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painel Ano XII nº 180 março/2010 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto AEAARP ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO LEGISLAÇÃO Regulamentação da Lei de Assistência Técnica Gratuita fica pronta esse mês REÚSO Reaproveitamento de água tem forte apelo ambiental e é economicamente viável. MULHERES Elas ocupam cada vez mais espaço no sistema CONFEA/CREA DRENAGEM Especialista fala dos investimentos em obras na cidade

Painel - edição 180 – mar.2010

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Revista oficial da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto.

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Page 1: Painel - edição 180 – mar.2010

painelAno XII nº 180 março/2010 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

A E A A R PASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO

LEgIsLAçãoRegulamentação da Lei de Assistência Técnica gratuita fica pronta esse mês

REÚSOReaproveitamento de água tem forte apelo

ambiental e é economicamente viável.

MuLhEREsElas ocupam cada vez mais espaço no sistema CoNFEA/CREA

DRENAgEMEspecialista fala dos investimentos em obras na cidade

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As profissões do sistema CONFEA/CREA são fascinantes. A constatação que fazemos quando estamos na universidade cresce cotidianamente quando acompanhamos os progressos proporcionados às pessoas em razão de nossa atividade profissional. Nesse sentido, pudemos vivenciar, no dia 2 de março, quando, a convite da direção da UNIP, através da ação do diretor de pós-graduação de Engenharia de Segurança e nosso diretor universitário, o engenheiro Hirilandes Alves, proferimos a aula inaugural dos cursos de Engenharia da citada universidade, onde abordamos o temas: “A importância de se filiar a uma associação de classe”, “Comentários sobre o Código de Ética Profissional” e a “Evolução da Engenharia no Brasil e o papel do engenheiro – uma visão histórica”. Diante de uma plateia atenta e que permaneceu totalmente interessada, reunindo professores universitários, colegas profissionais, diretores da AEAARP e da UNIP e principalmente alunos, pudemos enaltecer a nossa profissão e o engrandecimento profissional através da atuação decisiva e ética das nossas profissões no desenvolvimento econômico e social do país.

Esta edição da revista Painel expõe mais um desses avanços: a tecnologia de reúso de água cinza e esgoto bruto e reaproveitamento da água da chuva. Só uma pequena parte do planeta Terra tem água doce. Segundo os especialistas, apenas 3% de toda a água oferecida à humanidade é potável.

Mesmo em Ribeirão Preto, que é uma cidade privilegiada por ser abastecida pelo Aquífero Guarani, a gestão dos recursos hídricos tem de ser pauta essencial, incluindo-se aí, a educação dos munícipes quanto ao desperdício (até com sansões pecuniárias), as providências do poder público quanto às enormes perdas nos sistemas de distribuição, a retenção das águas no próprio lote em proporções cabíveis (que realmente sejam compatíveis com o esforço de contenção de enchentes), como também nos condomínios fechados, nas grandes obras comerciais, nos equipamentos urbanos e em novos modelos de infiltração nas próprias quadras da cidade. Essas questões sobre a sustentabilidade dos sistemas de abastecimento, uso e deposição dos recursos hídricos não podem mais esperar pelo futuro.

A Agência Nacional de Águas (ANA) preconiza que devemos captar água de um novo manancial a partir de 2015. Dessa forma, temos apenas cinco anos para estudar e decidir como será o sistema de abastecimento da cidade sem depender única e exclusivamente do Aquífero. A engenharia tem a ferramenta que pode ajudar nisso e também criando sistemas de tratamento de efluentes que podem ser reutilizados para fins não potáveis. A ideia de se pensar nas soluções no próprio lote (micro) poderá diminuir bastante o dispêndio com as caras soluções públicas (macro), tendo em mente que a tecnologia pode criar soluções para questões de drenagem urbana que não foram observadas na ocupação do espaço das cidades. E é olhando para o futuro que os profissionais de hoje devem planejar as suas obras.

Eng. civil Roberto MaestrelloPresidente da AEAARP

Eng. civilRoberto Maestrello

Editorial

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AssociAçãode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Índice

Expediente

Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

EspEcial 05Reúso e reaproveitamento de água

aRtigo 10Gestão das águas nas edificações: aproveitar a chuva também é uma das possibilidades

MulhEREs 12Elas querem passar!

EnchEntEs 14“não adianta imaginar que as obras irão resolver esses problemas”, alerta especialista

lEgislação 17Regulamentação da assistência técnica deve ficar pronta em março

EnERgia Eólica 18Ventos modernos

indicadoR VERdE 19

BiBliotEca 19Livro ‘Arquiteturas da Engenharia ou Engenharias da Arquitetura’ tem nova tiragem

Educação 20aEaaRp é apresentada em aula inaugural na unip

MEio aMBiEntE 21Destinação de embalagens vazias de agrotóxicos cresce 28% em janeiro

aRquitEtuRa 22Arquitetos brasileiros visitam a África do Sul

cREa 23CREA-SP rumo ao 7º Congresso Nacional de Profissionais

constRução 24Evento apresenta edifícios inteligentes e mostra as novidades em automação predial e residencial

notas 25

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Roberto Maestrello Geraldo Geraldi Junior Presidente Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: Hugo Sérgio Barros RiccioppoDiretor Financeiro: Ronaldo Martins TrigoDiretor Financeiro Adjunto: Luis Carlos Bettoni NogueiraDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: José Anibal Laguna

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: Newton Pedreschi ChavesDiretora de Comunicação e Cultura: Maria Ines CavalcantiDiretor Social: Paulo Brant da Silva Carvalho

DIRETORIA TÉCNICAEngenharia Agrimensura e afins: José Mario SarilhoAgronomia, Alimentos e afins: Calil João FilhoArquitetura, Urbanismo e afins: Luis César BarillariEngenharia Civil, Saneamento e afins: Edison Pereira RodriguesEngenharia Elétrica, Eletrônica e afins: Tapyr Sandroni JorgeGeologia, Engenharia de Minas e afins: Caetano Dallora NetoEngenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e afins: Giulio Roberto Azevedo PradoEngenharia Química e afins: Paulo Henrique SinelliEngenharia de Segurança e afins: Luci Aparecida SilvaComputação, Sistemas de Tecnologia da Informação e afins: Orlean de Lima Rodrigues JuniorEngenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e afins: Gustavo Barros Sicchieri

DIRETORIA ESPECIALUniversitária: Hirilandes AlvesDa Mulher: Nadia Cosac FraguasDe Ouvidoria: Arlindo Antonio Sicchieri Filho

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: Luiz Gustavo Leonel de CastroDilson Rodrigues Caceres José Roberto Scarpellini Edgard Cury Luis Antonio BagatinEduardo Eugenio Andrade Figueiredo Luiz Fernando CozacElpidio Faria Junior Manoel Garcia FilhoEricson Dias Melo Nelson Martins da CostaHideo Kumasaka Pedro Ailton GhideliInamar Ferraciolli de Carvalho Ricardo Aparecido DeBiagiJoão Paulo S. C. Figueiredo Sergio Luiz CoelhoJosé Fernando Ferreira Vieira Wilson Luiz Laguna

CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP REPRESENTANTES DA AEAARPCâmara Especializada em Engenharia Civil: Wilson Luiz LagunaCâmara Especializada em Engenharia Mecânica: Giulio Roberto Azevedo Prado

REVISTA PAINELConselho Editorial: Maria Inês Cavalcanti, José Aníbal Laguna, Giulio Roberto Azevedo Prado e Hugo Sérgio Barros Riccioppo - [email protected]

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39, cj. 24, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180Fones: 16 3916.2840 | 3021.0201 - [email protected]

Editores: Blanche Amâncio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Georgia Rodrigues

Publicidade: Promix Representações - (16) 3931.1555 - [email protected] Pajolla Júnior / Jóice Alves

Tiragem: 2.500 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - (16) 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader - [email protected] Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Fotos: Fernando Battistetti.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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águaReúso e reaproveitamento de

especial

Falta vontade política, legislação e iniciativa. Sobram argumentos e tecno-logias que permitem o reúso e o rea-proveitamento da água em residências, comércios e indústrias. A medida tem apelo ambiental, mas seu uso no Brasil é insipiente. É quando “aperta no bolso” que questão sai do campo das ideias e é alcançada pela engenharia. É essa a visão do engenheiro químico José Orlan-do Paludetto, que desenvolve projetos nessa área.

O artigo “Avaliação Econômica dos Sistemas de Reúso de Água em Empreen-dimentos Imobiliários”, apresentado em 2006 no XXX Congreso Interamericano de Inginiería y Ambiental, em Punta Del Este (Uruguai), assinado por Paduletto e mais quatro especialistas brasileiros –

José Carlos Mierzwa, Ivanildo Hespanhol, Beatriz Vilella Benitez Codas e Ricardo Lazzari Mendes – conclui que o retorno do investimento em empreendimentos residenciais é de menos de dois anos. Eles analisaram o consumo de água em hipotéticos condomínios horizontais e verticais. O primeiro tem 2.690 unida-des e um total de 10.760 habitantes. Já no segundo são 146 unidades e 582 habitantes. O cálculo elaborado por eles leva em consideração o consumo de 325 litros/habitante ao dia em condomínios horizontais e de 294 litros/habitante ao dia nos verticais.

