1
G E R A L [email protected] 2 ATOS E FATOS www.atosefatos.jor.br São Luís-MA, Domingo/Segunda-feira, 1º/2 de Abril de 2012 Blog do Udes Filho [email protected] www.udesfilho.com.br Coluna publicada simultaneamente nos jornais ATOS E FATOS e 4º PODER O caminho da morte na Raposa Os problemas na Raposa começam logo na estrada que leva ao município, a MA 203. A rodovia estreita não possui canteiros, o mato alto serve de pasto para animais que são criados às suas margens, se tornando um perigo constante para quem trafega pela via. Além disso, à noite o risco é bem maior, vários trechos da estrada estão sem qualquer tipo de iluminação. A falta de sinalização adequada também contri- bui para os atropelamentos e colisões. Procurado pela reportagem, o secretário Municipal de Obras da Raposa, Antônio Carlos Marques Silva, informou que constantemente o setor de iluminação pública da Se- cretaria realiza manutenção nos pontos de luminárias da ci- dade. "São serviços que vão desde a troca de lâmpadas até a manutenção de reatores e fiação", explica. Animais soltos Burros, bezerros e cavalos, criados livremente por toda a extensão da MA-203, já provocaram alguns acidentes e podem causar muitos outros, inclusive, com vitimas fatais. Quem transita diariamente pela estrada da Raposa, conhe- ce bem o problema, que persiste há anos, sem nenhuma solução por parte do poder público municipal. José de Ribamar Correa Filho, 39 anos, motorista, mo- rador da Vila Bom Viver, disse que " Essa estrada é o cami- nho da morte, durante o dia os animais atravessam na frente dos carros, durante a noite não se tem iluminação e nem sinalização. É muita falta de responsabilidade das autorida- des", afirmou. Por Udes Filho Colaboração de Isaías Rocha Fotos de Edilson Julião Bifurcação da morte Em novembro do ano passado, a 3ª Promotoria de Justi- ça da Comarca de Paço do Lumiar encaminhou ofícios ao secretário de Estado de Infraestrutura, Max Barros, e ao se- cretário adjunto de Obras Civis da Sinfra, Aparício Bandeira Filho, cobrando a fiscalização sobre a construção de muros nas faixas de domínio e non aedificandi da MA-203, que leva ao município da Raposa. A decisão do Ministério Público foi considerada oportuna por dirigentes de entidades que vem solicitando providências por parte da Secretaria de Infraestrutura do Estado, a fim de reduzir o número de acidentes registrados na bifurcação Araçagi -Raposa, alguns com vítimas fatais. As áreas de domínio e non aedificandi estão situadas nas laterais das rodovias e compreendem uma faixa de apro- ximadamente 30 metros de cada lado. Essas áreas são de responsabilidade do poder público, que pode construir, por exemplo, paradas de ônibus intermunicipais, ou comercializar o seu uso a empresas prestadoras de serviços públicos (para a instalação de equipamentos de iluminação, por exemplo) ou para publicidade. No caso apontado pela promotora de Justiça Nadja Veloso Cerqueira, a construção de muros cercando a área do Loteamento Bob Kennedy, próximo à Estrada da Maioba (MA-204), não obe- deceu aos limites dessas áreas. De acordo com a lei estadual n° 9.423/2011, a responsabilidade pela fiscalização dessas áre- as cabe à Sinfra, que pode celebrar convênios com outros ór- gãos como polícias e Detran para a realização do serviço. O Ministério Público solicitou que a secretaria vistorie a obra, identifique os responsáveis e proceda o embargo e derrubada da obra, pois a construção estaria dificultando a visualização aos motoristas que trafegam pelas rodovias estaduais. No entanto, até o momento, a obra continua sem qual- quer impedimento das autoridades. Procurado pela reportagem do Blog do Udes Filho, o secretário Municipal de Obras da Raposa, Antônio Carlos Marques Silva, in- formou que constantemente o se- tor de iluminação pública da Se- cretaria realiza manutenção nos pontos de luminárias da cidade. "São serviços que vão desde a tro- ca de lâmpadas até a manutenção de reatores e fiação", explica. Antônio Carlos disse ainda que, por causa da proximidade com o mar, a manutenção na ilu- minação pública tem um custo muito elevado. "Os constantes problemas causados pela falta de iluminação pública são por causa das corrosões, geradas pelo salitro", revela. Sobre os problemas da es- curidão da MA 203, Antônio Carlos diz que a Prefeitura já possui um projeto para colocar em prática. "Em alguns pontos da rodovia, a rede elétrica ain- da é de baixa tensão, sendo assim, não temos condições de implantar a iluminação pública, mas já elaboramos um projeto para apresentar à Cemar com o objetivo de solucionar esse pro- blema", informou o secretário. Secretário de Obras se defende O secretário de Meio Ambiente da Raposa, José Sousa de Oliveira Martins, não concedeu entrevista, entretanto, conversou com nossa equi- pe por telefone. Segundo Martins, o problema com os animais criados soltos às margens da estrada da Raposa é um problema recorrente no município. "Nós já tentamos conscientizar os proprietários dos animais, mas até agora não tivemos sucesso", disse. Martins explica que não é possível aplicar multas e recolher os animais encontrados em situação irregular, já que a Prefeitura não possui um lugar ade- quado para guardar os animais apreendidos, que precisariam de acompanha- mento de um veterinário conforme determina a Lei. Prefeitura da Raposa não pode apreender animais

Pagina 2

  • Upload
    josy145

  • View
    43

  • Download
    3

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Pagina 2

G E R A [email protected]

ATOS E FATOS www.atosefatos.jor.brSão Luís-MA, Domingo/Segunda-feira, 1º/2 de Abril de 2012

Blog do

Udes [email protected]

www.udesfilho.com.br

Coluna publicada simultaneamentenos jornais ATOS E FATOS e 4º PODER

O caminho da morte na Raposa

Os problemas na Raposa começam logo na estrada queleva ao município, a MA 203. A rodovia estreita não possuicanteiros, o mato alto serve de pasto para animais que sãocriados às suas margens, se tornando um perigo constantepara quem trafega pela via. Além disso, à noite o risco é bemmaior, vários trechos da estrada estão sem qualquer tipo deiluminação. A falta de sinalização adequada também contri-bui para os atropelamentos e colisões.

