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OPINIÃOSALVADOR SÁBADO 21/9/2013A2
Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
ESPAÇO DO LEITOR
O voto justificadoInegavelmente brilhantes as argumentaçõesecitações jurídicasdoministroCelsodeMellojustificando o seu voto. Lamentável, porém,sua Excia. não ter feito qualquer citação aoeminentejuristabaianoRuyBarbosa.Alémdasua carreira política inatacável, Ruy Barbosafoi sócio-fundador da Academia de Letras e oseu segundo presidente. Foi coautor da pri-meira Constituição Republicana do País. Ora-dor emérito apelidado de Água de Haia apósconferênciarealizadanaHolanda,quandode-fendeu a igualdade entre as nações. Sobre acorrupção disse: “Com a corrupção se vai ajustiça, com a justiça postergada se vai o es-tímulo, com o estímulo a vergonha, com avergonha a moralidade, com a moralidade acompostura, coma compostura a ordem, comaordemasegurança;erapidamente,comoemtodo organismo vivo, debaixo da ação dosgrandes tóxicos, a sociedade se desorganiza,decompõe e dissolve”. Não custa também re-petir uma das suas célebres frases: “De tantover triunfar as nulidades, de tanto ver pros-perar a desonra, de tanto crescer a injustiça,de tanto ver agigantarem-se os poderes nasmãos dos maus, o homem chega a desani-mar-se da virtude, a rir-se da honra e a tervergonha de ser honesto”. Bemque sua Excia.poderia ter encerrado as suas argumentaçõese citações jurídicas reverenciando Ruy Bar-bosa e afirmando que, não obstante entendaavalidadedosembargos infringentes, nopre-sente julgamento se posicionava contra osinfringentes da lei. NEWTON R. ROSADO, SAL-VADOR - BA, [email protected]
As flores choramNuma linda manhã do dia 19 de setembro de2013, oBrasil passa anoite empranto e acordacom muitas flores debilitadas, murchas detristeza,mesmo comos raios solares não con-seguia receber a energia do sol para formar afotossíntese capaz de produzir glicose paraseu sustento. Flores! Reajam, vamos regarparaquepossaexpelirogásvenenosoquenostem assolado, trazendo falta de ar, desespero,solidãoedepressão.Amanhãseráumnovodiae o sol voltará trazendo novas energias, re-vitalizando as forças capazes de formar a fo-tossínteseeaglicose, e, comumbomprotetor,vamos enfrentar os raios ultravioleta. PEDROCALMON, [email protected]
Quem pode mais chora menosO STF, instituição até então tida como últimareserva moral de um país, em quem a po-pulação, a despeito de todo ceticismo, aindadepositava pequeno traço de esperança, naconstrução de um país menos hipócrita, pu-nindo dentro dos rigores da lei figuras en-volvidas no desvio de considerável volumederecursos do erário, não só deixou escapar estaoportunidade ímpar como, de resto, ajuda aconsolidaraquelamáxima:“Quempodemaischoramenos”. NILSONNUNES, SALVADOR - BA,[email protected]
Iguais perante a leiSeriabomseexistisseaALPP–“AssociaçãodosLadrões de Pequeno Porte” – e que o seu “de-partamento jurídico”pudessedefenderos as-sociadosparaque tivessemjulgamentosmaistolerantes como é dado aos coleguinhas degrande porte, cuja entidade de classe é in-finitamente mais corporativa e mais pode-rosa. Evitaria quemuitos deles continuassemnasmasmorrasdividindocelascom20outroscompanheiros onde só cabem cinco, mesmojá tendo cumprido o tempo das suas penas.Que pudessem ser julgados com direito acontestações emprimeira instância, segundae até em última. Que, mesmo após conde-nados, tivessem direito aos embargos decla-ratórios e infringentes, a aplicação correta dadosimetria, assim como o direito de cumprirsuaspenas emregimes aberto, semiaberto oucomprestação de serviços comunitários. Quemesmo após condenados pudessemusufruirdo TCAC – “tempo de carência de aguardo atéa cadeia”, trabalhando normalmente. MAXMATOS, [email protected]
Descaso com o DuroMoradores e comerciantes do Bairro doDuro,em Mar Grande, Vera cruz (BA), estamos àmercê de tudo com que um ser humano nãodeveria conviver. Existe um estabelecimentoem área deMarinha (Kiosk do Kadu), onde, àssextas-feiras e sábados, acontece de tudo. Acomeçar pelo teste de somque começa às 18h,posteriormente com a música ao vivo ini-ciando-se às 21h e, por fim, com todo tipo desomautomotivo, não tendo limite de horário.Ressalte-se o conteúdo das letras que somosobrigados a ouvir. Isto sem contar a agressãoà saúde pública, pois pelo fato de o estabe-lecimento não ter estrutura sanitária devida,osfrequentadoresfazemassuasnecessidadesemviapública eatémesmoemnossasportas.MÁRIO DE A. FERREIRA, VERA CRUZ – BA, [email protected]