Eles propuseram o tratamento do esgoto – proveniente da pia da cozinha e vaso sanitário – e da água cinza – de lavatórios, chuveiros e lavagem do chão

Há tecnologia, viabilidade e

oportunidade para fazer a água cinza,

de chuva ou do esgoto, ser útil em

comércios, indústrias e condomínios

residenciais

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6 especial

– para condomínios horizontais e apenas da água cinza nos verticais. (veja fluxo-grama pg. 8)

O engenheiro civil Paulo Sinelli, di-retor da AEAARP, diz que atualmente só o empreendimento Ecolife Jardim Botânico em Ribeirão Preto (SP), cons-truído pela Jábali Aude Construções, está implantando um sistema de reúso e reaproveitamento de água. A água uti-lizada em lavatórios e chuveiros passará por estações de tratamento e será reu-tilizada em sanitários e a da chuva será usada na irrigação de jardins e lavagem das garagens.

O edifício Zicca Junqueira Gallo, no bairro Higienópolis, em Ribeirão Preto, instalou um sistema de reaproveitamen-to da água da chuva e contabiliza 30% de redução na conta de água. São 16 apar-

tamentos distribuídos em oito andares. Antes, a água de chuva era armazenada em um tanque com capacidade para 19 mil litros e depois dispensada. Com pouco investimento e algumas adapta-ções a mesma água agora é usada para lavar o pátio, a garagem e na irrigação do jardim.

A experiência de um ano e meio com reúso e reaproveitamento da água no Posto Mosteiro, há 40 anos instalado na avenida Capitão Salomão, em Ribeirão Preto, já garantiu o retorno do investi-mento de R$ 30 mil no sistema.

O primeiro resultado foi a redução de até 60% na conta de água. Toda a água que cai no chão do posto – prove-niente de chuva, lavagem de veículos, para-brisas e até mesmo da lavagem do chão – é direcionada para canaletas

que a levam até um reservatório. De lá uma bomba joga a água em uma caixa com capacidade para cinco mil litros que direciona à pequena estação de tratamento, operada com facilidade pelo lavador de carros, responsável por repor os produtos necessários para que a água volte a ficar suficientemente boa para lavar outro carro, os para-brisas e o chão

Urbano • Irrigação de áreas verdes e quadras esportivas • Torres de resfriamento • Parques e cemitérios • Descarga em toaletes • Lavagem de veículos • Reserva de incêndio • Recreação • Construção civil: compactação do solo, controle

de poeira, lavagem de agregados, produção de concreto

• Limpeza de tubulações • Sistemas decorativos: espelhos d’água, chafarizes,

fontes luminosas etc.

Indústria • Água para caldeiras • Sistemas de resfriamento: como água de reposição,

em lavadores de gases e como água de processos

Agrícola • Culturas de alimentos não processados

comercialmente: irrigação superficial de qualquer cultura alimentícia, incluindo aquelas consumidas cruas

• Culturas de alimentos processados comercialmente: irrigação superficial de pomares e vinhas

• Culturas não alimentícias: pastos, forragens, fibras e grãos

• Dessedentar animais

Meio Ambiente • Wetlands, habitats naturais, aumento do fluxo de

água. • Estabelecimentos recreativos • Contato acidental (pesca e canoagem) e contato

integral com a água permitido • Represas e lagos • Lagoas estéticas em que o contato com o público

não é permitido

Fonte: Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (CIRRA)

Tipos de reúso

Edifício Zicca Junqueira Gallo

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do posto. O dejeto é coletado por uma empresa especializada – a mesma que recolhe restos de óleo e filtros.

O engenheiro civil Paulo Roberto Ber-nardes Millioti é um dos profissionais que militam em favor da utilização de água pluvial. Neste momento ele trabalha em uma obra, cujo projeto já foi aprovado pelos órgãos públicos, e que prevê a re-servação de 120 litros de água por metro quadrado de telhado, o dobro do que ele mesmo considera como o mínimo necessário (60l/m2).

Millioti explica que a captação será feita em tubulões de 1,5m x 3,5m e que uma queda d’água de 25 metros de altu-ra – usando a água captada – garantirá a oxigenação no reservatório. Segundo ele, o investimento será recuperado em cinco anos. Uma lei municipal aprovada em 2005 obriga a implantação de sistemas de uso da água proveniente da chuva em novas edificações e estabelece critérios de captação.

NormatizaçãoA Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT) tem resoluções sobre o tema. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e o Sindi-cato das Indústrias da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) têm cartilhas que tratam da questão. São essas as referências que empresas de engenharia e empreendedores utilizam,

segundo Paduletto, quando proje-tam os sistemas. Falta legislação que estabeleça regras àqueles que investem nesses sistemas. A opinião é compartilhada por Ivanildo Hespanhol, diretor do Centro Internacional de Referên-cia em Reúso de Água (CIRRA), vinculado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Em sua visão é necessário, dentre outras coisas, definir critérios de subsídios àqueles que investem no uso racional da água.

Falta incentivoA indústria tem investido em sistemas

de reúso atraída pelo retorno financeiro. Hespanhol faz a conta: a tarifa da água para uso industrial na Grande São Paulo, por exemplo, é quase seis vezes maior do que aquela cobrada pela água proveniente de reúso. Ele critica e diz que as compa-nhias de saneamento não se organizam para incentivar a adoção dos sistemas de tratamento e reúso de água cinza e de esgoto. A eminente queda na arrecadação é uma das possíveis razões, na avaliação de Hespanhol e também de Paduletto.

De acordo com os dados do CIRRA, 20 milhões de pessoas que vivem na Grande São Paulo consomem 70 metros cúbicos de água a cada segundo. Do total, 30 metros cúbicos têm destino potável. Os outros 40 metros cúbicos poderiam ser

de fontes de reúso, o que compõe um grande universo a ser explorado comer-cialmente. Na agricultura o cenário é ainda mais promissor. Hespanhol diz que 70% dos recursos hídricos do país são destinados à agricultura, que ganha em produtividade utilizando esgoto tratado adequadamente, porém, há questões culturais e educacionais que emperram medidas dessa natureza, apesar da segurança dos métodos desenvolvidos pela engenharia.

Ainda que a indústria seja o setor mais avançado no que diz respeito à adoção de sistemas de reúso, há gargalos que po-dem comprometer a produção industrial brasileira. Esse setor usa 20% da água pro-duzida no país e metade já é proveniente de reúso, segundo dados do CIRRA.

Na AEAARPO engenheiro civil Paulo Henrique Sinelli está preparando um projeto para reservação e reaproveitamento da água da chuva na sede da AE-AARP. A área onde deverá ser instalado o reservatório fica no declive que dá acesso à quadra esportiva. A expectativa de Sinelli é a de que o

projeto seja concluído ainda no primeiro semestre desse ano.

Estação de tratamento no Posto Mosteiro

O que é Reúso: uso de efluente proveniente de esgoto bruto – sanitário e pia de cozinha, por exemplo – e de água cinza – lavatório, tanque, máquina de lavar roupa, chuveiro – após tratamento adequado.Reaproveitamento: uso da água da chuva.

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8 especial

De acordo com dados da Sabesp, a companhia de abastecimento do Es-tado de São Paulo, cada litro de água reutilizada corresponde a um litro de água disponível para o abastecimento público. A companhia informa que na Região Metropolitana de São Paulo, onde é a responsável pelo abastecimento, são reaproveitados 948 milhões de litros de água por ano. A estação de tratamento Jesus Neto, situada na região da Mooca na capital paulista, foi a primeira a ofere-cer água de reúso. A empresa fabricante das linhas Corrente usa essa água para lavagem e tingimento de seus produtos. Na região do ABCD as prefeituras de São Caetano do Sul, Barueri, Carapicuíba, Diadema, além da capital, compram a

água de reúso para limpeza das ruas, após as feiras livres, e rega de jardins. Segundo a Sabesp, 40 empresas usam o produto fornecido por ela.

AlternativaRibeirão Preto precisará de um novo

manancial para abastecer a população a partir de 2015. É o que expõe o Atlas do Abastecimento Urbano da Agência Nacional de Águas (ANA), disponível na internet no endereço www.ana.gov.br/atlas. A adoção de sistemas de reúso e reaproveitamento de água é uma das soluções para dar destino nobre à água potável que, por enquanto, é oferecida em abundância na cidade.

O geólogo Osmar Sinelli, coordenador

do curso de Engenharia Ambiental das Faculdades COC, diz que seria necessá-rio uma fazenda de cinco mil alqueires – equivalente a pelo menos um quinto do território de Ribeirão Preto – para repor ao Aquífero Guarani todo o volu-me de água necessário para manter o abastecimento da cidade, que depende exclusivamente desse manancial. Apenas 4,5% do volume de água que precipita com as chuvas vão para a recarga, se-gundo Sinelli.

