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M orreu aos aos 95 anos, em Los Angeles, o ator Ernest Borgnine. Somente a Velha Guarda dos cinéfilos tem a noção exata da dimen- são dessa perda para a arte cinematográfica. Borgnine com um único sorriso personificava o bem e o mal , ao mesmo tempo em que preenchia as telas com sua cara redonda e engraçada. Nor- malmente era o bandido bem humorado, o vilão que enganava a todos com seu sorriso simpático e seus dentes separados. Vencedor do Oscar de melhor ator em 1955, por sua atuação em “Marty”, dirigido por Delbert Mann, Ernst, de origem italiana, deu continuidade a sua carreira sem apelar para estereótipos mafio- sos ou personagens de um único papel, como fiz- eram vários de seus contemporâneos. Na filmografia do ator constam filmes como “A um passo da eternidade” (1953), “Os doze condena- dos” (1967), “Meu ódio será sua herança” (1969), “Vamos fazer a guerra?” (1970), “O imperador do Norte” (1973), “O destino do Poseidon” (1972), “Fuga de Nova York” (1981) e “Blueberry - De- sejo de vingança” (2004). Ele também esteve em séries de TV, com destaque para “Marujos muito loucos” e “Águia de fogo” (1984–1986). Entre seus filmes mais recentes estão “Red - Aposentados e perigosos” (2010), com Bruce Willis e Normam Freeman, e o ainda não lançado “The man who shook the hand of Vi- cente Fernandez” Borgine começou a carreira de ator aos 32 anos, depois de participar da Segunda Guerra Mundial como oficial da Marinha. Seu pri- meiro grande momento no cinema veio com A Um Passo da Eternidade (1953), onde interpretou o cruel sargento Fatso Judson e contracenou com Burt Lancaster, Deborah Kerr, Frank Sinatra e Mont Cliff. Agora, para quem gosta de filme de ação, re- comendamos assistir ao duelo de Borgnine com Lee Marvin em o “Imperdor do Norte”, com direção de Robert Aldrich. Dois grandes atores disputando espaço em um trem de car- ga durante a recessão americana da década de 30. É de tirar o fôlego. Ernst Borgnine leva consigo a simbologia de uma época de ouro do cinema americano, cultuado por Juarez Letaef, Beto Souza e an- tigos cinéfilos que não esquecem da magia das telonas dos Cines Cacique, Broadway e São Luiz. . “Aprendam sobre a vida e depois aprendam sobre seu ofício. E não usem óculos escuros na tela para parecerem legais. Os olhos são o melhor recurso de um ator”, completou. Em uma entrevista concedida à AFP em 2007, Bor- gnine recomendou aos jovens aspirantes a atores: “Consigam um trabalho de verdade antes de tentar seguir uma carreira de ator” ERNST BORGNINE - O VILÃO DOS DENTES SEPARADOS [email protected] RUA EUGÊNIO AMORIM 13 - GUANDÚ FONE 28 - 3522 7793 Diagramação e texto Gilson Leão & Beto Souza Página 04 - Folha do E. Santo suplemento Cineclube Jece Valadão

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Morreu aos aos 95 anos, em Los Angeles, o ator Ernest Borgnine. Somente a Velha

Guarda dos cinéfilos tem a noção exata da dimen-são dessa perda para a arte cinematográfica.

Borgnine com um único sorriso personificava o bem e o mal , ao mesmo tempo em que preenchia as telas com sua cara redonda e engraçada. Nor-malmente era o bandido bem humorado, o vilão que enganava a todos com seu sorriso simpático e seus dentes separados. Vencedor do Oscar de melhor ator em 1955, por sua atuação em “Marty”, dirigido por Delbert Mann, Ernst, de origem italiana, deu continuidade a sua carreira sem apelar para estereótipos mafio-sos ou personagens de um único papel, como fiz-eram vários de seus contemporâneos. Na filmografia do ator constam filmes como “A um passo da eternidade” (1953), “Os doze condena-dos” (1967), “Meu ódio será sua herança” (1969), “Vamos fazer a guerra?” (1970), “O imperador do Norte” (1973), “O destino do Poseidon” (1972), “Fuga de Nova York” (1981) e “Blueberry - De-sejo de vingança” (2004). Ele também esteve em séries de TV, com destaque para “Marujos muito loucos” e “Águia de fogo” (1984–1986).

Entre seus filmes mais recentes estão “Red - Aposentados e perigosos” (2010), com Bruce Willis e Normam Freeman, e o ainda não lançado “The man who shook the hand of Vi-cente Fernandez” Borgine começou a carreira de ator aos 32 anos, depois de participar da Segunda Guerra Mundial como oficial da Marinha. Seu pri-meiro grande momento no cinema veio com A Um Passo da Eternidade (1953), onde interpretou o cruel sargento Fatso Judson e contracenou com Burt Lancaster, Deborah Kerr, Frank Sinatra e Mont Cliff.

Agora, para quem gosta de filme de ação, re-comendamos assistir ao duelo de Borgnine com Lee Marvin em o “Imperdor do Norte”, com direção de Robert Aldrich. Dois grandes atores disputando espaço em um trem de car-ga durante a recessão americana da década de 30. É de tirar o fôlego.

Ernst Borgnine leva consigo a simbologia de uma época de ouro do cinema americano, cultuado por Juarez Letaef, Beto Souza e an-tigos cinéfilos que não esquecem da magia das telonas dos Cines Cacique, Broadway e São Luiz.

. “Aprendam sobre a vida e depois aprendam sobre seu ofício. E não usem óculos escuros na tela para parecerem legais. Os olhos são o melhor recurso de um ator”, completou.

Em uma entrevista concedida à AFP em 2007, Bor-gnine recomendou aos jovens aspirantes a atores: “Consigam um trabalho de verdade antes de tentar seguir uma carreira de ator”

ERNST BORGNINE - O VILÃO DOS DENTES SEPARADOS

[email protected]

RUA EUGÊNIO AMORIM 13 - GUANDÚFONE 28 - 3522 7793

Diagramação e texto

Gilson Leão & Beto Souza

Página 04 - Folha do E. Santo suplemento Cineclube Jece Valadão