito dos serviços, carece

de algum engenho adicional face ao que é requerido pelas

aplicações tradicionais no âmbito industrial. Segundo este

autor, existem duas razões fundamentais na génese desta

diferença:

Não existe, muitas vezes, nos serviços um sistema de

medição que permita a definição dos parâmetros a

avaliar;

Enquanto num ambiente industrial é geralmente

visível o sistema a melhorar, nos serviços, por outro

lado, pode ser muito difícil a "observabilidade" do

processo.

Roes & Dorr (1997) defendem que a questão é

particularmente difícil de abordar nas circunstâncias em

que o serviço fornecido é essencialmente determinado

pelo contacto directo com o cliente. Por outro lado, e um

pouco na linha do que expressa Montgomery, referem que

uma diferença fundamental reside na dificuldade de

diagnóstico dos processos. Este facto é potenciado pela

necessidade de fazer participar os clientes na determinação

de prioridades relativamente a acções de melhoria.

Finalmente, Roes & Dorr (1997) evidenciam a

necessidade de fazer intervir dos clientes na

avaliação rotineira dos processos.

Será interessante notar, então, que a problemática se

centra na necessária articulação entre medidas internas e

externas.

No que diz respeito às primeiras, incidentes sobre

características de natureza operacional, a abordagem a

utilizar, em termos de SPC, pouco difere da que caracteriza

as aplicações no âmbito industrial. Desta forma,

encontram-se na literatura, com alguma frequência,

aplicações de cartas de controlo para análise destas

inputs

O Controlo Estatístico

e os Serviços

dos limites calculados, ainda que alguns deles sejam

díspares, constituirá uma indicação de normalidade no

funcionamento da e permitirá, desta forma, que

se vá s implesmente mantendo o necessár io

acompanhamento. Contudo, se começarem a ocorrer

registos fora dos limites de controlo, tal denunciará a

ocorrência de alguma situação inesperada, que deverá,

desde logo, ser averiguada.

Se, no caso anterior, a característica em análise era um

tempo de acesso, também é possível desenvolver idêntica

abordagem no domínio da simples classificação como

defeituoso ou não defeituoso ou, ainda, se estivermos

numa situação de contagem do número de defeitos.

Estaremos, nestes casos, no âmbito das cartas de controlo

para atributos. Repare-se que, neste tipo de caracte-

rísticas, estamos sempre perante uma classificação biná-

ria, defeituoso/não defeituoso ou ausência de defeito/

/presença de defeito. Assim acontecerá se pretendermos

controlar a fracção de extractos enviados para morada

incorrecta ou o número de imperfeições na emissão de

cheques.

No que diz respeito às cartas de controlo, Montgomery

(1991) explicita aquelas que são, em sua opinião, as

principais razões para o sucesso associado à sua utilização:

Quando bem utilizadas, permitirão reduzir os níveis

de desperdício e reprocessamento, aumentando, por

esta via, a produtividade, medida em termos de

unidades conformes, e diminuindo os custos;

A manutenção de um processo sob controlo

estatístico é consistente com a filosofia do “fazer bem

à primeira”, constituindo, desta forma, um bom

mecanismo para prevenção de não conformidades;

Ao permitir distinguir a variação causada por causas

comuns daquela que é devida a causas especiais,

contribuem para que não se efectuem ajustamentos

desnecessários nos processos;

Quando analisadas por técnicos experientes, pro-

porcionam valiosíssima informação em matéria de

diagnóstico;

Ao acompanharem a evolução e estabilidade

temporais de parâmetros relevantes do processo,

podem proporcionar importantes indicações sobre a

homepage

Medidas Internas

"A questão que se coloca é,

então, a de conceber ferramentas

que permitam monitorizar

qualquer processo ..."

Vantagens do

Controlo Estatístico

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características (e.g., Stamatis, 1996; Rosander, 1985;

Wood, 1997). Os exemplos apresentados incidem sobre

medidas tão variadas como o tempo para atendimento de

chamadas telefónicas, o número de “gralhas” por edição de

determinada revista ou o tempo de indisponibilidade de

terminais ATM.

Contudo, afigura-se menos transparente a utilização do

controlo estatístico no âmbito das medidas com origem

directa no cliente (externas) e, por consequência, no

âmbito de procedimentos que busquem a articulação de

ambos os tipos de medida.