Ele defende o método de reúso e reaproveitamento para corrigir a perda. Para isso, é necessário caracterizar o uso – potável ou não –, implantar sistemas de gestão dos recursos hídricos e definir regras de outorga.

No artigo “Avaliação Econômica dos Sistemas de Reúso de Água em Empreendimentos Imobiliários” são modelos de empreendimentos horizontal e vertical que exemplificam o reúso de água cinza e esgoto bruto.

Fonte: “Avaliação Econômica dos Sistemas de Reúso de Água em Empreendimentos Imobiliários”XXX Congreso Interamericano de Inginiería y Ambiental, Punta Del Este (Uruguai), 2006

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[email protected]

Tradição e Confiança de quem tem mais de

20 anos de experiência!

Perfuração de brocas nas medidas de 25, 30 e 40 cm. de diâmetro.

16. 3622.2067 | 3622.5702 cel. 16.9961.2920

No estado de São Paulo, através da Lei 7.663/91, regula-mentada pelo Decre-

to 41.258 de 31/10/96, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), liga-do à Secretaria de Saneamento e Ener-gia do Estado, é o órgão responsável pela fiscalização das interferências em recursos hídricos – captação, barramen-to, lançamentos – sejam superficiais ou subterrâneos. Assim, qualquer empre-endimento, seja público ou privado, de pessoa física ou jurídica, necessita da autorização, ou outorga de uso ou interferência nesses recursos.

Dessa forma, para a implantação de um empreendimento que necessitará interferir em recurso hídrico, se faz pri-meira a necessidade de uma Outorga de Implantação.

Para as captações subterrâneas, juntamente com a solicitação dessa Outorga, deve ser solicitada a Licença de Perfuração de Poço Tubular Profun-do. Nesse caso, estudos geológicos e hidrogeológicos, bem como o projeto executivo, deverão ser feitos por profissional devidamente habilitado pelo órgão fiscalizador do exercício profissional, sendo esse o CREA, que agrega, dentre outras, as profissões de geólogo e engenheiro de minas, que possuem habilitação para tal.

O projeto de um poço deve seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), especi-ficamente a 12.212 para projeto, e a 12.244 para a construção do poço.

Quando a captação for destinada

ao consumo humano, é considerada como Solução Alternativa de Abaste-cimento, estando sujeita à Resolução SS 65, que trata das características da água para consumo humano.

Assim, segundo a Resolução Con-junta SMA/SEHRS/SES-3 de 21/06/06, é necessário o cadastramento como solução alternativa junto à Vigilância Sanitária do município onde se encon-tra a captação.

Também, em razão dessa delibera-ção, os órgãos estaduais se entrelaça-ram, ficando licenças e autorizações condicionadas umas às outras; ou seja, órgãos de gestão ambiental como a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), ou de fiscalização de condições sanitárias, como a Vigilância Sanitária, antes de expedirem seus alvarás solicitam a Outorga de Uso do DAEE para que ocorra validade.

É importante salientar que para emissão de Outorga de Uso, além do já exposto, é necessário providenciar o mapeamento de risco da contamina-ção do aquífero subterrâneo em razão da perfuração do poço.

Também, em razão da imensa e descontrolada exploração dos aquí-feros subterrâneos no passado, hoje, através dos estudos desenvolvidos, existem zonas de restrição de perfu-ração de novos poços – caso da zona urbana de Ribeirão Preto.

Paulo Henrique Sinelli,

engenheiro civil, diretor de Engenharia

Química da AEAARP

Breve explicação sobre a outorga de recursos hídricos

Paulo Henrique Sinelli

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10

A ação antrópica no

meio ambiente nunca foi

tão sentida pelo planeta.

O que poderia ser consi-

derado uma conquista humana transformou-se

num pesadelo de proporções catastróficas. Pre-

mido pela própria natureza, o homem buscou,

até mesmo nela, fonte de inspiração para seu

abrigo e proteção. Com o passar dos tempos, o

atendimento dessa tão essencial condição para

a sobrevivência humana tornou-se uma ameaça.

A indústria da construção civil, principalmente o

setor ligado à construção de edificações, impacta

fortemente o meio ambiente por conta de toda

a sua cadeia produtiva e, principalmente, seu

produto final. Construções com mais de séculos

estão ainda de pé como testemunhos de seu

perene impacto.

Diante dos desafios dos novos tempos, há

que se considerar como essencial e fundamen-

tal a minimização destas agressões, quiçá, sua

neutralização.

O principal impacto causado com a implanta-

ção de uma edificação é a mudança das carac-

terísticas da superfície do solo pela supressão,

em geral, de grandes extensões de revestimento

vegetal natural, comprometendo entre outros, e

fundamentalmente, o ciclo hidrológico.

Um projeto arquitetônico sustentável tem

como premissa uma abordagem apropriada para

esse elemento, contemplando em sua concep-

ção a gestão (ou gerenciamento) das águas no

lote urbano. Essencialmente, essa gestão procu-

ra identificar o ciclo hidrológico no lote urbano,

compreendendo suas conexões e relações com

o novo meio artificial a ser implantado. Evapo-

ração, condensação, precipitação, escoamento,

reservação, infiltração, evapotranspiração são

etapas do ciclo hidrológico que devem estar

presentes no novo ambiente construído. Dessa

forma, velhos elementos constituintes de uma

edificação ganham novos papéis e funções,

como telhados, pisos, jardins e até mesmo,

Gestão das águas nas edificações: aproveitar a chuva também é uma das possibilidades

paredes. O antigo conjunto de calhas e tubos

de queda deixa de ser acessório de um telhado

para que, juntos e somados a outras superfícies,

sejam verdadeiras partes de um autêntico siste-

ma hidráulico predial com “S” maiúsculo.

Esse novo sistema sob uma nova ótica, melhor

denominado de “sistema hidráulico predial de

utilização de água pluvial”, integra também as

diversas soluções técnicas existentes para o uso

racional da água. Aproveitar a água coletada para

suprir o consumo, substituindo água potável

nobre (e no caso de Ribeirão Preto extraído do

generoso, porém não eterno, Aquífero Guarani),

é também uma das diversas possibilidades. Re-

servatório de água de dupla função (reservação

definitiva e temporária) que permitem reconsti-

tuir o tempo de concentração original da micro-

bacia é um valioso instrumento de controle das

enchentes urbanas. Reservatórios permeáveis de

infiltração forçada da água no solo, pisos externos

permeáveis e áreas verdes são valiosos instru-

mentos de reposição de água no solo, mantendo

o ciclo hidrológico em contínuo movimento.

Mas será mesmo que dá resultados? Finali-

zada em 2003, uma residência construída com

esses princípios e fundamentos vem contri-

buindo positivamente com o meio ambiente de

nossa cidade. Ao longo de um ano (2004-2005),

o desempenho foi aferido e contabilizados os

resultados. E a força dos números não deixa

dúvidas da efetividade decorrente da adoção

desse conceito.

Tendo captado 446 m3 de água pluvial, teria

sido capaz de abastecer com sobras toda a água

consumida ao longo do ano (um total de 262

m3, sendo 74 m3 de água pluvial e 188 m3 de

água potável).

Verificou-se, assim, uma importante contri-

buição para a redução do consumo de água

potável, da ordem de 28% do total. Também foi

responsável direto na redução do lançamento de

água pluvial nos sistemas públicos de drenagem.

Mais de 91% do fluxo gerado pela impermeabili-

André Teixeira Hernande

artigo

Page 11: Painel - edição 180 – mar.2010

11

zação decorrente da implantação da edificação

foram encaminhados ao reservatório de infil-

tração, contribuindo significativamente para a

reposição de água do lençol subterrâneo.

Outro dado importante levantado foi o número

de dias de funcionamento normal do sistema.

Após a ocorrência de uma estiagem de 56 dias,

fenômeno anormal para os meses de agosto e

setembro para a região, o sistema ficou inoperante

durante 20 dias. Com isso, operou com sucesso

por 95% do período de tempo analisado. Na falta

de água pluvial para o consumo, o abastecimento

dos vasos sanitários se efetivou então por meio do

dispositivo emergencial automático, consumindo-

se nesse período um total de 6,58 m3 de água

potável. Esse dado é relevante na medida em

que confirma o bom funcionamento de todo o

sistema, atendendo-se a expectativa original de se

manter o funcionamento em 90% do período.

Quanto à qualidade da água

disponibilizada para o uso tanto

nas descargas sanitárias como para a ma-

nutenção da área externa, a mesma apresen-

tou qualidade de água bastante satisfatória

para o uso proposto, atendendo aos padrões

legais que permitem o contato direto com o

ser humano. Contudo, não é indicada para o

consumo humano (ingestão).

