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Gergelim PLANTAR coleção

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Gergelim

PLANTARcoleção

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Embrapa Informação TecnológicaBrasília, DF

2007

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa AlgodãoMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

A CULTURA DO GERGELIM

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Coleção Plantar, 50

Produção editorial: Embrapa Informação Tecnológica

Coordenação editorial: Fernando do Amaral PereiraMayara Rosa CarneiroLucilene Maria de Andradre

Supervisão editorial: Carlos M. AndreottiRevisão de texto: Rúbia Maria PereiraNormalização bibliográfica: Celina Tomaz de CarvalhoEditoração eletrônica: Wamir Soares Ribeiro JúniorIlustração da capa: Álvaro E. Nunes

1a edição1a impressão (2007): 2.000 exemplares

© Embrapa 2007

A cultura do gergelim / Nair Helena Castro Arriel... [et al.] – Brasília, DF :Embrapa Informação Tecnológica, 2007.72 p.: il. – (Coleção Plantar, 50).

ISBN: 978-85-7383-387-4

1. Beneficiamento. 2. Colheita. 3. Comercialização. 4. Culinária. 5. Plantio.6. Sistema de cultivo. I. Arriel, Nair Helena Castro. II. Firmino, Paulo de Tarso.III. Beltrão, Napoleão Esberard de Macêdo. IV. Soares, José Janduí. V. Araújo,Alderi Emídio de. VI. Silva, Ayce Chaves. VII. Ferreira, Gilvan Barbosa. VIII.Embrapa Algodão. IX. Coleção.

CDD 635.1

Todos os direitos reservadosA reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou emparte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no. 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP).Embrapa Informação Tecnológica

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Autores

Nair Helena Castro ArrielEngenheira agrônoma, Doutora em Fitomelhoramento epesquisadora da Embrapa Algodã[email protected]

Paulo de Tarso FirminoEngenheiro agrônomo, Mestre em Ciência e Tecnologia deAlimentos e pesquisador da Embrapa Algodã[email protected]

Napoleão Esberard de Macêdo BeltrãoEngenheiro agrônomo, Doutor em Fisiologia da Produção epesquisador da Embrapa Algodã[email protected]

José Janduí SoaresBiólogo, Mestre em Entomologia e pesquisador da EmbrapaAlgodã[email protected]

Alderi Emídio de AraújoEngenheiro agrônomo, Mestre em Fitopatologia e pesquisadorda Embrapa Algodã[email protected]

Ayce Chaves SilvaTécnico agroindustrial e pesquisador da Embrapa Algodã[email protected]

Gilvan Barbosa FerreiraEngenheiro agrônomo, Doutor em Nutrição e Adubação dePlantas e pesquisador da Embrapa Algodã[email protected]

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Apresentação

O agronegócio brasileiro é carente de informaçõesdirecionadas ao pequeno produtor. O objetivo daColeção Plantar é preencher essa lacuna com informa-ções oportunas e precisas sobre como produzir hortali-ças, frutas e grãos numa área do sítio ou da fazenda, ouaté mesmo num quintal.

Elaborado em linguagem conceitual simples edireta, o texto de cada título é dirigido ao produtor familiar,na certeza de que essas informações vão contribuir paraa geração de mais alimentos, renda e emprego para osbrasileiros, permitindo, assim, que a agricultura familiarincorpore-se ao agronegócio.

No momento em que o agronegócio conquista omercado internacional, a Embrapa Informação Tecnoló-gica reafirma a importância desta coleção didática comoreferência para o produtor familiar produzir com segu-rança, qualidade e eficiência.

Fernando do Amaral PereiraGerente-Geral

Embrapa Informação Tecnológica

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Sumário

Introdução............................................... 9

Clima ....................................................... 14

Solos ....................................................... 17

Cultivares ................................................ 26

Preparo do Solo e Plantio ...................... 27

Tratos Culturais....................................... 35

Doenças .................................................. 40

Pragas ..................................................... 50

Colheita, Beneficiamento

e Armazenamento .................................... 56

Comercialização ...................................... 61

Coeficientes Técnicos ............................ 62

Composição Química e Usos ................ 64

Referências.............................................. 69

Literatura Recomendada ......................... 70

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Introdução

O gergelim (Sesamum indicum L.), dafamília Pedaliácea, é uma das plantasoleaginosas mais antigas e usadas pela huma-nidade. Considera-se a África o continentede origem do gergelim, porque ali existe amaioria das espécies silvestres do gêneroSesamum, ao passo que na Ásia se encontrauma riqueza de formas e variedades dasespécies cultivadas. No Brasil do século 16,o gergelim foi introduzido, na Região Nor-deste, pelos portugueses, e foi tradicional-mente plantado para consumo local. NaVenezuela, desenvolveu-se como culturacomercial em virtude das condições climá-ticas muito favoráveis, bem como dostrabalhos de pesquisa que difundiram tal cul-tura. Na América do Norte, foi introduzidono fim do século 17 por escravos africanos.

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Com ampla adaptabilidade às condi-ções edafoclimáticas de clima quente, ogergelim tem bom nível de resistência à seca,e é fácil de ser cultivado: características queo transformam em excelente opção dediversificação agrícola por seu grandepotencial econômico nos mercados nacionale internacional. Com efeito, tanto a elevadaqualidade de seu óleo como sua alta con-centração – equivalente a 50%, em média,do peso da semente – favorecem a aplicaçãodo gergelim na indústria alimentícia e naindústria química de óleos, as quais seencontram hoje em plena ascensão, emdecorrência do aumento anual de, aproxi-madamente, 15% na quantidade de produtosindustrializáveis para consumo, o que gerademanda por produtos in natura e mercadopotencial capaz de absorver quantidadessuperiores à oferta atual.

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Atualmente o gergelim é cultivado em71 países, em especial da Ásia e da África.A produção mundial é estimada em 3,16milhões de toneladas, e, a superfície cul-tivada, em 6,56 milhões de hectares, comuma produtividade de 481,40 kg/ha. Índia eMyanmar são responsáveis por 49% daprodução mundial de gergelim. O Brasil, porsua vez, é um pequeno produtor dessaplanta, com 15 mil toneladas produzidas em25 mil hectares, e com um rendimento emtorno de 600,0 kg/ha (FAO, 2005). Além docultivo tradicional na maioria dos estadosnordestinos, o gergelim é cultivado tambémem São Paulo, em Goiás (maior produtor),no Mato Grosso e em Minas Gerais.

