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OPINIÃO SALVADOR SÁBADO 21/9/2013 A2 opiniao @grupoatarde.com.br Participe desta página: e-mail: [email protected] Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900 ESPAÇO DO LEITOR O voto justificado Inegavelmente brilhantes as argumentações e citações jurídicas do ministro Celso de Mello justificando o seu voto. Lamentável, porém, sua Excia. não ter feito qualquer citação ao eminente jurista baiano Ruy Barbosa. Além da sua carreira política inatacável, Ruy Barbosa foi sócio-fundador da Academia de Letras e o seu segundo presidente. Foi coautor da pri- meira Constituição Republicana do País. Ora- dor emérito apelidado de Água de Haia após conferência realizada na Holanda, quando de- fendeu a igualdade entre as nações. Sobre a corrupção disse: “Com a corrupção se vai a justiça, com a justiça postergada se vai o es- tímulo, com o estímulo a vergonha, com a vergonha a moralidade, com a moralidade a compostura, com a compostura a ordem, com a ordem a segurança; e rapidamente, como em todo organismo vivo, debaixo da ação dos grandes tóxicos, a sociedade se desorganiza, decompõe e dissolve”. Não custa também re- petir uma das suas célebres frases: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver pros- perar a desonra, de tanto crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desani- mar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. Bem que sua Excia. poderia ter encerrado as suas argumentações e citações jurídicas reverenciando Ruy Bar- bosa e afirmando que, não obstante entenda a validade dos embargos infringentes, no pre- sente julgamento se posicionava contra os infringentes da lei. NEWTON R. ROSADO, SAL- VADOR - BA, [email protected] As flores choram Numa linda manhã do dia 19 de setembro de 2013, o Brasil passa a noite em pranto e acorda com muitas flores debilitadas, murchas de tristeza, mesmo com os raios solares não con- seguia receber a energia do sol para formar a fotossíntese capaz de produzir glicose para seu sustento. Flores! Reajam, vamos regar para que possa expelir o gás venenoso que nos tem assolado, trazendo falta de ar, desespero, solidão e depressão. Amanhã será um novo dia e o sol voltará trazendo novas energias, re- vitalizando as forças capazes de formar a fo- tossíntese e a glicose, e, com um bom protetor, vamos enfrentar os raios ultravioleta. PEDRO CALMON, [email protected] Quem pode mais chora menos O STF, instituição até então tida como última reserva moral de um país, em quem a po- pulação, a despeito de todo ceticismo, ainda depositava pequeno traço de esperança, na construção de um país menos hipócrita, pu- nindo dentro dos rigores da lei figuras en- volvidas no desvio de considerável volume de recursos do erário, não só deixou escapar esta oportunidade ímpar como, de resto, ajuda a consolidar aquela máxima: “Quem pode mais chora menos”. NILSON NUNES, SALVADOR - BA, [email protected] Iguais perante a lei Seria bom se existisse a ALPP – “Associação dos Ladrões de Pequeno Porte” – e que o seu “de- partamento jurídico” pudesse defender os as- sociados para que tivessem julgamentos mais tolerantes como é dado aos coleguinhas de grande porte, cuja entidade de classe é in- finitamente mais corporativa e mais pode- rosa. Evitaria que muitos deles continuassem nas masmorras dividindo celas com 20 outros companheiros onde só cabem cinco, mesmo já tendo cumprido o tempo das suas penas. Que pudessem ser julgados com direito a contestações em primeira instância, segunda e até em última. Que, mesmo após conde- nados, tivessem direito aos embargos decla- ratórios e infringentes, a aplicação correta da dosimetria, assim como o direito de cumprir suas penas em regimes aberto, semiaberto ou com prestação de serviços comunitários. Que mesmo após condenados pudessem usufruir do TCAC – “tempo de carência de aguardo até a cadeia”, trabalhando normalmente. MAX MATOS, [email protected] Descaso com o Duro Moradores e comerciantes do Bairro do Duro, em Mar Grande, Vera cruz (BA), estamos à mercê de tudo com que um ser humano não deveria conviver. Existe um estabelecimento em área de Marinha (Kiosk do Kadu), onde, às sextas-feiras e sábados, acontece de tudo. A começar pelo teste de som que começa às 18h, posteriormente com a música ao vivo ini- ciando-se às 21h e, por fim, com todo tipo de som automotivo, não tendo limite de horário. Ressalte-se o conteúdo das letras que somos obrigados a ouvir. Isto sem contar a agressão à saúde pública, pois pelo fato de o estabe- lecimento não ter estrutura sanitária devida, os frequentadores fazem as