Ainda assim compensa? Mais uma vez os

números falam por si. A análise econômica

preliminar (2003) previa, quando confronta-

dos os custos de investimentos e os custos

de operação, um período de retorno de 6,7

anos utilizando-se as tarifas do DAERP e 5,7

anos quando da SABESP, vigentes à época.

Reavaliado pouco mais de um ano depois, o

período de retorno do investimento caiu para

5,7 e 4,3 anos respectivamente.

O que fazer, como fazer, onde fazer, por que

fazer não é mais o problema. O problema é

começar a fazer. Ultrapassar essa barreira é

o paradigma a ser quebrado, pois consumir

a natureza é inevitável. Evitável é consumi-la

como se hoje fôssemos a última geração hu-

mana existente na face da Terra. Tal e qual o

alerta sobre o consumo de bebida alcoólica,

também vale o bordão: consuma a natureza

com responsabilidade.

Eng. mecânico/civil André Teixeira Hernandesmestre em Construção Civil pela

Universidade Federal de São Carlosanalista em Infraestrutura de Transportes da

Administração da Hidrovia do Paraná (AHRANA)Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transportes (DNIT)

Page 12: Painel - edição 180 – mar.2010

12 mulheres

Elas querem passar!

A imagem das salas de aula dos cursos ligados

às carreiras do sistema CONFEA/CREA, especialmente de engenharia e agronomia, ainda é a mesma: predominância de estudantes do sexo masculino. Mas, diferente do início dos anos 1970, os homens já não são os únicos.

“A verdade é que as mulheres têm sido bem sucedidas como engenheiras. Na elétrica e na mecânica da Unicamp, elas eram apenas 2% há alguns anos e hoje já chegam a 20%”, afirma Marcelo Alexandre Prado, coordena-dor da graduação da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp.

Segundo Franco Dedini, que coordena a graduação da Faculdade de Engenharia Me-cânica (FEM) na mesma universidade, o índice de mulheres no curso varia de 10% a 20%, dependendo do ano. “A profissão mudou de perfil e já não é apenas chão de fábrica, tem menos graxa e mais inteligência, voltando-se ao desenvolvimento de produtos, inclusive com aplicação de design”, explica.

Nádia Cosac Fráguas, da Diretoria Especial da Mulher da AEAARP, observa que se por um lado já houve algum receio em colocar as mulheres nos canteiros de obras, por outro é delas a qualidade de ter jogo de cintura no contato direto com os clientes.

A revista Painel entrevistou três jovens uni-versitárias que sonham com carreiras vincu-ladas ao sistema CONFEA/CREA. Elas falaram dando o tom dos sonhos e perspectivas de carreiras que são cada vez mais requisitadas pelo mercado de trabalho e em um setor que valoriza, cada vez mais, as competências em detrimento da diferença de gênero.

Há 100 anosCalouro

Padrão 2010 é mulher - perfil

vem desde 1993

As mulheres vieram para ficar no campus da USP em Ribeirão Preto. Mais uma vez a mulher é o calouro padrão e repete o desempenho na aprovação da FUVEST desde que o perfil do calouro começou a ser traça-do, em 1993, no campus. Em

apenas dois anos, 1993 e 2000, as mulheres empataram com o sexo masculino no percentual de ingressantes. Em 2010, elas

representam 53% dos ma-triculados no campus - uma

pequena queda em relação ao ano passado que foi de 54%.

Em 8 de março de 1910, a socialista alemã Clara Zetkin

propôs, durante a 2ª Conferência Internacional das Mulheres

Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, a

criação de um Dia Internacional da Mulher. A data seria lembrada

pela posteridade e marcada por atos civis em defesa da autonomia e igualdade de

direitos das mulheres.

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A engenheira civil A imagem do primeiro dia de aula de Natá-

lia Andrade Blisa foi a seguinte: em uma sala de 40 alunos da Faculdade de Engenharia Civil no Centro Universitário Moura Lacerda de Ribeirão Preto, apenas 10% eram mulheres. E ela era uma delas. Filha de engenheiros, escolheu a carreira sem dificuldade e con-tando com a atração pela área de exatas já despertada no ensino fundamental.

Desde o início, Natália imaginava o tama-nho do desafio que enfrentaria, e ainda en-frentará. “Já sabia que na profissão predomi-navam profissionais do sexo masculino. Essa diferença me motivou ainda mais”, conta.

Características femininas, como a vaida-de, ela não abre mão. E aposta em outra, a organização, para crescer profissionalmente: pretende trabalhar com a família na área de orçamentos.

A arquitetaA dúvida era entre o curso de artes plásticas

ou arquitetura. Por fim, a estudante Lívia Scar-pellini considerou a segunda alternativa mais abrangente e a que ofereceria mais opções de mercado ao longo de sua vida profissional. Ela é uma apaixonada pelo curso que faz no Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto.

“Escolhi arquitetura porque, nessa área, posso atuar em vários campos artísticos. Mas quero mesmo trabalhar no campo da construção civil”, conta.

Lívia ainda dá dicas para os colegas calou-ros que chegam neste ano à universidade: “O estágio é muito importante para adquirirmos experiência e termos contato direto com o mercado de trabalho. Além de frequentar as aulas, é indispensável conhecer na prática o campo no qual você vai trabalhar”, ensina.

A agrônomaÉ com bravura que Lelia de Souza Benfica

encerra, em 2010, o curso de Engenharia Agronômica no Centro Universitário Moura Lacerda. Questões financeiras atrasaram em 11 anos seu ingresso na universidade, que aconteceu depois de conquistar vaga pelo Programa Universidade para Todos (PROUNI). Vencida essa etapa, não titubeou em trocar Patos de Minas (MG) por Ribeirão Preto.

Considera a carreira que escolheu como “o que há de mais importante” para garantir a sobrevivência do homem no planeta. Tem interesse por pesquisas na área de nutrição vegetal e é trainee do departamento técnico da Binova Fertilizantes. “A mulher conta com a intuição em qualquer profissão que decida atuar. Na agronomia não é diferente. O bom senso e dedicação são diferenciais femininos que ajudam muito no dia-a-dia”, afirma.

Lelia de Souza BenficaLívia Scarpellini

Natália Andrade Blisa

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14 enchentes

Mais de 400 homens trabalham para reconstruir Angra dos Reis e Paraty, cidades do estado do Rio de Janeiro de-vastadas por deslizamentos de terra na virada do ano, matando 53 pessoas. São Paulo já contabilizava 70 mortos, até o final do mês de fevereiro, em decorrência de desabamentos, desmoronamentos e afogamentos. As fortes chuvas que atingiram a capital paulista desde janei-ro são recordes dos últimos 77 anos. A pequena São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, protagonizou cenas dramá-ticas no primeiro dia de 2010, com a inundação e destruição de dezenas de imóveis tombados dos séculos 18 e 19. Paraitinga se prepara para receber um centro de formação interdisciplinar para estudantes de engenharia, arquitetura, arqueologia entre outros, que vão parti-cipar de sua reconstrução de Paraitinga. Em Portugal, a defesa civil contabiliza 42 mortes provocadas pelo transbor-

“Não adianta imaginar que as obras irão resolver esses problemas”,

alerta especialista

damento de rios no mês de fevereiro, provocando deslizamentos de terras e ruptura de ponte.

As cenas recorrentes de tantas tragé-dias deixam todos perplexos e inseguros. O que está sendo feito para evitar que catástrofes dessas proporções batam à porta de cada um? As obras em anda-mento em Ribeirão Preto são suficientes para conter os transtornos provocados pelas chuvas de verão? O professor Marcelo Pereira de Souza, docente titular do Departamento de Biologia e da pós-graduação em Ciências da Engenharia Ambiental da USP-RP concede entrevista para a revista Painel e faz importantes alertas para a realidade de Ribeirão. E decreta: do ponto de vista técnico é perfeitamente possível e viável reverter o caos provocado por enchentes. Basta querer. Confira a seguir.

Painel - O modelo de construção das cidades brasileiras previu a

quantidade de precipitação de chuvas típicas em nosso país?

Quem conseguiu adotar um modelo interessante e sustentável?

Marcelo Pereira de Souza - Os modelos de cidades e urbanismo são muitos e ex-perimentam alguns modismos, por assim dizer, em função de certas demandas e valores de cada época.

O uso e ocupação do solo urbano são baseados no regramento do poder públi-co municipal, em geral, e do valor eco-

Não vai parar de chover

De acordo com relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) as

chuvas nos meses de março e abril serão acima das médias históricas, assim como já aconteceu em fevereiro. O relatório revela que as “previsões climáticas sazonais para os meses de fevereiro, março e abril indicam que as regiões Sul e Su-

deste terão maior probabilidade de ocorrên-cia de chuvas acima do normal”. A ín-

tegra do relatório está disponível no site www.ana.gov.br.

Marcelo Pereira de Souza

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nômico produzido por essa ocupação. Essa lógica de interesses está presente no mundo todo.

