Paineis Da Obsessao

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  • 8/14/2019 Paineis Da Obsessao

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    CENTRO ESPRITA NOSSO LAR

    GRUPO DE ESTUDO DAS OBRAS DE ANDR LUIZ

    E MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

    15o livro: Painis da Obsesso , 1983, 8 reunies.

    1a. REUNIO

    (Fonte: do prefcio ao captulo 4.)

    1. A conduta mental promove a sade ou a doena- Na raiz de todas as enfermidades quesitiam o homem encontramos, como causa preponderante, o desequilbrio dele prprio. O Esprito omodelador dos equipamentos de que se utilizar na reencarnao. Assim sendo, desdobra as clulas davescula seminal sobre as matrizes vibratrias do perisprito, dando surgimento aos folhetos blastodrmicos que se encarregam de compor os tubos intestinal e nervoso, os tecidos cutneos e todos oselementos constitutivos das organizaes fsica e psquica. So bilhes de seres microscpicos,individualizados, que trabalham sob o comando da mente, que retrata as aquisies anteriores, quecumpre aprimorar ou corrigir. Cada um desses seres que se ajustam perfeitamente aos implementosvibratrios da alma, emite e capta irradiaes especficas, em forma de oscilaes eletromagnticas, quecompem o quadro da individualidade humana. Em razo da conduta mental, as clulas so estimuladasou bombardeadas pelos fluxos dos interesses que lhe aprazem, promovendo a sade ou dando origem aosdesequilbrios que decorrem da inarmonia, quando essas unidades em estado de mitose degeneram,oferecendo campo s bactrias patolgicas que se instalam vencendo os fatores imunolgicos,desativados ou enfraquecidos pelas ondas contnuas de mau humor, pessimismo, revolta, dio, cime,lubricidade e viciaes de qualquer natureza que se transformam em poderosos agentes da perturbao edo sofrimento. No caso dos fenmenos teratolgicos das patogenias congnitas, encontramos o Espritoinfrator encarcerado na organizao que desrespeitou impunemente, quando a colocou a servio dairresponsabilidade ou da alucinao. Problemas de graves mutilaes e deficincias, enfermidadesirreversveis surgem como efeitos da culpa guardada no campo da conscincia, em forma dearrependimentos tardios pelas aes nefastas antes praticadas. (Painis da obsesso, pp. 7 e 8)

    2. O papel do obsidiado fundamental prpria cura- Neste captulo, o das culpas, origina-se o fator causal para a injuno obsessiva; da porque s existem obsidiados porque h dvidas a resga-tar. A culpa, consciente ou inconscientemente instalada na casa mental, emite ondas que sintonizam cominteligncias doentias, habilitando-se a intercmbios mrbidos. A obsesso resulta de um conbio por afinidade de ambos os parceiros. O reflexo de uma ao gera reflexo equivalente. Toda vez que umaatitude agride, recebe uma resposta de violncia, tanto quanto, se o endividado se apresenta forrado desadias intenes para o ressarcimento do dbito, encontra benevolncia e compreenso para recuperar-se. Nas obsesses entre encarnados e desencarnados, estes ltimos, identificando a irradiao enfermia dodevedor, porque so tambm infelizes, iniciam o cerco ao adversrio do passado, atravs de imagensmediante as quais se fazem notados, no precisando para isso de palavras. Insinuam-se, assim, cominsistncia at estabelecerem o intercmbio que passam a comandar. De incio, uma vaga idia queassoma, e depois se repete com insistncia, at insculpir no receptor o clich perturbante que d incio aodesajuste grave. No existe, portanto, obsesso causada por um dos litigantes, se no houver sintonia perfeita do outro. Quanto maior for a permanncia do intercmbio com o hospedeiro domiciliado nocorpo, mais profunda se tornar a induo obsessiva, levando alucinao total. E' nessa fase -- em quea vtima se rende s idias infelizes do outro -- que se originam os simultneos desequilbrios orgnicose psquicos de variada classificao. A mente, viciada e aturdida pelas ondas perturbadoras que capta doobsessor, perde o controle harmnico automtico sobre as clulas, facultando que as bactrias patolgicas proliferem, dominadoras. Tal inarmonia propicia a degenerescncia celular em formas decnceres, tuberculose, hansenase e outras doenas de etiopatogenias complexas. S a radical mudanade comportamento do obsidiado resolve, em definitivo, o problema da obsesso. (Painis da obsesso, pp.8 e 9)

    3. O materialismo favorece o suicdio- O materialismo, na atual conjuntura moral e social do planeta, tem respondido por alta carga de compromissos infelizes, visto que, negando os valores ticosda vida, incita o indivduo ao imediatismo do prazer a qualquer preo e tira do esprito os estmulos da

    coragem nobre, facultando assim o desbordar das paixes violentas, que irrompem alucinadas emcaudais de revolta e desajuste. Preconizando da vida somente a utilizao da matria, estabelece a guerra pela conquista do gozo, de que o egosmo se faz elemento essencial. Faltando, porm, os recursos para oscometimentos que persegue, arroja o homem ao crime, em razo de assentar os seus valores no jogo das

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    coisas a serem conquistadas, aumentando as frestas das competies insanas, em que a astcia e adeslealdade assumem preponderncia em forma de comportamento do ser. Certo, h pessoas que militamnas hostes do materialismo e mantm uma filosofia existencial digna e uma estrutura tica respeitvel.Mas a doutrina, em si mesma, anulando as esperanas de sobrevivncia, abrevia as metas da vida e retiraas resistncias morais diante do sofrimento e das incertezas, dos acontecimentos desastrosos e dasinsatisfaes de variada gnese. Desarmado de recursos otimistas e sem esperana, o homem no voutra alternativa, seno o suicdio, quando chamado a testemunhos morais para os quais estdespreparado. Incluem-se tambm aqui os que, desestruturados por fatores sociais, culturais, econmicose emocionais, embora catalogados como membros de qualquer igreja, se deixam conduzir por atitudesnegadoras, em franco processo de entrega materialista. Emocionalmente frgeis, em presena dequalquer desafio tombam e diante de qualquer infortnio desfalecem, porquanto no se do ao trabalhode reflexionar sobre as finalidades da existncia fsica, vivendo, no raro, em expresses primarismoautomatista das necessidades primeiras, sem mais altos vos do pensamento ou da emoo... (Painis daobsesso, pp. 9 a 11))

    4. O suicdio perfeitamente evitvel- Uma outra larga faixa dos homens se encontra emvinculao com o processorevolucionrio do momento, em que filosofias apressadas e doutrinas ligeirasempolgam os aturdidos novos fiis, para logo os abandonarem sem as bases slidas de sustentaoemocional, com que enfrentariam as inevitveis vicissitudes que fazem parte do mecanismo da evoluona escola terrena. Sem os exerccios da reflexo mais profunda, sem os hbitos salutares da edificao do bem em si mesmos, sem a constante da prece como intercmbio de foras parafsicas, derrapam nasatitudes-surpresa, avanando para o suicdio. E o fazem de um salto, quando excitados ou em profundadepresso, ou logram alcan-lo mediante o largo roteiro da alienao em quadros psicticos, neurticos,esquizofrnicos... A princpio, o processo, porque instalado nas matrizes da personalidade emdecorrncia de vidas passadas malogradas, apresenta predisposies que se concretizam em patologiasobsidentes que se vulgarizam e se alastram, dando lugar a uma sociedade ansiosa, angustiada, assinalada por distonias graves... No desconsiderando os fenmenos de compulso suicida e de psicoses profundas, pululam os intercursos obsessivos em verdadeiras epidemias. No incio, uma idia que se insinua;doutras vezes, so um relmpago fulgurante na noite escura dos sofrimentos, como soluo libertadora.Fixa-se, depois, o pensamento infeliz que se adentra, domina os painis da mente e comanda ocomportamento, assinalando o autocdio como a melhor atitude ante problemas e desafios. Com o tempo,advm o monoidesmo, em torno do qual giram as demais aspiraes que cedem lugar ao dominador psquico, agora senhor da rea do raciocnio que se apaga, para dar campo ao gesto tresvariado, sem re-

    torno... A obsesso clamorosa enfermidade social que domina o moderno pensamento -- que desbordado imprio de fatores dissolventes, elaborados pela mecnica do materialismo disfarado de idealismosvoluptuosos que incendeiam mentes e anestesiam sentimentos. A reflexo e o exame da sobrevivncia doEsprito, o posicionamento numa tica crist, o estudo da cincia e da filosofia esprita constituemseguras diretrizes para conduzir a mente com equilbrio, preservando as emoes com as quais o homemse equipa com segurana para prosseguir na escala evolutiva. Conflitos, que trazemos do passado ou dasexperincias de hoje, fazem parte da rea de crescimento pessoal de cada Esprito, devendo ser liberadosatravs da ao positiva, diludos no bem, sublimados pelas atividades do idealismo superior, antes queconstituam impedimentos ao avano, freio no processo de crescimento, amarra constritora ou campo para a fixao de idias obsessivas. Cada suicida em potencial necessita de apoio fraternal, terapiaespiritual, compreenso moral de quantos o cercam e assistncia mdica especializada; contudo, ao paciente que compete a parte mais importante e decisiva, que , de incio, a mudana de atitude mental perante a vida e, logo, o esforo por melhorar-se moralmente. (Painis da obsesso, pp. 11 e 12)

    5. Objeto deste livro- Feito de painis que retratam obsesses, este livro procura demonstrar como ao lado do desequilbrio emocional, causado pelos perturbadores do alm-tmulo, a tuberculosemais facilmente se manifesta em razo do bombardeio sofrido pelos macrfagos -- degenerados pelacontnua ao mental leviana do prprio paciente e pela intoxicao por sucessivas ondas mentaisdesagregadoras do seu perseguidor --, o que favorece a instalao e virulncia do bacilo de Koch.(N.R.:

    Descoberto em 1888, o bacilo deve seu nome a Robert Koch, mdico alemo {1843--1910}, ganhador do Prmio Nobel de 1905.) Nesta obra, Manoel P. de Miranda examina ainda ocorrncias diversas emque a obsesso se encontra presente, bem como as tcnicas e terapias espirituais aplicadas, nem sempreaceitas ou assimiladas pelos enfermos de ambos os lados da vida. As personagens centrais da narrativaeram conhecedoras da Doutrina Esprita, o que no impediu tombassem nas ciladas que lhes foramarmadas por seus inimigos ou criadas por elas mesmas. A crena racional e o conhecimento ajudammuito, quando o indivduo se resolve honestamente a viv-los. Mas no representam recurso deimunizao, se aquele que conhece no aplica, na vivncia, as informaes que possui. Dr. Bezerra de

    Menezes, em mensagem psicografada por Chico Xavier, assevera que os painis da obsesso pintados por Manoel P. de Miranda assemelham-se a chapas radiogrficas revelando largos traos da doenaespiritual de todos os sculos -- a obsesso, enfermidade quase sempre oculta nos escaninhos do ser.Divulgar esses painis, pela feio de aviso e socorro que expressam -- afirma Dr. Bezerra -- " para ns

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    um nobre dever". (Painis da obsesso, pp. 13 a 16)

