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ESCOLA ESTADUAL SÃO JOÃO BATISTA PROJETO CULTURAL FESTIVAL GASTRONÔMICO "SABORES DA NOSSA TERRA" PROFESSOR RESPONSÁVEL: CARLOS HENRIQUE PIMENTA DISCIPLINA: HOTELARIA, HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO TURMA: 206 MAIO/2014

pa Web viewHOTELARIA, HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO. TURMA: 206. MAIO/ 2014. TEMA. A Gastronomia como produto turístico para a cidade de Itamarandiba/MG. PROBLEMA

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ESCOLA ESTADUAL SÃO JOÃO BATISTA

PROJETO CULTURAL

FESTIVAL GASTRONÔMICO "SABORES DA NOSSA TERRA"

PROFESSOR RESPONSÁVEL: CARLOS HENRIQUE PIMENTADISCIPLINA: HOTELARIA, HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO

TURMA: 206

MAIO/2014

TEMA

A Gastronomia como produto turístico para a cidade de Itamarandiba/MG

PROBLEMA

Como desenvolver um evento turístico a partir das tradições culturais de Itamarandiba de modo sustentável e produtivo?

JUSTIFICATIVA

A cultura humana tem sua gênese na gastronomia. Antes restrita às cozinhas e aos fornos das casas, a gastronomia, em especial a de Minas Gerais, mostrou – se um grande nicho de negócios com potencial turístico, capaz de gerar toda uma cadeia de benefícios que vão desde a geração de empregos, qualificação dos trabalhadores envolvidos, movimentação da economia até ao incentivo ao desenvolvimento local. Em Itamarandiba, a oportunidade de projetar e executar um evento de cunho turístico representa um avanço rumo ao fortalecimento da atividade turística e à diversificação das atividades econômicas do município, que é amplo território de cultura e história.

Como parte das atividades desenvolvidas pelos alunos da turma 206 e pelo professor Carlos Henrique Pimenta, na disciplina de Hotelaria, Hospedagem e Alimentação, o Festival Gastronômico Sabores da Nossa Terra constituiu uma bem sucedida experiência na pesquisa, conhecimento, valorização das tradições da cidade e das pessoas que preservaram essas tradições. O turismo é apenas a consequência dessa valorização e da difusão da história e da cultura que fazem de cada lugar único e que identificam aqueles que nele residem.

OBJETIVO GERAL

Desenvolver um evento de cunho turístico tendo como base a cultura e as tradições gastronômicas do município de Itamarandiba/MG.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Promover a pesquisa acerca da gastronomia e culinária itamarandibanas;

Desmistificar preconceitos e estereótipos a respeito da culinária mineira e das particularidades de cada local, segundo a cultura de seu povo;

Elaborar um roteiro de produção de evento turístico e as estratégias de divulgação e atratividade do público;

Desenvolver atividades de propaganda física e através da Internet para divulgação do evento;

Analisar os resultados obtidos quanto à realização do evento, bem como a receptividade do público e as possibilidades cabíveis de fomento ao turismo local a partir da iniciativa realizada.

METODOLOGIA

Utilização de pesquisas na Internet e em livros para elaboração do cardápio a ser apresentado aos visitantes do Festival;

Desenvolvimento de publicidade para o Festival (Fanpage na rede social Facebook, elaboração de cartazes e folders, técnicas de divulgação corpo a corpo);

Orientação quanto a divisão de trabalhos (pratos a serem preparados, ornamentação);

Explicação a respeito da importância e magnitude das ações a serem realizadas.

REFERENCIAL TEÓRICO

A cultura das pessoas reflete em seu prato. No mundo de hoje, onde a informação e a velocidade são valores de excelência, em contraposição à tradição e aos antigos costumes, a gastronomia surge como uma nova roupagem para as práticas que cresceram desde a época das cozinhas coloniais brasileiras e que seguiram, através de nossos pais e avós, como memória culinária e tradição à mesa. Prática comum nas cidades históricas no país, sobretudo em Minas Gerais, o turismo cultural é definido pela Unesco como uma forma de promover a valorização do ser humano, na medida em que seus saberes e fazeres tem a possibilidade de serem transmitidos geração a geração, através da oralidade e das próprias práticas locais, dentre elas a gastronomia.

