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OPINIÃOSALVADOR SÁBADO 28/9/2013A2
Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
ESPAÇO DO LEITOR
Médicos estrangeirosPoder emana do povo, já dizia o brilhantejurista Sobral Pinto.Assim, a população sábiae indubitavelmente carente de cuidados mé-dicos recebeu festivamente e entusiastica-mente os médicos estrangeiros, entendendoque grandes benefícios eles trarão aos nossospatrícios, diferentemente do que preconiza-ram os médicos elitistas almofadinhas fre-quentadoresassíduosdosshoppingsedemaisespaços modernos e luxuosos. Os referidosmédicos estrangeiros têm cheiro de povo egostamdepovoindependentementedeclassesocial e condição financeira. O médico es-trangeiro sabe honrar a profissão e cumprirfirmemente e fielmente o seu juramento. Pa-rabéns ao mentor da feliz importação. MA-THEUS VERNECK, SALVADOR - BA, [email protected]
Eleições na CBFEm abril de 2014, haverá eleições para a pre-sidência da CBF. Dois pré-candidatos já de-clararam que irão concorrer, são eles: AndrésSanches e Marco Polo Del Nero. O primeiro éatual diretor de seleções da CBF e ex-pre-sidente do Corinthians, disse que tem comocabo eleitoral o ex-presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva. O segundo é o atualvice-presidente da CBF e acumula o cargo depresidente da Federação Paulista de Futebol(FPF), falou que tem o apoio do presidente daCBF paulista, José Maria Marin, ligado ao SãoPaulo Futebol Clube. Faltando quase oito me-ses para as eleições, tudo indica que esta seráuma das mais disputadas em toda a históriada CBF.A pergunta queme faço: o que tem deespecial nessa entidade que está sendo tãocobiçada? Enquanto a política estiver enrai-zada na CBF, o futebol brasileiro nunca seigualará ao futebol europeu. WILSON CAMU-RUGI, SALVADOR-BA
Dia Nacional do IdosoEm 1º de outubro é comemorado o Dia Na-cional do Idoso, instituído pela Lei 11.433/06,que reforça a importância da inclusão socialdesta parcela da população, além da garantiade acesso aos benefícios já conquistados. Ogoverno e políticos representantes da cida-dania precisam reconhecer e desenvolver po-líticas públicas que venham garantir direitose garantias, daquelas pessoas que foram osgrandes responsáveis por todo o crescimentoalcançado pelo Brasil. Todos já nascem comum idoso dentro de si. Por esta razão acon-selhamos a pessoa jovem e ao trabalhadorpara abraçarem e defenderem o direito doaposentado, visando à futura aposentadoriadigna para todos brasileiros. Parabéns, heróisidosos, pelo seu dia! ALDERICO SENA, SALVA-DOR - BA, [email protected]
AlertaNo dia seguinte ao que efetuei o recadas-tramento do imóvel ondemoro, recebi e-mail“da prefeitura” – logomarca, endereço e ou-tros detalhes conhecidos da Sefaz – cobran-do-me R$ 60 por “serviço eletrônico” feitopela “empresa” Net Eletrônica. Que serviço?Certamente o de fornecer o protocolo para orecadastramento. Como desconfiei ser gatu-nagemeletrônica,estoualertandoatodos,pormeio deATARDE, e tambémaprefeitura, poisnãodeixará dehaver ingênuos e incautos queacreditemepaguempelo “serviço”. ANTÔNIOMELLO, [email protected]
Loira fatalSegundo Vinicius de Moraes, beleza é fun-damental, mas às vezes pode ser fatal. Umamodelo catarinense, loira, bonita e inteligen-te, foi presapela Polícia Federal, indiciadaporformaçãodequadrilhae lavagemdedinheiro.A fraude chega a R$ 50milhões, provenientesde fundo de pensão de servidores de pre-feituras e governos estaduais. Ela usava a suabeleza e o seu charme para convencer os ges-tores, empresários e banqueiros a participa-rem do esquema fraudulento. Só para lem-brar, a sedução feminina remonta à época deAdão e Eva. CARLOS DE CARVALHO, [email protected]
Punição de juizO juiz de Monte Santo (BA), segundo apu-rações, envolvidoemadoções ilegais de crian-ças, se for realmente punido, terá como penauma bela aposentadoria. São privilégios dademocracia brasileira, concedidos por umaelite minoritária (deputados, juízes, senado-res, governadores) que, mesmo praticandodelitose julgados, continuará lesandooeráriopúblico. O Zé do Povão arrasta enxada e cortade machado sessenta anos e vai para a valacomum, sem nenhuma aposentadoria. Atépresidiários têmmaismordomias do que tra-balhadores. OLINDOCARVALHO,[email protected]
Rua Bela Vista do CabralMais uma vez venho a esta coluna para pedirsocorro aos órgãos municipais, a fim de quemandem verificar o que se passa na rua BelaVista do Cabral, em Nazaré. Mão dupla, es-tacionamentoemambosos ladose,paracom-pletar, duas garagens transformadas em la-va-jatos, os quais tinham placas frontais que,segundo eu soube, foram retiradas pela pre-feitura.Masabagunçacontinuouatrapalhan-dootráfego local. Esperoquedestavezoórgãocompetentemunicipal possa tomarumapro-vidência mais séria. ROQUE OLIVEIRA, [email protected]
Antonio RisérioEscritor
Me lembro muito bem de quandoos búzios disseram que Stella deOxóssi, Odé Kayodé, seria a mãe
de santo do Axé do Opô Afonjá. Muitagente, entre os mais velhos, reagiu. Eu atébrincava na época, dizendo que Stella sótinha do seu lado a juventude do terreiro.Me lembro também de quando ela noslevou, há uns bons trinta anos, para fazernossos pedidos na fogueira de Xangô Ai-rá. Andando em volta do fogo, Tutuca,filha de Iansã, na hora de fazer o seupedido, falou palavras de raio: “Iansãqueime a língua de quem fala mal deminha mãe!”