    6. O caso Argos- Num imenso Hospital localizado em regio privilegiada, onde o ar puro daSerra da Mantiqueira beneficiava os pacientes vencidos pela tuberculose pulmonar devoradora, havianos doentes -- ao lado do desconforto, das dores lancinantes, das alternncias de febre e frio, da asfixiacontnua e das hemoptises sufocantes - todo um somatrio de rebeldia e insatisfao... Jovem ainda,Argos fora colhido pela insidiosa enfermidade logo aps o matrimnio. A presena do mal pernicioso jse lhe fizera notada antes, mas, moo ambicioso e inquieto, ele enfrentara o compromisso conjugal semas necessrias reservas do equilbrio, ocultando futura esposa o problema que o minava e o levaria,logo depois, ao recolhimento no Sanatrio. Todas as providncias e a teraputica aplicada resultavamincuas. Dia a dia o organismo parecia diluir-se sob as reaes voluptuosas do bacilo em terrvelmultiplicao. Semimorto, Argos era tomado, de espao a espao, por torrentes hempticas que mais odepreciam, predispondo-o a uma parada cardaca ou asfixia irreversvel. A assistncia carinhosa daesposa, que o auxiliava em enfermagem piedosa ao lado das religiosas e dos funcionrios do Sanatrio,minorava-o moralmente, sem que os mtodos ento em voga dessem o resultado esperado. Nesse climade aflio, o mdico recomendou a extrao do pulmo perdido pelos fulcros cavernosos, numaaudaciosa tentativa de prolongamento da vida fsica. O prognstico envolto em perspectivas fatais fezque Argos orasse como h muito no fazia. Ele no era leigo em matria religiosa, pois conhecera aslies do Espiritismo num grupo juvenil, em sua cidade natal. (Cap. 1, pp. 17 e 18)

    7. O ambiente no Sanatrio- O encontro com a Doutrina Esprita produzira-lhe um impactosalutar e conseguira sensibiliz-lo profundamente. Com a ajuda da reencarnao, pde entender astormentosas indagaes que lhe demoravam na mente. Ele nascera num lar de lutas e em terra adusta,onde a misria do povo disputava com a aridez do solo. Provara a orfandade desde cedo e, emboraatrado pela riqueza e pelo poder, fora constrangido a sorver a taa de amarguras e dificuldades que orevoltavam, sem poder extravasar. A doena pertinaz era o pice das suas provaes e, por isso, oespectro da cirurgia, cuja probabilidade de xito era reduzida, e a preocupao em deixar viva e jovema esposa amada trucidavam-lhe a mente e esmagavam-lhe o corao. A noite que antecedeu a cirurgialhe fora longa e inquieta, no obstante o sedativo administrado como medida preparatria para o atocirrgico. O Esprito no se desligara do corpo pelo sono reparador, visto que todas as aflies, emcaleidoscpio sombrio, impregnaram-lhe a conscincia com os clichs de angstia e medo, que lheimpossibilitaram o entorpecimento da razo. Havia, alm disso, no quadro, outros fatores de ordem parafsica. Reduto de reparaes espirituais e de aprimoramento moral, nem sempre vitoriosos, o

    Sanatrio reunia antigos estrinas e delinqentes portadores de vrios delitos, sob a inexorvel presenada dor, moldando-os para futuros cometimentos; mas, as blasfmias, os dios, as revoltas, as perseguies e as animosidades criavam ali uma psicosfera de sombra e desdita que, no fosse a presena de abnegados Benfeitores Espirituais vigilantes, em ao de socorro e caridade, transformariaem caos e cenrio de justas lamentveis o abenoado reduto hospitalar. Misturados aos enfermosaturdidos, pululavam chusmas de sofredores desencarnados em desalinho emocional, de perseguidoresinclementes e de Espritos recm-desligados do corpo que ignoravam o prprio estado. Evidentemente,luzia tambm ali o amor do Cristo, graas s religiosas abnegadas, aos mdicos e enfermeiros dedicados,que se faziam instrumento dos Bons Espritos em favor dos internos. Argos, sob a inquietao e o mal-estar da noite indormida, voltou a orar, enquanto aguardava a transferncia para a sala especializada.(Cap. 1, pp. 19 a 21)

    8. O caso Aurea- O grupo juvenil era lacre e idealista, e constitua um setor de respeitvelSociedade Esprita, onde o esclarecimento e a orientao segura formavam a pauta dos deveres moraiscom vistas ao futuro. urea se deixara clarificar pela Doutrina Esprita, na qual haurira as alegrias quelhe acenavam felicidade e realizao ntima. Sonhava conhecer o mundo, alongar-se por terras distantes,aprofundar conhecimento e relaes. Almejava conseguir emoes num mundo de largas conquistas,embora vivesse num burgo onde as possibilidades de evoluo fossem pequenas. Com tal estado deesprito, aguardava o seu momento. Ao encontrar Argos, na festa de confraternizao juvenil, o impactofoi imediato. Sentimentos desencontrados dominaram-na. De um lado, experimentou inaudito jbilo por ver-se notada e estimada. De outro, estranho receio assaltou-a, como se imagens difanas assomassemameaadoras, atemorizando-a com lembranas que no chegavam a delinear-se claramente. Assim seiniciou, ou teve prosseguimento, o drama das duas almas que restabeleciam os vnculos na rea daafetividade para o processo de justa reparao e de progresso inadivel. Em breve tempo, sob o beneplcito do pai de urea -- pois a genitora via algo de estranho e perturbador no futuro genro -- foianunciado o noivado e, mais tarde, consumada a boda. A enfermidade sorrateira veio tona, quando elesviviam ainda os rseos dias do casamento, sendo importante lembrar que, na poca, a tuberculose consti-

    tua verdadeira peste, assinalando altas incidncias obiturias. A viagem a Campos do Jordo fez-se,desse modo, sem maior delonga, graas interferncia de amigos afeioados. (Cap. 2, pp. 22 a 24)

    9. A prece socorro nas horas difceis- Jovem, inexperiente e presa de tormentosas

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    incertezas, urea passou a enfrentar o primeiro grande testemunho de sua curta existncia, que a iriaamadurecer e despertar para as superiores finalidades da reencarnao. No imo, havia imensa frustrao,quase mgoa, pelo comportamento do esposo, que lhe ocultara o problema, sem conceder-lhe a opo de preservar a prpria sade, expondo-a a um contgio que, felizmente, no se consumou. Argos, na suaformao moral egosta, no conjecturara quanto ao sacrifcio que impunha pessoa a quem julgavaamar. No Sanatrio, ela procurou, contudo, amparar o esposo, logrando gerar simpatias e conquistar amizades que lhe seriam de relevante utilidade durante os transes futuros. Embora esprita, recolhia-sena capela do Hospital em homricos solilquios de prece, nos quais granjeava as foras necessrias paraenfrentar as penas morais e fsicas que a pungiam. E' que, alm da enfermidade do marido, urea viu-semuita vez assaltada por galanteios vulgares e assediada por pessoas levianas que equiparavam ocomportamento alheio ao seu prprio, de nvel moral inferior. No tendo a quem apresentar os conflitosque a dominavam, confiava no Cristo e recorria aos Bons Espritos, suplicando apoio e socorro para oesposo. Religiosas gentis, que atendiam os enfermos por amor a Jesus, compreendiam-na e, inspiradas,emulavam-na f, coragem, ao valor. Assim, quando foi avisada da necessidade irrevogvel da extra-o do pulmo direito de Argos, ela compreendeu que o momento decisivo se avizinhava. O mdicoexplicou-lhe a ocorrncia e os riscos. "O pulmo direito -- informou o tisiologista -- constitudo por trs lobos e, excepcionalmente, por quatro, o que no o caso do nosso doente. Os alvolos,encarregados da transformao do sangue venoso em arterial, graas presena do oxignio, em Argosencontram-se gravemente comprometidos, infestados pelos bastonetes de Koch, que os dilaceraram, produzindo as contnuas hemoptises. A tcnica do pneumotrax, que objetivava impedir as contnuashemorragias, no resultara positiva, em razo do avanado estado de desgaste do rgo. Somente aablao total da cmara pulmonar poderia ensejar um prolongamento de vida fsica, agravado o problema em razo da bilateralidade da infeco danosa." (Cap. 2, pp. 24 e 25)

    10. E' longa a noite de quem espera chorando- No lado esquerdo, explicara o especialista,ainda seria possvel deter o curso da doena, caso Argos suportasse a delicada cirurgia. "O tempo de vidado seu esposo -- completou o mdico -- mnimo e no h razo para delongar-se a cirurgia." No foifcil para urea tomar uma deciso, mas ela no se conteve e anuiu, aduzindo: "Que se faa tudo pelavontade de Deus", aps o que, como prorrompera em soluos, foi auxiliada por Madre Teresa de Jesus,que acompanhara o dilogo em frente s radiografias de aspecto lamentvel. Os destinos do jovem casalenfrentavam, assim, o seu momento de dor reparadora e debatiam-se no corpo, em luta de superao dasvicissitudes. Longa -- assevera Manoel P. de Miranda -- a noite da espera, e sem claridade a viglia dequem aguarda chorando. A conjuntura que surpreendeu os jovens nubentes era o desfecho de um drama

    que se arrastava pelo tempo, sem consumar-se ainda... Diante da sria terapia a ser aplicada em Argos, aequipe mdica no ocultava sua natural apreenso. A cirurgia levaria vrias horas e, vista dadebilidade orgnica do paciente, as ensanchas de recuperao faziam-se mnimas. Era, pois, perfeitamente previsvel o desenlace do enfermo no transcurso da interveno cirrgica que objetivavasalv-lo. (Cap. 2 e 3, pp. 25 a 27)

    11. A causa da doena estava no passado de Argos- Despertando da ao do forte anestsicoque lhe fora administrado -- em tais casos o Esprito encarnado atingido atravs dos delicadostecidosdo perisprito --, Argos observou, em esprito, a sala e as pessoas presentes, detectando a presena dosBenfeitores Espirituais que o amparavam naquele importante momento de sua vida. Demonstrava receioe aturdimento, mas, a pouco e pouco, sob o carinhoso concurso magntico dos benfeitores,conscientizou-se do que acontecia, identificando a presena de Irm Anglica, que dirigia o grupo decooperadores espirituais e era, de certo modo, fiadora da sua atual etapa reencarnatria. Ante aveneranda Entidade, que lhe abriu os braos acolhedores, Argos deixou-se vencer pelas lgrimas que lheirromperam espontneas. A amiga benvola o reconfortou com palavras de estmulo. Reassumindo a posio de equilbrio, apesar do temor que o sacudia de quando em quando -- efeito natural dassensaes que o perisprito experimentava durante a cirurgia e que eram transmitidas aos equipamentosdo Esprito --, Argos ouviu com ateno a abnegada irm. "Aqui estamos -- disse ela -- para um estudode intransfervel urgncia, no qual nos encontramos envolvidos..." Dito isto, ela chamou o irmoBernardo, que trazia na mo um material, pedindo-lhe explicasse o seu contedo. Era uma larga folha de papel com alguns grficos, que representavam o organograma do corpo de Argos, apontando a presenada tuberculose pulmonar, programada antes do bero, em razo dos compromissos negativos por eleadquiridos em reencarnao relativamente prxima, na Bomia, quando traioeiramente cravara umflorete na regio pulmonar de um desafeto. O crime ficara impune e ignorado, exceto da sua mente e daconscincia da vtima, que, nos estertores de sua agonia, entre golfadas sangneas e asfixia cruel, juraravingana. Omitindo detalhes e adiantando explicaes, Bernardo adiu esclarecimentos sobre a existncia posterior de Argos, que no fora to bem sucedida como seria de desejar, detendo-se na atual, cujo

    trmino estava previsto para aquele dia, com possibilidades de prosseguimento mediante generosamoratria, a depender das circunstncias que seriam, no momento, examinadas. Irm Anglica falou emseguida. "Atendendo aos teus anseios de renovao -- disse a Entidade --, no nos furtamos ao dever deinterferir em teu favor, junto aos programadores das reencarnaes, embora reconhecendo a