No Nordeste, a exploração comercialdo gergelim teve início em 1986, após adrástica redução no cultivo do algodão,embora seja explorado há mais de 60 anos

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na Região Centro-Sul do País, especialmenteno Estado de São Paulo, para atender aosegmento agroindustrial oleaginoso e dealimentos in natura.

Ainda que com produção inferior à damaioria das oleaginosas cultivadas, tais comosoja, coco, dendê, amendoim, girassol emamona, o cultivo do gergelim representaexcelente opção agrícola ao alcance depequenos e médios produtores, por exigirpráticas agrícolas simples e de fácil assi-milação.

Em virtude da alta cotação dessaoleaginosa no comércio internacional, semantidos os atuais níveis de produtividadepode-se expandir a área cultivada de gergelime conquistar-se parcela do mercado externocom o excedente de produção, garantindo-se, assim, ao Nordeste, e a outras regiões,mais essa fonte de divisas. Em alguns países

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asiáticos, essa oleaginosa tem significativaimportância econômica e social.

Desde 1986 a Embrapa Algodão, se-diada em Campina Grande, PB, vem desen-volvendo projetos de pesquisa com enfoquenessa oleaginosa, que, além de ser tolerante àseca, e de fácil cultivo, apresenta alto potencialagronômico e pode ser usada em consórcio ena rotação de culturas. Consorciado com oalgodão, o gergelim funciona como “cultura-armadilha” para a mosca-branca, e comocontrole de formigas cortadeiras. Trata-se deuma cultura que se insere tanto nos sistemastradicionais de cultivo como na agriculturasustentável e orgânica.

Com grande heterogeneidade, anual ouperene, de características morfológicas, ogergelim mede de 50 cm a 3 m de altura,possui caule ereto, com ou sem ramificações,com ou sem pelo, e sistema radicular pivo-

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tante. As folhas apresentam-se alternadas ouopostas, e as da parte inferior da planta adultasão mais largas e irregularmente dentadas oulobadas, ao passo que as da parte superiorsão lanceoladas. As flores são completas eaxilares, e variáveis de 1 a 3 por axila foliar.O fruto possui forma de uma cápsula alon-gada, pilosa, deiscente (que, ao atingir amaturação, abre-se e espalha as sementespelo chão), ou indeiscente (que não se abreao atingir a maturação), de 2 a 8 cm decomprimento conforme a variedade. Assementes são pequenas – mil delas pesamde 2 a 4 g dependendo da cultivar e doambiente. A cor das sementes possui tonsque variam do branco ao preto.

Clima

O gergelim é cultivado em regiões declima tropical, subtropical e em zonas tempe-radas, e há grande diversidade de tipos bem

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adaptados a todas essas localidades. Osprincipais fatores climáticos que exerceminfluência direta sobre o desenvolvimento dogergelim são: temperatura, precipitação,luminosidade e altitude. As temperaturas mé-dias ideais para o crescimento e o desen-volvimento da planta situam-se entre 25 °C e30 °C, incluída ai a germinação das sementes.Temperaturas abaixo de 20 °C provocamatraso na germinação, e se inferiores a 10 °Cparalisam todo o metabolismo da plantalevando-a à morte. Temperaturas médias de27 °C favorecem o crescimento vegetativo,bem como a maturação dos frutos do ger-gelim. Quedas de temperatura durante operíodo de maturação afetam a qualidade dassementes e do óleo.

A maximização do rendimento dependede precipitações pluviométricas variáveis de500 e 650 mm anuais, e distribui-se daseguinte maneira: 35%, da germinação ao

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florescimento; 45% durante o florescimento;e 20% no início da maturação dos frutos.Em locais com precipitação anual inferior a300 mm, a cultura pode produzir de 300 a500 kg/ha de grãos. A exigência hídrica dogergelim está mais diretamente relacionada àdistribuição do que à quantidade total dechuvas durante o período vegetativo daplanta.

Por ser resistente à seca, o gergelim émuito sensível ao encharcamento do solo.A umidade do solo é benéfica à floração e àfrutificação, mas chuvas intensas provocamqueda das flores e acamamento das plantas.Em locais cujos períodos chuvosos são maislongos é necessário fazer ajustes na épocade seu plantio, para que o excesso de chuvasnão comprometa a maturação dos frutos eo rendimento da cultura. Para cultivares cujociclo varie de 90 a 100 dias, a época mais

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adequada à semeadura é o início dos trêsúltimos meses do período chuvoso.

A maioria das cultivares produz bematé a altitude de 1.250 m. Acima disso asplantas não se desenvolvem, ficam raquí-ticas, pouco ramificadas e apresentam baixaprodução. Apesar da grande diversidade dogergelim com relação à duração do númerode horas diárias de luz solar (fotoperio-dismo) predominam cultivares de dias curtosque requerem, para plena floração, cerca de10 horas/dia de brilho solar.

Solos

A cultura do gergelim caracteriza-se pornível razoável de resistência às condiçõesde baixa umidade e fertilidade do solo, nasquais é possível obter produtividades acimada média mundial. Apesar de cultivável emdiversos tipos de solo, a planta atinge a

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plenitude em solos profundos, de pelomenos 60 cm, bem drenados e de boa ferti-lidade natural, francos do ponto de vistatextural, desde franco-arenosos até franco-argilosos, descartando-se as texturas extre-mas. Tem preferência por solos de reaçãoneutra, com pH próximo de 7,0. Não toleraacidez elevada, ou seja, abaixo de pH 5,5;nem alcalinidade excessiva, isto é, acima depH 8,0; por ser uma planta extremamentesensível à salinidade, e, mais ainda, à alca-linidade, em virtude do sódio trocável que,dependendo de sua concentração, podetornar-se tóxico ao seu metabolismo.

No Nordeste brasileiro, predominamnas regiões produtoras de gergelim osseguintes tipos de solo: Podzólico Vermelho-Amarelo equivalente eutrófico; Vertissolos;Bruno Não Cálcico; Solos Litólicos eutró-ficos; Planossolos Solódicos; SolonetzSolodizado; Latossolos Vermelho-Amarelo

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distróficos; Areias Quartzosas distróficas eCambissolo eutrófico. Isso mostra que ogergelim é uma cultura que pode ser pro-duzida em diferentes tipos de solo, apre-sentando, portanto, ampla adaptação àsdiversas condições edáficas.