suas necessidades em via pública e até mesmo em nossas portas. MÁRIO DE A. FERREIRA, VERA CRUZ – BA, MA- [email protected] Concurso de Lauro de Freitas Aprovados no último concurso público, rea- lizado pela prefeitura de Lauro de Freitas em 2012, para os cargos de agentes de endemias, aguardam nomeação há mais de um ano de- pois de ser aprovados em exames médicos e qualificação profissional. O concurso foi pro- movido pela gestão anterior, mas onde está o compromisso do novo prefeito? MARA LIMA, LAURO DE FREITAS – BA, MARY-JUICE@HOT- MAIL.COM JC Teixeira Gomes Jornalista, membro da Academia de Letras da Bahia [email protected] A decisão do Supremo, admitindo novos embargos no prolongado julgamento do mensalão, pode ser encarada de várias maneiras: para o juiz Celso de Mello, o dia foi de triunfo da retórica excessiva, que explica a lentidão e o congestionamento dos tribunais; para os criminosos do PT e seus patrocina- dores, um dia de vitória e de desafogo; para os brasileiros, mais um dia de hu- milhação, desencanto e vergonha. A exaustiva veemência com que Mello defendeu os embargos infringentes, que se utilizam contra decisões não unâni- mes, poderia passar a impressão de que os réus do mensalão já condenados ha- viam sido injustiçados por aquela Corte. Nada mais enganoso. Durante vários anos, todos eles usaram fartamente um poderoso arsenal de manobras para fugir das punições. Houve um verdadeiro di- lúvio de intervenções e medidas protelató- rias, usadas por um batalhão de advoga- dos, pagos a peso de ouro (não raro com sobras do próprio mensalão). Quando parecia que esse arsenal tinha sido exaurido, a aparição dos novos juízes, Ro- berto Barroso e Teori Zavascki, logo aponta- dos como simpáticos aos condenados, defi- niu a aplicação dos embargos “salvadores”, com a entusiasma- da adesão de Lewandowski e Toffoli, menos juízes no processo do que advogados de defesa dos beneficiários da corrupção. Já o ardor do discurso do juiz Mello, que havia condenado os réus, deu a impressão de que ele mudara de lado. E a Justiça apareceu como um monstro volúvel de duas caras. Um erro que o STF cometeu foi o de questionar a vigência dos embargos in- fringentes. A questão que deveria ter sido logo colocada era saber se, na fase a que tinha chegado o processo, não era afron- tosa a aceitação ética de um instrumento notoriamente protelatório, destinado a evitar a prisão dos ladrões dos cofres públicos. Sete anos se passaram com a defesa dos réus plenamente assegurada. Nunca, antes, no Brasil, um julgamento se fez tão às claras, com o povo acompanhando dia- riamente os debates, que levaram a de- cisões ajustadas ao elenco dos fatos di- vulgados. Tudo evidenciando a necessi- dade de condenação das lideranças pe- tistas comprometidas com o publicitário Valério na ladroagem do dinheiro pú- blico. Do dinheiro farto, que estava fal- tando para construir escolas, aparelhar hospitais, aumentar a segurança pública, reorganizar a vida urbana, levar o pro- gresso ao interior e ao campo. Abalado com mais essa protelação, o brasileiro não consegue entender por que os condenados terão o direito a no- vos recursos, se todos aqueles ampla- mente utilizados não foram capazes de eliminar a convicção geral da sua cul- pabilidade. Os esforços dos setores com- prometidos não podem mascarar a evi- dência dos fatos. A esquerda fanática ou interesseira, que gosta de inventar he- róis, não conseguirá transformar Genoi- no no Robin Hood do Araguaia, nem Dir- ceu no campeão da pobreza desassistida. O primeiro foi elogiado no STF pelo no- vato juiz Barroso, em atitude insólita, pois continuará julgando o homem que, presidindo o PT, autorizava o publicitário Valério a tomar os empréstimos frau- dulentos. E Dirceu era o ministro que, na sala contígua à do presidente Lula, asse- gurava o suborno parlamentar, a com- pra dos votos que es- facelava nossa frágil democracia. Esse raro e impres- sionante julgamento, que começou com a gravidade de uma tra- gédia de Shakespeare, ameaça terminar co- mo uma pantomima circense. Não é bom para o país que um juiz se comporte como um robô jurídico, infenso ao “clamor das ruas”, principalmente se, no país em ques- tão, a Justiça, tradicionalmente, se mostra sensível à pressão do poder. Punir é sempre doloroso, mas o ladrão dos recursos pú- blicos já puniu a sociedade. A crença na justiça independente que o STF plantou nos brasileiros com as con- denações de 2012 desabou na última quarta-feira, soterrada pelo verbo dilu- vial do ministro Mello. Tudo deixa claro que a vacilação dos tribunais na apli- cação das leis pode