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    precariedade das tuas foras morais e emocionais... O passado de todos ns pesada carga que nemsempre conseguimos conduzir como seria de desejar. No raro, muitos reincios de atividades para aredeno culminam em agravamento de dbitos que somente as expiaes lenificadoras conseguemajustar mediante processos mais drsticos para o ser espiritual." (Cap. 3, pp. 28 a 30)

    12. Argos suplica pela moratria- "Prometeste lutar, na arena ntima, com todos os recursosao teu alcance", prosseguiu a Benfeitora. "Rogaste a claridade da f, a fim de que dispusesses dos valoresmais preciosos da vida, e anelaste pela presena de urea com quem devers marchar, de modo queambos cresam para Deus e para a superao de vs prprios. Esclarecido quanto gravidade daempresa, informaste que no medirias esforos e, recordado daqueles que ficariam na retaguarda,desejosos de te atingir, reuniste argumentos para demonstrar que o teu amor venceria o dio e o teusacrifcio superaria o orgulho, abrindo portas comunho fraternal. Advertido quanto aos convites insensatez e s veleidades, mediante amigos frvolos e invigilantes que te chegariam atravs doimpositivo dos reencontros, te dispuseste a abraar a cruz do trabalho, a usar a meditao para discernir e a prece para triunfar." Anglica informou, ento: "Chegamos ao momento decisivo da primeira etapado teu programa de ascenso. O amor escasso no te facultou evitar o agravamento da enfermidadecrmica e a cirurgia se te imps como medida recuperadora... A partir de ento, maior soma de aflio edesconforto te chegar, para que no olvides compromissos que te cumpre desenvolver. A dor ser o teusinal de libertao e a deficincia orgnica te constituir um motivo para vinculares-te a ns outros,deixando-te sustentar nos tentames da elevao espiritual". E finalizou, explicando que a vida deledependeria de suas aes e do seu estado mental. Amigos queridos se prontificaram a auxili-lo, masdependeria somente dele a vitria. Argos no cabia em si de angstia e expectativa, porque, enquantoouvia os conceitos enrgicos, embora enunciados com brandura,recordava-se dos naturais problemasque o assinalavam eevocava os srios insucessos em que j tombara. Mesmo assim, rogou Benfeitoraamiga lhe concedesse o prosseguimento na luta terrena. Encontrara a Doutrina Esprita, compreendia aimportncia e a finalidade da reencarnao, sabia dos benefcios da dor e, por isso, no desejava sade,nem posio de destaque, mas, sim, que no lhe fossem regateados testemunhos que lhe curvassem acerviz, nem frustraes que o concitassem reflexo, anelando pelo servio de Jesus, a que seconsagraria... (Cap. 3, pp. 30 e 31)

    13. O pedido de Argos deferido- Em seu pedido, Argos confessou ter reencontrado urea,que lhe acenava esperana e em quem desejava localizar refgio e paz na afetividade. "Agora que a vidame faculta ver melhor e entender os meus prprios erros -- asseverou Argos --, bendiria prosseguir no

    corpo, limitado que seja, o qual transformarei num santurio... Se a paternidade me honrar as horas,terei alcanado o momento mximo e no trepidarei em imolar-me, superando-me em dedicao aoCristo Libertador..." Dominado pela emoo, ele no pde prosseguir e Anglica, ento, lhe respondeu:"O livre arbtrio, meu filho, responde pelo crescimento do Esprito, desde que no interfira nodeterminismo das Leis Soberanas, tanto quanto estas no se impem sobre aquele, em violncia deao... Ters o teu pedido deferido pelos Maiores da Espiritualidade e novo reforo de energia te seraplicado ainda hoje, noite, quando passem estas horas de traumatismo orgnico. No acreditamos quea paternidade sangnea esteja nos planos atuais, no obstante, outros filhos necessitados de socorro,quanto tu deles, para o teu prprio bem, te chegaro como aves tombadas do ninho, anelando por carinho e esclarecimento, educao e amor, em cuja tarefa urea igualmente est incursa, e que no pode ser postergada, nem deixada margem, indiferena ou ao desprezo... Cuidado, porm, meu filho, porquanto muito se pedir a quem muito for dado' , conforme a recomendao de Jesus. No te seroregateados os socorros, todavia, esperamos que saibas corresponder aos juros, porque os dias de borrascairrompem sem aviso prvio e durante a aparente sade que a doena se insinua, desencadeando o seusucessivo movimento de desgaste e aflio". Argos, amparado por Bernardo, adormeceu e a cirurgia prosseguiu, com a extirpao da cmara pulmonar que apresentava os singulares danos produzidos pelo bacilo de Koch. (Cap. 3, pp. 31 a 33)

    14.Antigo mdico paulista auxilia na cirurgia- Dr. Vasconcelos, o mdico que operou Argos,era um verdadeiro cristo, embora desrotulado e sem qualquer compromisso direto com a f. Seutirocnio intelectual rebelava-se contra os dogmas que lhe feriam a razo, e a aceitao bblica, pura esimples, agredia-lhe a lucidez cultural. Resolvera, por isso, desligar-se dos grilhes tradicionais e crer segundo suas prprias concepes. Admitia Deus e a indestrutibilidade da vida, e isso lhe bastava paraestruturar uma conduta digna, fiel ao juramento de Hipcrates, cujo contedo vivia. Essa forma de ser granjeara-lhe excelentes amigos e tornara-o dctil inspirao dos Bons Espritos. Embora nocostumasse orar, reflexionava sempre sobre a vida e seus intrincados e complexos mecanismos, o queno deixava de ser uma forma especial de ligar-se com as Fontes Divinas. Considerando o paciente como

    um ser necessitado de amor, no se permitira profissionalizar, a ponto de ficar indiferente ante os problemas daqueles que lhe recebiam os servios. Com tal disposio interior e sensibilizado pelo dramade Argos, fez-se instrumento malevel ajuda de dedicados mdicos desencarnados que atuam ao ladode facultativos dignos, contribuindo para os resultados exitosos dos seus tentames. Irm Anglica

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    providenciou a cooperao de antigo mdico paulista, que estudara a tuberculose oferecendo umexpressivo contributo no trato da doena. Dr. Arnaldo Lustoza, em esprito, conseguiu manter com ocolega encarnado uma perfeita identificao, o que redundou em sucesso a tcnica de extirpao pulmonar. A mediunidade, inconscientemente exercida na Terra, funciona em escala ampla e contnua,muito mais do que se pensa ou do que notam as criaturas. Omundo mental , constitudo de ondas que semovimentam em faixas vibratrias especficas, faculta a sintonia daquelas outras da mesma freqncia,facilitando a identificao entre as criaturas, no mundo fsico, destas com os desencarnados e entre estesltimos. Durante a cirurgia, houve momentos em que dificilmente se poderia distinguir quem operavaArgos: se o Esprito do Dr. Arnaldo ou se o abenoado Dr. Vasconcelos, ambos em perfeita unio mentale em atos bem coordenados. (Cap. 4, pp. 34 e 35)

    15. O caso do senhor de escravos- Concluda a cirurgia, Dr. Arnaldo informou Mentora quetudo fora realizado conforme o programa adredemente estabelecido e que asmatrizes perispirituais que propiciaram a irrupo e virulncia da enfermidade foram, por sua vez, igualmente reequilibradas, notranscurso da cirurgia. Manoel P. de Miranda pde verificar mais uma vez a excelncia do amor e asabedoria dos desgnios superiores. Mdicos e enfermeiros, assistentes sociais e voluntrios, bem comoreligiosos dedicados que se entregam a tarefas sacrificiais em Sanatrios que lidam com hansenianos,tuberculosos e portadores de outras baciloses violentas, sem que o contato demorado com os enfermoslhes cause qualquer contgio, adquirem resistncias imunolgicas, enquanto outros, que no convivemcom portadores de inumerveis molstias, fazem-se de um momento para outro vtimas de vigorosasdoenas que lhes exterminam o corpo, em razo de se encontrarem nomapa crmico de cada um ascondies propiciatrias para que se lhes manifestem os males que merecem ou de que necessitam, emrazo dos delitos praticados. Movimentando-se no Sanatrio com o Dr. Arnaldo, Philomeno pdeexaminar detidamente alguns enfermos. Um deles, senhor de meia idade, debatia-se sob hemoptiseexpressiva. Dr. Arnaldo resumiu o caso. O paciente fora antigo senhor de escravos, que se comprazia emfazer justia com as prprias mos e houvera afogado, pessoalmente, diversos infelizes que lhe caramsob o jugo, nas guas do rio Paraba. Expiando seus erros atravs da enfermidade, sofria o doente, almdisso, a presso de alguns inimigos mais diretos que no conseguiram perdo-lo, apesar de transcorridosquase cento e oitenta anos desde que deixou a carcaa carnal pela ltima vez na Terra. A seu lado, umanobre Entidade procurava amparar o enfermo e falar com bondade com o adversrio, que se locupletavanas emanaes do sangue que a vtima expelia aos borbotes. A Entidade fora genitora do infeliz perseguidor e, nessa condio, haviam sido vendidos ao fazendeiro, que os separou colrico, no primeiro dia, objetivando maltrat-los pelo simples prazer de os atormentar. Calejada no eito da

    escravido, a me suportou a prova, mas o filho, que contava menos de dezoito anos, disps-se vingana e tramou uma conspirao, que foi denunciada, vindo a cair na prpria armadilha. (Cap. 4, pp.36 e 37)

    16. A razo dos tormentos do doente- Passara-se menos de um ano que o jovem escravo seencontrava na fazenda, mas a punio do impiedoso amo foi terrvel. O fazendeiro mandou prend-lo aomouro e determinou que se lhe buscasse a me, que servia ento em terras prximas. Diante da sofridamulher, o rapaz foi chibateado at desmaiar e, em cada desfalecimento, lhe era aplicada gua comsalmoura nas carnes rasgadas, findo o que, quando todas as suas foras se haviam esvado, procedeu-se aseu afogamento. A genitora, vencendo porm as prprias dores, conseguiu perdoar, na certeza ntima deque deveria haver razes para tantos sofrimentos. Quase dois sculos depois, ei-los reunidos novamenteno Sanatrio, embora em situaes inteiramente diferentes: o antigo algoz sofria a sandice que se permitiu; o filho enlouquecido procurava vingar-se, e a genitora se esforava por alcan-lo e libert-lodo terrvel e injustificado desforo. Dr. Arnaldo explicou, ento, que o enfermo no demoraria muito adesencarnar, acentuando que a nobre mulher, por amor, conseguiria diminuir a carga de dio nutrido pelo filho, recambiando-o renovao, atravs do renascimento carnal futuro, com o que se quebraria ocrculo vicioso das contnuas desgraas. Como Philomeno havia imaginado, a valorosa mulher j possuaaltos crditos por ocasio de sua existncia como escrava, pois aceitara tal condio, a seu pedido, pararessarcir antigo dbito e ajudar, assim, o filho, que fora a causa do deslize em que ela se comprometeraem existncia anterior. (Cap. 4, pp. 37 a 39)

    2a. REUNIO

    (Fonte: captulos 5 a 9.)

