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PAISAGEM E LUGAR NO CONTEXTO DA TURISTIFICAÇÃO DE GUAIBIM-VALENÇA,BA: UMA LEITURA A PARTIR DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E DA COMUNIDADE LOCAL. 1 Claudia Moreira de S. Pires 2 Jânio Roque Barros de Castro 3 RESUMO O turismo é uma importante atividade econômica da atualidade que transforma as paisagens e reinventa as formas de uso, leitura e apropriação dos lugares. No presente trabalho, propõe-se analisar as especificidades do processo de turistificação do distrito de Guaibim, no município de Valença-Ba, a partir das políticas públicas, bem como entender as concepções de lugar e paisagem dos seus moradores. Para tanto, busca-se compreender quais os níveis de interação, convergência e descompasso entre as políticas públicas voltadas a dinamizar o turismo no distrito de Guaibim, bem como avaliar o papel da atividade turística na recomposição espacial e paisagística, considerando a leitura da população local frente o processo de turistificação. A peculiaridade desta pesquisa está no fato de considerar o planejamento territorial sob um recorte humanístico, o que perpassa por considerar a percepção/olhar da comunidade sob seu espaço de vivência. Para alcançar este objetivo partiu-se do referencial teórico, depois de pesquisas de campo com o uso de entrevistas, mapas mentais e de análises documentais . Enfim, observou-se que, mesmo nos lugares turistificados como Guaibim, os moradores têm a paisagem como portadora de sentidos, como reveladora de significados, mesmo nesse contexto racionalizado turistificamente pelas políticas públicas e pelos grupos econômicos. Palavras-chave: Turistificação. Políticas Públicas. Percepção. Paisagem. Lugar. INTRODUÇÃO A globalização da sociedade e da economia gera mundialização do espaço geográfico, carregando-o de novos significados. Com isso, pequenos vilarejos, como Guaibim, antigos lócus de pescadores, veem-se invadidos pelo processo de turistificação, que, por ora, muda drasticamente a paisagem e altera significativamente 1 Resultados da dissertação de mestrado. 2 Mestre em Cultura, Memória e Desenvolvimento Regional, UNEB- Universidade do Estado da Bahia, Campus V, Departamento de Ciências Humanas. Licenciada em Geografia, pela UNEB- Campus V. e-mail: [email protected]. 3 Docente do Departamento de Geografia da UNEB– Universidade do Estado da Bahia, Campus V; Professor permanente do Programa de pós-graduação em Cultura, Memória e Desenvolvimento Regional, da UNEB. E-mail: [email protected]

paisagem e lugar no contexto da turistificação de guaibim-valença

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PAISAGEM E LUGAR NO CONTEXTO DA TURISTIFICAÇÃO DE

GUAIBIM-VALENÇA,BA: UMA LEITURA A PARTIR DAS POLÍTI CAS

PÚBLICAS E DA COMUNIDADE LOCAL. 1

Claudia Moreira de S. Pires2

Jânio Roque Barros de Castro3

RESUMO O turismo é uma importante atividade econômica da atualidade que transforma as paisagens e reinventa as formas de uso, leitura e apropriação dos lugares. No presente trabalho, propõe-se analisar as especificidades do processo de turistificação do distrito de Guaibim, no município de Valença-Ba, a partir das políticas públicas, bem como entender as concepções de lugar e paisagem dos seus moradores. Para tanto, busca-se compreender quais os níveis de interação, convergência e descompasso entre as políticas públicas voltadas a dinamizar o turismo no distrito de Guaibim, bem como avaliar o papel da atividade turística na recomposição espacial e paisagística, considerando a leitura da população local frente o processo de turistificação. A peculiaridade desta pesquisa está no fato de considerar o planejamento territorial sob um recorte humanístico, o que perpassa por considerar a percepção/olhar da comunidade sob seu espaço de vivência. Para alcançar este objetivo partiu-se do referencial teórico, depois de pesquisas de campo com o uso de entrevistas, mapas mentais e de análises documentais . Enfim, observou-se que, mesmo nos lugares turistificados como Guaibim, os moradores têm a paisagem como portadora de sentidos, como reveladora de significados, mesmo nesse contexto racionalizado turistificamente pelas políticas públicas e pelos grupos econômicos. Palavras-chave: Turistificação. Políticas Públicas. Percepção. Paisagem. Lugar. INTRODUÇÃO