favorecer a dissolução moral da sociedade, diante do afrontoso triunfo da impunidade que, na vida pú- blica, é o mais danoso, persistente e ir- remediável dos males brasileiros. JC TEIXEIRA GOMES ESCREVE SÁBADO, QUINZENALMENTE Esse raro e impressionante julgamento, que começou com a gravidade de uma tragédia de Shakespeare, ameaça terminar como uma pantomima circense Aécio animado Aécio Neves sai da Bahia animado, muito mais com o que ouviu do que com o que viu. Ouviu dos aliados baianos que o governo Jaques Wagner desceu a ladeira com parcas chances de se reabilitar. Já vinha mal em itens como segurança e, agora, com a crise finan- ceira que se abateu sobre o Estado, sofre o mais duro golpe que um governo pode enfrentar. Pelo que ouviu, saiu convicto de que Wagner não poderá ajudar muito Dilma e terá muitas dificuldades de emplacar o sucessor. Aécio diz que a Bahia é ‘a porta de entrada do Nordeste’, a região onde o PT, com Dilma, obteve vitória esmagadora em 2010. A esperança do tucano é quebrar a hege- monia petista na região. E acha que começou bem o périplo nordestino que faz. Neto e Nilo ACM Neto foi à Assembleia anteontem para o encontro do DEM Mulher, mas, antes, visitou o presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT). O papo foi informal, mas curioso. Veja lances: CRISE — Marcelo Nilo recebeu ACM Neto no corredor. E o cumprimentou: – E aí, prefeito, tudo bem? – Tudo bem coisa nenhuma. Você já viu poder estar bem sem dinheiro? E Marcelo, que vive a crise do governo: – Eu pensei que você ia poder me emprestar algum. RECEITA — ACM Neto diz que este ano a prefeitura de Salvador terá uma receita em torno de R$ 4,1 bilhão, mas projeta para 2014 de R$ 6 bilhões a R$ 6,5 bilhões. Admite que vai doer um pouco na classe média, que votou nele maciçamente, e ressalva: – Mas não tenho outro jeito. MOBILIDADE — Durante a conversa, Mar- celo disse a ACM Neto: – Se você conseguir só melhorar o trânsito de Salvador, que está quase travado, já jus- tificaria o mandato. Neto disse que melhoras visíveis só daqui a três anos. A projeção tem três pilares: 1 – O metrô, que deverá estar operando. 2 – As obras que Jaques Wagner está fazendo na cidade, como o complexo de viadutos do Imbuí e as vias de conexão com o metrô. 3 – O BRT que ele próprio fará ligando a Lapa ao Iguatemi. 2014 — Neto disse a Marcelo que não será candidato no próximo ano. Listou uma série de argumentos lembrando que tem apenas 34 anos e pode esperar. E completou: – Dessa vez (em 2014), eu vou assistir à eleição de camarote. E Marcelo: – Até que enfim uma boa notícia! Eu, como não tenho mais tempo para esperar, estou correndo atrás. Minha vez é agora. Efeito buraco Para além das intrigas políticas, o buraco na BR-324 está causando estragos também na economia baiana. Diretor de uma indústria que tem armazém nas cercanias do Porto Seco Pirajá conta que agora há uma nova determinação, os cami- nhões só saem do Porto de Salvador a partir das 10h. Somando essa limitação com os mo- numentais engarrafamentos na BR por causa da cratera, o número de viagens diárias, que eram de seis, estão reduzidas a três, por mera falta de tempo. Traduzindo: dá prejuízo. Deselegância Não foi só o governador Jaques Wagner que saiu no apoio público a Otto Alencar, no affair com a ANTT (leia-se ministro César Borges). A senadora Lídice da Mata (PSB) também. A senadora considerou a resposta da ANTT ‘deselegante’. Lídice foi elegante. Os aliados de Wagner de modo geral acharam que a posição da ANTT pareceu mais uma declaração de guerra POLÍTICA COM VATAPÁ Bicho descarado Conta o deputado Zé Raimundo (PT), ex-pre- feito de Vitória da Conquista, que Ney Ferreira e Silva, autobatizado de ‘Coronel’, fundador do distrito de Bate-Pé, daí a ser chamado de ‘Pai de Bate-Pé’, vereador que perdia uma e ga- nhava outra, mas sempre político, chegou ao povoado do Iguá, onde foi administrador, para fazer comício ao lado de Pedral Sampaio, ami- go de sempre. Praça cheia, discursava, alguém gritou: – Coronel, você vai ter 1.500 votos aqui! – Eu só quero 750! – Mas vai ter 1.500! – Uma vez me prometeram 1.500, mas como eleitor é um bicho descarado, eu só tive 750. Por isso eu só quero os meus 750! Teve 720 e choramingou: – Dessa vez ainda teve 30 descarados... Levi Vasconcelos Jornalista [email protected] TEMPO PRESENTE Afrontada a consciência nacional Editor interino Valmir Palma http://atarde.uol.com.br/transito atarde.com.br/cinema DESTAQUES DO PORTAL A TARDE O Som ao Redor éo indicado para o Oscar 2014 Festival promove ‘virote’ no Rio Vermelho Divulgação Cena do filme brasileiro no Oscar 2014