    1. Prepara-se a moratria - O ps-operatrio de Argos foi dolorido. Do Centro Cirrgico foiconduzido Unidade de Terapia Intensiva, possibilitando a urea retornar ao lar onde se hospedava, para um necessrio repouso. Na hora aprazada, Manoel P. de Miranda reuniu-se ao grupo espiritual quese encarregaria de proporcionar ao enfermo os recursos para a moratria. Argos encontrava-se, em

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    esprito, imanado ao corpo, igualmente entorpecido pelos fortes anestsicos. Irm Anglica aplicou-lhe passes longitudinais, detendo-se mais na regio do epigstrio e, em poucos segundos, ele seexteriorizava, denotando as sensaes traumatizantes que a cirurgia operara no corpo. Com uso da vo-lio, o grupo conduziu Argos a uma instituio localizada na esfera espiritual. Argos, amparado por Dr.Arnaldo e pelo tcnico de passes, no se deu conta da ocorrncia. O grupo dirigiu-se a uma ampla eagradvel sala onde no havia a monotonia das linhas arquitetnicas nem os instrumentais hospitalaresda Terra. Havia ali uma mesa cirrgica e alguns aparelhos que Philomeno desconhecia, e janelas laterais permitiam a entrada do ar balsmico da Natureza, em suaves e contnuas lufadas. Colocado o enfermosobre a mesa, Irm Anglica fez as apresentaes. (Cap. 5, pp. 40 e 41)

    2. A tcnica de sobre-vida- O diretor da Clnica era um lutador abnegado que ali se radicarafazia mais de trinta anos e que fora, na Terra, dedicado estudioso das cirurgias cardacas em campoaberto, o que constitua, na poca, verdadeira temeridade. O Dr. Froebel explicou a tcnica da sobrevida."Iremos -- informou o mdico -- retirar o tnus vital que degenera em Argos, predispondo-o desencarnao e o faremos ser absorvido pelo pulmotor onde j depositamos regular quantidade de maa- prana ou energia superior e de vitalidade extrada dos vegetais terrestres. Na parte superior interna etransparente da mquina sero misturadas, sob a ao de uma pequena bomba encarregada de fazer aoxigenao da substncia fludica." (N.R.: A expresso maaprana, de origem snscrita, significa energia proveniente de Brama. Segundo a tradio bramanista, de sua atuao com a acaxa, ou substncia, d-seorigem pracrite, ou matria.) O diretor explicou, em seguida, que fora providenciado um doador encarnado, porque, no caso em tela, fazia-se necessrio tambm o fluido humano e, tal como acontecenos trabalhos de transfuso de sangue, em que a identidade dos tipos condio indispensvel, ali o princpio era o mesmo... "Um antigo amigo de Argos -- informou o mdico --, que o acompanha desde oapelo do Sol de Assis aos coraes terrenos, tentando conduzir os homens a Jesus, ser o tipo ideal para otentame, ainda mais considerando que este, exercendo a mediunidade, est de certo modo maisadestrado em labores do nosso lado." Ele se referia ao irmo Venceslau, que se reencarnara com tarefasdefinidas na seara esprita. Dr. Froebel pediu Irm Anglica que orasse, suplicando o divino beneplcito para o trabalho a iniciar-se. Foram introduzidos dois cateteres no brao direito de Argos, quese ligavam ao pulmotor. De imediato, viu-se que saa uma substncia pardo-acinzentada para o interior da mquina. O mdico fechou pequena vlvula, interrompendo o fluxo. Um outro cateter foi ligado doaparelho ao brao esquerdo do enfermo, por onde deveria retornar a energia purificada. (Cap. 5, pp. 42 e43)

    3. A transfuso garante mais cinco anos a Argos- A seguir, uma das enfermeiras fez umaterceira ligao, desta vez na artria do brao esquerdo de Venceslau, que deveria doar determinada dosede tnus vital. A Irm Anglica acompanhava o delicado servio de sobrevida numa postura de confianae tranqilidade. A um sinal do diretor cirrgico, foram abertas as pequenas vlvulas. A energia de Argos penetrava no depsito de maaprana e clorofila, ao mesmo tempo em que do mdium Venceslau o tonovital chegava parte inferior do pulmotor, que uma pequena bomba impelia para cima de modo aconfundir-se com a substncia em renovao, sendo em seguida transferida para o paciente pelo cateter do brao esquerdo. A operao transcorreu num prazo de trinta minutos, aproximadamente. Desde o primeiro momento da transfuso de fora vital, Argos comeou a dar sinais de menos desconforto. Suarespirao normalizara-se e, ao terminar, j apresentava a face rosada da sade em retorno."Acreditamos -- explicou o cirurgio -- que ele dispor de energia para um quinqunio, aproxi-madamente, quando, segundo as suas conquistas, poder receber nova dose ou interromper-se-lhe aestada no domiclio carnal..." Retirados os cateteres, Venceslau recebeu passes de revigoramentoaplicados por Bernardo, que lhe recomendou repousasse para o refazimento necessrio, fazendo-oadormecer. Argos permaneceu na Clnica espiritual at as 6 da manh, sendo ento recambiado aocorpo. Quando o mdico terreno veio examin-lo mais tarde, ficou surpreso com o resultado da operaoe no ocultou seu contentamento, que transmitiu a urea. Se nada se modificasse, em breve Argosestaria restabelecido, disse-lhe o facultativo. A jovem no pde sopitar as lgrimas e recorreu orao degraas. Atendendo a pergunta de Philomeno a respeito das ocorrncias da noite, Irm Anglica explicouque Venceslau teria a recordao de um sonho bom, em que se sentira impelido ao socorro a um amigo;quanto a Argos, nenhuma lembrana lhe ficaria, em razo do estado de inconscincia em que per-maneceu. (Cap. 5, pp. 44 e 45)

    4. O dbito segue sempre o endividado- Valendo-se da oportunidade de compreender melhor os fatos atinentes ao caso Argos, Manoel P. de Miranda perguntou Irm Anglica se a enfermidade doesposo de urea resultara da ao obsessiva de seus adversrios desencarnados. A Instrutora, antes deresponder diretamente pergunta, explicou que todos ns somos o resultado das experincias adquiridas

    pela vivncia no campo da evoluo. H uma larga estrada que ficou para trs e h um imenso caminhoa percorrer, mas ningum logra avanar com xito se no rompe as cadeias com a retaguarda, na qualesto as marcas do nosso trnsito. Para conseguir o que nos aprazia, no trepidvamos em ferir, chocar,destruir, infelicitar. Renovando a paisagem mental, mas com as almas mutiladas pelos delitos praticados,

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    mudamos a forma de pensar, mas no a de agir. Muitos se reencarnam olvidando aqueles que lhes pa-deceram a impiedade, e arrojam-se em novas aventuras constrangedoras. Assim, defrontamos criaturasdistradas que esperam receber sem dar; que contam com o perdo para suas faltas, mas no perdoam;que esperam carinho, e no gostam de o retribuir; que admiram o trabalho, desde que no se dediquem aele; que teorizam sobre muita coisa, no indo alm do verbalismo... Desse modo, iludem-se mas noconvencem a ningum. Irm Anglica informou ento que Argos deixou no passado gravescompromissos, mas, desejando, honestamente, crescer para o Bem, granjeou a oportunidade que vinhadesfrutando e que agora se lhe alongava promissora... Ele fora advertido, no entanto, quanto ao naturalimpositivo de que, aonde vai o endividado, o dbito vai com ele, do mesmo modo que a sombraacompanha o corpo que a projeta. (Cap. 6, pp. 46 e 47)

    5. E' rara a doena que no tenha componente espiritual- Ciente de que seus adversrios do pretrito estariam prximos, cabia a Argos desenvolver um srio programa de iluminao interior apoiado na ao honesta, sem disfarces nem pieguismos, a fim de ressarcir erros e comprovar aosinimigos espirituais a autenticidade de propsitos na sua mudana de comportamento, com o queconseguiria a modificao interior de uns e o perdo de outros. Os atos infelizes, deliberadamente prati-cados, em razo da fora mental de que necessitam, destroem os tecidos sutis do perisprito, os quais,ressentindo-se do desconcerto, deixaro matrizes na futura forma fsica, em que se manifestaro as defi-cincias purificadoras. A queda do tom vibratrio especfico permitir , ento, que os envolvidos no fato,no tempo e no espao, prximos ou no, se vinculem pelo processo de uma sintonia automtica de queno se furtaro. Estabelecem-se a as enfermidades de qualquer porte. Os fatores imunolgicos doorganismo, padecendo a disritmia vibratria que os envolve, so vencidos por bactrias, vrus e toda asorte de micrbios patognicos que logo se desenvolvem, dando gnese s doenas fsicas. Por sua vez,na rea mental, os conflitos, as mgoas, os dios acerbos, as ambies tresvariadas e os tormentososdelitos ocultos, quando da reencarnao, por estarem nsitos no Esprito endividado, respondem pelasdistonias psquicas e alienaes mais variadas. Acrescente-se a isso a presena dos cobradoresdesencarnados, cuja ao mental encontra perfeito acoplamento na paisagem psicolgica daqueles aquem perseguem, e teremos instalada a constrio obsessiva. Eis porque rara a enfermidade que noconte com a presena de um componente espiritual, quando no seja diretamente o seu efeito. Corpo emente refletem a realidade espiritual de cada criatura. "Argos -- informou Anglica -- reencarnou com aregio pulmonar descompensada, em face do srio comprometimento no qual se enleou, ao mesmotempo com a mente aturdida, lutando contra o ressumar das reminiscncias que, de quando em quando,o assaltam e a conscincia que tem daquilo que lhe cumpre realizar." "Podemos afirmar que o

    desencadear da sua enfermidade se deveu a fatores fisiolgicos, mas foi precipitado pela ao pertinaz decompanheiros desencarnados", esclareceu a Benfeitora, aditando que h enfermidades cujos fatores propiciatrios so bem conhecidos, ao lado de outras em que os enfermos absorvem fluidos desarmo-nizados e destrutivos de Espritos desencarnados com os quais se vinculam, dando campo a uma sintoniavigorosa que permite a transmisso das sensaes e dores e que, se no atendidas em tempo, convertem-se em enfermidades reais. Trata-se de verdadeiros fenmenos de incorporao, qual ocorre na psicofoniaatormentada e consciente, e isso mais habitual do que se imagina. "Somente quando o homem se der conta da finalidade da vida, na Terra, e procurar modificar as suas atitudes -- asseverou Anglica --, que se renovar a paisagem que, por enquanto, se lhe faz campo de conquistas ao peso da dor e daamargura, j que lhe no apraz ainda crescer pelo amor, nem pelo servio do dever para com o Bem."(Cap. 6, pp. 48 a 50)

    6. O caso Ruth Maria, a gestante enferma- Philomeno foi convidado por Dr. ArnaldoLustoza a assistir, no centro cirrgico, a uma ocorrncia de grave significao. Uma jovem deaproximadamente vinte e cinco anos de idade, seriamente vencida pela tuberculose, encontrava-se emtrabalho de parto. Seu estado de deperecimento era visvel e tudo indicava que a jovem no teriaresistncia para a dlivrance. Tratava-se de Ruth Maria, que vinha de um passado espiritual marcado por extravagncias na rea sexual e por abusos outros. Cedo experimentou a constrio pertinaz de algumadas suas vtimas, especialmente de um ex-companheiro vilmente trado e apunhalado, enquanto dormia,num simulacro que ela preparou para dar idia de latrocnio. O crime passara despercebido, mas noficou esquecido por aquele que o sofreu. Desperto no alm-tmulo, Francis buscou-a para o desforo,incendiado pelo dio. Embora a tenha reencontrado no corpo fsico, esperou que ela retornasse vidaespiritual, onde, em pugna com outros adversrios da invigilante, dilapidou-a por mais de trinta anos,em vampirizao impiedosa e punies outras que a exauriram. Recambiada reencarnao, semqualquer ttulo de enobrecimento, que desperdiara nos vcios e no gozo de uma vida frvola e dourada,foi recebida com desagrado por antiga companheira de dissipaes, ora habitando numa favela, que selhe tornou me carnal, desprezvel e indiferente, relegando-a a uma Casa de Caridade, onde foi deixada

    porta, nos primeiros meses do novo corpo. Nesse Lar, desde cedo Ruth Maria revelou-se uma crianafrgil, silenciosa, ensimesmada, que sofria as reminiscncias inconscientes do padecimento nas regiesmais infelizes da erraticidade. Seus inimigos no a deixaram, perturbando-lhe o sistema nervoso e tor-nando-a agressiva por ocasio da puberdade, o que degenerava num clima de antipatia e desagrado por