A globalização da sociedade e da economia gera mundialização do espaço

geográfico, carregando-o de novos significados. Com isso, pequenos vilarejos, como

Guaibim, antigos lócus de pescadores, veem-se invadidos pelo processo de

turistificação, que, por ora, muda drasticamente a paisagem e altera significativamente

1 Resultados da dissertação de mestrado.

2 Mestre em Cultura, Memória e Desenvolvimento Regional, UNEB- Universidade do Estado da Bahia,

Campus V, Departamento de Ciências Humanas. Licenciada em Geografia, pela UNEB- Campus V. e-mail:

[email protected].

3 Docente do Departamento de Geografia da UNEB– Universidade do Estado da Bahia, Campus V;

Professor permanente do Programa de pós-graduação em Cultura, Memória e Desenvolvimento

Regional, da UNEB. E-mail: [email protected]

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os costumes locais, com a inserção de novos hábitos e novas formas de consumo do

espaço. Parafraseando Santos (1988), pode-se dizer dessas novas realidades, sejam elas

naturais ou culturais, ou provenham de intervenções políticas ou técnicas, que

significam uma verdadeira redescoberta da natureza ou pelo menos uma revalorização

total, em que cada parte, isto é, cada lugar, assume um novo papel, ganha um novo

valor. Esse cenário emergente de um contexto novo devido o processo da globalização,

tem gerado uma série de preocupações, e uma delas é com o papel que as pequenas

cidades, ou até mesmo vilarejos passaram a desempenhar a partir da turistificação que

sofreram sem um prévio planejamento e, principalmente, com o crescimento rápido e a

qualquer custo dessas localidades.

Assim, os espaços turistificados acabam redimensionados para atender uma nova

funcionalidade. No entanto, esquece-se a importância da paisagem que até então existia

para o habitante do lugar, para quem passa a ter referências múltiplas que vão desde as

geográficas, lúdicas, afetivas às informativas e contemplativas. A turistificação passa a

desconsiderar a paisagem como essência cotidiana do habitante, que por suas

peculiaridades agradam também o visitante. Desta maneira, a paisagem reflete não

apenas um conjunto de formas, mais acaba explicitando as mediações simbólicas que

permeiam as atitudes pessoais que estão intrínsecas nos espaços de vivência. É dentro

desse cenário que aqui se propõe analisar as especificidades do processo de

turistificação do distrito de Guaibim, no município de Valença, a partir das políticas

públicas nacional, estadual e municipal, bem como das concepções/leituras de paisagem

e lugar dos seus moradores. Guaibim localiza-se na parte litorânea do município de

Valença, à 17 km da cidade de Valença e a 42 km da cidade de Nazaré, por via

rodoviária de Valença, pela BA-001. A praia com o mesmo nome, banhada pelo oceano

atlântico, tem uma extensão de 30 km de areia clara e coqueirais por toda sua orla, e se

configura como um dos principais atrativos turísticos do município.

1.0 O TURISMO E SUAS IMPLICAÇÕES ESPACIAIS UMA ABORDAGEM

GEOGRÁFICA.

A análise que será desenvolvida em torno do turismo partirá de uma abordagem

geográfica devido a sua importância enquanto atividade que dinamiza e transforma o

espaço, imprimindo, inclusive, novas formas como resultado de percepções e valores

que são merecedoras de análises, devido ao contexto dinâmico no qual estão inseridas.

Desta maneira, observa-se que a categoria de análise, espaço, objeto de estudo da

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Geografia é o elemento primordial nesse contexto, visto que é onde se materializam as

ações e práticas relacionadas ao turismo. A invenção do espaço para o turismo emerge

no cenário da ciência geográfica nas análises que abordam a produção espacial e suas

implicações sociais, culturais, ambientais e espaciais, que refletem diretamente no

cotidiano e no espaço.