Gastronomia é uma disciplina que exige arte não só de quem a executa, mas de quem a consome ou usufrui. É artesanato, porque exige de quem a faz conhecimento, habilidade e técnica. É uma arte ou ciência que exige conhecimento e técnica de quem a executa e formação de paladar de quem a aprecia. (BRAUNE, 2007, P.2)

A competitividade do turismo regional é impulsionada pela gastronomia, antes considerada apenas um complemento oferecido ao turista de negócios, esportivo ou disposto a conhecer roteiros naturais. Hoje, o turismo gastronômico configura uma nova vertente para o segmento turístico no Brasil, com exemplos bem sucedidos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, estados do Nordeste e do Sul do país, que conseguiram firmar sua identidade cultural e apresentá – la à mesa, com a realização de festivais gastronômicos que misturam comida, cultura e música regionais, que proporcionam uma experiência completa ao visitante sobre os modos de vida e o melhor que cada comunidade tem a oferecer. O turismo, nesses casos pode subdividir – se em turismo rural, turismo regional e turismo étnico.

El turismo étnico puede ser considerado como uma variedade del turismo cultural, cuyo atractivo es la cultura de una comunidad que se construyó o se presenta como diferente de las culturas occidentales o centraes, independientemente de que sea autoctona o trasplantada. Los productos culturales de estos grupos étnicos que atraen a los turistas son aquellos que expresan sus identidades, sus diferencias o sus especifidades: arquitectura, artesanias, festividades, gastronomia, vestimenta, danz, música y outras manifestaciones relacionadas a sus vidas cotidianas. (FULLER, 2008, P.37)

Se por um lado a gastronomia revela – se grande atrativo para turistas que desejam conhecer melhor a cultura de determinado povo e lugar, por outro, ela também é uma forma de valorização e autoconhecimento da população local. Através do reconhecimento da importância dos saberes e das práticas da gente simples, das pessoas que constroem a história das cidades, o turismo cultural e em especial o turismo gastronômico oportuniza a preservação das memórias e da identidade que faz de cada lugar ímpar e por isso merecedor de respeito.

A identidade também é expressa pelas pessoas através da gastronomia, que reflete suas preferências e aversões, identificações e discriminações, e quando imigram, a levam consigo, reforçando seu sentido de pertencimento ao lugar de origem. Dessa forma vai – se criando uma cozinha de caráter

étnico, explorada com muita frequência no turismo para ressaltar as características de uma cultura em particular. (SCLHUTER, 2003, P.32).

Como produto da cultura, a gastronomia é carregada de história e de características peculiares. Desde a seleção dos ingredientes – base para a formação da culinária regional até o desenvolvimento das receitas, tudo é história. Dentro do conceito de turismo gastronômico, encontramos uma democracia inexistente em outros segmentos econômicos que é a de representação igualitária dos saberes do povo e dos grandes chefs formados nos melhores restaurantes mundo afora. Nesse contexto, as receitas tradicionais preservadas pelas famílias, surgidas nos fogões a lenha das nas roças se comparam com o requinte gourmet do mundo moderno. E há espaço para ambas no mercado turístico. Algumas receitas e ingredientes particulares são tombados pelo IPHAN (Instituto Brasileiro do Patrimônio Artístico Nacional) como patrimônio imaterial do Brasil.

A pesquisa e o levantamento dos pratos que compõem a identidade cultural de determinado lugar são fundamentais no processo de desenvolvimento da atividade turística voltada para a gastronomia ou que dela se utiliza como ferramenta de estruturação de um projeto turístico. Os pratos típicos, ou iguarias, representam os diferenciais que a cidade, o estado ou o país tem a oferecer àqueles a quem irão receber como turistas.

Uma iguaria gastronômica tradicionalmente preparada e degustada em determinado local representa uma ligação com a história de quem a prepara e a degusta integrando um panorama cultural que extrapola o prato em si. Essa iguaria, por reforçar a identidade de uma localidade e de seu povo, se torna muitas vezes uma espécie de insígnia local, fato que ganha importância dentro do contexto turístico. (BRAZ, 2009, P.10)

Como produto humano, a gastronomia á passível de estereótipos e preconceitos. Costuma – se generalizar a tradição gastronômica de determinado local, em detrimento das verdadeiras origens, que, sem o devido reconhecimento, acabam por perderem – se. Para a autenticidade da experiência turística, é preciso primeiramente uma dedicada pesquisa e um trabalho de valorização das pessoas, suas trajetórias de vida, fazeres e saberes, como dito anteriormente, para não recair em erros e difusão de preconceitos, sob pena de não alcançar o resultado esperado dentro das ações turísticas planejadas. Como exemplo simples podemos citar a iguaria gastronômica mais comum e que tornou – se símbolo de Minas Gerais: o pão de queijo. Apesar de símbolo do estado, historicamente essa iguaria não é comum a todas as cidades mineiras, devido a questões climáticas ou de disponibilidade de ingredientes. Assim sendo, é um erro pensar que todas as cidades mineiras oferecerão aos turistas que as visitarem pães de queijo como principal iguaria local.