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    parte daqueles que surgiram no seu caminho na condio de benfeitores e amigos. (Cap. 7, pp. 51 a 53)

    7. Na obra do bem no se deve desistir nunca- Ruth Maria, em razo do mau uso dainteligncia na vida passada, viera assinalada por dificuldades de raciocnio e de memorizao, emborano chegasse a ser uma retardada mental. Mesmo assim, adaptou-se aprendizagem artesanal, reve-lando aptido para a costura, com o que se preparou para viver fora daquele Abrigo, quando alcanasse amaioridade. Atormentada pelas lembranas inditosas e pela presena dos inimigos, tornou-se entomotivo de constrangimento na Instituio, levando os trabalhadores da Casa a anelarem pelo seudesligamento logo que atingisse a idade-limite. Dr. Arnaldo aproveitou o ensejo para asseverar que nasCasas de Beneficncia o trabalho bno maior para aqueles que o desenvolvem. Muitas vezes, essescompanheiros caem em desnimo diante dos resultados, s vezes decepcionantes, bem diferentes do queesperavam. Esforam-se, esfalfam-se; no entanto, os beneficirios, salvo raras excees, tornam-seexigentes, ingratos e difamadores, assumindo atitudes que insuflam revolta e malquerena. "Ouvimos pessoas dedicadas ao bem -- informou Dr. Arnaldo -- formulando doridas interrogaes sobre suas possveis falhas e fracassos, impelidas desistncia por falta do estmulo daqueles que so ou foramsocorridos pela sua dedicao e renncia. Sucede que os doadores de hoje so os usurpadores de ontemem recuperao; anteriores servidores desastrados, ora honestamente arrependidos, fruem de paz com afeliz oportunidade de realizao; formam os grupos de obreiros que despertaram para servir, antes que para receber, j que no devem guardar qualquer mgoa diante da ingratido ou da ofensa dos seus pupilos transitrios, mais se aprimorando, lapidando as arestas morais e crescendo para Deus mediante otrabalho libertador." No devem, por isso, desanimar, nem desistir jamais. Na prece, na meditao, naleitura edificante e nos exemplos dos heris de todos os matizes encontraro fora e inspirao para prosseguirem, adquirindo o salrio da harmonia de conscincia pelo dever retamente cumprido,seguindo os passos do Doador no compreendido, o Mestre Jesus... Como a parturiente gemia e chorava,Dr. Arnaldo, enquanto Philomeno orava, aplicou-lhe recursos magnticos, atravs de passes circulares elogo depois longitudinais. Ruth Maria, com o esforo despendido, fazia-se visitada pela pertinazhemoptise, que mais a debilitava, e a equipe mdica, apreensiva, aguardava a reao positiva do prprioorganismo. (Cap. 7, pp. 53 e 54)

    8. No ventre de Ruth estava Francis, o verdugo- Dr. Arnaldo explicou que Ruth Maria, aosair do Lar amigo para trabalhar como costureira numa casa especializada, no deixou afetos que a pudessem acompanhar no futuro. Passando a enfrentar o mundo em toda a sua abertura e agressividade,as suas antigas inclinaes, estimuladas por Francis, que a perseguia, foram tomando-a e fazendo-a

    derrapar em abusos que se encarregaram de traz-la ao Sanatrio. A princpio era o desejo de um cigarroinocente ou de um aperitivo sem conseqncia, para depois instalar-se nela uma volpia obsessiva pelotabagismo e pelo alcoolismo em altas doses, que lhe sacrificaram o organismo, j bastante enfraquecido.Simultaneamente, caiu nas armadilhas brutais do sexo sem amor, completando-se o quadro do seuautocdio a largo prazo, com o que se compraziam os verdugos da sua paz, os quais, conhecedores dealgumas tcnicas de subjugao e de suas preferncias, passaram a obsidi-la fisicamente, despertando-lhe insofrevel prazer pelo fumo e pelo lcool, ao mesmo tempo em que, comprimindo-lhe a genitlia,em especial os ovrios, desequilibraram-lhe a funo sexual. Perturbado pelo dio e enceguecido pelavingana, Francis foi assimilando as descargas das sensaes que a vtima experimentava na usana dosexo em desconcerto e, em face de sua ligao continuada, foi-se-lhe alojando na madre, sofrendo,inconsciente, um processo de transformao perispiritual como si acontecer nos mecanismos dareencarnao. E' que o ser obsidente termina, pela insnia que cultiva, sendo vtima das ciladas esofrendo-lhe os efeitos. Resultado: Ruth Maria engravidou e, como bvio, ali estava o perseguidor-mor atado a sua vtima... Recolhida ao Sanatrio com dois meses de gestao, em deplorvel estado e nacondio de indigente, Ruth recebia ali toda a assistncia que o caso requeria, embora fosse previsvel oabortamento natural, o que acabou no ocorrendo, por mais que ela o desejasse. (Nesse momento, duasEntidades amigas se acercaram da paciente. Uma delas fora me de Ruth por diversas vezes.) A gestantedeveria desencarnar de imediato, explicou Dr. Arnaldo, devido dupla perda de sangue, pelo parto e pela via oral, o que tornaria a parada cardaca iminente. O filho, porm, sobreviveria, rompendo-se acadeia da obsesso pertinaz, visto que o arrependimento e a esperana se instalavam na mente e nosentimento de Ruth, que, diante dos ltimos padecimentos mais vigorosos experimentados no Sanatrio, passou a recordar-se das lies ouvidas no Abrigo onde fora criada, permitindo germinassem assementes da f ali depositadas com carinho. (Cap. 7, pp. 54 a 56)

    9. Ruth Maria d luz o beb, e morre- Ruth Maria ficaria, assim, liberada por um largo perodo dos demais inimigos, at que refizesse suas foras para posterior ajuste atravs do amor e da benevolncia, que dispem de inesgotveis recursos para o equilbrio dos desajustes e dissabores que

    propiciam desdita. Francis voltava, ento, a respirar na atmosfera terrestre num corpo concedido por aquela a quem muito amou e tanto odiou... Logo que o beb foi expelido do tero materno, ocorreu a pa-rada cardaca e Ruth comeou a desligar-se do corpo, mergulhada em sono inquieto, inconsciente daocorrncia. "As sementes da insensatez -- disse Dr. Arnaldo -- reproduzem-se sempre em modalidades

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    diferentes, at que a ordem, a temperana e a ao profcua lhes erradiquem a cultura perniciosa nascriaturas. Eis porque, a todos aqueles a quem atendia, Jesus jamais deixou de admoestar quanto aos atosfuturos, impondo-lhes como condio de paz, de permanncia da sade, que no voltassem a pecar, co-metendo atentados contra o equilbrio prprio, ou do prximo, ou da Vida." O mdico desencarnadoreportou-se em seguida a dois casos mencionados pelo Evangelista Marcos relativamente ao de Jesusna cura de um mudo endemoninhado que, expulso o Esprito que o atormentava, passou a falar, e de umoutro que, sob a ao obsessiva, estava cego e mudo. Aps curado por Jesus, ele passou a falar e a ver.Epilepsia, paralisia das pernas, hidropisia, deformao orgnica, surdez sob ao espiritual enfermiareceberam do Mestre a cura, mediante o afastamento do fator causal -- o Esprito obsessor. "Quando osestudiosos dos fenmenos paranormais melhor penetrarem nos intrincados mecanismos das causasmorais que regem a vida -- acrescentou Dr. Arnaldo --, mais facilmente elucidaro os graves problemasna rea da sade, quer fsica, quer mental, compreendendo que, no Esprito, se encontram as chaves para solucionar-se os aparentes enigmas do comportamento e da vida humana." "Pelos hbitos mentais emorais, pela ao, o homem rene os valores para a paz ou elabora os grilhes a que se prende por tempo indefinido." Philomeno emocionou-se com tais ensinamentos, porque esclareciam dvidas por eletrazidas da Terra acerca do valor da fluidoterapia no tratamento das enfermos portadores das chamadasdoenas fantasmas. (Cap. 7, pp. 57 e 58)

    10. Argos levado a uma reunio na esfera espiritual- Cada paciente do Sanatrio -- dizPhilomeno -- era um quadro clnico de particulares caractersticas do ponto de vista espiritual, no qualressaltava, genericamente, o desconcerto que promovera contra as Leis, resultante da prpria incriaante as d divas superiores da vida, que a todos so concedidas em carter de igualdade. A bondade efirmeza do Dr. Arnaldo Lustoza revelavam um companheiro conhecedor da alma humana, em face daacuidade ante os problemas dos internados e da sabedoria com que comentava os aspectos negativos decada caso, deixando sempre perceber-se os fatores positivos ao alcance de todos, nem semprenecessariamente aproveitados. Dias aps a cirurgia de Argos, o amigo comunicou a Philomeno que fora programada uma reunio especial para a equipe sob a direo de Irm Anglica, ocasio em que esta-riam presentes diversos amigos encarnados vinculados, direta ou indiretamente, ao processo evolutivo do paciente. hora estabelecida, Bernardo e mais dois auxiliares de enfermagem da esfera espiritual foram buscar Argos, desdobrando-o parcialmente durante o sono, a fim de o conduzirem ao local do encontro,situado na mesma regio onde se realizara a incurso teraputica de prolongamento da existncia fsicado jovem recm-operado. Philomeno pde, ento, verificar melhor o lugar, onde se podia aspirar umaatmosfera renovadora e balsmica, saturada de energia rarefeita, que propiciava excelente disposio

    ntima, muito diferente da saturao que experimentamos na esfera terrestre. O recinto, decaractersticas arquitetnicas delicadas, recordava os antigos anfiteatros greco-romanos, com sua formasemicircular e a parte centro-frontal elevada em pequeno plano quadrangular, onde ficavam osencarregados dos esclarecimentos e das prelees. (Cap. 8, pp. 59 a 61)

    11. A palestra de Irm Anglica- Os encarnados presentes destacavam-se, de algum modo,em razo da aparente anestesia que lhes amortecia a movimentao espontnea bem como a lucidezespiritual. Acompanhados por seus Instrutores, misturavam-se a desencarnados mais lcidos e a outrosEspritos que deveriam reencarnar em breve. urea tambm ali estava e formava com Argos, Philomenoe Dr. Arnaldo um grupo no qual se reuniam diversos companheiros encarnados vinculados ao casal.Aproximadamente, duzentas Entidades dos dois planos da vida ali se encontravam, e Irm Anglica,vestindo uma toga romana, banhada de safirina claridade, presidia mesa diretora, assessorada por duas belas jovens e dois venerandos ancios, um deles o Irmo Hber, responsvel pela Colnia, queadministrava aquele ncleo de refazimento fazia mais de oitenta anos. Depois da prece e das saudaes atodos, a abnegada Instrutora dissertou com suave e inconfundvel tom de voz: "Agradeamos ao Pai aconcesso bendita do retorno carne, amanh ou depois, oferenda que nem todos sabemos valorizar conforme seria de esperar-se. Muitos dos que so aquinhoados com o renascimento no corpo carnalacreditam-se punidos, arrojados a um exlio que dizem no merecer, ou se sentem esquecidos em processos expurgatoriais a que no fazem jus. Incontveis outros, ao se recolherem num corpo material,anestesiam os centros das lembranas e, propositalmente, deixando-se enlouquecer pelos prazeres maisgrosseiros, desligam-se dos compromissos aqui firmados, comprometendo-se mais dolorosamente efazendo a viagem de retorno em lamentvel estado de decomposio emocional quanto de perturbaointerior. Outros tantos, recordando-se dos locais purificadores onde estagiaram, na Erraticidade,entregam-se ao pessimismo e depresso, sem abrirem clareira esperana ou espao mental libertao de si mesmos. No faltam aqueles que se reencontram com amigos e desafetos antigos, a fimde santificarem a afeio, todavia, derrapam em delitos do amor que se corrompe ou, ao invs dereconquistarem pela ternura, luarizados pelo perdo, aqueles que se afastaram, agasalhando

    animosidade e rancor, aferram-se ao egosmo e ressuscitam, inconscientemente, as mgoas, piorando asituao que deveriam superar pela conquista de ttulos de enobrecimento, mediante os quais ampliariamos crculos da amizade fraternal..." (Cap. 8, pp. 61 a 63)