As recomendações de correção deacidez e de adubação devem ser feitas combase em resultados de análise química efísica do solo, as quais devem basear-se emamostras retiradas da camada arável, nor-malmente a mais intensamente alterada sejapor arações e gradagens, seja pela adiçãode corretivos, de fertilizantes e de restosculturais. Para minimização de custos, aadubação deve pautar-se sempre pela relaçãocusto/benefício.

Calagem – Em áreas já com calcário,que serão aproveitadas para rotação deculturas, a amostragem do solo para fins de

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indicação de fertilizantes pode ser feita logoapós a maturação fisiológica da culturaanterior.

Se houver necessidade de calagem emáreas onde se pretenda produzir gergelim pelaprimeira vez, a amostragem do solo tem deser feita de modo que possibilite a incorpo-ração do calcário pelo menos dois mesesantes da semeadura. Para a correção da aci-dez do solo deve-se dar preferência ao calcá-rio dolomítico que possui de 25% a 30% deóxido de cálcio (CaO) e mais 12% de óxidode magnésio (MgO).

Além de reduzir a incidência de pragas,a prática de rotação de culturas com adubosverdes melhora a produtividade não só dogergelim como também das culturas quevierem a entrar no sistema de rotação.

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Adubação – O gergelim extrai do soloquantidades elevadas de nitrogênio (N), defósforo (P) e de potássio (K), que variamconforme a produção, o estado nutricional,a variedade utilizada e a parte da plantacolhida (Tabela 1). Em geral a planta precisade 50 kg/ha de N, de 14 kg/ha de P

2O

5 e de

60 kg/ha de K2O para produzir 1.000 kg/ha

de sementes. Arrancar a cultura implica asaída de quase 97% dos nutrientes extraídos,do solo, pelas plantas. Desse total, os frutosrespondem por um percentual que varia de33% a 60% do NPK extraído. Isso empo-brece o solo. Para garantir a produtividadede plantios posteriores, essas quantidadesde nutrientes precisam ser repostas pelaadubação.

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O gergelim absorve pouco nitrogênio,fósforo e potássio (NPK) até o trigésimo diaapós o plantio. A partir dessa data, a exigênciada planta por esses nutrientes cresce rapi-damente e alcança a demanda máxima denitrogênio aos 74 dias; de fósforo, dos 60aos 90 dias; e de potássio depois do 35º diacrescendo até o final do ciclo.

Para obter-se maior eficiência na práticada adubação, além das exigências da culturaem nutrientes vários fatores devem ser leva-dos em consideração, a fim de conseguir-seum uso racional dos principais fertilizantesminerais. Dentre tais fatores têm-se o tipode solo e a solubilidade, a qual determinaa maior ou a menor mobilidade dos nutrien-tes, e, conseqüentemente, o maior graude lixiviação, principalmente em solos areno-sos.

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O fósforo, cuja mobilidade no solo émínima, deve ser totalmente aplicado porocasião do plantio do gergelim. Em virtudede sua maior mobilidade, o nitrogênio e opotássio devem ser aplicados parcela-damente. O nitrogênio pode ser aplicado emduas vezes: metade após o desbaste, metade25 dias depois, e sempre em solo úmido paraevitar que evapore, usando-se, de preferência,o sulfato de amônio. O potássio pode serincorporado ao solo ou com o fósforo, ouem duas vezes (com o nitrogênio), de acordocom a capacidade de lixiviação do solo.

Quando há deficiência de nutrientes nosolo, ou quando as condições do ambientenão são favoráveis, as plantas podem exibirsintomas de deficiência (Tabela 2).

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Tabela 2. Sintomas de deficiência de nutrientes em gergelim.

Clorose geral com ou sem o murchamento das plantas

Inicialmente, os sintomas aparecem nas folhas mais velhas, associa-dos ao seguinte:

Deficiência de nitrogênio (N): Plantas de cor verde-clara, semramificação, de caules delgados e com folhas eretas. As folhassuperiores apresentam-se com uma coloração de tom verde-pálido. Em estado avançado dessa deficiência, as folhas inferiorestornam-se amareladas, depois, alaranjadas, e em seguida caem.

Deficiência de fósforo (P): Plantas sem ramificações, de caulesfinos e de porte baixo. As folhas superiores apresentamcoloração verde-forte, as mais velhas ficam opacas e escuras eexibem uma coloração verde-acinzentada. Ocorre necrose nasfolhas mais velhas, que, em seguida, caem.

Deficiência de magnésio (Mg): As folhas mais velhasapresentam clorose internervural, a princípio ligeiramenteamarelada, e, depois, alaranjada. O verde persiste nas nervurase nas veias, com padrão característico.

Clorose mosqueada com e sem necrose

Deficiência de potássio (K): Plantas nanicas e com as folhas maisvelhas onduladas e encarquilhadas para cima. Inicialmente ocorreuma clorose mosqueada, depois alaranjada e, finalmente, cor decobre. Não há queda de folhas.

Efeitos localizados nas regiões de crescimento

Deficiência de cálcio (Ca): Morte da gema apical seguida dedistorção no ápice e na base das folhas jovens, as quais formam umgancho para baixo (ápice) que, depois, é torcido e enrugado.

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Cultivares

A escolha correta da cultivar paradeterminados ambiente e sistema de pro-dução é de grande importância para aobtenção de boa produtividade. Entretanto,é comum os produtores reutilizarem suaspróprias sementes para a formação de novalavoura de gergelim; prática essa que provocaprejuízos como: proliferação de doenças,depreciação comercial dos produtos, alémde perda de produtividade e da uniformidade.

As variedades de gergelim diferenciam-se por vários atributos como: altura, ciclo(de 70 a mais de 170 dias), coloração dassementes e tipo de ramificação. As variedadesprodutoras de sementes de cor branca, e/oucreme, são de maior valor comercial, aopasso que as pretas caracterizam-se porserem de demanda restrita, mas em ascensãono mercado externo. A maioria das cultivares

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brasileiras é dotada de ramificações e produzsementes de cor creme.