Deve referir-se, contudo, a publicação de alguns

trabalhos interessantes incidindo sobre a utilização de

cartas de controlo na análise de medidas externas, mais

concretamente na análise de resultados de inquéritos.

Valerá a pena referir, neste contexto, o trabalho de

Hayes (1992), no qual o autor ilustra a utilização de

diferentes tipos de cartas de controlo, por variáveis e

atributos, na monitorização da satisfação de clientes.

Uma outra questão, com bastante interesse e

Medidas Externas

*Professor universitário

Docente do ISGB.

Bibliografia

HAYES

MONTGOMERY

ROES DORR

ROSANDER

STAMATIS

WOOD

, Bob E. (1992) – , American Society for Quality Control.

, Douglas C., (1991) – , 2ª ed., John Wiley & Sons Inc.

, Kit C. B., , D. (1997) – "Implementing Statistical Process Control in Service Processes", , Vol. 2, Nº 3, pp.

149-166.

, A. C. (1985) – , Marcel Dekker – ASQC Quality Press.

, D. H. (1996) – , St. Lucie Press

, Michael (1994) – "Statistical Methods for Monitoring Service Processes", , Vol. 5, Nº 4, pp. 53-68.

Measuring Customer Satisfaction: Development and use of questionnaires

Introduction to Statistical Quality Control

International Journal of Quality Science

Applications of Quality Control in the Services Industries

Total Quality Service: Principles, Practices and Implementation

International Journal of Service Industry Management

pertinência, é apresentada por Wood (1994) e tem a ver

com a questão da variabilidade. Segundo este autor, na

generalidade das aplicações industriais, o principal

objectivo do SPC está associado à redução da variabilidade.

Por outro lado, no caso dos serviços, em que se verifica

uma crescente preocupação de evidenciar o ajustamento a

cada cliente individual , poderá resultar muito prejudicial a

imagem de uniformidade, por contradizer, no essencial, a

imagem que se pretende transmitir.

Embora interessante, e com alguma pertinência, esta

opinião aparenta ser um pouco e, quiçá, algo

limitativa. Na realidade, no sentido que lhe vem sendo

conferido no âmbito da Engenharia da Qualidade, o termo

, nomeadamente no contexto das

, pretende evidenciar uma abordagem

conducente à identificação da presença de causas especiais

de variação e, quando adequado, à sua correcção.

Por outras palavras, não se pretende apenas uma

monitorização do processo, mas também identificar e

actuar sobre desvios inaceitáveis. Assim, se a redução de

variabilidade pode não constituir, em si própria, um fim, há

que reconhecer, por outro lado, que desvios consideráveis

àquela que pode ser considerada, até, como variação

2

extremista

controlo cartas de

controlo

1Em rigor, existem vários outros critérios de interpretação. Em todo o caso, este é o mais facilmente perceptível.2A muito mencionada .customização

Sendo certo que os fundamentos do Controlo Estatístico se apresentam como válidos em qualquer sector de

actividade, há que reconhecer que a sua real aplicação se vem desenvolvendo, com esmagadora predominância, no

âmbito das actividades industriais.

Contudo, parece justo admitir que, de uma maneira geral, as características dos serviços se revelam menos

“convidativas” do que as associadas aos processos industriais, relativamente à aplicação do SPC. Tal não significa,

porém, que se não possam retirar importantes benefícios da sua utilização no âmbito dos serviços, em particular no

domínio dos serviços financeiros.

Acredita-se que tais benefícios serão mais evidentes nas circunstâncias em que o controlo incida sobre

características de natureza operacional (tempos de resposta, etc.) do que naquelas em que se procura a análise e

controlo de medidas externas.

O potencial benefício parece evidente, por exemplo, no controlo da variabilidade de tais características. De

facto, uma menor variabilidade conduzirá sempre a uma maior previsibilidade e, como tal, a um maior controlo

sobre todos os processos, com os consequentes benefícios em matéria de gestão.