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    12. A reencarnao ao longo da Histria- Continuando a palestra, Irm Anglica lembrouque poucos Espritos valorizam devidamente a oportunidade da reencarnao, renunciando aos convitesfascinantes da degenerao moral, que produz prazer por um momento, mas depois traz arrependimentoe amargura... A vitria contra as vicissitudes est, no entanto, ao alcance de todos aqueles que seempenham honestamente por conquist-la. No se espera, evidentemente, que os candidatos pazvenham compor comunidades estreis de orao vazia ou individualidades alienadas do contexto social."Todos esperamos e envidamos esforos -- disse a Instrutora -- para que no se esqueam, isto sim, dafinalidade do recomeo, que tem objetivos especficos, quais os de amoldar a personalidade sengrenagens do progresso moral e manter-se a individualidade voltada para o aspecto imortalista,conquistando conhecimentos e sentimentos lavrados nas realizaes enobrecedoras, que so de fcilidentificao. O trabalho edificante bem direcionado; o culto do dever, conscientemente realizado; a in-tegrao numa tica otimista qual a evanglica, constituem metodologias de aprimoramento, em cujaaplicao pessoal ningum fracassa..." Feita breve pausa, Irm Anglica informou: "A reencarnaorepresenta uma das revelaes mais antigas de que a Humanidade terrestre tem conhecimento. Krishna,na antiqussima ndia; Hermes, no remoto Egito; Lau-Tseu, na velhssima China, herdaram das culturasancestrais desaparecidas o conhecimento da palingenesia e transmitiram s Escolas Esotricas e aosTemplrios das civilizaes orientais a informao salutar dos renascimentos, armando os homens comos recursos hbeis para o xito durante a vilegiatura humana, preparatria para a libertao do Esprito,aps os compromissos realizados... Scrates, na Grcia; Jesus, em Israel, confirmando os ensinosessnios; Buda, tambm na ndia; Pitgoras, em Crotona; os druidas, nas Glias, e outros missionriosquais Plotino, Porfrio, Orgenes, Tertuliano, no Cristianismo primitivo, confirmaram este formosomecanismo de crescimento para Deus, conclamando os homens luta e liberdade do mal que neles sedemora, a fim de lograrem o bem que os aguarda". A Instrutora referiu-se, em seguida, aos estudos deAllan Kardec a respeito da reencarnao e aos que, arraigados ao conceito nadasta da vida e descrena, elaboram sistemas e sofismas com que perturbam as mentes mais fracas e inquietam um bomnmero de pessoas no estruturadas pelo estudo e pela meditao dessa verdade. (Cap. 8, pp. 63 e 64)

    13. A reencarnao pertence ao rol das verdades eternas- Considerando que realmente hverdades e verdades, que existem e pululam em toda parte, Irm Anglica ponderou: "Indubitavelmente,h verdades que surgem e ressurgem periodicamente, conforme a estratificao cultural dos povos e dossculos, desaparecendo e renascendo em roupagens novas, no entanto, apresentando sempre a mesmaestrutura. E' o caso da reencarnao, que em cada perodo ressuma daquele que lhe anterior, emcomposio compatvel com o conhecimento vigente, trazendo no seu bojo as mesmas afirmaes e

    advertncias ticas, numa abordagem de consequncias morais, com o objetivo de promover e felicitar aVida, o homem. Seja nas assertivas das remotas revelaes ocorridas nos santu rios dos povos do passado, seja na eloquncia de Jesus e Allan Kardec ou nas concluses dos modernos estudiosos daParapsicologia e da Psicotrnica que, no obstante nomearem o fenmeno do renascimento carnal doEsprito com designaes novas, tais "memria extra-cerebral", "bloco energtico sobrevivente", "campode vida", para explicarem a constatao do retorno da individualidade a qual a morte no destruiu, ocontedo o mesmo: provar a necessidade do aproveitamento s bio do tempo e da vida". Dito isso, anobre Instrutora fez uma pausa oportuna e concluiu: "Aqui esto Espritos afins entre si, num grupofamiliar de amigos e desafetos, parceiros de jbilos e desastres, em programa de crescimento,necessitados uns dos outros pelo prprio impositivo da evoluo. Reencarnam-se as criaturas emverdadeiros cls ligados uns aos outros pelas realizaes conjuntas em que fracassam, s vezes, oucrescem para a Vida. Por este motivo, a deciso robusta, no que diz respeito ao salutar aproveitamentodo tempo, sem os eufemismos das justificativas para com o erro e a indolncia, de urgncia, evitando arepetio dos fracassos, seja qual for a alegao". "Meditemos nesta expressiva doao do Senhor eformulemos propsitos de santificao pelo trabalho, de elevao pelo amor e de libertao das cadeiasde sombra, mediante as luzes que acendemos na conscincia. Como o passado nos significa dor earrependimento, o hoje faz surgir a abenoada hora de recuperao e produtividade para o futuro de paze alegria que nos espera. No desanimemos nunca ante o esforo de redeno, haja o que haja, e, reco-lhendo-nos orao, busquemos as fontes inspirativas da Verdade, adquirindo foras para prosseguir e jamais desesperar." (Cap. 8, pp. 64 a 66)

    14. A queixa filha do azedume e da m vontade- Aps a palestra formaram-se diversosgrupos de Espritos afins em conversao edificante. Era a primeira vez, desde o internamento de Argos,que este podia, com certa lucidez, dialogar com urea, no parcial desdobramento pelo sono. O jovemassinalava ainda receios injustific veis da desencarnao, ressumando as impresses emanadas do corpofsico em lenta recuperao. Irm Anglica, adivinhando o que se passava, aproximou-se e advertiuArgos com meiguice: "No te queixes. A queixa traduz rebeldia aos cdigos superiores da vida. O

    queixoso algum que se acredita injustiado ante as naturais circunstncias e situaes em que seencontra colocado. Quando algum se deixa arrastar pela reclamao, sem motivo real, assume uma posio falsa perante a vida, disputando atenes e requerendo reconhecimento de valores que est longede merecer. A queixa filha do azedume e da m vontade, que contribuem poderosamente para piorar o

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    quadro de desequilbrio daquele que se deveria candidatar ao esforo de renovao mental, aplicandotodos os recursos para preservar as foras no bem e na esperana, mediante cujo mtodo aspira uma psicosfera benfica e libertadora". A advertncia despertou o enfermo para a esquecida gratido pelasconcesses recebidas. A Benfeitora dirigiu-se, ento, aos amigos do casal que ali se encontravam,dizendo: "Reunimo-los, mais proximamente a ns, tendo em vista a programao em que se encontramsituados na atual conjuntura carnal. Velhos amigos e companheiros de desaires, retornaram em grupoafim com possibilidades de lapidarem as arestas mais rudes, vencendo as tendncias mais primitivas,sustentados pelos vnculos da afetividade, com que podero auxiliar as vtimas de que se demoram naretaguarda da ignorncia, sob os estigmas do dio, que as levam ao insano desforo e agressividadeinditosa. A simblica `escada de Jac' referente nossa ascenso jamais ser vencida sem que seconduzam nos braos aqueles que foram atirados, degraus abaixo, e se fixaram no solo pelos grilhes dodesconforto moral gerador da rebeldia alucinada, inspiradora da vingana". "Toda conquista moral --acrescentou -- se estriba no alicerce da renovao ntima com servio a todos os que partilham da nossavida..." Nesse instante, atendendo a um sinal da Instrutora, Bernardo aplicou energias vigorosas emArgos, em urea e em um jovem, de nome Maurcio, que mantinha estranha aparncia, resultado de suasatitudes levianas no corpo. O atendimento tinha por fim ajud -los a assenhorear-se dos ensinamentos queiriam receber de Irm Anglica. (Cap. 9, pp. 67 a 69)

    15. Uma histria de crime e sandices- Lentamente Argos e urea se conscientizaram dasituao que lhes dizia respeito, mas Maurcio, que se encontrava sob a penosa ao de substnciasalucingenas, tinha dificuldades para liberar seu campo mental. Irm Anglica relatou, ento, ascircunstncias que envolviam os trs amigos desde compromissos infelizes assumidos na Bomia, emque a precipitao deles fez com que se originasse uma disputa de rancor que se arrastava pelos sculos.Eis um resumo dos fatos: Viviam-se na Europa os lament veis conflitos entre hussitas (seguidores deJoo Huss) e sigismundistas (partid rios do imperador Sigismundo), no primeiro quartel do sculo XV,em que Sigismundo acabou vencedor em 1434, reinando at 1437, quando desencarnou. Depois do ign- bil Conclio de Constana e da morte de Joo Huss, os nimos se exaltaram e a guerra civil estalou comtoda a volpia, ceifando milhares de vidas. Maurcio, ento pertencente s hostes do rei Sigismundo,fomentou o dio entre os catlicos. Ftil e apegado aos bens terrenos, era amigo de Argos, que lhe partilhava as idias. Argos amava uma jovem castel que no lhe correspondia ao afeto e era casada comnobre cavalheiro hussita de nome Felipe. Maurcio armou uma cilada, em Praga, onde Felipe cairia sobo punhal cravado em suas costas por seu advers rio. Depois de muitas outras loucuras e arbitrariedades,os dois se reencontraram em 1815, em Nimes (Frana), onde participaram do massacre de Arpaillargues,

    cujos horrores constituem uma p gina de vergonha e dor na histria da Frana. Argos, vinculado aoImperador francs, v-lo partir para o exlio e, sempre ao lado de Maurcio, entrega-se sandice,submetendo de novo Felipe, sua antiga vtima, que se reencontrava reencarnado entre os protestantes perseguidos. Nessa poca, urea, embora no reencontrasse seus antigos galanteadores, perturba um lar honrado, que desmorona sob os escombros de rude tragdia, que passou a pesar-lhe na conscincia.(N.R.: Joo Huss seria mais tarde o Codificador do Espiritismo.) (Cap. 9, pp. 69 a 71)