E muita gente queimou a língua. Como tempo, os mais velhos voltaram. Stellaera enfermeira, trabalhava no Estado e oentão governador Roberto Santos (quedispensou os terreiros da humilhação deterem registro na polícia), sensível aocaso, a colocou à dis-posição dos orixás.Stella foi se afirman-do, ganhando majes-tade, reinando. Hoje,é a grande mãe desanto do Brasil. Agrande ialaxé. E seudiscurso de posse, naAcademia Baiana deLetras, diz bem disso.O que soa ali, paralembrar o poema deWaly Salomão, é a vozde uma pessoa vito-riosa. Talvez por issoa mídia tenha passa-do em silêncio sobreo assunto. Se fosse um discurso agres-sivo, raivosamente racialista, esbravejan-do contra opressões, teria tido todas asmanchetes. Mas não: foi discurso serenoe verdadeiro, de quem sabe o que fez eo que é.
O espaço aqui é pequeno para comen-tar tudo o que Stella disse. Mas querofalar de, pelo menos, duas coisas. A pri-meira foi o lúcido posicionamento noterreno onde vive, onde pisa os pés, semfazer concessão a modismos ditados porinstituições norte-americanas. A segun-da foi um certo vacilo na releitura dosocupantes anteriores da cadeira que ago-ra é dela, nessa entidade algo ridículaque é a Academia Baiana de Letras, quedeu a Antonio Carlos Magalhães o títulode letrado imortal, em troca do prédio ou
da reforma do prédio de sua sede.Dixit Stella: “Sou bisneta do povo lu-
sitano e do povo africano. Não sou bran-ca, não sou negra. Sou marrom. Carregoem mim todas as cores. Sou brasileira.Sou baiana”. Daí, me disseram que o pes-soal do movimento negro ficou irritadocom a declaração. Por que? O que essagente queria? Que a ialorixá, com todosos seus compromissos com a verdade,mentisse? Fingisse que não existem an-tepassados brancos em sua história? Mu-tilasse sua narrativa de vida, amputandouma parte dos seus ancestrais? Queriamque Stella fechasse os olhos à sua própriabirracialidade?
Não faz sentido. O sectarismo racia-lista não tem o menor respeito pelosfatos (a começar pela dimensão genética,biológica), mas Stella não é obrigada apactuar com o desprezo pela verdade.Pelo factual. E a beleza maior de suadeclaração está no fato de que, em vez dementir para nós mesmos, amputandopatologicamente nossas histórias de vi-da, devemos assumir, clara e abertamen-te, todos os nossos antepassados, sejamnegros, índios ou brancos. Não temos derenegar, de fingir que esquecemos umantepassado, apenas por conta da cor desua pele. Mestiços mais escuros fazendo
de conta de que nãotiveram uma avóbranca, ou mestiçosmais claros fingindoque não tiveram umavô preto? Isso é umafantasia prejudicialpara a nossa vida so-cial, cultural e polí-tica. Mentiras, re-pressões e autonega-ções envenenam aexistência de qual-quer coletividade.
Quanto ao vacilona releitura de seusantecessores na aca-demia, refiro-me a
Xavier Marques. Acho que Stella não che-gou ainda a ler o principal livro do ro-mancista, O Feiticeiro. Isso não é ne-nhum problema ou demérito (posso co-brir uma edição inteira desse jornal comtítulos de livros que não li). Nem há tem-po para ler tudo. Por que digo isso? Por-que, se tivesse lido O Feiticeiro, uma ia-lorixá não passaria ao largo do fato deque aquele romance introduz o mundonagô do candomblé na literatura bra-sileira, falando do despacho de Exu, doculto da gameleira sagrada, da pedra deraio de Xangô, de gente mascando obi.Mas isso é o de menos: o que conta é queStella de Oxóssi fez um discurso muito,muito bonito.
ANTONIO RISÉRIO ESCREVE SÁBADO, QUINZENALMENTE
“Sou bisneta dopovo lusitano e dopovo africano. Nãosou branca, não sounegra. Sou marrom.Carrego em mimtodas as cores.Sou brasileira.Sou baiana”
Ohorário da discórdiaNo fórum do empresariado baiano com ACMNeto, realizado ontem na Federação das In-dústrias da Bahia (Fieb), sobrou para o go-vernador Jaques Wagner.