Na Embrapa Algodão, o programa demelhoramento genético do gergelim jáviabilizou o desenvolvimento de quatrocultivares comerciais. A seguir (Tabela 3)são apresentadas três variedades delasatualmente recomendadas para cultivo co-mercial no Nordeste do Brasil e em áreas afins.

Preparo do Solo e Plantio

Por propagar-se por sementes, que, porsinal, são muito pequenas, o gergelim precisaser semeado em solo bem preparado parafacilitar a emergência das plântulas, pro-mover seu estabelecimento o mais rápidopossível e evitar a competição com as plantasdaninhas que prejudicam o desenvolvimentoe o crescimento da cultura.

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Tabela 3. Cultivares de gergelim cujo cultivo é recomendávelno Nordeste brasileiro e em áreas afins.

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Cultivar

Origem: seleção massal da cultivar Venezuela-52.Porte: mediano (até 1,60 m).Ciclo: 100 dias (médio).Hábito de crescimento: ramificado.Número de frutos/axila: 3.Cor das sementes: creme.Tolerante à mancha angular.Indicação: recomendada para plantio de sequeiro e deirrigado em todos os estados da Região Nordeste, emvirtude de sua alta estabilidade produtiva.

Origem: seleção genealógica da cultivar Tegel.Porte: médio (até 1,60 m).Ciclo: 90 a 100 dias.Hábito de crescimento: ramificado.Floração e maturação uniformes.Número de frutos/axila: 1.Cor das sementes: creme.Resistente à mancha angular.Indicação: Região Semi-Árida Nordestina, onde a manchaangular é a principal doença da cultura.

Origem: seleção genealógica da cultivar Zirra FAO 51284.Porte: em média 1,55 m.Ciclo: 90 dias.Hábito de crescimento: ramificado.Floração e maturação uniformes.Número de frutos/axila: 1.Cor das sementes: creme.Teor de óleo: de 48% a 50%.Tolerante à murcha de Macrophomina, à mancha angulare à cercosporiose.Indicação: condições de cultivo na Região Nordeste e nocerrado de Goiás.

Características

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O preparo do solo inicia-se com a lim-peza da área, a trituração e a pré-incor-poração dos resíduos vegetais com gradeleve ou niveladora. Depois de 7 a 15 dias daincorporação, faz-se uma aração profundadependendo do tipo e da profundidade dosolo, com arado de aiveca, e, posteriormente,gradeia-o com grade simples.

O sistema de plantio do gergelim podeser manual ou mecanizado em conformidadecom o tamanho da área e o nível tecnológicoda lavoura. A quantidade de sementes variade 1,5 a 3,5 kg.

A semeadura deve ser feita em sulcosrasos contínuos, ou em covas rasas comprofundidade de 1 a 2 cm. Pode ser feitamanualmente (com a ponta de dois dedos),ou com semeadora manual feita com latade 1 litro, ou similar, acoplada a uma haste

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Fig. 1. Semeadora manual apropriada para o plantio em covas.

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de madeira, com um furo no fundo ajustadopara liberar de 6 a 10 sementes por cova,de modo que gaste, em média, 3 kg de se-mentes por hectare (Fig. 1).

Há também uma semeadora simplespara o plantio em sulcos (Fig. 2), a qual foidesenvolvida por produtores; oferece maioragilidade e precisão na distribuição das

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Fig. 2. Semeadora manual apropriada para o plantio emsulcos.

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sementes; foi construída a partir de equipa-mentos adaptados; e dispõe de mecanismospara abrir o sulco, distribuir as sementes efazer o aterramento. Nesse sistema gastam-se, em média, 2 kg de sementes por hectare.

Para a semeadura mecanizada, podemser usadas máquinas de plantio destinadas asementes pequenas, como a de cenoura, oupode-se adaptar o disco cego que normal-mente vem com as máquinas, fazendo-se8 furos de 3/16 de polegadas e calibrando-se a saída para 4 a 8 sementes.

A época de semeadura depende dociclo da cultivar e do período chuvoso daregião. O importante é não chover na fasede colheita e de secagem, a fim de garantir-se a obtenção de sementes de bom padrãocomercial. A incidência de chuvas sobre ascápsulas abertas provoca o enegrecimentodas sementes.

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Para o plantio de cultivares ramificadasrecomenda-se o espaçamento de 80 cm a1 m entre fileiras, e de 20 cm entre plantas.Para o plantio de cultivares não ramificadasrecomenda-se o espaçamento de 60 a 70 cmentre fileiras, e de 10 cm entre plantas. Paraconfiguração de plantio em fileiras duplasrecomenda-se o espaçamento de 1,70 m entrefileiras duplas de 30 cm dentro da fileira, ede 10 cm entre plantas (Fig. 3).

Fig. 3. Cultivar CNPA-G 2 em configuração de plantio de1,70 m x 30 cm x 10 cm, Sousa, PB. 1994.

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Para que a população de plantas satis-faça as recomendações de espaçamento ede densidade de plantio, que gira em tornode 100 mil plantas/ha, é necessário fazer oraleamento, ou o desbaste, mantendo-se asplantas mais vigorosas e retirando-se asexcedentes (Fig. 4). O desbaste deve ser feitocom solo úmido e em duas etapas: inicialmen-te, quando as plantas estiverem com 4 folhas,deixar de 4 a 5 plantas por unidade de espaça-

Fig. 4. Detalhe da semeadura em sulco, que mostra o excessode plantas.

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mento e, na segunda etapa, quando as plantasalcançarem de 12 a 15 cm de altura, deixar de2 a 3 plantas.

Tratos Culturais

Como o gergelim é uma planta de cres-cimento inicial bastante lento, os primeiros45 dias depois da emergência das plântulassão críticos para essa cultura que, nesseperíodo, deve ser mantida livre de plantasdaninhas. O próprio preparo adequado dosolo pode funcionar como excelente métodode controle da vegetação daninha. Devemser feitas de 2 a 3 capinas durante o ciclo daplanta, com enxada ou cultivador.

Controle químico de plantas dani-nhas – O uso de herbicidas deve levar emconta vários fatores, entre os quais a com-posição textural do solo e o teor de matéria

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orgânica: solos com baixo teor de argila(inferior a 15%), e com baixo teor de matériaorgânica (inferior a 2%), devem receberdoses menores que aqueles com elevadoteor de argila (superior a 35%) e com elevadoteor de matéria orgânica (acima de 4%).É importante também conhecer os tipos deervas predominantes.