Convém, aqui, discutir como os espaços turistificados são produzidos segundo

uma lógica que atende a determinados agentes e até mesmo ao Estado, que por ora

obedece uma seletividade responsável por lugares que são mais turistificados,

atendendo à lógica da cultura globalizante, e outros que conseguem fugir a essa lógica,

com uma cultura mais voltada para o local, com forte relações de afetividades dos

indivíduos com o lugar, e por conseguinte uma menor descaracterização. No entanto, os

espaços que estão aquém da preferência dessas seletividades, acabam tendo carências de

infraestruturas, o que acaba gerando dificuldades para comunidade. De acordo com

Yázigi, “O turismo é a única prática social que consome, fundamentalmente, espaço,

sendo este consumo efetivado por meio da apropriação do espaço pelo turismo, ou seja,

por meio das formas de consumo [...] que se estabelecem entre turista e lugar visitado.

(YÁZIGI, 2002 , p.109)”

Apesar dos estudos de Yázigi se referirem a áreas metropolitanas e até mesmo a

regiões turísticas, como o Complexo Sauípe4, na Bahia, que é notabilizado

midiaticamente, ele consegue trazer importantes reflexões para a compreensão do

fenômeno turístico em pequenas localidades, como é o caso do distrito de Guaibim, que

apesar de não se constituir numa grande ou média cidade, tem no seu modelo turístico

elementos que comumente ocorrem em outros espaços turistificados. Assim,

depreende-se que o turismo desenvolvido em Guaibim apresenta peculiaridades que

podem muito bem serem analisadas considerando as reflexões tecidas por Yázigi, o que

permite inclusive traçar uma análise profunda acerca da produção desse espaço, bem

como da atuação das políticas públicas no seu planejamento e organização,

considerando o olhar que a comunidade apresenta sobre esse espaço.

A proposta de compreender a paisagem de Guaibim perpassa principalmente por

considerar que a geografia do turismo surge para compreender um fenômeno

considerado novo, que aparentemente acontece num espaço sem fronteiras, já que ele

4 Localizada na Linha Verde, Litoral Norte da Bahia, no município de Mata de São João, a Costa do Sauípe é um destino turístico, um resort. O empreendimento é formado pelos hotéis Costa do Sauípe Grande Hotel, Costa do Sauípe Suítes, Costa do Sauípe Golf e Spar, Pousadas de Sauípe, Costa do Sauípe All Inclusive e Superclubs Breezes. (www.costadosauípe.com.br)

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pode acontecer em qualquer parte do planeta, mas que, pela sua própria natureza, se

manifesta complexo. Antes mesmo de um maior aprofundamento na relação que

envolve turismo e paisagem, é fundamental uma reflexão em torno da compreensão das

analogias entre turismo e espaço, visto que o espaço precede a paisagem, traz em si os

processos sociais que originarão a paisagem. Todo processo de turistificação representa

um emaranhado de relações, representações e percepções que se produzem e se

materializam no espaço. Nesse sentido, Côrrea (2006) considera que as identidades se

associam ao espaço, quando se baseiam nas lembranças divididas, nos lugares

visitados pelas pessoas, no contexto em que cada grupo reinventa permanentemente o

mundo, introduzindo novos recortes. Convém aqui pontuar que o turismo, ao ser

inserido num espaço, introduz novas percepções e representações, seguida de uma

completa modificação na paisagem. Ainda segundo Corrêa (2006), as regras da vida

social variam de um ponto a outro e se modificam sem cessar. Portanto, a compreensão

do turismo, enquanto fenômeno espacial, não pode deixar de considerar que ele é

dinâmico em sua essência e que pode, de acordo com Rodrigues (2001), ter períodos de

estabilidade, de rupturas que tendem a uma reestruturação, ou até mesmo passar por

totais mudanças que coincidem com a produção de novos espaços. Assim conforme

Adyr Rodrigues, “[...] é fundamental insistir no fenômeno do turismo em toda a sua

complexidade, expressa pelas relações sociais e pela materialização territorial que

engendra no processo de produção do espaço.” (RODRIGUES, 2001, p.61)