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OPINIÃOSALVADOR SÁBADO 21/9/2013A2

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Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900

ESPAÇO DO LEITOR

O voto justificadoInegavelmente brilhantes as argumentaçõesecitações jurídicasdoministroCelsodeMellojustificando o seu voto. Lamentável, porém,sua Excia. não ter feito qualquer citação aoeminentejuristabaianoRuyBarbosa.Alémdasua carreira política inatacável, Ruy Barbosafoi sócio-fundador da Academia de Letras e oseu segundo presidente. Foi coautor da pri-meira Constituição Republicana do País. Ora-dor emérito apelidado de Água de Haia apósconferênciarealizadanaHolanda,quandode-fendeu a igualdade entre as nações. Sobre acorrupção disse: “Com a corrupção se vai ajustiça, com a justiça postergada se vai o es-tímulo, com o estímulo a vergonha, com avergonha a moralidade, com a moralidade acompostura, coma compostura a ordem, comaordemasegurança;erapidamente,comoemtodo organismo vivo, debaixo da ação dosgrandes tóxicos, a sociedade se desorganiza,decompõe e dissolve”. Não custa também re-petir uma das suas célebres frases: “De tantover triunfar as nulidades, de tanto ver pros-perar a desonra, de tanto crescer a injustiça,de tanto ver agigantarem-se os poderes nasmãos dos maus, o homem chega a desani-mar-se da virtude, a rir-se da honra e a tervergonha de ser honesto”. Bemque sua Excia.poderia ter encerrado as suas argumentaçõese citações jurídicas reverenciando Ruy Bar-bosa e afirmando que, não obstante entendaavalidadedosembargos infringentes, nopre-sente julgamento se posicionava contra osinfringentes da lei. NEWTON R. ROSADO, SAL-VADOR - BA, [email protected]