Assim, sem que pareça razoável desejar um aumento exponencial da incidência do SPC em serviços financeiros,

acredita-se que uma utilização criteriosa e limitada dos seus princípios poderá trazer importantes melhorias à

prestação de serviços, neste domínio.�

Conclusões

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29inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Jaime Mourão-Ferreira*

Quando em 1997 a W/Portugal pegou na Daewoo – eestamos a falar de automóveis coreanos onde o baixopreço é sem dúvida um dos pontos mais fortes –, defendeuuma estratégia de comunicação arrojada, queaparentemente secundarizava este argumento de venda.Privilegiámos sobretudo fortes ideias criativas combinadascom um posicionamento qualitativo, de forma a que opreço percepcionado fosse à primeira vista mais alto doque o real, revelando-se sempre em última instância umaagradável surpresa a que seria difícil resistir. Rapidamente oMatiz tornou-se líder incontestado do cada vez maiscompetitivo segmento A do mercado automóvel, casoúnico no mundo, acrescente-se, ao mesmo tempo que setransformou num produto de moda (só destronado maisrecentemente pelo Smart e após quase um ano sem haverpublicidade Matiz, devido aos problemas económicos que

“WHEN THE WORLDZIGS, ZAG.”A Oportunidade e a Consistência como

Factores de Construção das Marcas.

Imagens da Campanha Matiz da Daewoo

A preferência do consumidor por

uma marca está intimamente

relacionada com o processo de

identificação verificado entre

ambos, sendo muito mais o

resultado de uma selecção

emocional e psicológica do que de

natureza racional. Se assim não

fosse, os factores de caracterização

objectivos, nomeadamente

o preço, teriam sempre clara

preponderância.

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o grupo Daewoo começou a sentirinternacionalmente e que levaram àsua desagregação). Também o Lanosregistou um forte acréscimo nasvendas, tendo-se notabilizado afamosa campanha do ,largamente premiada no es-trangeiro,onde, de uma forma inédita, a intrigada história era apresentada segundo aperspectiva naturalmente diversa,senão mesmo antagónica, dosprotagonistas de cada um dos filmes.Ficou assim provado mais uma vez quea publicidade original e prémiosc r i a t i v o s i n t e r n a c i o n a i s s ã ocompatíveis com a notoriedade dasmarcas e o sucesso comercial dosanunciantes.

Convém por isso lembrar que osprodutos constroem-se na fábrica,mas as marcas fazem-se na mente.

A credibilidade de uma marca passacada vez mais pela criação de umapersonalidade “humana” à sua volta,im-buída de virtudes e imperfeições,forças e vulnerabilidades, não caindonun-ca na tentação excessivamente

de se construir uma imagemde fortaleza inexpugnável capaz deresistir a qualquer análise crítica. E éaqui que entra a publicidade, a maiseficaz e poderosa ferramenta para aconstrução de uma marca. Sendo apublicidade sinónimo de persuasão, enote-se que persuasão não tem nada aver com sedução, alguém acreditaverdadeiramente naquelas mensagensque ostentam intermináveis exercíciosd e a u t o --elogio e adjectivação qualificativa,como se fosse expectável um pai dizermal de um filho em público?

A melhor definição de publicidadeque alguma vez ouvi vem deWashington Olivetto, de quem tive a

Genro e da Sogra

marketeer

"Convém por isso lembrar que os

produtos constroem se na fábrica, mas

as marcas fazem se na mente."

-

-

honra de ser sócio por vários anos, ohomem que revo luc ionou acriatividade brasileira elevando-a aopatamar de excelência que hoje todoslhe reconhecem. Publicidade, diz ele,“é aquilo que retiramos da vida,transformamos em publicidade edevolvemos de novo à vida sob essaforma”. Notável.

É a apologia da comunicaçãohumana , concre ta , pa lpáve l ,reconhecível e identificável nas maisdiversas práticas e situações do nossoquotidiano, assente em plataformascriativas coerentes e duradouras. Sãocélebres as suas campanhas para oUnibanco brasileiro, que tiveram o seuepílogo em Março último, após 18anos assentes na mesma plataformade comunicação, bem como para aBombril, onde todos os produtos daempresa são publicitados através domesmo apresentador ao longo de 25anos, o que constitui um recordemundial devidamente registado noGuiness Book.

Diga-se, a propósito, que um factorfundamental de sucesso para umanunciante e para a sólida construçãoda sua marca passa pela relação deparceria duradoura com a agência depublicidade, ao invés de promoverconcursos a cada 2 ou 3 anos.