Cabe considerar, a partir do que foi até aqui discutido que o espaço do turismo,

para Rodrigues (2001), é considerado essencialmente fluido, devido a sua natureza

implicar em mobilidades horizontais e verticais. Tais mobilidades, sejam de indivíduos

ou das técnicas, representam as diversas atuações da sociedade na produção do espaço,

assim com a ação dos fluxos. A mobilidade torna-se marca registrada nesses espaços,

tanto de pessoas, das técnicas, como de ideias. Atrelado a isso, acrescenta-se a cultura

que é produzida. De acordo com Claval, (1999) ela é construída através das redes de

contatos nas quais os indivíduos se acham inseridos e pelas quais recebem informações,

códigos e sinais. A cultura na qual ele evolui é função das esferas de intercomunicação

das quais ele participa. Percebe-se, dessa maneira, que a produção e o consumo dos

espaços turísticos ocorre num incessante e interminável processo que envolve

incorporação de ciência, técnica e informação e, principalmente, a partir de um processo

em que se consome destruindo e produzindo. (RODRIGUES, 2001)

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Resultado de um processo conflitante a inserção do turismo em determinadas

‘localidades reflete diretamente nas culturas locais, que se vêem modificadas por conta

das ações dos agentes sociais que, ao ditarem as regras do turismo, desconsideram

questões importantes como a realidade de comunidades até então isoladas, muitas vezes

tradicionais, que de uma hora para outra se vêm turistificadas. Segundo Rodrigues

(2001), são espaços produzidos pelo turismo e para o turismo, apesar da ausência de

quase todos os fatores apontados como favoráveis à produção do espaço turístico. Por

conseguinte, os pressupostos apresentados por Rodrigues, ao se analisar espaços de

dimensões turísticas regionais, a exemplo do Complexo Sauípe, cabe à realidade em

análise de Guaibim, desde que era apenas uma vila de pescadores e que de uma hora

para outra viu seu espaço totalmente modificado, voltado para atender uma nova

demanda: o turismo. O recorte espacial estabelecido se justifica por Guaibim apresentar

um modelo de turistificação semelhante às demais localidades do litoral sul, no entanto,

a forma como esse fenômeno se desenvolve, bem como a atuação das políticas públicas,

preconiza a existência de lacunas e empecilhos que merecem ser analisados. Paralelo a

isso, o turismo ocasionou consequências sociais e ambientais sem precedentes nesse

espaço, e que interferem diretamente no fazer turístico atual, o que será discutido

posteriormente no capítulo seguinte. E, assim, de acordo com o Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano (PDDU) e as análises empíricas realizadas no trabalho de

campo, tem-se espaços sem nenhuma infraestrutura turística, porque não possui redes de

esgotos, pavimentação nas ruas, local destinado ao lixo, portanto tem-se o espaço

degradado por um turismo de massa, que não gera nenhuma benesse à comunidade.

Para Ana Fani (1999), a indústria do turismo transforma tudo o que toca em

artificial, transformando o espaço em cenário para o “espetáculo”, de modo que o real é

metamorfoseado para seduzir e fascinar. No caso de Guaibim, esse processo ainda não

ocorreu com toda sua intensidade, visto que esse espaço não faz parte dos roteiros

turísticos do governo do Estado, estando voltado mais ao turismo doméstico e, por

conseguinte, possui pouca infraestrutura voltada ao mercado turístico.

Aqui é importante se suscitar a discussão em torno do papel das políticas

públicas de turismo, bem como avaliar a existência dessas políticas voltadas a ordenar e

direcionar a atividade turística no Brasil. Propõe-se, assim, de forma sucinta, alcançar

uma melhor compreensão da atividade turística, bem como compreendê-la a luz do que

se propôs enquanto políticas públicas voltadas a essa atividade. De acordo com Souza

(2006), compreende-se que a política pública consiste no campo do conhecimento que

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busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa variável e,

quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações. Nesse cenário, o

turismo bem que poderia consistir numa alternativa de melhoria de vida para as

comunidades, promovendo a sustentabilidade, desvinculando-se da visão

desenvolvimentista de crescimento rápido, ponderando a preocupação social e

valorizando as especificidades das regiões.

Nessa perspectiva, a importância crucial da nova política de turismo estar

justamente na delegação do governo federal como coordenador e indutor das atividades,

e o incentivo para as ONGs, grupos de interesses e os movimentos sociais se

envolverem nos governos, assim como na formulação das políticas públicas. Ou seja, é

a partir desse momento que as políticas de turismo passam a ser desenhadas com outro

olhar, muito mais voltado a dinamizar o turismo, com forte incremento de

infraestrutura, buscando organizar essa atividade. O objeto central dessa política é

fomentar os programas dos polos turísticos, a exemplo do PRODETUR-NE (Programa

de Ação para o Desenvolvimento do Turismo no Nordeste Brasileiro) que foi

implementado, ocasionando mudanças significativas em todo nordeste, bem como na

área em estudo. Esse olhar para as políticas de turismo acarreta um valor diferente à

região nordeste, que passa a ter novo destaque dentro do quadro nacional.