As flores choramNuma linda manhã do dia 19 de setembro de2013, oBrasil passa anoite empranto e acordacom muitas flores debilitadas, murchas detristeza,mesmo comos raios solares não con-seguia receber a energia do sol para formar afotossíntese capaz de produzir glicose paraseu sustento. Flores! Reajam, vamos regarparaquepossaexpelirogásvenenosoquenostem assolado, trazendo falta de ar, desespero,solidãoedepressão.Amanhãseráumnovodiae o sol voltará trazendo novas energias, re-vitalizando as forças capazes de formar a fo-tossínteseeaglicose, e, comumbomprotetor,vamos enfrentar os raios ultravioleta. PEDROCALMON, [email protected]

Quem pode mais chora menosO STF, instituição até então tida como últimareserva moral de um país, em quem a po-pulação, a despeito de todo ceticismo, aindadepositava pequeno traço de esperança, naconstrução de um país menos hipócrita, pu-nindo dentro dos rigores da lei figuras en-volvidas no desvio de considerável volumederecursos do erário, não só deixou escapar estaoportunidade ímpar como, de resto, ajuda aconsolidaraquelamáxima:“Quempodemaischoramenos”. NILSONNUNES, SALVADOR - BA,[email protected]

Iguais perante a leiSeriabomseexistisseaALPP–“AssociaçãodosLadrões de Pequeno Porte” – e que o seu “de-partamento jurídico”pudessedefenderos as-sociadosparaque tivessemjulgamentosmaistolerantes como é dado aos coleguinhas degrande porte, cuja entidade de classe é in-finitamente mais corporativa e mais pode-rosa. Evitaria quemuitos deles continuassemnasmasmorrasdividindocelascom20outroscompanheiros onde só cabem cinco, mesmojá tendo cumprido o tempo das suas penas.Que pudessem ser julgados com direito acontestações emprimeira instância, segundae até em última. Que, mesmo após conde-nados, tivessem direito aos embargos decla-ratórios e infringentes, a aplicação correta dadosimetria, assim como o direito de cumprirsuaspenas emregimes aberto, semiaberto oucomprestação de serviços comunitários. Quemesmo após condenados pudessemusufruirdo TCAC – “tempo de carência de aguardo atéa cadeia”, trabalhando normalmente. MAXMATOS, [email protected]

Descaso com o DuroMoradores e comerciantes do Bairro doDuro,em Mar Grande, Vera cruz (BA), estamos àmercê de tudo com que um ser humano nãodeveria conviver. Existe um estabelecimentoem área deMarinha (Kiosk do Kadu), onde, àssextas-feiras e sábados, acontece de tudo. Acomeçar pelo teste de somque começa às 18h,posteriormente com a música ao vivo ini-ciando-se às 21h e, por fim, com todo tipo desomautomotivo, não tendo limite de horário.Ressalte-se o conteúdo das letras que somosobrigados a ouvir. Isto sem contar a agressãoà saúde pública, pois pelo fato de o estabe-lecimento não ter estrutura sanitária devida,osfrequentadoresfazemassuasnecessidadesemviapública eatémesmoemnossasportas.MÁRIO DE A. FERREIRA, VERA CRUZ – BA, [email protected]

Concurso de Lauro de FreitasAprovados no último concurso público, rea-lizado pela prefeitura de Lauro de Freitas em2012, para os cargos de agentes de endemias,aguardam nomeação há mais de um ano de-pois de ser aprovados em exames médicos equalificação profissional. O concurso foi pro-movido pela gestão anterior, mas onde está ocompromisso do novo prefeito? MARA LIMA,LAURO DE FREITAS – BA, [email protected]

JC Teixeira GomesJornalista, membro da Academia de Letras daBahia

[email protected]

Adecisão do Supremo, admitindonovos embargos no prolongadojulgamento do mensalão, pode ser

encarada de várias maneiras: para o juizCelso de Mello, o dia foi de triunfo daretórica excessiva, que explica a lentidãoe o congestionamento dos tribunais; paraos criminosos do PT e seus patrocina-dores, um dia de vitória e de desafogo;para os brasileiros, mais um dia de hu-milhação, desencanto e vergonha.A exaustiva veemência com que Mello

defendeu os embargos infringentes, quese utilizam contra decisões não unâni-mes, poderia passar a impressão de queos réus do mensalão já condenados ha-viam sido injustiçados por aquela Corte.Nada mais enganoso. Durante váriosanos, todos eles usaram fartamente umpoderoso arsenal de manobras para fugirdas punições. Houve um verdadeiro di-lúvio de intervençõese medidas protelató-rias, usadas por umbatalhão de advoga-dos, pagos a peso deouro (não raro comsobras do própriomensalão).Quando parecia que