Concurso de Lauro de FreitasAprovados no último concurso público, rea-lizado pela prefeitura de Lauro de Freitas em2012, para os cargos de agentes de endemias,aguardam nomeação há mais de um ano de-pois de ser aprovados em exames médicos equalificação profissional. O concurso foi pro-movido pela gestão anterior, mas onde está ocompromisso do novo prefeito? MARA LIMA,LAURO DE FREITAS – BA, [email protected]
JC Teixeira GomesJornalista, membro da Academia de Letras daBahia
Adecisão do Supremo, admitindonovos embargos no prolongadojulgamento do mensalão, pode ser
encarada de várias maneiras: para o juizCelso de Mello, o dia foi de triunfo daretórica excessiva, que explica a lentidãoe o congestionamento dos tribunais; paraos criminosos do PT e seus patrocina-dores, um dia de vitória e de desafogo;para os brasileiros, mais um dia de hu-milhação, desencanto e vergonha.A exaustiva veemência com que Mello
defendeu os embargos infringentes, quese utilizam contra decisões não unâni-mes, poderia passar a impressão de queos réus do mensalão já condenados ha-viam sido injustiçados por aquela Corte.Nada mais enganoso. Durante váriosanos, todos eles usaram fartamente umpoderoso arsenal de manobras para fugirdas punições. Houve um verdadeiro di-lúvio de intervençõese medidas protelató-rias, usadas por umbatalhão de advoga-dos, pagos a peso deouro (não raro comsobras do própriomensalão).Quando parecia que
esse arsenal tinha sidoexaurido, a apariçãodos novos juízes, Ro-berto Barroso e TeoriZavascki, logo aponta-dos como simpáticosaos condenados, defi-niu a aplicação dosembargos “salvadores”, com a entusiasma-da adesão de Lewandowski e Toffoli, menosjuízes no processo do que advogados dedefesa dos beneficiários da corrupção. Já oardor do discurso do juiz Mello, que haviacondenado os réus, deu a impressão de queele mudara de lado. E a Justiça apareceucomo um monstro volúvel de duas caras.Um erro que o STF cometeu foi o de
questionar a vigência dos embargos in-fringentes. A questão que deveria ter sidologo colocada era saber se, na fase a quetinha chegado o processo, não era afron-tosa a aceitação ética de um instrumentonotoriamente protelatório, destinado aevitar a prisão dos ladrões dos cofrespúblicos.Sete anos se passaram com a defesa
dos réus plenamente assegurada. Nunca,antes, no Brasil, um julgamento se fez tão
às claras, com o povo acompanhando dia-riamente os debates, que levaram a de-cisões ajustadas ao elenco dos fatos di-vulgados. Tudo evidenciando a necessi-dade de condenação das lideranças pe-tistas comprometidas com o publicitárioValério na ladroagem do dinheiro pú-blico. Do dinheiro farto, que estava fal-tando para construir escolas, aparelharhospitais, aumentar a segurança pública,reorganizar a vida urbana, levar o pro-gresso ao interior e ao campo.Abalado com mais essa protelação, o
brasileiro não consegue entender porque os condenados terão o direito a no-vos recursos, se todos aqueles ampla-mente utilizados não foram capazes deeliminar a convicção geral da sua cul-pabilidade. Os esforços dos setores com-prometidos não podem mascarar a evi-dência dos fatos. A esquerda fanática ouinteresseira, que gosta de inventar he-róis, não conseguirá transformar Genoi-no no Robin Hood do Araguaia, nem Dir-ceu no campeão da pobreza desassistida.O primeiro foi elogiado no STF pelo no-vato juiz Barroso, em atitude insólita,pois continuará julgando o homem que,presidindo o PT, autorizava o publicitárioValério a tomar os empréstimos frau-dulentos. E Dirceu era o ministro que, na
sala contígua à dopresidente Lula, asse-gurava o subornoparlamentar, a com-pra dos votos que es-facelava nossa frágildemocracia.Esse raro e impres-
sionante julgamento,que começou com agravidade de uma tra-gédia de Shakespeare,ameaça terminar co-mo uma pantomimacircense. Não é bompara o país que umjuiz se comporte como
um robô jurídico, infenso ao “clamor dasruas”, principalmente se, no país em ques-tão, a Justiça, tradicionalmente, se mostrasensível à pressão do poder. Punir é sempredoloroso, mas o ladrão dos recursos pú-blicos já puniu a sociedade.
A crença na justiça independente queo STF plantou nos brasileiros com as con-denações de 2012 desabou na últimaquarta-feira, soterrada pelo verbo dilu-vial do ministro Mello. Tudo deixa claroque a vacilação dos tribunais na apli-cação das leis pode favorecer a dissoluçãomoral da sociedade, diante do afrontosotriunfo da impunidade que, na vida pú-blica, é o mais danoso, persistente e ir-remediável dos males brasileiros.