Um caso que nos é particularmentequerido na W/Portugal e bemilustrativo da importância destacontinuidade no tempo é o daAmnistia Internacional, com quemtrabalhamos desde a nossa fundação,em 1993. Embora relacionada com atemática dos Direitos Humanos,sempre encarámos a comunicaçãorelativa a esta entidade como se deuma marca comercial se tratasse,conferindo a cada nova campanha o

papel de mais um tijolo na construçãode um edifício que nunca estáconcluído, mas que ostenta sempreuma arquitectura coerente eharmoniosa. Muitos dos nossostrabalhos conquistaram ao longo dosanos os maiores troféus nos principaiscertames mundiais de publicidade,defendendo causas tão distintas, masna nos sa óp t i c a i gua lmentecomplementares, como os DireitosHumanos para as Mulheres, para osRefugiados, em Timor, na Guerra doIraque e até mesmo defendendo o seuensino nas Escolas.

Seleccionar uma agência é poismuito mais do que escolher umacampanha. É estabelecer critérios deava-liação que passam sobretudo porconhecer o seu histórico, os seustrabalhos, o seu pensamento

Imagens da Campanha Lanos da Daewoo

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Out > Dez 2005� 31inforBANCA 66

estratégico, a filosofia criativa, ae q u i p a d e a t e n d i m e n t o , oenvolvimento dos quadros decisoresno quotidiano de trabalho, asinstalações, enfim, um sem-númerode parâmetros que, conjugados,permitam maximizar o sucesso daselecção numa perspectiva de longoprazo.

Na década de 90, quando o Festivalde Cannes decidiu passar a atribuir umtroféu especial para anunciantes, emfunção do seu contributo para odesenvolvimento da publicidade e dosníveis de excelência criativa, oprimeiro galardoado só podia ser aVolkswagen, marca que se mantémfiel à mesma agência desde os anos 50,quando Bill Bernbach começou atrabalhar a conta numa óptica decontra-ciclo, promovendo o conceito“Think Small” para uma sociedadeeducada a pensar em grande.

Claro que a adopção de estratégiasque contrariam ou mesmo afrontam atendência dominante no mercadoenvolve riscos que nunca sãocompletamente calculados. Mas ogrande fascínio do universo dacomunicação é a margem desubjectividade ser directamenteproporcional à do erro ou do sucesso.

O resto é uma mistura de maior oumenor talento, ambição e adrenalina.

Felizmente os casos de sucesso vãoacontecendo, trazendo consigo oêxito comercial e a notoriedade demarca antes impensável, bem comouma lufada de ar fresco ao mercado,como sucede actualmente com acomunicação que a W/Portugal temdesenvolvido para o Montepio Geral.

A Bartle, Bogle, Hegarty, uma dasmais criativas e conceituadas agênciasde publicidade inglesas, tem por lemaprecisamente este conceito de remarcontra a maré, de avançar contra acorrente: no meio de um rebanho deovelhas brancas, umaprocura romper em sentido contrário.

A acompanhar a sua imagem-tema,aqui reproduzida, surge a legendainspiradora que serve de título a esteartigo.

ovelha negra

NO

TÍC

IAS

BR

EVES

DA

BA

NC

APrémios

Banco Espírito Santo de

Investimento – Prémio de

Excelência

Banif – Premiado por

/Standard & Poor's

BCP – Standard & Poor's de

“Estável” para “Positivo”

Caixa Banco de Investimento

– Premiada pela AQ Research

Santander – Melhor Banco do

Mundo pela Euromoney

Diário

Económico

O Banco Espírito Santo de

Investimento foi reconhecido

pela Euromoney, em 2005,

como “Best Equities House in

Portugal”.

Banif Euro Tesouraria foi

premiado com o 1º lugar pelo

/Standard &

Poor's para os melhores

fundos de investimento, na

categoria Tesouraria Euro,

durante três anos.

A agência internacional

Standard & Poor's Ratings

Services anunciou, no final de

Março e para 2005, a alteração

ao “ ” de “estável” para

“positivo” e confirmou as

notações de “A” e “A-2”

atribuídas às

responsabilidades de longo

prazo e de curto prazo do

Banco Comercial Português,

SA.

A área de do Caixa

Banco de Investimento foi

premiada pela AQ Research

entre os bancos de

investimento da European

Securities Network (ESN) que

operam nas praças da

Euronext, pelas estimativas

de resultados relativos aos

mercados em 2004.

A Euromoney tornou público o

seu reconhecimento do Grupo

Santander como o melhor

banco do mundo no ano de

2005.