esse arsenal tinha sidoexaurido, a apariçãodos novos juízes, Ro-berto Barroso e TeoriZavascki, logo aponta-dos como simpáticosaos condenados, defi-niu a aplicação dosembargos “salvadores”, com a entusiasma-da adesão de Lewandowski e Toffoli, menosjuízes no processo do que advogados dedefesa dos beneficiários da corrupção. Já oardor do discurso do juiz Mello, que haviacondenado os réus, deu a impressão de queele mudara de lado. E a Justiça apareceucomo um monstro volúvel de duas caras.Um erro que o STF cometeu foi o de

questionar a vigência dos embargos in-fringentes. A questão que deveria ter sidologo colocada era saber se, na fase a quetinha chegado o processo, não era afron-tosa a aceitação ética de um instrumentonotoriamente protelatório, destinado aevitar a prisão dos ladrões dos cofrespúblicos.Sete anos se passaram com a defesa

dos réus plenamente assegurada. Nunca,antes, no Brasil, um julgamento se fez tão

às claras, com o povo acompanhando dia-riamente os debates, que levaram a de-cisões ajustadas ao elenco dos fatos di-vulgados. Tudo evidenciando a necessi-dade de condenação das lideranças pe-tistas comprometidas com o publicitárioValério na ladroagem do dinheiro pú-blico. Do dinheiro farto, que estava fal-tando para construir escolas, aparelharhospitais, aumentar a segurança pública,reorganizar a vida urbana, levar o pro-gresso ao interior e ao campo.Abalado com mais essa protelação, o

brasileiro não consegue entender porque os condenados terão o direito a no-vos recursos, se todos aqueles ampla-mente utilizados não foram capazes deeliminar a convicção geral da sua cul-pabilidade. Os esforços dos setores com-prometidos não podem mascarar a evi-dência dos fatos. A esquerda fanática ouinteresseira, que gosta de inventar he-róis, não conseguirá transformar Genoi-no no Robin Hood do Araguaia, nem Dir-ceu no campeão da pobreza desassistida.O primeiro foi elogiado no STF pelo no-vato juiz Barroso, em atitude insólita,pois continuará julgando o homem que,presidindo o PT, autorizava o publicitárioValério a tomar os empréstimos frau-dulentos. E Dirceu era o ministro que, na

sala contígua à dopresidente Lula, asse-gurava o subornoparlamentar, a com-pra dos votos que es-facelava nossa frágildemocracia.Esse raro e impres-

sionante julgamento,que começou com agravidade de uma tra-gédia de Shakespeare,ameaça terminar co-mo uma pantomimacircense. Não é bompara o país que umjuiz se comporte como

um robô jurídico, infenso ao “clamor dasruas”, principalmente se, no país em ques-tão, a Justiça, tradicionalmente, se mostrasensível à pressão do poder. Punir é sempredoloroso, mas o ladrão dos recursos pú-blicos já puniu a sociedade.

A crença na justiça independente queo STF plantou nos brasileiros com as con-denações de 2012 desabou na últimaquarta-feira, soterrada pelo verbo dilu-vial do ministro Mello. Tudo deixa claroque a vacilação dos tribunais na apli-cação das leis pode favorecer a dissoluçãomoral da sociedade, diante do afrontosotriunfo da impunidade que, na vida pú-blica, é o mais danoso, persistente e ir-remediável dos males brasileiros.

JC TEIXEIRA GOMES ESCREVE SÁBADO,

QUINZENALMENTE

Esse raro eimpressionantejulgamento, quecomeçou coma gravidade deuma tragédia deShakespeare, ameaçaterminar como umapantomima circense

Aécio animadoAécioNevessaidaBahiaanimado,muitomaiscom o que ouviu do que com o que viu.Ouviu dos aliados baianos que o governo

Jaques Wagner desceu a ladeira com parcaschancesde se reabilitar. Já vinhamal emitenscomo segurança e, agora, com a crise finan-ceiraqueseabateusobreoEstado,sofreomaisduro golpe que um governo pode enfrentar.Peloqueouviu, saiuconvictodequeWagner

não poderá ajudarmuito Dilma e terámuitasdificuldades de emplacar o sucessor.Aécio diz que a Bahia é ‘a porta de entrada

do Nordeste’, a região onde o PT, com Dilma,obteve vitória esmagadora em 2010.A esperança do tucano é quebrar a hege-

monia petista na região. E acha que começoubem o périplo nordestino que faz.