Procurado pela reportagem, o secretário Municipal deObras da Raposa, Antônio Carlos Marques Silva, informouque constantemente o setor de iluminação pública da Se-cretaria realiza manutenção nos pontos de luminárias da ci-dade. "São serviços que vão desde a troca de lâmpadas atéa manutenção de reatores e fiação", explica.

Animais soltosBurros, bezerros e cavalos, criados livremente por toda

a extensão da MA-203, já provocaram alguns acidentes epodem causar muitos outros, inclusive, com vitimas fatais.Quem transita diariamente pela estrada da Raposa, conhe-ce bem o problema, que persiste há anos, sem nenhumasolução por parte do poder público municipal.

José de Ribamar Correa Filho, 39 anos, motorista, mo-rador da Vila Bom Viver, disse que " Essa estrada é o cami-nho da morte, durante o dia os animais atravessam na frentedos carros, durante a noite não se tem iluminação e nemsinalização. É muita falta de responsabilidade das autorida-des", afirmou.

Por Udes FilhoColaboração de Isaías RochaFotos de Edilson Julião

Bifurcação da morte

Em novembro do ano passado, a 3ª Promotoria de Justi-ça da Comarca de Paço do Lumiar encaminhou ofícios aosecretário de Estado de Infraestrutura, Max Barros, e ao se-cretário adjunto de Obras Civis da Sinfra, Aparício BandeiraFilho, cobrando a fiscalização sobre a construção de murosnas faixas de domínio e non aedificandi da MA-203, que levaao município da Raposa.

A decisão do Ministério Público foi considerada oportunapor dirigentes de entidades que vem solicitando providênciaspor parte da Secretaria de Infraestrutura do Estado, a fim dereduzir o número de acidentes registrados na bifurcaçãoAraçagi -Raposa, alguns com vítimas fatais.

As áreas de domínio e non aedificandi estão situadasnas laterais das rodovias e compreendem uma faixa de apro-ximadamente 30 metros de cada lado. Essas áreas são deresponsabilidade do poder público, que pode construir, porexemplo, paradas de ônibus intermunicipais, ou comercializaro seu uso a empresas prestadoras de serviços públicos (paraa instalação de equipamentos de iluminação, por exemplo)ou para publicidade.

No caso apontado pela promotora de Justiça Nadja VelosoCerqueira, a construção de muros cercando a área do LoteamentoBob Kennedy, próximo à Estrada da Maioba (MA-204), não obe-deceu aos limites dessas áreas. De acordo com a lei estadualn° 9.423/2011, a responsabilidade pela fiscalização dessas áre-as cabe à Sinfra, que pode celebrar convênios com outros ór-gãos como polícias e Detran para a realização do serviço.

O Ministério Público solicitou que a secretaria vistorie a obra,identifique os responsáveis e proceda o embargo e derrubada daobra, pois a construção estaria dificultando a visualização aosmotoristas que trafegam pelas rodovias estaduais.

No entanto, até o momento, a obra continua sem qual-quer impedimento das autoridades.

Procurado pela reportagem doBlog do Udes Filho, o secretárioMunicipal de Obras da Raposa,Antônio Carlos Marques Silva, in-formou que constantemente o se-tor de iluminação pública da Se-cretaria realiza manutenção nospontos de luminárias da cidade."São serviços que vão desde a tro-ca de lâmpadas até a manutençãode reatores e fiação", explica.

Antônio Carlos disse aindaque, por causa da proximidadecom o mar, a manutenção na ilu-minação pública tem um customuito elevado. "Os constantesproblemas causados pela faltade iluminação pública são porcausa das corrosões, geradaspelo salitro", revela.

Sobre os problemas da es-curidão da MA 203, AntônioCarlos diz que a Prefeitura jápossui um projeto para colocarem prática. "Em alguns pontosda rodovia, a rede elétrica ain-da é de baixa tensão, sendoassim, não temos condições deimplantar a iluminação pública,mas já elaboramos um projetopara apresentar à Cemar com oobjetivo de solucionar esse pro-blema", informou o secretário.

Secretário de Obras se defende

O secretário de Meio Ambiente da Raposa, José Sousa de OliveiraMartins, não concedeu entrevista, entretanto, conversou com nossa equi-pe por telefone. Segundo Martins, o problema com os animais criadossoltos às margens da estrada da Raposa é um problema recorrente nomunicípio. "Nós já tentamos conscientizar os proprietários dos animais,mas até agora não tivemos sucesso", disse.

Martins explica que não é possível aplicar multas e recolher os animaisencontrados em situação irregular, já que a Prefeitura não possui um lugar ade-quado para guardar os animais apreendidos, que precisariam de acompanha-mento de um veterinário conforme determina a Lei.

Prefeitura da Raposa não pode apreender animais