Diário Económico

outlook

research

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32 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

Ricardo Fortes da Costa*

No mundo empresarial, coloca-se actualmente o seguintedilema ético:

De facto, esta enunciação parece legítima, uma vez que secolocam em confronto: 1) o imperativo dadefesa da privacidade, enquanto direito inalienável dos indivíduos;2) o imperativo da defesa do bem comum, por via da procura damáxima produtividade, evitando o uso ilegítimo e inadequado destaferramenta electrónica.

O direito à privacidade quer-se de facto inalienável, pelo queninguém deve aceder ao conteúdo de correio pessoal. Mas será acaixa de e-mail da organização uma ferramenta adequada parareceber e enviar correio pessoal? Não estamos a falar de umaferramenta que é propriedade da organização?

Sendo o mail propriedade da entidade empregadora, duashipóteses se colocam: a) a mesma não autoriza o seu uso para finsparticulares, pelo que o problema da privacidade não se coloca; b)esse uso é autorizado, mantendo-se o direito à privacidade.

No entanto, mesmo estipulando que o seu uso deverá serestritamente profissional, nada garante à empresa que assim sejafeito; e mesmo que autorize o seu uso livre, surgirão preocupaçõessobre a sua razoável utilização, de forma a não perturbar aprodutividade.

Neste ponto, urge questionar: será legítimo quebrar aprivacidade para averiguar usos ilegítimos? Valerá a pena proibiroutro uso que não o profissional? Conseguir-se-á maiorprodutividade?

Diz-me a experiência que proibições “cegas” nunca funcionam.Cortar ou restringir o acesso para fins profissionais é algo que não ébem aceite pelos colaboradores, que não compreendem a

até que ponto é legítimo quebrar o direito àprivacidade dos colaboradores para nos certificarmos de que o correioelectrónico está efectivamente a ser usado ao serviço da organização, enão em actividades não produtivas?

dois imperativos éticos

Correio

ElectrónicoUm Falso Dilema Ético...

razoabilidade da medida, uma vez que penaliza todos,independentemente da postura ética que tenham assumido face aesta questão.

Sejamos práticos: este problema colocou-se há alguns anosatrás com a utilização do telefone, e nem por isso se optou por tiraro telefone às pessoas, porque cada vez mais nas organizações asferramentas de comunicação são críticas para o trabalhodesenvolvido, em que o conhecimento é “o” factor competitivo.

A política restritiva é assim factor de desmotivação e inibidorado potencial intelectual e de inovação que está residente em cadacolaborador da empresa.

Então o acesso deve ser livre e não controlado? Não, porque overdadeiro problema não reside na produtividade, mas sim na

da informação com que a empresatrabalha, ou seja, na

.A Internet trouxe-nos uma enorme vantagem, que reside na

e com que a informação circula/flui. O seucontraponto reside no de a informação ser

por terceiros ou ainda de poder ser ,vendo o seu conteúdo adulterado ou servindo de meio detransporte e entrada para vírus informáticos.

Neste aspecto específico, o sector financeiro (e o bancário emespecial) vive esta preocupação com particular sensibilidade, umavez que o seu negócio implica, por definição, , ,

e .E é aqui que o verdadeiro dilema ético se coloca: a defesa da

privacidade dos colaboradores justifica correr o perigo de ver ainformação dos clientes ser adulterada/corrompida? Os danos aosclientes são menos graves que os danos que causaria a quebra daprivacidade dos colaboradores?

A solução para este dilema deve assentar no princípio de que oproblema ético se coloca não no acesso às ferramentas web, massim no . A chave da solução chama-seRESPONSABILIZAÇÃO.

Todos deverão ter acesso a este tipo de ferramentas detrabalho, para, com elas, terem as condições para desenvolveremum trabalho produtivo e útil. No entanto, sendo o acesso livre, oseu uso deve estar regulamentado de forma clara. Ao ser claro paratodos como estas ferramentas devem ser utilizadas, passa a ser daexclusiva responsabilidade de cada um dar-lhes o melhor uso.

O terceiro passo da solução consiste, pois, emos nossos actos...

As tecnologias de informação já permitem um tratamentorelativamente sofisticado deste tema, como, por exemplo: o uso defiltros de conteúdo, que bloqueiam a entrada e saída de mensagenscom ficheiros suspeitos (ficheiros executáveis ou imagens, possí-veis portadores de vírus), bem como mensagens com linguageminapropriada (identificada por palavras-chave). As mensagens sãobarradas automaticamente, não havendo quebra de privacidade.Por outro lado, a nível da prevenção e protecção de dados, já hásoluções de encriptação e autenticação de mensagens, comrecurso a infraestruturas de chaves de segurança, que impedem oacesso à informação por terceiros de forma muito eficiente. Porfim, o recurso a técnicas de “engenharia social” para aceder ainformação de forma ilegítima, através de meios de convencimentoenganosos junto dos seus legítimos detentores, é algo que pode (edeve) ser combatido com medidas de divulgação, formação eprevenção junto de todos os profissionais do sector.