Os herbicidas (Diuron, Pendimenthaline Alachlor) testados no cultivo do gergelimsão, na maioria, pré-emergentes. O produtordeve preparar a área, plantar o gergelim emsolo úmido e, em seguida aplicar o herbicida.Os herbicidas Diuron e Pendimenthalin foramtestados, em pré-emergência, em solo BrunoNão Cálcico, de textura franco-arenosa:nessas condições, as dosagens da misturade 50 g (Diuron) + 75 g (Pendimenthalin) doingrediente ativo/hectare foram suficientespara um bom nível de controle de plantas

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daninhas. Em solo tipo Vertissol de texturaargilosa, além dos dois herbicidas antescitados usou-se o Alachlor. As dosagens damistura, a seguir especificadas, foram sufi-cientes para um excelente nível de controlede plantas daninhas: 75 g (Diuron) + 1,25 kg(Pendimenthalin) e 75 g (Diuron) + 1,44 kg(Alachlor) do ingrediente ativo/hectare.Nessas condições, o custo do controlequímico foi, em média, 73% inferior ao custoda capina manual com enxada.

Rotação de culturas – Além de pro-mover a redução de pragas e melhorar aprodutividade tanto do gergelim quanto dasdemais culturas que entram no esquema derotação, o sistema de rotação de culturasauxilia no controle de ervas daninhas, reduza erosão e mantém a matéria orgânica nosolo. As culturas normalmente cultivadas em

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rotação com o gergelim são o algodão, omilho e o feijão. Contudo, em rotação como gergelim cultiva-se também a soja, oamendoim, a mamona e o sorgo. Exemplosde rotação de culturas: feijão–gergelim,milho–gergelim, ou mamona–amendoim–gergelim. Nas regiões que possibilitam ocultivo de “safrinha” pode-se optar pelocultivo do gergelim após o da soja ou o doalgodão herbáceo.

Consórcio – O sistema de consórciopode ser vantajoso desde que, ao adotá-lo,o produtor leve em conta os aspectos rela-cionados à configuração de plantio, à po-pulação de planta, aos tipos de consórciose à época relativa de plantio das espéciesenvolvidas no consórcio, a fim de obter umsistema eficiente e mais estável que o domonocultivo. O gergelim pode ser cultivadoem consórcio com o algodão, a mamona

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(Fig. 5), o milho, o sorgo, o amendoim, asoja e outras variedades de Phaseolus. Alémdisso, há a possibilidade de cultivar-se o ger-gelim em consórcio com fruteiras (cajueiro,por exemplo), árvores florestais ou palmei-ras, com benefícios significativos para oecossistema.

Fig. 5. Sistema de consórcio mamona + gergelim, plantando-se o gergelim 15 dias depois de se plantar a mamona.

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Doenças

As principais doenças do gergelim sãoas manchas foliares causadas por fungos,que podem resultar em sérios prejuízos àcultura quando as condições climáticas sãofavoráveis a seu desenvolvimento.

Mancha angular – Cylindrosporium sesami

Doença que geralmente afeta as folhasdo gergelim produzindo nelas manchas,angulares e irregulares, pardo-escuras elimitadas, em um ou mais lados, pelasnervuras, com lesão de coloração mais clarana parte inferior. Afeta com maior intensidadeo terço inferior da planta (Fig. 6). O fungoque a provoca é transmitido pelas sementes(fonte do inóculo). Em área plantada, apropagação da doença ocorre por meio do

vento que transporta os esporos das plantas

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infectadas para plantas sadias. O meio maiseficiente de controle dessa doença é o usode cultivares resistentes. Recomenda-se,ainda, tanto a desinfecção das sementescomo a adoção do sistema de rotação deculturas.

Fig. 6. Sintomas de mancha angular em gergelim.

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Mancha de cercospora – Cercospora sesami

Folhas e frutos apresentam manchasarredondadas, com centro de cor cinza-claro aesbranquiçada e de bordas marrons (Fig. 7).

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Nos caules e nos segmentos que prendem afolha ao ramo ou ao tronco (pecíolos), aslesões são largas e elípticas e chegam aformar cancros com área necrosada e depri-mida. O fungo penetra no interior da cápsula,alcança as sementes e as torna enegrecidas.Lesões nas primeiras folhas surgidas quandoda germinação da semente (cotilédones)podem dar origem a infecções secundárias.Para evitar a disseminação do agente cau-sador da doença (patógeno), recomenda-setratar as sementes com fungicidas à base de

Fig. 7. Manchas foliares causadas por cercosporiose.

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Carbendazin e Tiofanato Metílico, fazer pul-verizações preventivas com fungicidas quecontêm cobre (cúpricos) e usar cultivaresresistentes.

Podridão-negra-do-caule – Macrophominaphseolina

O fungo afeta, principalmente, o caule eos ramos da planta, e provoca neles lesões decor marrom-clara, as quais podem circundaressas partes da planta ou então se estender deforma longitudinal, e até mesmo alcançar obroto terminal da planta (Fig. 8). Há tambémnessas lesões algumas pintas pretas (es-cleródios e picnídios). As plantas afetadasmurcham e podem até mesmo secar e morrer.Altas temperaturas, baixa umidade do solo ebaixa disponibilidade de potássio favorecemo aparecimento desse patógeno. A dissemina-ção da doença ocorre pela água (de irrigaçãoou de chuva) contaminada, por partículas do

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solo e por sementes infectadas. Para o controledesse fungo devem ser adotadas as seguin-tes práticas: usar sementes sadias, fazerrotação de culturas, eliminar restos culturais,fazer o tratamento das sementes com o fun-gicida Propineb e usar cultivares resistentes.

Fig. 8. Podridão-negra-do-caule em gergelim.

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Murcha de fusarium – Fusarium oxysporium

Os sintomas dessa doença são flacideze murcha da planta que, posteriormente, seca

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e morre. Fazendo-se um corte transversal nocaule pode-se observar o enegrecimento dostecidos do sistema vascular da planta(Fig. 9). O fungo que transmite essa doençasobrevive em forma de esporos, no solo,onde vive, saprofiticamente, de restos decultura. Sua disseminação é feita por par-tículas do solo e gotas de água (de chuva

Fig. 9. Plantaatacada por murcha

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e de irrigação) contaminadas. Sementessadias, rotação de culturas, eliminação derestos de culturas e cultivares resistentes devemser usadas como medidas de controle.