Cabe nesse momento tecer algumas considerações em torno do que se projeta ser

a estratégia turística do governo do estado da Bahia, a partir do ano de dois mil e sete,

considerando a percepção da política pública enquanto estratégia, bem com as

implicações reais desse modelo de planejamento. Os anos de 1990 ficaram registrados

na história da Bahia como a década do turismo, quando foram obtidos os primeiros

resultados das políticas setoriais de turismo. De acordo com a Bahiatursa (2006), o

turismo baiano recebeu fortes impulsos dos investimentos públicos voltados para a

melhoria e ampliação da infraestrutura de apoio, que mais recentemente foram

subsidiados pelos recursos do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste

(PRODETUR-NE), o que imprimiu um caráter mais dinâmico à atividade. Entretanto,

essa dinamicidade não é equitativa em todo seu contexto, visto que apresenta um caráter

muito mais mercadológico, do que sustentável. Assim, tem espaços que são descobertos

pelo turismo e que são estruturados para essa atividade sem, contudo, a população local

estar pronta para as mudanças empreendidas.

Portanto depreende-se que essa política de turismo pouco produziu melhorias no

espaço de Guaibim, desde que esse espaço não se encontra nos roteiros turísticos do

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Estado. O que se tem é um espaço sem infraestrutura para atender as demandas do

turismo e com fortes repercussões sócio espaciais. Mediante esse cenário é fundamental

considerar a percepção da comunidade para se repensar e planejar esse espaço, no

sentido de melhorar as condições de vida dessa comunidade. A seguir propõe-se

conhecer essas percepções.

2.0 REDISCUTINDO OS CONCEITOS DE LUGAR E PAISAGEM A

PARTIR DO DISTRITO DE GUAIBIM.

Diante das transformações abruptas e agressivas que envolvem os espaços

turistificados, fica sempre uma profunda necessidade de se avaliar o papel

desempenhado pelos diversos agentes espaciais na produção do espaço. Observa-se que

cada agente apresenta uma representação e simbolismos que são materializados na

produção do espaço, isso também é o que marca a heterogeneidade dos lugares. Na

realidade da região analisada, o Litoral Sul da Bahia, prevalece um padrão turístico em

que os espaços são turistificados sem um planejamento prévio e institucionalizado, e o

espaço vê-se invadido pela nova atividade econômica, e só então o poder público

desperta para a necessidade do planejamento e de infraestruturas para nortear a

atividade. Assim também acontece com a própria população que a princípio vê na

“nova” atividade econômica uma oportunidade de crescimento econômico e melhoria de

vida, não percebendo o quanto altera rapidamente o meio natural, social, e até mesmo

cotidiano do local.

As análises tecidas encontram-se embasadas na Geografia Cultural já que essa

permite uma análise humanística dos conceitos de paisagem e lugar, tão caros nos

estudos de turismo. A geografia cultural passou por uma transformação significativa, a

partir de 1970, em que houve uma mudança completa de atitudes e surgiu a constatação

de que a organização social dos indivíduos, a vida das pessoas, bem como suas

atividades não são apenas materiais, mas são reflexo dos processos cognitivos, de

atividades mentais, de trocas de informações e de ideias. Numa abordagem cultural, é

possível compreender a paisagem, segundo Gomes (1996), enquanto um eficiente

instrumento para se conhecer a forma pela qual a população se significa, se projeta

(sobre o plano do espaço) e se utiliza dessas formas físicas como elementos para a

comunicação. Para Claval (2001), devido à complexidade da atividade turística ela deve

ser analisada em âmbito multidisciplinar, particularmente pelo conjunto das ciências

sociais, entrelaçando os aspectos histórico-geográficos, com os econômicos,

sociológicos, antropológicos, políticos, culturais e ecológicos. Assim, Claval pressupõe

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que os estudos sobre o espaço vivido oferecem perspectivas novas sobre a variedade do

mundo e o modo como ele é percebido e valorizado.