Através deste conjunto de pistas, poderemos, pois, chegar àconclusão de que este dilema ético pode ser um , quemsabe se usado como justificação para não agir de forma respon-

segurança e na integridadedefesa da privacidade dos clientes e do seu direito

a serem bem servidos

facilidade rapidezperigo potencial acedida

ilegitimamente corrompida

segurança rigorconfidencialidade discrição

uso que as pessoas delas farão

tornarconsequentes

falso dilema

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33inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Na última semana de Setembro, iniciaram-se novas ediçõesdos cursos abertos nas metodologias de e de

– WebBanca.paper based

e-Learning

Em Outubro, inicia-se um projecto de formação fechado parauma instituição bancária, com a inscrição de cerca de 1050colaboradores nos diferentes módulos ministrados através daWebBanca – Formação Bancária Online, com particular incidência

Na Formação ProfissionalÁrea de Formação a Distância

Em Setembro, iniciou-se uma nova edição do Curso deFormação de Formadores, possibilitando a aquisição do CAP(Certificado de Aptidão Profissional) aos formandos queconcluírem o mesmo com aproveitamento. Esta formaçãotem a duração de 96 horas e decorre em horário pós-laboral;Durante o mês de Setembro, decorreram 8 acções deformação sobre “O Acordo Basileia II” para cerca de 180colaboradores de uma determinada instituição bancária comfunções de gerência e coordenação. Estes cursos tiveram lugarem vários pontos do país;

Área de Formação Presencial

no Curso de Branqueamento de Capitais e nos Módulos deMicroInformática.

Decorre até Dezembro do corrente ano um projecto fechadopara uma instituição bancária com cerca de 200 formandos, adecorrer na área das técnicas bancárias, que conjuga metodologiade com a formação presencial na ÁreaComportamental.

Blended Learning�

Ao longo do último quadrimestre de 2005, irão decorrer,aproximadamente, 20 cursos na Área Comportamental,abrangendo cerca de 400 colaboradores de diversasinstituições bancárias;A formação presencial contará ainda com a realização demódulos intra-empresas destinados ao mercado natural doIFB, nas áreas de “Aconselhamento Financeiro”; “ActividadeBancária Internacional” e “Mercados Financeiros”.�

ACONTECEU ...

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No âmbito das actividades curriculares das pós-graduações decorreram as seguintesconferências:

"O Sistema de Informação no Suporte Electrónico (15 de Junho)Orador: Sr. José Granado"Marketing Financeiro: Tendências" (22 de Junho)Orador: Sr. Dr. Jaime Mourão-Ferreira"Tendências de Evolução do Sistema Financeiro" (22 de Junho)Orador: Sr. Engº Jorge Jardim Gonçalves.

Conferências

A área da formação para executivosdisponibiliza neste momento 9 cursos, ea lguns de les t iveram in íc io emSetembro/Outubro. �

Cursos para Executivos

> LicenciaturasEm Outubro, tiveram início as licenciaturas

em Gestão Bancária e Gestão e Sistemas deInformação, que funcionarão, pela primeiravez, com novos planos curriculares. �

Estão neste momento a decorrer as candidaturas para as quatro pós-graduaçõesdo ISGB que tiveram início em Outubro – Curso Avançado de Gestão Bancária,Marketing e Gestão Comercial de Serviços Financeiros, Inovação e Sistemas deInformação no Sector Financeiro e Investimentos e Mercados Financeiros.�

> Pós-Graduações

No âmbito das comemorações do 25º Aniversário do IFB,realizou-se no passado dia 18 de Setembro o IV Rally Paper doIFB/ISGB, que contou com a participação de 16 equipas, num totalde mais de 80 participantes. A Prova do Percurso realizou-seentre Lisboa e a Aldeia Galega da Merceana, culminando numalmoço na Quinta da Azenha. O desafio proposto às equipasconsistia em perguntas de observação e cultura geral e numa