Filoidia

Essa anomalia caracteriza-se pelo en-curtamento das partes do caule da plantasituadas entre dois nós (entrenós), bem comopela abundante proliferação de flores e deramos da região apical da planta, o quelhe dá um aspecto de vassoura (Fig. 10).A transformação dos órgãos florais emfolhas torna a planta estéril. Essa anoma-lia é transmitida por insetos jassídeos,Deltocephalus sp., e tem sido associada àpresença de microrganismos semelhantes amicoplasmas.

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Virose

Acometidas de virose, as plantas mos-tram-se atrofiadas, apresentam superfíciefoliar com áreas cloróticas, ou de cor amarela,intercaladas com áreas de coloração verde(Fig. 11). A virose é transmitida por feijão epor malváceas (guaxumas, vassourinhas),bem como pela cigarrinha-verde que tevecontato com planta infectada. Para evitar asua disseminação recomenda-se a erradi-cação e a queima das plantas afetadas.

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Fig. 10. Sintomas de filoidia em gergelim.

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Mancha bacteriana – Xanthomonas campestripv. semami

Inicialmente aparecem manchas escurasarredondadas, ou angulares, nas folhas, noscaules e nas cápsulas que, posteriormente,adquirem coloração marrom-avermelhada, oupreta, as quais podem unir-se e formar uma

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Fig. 11. Sintomasde virose emgergelim.

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grande área necrosada (coalescer). A manchabacteriana é disseminada por água da chuvae o vento, e transmitida pela semente. Podesobreviver em restos culturais. Alto teor denitrogênio no solo favorece o surgimentodessa doença. Para seu controle, recomenda-se a eliminação de restos culturais, a rotaçãode culturas e o uso de sementes sadias.

Mancha de alternaria – Alternaria sesami

Os sintomas dessa doença são manchasmarrons, circulares ou irregulares, nas folhase nos caules, que podem coalescer e levar aárea afetada a necrosar, causando o desfolha-mento e a morte da planta. Altas temperaturasfavorecem o surgimento dessa doença trans-mitida por sementes. Como medida de seucontrole recomenda-se fazer rotação deculturas, eliminar restos culturais e usarsementes sadias.

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Pragas

As principais pragas que atacam ogergelim, encontradas em lavouras deprodutores, são: lagarta-enroladeira, pulgão,cigarrinha-verde e saúva.

Lagarta-enroladeira – Antigastracatala-unalis

Como principal praga que causa danosà cultura de gergelim, a lagarta-enroladeiraexige controle sistemático em grandeslavouras ou em áreas tradicionais de cultivo.Ataca o cultivo a partir do 15º dia de emergênciadas plântulas até o amadurecimento dascápsulas. No estágio inicial do ataque ocorreo atrofiamento de ramos e de folhas. As lar-vas dobram o limbo foliar no sentido longitu-dinal, tecem teias e alimentam-se da face dorsaldas folhas, de brotos, de flores, de cápsulas

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imaturas e de sementes. Adulto, o inseto éuma mariposa de 8 mm de largura e 15 mmde envergadura. Em grandes infestações, asmariposas fazem galerias na ponta (ápice)da planta e nos frutos (Fig. 12). Seu controleé feito pela eliminação das ervas daninhas ecom o uso dos inseticidas Deltamethrin ouCarbaryl antes da frutificação.

Fig. 12. Lagarta-enroladeira, inseto adulto e danos na plantae nos frutos.

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Pulgão – Aphis sp.

Os pulgões ocorrem em cultivos irriga-dos. O ataque inicial deles é feito em rebo-leiras. Formam colônias na face inferior dasfolhas que, então, tornam-se brilhosas porcausa da excreção da “mela” proveniente dasucção do açúcar, a qual serve de substratopara o desenvolvimento da fumagina que,por sua vez, impede a fotossíntese (Fig. 13).

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Fig. 13. Colônia de pulgões em folhas de gergelim.

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Os pulgões são transmissores de viroses.Para combatê-los recomenda-se o uso deinseticidas sistêmicos, mas isso só quandoestritamente necessário, para não eliminar apopulação de inimigos naturais.

Mosca-branca – Bemisia argentifolii

Tanto o inseto adulto como as ninfasda mosca-branca que se estabelecem, emcolônias, na face inferior das folhas, causamdanos ao gergelim. Altas infestações provo-cam o “mela”, ocasionam o surgimento dafumagina e definham a planta (Fig. 14). Osinsetos adultos são transmissores de viroses.

Fig. 14. Insetos adultos em folha de gergelim.

Foto: Lúcia Helena Avelino Araújo.

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Para o controle da mosca-branca épre-ciso eliminar as plantas daninhas, fazerbar-reiras com milho, ou com sorgoforrageiro, e usar inseticidas, para adultos eninfas, com detergentes neutros (160 mL/20 L de água), ou óleos (0,5 a 0,8%), ouentão sabões para redução do número deninfas, em pulve-rizações dirigidas à parteinferior da folha. Não repetir o uso deprodutos de mesmo princípio ativo, nemusar misturas de pro-dutos, pois essa práticapromove resistência a inseticida. Váriosinimigos naturais têm sido associados aocomplexo de espécies de mosca-branca, taiscomo os do gênero Chrysoperla,Hippodamia, Coleomegilla e Cycloneda.

Cigarrinha-verde – Empoasca sp.

Ao sugar a seiva, o inseto inocula umatoxina que compromete tanto o desenvolvi-mento da planta quanto a sua produção.

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As plantas atacadas por cigarrinha-verdeapresentam folhas de coloração verde-amarelada, com bordas enroladas para baixo,e ramos tenros, estiolados. A cigarrinha-verde é transmissora de viroses e da filoidiado gergelim, especialmente quando há la-vouras de feijão-macáçar e malváceas (gua-xumas e vassourinhas) infectadas com viro-ses em áreas próximas à de seu plantio.O controle químico é feito com inseticidassistêmicos à base de demeton-metílico,thiometon ou pirimicarb.