JC TEIXEIRA GOMES ESCREVE SÁBADO,
QUINZENALMENTE
Esse raro eimpressionantejulgamento, quecomeçou coma gravidade deuma tragédia deShakespeare, ameaçaterminar como umapantomima circense
Aécio animadoAécioNevessaidaBahiaanimado,muitomaiscom o que ouviu do que com o que viu.Ouviu dos aliados baianos que o governo
Jaques Wagner desceu a ladeira com parcaschancesde se reabilitar. Já vinhamal emitenscomo segurança e, agora, com a crise finan-ceiraqueseabateusobreoEstado,sofreomaisduro golpe que um governo pode enfrentar.Peloqueouviu, saiuconvictodequeWagner
não poderá ajudarmuito Dilma e terámuitasdificuldades de emplacar o sucessor.Aécio diz que a Bahia é ‘a porta de entrada
do Nordeste’, a região onde o PT, com Dilma,obteve vitória esmagadora em 2010.A esperança do tucano é quebrar a hege-
monia petista na região. E acha que começoubem o périplo nordestino que faz.
Neto e NiloACMNeto foi à Assembleia anteontem para oencontro do DEMMulher, mas, antes, visitouo presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT). Opapo foi informal, mas curioso. Veja lances:
CRISE— Marcelo Nilo recebeu ACMNeto nocorredor. E o cumprimentou:
– E aí, prefeito, tudo bem?– Tudo bem coisa nenhuma. Você já viu
poder estar bem sem dinheiro?E Marcelo, que vive a crise do governo:– Eupensei quevocê iapodermeemprestar
algum.
RECEITA — ACM Neto diz que este ano aprefeitura de Salvador terá uma receita emtorno de R$ 4,1 bilhão, mas projeta para 2014de R$ 6 bilhões a R$ 6,5 bilhões. Admite quevai doerumpoucona classemédia, quevotounele maciçamente, e ressalva:
– Mas não tenho outro jeito.
MOBILIDADE — Durante a conversa, Mar-celo disse a ACM Neto:– Se você conseguir só melhorar o trânsito
de Salvador, que está quase travado, já jus-tificaria o mandato.Neto disse quemelhoras visíveis só daqui a
três anos. A projeção tem três pilares:1 – O metrô, que deverá estar operando.2 –Asobrasque JaquesWagnerestá fazendo
na cidade, como o complexo de viadutos doImbuí e as vias de conexão com o metrô.3 –OBRTqueelepróprio fará ligandoaLapa
ao Iguatemi.
2014 — Neto disse a Marcelo que não serácandidato no próximo ano. Listou uma sériedeargumentos lembrandoque temapenas 34anos e pode esperar. E completou:– Dessa vez (em 2014), eu vou assistir à
eleição de camarote.E Marcelo:– Até que enfim uma boa notícia! Eu, como
não tenho mais tempo para esperar, estoucorrendo atrás. Minha vez é agora.
Efeito buracoPara além das intrigas políticas, o buraco naBR-324 está causando estragos também naeconomia baiana.Diretordeumaindústriaquetemarmazém
nas cercanias do Porto Seco Pirajá conta queagora há uma nova determinação, os cami-nhões só saem do Porto de Salvador a partirdas 10h. Somando essa limitação com osmo-numentais engarrafamentos na BR por causada cratera, o número de viagens diárias, queeram de seis, estão reduzidas a três, pormerafalta de tempo. Traduzindo: dá prejuízo.
DeselegânciaNão foi só o governador Jaques Wagner quesaiunoapoiopúblico aOttoAlencar, no affaircom aANTT (leia-seministro César Borges). Asenadora Lídice da Mata (PSB) também.A senadora considerou a resposta da ANTT
‘deselegante’.Lídice foi elegante. Os aliados deWagner de
modo geral acharam que a posição da ANTTpareceu mais uma declaração de guerra
POLÍTICA COM VATAPÁ
Bicho descaradoConta o deputado Zé Raimundo (PT), ex-pre-feitodeVitóriadaConquista, queNeyFerreiraeSilva,autobatizadode ‘Coronel’, fundadordodistrito de Bate-Pé, daí a ser chamado de ‘Paide Bate-Pé’, vereador que perdia uma e ga-nhava outra, mas sempre político, chegou aopovoadodoIguá,ondefoiadministrador,parafazer comício ao ladodePedral Sampaio, ami-gode sempre. Praça cheia, discursava, alguémgritou:– Coronel, você vai ter 1.500 votos aqui!– Eu só quero 750!– Mas vai ter 1.500!–Umavezmeprometeram1.500,mascomo
eleitor é um bicho descarado, eu só tive 750.Por isso eu só quero os meus 750!Teve 720 e choramingou:– Dessa vez ainda teve 30 descarados...
Levi VasconcelosJornalista
TEMPO PRESENTE Afrontada aconsciêncianacional
Editor interinoValmir Palma
http://atarde.uol.com.br/transito
atarde.com.br/cinema
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