IV Rally Paper doIFB/ISGB

prova temática sobre os 25 anos de actividade do Instituto. Umdos momentos mais criativos foi o desfile dos chapéus de palha,imaginados pelas equipas, em apenas 15 minutos. Todos osconcorrentes receberam prémios, oferecidos pelas 23instituições que generosamente apoiaram este acontecimento. Oprémio institucional atribuído à equipa classificada em 1º lugar foiuma viagem a Paris para 2 pessoas.�

5anos1980 2005�years

Apoiaram este Rally Paper:Auto-Bocage, Benlei, Caixa Geral de Depósitos, Casino Estoril, Citroën – Sucursal deSacavém, Delta, Eduardo Santos, Fastio, Häagen-Dazs, Império das Plantas, JerónimoMartins, Jorge Fernandes, Madeira & Madeira, Maxinfor, Medialabor, Museu da Farmácia,Pólis, Reprojopa, Saniambiente, Seabra & Tavares, Tivoli Coimbra, Worldtravel BTI e VilaGalé Porto.

Page 33: PAG 2 3 - isgb.pt · (4 números): € 5,00. Distribuição gratuita aos empregados bancários, quando feitaparaoseulocaldetrabalho. 13000exemplares 15365/87

34 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

N o a r t i g o d aedição Nº 65, "Écom Agrado queVejo a InstituiçãoCelebrar o Seu 25ºAniversário", pági-na 51, a fotografiado Sr. Dr. JoãoFerreira Costa estátrocado com a fo-

tografia do Sr. Dr. Tiago Leite. Aos visados eaos leitores, pedimos desculpa pelo lapso eapresentamos a fotografia correcta.�

No final do mês de Junhodeixou de colaborar com o

IFB o Dr. Miguel Camolas Pacheco,que de-sempenhava as funções deCoordenador para os Projectos emÁfrica.

DR. MIGUEL PACHECODedicação ao IFB e à Formação em África

Nos mais de 20 anos de ligação aoInstituto, o Dr. Miguel Pachecotrabalhou em todos os paísesafricanos de língua portuguesa,dedicando-se, com enorme paixão eexcelentes resultados, ao apoio àcriação de estruturas locais deformação bancária.

P o r f o r ç a d a s f u n ç õ e sdesempenhadas, passou parteimportante do seu tempo no terreno,trabalhando muitas vezes emsituações difíceis. No entanto, a suadeterminação, o seu carácter e a suadedicação ao IFB permitiramconsolidar a imagem de grandeprestígio de que o Instituto gozanaqueles países.

O Dr. Miguel Pacheco pertenceuanteriormente aos quadros do Banco

de Portugal e exerceu uma meritóriaactividade cívica – Presidente do SBSIe da UGT e Deputado à Assembleia daRepública – reconhecida através dotítulo de Comendador atribuído peloPresidente da República.

Esperamos que, nesta nova fase da

Encerramento do Ano Lectivo 2004/05

Grau de Satisfação dos Formandos com os Cursos

Conclusão de Curso – Diplomados

Reunião Anual de Formadores

O aproveitamento global da formação em sala, no âmbito dostrês Cursos da Formação para Jovens na Banca, em Lisboa ePorto, atingiu uma taxa de sucesso de 84%.

As médias foram diferentes de Curso para Curso, variandoentre os 70 e os 75%.

Com a conclusão das Provas de Aptidão Profissional, quetiveram o seu final com as provas orais, nos passados dias 7 e 8 deSetembro, em Lisboa e Porto, saíram diplomados 106 jovens doCurso Geral Bancário, em regime de Alternância.

Depois de muita ansiedade nas provas finais e de um percursode 3 anos, em que muitos ficaram pelo caminho, resta-nos dar--lhes os nossos parabéns.

À semelhança do que tem acontecido em anos anteriores, oInstituto de Formação Bancária promoveu em Lisboa, a 16 e 17

Formação em Alternância na Bancapara JovensDestaques

Setembro, uma Reunião Geral de Formadores, quer do pólo deLisboa, quer do pólo do Porto, que teve como objectivos areflexão e balanço da actividade desenvolvida no ano anterior e apreparação do ano lectivo de 2005/06.

Constituiu um momento simbólico de recepção e acolhimentoaos novos formandos dos três Cursos, contando com a presençada Direcção do IFB, do IEFP e com algumas palavras dosformandos do último ano.

Abertura dos Novos Cursos