Neto e NiloACMNeto foi à Assembleia anteontem para oencontro do DEMMulher, mas, antes, visitouo presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT). Opapo foi informal, mas curioso. Veja lances:

CRISE— Marcelo Nilo recebeu ACMNeto nocorredor. E o cumprimentou:

– E aí, prefeito, tudo bem?– Tudo bem coisa nenhuma. Você já viu

poder estar bem sem dinheiro?E Marcelo, que vive a crise do governo:– Eupensei quevocê iapodermeemprestar

algum.

RECEITA — ACM Neto diz que este ano aprefeitura de Salvador terá uma receita emtorno de R$ 4,1 bilhão, mas projeta para 2014de R$ 6 bilhões a R$ 6,5 bilhões. Admite quevai doerumpoucona classemédia, quevotounele maciçamente, e ressalva:

– Mas não tenho outro jeito.

MOBILIDADE — Durante a conversa, Mar-celo disse a ACM Neto:– Se você conseguir só melhorar o trânsito

de Salvador, que está quase travado, já jus-tificaria o mandato.Neto disse quemelhoras visíveis só daqui a

três anos. A projeção tem três pilares:1 – O metrô, que deverá estar operando.2 –Asobrasque JaquesWagnerestá fazendo

na cidade, como o complexo de viadutos doImbuí e as vias de conexão com o metrô.3 –OBRTqueelepróprio fará ligandoaLapa

ao Iguatemi.

2014 — Neto disse a Marcelo que não serácandidato no próximo ano. Listou uma sériedeargumentos lembrandoque temapenas 34anos e pode esperar. E completou:– Dessa vez (em 2014), eu vou assistir à

eleição de camarote.E Marcelo:– Até que enfim uma boa notícia! Eu, como

não tenho mais tempo para esperar, estoucorrendo atrás. Minha vez é agora.

Efeito buracoPara além das intrigas políticas, o buraco naBR-324 está causando estragos também naeconomia baiana.Diretordeumaindústriaquetemarmazém

nas cercanias do Porto Seco Pirajá conta queagora há uma nova determinação, os cami-nhões só saem do Porto de Salvador a partirdas 10h. Somando essa limitação com osmo-numentais engarrafamentos na BR por causada cratera, o número de viagens diárias, queeram de seis, estão reduzidas a três, pormerafalta de tempo. Traduzindo: dá prejuízo.

DeselegânciaNão foi só o governador Jaques Wagner quesaiunoapoiopúblico aOttoAlencar, no affaircom aANTT (leia-seministro César Borges). Asenadora Lídice da Mata (PSB) também.A senadora considerou a resposta da ANTT

‘deselegante’.Lídice foi elegante. Os aliados deWagner de

modo geral acharam que a posição da ANTTpareceu mais uma declaração de guerra

POLÍTICA COM VATAPÁ

Bicho descaradoConta o deputado Zé Raimundo (PT), ex-pre-feitodeVitóriadaConquista, queNeyFerreiraeSilva,autobatizadode ‘Coronel’, fundadordodistrito de Bate-Pé, daí a ser chamado de ‘Paide Bate-Pé’, vereador que perdia uma e ga-nhava outra, mas sempre político, chegou aopovoadodoIguá,ondefoiadministrador,parafazer comício ao ladodePedral Sampaio, ami-gode sempre. Praça cheia, discursava, alguémgritou:– Coronel, você vai ter 1.500 votos aqui!– Eu só quero 750!– Mas vai ter 1.500!–Umavezmeprometeram1.500,mascomo

eleitor é um bicho descarado, eu só tive 750.Por isso eu só quero os meus 750!Teve 720 e choramingou:– Dessa vez ainda teve 30 descarados...

Levi VasconcelosJornalista

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