O turismo gastronômico, economicamente falando, pode ser considerado a força motriz para a agricultura e o setor de prestação de serviços, encadeando a rede hoteleira e de alimentação: restaurantes, bares, pizzarias, churrascarias e choperias; o comércio varejista, que distribui os ingredientes a quem os prepara e oferece ao turista; o setor de transportes: taxistas, linhas de ônibus e transportes marítimos e aeroviários, sem contar as agências de viagem. O planejamento e a realização de eventos focados na gastronomia local ou que possam oferecê – la como um atrativo a mais para o turista podem ser realizados através de festas populares ou festivais especificamente voltados para a culinária, um ingrediente específico ou um conjunto de pratos que caracterizem o lugar.

Ainda incipiente no Brasil, o turismo gastronômico já é comprovadamente uma fonte de turismo sustentável, capaz de alavancar e movimentar toda uma cadeia produtiva, gerando empregos, capacitação dos trabalhadores envolvidos, conhecimento, pesquisa e difusão da cultura. Importante ferramenta no processo de preservação cultural, essa modalidade de turismo ainda carece de capacitação e de investimento em

políticas públicas que possam assegurar seu propósito e sua identidade diante de um mundo cada vez mais globalizado e carente de valores genuínos. O Festival Gastronômico Sabores da Nossa Terra, realizado pelos alunos da turma 206 em conjunto com o professor Carlos Henrique Pimenta foi uma experiência capaz de revelar a realidade e as possibilidades do cenário turístico em Itamarandiba, acenando para um futuro promissor para a cidade e todos os que trabalham para o seu desenvolvimento desde que haja a estruturação necessária para a oferta qualificada de eventos e roteiros desse tipo.

CRONOGRAMA

Março / 2014 : levantamento de dados para elaboração de relatório diagnóstico do

turismo em Itamarandiba

Abril / 2014: realização de pesquisa histórico – cultural sobre a tradição gastronômica no município.

Maio / 2014: definição de tarefas e escolha do cardápio a ser apresentado durante o Festival.

Maio / 2014 : elaboração de estratégias de propaganda do evento (fanpage no Facebook, criação de banners e panfletos).

15/05/2014 : realização do Festival Gastronômico’’ Sabores da Nossa Terra’’.

Junho / 2014: feedback do professor responsável; análise do público e dos resultados obtidos com o evento.

BIBLIOGRAFIA

ASSOCAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE EVENTOS (website) –

http://www.abeoc.org.br/2013/09/secretaria-de-turismo-de-minas-gerais-divulga-dados-do-perfil-do-visitante-no-estado/ - Acessado em junho / 2014

BRAUNE, R. e FRANCO, R. O que é gastronomia. São Paulo: Brasiliense, Col. Primeiros Passos, 1ª edição, 2007.

BRAZ, K. C. e OLIVEIRA, L. V. A Gastronomia enquanto atrativo turístico – cultural. UFGO, Goiânia, 2009.

CASTRO, F. M. M. e SANTOS, J. G. M. A cultura gastronomica como atrativo turistico – um relato da experiencia de pesquisa ns restaurantes de Aracaju / SE. Revista Hospitalidade, 2012.

CENTRO VIRTUAL DE HISTÓRIA E CULTURA DAVID PIMENTA – http://centrodavidpimenta.webnode.com – Acessado em abril / 2014.

FULLER, Norma. Turismo y cultura – entre el entusiasmo y el recelo. Lima: Pontificia Universidad del Peru, 2008.

SCHLUTER, Regina. Gastronomia e turismo. São Paulo: Aleph, 2ª edição, Revista, 2006.

ANEXOS

FOTOGRAFIAS DO FESTIVAL GASTRONÔMICO ‘’SABORES DA NOSSA TERRA’’