A certa altura, discutiu-se a inconveniência,para o empresariado, da não adoção do ho-rário de verão na Bahia. José de Freitas Mas-carenhas, presidente da Fieb, ao historiar orecuo de Wagner ano passado, disparou:
– O governador voltou a ser populista eatendeu às centrais sindicais.
Citou também uma pesquisa mostrandoqueagrandemaioriados assaltos ocorremnofim da tarde, o que, segundo ele, é melhor terluz à tarde do que de manhã cedo.
Os empresários concitaram ACM Neto adizer a posição dele sobre o assunto.
Neto ficou nomuro o quanto pôde. No fim,cedeu. Também é contra a adoção do horáriode verão na Bahia. Oumelhor, também nissoestá afinado com Wagner.
Nó naDefensoriaOs defensores públicos baianos estão incon-formados com amorosidade do governo queaté hoje não enviou àAssembleia o projeto delei que ajusta a estrutura da Defensoria Pú-blica à Lei de Organização Judiciária (LOJ).
São quase seis anos de atraso, o que produzsérios entraves gerenciais. A defensora-geralVitória Bandeira diz confiar queogovernadorJaques Wagner desate o nó.
Do jeito que está, o funcionamento do re-cém-inaugurado Núcleo de Prisão em Fla-grante e a implantação da Casa de Mulherpodem ficar comprometidos.
Prêmio ao crimeAgora radicado em Livramento de Nossa Se-nhora, o jornalista Raimundo Marinho, tam-bém advogado, lançou o livro A vítima e oprincípio da celeridade processual. É um tra-balhodeconclusãodeumapós-graduaçãoemciências criminais, que traz à tona um temainstigante: o descaso com que a legislação e aJustiça tratam as vítimas de crimes.
Numa palavra, para o criminoso, tudo. Afamília recebe até benefício previdenciário.
Paraavítimae família, quesofremos trans-tornos do crime ou a própria morte, nada.
Até parece que o crime compensa.
Cartão vermelhoAntônio Albino, presidente do PSDC, diz queoPSLestáforadaFrenteJorgeAleluia,formadatambém pelo PRP, PTdoB e PPL. O conjuntocongregadoisminutosemtempode televisãoe fez o compromisso de marchar juntos em2014. Albino acusa Antônio Olívio, o Toninho,presidentedoPSL, de ter sealiadona tentativade levar o grupo para os braços do governo.
– Toninho tem a CAR e a Sudic. Nos vendeuao governo, mas não conseguiu entregar.
O PSL é o novo partido de João Henrique.
Mudança noMPTRoberto Balazeiro vai assumir o MinistérioPúblico do Trabalho (MPT) na Bahia dia 1ºoficialmente e dia 10 solenemente prome-tendo dar nova dinâmica à instituição.
Ideia básica: reforçar a estrutura, especial-mente no interior, para intensificar a vigi-lânciasobrequestõescomootrabalhoescravo(áreaemque jáatuoubastante), a situaçãodosterceirizados e o trabalho infantil.
Oprocurador-chefe substituto dele (naprá-tica, o vice) será Jairo Sento Sé.
. ApresidentedoTRTbaiano,VâniaChaves,é a convidada da vez na reunião da diretoriada Fecomércio-BA, segunda (18h). Fará pa-lestra sobre os 70 anos da criação da CLT,abordando também todo o histórico dos di-reitos trabalhistas no Brasil e no mundo.
COLABOROU: JOÃO PEDRO PITOMBO
POLÍTICA COM VATAPÁ
A coragemCarioca de nascimento, o padre José Luiz Soa-res Palmeira, ou padre Palmeira (irmão deGuilherme Palmeira, ex-governador de Ala-goas), virou figura de vulto na história deConquista. Fundou em 1939 oGinásio de Con-quista, o popular Ginásio do Padre, ganhouprestígio, foi deputado e secretário estadualda Educação e cassado em 1964.
Pelo ginásio passaram asmais proeminen-tes figuras do sudeste baiano, entre elas Él-quisson Soares, ex-deputado federal.
Conta Élquisson que lá um dia a professorachamou o padre para queixar-se dele:
– Padre, eu vou ter que dar zero a estemenino. Ele é muito mentiroso. Eu pedi aosalunos que fizessem uma dissertação sobre aterra em que nasceram e imagine que eledescreveu uma terra com campos floridos,lagoas encantadas, um paraíso. E ele nasceuem Anagé, padre! Onde já se viu Anagé, umaterra árida daquela, ter campos floridos?!
E o padre:– Dê 10, professora. Só em ter a coragem de
confessar que é de Anagé, ele já merece.
Levi VasconcelosJornalista
TEMPO PRESENTE Palavras de StelladeOxóssi
Editor interinoValmir Palma
atarde.com.br/cienciaevida
http://cineinsite.atarde.com.br
DESTAQUES DO PORTAL A TARDE
Confira as estreiasdo final de semana
Nova tinta “cicatriza”ao ser arranhada
Reprodução
Cena do longa baiano Depois da Chuva