Historicamente, no Brasil nós temos exemplos de conceitos e modelos de urbanização que atendem a preceitos de escoamento e saneamento. Um precursor é o engenheiro Saturnino de Brito, que fez muitos projetos no início do século passado e até hoje funcionam perfeitamente. Por outro lado, há muitos casos de insucessos na intervenção. O sistema da Represa Billings, da década de 1920, é contestado até hoje e apontado como modelo a não ser seguido. Infe-lizmente, ele tem sido o inspirador das intervenções urbanas no país, baseado no imediato e no retorno financeiro dos

interessados.A questão crucial é o horizonte tem-

poral desses projetos e os interesses que predominam. Eles devem considerar um período bem maior e não apenas 20 ou 30 anos. Atualmente, existe uma inver-são de valores e muitas vezes o interesse privado está se sobrepondo ao interesse público. As consequências são essas que vivemos.

Painel - É possível reverter esse processo? O que precisa ser feito?

MPS - Entendo que o processo seja reversível sim. Talvez não em sua totali-dade, mas muita coisa precisa ser revista, e será muito melhor para a população que sofre com as consequências.

O Brasil se tornou um país de popu-lação urbana em muito pouco tempo. Certamente erros foram cometidos, mas precisamos rever o processo e estabele-cer bases conceituais mais adequadas e compatíveis com os interesses públicos.

Os que ocasionam a externalidade negativa – ou seja, os prejuízos – são os responsáveis. Esse é um principio

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16 enchentes

básico e deve estar presente no caso de drenagem urbana. Com esses recursos, no lugar de se fazer obras e mais obras, devemos pensar em planejar o espaço urbano e respeitar os limites ambien-tais. Conservar os espaços de beira de córregos e rios, topos de morros e outros pontos críticos de inundação é prevenir enchentes. Mais barato e mais lógico.

A execução desse modelo requer dis-posição política e compromisso público e não privado. Com visão de Estado e não de governo. Do ponto de vista técnico é perfei-tamente possível e viável. Basta querer.

Painel - Entre os principais problemas ambientais enfrentados em

Ribeirão Preto, alguns especialistas apontam as altas temperaturas, a

falta de planejamento de arborização e poucas áreas verdes, as enchentes

entre outras. Nessas áreas, o que o sr. poderia sugerir?

MPS - O problema das enchentes em Ribeirão Preto é que não observamos as questões naturais afeitas ao caso. Por exemplo, não tratamos da bacia hidro-gráfica como um todo, mas apenas do lei-to do rio, não deixamos as áreas naturais de inundação, mas canalizamos e cria-mos dezenas de barragens de contenção. Não adianta imaginar que as obras irão resolver estes problemas. A lógica de uso e ocupação baseada no interesse privado é a vilã deste processo. Clima, regime de

c h u va s , topogra-fia e outras q u e s t õ e s naturais são presentes na realidade de Ribeirão Preto. Ignorar essas condições é ato de irresponsabilidade técnica. É apresentar uma solução sem consi-derar as condições da realidade.

Agora, a solução de um problema his-tórico não se dá de maneira imediata. Requer planejamento estratégico e defi-nição de prioridades - atividades típicas do poder público.

Painel - Qual a responsabilidade do poder público e do poder privado

sobre esses problemas? Como a iniciativa privada pode contribuir?

MPS - Bem, em regra, o poder público

é o representante legal do poder econô-mico. Portanto, existe uma sobreposição de interesses e, por esse motivo, um conflito com os demais segmentos da sociedade. Cumpre ao poder público o estabelecimento de condutas que visam ao atendimento do interesse público, mas a ocupação de locais inadequados atende aos interesses privados. Impasse criado.

De maneira geral, cabe ao poder público fazer e exigir o cumprimento do regramento (leis e regulamentos). À iniciativa privada, executar de acordo

com o estabelecido. Ocorre que é muito comum a inversão de tudo. Os interesses privados contaminam as decisões do po-der público e a sociedade arca com os “prejuízos” dessas ocu-pações e o setor privado fica com o lucro. Pior, existe uma

política do “já que está pronto vamos regularizar”. Um prêmio ao infrator e de repercussões extremamente negativas em todos os campos. Principalmente no moral e de conduta: vale a pena fazer errado. A história do “crime que com-pensa”. Esse processo é devastador do ponto de vista de conduta social.

Assim, entendo que a democracia participativa, que é o modelo brasileiro, deve apostar na participação da socie-dade e no fortalecimento das instâncias democráticas para quebrar este círculo vicioso instalado. O problema não ser resolve com obras e dinheiro, mas com planejamento público e não privado, incorporando uma visão de longo prazo, compatível com interesses públicos e não de períodos vinculados a mandatos públicos.

Reitero: precisamos de uma política de Estado e não de governo.

Precisamos “estatizar o Estado brasilei-ro” e, com isso, estabelecer paradigmas públicos para a solução desse e outros problemas sociais. A primazia do interesse público sobre o privado deve prevalecer na conduta do Poder Público. Sempre.

A questão das enchentes é decorrência e não causa de uma Política enviesada. Claro que não adianta ficar atuando nas consequências sem atuar nas causas.

LançamentoLivro: Avaliação Ambiental

EstratégicaAutores: Isabel Silva Dutra de Oliveira, Marcelo Montaño e Marcelo Pereira de Souza.Editora: Suprema CulturaO livro discute a necessidade de incorporação, pelo processo decisório, dos preceitos e fundamentos em torno da sustentabilidade, bem como dos instrumentos utilizados para sua implementação. Por suas características, ‘Avaliação Ambiental

Estratégica’ é apontada como um importante recurso para o enquadramento das estratégias de

desenvolvimento no rumo da sustentabilidade ambiental, sobretudo por sua interface

com outros instrumentos de Política Ambiental.”

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17LançamentoLivro: Avaliação Ambiental

EstratégicaAutores: Isabel Silva Dutra de Oliveira, Marcelo Montaño e Marcelo Pereira de Souza.Editora: Suprema CulturaO livro discute a necessidade de incorporação, pelo processo decisório, dos preceitos e fundamentos em torno da sustentabilidade, bem como dos instrumentos utilizados para sua implementação. Por suas características, ‘Avaliação Ambiental

Estratégica’ é apontada como um importante recurso para o enquadramento das estratégias de

desenvolvimento no rumo da sustentabilidade ambiental, sobretudo por sua interface

com outros instrumentos de Política Ambiental.”

legislação

Regulamentação da assistência técnica

deve ficar pronta em março Os trabalhos para a conclusão dos termos

de regulamentação da Lei de Assistência Técnica Gratuita, aprovada em dezembro pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto, devem ficar prontos ainda no mês de março. Essa é a previsão de Eder Roberto da Silva, assessor da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto. Segundo ele, o grupo de trabalho formado por representantes do poder público e entidades ligadas ao tema está na fase final de discussões.

O grupo está realizando um diagnóstico técnico das questões que envolvem a lei fede-ral 11.888/2008. O texto assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social. “As reuniões do grupo de estudo estão definindo, em con-

senso, os honorários e os procedimentos para contratação dos profissionais, a classificação do público que será atendido e outros detalhes para a lei funcionar na prática”, explica Eder Silva. Após a redação final, a Prefeitura de Ri-beirão Preto publicará em decreto o termo de regulamentação para então entrar em vigor.

“Em todo o Brasil, os municípios estudam formas de regulamentação. E Ribeirão Preto pode se tornar referência no tema, colabo-rando para novos projetos em várias partes do país”, afirma o assessor da Secretaria de Planejamento.

Roberto Maestrello, presidente da AEAARP, integra o grupo de estudos. Ele elogia o traba-lho que é desenvolvido há alguns meses e vê na iniciativa o reconhecimento e a valorização dos profissionais do sistema CONFEA/CREA.

Poder público Cohab: Marina Amorim Cavalcanti de Oliveira Assistência Social: Kátia Approbato Planejamento e Gestão Pública: Ivo Colichio Júnior | Eder Robero da SilvaNegócios Jurídicos: equipe técnica

Entidades AEAARP: Roberto Maestrello | Luiz Gustavo Leonel de CastroSindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo: Maurílio Ribeiro Chiaretti Sindicato dos Engenheiros: Nelson Martins Costa Instituto Praxis: Mauro Freitas CREA: José Galdino B. Cunha JuniorComur: Fernanda Freitas

Grupo de Trabalho

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18 energia eólica

modernosventos

Florianópolis (SC) ganha o primeiro empreendimento com produção de energia eólica no Brasil, num conceito inédito de sustentabilidade batizado de Next Generation. O projeto do condomí-nio residencial Neo prevê a instalação de duas turbinas de vento – uma em cada torre residencial – para o aquecimento da água consumida pelos seus 24 apar-tamentos.