Essa abordagem favoreceu uma revolução da geografia humana e avanços

significativos nos estudos geográficos suscitando questões até então desconsideradas,

como a dimensão da percepção, da emotividade e dos sentidos. Segundo Yázigi, ao se

relacionar os estudos de turismo com uma análise do conceito de paisagem busca-se

acima de tudo compreendê-la enquanto prática cultural, buscando identificar seus

efeitos e o alcance dessa prática no interior da sociedade. Até porque a paisagem possui

importância não apenas para o turista mais principalmente para o cidadão comum. De

acordo com esse autor, ao refletir os espaços, as paisagens demonstram sua

dinamicidade, visto que se o espaço é dinâmico, ele o é por ser construído socialmente.

Portanto, a compreensão da paisagem como reflexo dos espaços permite inferir que toda

a transformação neste último perpassa por alguma transformação na paisagem, se não

na aparência, mas no seu significado.Ao analisar a paisagem de Guaibim, bem como os

depoimentos de alguns moradores nos é relatado que:

Figura 01: Imagem antiga Guaibim.

Fonte: Memorial Câmara de vereadores de Valença

A princípio era apenas um local em que havia o uso do espaço da praia com o

aproveitamento do espaço dos coqueirais. Essa imagem deixa transparecer três décadas,

o que pode ser confirmado pelos modelos dos veículos encontrados, bem como pela

inexistência de edificações e pavimentações, demonstrando inclusive a imagem da praia

conforme o discurso de alguns moradores confirmado nas entrevistas realizadas em

Abril de 2010:

“Antigamente tudo era uma fazenda de coco do senhor Aloísio Fonseca, tinha apenas cinco casas

de palha e as pessoas viviam da pescaria. Aí meu avô, conhecido como João Futuca, conseguiu do

governo um pedaço dessa fazenda para dar para as pessoas. Aí começou vim gente de Valença, aí a gente

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pescava e dava peixes, era uma fartura.” (A. 44 anos, professora da educação básica, entrevista concedida

em trabalho de campo em Abril de 2010)

“Eram casa de palhas e as ruas sem energia.” (M.A. 55 anos, aposentada, entrevista concedida

em trabalho de campo em Abril de 2010).

Essas respostas reflete uma paisagem anterior ao processo de turistificação,

quando Guaibim era apenas uma vila de pescadores bem diferente do que se vê

atualmente. Naquele tempo tinha-se um espaço anterior a turistificação, já que o acesso

era inexistente por não existir estradas de acesso ao local, a pesca era praticada

artesanalmente, sendo uma atividade de subsistência. Não havia energia elétrica e as

edificações, em sua maioria, eram de palha e com o chão de areia. Segundo um

“livreto” que conta a história de Guaibim, “[...] em 1950, existiam nessa época no

povoado as casas de telhas de propriedade de José Leopoldo, Zé Cundunga,D. Mocinha

[...], existia a escola de D. Dedé, filha do Futuca, que foi destruída em mais ou menos

1963 a 1965.” Esse cenário passou por muitas transformações, principalmente, devido à

construção da estrada Valença-Guaibim, que começou a ser construída no ano de 1962

A observação das imagens abaixo permite afirmar que, apesar de ser um lugar

turístico, não apresenta um portal de entrada, as casas são construídas sem nenhum

padrão, o que reflete uma atividade econômica que surgiu sem um planejamento. Isso

fica claro na figura já que essa imagem é de um local que foi construído sob o

manguezal, a partir de aterramentos, com vias de circulação comprimidas, sem espaço

de circulação para pedestre.

Figura 02: Imagem da avenida principal de Guaibim.

Fonte: Autora trabalho de campo Junho 2010.

O turismo repercute diretamente nos locais, na vida e no cotidiano, sendo

fundamental entender esses espaços partindo da ideia de que o processo de construção

dos lugares articula-se no plano da reprodução da vida no qual é preciso considerar o

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ponto de vista do habitante, para quem o espaço se reproduz enquanto lugar, onde se

desenrola a vida em todas as suas dimensões- o habitar e tudo o que ele implica e revela.