    16. Anglica lhes faz um comovente apelo- A reao dos trs amigos descrio feita por Irm Anglica no era uniforme. urea parecia indisposta na presena de Argos e desconfiada emrelao a Maurcio. Argos estava muito irritado e passou a tossir, denotando a sensao de dores queforam atendidas por Bernardo. Maurcio chorava... A Benfeitora lembrou, ento, a importncia da atualreencarnao para todos eles. "No por acaso -- acentuou Irm Anglica -- que renascem sob o plio daf esprita, de certo modo, legatria dos ideais de Joo Huss... A conduta religiosa ser-lhes- o abrigo dedefesa e o campo de crescimento, a escola de reeducao e o hospital de refazimento. Os seus ensinosdar-lhes-o as foras para a liberdade e contribuiro para que possam melhor resgatar os delitos antigos,atravs, simultaneamente, do bem que possam espalhar e da caridade que desejem distender a muitas dasantigas vtimas que viro em busca do po da amizade e do teto de apoio..." A Benfeitora advertiu queMaurcio fugia ainda de si mesmo pelos nvios caminhos de uma filosofia infeliz que varre a Terra;contudo, como a justia do Pai feita de amor e misericrdia, dia vir em que se lhe abriro as portas daDoutrina Esprita, atraindo-o e oferecendo-lhe os preciosos meios para a edificao de si mesmo e alibertao dos que lhe compartem por Lei a convivncia psquica. Irm Anglica enfatizou, para isso, af e a ao, de modo a no reincidirem nas mesmas fraquezas lament veis do passado, revivendo posies falsas e insustent veis, com os derivativos da ociosidade e da contumaz insensatez. A Benfeitoratinha l grimas nos olhos quando concluiu a sua fala com este vigoroso apelo: "Filhos, meditem! Osencontros e os reencontros com outras almas queridas ou no, nos caminhos do futuro, definiro os seusrumos... Jesus ou o mundo!... A opo pessoal, intransfervel, e os efeitos, igualmente, surgiro na pauta da economia moral de cada qual. Aproveitem o tempo e vigiem. Os sofredores buscaro a sua

    convivncia; no se furtem aos p rias de hoje, muitos dos quais j estiveram ao lado de vocs, envergandoricas indumentrias, ora em trapos... No se enganem com os ouropis, nem as frivolidades do jogo dasiluses. H muito que fazer em favor de vocs mesmos e que outrem no pode realizar. Jesus o nossoModelo. Sigam-lhe os exemplos de amor e mansido, envolvendo-se com as foras da austeridade do

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    dever e a nobreza da humildade que lhes daro a garantia do triunfo no servio renovador da caridade".(Cap. 9, pp. 71 a 73)

    3 REUNIO

    ( Fonte: Captulos 10 a 13 )

    1.Como se d o processo de maturidade psicolgica A presena de Maurcio no encontroocorrido com Argos, na Colnia espiritual, se deveu ao papel negativo de alto relevo que o rapazdesempenhou no passado, nas aes comprometedoras de Argos e Aurea. Nas duas referncias relatadas por Irm Anglica, foi ele o instrumento malevel para a estimulao das tendncias primitivas quegeraram os males de que Argos ento se ressentia. Esprito jovem nas responsabilidades morais,Maurcio estagiava em experincias que lhe exigiriam sacrifcios para os quais no dispunha dasresistncias morais necessrias, apesar das dores a que se expusera ultimamente, como colheita daleviandade do passado. Para explicar sua personalidade, Dr. Arnaldo fez, antes, uma digresso em tornodo fenmeno da maturidade psicolgica. A psicologia tradicional asseverou o mdico elucida que ainfncia se caracteriza pelo egocentrismo, em que, ainda amoral e, s vezes, cruel, a criana exige ser amada, protegida, tornando-se um ser captativo, que toma, exige ateno, passando, posteriormente auma posiooblativa , quando lhe surgem os desejos e aptides para amar, para oferecer, para servir,iniciando-se o perodo de amadurecimento da rea da afetividade. Em decorrncia, a criana, por faltade tirocnio e de reflexo, vive o presente, no tendo uma viso, seno muito incompleta e mesmofragmentada, das realidades tempo e espao. O adulto, em razo das necessidades que identifica, daescala de valores da vida que passa a nortear-lhe a existncia e do instinto de preservao de si mesmo, pe-se a viver no futuro. Organiza tarefas, programa atividades tendo em vista o amanh, quando espera prosseguir fruindo os bens e as realizaes logradas. A pessoa de idade avanada, porque cr que ofuturo perdeu qualquer sentido, em razo da falta de tempo que a vida talvez no lhe faculte, apega-se ao passado, vivendo de recordaes e remontando s mesmas sob qualquer pretexto. A transferncia doindivduo de uma para outra fase --- do presente para o futuro ou para o passado --- caracteriza-lhe oamadurecimento afetivo. Muitas vezes, a criana, no podendo superar uma ocorrncia que a assusta eno encontrando apoio emocional para diluir o incidente, gera uma bloqueio como trauma que lheimpedir o desenvolvimento e a transposio de uma para outra fase, chegando ao perodo de adulta,retida num estgio de infantilismo. Isto explica as reaes de imaturidade de muitas pessoas ante asocorrncias e as circunstncias mais variadas da vida, acentuou Dr. Arnaldo. ( Cap. 10, pp. 74 a 76)

    2.A maturidade leva o homem a uma atitude dinmica Tais pessoas, prosseguiu o mdico,revelam-se inseguras e egocntricas, possuem frgil estrutura moral e no demonstram senso deequilbrio, dificilmente assumindo e desincumbindo-se de responsabilidades, apresentando grandeinstabilidade nas decises e uma terrvel incapacidade de doar sem receber, de auxiliar sem gratificao,estribando seus raciocnios em sonhos vagos, absurdos, que as conduzem a atitudes ilgicas, destitudasde discernimento crtico. Como conseqncia, tm a forma e a fora de adultos, exercem funes edesenvolvem programas pertinentes idade da razo, sem que haja sado da infncia. Porque sodicotmicas uma aparncia fsica adulta e uma psique infantil tornam-se perigosas, em decorrnciade suas reaes imprevisveis diante de ocorrncias que as surpreendam ou promovam. Sob o ponto devista espiritual, so criaturas jovens na responsabilidade, inabituadas aos compromissos superiores, cujasexperincias se desenvolveram em campos de supercialidades e interesses pessoais sem maioresaquisies morais. Adicionando-se a essa conduta imatura a interferncia psquica de Espritos afins, dosadversrios da retaguarda que as levam a estado de graves apatia e desinteresse pelos valoresnobilitantes, transformam-se em instrumentos de perturbao e delinqncia. Aparentemente sosimpticos por convenincia e gentis enquanto seus interesses tm primazia... Para o bem dacomunidade e deles prprios, cabe aos adultos fazer uma exame de si mesmos, uma auto-anlise de suasatitudes, uma avaliao peridica do comportamento, envidando esforos para educar-se ou reeducar-seno campo emocional ou no setor comportamental, no qual se lhes faa necessrio. Mediante a disciplinada vontade, o exerccio mental correto em torno das idias relevantes e dos pensamentos enobrecidos,tornar-se-lhes-o mais duradouros os impulsos para o equilbrio que se estruturar ao largo do tempo ematividades salutares, evitando-se prejuzos sociais expressivos, distrbios psicolgicos e decomportamento, e interrompendo-se graves conbios obsessivos de largo curso... A maturidade psicolgica do homem leva-o a uma atitude dinmica, em que busca desenvolver-se cada vez mais,oferecendo-lhe possibilidades de realizar uma situao harmnica entre eles, a sociedade e o ambienteno qual se encontra colocado. Essa conquista obtida atravs das reencarnaes, como decorrncias dasvivncias e aprendizagens que despertam no ser a conscincia e abre as possibilidades para alm do

    pensamento: a faixa da intuio ( Cap. 10, pp. 76 e 77 .)3. O caso Maurcio Depois dessa lcida formulao em torno do amadurecimento da

    personalidade e da dicotomia mente-corpo, Dr. Arnaldo referiu-se a Maurcio: "Herdeiro dos hbitos

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    equivocados e ligado emocionalmente a outros cmpares da insnia, o seu desenvolvimento psquico, emalgumas funes, pelo impositivo das reencarnaes, faz-se unilateralmente, em razo de o corpo perispiritual, ao modelar as organizaes fisiolgica e psicolgica, plasmar os efeitos dos inditosos procedimentos pretritos como mecanismo de recuperao espiritual. No momento, o nosso amigo,revelando insatisfao e desconforto ntimo, com a rea da afetividade muito perturbada, evadiu-se dolar, vinculando-se a um grupo de jovens msicos, igualmente sonhadores, experimentandoestupefacientes e drogas alucingenas que lhes desatam recordaes torpes, mais os afligindo e perturbando... A seguir, o mdico explicou a reao de Argos ante as evocaes trazidas por IrmAnglica: "Sabemos que todo fator, oculto ou esquecido, de trauma, enquanto no liberado prosseguecomo bloqueio, impedindo a renovao do campo em que se instala. A conscientizao de qualquer ocorrncia indispensvel para uma legtima avaliao de resultados com o competente interesse por aprimorar a realizao, quando sadia, ou correo de atos, pela reeducao e novas tentativas dereparao. Alm disso, os nossos conceitos em torno da maturao psicolgica da personalidade deMaurcio so perfeitamente aplicveis a Argos, que se revela emotivo em excesso, quando se permite aauto piedade, elaborando esquemas de evaso sob alegaes em que o utilitarismo prevalece. E porque as pessoas tombadas em erros, quando so flagradas, costumam justificar desconhecimentos dos fatores queas levaram aos enganos, produzindo-se a recordao dos malogros, do nosso lado, e contando-se mesmocom o parcial esquecimento quando de volta ao corpo, sempre ficam reminiscncias que afloram, nosmomentos prprios, sinais vermelhos na mente como advertncias inconscientes ante novas decises precipitadas que levam ao caos, receios de prejudicar os outros, dando surgimento e responsabilidades econscincia de justia...( Cap.10, pp. 77 a 79. )

    4. Toda dvida contrada aguarda quitao- Dr. Arnaldo, prosseguiu na anlise da reao deArgos, continuou: "As reaes de enfado e ressentimento, de amargura e clera decorrem dotemperamento apaixonado e caprichoso de quem se acostumou usurpao sem admitir reproche, aoabuso de posio sem dar lugar a advertncia e da arrogncia que no permite admoestao. A dor, porm, se encarregar de lapidar-lhe as arestas e submeter-lhe a cerviz mediante os limites orgnicos eas resistncias enfraquecidas, a par dos contnuos conflitos na afetividade e no relacionamento social que buscar como fonte de emulao, ressuscitando as velhas paixes, porm sofrendo rejeio aqui eindiferena acol, aps ser constatada a pouca utilidade que possui no jogo das trocas de valores, numcontexto apaixonado e doente como o em que vivem largas faixas da comunidade terrestre, para as quaisa amizade, a afeio fazem-se estabelecidas e sustentadas pelos srdidos implementos das coisas vs. Onosso Argos tem um largo caminho a percorrer neste qinqnio, no qual a dor e o receio se lhe faro

    companheiros constantes, trabalhando-lhe o Esprito rebelde e comprometido... Manoel P. de Mirandaindagou, ento sobre urea, que tivera reao de desagrado em relao ao esposo e de suspeita emreferncia a Maurcio. No lhe teria sido negativa a evocao dos acontecimentos? De forma alguma respondeu Dr. Arnaldo. Todos conduzimos, inevitavelmente, as prprias experincias. Ignor-las nosignifica t-las superado. A dvida esquecida, por melhor que seja a inteno do comprometido, permanece aguardando liquidao. As nossas, como os nossos afetos, ressurgem pela estrada com asdisposies que lhes estabelecemos ou motivamos. Ningum caminha desacompanhado de parceiros,amores ou inimigos... Renascimento no corpo dieta para a evoluo com os ingredientes necessrios sade moral e espiritual de cada qual. Sentindo-se ludibriada pelo esposo que lhe ocultou a enfermidade,urea desencadeou outras lembranas que ora ir digerindo mediante o uso do medicamento evanglicode que se servir, compreendendo que esta oportunidade de reparao ao invs de constituir-lhe umcrdito para as alegrias que, por enquanto, no pode fluir. Recordando-se dos sentimentos dplices queMaurcio lhe inspirava no corpo, entendeu e receou a presena do antigo promotor da sua desdita nomatrimnio forado a que foi levada, aps o assassinato daquele a quem, realmente, amava... (Cap.10, pp.79 e 80.)