Saúvas – Atta spp.

Cortam folhas e ramos tenros dogergelim, e podem até mesmo destruircompletamente as plantas em sua fase inicialde desenvolvimento. O controle químicocom iscas tóxicas granuladas é muito uti-lizado, mas deve ser evitado em dias chu-vosos e em solos úmidos. As iscas devem

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ser distribuídas, ao lado dos carreiros ativos,em porções ou em porta-isca. É importantevistoriar freqüentemente a área.

Colheita, Beneficiamentoe Armazenamento

Colheita – A colheita é uma das etapasmais importantes para o rendimento final dosistema produtivo do gergelim, pois perdasde 50%, ou mais, de sementes, podem ocor-rer em decorrência da abertura dos frutosdepois da maturação completa. Além disso,também a qualidade das sementes pode serafetada caso haja incidência de chuvas nosfrutos abertos. Por isso, a colheita do gerge-lim deve ser programada para a época deestiagem, e em sincronia com o ciclo da cultivarque é, na maioria das vezes, de 90 a 110 dias.

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A colheita pode ser manual (forma tradi-cional entre pequenos e médios produtores),ou mecânica. Por ser a etapa mais trabalhosa,a colheita representa cerca de 60% a 70%do custo total de produção.

A operação de colheita deve ser feitaassim que as hastes, folhas e frutos atingiremo amarelecimento completo, e antes que osfrutos estejam totalmente abertos. Em culti-vares deiscentes, os frutos da base abrem-se mais cedo, o que indica o momento exatopara que se inicie a colheita.

Normalmente a colheita do gergelim éfeita de forma manual, com rendimento de0,2 a 0,3 ha/hora/homem. Nesse caso, asplantas devem ser cortadas na base, a umadistância de 20 cm do solo, e amarradas,com cipó ou embira, em feixes pequenos de

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30 cm de diâmetro, os quais devem serempilhados no campo ou encostados emcercas, com as pontas (ápices) para cima(Fig. 15) para que sequem ao sol por 10 dias,aproximadamente. Quando as hastes estive-rem secas, deve-se fazer a batedura paraseparar as sementes dos frutos.

Fig. 15. Operações de colheita manual de gergelim.

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Batedura, limpeza e ventilação –A batedura deve ser feita sobre lona, ousobre um pano de algodão, a fim de facilitara coleta das sementes, a limpeza e a ventila-ção, bem como a exposição ao sol paracompletar a secagem. Para a batedura pode-se usar um pedaço de madeira, ou mesmobater as plantas umas contra as outras. Paraa limpeza e a ventilação, normalmente sãoutilizadas duas peneiras: uma de malhagrossa (ref. 60), que deixe passar o gergelime retenha os restos culturais; e outra de malhafina (ref. 35) para a remoção de materiais bempequenos. A maturação do gergelim não é uni-forme porque os frutos apresentam, na planta,idades diferentes, o que afeta a eficiência doprocesso de colheita. Dependendo da cultivarsão necessárias até três bateduras para quetodas as sementes se soltem.

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A ventilação, que pode ser natural ouartificial, auxilia na eliminação de impurezaspor diferença de densidade. Sujeira, terra,pedras, pedaços de pau desvalorizam eprejudicam a comercialização do produtofinal.

Na colheita mecanizada devem serusadas cultivares indeiscentes, de altorendimento, ou cultivares com alta retençãode sementes na cápsula, o que se restringehoje a países como Estados Unidos, Vene-zuela e Colômbia, onde foram desenvolvidasmáquinas e implementos adaptados para ocultivo mecanizado. Nesse sistema, a matu-ração uniforme é fundamental para garantira eficiência da operação. Herbicidas desse-cantes, como Diquat e Paraquat, podem serusados para uniformizar a secagem dasplantas.

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Depois da colheita e da secagem dassementes, faz-se a limpeza definitiva (abana-ção e retirada de folhas e de pedaços degalhos), e, em seguida, ensaca-se e armazena-se o gergelim, obedecendo-se às normasgerais de armazenamento tais como: escolhade local ventilado para a armazenagem, usode estrado de madeira por sob as sacas,proteção contra chuvas e orvalho.

Comercialização

No Nordeste brasileiro, a comercia-lização do gergelim é bastante pulverizada ede difícil organização, principalmente por serproveniente de pequenos agricultores, empoder dos quais se concentra a maior parteda produção. Nessa situação, o ideal é queos agricultores se organizem em cooperativae em associações para fomentar o cultivoem comunidade, o qual tenha por base um

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planejamento prévio para maior eficiência erentabilidade da exploração do gergelim,principalmente pelo fato de o consumo na-cional apresentar-se superior à oferta doproduto.

Há no setor industrial do Estado de SãoPaulo algumas grandes e tradicionais firmascompradoras de gergelim, assim como háoutras pequenas empresas, do Estado doParaíba, por exemplo, que além de proces-sarem o gergelim para a produção de concen-trados protéicos fazem também o esmaga-mento dele para a obtenção de óleo vegetal.

Coeficientes Técnicos

A Tabela 4, a seguir, apresenta a quan-tidade por hectare, de mão-de-obra e de in-sumos, necessária para o cultivo de gergelim.

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Tabela 4. Coeficientes técnicos, por hectare, em solo jácultivado.

Discriminação Unidade Quantidade

1. Serviços de terceiros1.1 Preparo do solo (aração/gradagem)1.2 Coveamento, ou

abertura de sulco, e plantio1.3 Capinas1.3.1 Cultivador1.3.2 Retoques à enxada1.4 Desbaste1.5 Pulverizações1.6 Corte e formação de medas1.7 Batedura e peneiragem

Subtotal (1)

2. Insumos2.1 Sementes2.2 Defensívos2.2.1 Formicida2.2.2 Inseticida

Subtotal (2)

A – Produção estimada gergelimB – Custo de produção total (1+2)C – Valor da produção R$D – Renda líquida (C – B)E – Relação benefício/custo (D/B)

Total geral

Geração de emprego – 0,3 homem/ano

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Composição Química e Usos

O gergelim é um alimento de alto valornutricional, rico em óleo e em proteínas.Além dos fins alimentares, seus grãos encon-tram diversas aplicações na indústria farma-cêutica, cosmética e oleoquímica.