Esqueça as enormes hélices que mo-vem as turbinas eólicas de grande porte espalhadas pelo mundo: o equipamento da Helix Wind escolhido para o empre-endimento possui dimensões reduzidas e se destaca pelo design vertical de alta tecnologia e com forte apelo estético. Desenvolvida nos Estados Unidos e trazida para o Brasil pelo arquiteto e urbanista paulista Jaques Suchodolski, a turbina utiliza um moderno sistema de captação vertical, em turbinas que medem 1,20m de diâmetro e 6,00m de altura e são capazes de gerar cerca de 5 kilowatts cada de maneira silenciosa e segura – uma configuração ideal para a instalação em casas e edifícios.

Ao olhar desavisado, o design sofisti-cado, que aproveita ao máximo a força do vento para gerar energia, a princípio pode parecer apenas uma moderna

escultura de uma coluna helicoidal, colocada na torre de máquinas de um prédio de alto padrão para conferir al-gum charme.

EconomiaCom a energia do vento e a captação

complementar da energia do sol atra-vés de painéis solares, as coberturas das duas torres baixas que integram o projeto residencial passam a se cons-tituir em eficientes fontes de energia limpa, sustentável e com emissão zero de carbono.

A adoção de um sistema de tratamento de efluentes promove a reutilização da água consumida, para uso nos jardins e áreas comuns e o uso inteligente dos sa-nitários – iniciativas funcionais que pos-sibilitam a redução de 50% no consumo de água de todo o condomínio. A energia produzida em forma de água quente será armazenada em reservatórios nas torres das caixas d’água.

O lançamento oficial da obra será em março de 2010 e conclusão está prevista para o verão de 2012. O Neo promete ser tornar o propulsor de uma série de empreendimentos imobiliários a se utili-zarem de energia eólica no Brasil, dentro do conceito Next Generation.

O arquiteto Jaques Suchodolski tem uma extensa trajetória profissional,

com passagens por grandes escritórios, coordenação de desenho urbano para o PICCED-Pratt Institute

de Nova York, autoria de projetos que montam mais de 2.000 unidades residenciais e coautoria em projetos de reurbanização das marginais dos

rios da capital paulista. Dedicado a integrar soluções

tecnológicas na indústria da construção civil, Jaques – radicado em

Florianópolis há cerca de dois anos – procurou desenvolver um projeto

que pudesse refletir esses valores de forma decisiva na cultura construtiva

da cidade: “O condomínio não irá utilizar nenhum combustível fóssil e o custo de aquecimento d’água será

próximo de zero”, ressalta ele.

Diante desta perspectiva, Jaques aponta para a função primordial – e por vezes perdida – da arquitetura como ferramenta para uma melhor qualidade de vida: “Acredito que a transformação positiva do espaço pelo homem só é possível através da arte embasada em tecnologia e da ciência”, afirma.

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D e s d e 2006, quando foi

lançado, o livro “Arquiteturas da Engenharia ou Engenharias da Arqui-tetura”, de autoria dos professores João Marcos Lopes, Marta Bogéa e Yopanan Rebello, passou a ser adotado em vários cursos universitários, até tornar-se uma referência bibliográfica. Agora, a obra é relançada, com uma nova e atraente capa.

Resultado do trabalho de pesquisa e ensino de três profissionais de engenha-ria e arquitetura que há anos dedicam-se à cadeira de Projeto Estrutural em cursos de Arquitetura, o livro procura passar aos alunos a essência do funcionamento das estruturas nas obras de edificações, tor-res, pontes e outras construções. A ideia é permitir uma compreensão íntima do mecanismo das estruturas, para que o aluno quase “intua” o caminho das forças que mantêm uma obra de pé.

O livro é organizado em capítulos que explicam, comparam e dissecam obras, desde construções medievais, como as catedrais góticas, até construções con-temporâneas, como a ponte Erasmus,

Sucesso nos cursos universitários, obra revela os caminhos de forças

que mantêm uma obra de pé

em Roterdã, ou as torres de I. M. Pei, em Hong Kong. Grandes fotos, ilustrações e gráficos ajudam o leitor a perceber as forças atuantes numa estrutura, os materiais usados na obra e o trabalho do engenheiro que calculou as dimensões de cada viga, pilar, arco. E daí, a arquite-tura resultante.

São 176 páginas, quase 300 ilustra-ções, com fotos das mais importantes obras construídas pela humanidade nos últimos 2 mil anos, entre palácios, igrejas, torres, pontes, museus, casas e edifícios altos.

biblioteca

Livro Arquiteturas da Engenharia ou Engenharias da Arquitetura

tem nova tiragem

Ficha técnica

Livro: Arquiteturas da Engenharia ou Engenharias da ArquiteturaAutores: João Marcos Lopes, Marta Bogéa e Yopanan RebelloEditora Mandarim ISBN 978-85-99245-02-6Preço: R$ 59,00

Indicador verde

O Conselho Global de Energia Eólica (Global Wind Energy Council) divulgou os números do avanço de projetos de energia eólica no mundo em 2009. A capacidade instalada cresceu 31% em 2009, passando de 120, 8 GW para 157,9 GW (ou 157.900 MW). Esses números têm superado as projeções mais otimistas do Greenpeace e surpreendido inclusive até mesmo a indústria eólica.

O crescimento representa cerca de três usinas de Itaipu e aconteceu em grande parte na China, que acrescentou 13 GW e dobrou sua capacidade instalada pelo terceiro ano seguido. Os Estados Unidos vieram com a segunda maior contribuição, de 9,9 GW, e seguem como o país com maior capacidade de energia eólica no mundo, com 35 GW. A Europa instalou 10,5 GW no ano passado, liderados por Espanha (2,5 GW) e Alemanha (1,9 GW).

“A continuidade do rápido crescimento da energia eólica, apesar da crise financeira e da recessão econômica é uma prova da capacidade de atratividade desta tecnologia limpa, confiável e rápida de instalar. A energia eólica se tornou a fonte que mais cresce em cada vez mais países do mundo”, disse Steve Sawyer, Secretário Geral do GWEC.

Fonte: Greenpeace

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20 educação

Mais de 500 estudantes da Universi-dade Paulista (UNIP), em Ribeirão Preto, acompanharam a palestra proferida pelo engenheiro civil Roberto Maestrello, presidente da AEAARP, que participou da aula inaugural dos cursos de engenharia da universidade. O convite foi formulado por Hirilandes Alves, diretor da AEAARP e coordenador da pós-graduação em En-genharia de Produção da UNIP. O Coral Som Geométrico se apresentou.

Maestrello apresentou a Associação aos estudantes e evidenciou seu papel em defesa da valorização profissional e no combate ao exercício ilegal da profis-são. O presidente ressaltou a diferença entre a entidade e o CREA, explicando a parceria entre os dois e as ações que desenvolvem juntos – como seminários, palestras e workshops.

Ele defendeu a participação dos pro-

é apresentada em aula inaugural na

fissionais em associações de classe e na elaboração de políticas para o município. Ressaltou o papel da entidade na ela-boração do Plano Diretor, nas políticas de drenagem urbana, na comissão que elabora a regulamentação da lei de assis-tência técnica gratuita, dentre outras.

Na palestra, o presidente da AEAARP contou a história da engenharia no Brasil, desde a chegada da família real ao Rio de Janeiro, e ressaltou sua importância para o desenvolvimento econômico e social do país.

“Essas oportunidades devem ser abra-çadas por todos da AEAARP. É gratificante o contato com aqueles que estão come-çando a trilhar o caminho para construir uma carreira de sucesso. E a AEAARP tem muito a ganhar ao se aproximar desses jovens”, diz Maestrello.

Além de Hirilandes Alves, participaram

No Youtube

O vídeo institucional da AEAARP, que é usado para apresentar a entidade em oportunidades como essa na UNIP, está disponível no Youtube (www.youtube.com).

AeAARPUnIP

da aula José Galdino Barbosa da Cunha Junior, gerente regional do CREA-SP, e os diretores da UNIP: Fernando Brandt, coordenador do curso de Engenharia Civil, Marcello Cláudio Gouveia Duarte, coordenador do curso de Engenharia Elé-trica e Mecatrônica, Cláudia Andreatini, coordenadora geral dos cursos de En-genharia de Produção, e Pedro Américo Frugoli, diretor do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia da universidade.

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21meio ambiente

Em janeiro de 2010, foram retiradas 1.809 tone-ladas de embalagens vazias de agrotóxicos do meio ambiente e cerca de 90% desse total seguiu para reciclagem. Segundo análise do inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), o volume expressa crescimento de 28% em relação ao retirado em janeiro de 2009 (1.412 toneladas).

Levantamento do instituto revela também que os estados que mais retiraram embalagens do campo neste primeiro mês foram: Mato Grosso (com 382 toneladas), Paraná (com 288 tonela-das), São Paulo (com 254 toneladas), Goiás (com 229 toneladas) e Bahia (com 170 toneladas). Esses cinco estados representam mais de 70% do volume total destinado em todo o Brasil.

Destaque também para os maiores percentuais de crescimento no mês, registrados nos estados da Bahia (375% - passou de 36 para 170 tonela-das), Maranhão (123,%, passando de 10 para 24 toneladas) e Santa Catarina (122%, passando de 20 para 45 toneladas).