    5. O valor teraputico da orao Um novo paciente, em estado muito grave, dera entrada noSanatrio. Tratava-se de um homem desgastado, vtima da soez doena e de outros fatores scio-econmico que contriburam para o seu mais rpido deperecimento orgnico. Era Valtrcio, que deveriaestar com cerca de trinta e cinco anos, apesar da aparncia envelhecida. Irm Anglica logo se acercoudo enfermo, exclamando: "Graas a Deus! Ainda possvel auxiliar o nosso Valtrcio. Ato contnuo, elavaleu-se da orao silenciosa, enquanto Bernardo o acudiu com passes de disperso fludica, a princpio,e logo depois, em movimentos rtmicos, circulares, objetivando a rea crdio-pulmonar, atendeu-o comenergias especiais. A reao do enfermo foi imediata. A transmisso de foras fludicas e a absoro dasenergias canalizadas pela prece constituam-lhe alta carga de recursos teraputicos a estimularem oscampos vitais encarregados de aglutinar e fomentar o surgimento das clulas para o milagre da sade.Como Valtrcio adormecera, Irm Anglica se retirou, informando, antes, que o atendimento ao

    enfermo, com vistas a liber-lo da conjuntura espiritual negativa que o estiolava, continuaria noite. Anotcia de que Valtrcio padecia de perturbao espiritual surpreendeu Philomeno, porque ele no havia percebido qualquer Entidade perniciosa no seu campo de irradiao perispiritual. Dr. Arnaldo, notando-lhe a perplexidade, socorreu-o, ento, com as explicaes necessrias. ( Cap. 11, pp. 81 e 82. )

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    6. O caso Valtrcio O enfermo, conforme Dr. Arnaldo explicou, vinha de um processo penosona rea espiritual, que assumia ento propores gigantescas. A doena, que se alojou dois anos antes,alcanava o seu clmax em razo da falta de recursos mdicos e alimentares que a pudessem deter nomomento prprio. Com problemas domsticos, Valtrcio construiu um quadro de pessimismo mental e,com a desarmonia que se lhe instalou, corrosiva, a desferir vibraes deletrias que completaram odesajuste e a destruio das frgeis reservas fsicas, permitindo a instalao e virulncia devastadora datuberculose pulmonar. Logicamente, suas aflies atuais decorriam de suas atitudes em outras vidas. Nessa conjuntura, desempenha papel de relevo a presena de ferrenhos adversrios desencarnados, entreos quais se destaca um impiedoso cobrador que se imiscuiu na sua vida, terminando por imantar-se a elee a subjug-lo em violenta vampirizao, de tal modo pertinaz, que se justaps massa fsica, numaquase simbiose parasitria que o condenava desencarnao imediata, caso no recebesse competenteresistncia. O mecanismo dessa parasitose, esclareceu o mdico, semelhante ao que ocorre no reinovegetal, em que o parasita se aloja em qualquer parte do receptculo que lhe recebe a invaso,comeando a a absorver a seiva que o nutre e desenvolve, propiciando um crescimento que constringe ohospedeiro, com razes vigorosas, e, no fim, acaba matando-o pela absoro da vitalidade... No homem,inicialmente, o hspede espiritual, movido pela morbidez do dio ou do amor insano, ou por outrossentimentos, envolve a casa mental do futuro parceiro, enviando-lhe mensagens persistentes, emcontnuas tentativas telepticas, at que sejam captadas as primeiras indues, que abriro o campo aincurses mais ousadas e vigorosas. A idia espordica, mas persistente, vai-se fixando no receptor que,de incio, no se d conta, especialmente se possui predisposio para a morbidez, se psiquicamenteimaturo, se se compraz por cultivar pensamentos pessimistas, derrotistas e viciosos, passando aceitaoe ampliao do pensamento negativo que lhe chega. Nessa fase j est instalado o clima da obsesso que,no encontrando resistncia, se expande, porque o invasor vai-se impondo vtima que o recebe comcerta satisfao, convivendo com a onda mental dominadora. Ao largo do tempo, o obsidiado se alienados demais objetivos da vida, permanecendo em fixao interior do pensamento que o constringe,cedendo-lhe a rea da razo, do discernimento e deixando-se desvitalizar. Quando se infiltram as forasdo hspede na seiva psquica do anfitrio, o desencarnado cai na armadilha que preparou, porque passaa viver as sensaes e as emoes, bem como os conflitos do seu subjugado. Nesse estgio, raramentefica a ligao apenas no campo psquico, porque o invasor se assenhoreia das foras fsicas do paciente,atravs do perisprito, humanizando-se outra vez, isto , voltando a vivenciar as conjunturas darealidade carnal. O hospedeiro ento deperece, enquanto o hspede se abastece, facultando a instalaode doenas ou a piora delas, caso o indivduo j se encontre enfermo. (Cap. 11, pp. 83 e 84. )

    7. Os riscos da simbiose parasitria A simbiose transforma-se tambm numa obsesso fsica,informou o Dr. Arnaldo, porque o Esprito adere cmara orgnica, explorando-lhe a vitalidade eacoplando-se aos fulcros perispirituais do encarnado, em doloroso e destruidor conbio. O afastamento puro e simples do agente obsessivo produz, normalmente, a desencarnao do paciente que lhe sofre afalta e, porque desfalcado de energias mantenedoras da vida fisiolgica, rompem-se-lhe os laos queatam o Esprito matria, advindo a morte desta. O obsessor, por sua vez, tomba, carregado do tnusvital que foi usurpado, em um processo parecido a nova desencarnao que o bloqueia temporariamenteou o leva a uma hibernao transitria. "Todo aquele que defrauda a Lei -- asseverou Dr. Arnaldo --sofre as conseqncias do ato arbitrrio, que, por sua vez, se converte em automtico agente punitivo,levando o infrator ao reajuste. A parte os fatores crmicos preponderantes ou propiciatrios, os processos obsessivos se instalam porque os Espritos imaturos no se esforam por adquirir umacapacidade doadora, conforme chama os psiclogos oblativa, saindo de si para oferecer, para dar-se,gerando relacionamento efetivo, duradouros, simpticos, que produzem bnus de valor moral e de paz.O homem nasceu para amar. O Esprito criado para amar. Nos estgios iniciais, infantis, peloegocentrismo de que se faz objeto, mesmo quando se dispe ao amor, quase sempre o avilta com as paixes subalternas. O amor, que jaz inato em todas as criaturas, pode, contudo, ser educado,desenvolvido, ampliando a sua capacidade doadora, a fim de que se possa expressar em toda a pujana egrandeza. Para isso, imprescindvel que o indivduo se desenvolva em plenitude, no somente atravsda rea do sentimento, mas tambm da inteligncia e da razo, amadurecendo a personalidade. As pessoas tornam-se presas fcies dos seus antigos comparsas, tombando nos processos variados dealienaes obsessivas, porque, alm de se descurarem da observncia espiritual da existncia, medianteatitudes salutares, comportamento equilibrado e vida mental enriquecida pela prece, pela reflexo, nose esforam por libertar-se dos aborrecimentos e problemas desgastantes, mediante a aplicao derecursos fsicos e mentais, por acomodao preguiosa ou por dependncia emotiva, infantil, que sempretransfere responsabilidades para os outros e prazeres para si. Nas pessoas em que o hbito de bem pensar fugidio ou raro, porque a mente permanece em desconcerto, rica de imagens perturbadoras erecordaes de teor prejudicial, mais facilmente os parasitas espirituais encontram campo para se

    instalar, desenvolvendo suas metas infelizes. A vontade disciplinada e o hbito da concentrao superior armam o homem para enfrentar as mil vicissitudes que afronta na sua escalada evolutiva. No hmilagre! ( Cap. 11, pp. 85 e 86. )

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    8. Como prevenir as obsesses A concentrao positiva, explicou Dr. Arnaldo, libera a mentedos clichs viciosos, prprios ou recebidos de outras mentes como do meio em que vive, j que todossomos sensveis ao ambiente no qual nos movimentamos. Por adaptao s ocorrncias do dia-a-dia ohomem se deixa arrastar pela correnteza dos acontecimentos, sem despertar o pensamento para que ointelecto raciocine com objetividade e discernimento... A preguia mental um polo de captao deindues obsessivas pelo princpio da aceitao irracional de tudo quanto o atinge. Cabe ao homem que pensa dar plasticidade ao raciocnio, ampliando o campo das idias e renovando-as com oaprimoramento da possibilidade de absorver os elementos salutares que o enriquecem de sabedoria e pazntima. Com o tempo, a capacidade de discernir dota-o com a aptido da escolha dos valores que oimpulsionam para mais altas aspiraes, com plena libertao dos vcios de toda natureza, inocentecomo uma criana, isto , sem os tormentos da insatisfao e equilibrado nas aspiraes, como um sbioque j se resolveu pela conquista, em harmonia, daquilo que lhe melhor. "Podemos chamar a essaatitude de psicoterapia preventiva ou tratamento para as obsesses, asseverou Dr. Arnaldo. Concluindo,o mdico explicou que nas enfermidades que acometem as criaturas humanas, em razo do passadoespiritual delas mesmas e em fase da atual situao moral do planeta, normalmente encontramosinterferncias de Entidades enfermas, perturbadoras e vingativas, sediada alm das fronteiras fsicas.Assim, Valtrcio, embora tomado pela tuberculose, podia ser definido, tecnicamente, como umobsidiado. (Cap. 11, pp. 87 e 88.

    9. Amar exige maturao e sacrifcio O amor, segundo entende Manoel P. de Miranda, faz-se mais abrangente em ns medida que se adquire maturidade, com o que ele se exterioriza, atingindoas demais pessoas, e interfere no meio social, melhorando as condies de vida do lugar onde medra. sdesditas morais e as angstias geradoras de sofrimento de variado porte resultam da viso distorcidasobre o amor, que leva i indivduo s imposies egostas, que ele disfara com a aparncia dosentimento nobre. da que surgem os antagonismos, os dios fulminantes, as mgoas de largo curso,os estmulos vingana, que estiolam as tecelagens sutis da organizao espiritual e facultam odesencadear de inmeras doenas. "Amar assevera Philomeno -- uma arte que exige maturao esacrifcio, na qual se devem investir os valores dos sentimentos e da inteligncia para atingir plenitude.Esse amor sem algemas fomenta o senso da fraternidade, que produz uma generosa tolerncia para comas faltas e limitaes alheias. E se despe da pequenez possessiva e egosta, pessoal e emotiva, que leva aum profundo comportamento altrusta, rico de respeito aos direitos dos outros, com inaltervel renncia pessoal. por isso que Jesus estabeleceu no amor a Deus acima de tudo e ao prximo como a si mesmo a base, a razo e o fim da vida, nica forma de crescer-se e alcanar-se a realidade ntima, fazendo a

    criatura desabrochar em todas as suas potencialidades. (Minutos antes da hora marcada para oatendimento a Valtrcio, Philomeno ali se encontrava, ao lado de Irm Anglica, do Dr. ArnaldoLustoza, de Bernardo e outros cooperadores desencarnados.) O enfermo inspirava compaixo. Detendo-se na sua aura com radiaes de cores carregadas e irregulares, Philomeno percebeu uma sombra maisdensa que o cobria quase por inteiro, fazendo recordar a concha sobre o caramujo com menor volume emaior comprimento. A forma que lhe justapunha, dominando-lhe a parte posterior do crebro ealongando-se por toda a coluna vertebral, parecia constituda de ventosas que se lhe fixavam penosamente, absorvendo-lhe as energias e intoxicando a regio na qual se firmava. ( Cap. 12, pp. 89 e90. )