O principal produto do gergelim sãosuas sementes, de elevado valor nutricionalpor conterem quantidades significativas devitaminas, principalmente do complexo B ede constituintes minerais (Tabela 5) comocálcio, ferro, fósforo, potássio, magnésio,sódio, zinco e selênio.

As sementes fornecem óleo muito ricoem ácidos graxos insaturados – oléico (47%)e linoléico (41%) –, além de vários constituintessecundários como sesamol, sesamina, sesa-molina e gama tocoferol, os quais determinamsua elevada qualidade, em especial a estabi-

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lidade química em decorrência da resistênciaà rancificação por oxidação, propriedadeessa atribuída ao sesamol. O teor de óleorepresenta de 44% a 58% do peso das se-mentes. A torta é rica em proteínas (39,7%),

Tabela 5. Composição média da semente de gergelim eprincipais nutrientes.

Energia (Kcal)Umidade (g)Proteína (g)Gordura (g)Carboidrato (g)Fibra (g)Fibra dietética (g)Cinzas (g)Cálcio (mg)Fósforo (mg)Ferro (mg)Sódio (mg)Potássio (mg)Caroteno (mg)Vitamina B1 (mg)Vitamina B2 (mg)Niacina (mg)

578,00 4,70 19,80 51,90 15,30 3,10 11,2 5,201.200,00 540,00 9,60 2,00 400,00 17,00 0,95 0,25 5,10

Constituinte Valor expresso / 100 g de sementes

Fonte: Namiki (1995); Souci et al. (1994).

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possui baixo teor de fibras (4,7%), elevadosteores de vitaminas do grupo B, e altaconcentração de aminoácidos que contêmenxofre, especialmente a metionina (1,48%).Tal concentração é de duas a três vezes maiselevada que aquela encontrada em tortas desoja, de algodão e de amendoim.

Descascadas, tostadas e moídas, assementes do gergelim são usadas na produ-ção de uma pasta espessa (manteiga), conhe-cida como tahine e tradicionalmente empre-gada na culinária do Oriente Médio. Judeuse árabes adicionam açúcar ao tahine no pre-paro do halawe. Os turcos fazem a halvah,uma mistura de queijo com gergelim torrado,prensado e recoberto com açúcar ou mel.Na Índia, adiciona-se o gergelim às comidastípicas, como a dosa, para elevar o seu nívelde aminoácidos sulfurados.

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Na Venezuela, o gergelim e a soja sãousados no enriquecimento da arepas: pro-duto típico preparado a partir de farinha demilho. As sementes são utilizadas tambémno preparo do gersal (gergelim + sal): umdos temperos básicos da culinária e substân-cia da medicina macrobiótica e integral.

Além de alimento ideal para diminuir aacidez do sangue, aumentar a atividade e oreflexo cerebrais, combater doenças venérease fortalecer a pele, por possuir cálcio emsua composição (as sementes contêm o triplode cálcio encontrado em uma medida com-parável de leite) o gergelim é também umexcelente preventivo do desgaste ósseo (os-teoporose).

As sementes de gergelim podem serusadas em saladas e no arroz, ou então seringeridas diariamente. Na culinária caseira,usa-se o grão como tempero, e dele pode-

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se fazer a farinha (semente torrada e moída)usada na massa de biscoitos, bolachas,bolos, doces, sopas, mingaus, pães e pastas,a qual pode ser empregada também noenriquecimento de alimentos, sobretudo nosda merenda escolar. No Nordeste do Brasil,as sementes do gergelim são tradicionalmenteusadas no preparo de alimentos como paço-ca, cocada, tijolinho, fubá e pé-de-moleque.

A torta de gergelim, subproduto daextração do óleo, pode ser destinada, semquaisquer restrições, à alimentação humanae animal, em virtude de seu alto teor de pro-teína (39,77%) e de seu baixo teor de fibras(4,7%). Obtida por prensagem (métodoExpeller) dos grãos, a torta possui ainda8,2% de umidade, 12,8% de óleo, 22,8% decarboidratos e 11,8% de cinzas.

As preparações caseiras, de uso internoe externo, são recomendadas pela medicina

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popular. O chá das folhas de gergelim éadstringente da diarréia; e, além de anti-reumático e de antiinflamatório, o óleo dassementes é usado ainda em emplastros contraqueimaduras, bem como para aumentar asecreção de leite, ou seja, é galactagogo. Naaromaterapia, o óleo de sementes de gergelimé base para as composições sinérgicas dosóleos essenciais.

Referências

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Literatura Recomendada

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Endereços Úteis

Embrapa Informação TecnológicaParque Estação Biológica – PqEB,

Av. W3 Norte (final)CEP 70770-901 Brasília, DF

Fone: (61) 3340-9999Fax: (61) 3340-2753

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Embrapa AlgodãoRua Osvaldo Cruz, 1.143 – CentenárioCEP 58107-720 Campina Grande, PB

Caixa Postal 174Fone: (83) 3315-4300Fax: (83) 3315-4367

[email protected]

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Coleção Plantar

Títulos Lançados

A cultura do alhoAs culturas da ervilha e da lentilhaA cultura da mandioquinha-salsa

O cultivo de hortaliçasA cultura do tomateiro (para mesa)

A cultura do pêssegoA cultura do morangoA cultura do aspargoA cultura da ameixeiraA cultura da manga

A propagação do abacaxizeiroA cultura do chuchu

Produção de mudas de mangaA cultura da bananaA cultura do mamãoA cultura da maçã

A cultura do urucumA cultura da pimenta-do-reino

A cultura da castanha-do-brasilA cultura do cupuaçu

A cultura da pupunhaA cultura do açaí

A cultura da goiabaA cultura do mangostão

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A cultura do guaranáA cultura da batata-doce

A cultura da graviolaA cultura do dendêA cultura do caju

A cultura da amora-preta (2ª edição)A cultura da melancia

A cultura do mamão (2ª edição)A cultura da banana (2ª edição)

A cultura do limão-taiti (2ª edição)A cultura da acerola (2ª edição)

A cultura do maracujá (2a edição)A cultura da batata

A cultura da cenouraA cultura do melãoA cultura da cebolaA cultura do sapoti

A cultura do coqueiro: mudasA cultura do coco

A cultura do abacaxi (2a edição)

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