Destinação de embalagens vazias de agrotóxicos

cresce 28% em janeiroCerca de 90% das 1.809 toneladas de embalagens retiradas do campo seguiram para reciclagem

Comparativo de embalagens destinadas

Janeiro 2009 x 2010

Volume 2009 (t) Volume 2010 (t) Crescimento (%)

Bahia 35,8 170,4 374,9Goiás 217 228,8 5,4Maranhão 10,6 23,7 123,3Mato Grosso do Sul 73,4 128,5 75,1Paraná 193,2 288,5 49,3Pernambuco 11,7 12,8 9,6Piauí 104,2 148,5 42,5Rondônia 10,1 12,8 27,5Santa Catarina 20,4 45,5 122,6São Paulo 163,5 254,2 86,3Brasil 1.411,9 1.808,7 28,1

Sobre o inpEVO inpEV é uma entidade sem fins lucrativos que

representa a indústria fabricante de defensivos agrícolas em sua responsabilidade de destinar as embalagens vazias de seus produtos de acordo com a Lei Federal nº 9.974/2000 e o Decreto Fe-deral nº 4.074/2002. A lei atribui a cada elo da ca-deia produtiva agrícola (agricultores, fabricantes, canais de distribuição e poder público) responsa-bilidades que possibilitam o funcionamento do Sistema de Destinação de Embalagens Vazias. O instituto foi fundado em 14 de dezembro de 2001 e entrou em funcionamento em março de 2002. Atualmente, possui 82 empresas e sete entidades de classe do setor agrícola como associadas.

Mais informações sobre o inpEV e o Sistema de Destinação Final de Embalagens Vazias estão disponíveis no site www.inpev.org.br.

Tels: (16) 3630.1818Fax: (16) 3630.1633R. Roque Nacarato, 81 Ribeirão [email protected]

Tudo em material elétrico

Ligada em você

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22 arquitetura

Em visita à África do Sul para acom-panhar as obras do Mundial 2010, os arquitetos dos estádios da Copa 2014 disseram que o evento será “um gran-de desafio” para o Brasil, já que o país terá de melhorar muito sua infraestru-tura e a oferta de serviços.

Formada por 20 arquitetos, a dele-gação visitou o estádio Soccer City, no famoso bairro de Soweto, em Johanes-burgo, que receberá a abertura e a final da Copa. Lá, trocaram experiências com os profissionais envolvidos com os pro-jetos dos estádios sul-africanos.

Os brasileiros ficaram “impressiona-dos” com a estética do Soccer City, que será palco de Brasil e Costa do Marfim em 20 de junho. Além disso, criticaram o nível das exigências que a Fifa vem im-pondo ao Comitê Organizador Brasileiro (COL), que superam, segundo eles, as demandas solicitadas aos sul-africanos.

De Johanesburgo o grupo seguiu a Pretória, onde visitou o estádio Loftus Versfeld, e para Durban, para conhecer o Moses Mabhida. Lá, assistiram ao amistoso entre África do Sul e Namíbia,

Arquitetos brasileiros visitam a África do sul

que marcou a inauguração oficial do estádio.

Os arquitetos brasileiros também via-jaram às cidades-sede de Port Elizabeth e Cidade do Cabo, onde conheceram os estádios Nelson Mandela Bay e Green Point.

O coautor do projeto do Estádio Nacional de Brasília, Vicente de Castro Mello, disse à Efe que o Soccer City “representa o grande desafio que os arquitetos terão com todos os novos projetos no Brasil”. “Estamos a 100 dias do Mundial da África do Sul e ainda há muito o que fazer, mas vemos isso como um exemplo para tentar terminar os estádios do Brasil pelo menos seis meses antes da Copa de 2014 e poder testar todas as instalações, o que não está acontecendo aqui na África”, afirmou.

Já a arquiteta Adriana Oliveira, coauto-ra do estádio Governador José Fragelli, em Cuiabá, afirmou que “a arquitetura das infraestruturas do Mundial é muito bonita, e as ideias que estão por trás são muito originais”. “Esta visita à África do Sul será muito útil. Vimos os estádios do Mundial de 2010 para tentar fazer algo

parecido no Brasil”, disse Adriana.Para ela, o território brasileiro tem infra-

estrutura melhor que a da África do Sul, mas precisa adequar seus aeroportos e in-centivar a construção de atrativos turísticos em algumas das cidades-sede. “O Mundial de 2014 é um grande desafio para o Brasil: é preciso melhorar os aeroportos e há cidades no país que não são tão turísticas, que têm de se preocupar com o transporte dentro das cidades”, completou.

Sobre a preparação da África do Sul, a arquiteta afirmou: “Esperava que os estádios e as infraestruturas da África do Sul estivessem mais completos a essa altura. Apesar de tudo, acho que terão tempo para acabar tudo, mas deverão ter pressa”.

No mês passado, o francês Jerome Val-cke, secretário-geral da Fifa, expressou a preocupação da organização pelo ritmo de trabalho nos preparativos para o Mun-dial de 2014: “Está claro que o trabalho nos estádios não começou. O Brasil não pode perder tempo”, afirmou.

Com informações de: www.copa2014.org.br

Page 23: Painel - edição 180 – mar.2010

23

Eng. civil José Galdino Barbosa da Cunha JúniorChefe da UGI - Ribeirão Preto - CREA - [email protected] João Penteado 2237Jd. São Luis - Ribeirão Preto -SP 16 3623.7627

crea

O CREA-SP inicia a realização dos en-contros municipais preparatórios para o 7º CNP-Congresso Nacional de Profis-sionais, que também será precedido de Congressos Regionais e do Congresso Estadual.

Podem participar dos encontros todos os profissionais do Sistema CONFEA/CREA, registrados no CREA-SP. Nos eventos locais, os participantes poderão inscrever propostas, moções, sugestões e/ou trabalhos sobre os temas do con-gresso.

As propostas e/ou trabalhos apre-sentados e aprovados nos encontros serão encaminhados para os encontros regionais; as propostas aprovadas nos encontros regionais serão, por sua vez, encaminhadas para o Congresso Esta-dual.

Durante o CEP e o CNP serão discutidas propostas orientadas em cinco Eixos Refe-renciais do processo de Formulação Es-tratégica do Sistema Profissional realiza-do em 2008, assim definidos: Formação Profissional, Exercício Profissional, Organi-zação Profissional, Integração Profissio-nal e Inserção Inter-nacional.

O 7º CNP será realizado em duas eta-pas: a primeira durante a 67ª Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia (SOEAA), que acontece no mês de agosto, em Cuiabá/MT; e a segun-da no mês de novembro, em Brasília/DF.

CReA-sP rumo ao 7º Congresso Nacional de Profissionais

O tema central do 7º CNP é “Construindo uma agenda estratégica para o Sistema Profissional: desafios, oportunidades e visão de futuro”.

“A realização desses encontros, em todos os seus níveis, é de grande impor-tância, pois é a oportunidade para que os profissionais participem com suas sugestões. Somente dessa forma pode-remos estabelecer nossa estratégia de atuação para os próximos anos, promo-vendo o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da nossa população, com ética e competência técnica”, diz o presidente do CREA-SP, José Tadeu da Silva.

Para obter mais informações, acesse: http://www.creasp.org.br/7cnp/

Serviço

Região Inspetorias Março

Franca Franca 17

São Joaquim da Barra 24

Orlândia 15

Ituverava 23

Batatais 29

Barretos Barretos 19

Bebedouro 15

Olímpia 25

Ribeirão Preto Ribeirão Preto 22

Sertãozinho 30CrE

A

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24 construção

O segmento de automação para c o n s t r u ç ã o deve atingir R$

1 bilhão em vendas nos próximos anos, com crescimento de quase o dobro do tamanho atual no país. De olho nesse potencial, está sendo lançado no Brasil um grande evento com as últimas novi-dades do mercado de automação predial e residencial. É a 1ª Expo Predialtec que apresentará simultaneamente o 9º Habitar 2010-Congresso de Automação Residencial e Tecnologias para a Habita-ção promovido pela Associação Brasileira de Automação Residencial (Aureside). A exposição, que pretende exibir a mais moderna tecnologia em edifícios inteli-gentes do mercado, acontece nos dias 18 e 19 de agosto deste ano, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.

A 1ª Expo Predialtec quer atrair a indústria e os fornecedores de itens de segurança, áudio e vídeo, climatização, telecomunicação, controle de ilumina-ção, eficiência energética, sistemas de automação e de softwares. No 9º Habitar haverá seminários, palestras e exposição com sofisticados equipamentos e pro-gramas voltados à segurança doméstica e à proteção do lar, mostrando como é possível aumentar a segurança através dos prédios inteligentes. O evento é di-rigido aos empresários, empreendedores e profissionais do setor (instaladoras e

evento apresenta edifícios inteligentes e mostra as

novidades em automação predial e residencial

fabricantes), engenheiros, arquitetos, estudiosos, estudantes de engenharia mecânica e eletrônica, entre outros.

“Unimos excelentes oportunidades de negócios. Os expositores terão a chance de divulgar produtos, serviços e marcas a um mercado altamente qualificado e segmentado”. afirma Edilberto Cardoso de Almeida, diretor da editora WP, pro-motora da tradicional Expo Elevador, maior feira da indústria de elevadores da América Latina. “Vamos divulgar informação, conhecimento e novas práticas. Com isso, criamos um novo ponto de encontro para empreendedo-res e especialistas”, esclarece Almeida. Segundo ele, o mercado de automação para a construção e de renovação predial vive um momento de crescimento no país graças à estabilidade econômica e os eventos globais marcados para os próximos anos. “Apostamos na expansão desse segmento. A automação tem tudo para crescer no Brasil e acompanhar a evolução mundial”, destaca.

Copa e OlimpíadasO amplo mercado interno, a necessi-

dade de projetos sustentáveis, além da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, são bons exemplos para o cres-cimento dos negócios. “O Brasil terá de comprovar ao mundo que tem capacidade de receber delegações internacionais com segurança e qualidade predial”, acredita

Almeida. Ele lembra ainda que o mercado está cada vez mais exigente em termos de qualidade. “A tecnologia será inevitável em todas as edificações, seja por redução de custos ou de riscos”, avalia.

Automação vai crescer mais

Segundo dados da Associação Brasilei-ra da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), nos próximos três anos, o segmento deve crescer aproximadamente 70%, chegan-do, em 2012, a cerca de US$ 500 milhões em vendas. É que no ano passado, o setor de automação alcançou faturamento de cerca de US$ 300 milhões, inferior às expectativas, em função da crise mundial. Agora as tendências são mais favoráveis.

As informações sobre a 1º. Expo Pre-dialtec podem ser obtidas no endereço: www.predialtec.com.

1º. EXPO PREDIALTEC, 9º. HABITAR 2010

Data: dias 18 e 19 de agosto de 2010

Local: Centro de Exposições Imigrantes

São Paulo – SP

Promoção: editora WP e Aureside

Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas aquecem mercado de projetos inteligentes em setor com potencial de mercado de r$ 1 bilhão no país

Edilberto Cardoso de Almeida

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25 notas

Ao preparar sua ART, não se esqueça de preencher o campo 31 com o código 046. Assim, você destina 10% do valor recolhido para a AEAARP. Com mais recursos poderemos fortalecer, ainda mais, as categorias representadas por nossa Associação.

Contamos com sua colaboração!

Pré-fabricados são tema de palestras na AEAARP

A AEAARP promove, entre 12 e 15 de abril, a Semana de Tecnologia da Construção com o tema “Sistemas Constru-tivos Pré-fabricados”. A Associação Brasileira da Construção Industrializa-

da de Concreto (ABCIC) participa do even-to, assim como empresas do setor.

O engenheiro Luiz Gustavo Leonel de Castro está coordenando a Semana que ob-jetiva apresentar as novas tecnologias dis-poníveis no mercado. “O atual crescimento econômico experimentado pelo país exige

obras rápidas e as empresas e os profissio-nais de construção têm de dar essas res-postas”, diz Leonel. O uso de pré-fabricados de concreto e de aço pode reduzir em até 50% o tempo de uma obra, sem contar a redução no desperdício de materiais.

A Semana de Tecnologia da Construção é organizada em parceria com o Fórum Permanente de Debates Ribeirão Preto do Futuro, órgão consultivo da AEAARP, e acontecerá nos períodos da manhã e da noite no auditório Antônio Duarte No-gueira, na sede da entidade.

A programação do evento estará disponível em breve no endereço www.aeaarp.org.br.

AEAARP na Comissão EspecialO engenheiro civil Wilson Luiz Laguna foi escolhido pela Câmara

Especializada de Engenharia Civil do CREA-SP para compor a Comissão Especial que implantará o Livro de Ordem do CREA-SP. Trata-se de um livro que registrará todas as atividades dos profissionais legalmente habilitados e que facilitará a emissão de Acervos Técnicos no futuro. Segundo Laguna, será estudada a possibilidade de o livro funcionar eletronicamente.

CONFEA

Wilson Laguna

Diretor financeiro da Mútua-SP, Marcelo Daniel Hobeika; vice-presidente do CONFEA, José Roberto Geraldine Júnior; presidente do CREA-SP, José Tadeu da Silva; conselheiro do CONFEA, José Antonio Lanchoti, e conselheiro do CREA-SP, Giulio Roberto Azevedo Prado.

A AEAARP esteve presente no 5º Encontro de Lideranças do Sistema CONFEA/CREA e Mútua, de 22 a 24 de fevereiro, em Brasília.

O evento contou com a participação de vários ministros de Estado. Organizadores consideraram positiva a Ação Parlamentar, em que lideres de 28 conselhos se reuniram com parlamentares e iniciaram um movimen-to pela aprovação de projetos de interesse da categoria. Também foi inaugurada a nova sede do CONFEA, houve eleição dos coor-

denadores das câmaras, reunião dos CREAs Jovens e Juniores e até a primeira reunião ordinária do Colégio de Presidentes.

As câmaras reuniram perto de 400 profis-sionais que cumpriram a programação do 5º Encontro de Lideranças e que incluiu ainda a reunião do Colégio de Entidades Nacionais, da Comissão Organizadora do 7º Congresso Nacional de Profissionais e ainda da CEEP, comissão permanente do CONFEA que trata do exercício e da ética profissional.

Encontro de lideranças

O conselheiro Wilson Luiz Laguna esteve em São Paulo, dia 20 de fevereiro, aten-dendo convocação feita pelo presidente do CREA-SP, José Tadeu da Silva. Na oportuni-dade, os conselheiros discutiram assuntos como sinistros em obras, deslizamentos de terra, ocupações de áreas de risco e outros. Laguna se pronunciou, alertando para os

riscos que existem nas áreas de encosta. Falou sobre os cuidados que devem ser tomados, as limitações que devem ser impostas quando da elaboração dos Planos Diretores das diversas cidades e sobre as experiências adquiridas com sucesso ao longo de quase 40 anos de exercício profis-sional na cidade de Ribeirão Preto.

AEAARP no CREA

A Comissão de Educação e Atribuição Pro-fissional (CEAP) do CONFEA fez a primeira reunião ordinária deste ano na AEAARP. O coordenador Francisco Xavier Ribeiro do Vale esteve na sede da Associação com os conselheiros Roberto da Costa e Silva (BA) e Lino Gilberto da Silva (SC), e com Roldão Lima Junior (DF), assistente técnico do CONFEA. As reuniões são agendadas em diferentes cidades durante todo o ano para estreitar a relação entre os conselheiros e as instituições de ensino e entidades de classe.

Gustavo Leonel

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26N

OVO

S AS

SOCI

ADO

S

ARquITETuRA E uRBAnIsmOAdriana Bighetti Cristofani

Ana Carolina Petenusci VenturiniGisela Gomes Benintendi Mazer

Giselle Rocha ZardiniPatricia Caliento PaivaLuis Gustavo Murilo

Paulo Roberto Desiderio

EnGEnHARIA AGROnômICAJoão Carlos de Freitas Silva

José Roberto de Souza MartinsPaulo dos Santos Peixoto

EnGEnHARIA CIvILErika Vallini Vilela Ferreira

Alex Henrique CamiloFlorival Sergio Simoes

José Andre de Souza BartocciRogerio Naur Aziani

EnGEnHARIA mECânICALeandro Bastos Pacheco

EsTuDAnTE – AGROnOmIA E AfInsAna Paula Xavier da Silva Carneiro

Diogo Cesar CavataoElio Duarte Diana Junior

Igor de Castro CestariMauricio Bianchi Masson

Paulo Roberto Guimaraes Vianna JuniorThiago Elias Silveira Bizinoto

Vinicius Diana Betiol

EsTuDAnTE – EnGEnHARIA CIvIL E AFINS

Cleyton Pigari AgostinhoDanny Carmo da Rovare

Flavio Menossi FurlanMatheus Goes De Assis Matos

Paola da Cunha Cury

Avenida Meira Junior, 314 | Ribeirão - SPTel: (16) 3441-0100 | Nextel: 7* 44632

AÇO ARMADO - TRELIÇA TELA - PREGO - ARAME

TéCnICO Em TELECOmunICAçõEsArmando Luiz Salome Silva

EsTuDAnTE – ARquITETuRA E URBANISMO

Ana Carolina Valente RibeiroAndrea Bento NogueiraAngélica Thais TurcattoDaniela Teixeira e Silva

Fernando da Costa BotelhoJoao Pedro Gazini Cardoso

Luis Gustavo Silvestre MessageMarco Aurelio SanchesRenan de Melo Santos

Rodrigo da Costa AncheschiRonald Alexandre Ludovice Matias

Sulene Regiane do NascimentoSuzan Nocera Polegato

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anúncio 1 pgGrafica São Francisco

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