Ou seja, apesar da existência desses espaços que entronizaram o processo de

turistificação e se adequaram a mundialização, com profundas modificações culturais,

sociais, espaciais, há espaços que permanecem enquanto lugar. O lugar se completa pela

fala, a troca alusiva de algumas senhas, na convivência e na intimidade cúmplice dos

locutores. Assim, observou-se qual a imagem de Guaibim que as pessoas tinham,

identificando os elementos sígnicos que prevaleciam, para assim efetivar a análise e

obter o resultado a partir do conjunto de procedimentos definido. O resultado dessa

análise será apresentado quantitativamente, através de percentuais e elementos

qualitativos (desenhos e comentários). As entrevistas foram realizadas e só então

analisadas e quantificadas a partir do resumo das várias palavras citadas por um ou mais

entrevistados mesmo considerando a totalidade. Quando questionados sobre o que mais

gostavam em Guaibim as respostas surgiram numa tempestade de palavras que iam

desde a elementos materiais à elementos abstratos.

Figura 03.

Fonte - Pesquisa realizada em abril de 2010. Elaboração - Claudia Pires

Esse gráfico resume as várias palavras citadas por um ou mais entrevistados

mesmo considerando a totalidade. A análise do gráfico 01 revela que os elementos

ligados à afetividade da comunidade são múltiplos e plurais e compreendem categorias

diferentes de valoração, como elementos ligados à natureza, atividades econômicas, e a

valores sentimentais e materiais. A praia, o ar livre,a tranquilidade, a pesca e a praça são

os elementos que somam noventa por cento na apreciação das pessoas, e constituem

aspectos desvinculados do turismo enquanto atividade econômica global. Para esse

mesmo autor a afeição duradoura pelo lar é, em parte, resultado de experiências íntimas

e aconchegantes, ou seja os lugares íntimos são aqueles onde prevalecem o carinho,

10% 3%

61%

16%

3% 7%

O que mais a comunidade gosta em

Guaibim.

Ar livre Turismo Praia Tranquilidade Praça Pesca

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onde as pessoas se tornam mais passíveis, assim lugar é uma pausa no movimento. Ao

serem questionados quanto aos elementos que lhes causam aversão obtivemos os

seguintes resultado.

Figura 04: Fonte - Autora em pesquisa realizada em abril de 2010.

Elaboração - Claudia Pires

Os dados da figura 02 se bem compreendidos iram apontar para o fenômeno da

turistificação como o responsável por todos esses elementos que constituem objeto de

aversão da comunidade. Basta analisar qual a poluição da praia, dos manguezais e das

ruas, o que representa vinte e seis por cento das aversões, senão o processo de

turistificação que trouxe uma urbanização anômala, originando áreas sem iluminação

pública, e ruas sem pavimentação, o que soma trinta e dois por cento das aversões.

Todas essas antipatias anteriores relacionam-se com as migrações de pessoas que

buscavam melhores condições de vida e emprego, acarretando na invasão dos

manguezais para a construção de favelas , consequentemente, a poluição. Todos esses

elementos juntos, bem como a proliferação de festas, chegaram com o turismo,

apontado por sete por cento dos entrevistados indicaram horror como aspecto negativo.

A proibição da pesca, com sete por cento de aversão, também reflete as exigências dos

órgãos ambientais, devido a degradação predominante nos espaços, o que vai de

encontro a uma atividade tradicional que permeia o imaginário social dessa

comunidade. Porque, segundo Tuan (1999) o lugar, o meio ambiente é um veículo de

acontecimentos emocionalmente fortes ou é percebido como símbolo, ou seja, a pesca é

um símbolo no rol das representações e no imaginário dessa comunidade.

26%

16%

16%

3%3%

3%7%

3%13%7%

3%O que a comunidade não gosta em Guaibim.

Poluição

Dezemprego

Carência de Iluminação Pública

Festas

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Figura 05:

Fonte - Pesquisa realizada em abril de 2010. Elaboração - Claudia Pires

A preferência dessas pessoas pela praia, casa e rua, Taquari, praça, orla e “todos

os lugares” que juntos somam noventa e dois por cento, demonstra que todos esses

espaços são locais de encontro, trocas de sentimento, contato físico, prazer, identidade,

aspectos que refletem a topofilia, que segundo Tuan (1980) é elo afetivo entre pessoa e

o lugar e o meio ambiente físico. O item “todos os lugares” revela mais enfaticamente a

afeição e identificação dessas pessoas com seu espaço de vivência. Os mapas mentais a

seguir são comentados considerando que cada imagem representa um conjunto de ideias

e valores originados a partir da percepção individual e coletiva sobre os espaços

geográficos; essas imagens são comunicadas às pessoas que compõem um grupo social

que podem responder de forma variada a cada imagem e representação. Essa mesma

autora define esses mapas mentais como,

[...] uma forma de linguagem que reflete o espaço vivido representado em todas as suas nuances, cujos signos são construções sociais. [...] enquanto construções sígnicas requerem uma interpretação/ decodificação, foco central desta proposta metodológica, lembrando que estas construções sígnicas estão inseridas em contextos sociais, espaciais e históricos coletivos referenciando particularidades e singularidades. (KOZEL, 2007, p.115)

Esse mapa mental trás símbolos que representam o período anterior à

turistificação, o que fica claro no depoimento a seguir.

30%

23%

13%

8%

4%

9% 2% 2% 9%

Lugares preferidos da população

Praia Orla Taquari

Casa e rua Atracadouro Praça

Pista de skate Kiosk Todos os lugares

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Figura 06 - :Mapa Mental; D. professora aposentada. 86 anos. Fonte: Autora- trabalho de campo abril de 2010.

“Antigamente era tudo muito atrasado, as coisas mudaram de uns vinte anos para cá, as ruas

eram de areia, sem calçamento, as casas eram de palha, sem energia, e a gente vivia da pesca. Era uma

fartura, que pegávamos tanto peixe que, como a gente não tinha onde guardar, aí perdíamos(...) e hoje

falta peixe, ás vezes, a gente compra mariscos em Valença.”( D. professora aposentada, 86 anos)

Os elementos predominantes nesse mapa retratam o período anterior à

turistificação. Nele não existem edificações de concreto, somente casas de palhas se

assemelhando a ocas indígenas. Os elementos da natureza que predominam são a água,

os peixes e árvores, num cenário em que prevalece os espaços livres de edificações com

casas esparsas, demonstrando o período em que se iniciava o povoamento do distrito.

Enfim, os elementos naturais predominam sobre os elementos humanos. Percebe-se,

assim, um saudosismo por um tempo pretérito, que é refletido nos signos que compõem

o imaginário social, onde prevalecem o sentimento e a emotividade.

Figura 07 - :Mapa Mental; D. professora. 44 anos. Fonte: Autora- trabalho de campo abril de 2010.

Nesse mapa tem-se signos que não surgiram no anterior, como a presença do

Morro de São Paulo, refletindo assim uma paisagem contemplativa e dos desejo, já que

esse destino turístico tem uma visibilidade nacional e internacional. A relação da

midiatização e turistificação do lugar reforça os desejos e a visão de mundo das pessoas.

Observa-se, ainda, a presença humana desempenhando uma atividade econômica

tradicional e de subsistência. Fica claro o quanto as paisagens são pessoais à medida que

como lembra Tuan (1980), quanto mais laços houver mais forte fica o vínculo

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emocional. A imagem de Guaibim para essa pessoa acaba sendo direcionada por sua

bagagem cultural, mas também pelos seus desejos, os quais acabam sendo fortemente

influenciados pela mídia, que divulga Morro de São Paulo como um local moderno.

Portanto, o comportamento pode ser considerado apenas uma parte do iceberg; para

Kozel (2007), registrá-lo é apenas uma abertura para os horizontes do espaço vivido.

Figura 06 - Mapa Mental. N,15, estudante.

Fonte - Autora- trabalho de campo abril de 2010.

Esse mapa traz elementos significativos para a compreensão da paisagem de

Guaibim, já que apresenta um equilíbrio entre elementos naturais e humanizados; tem-

se o coqueiro, símbolo turístico e imagem da tropicalidade, o mar e os peixes e seu uso

pelo exploração humana tanto para a subsistência como atividade econômica,

demonstrando assim a dominação humana sob o espaço geográfico. Outro elemento

novo consiste nas edificações, chamando atenção a arquitetura que traz a imagem de

uma igreja, enquanto símbolo hegemônico, mas também de afetividade com o local. De

acordo com Tuan (1983), esses sinais visíveis servem para aumentar o sentimento de

identidade das pessoas e incentivam a consciência e a lealdade para com o lugar. Outro

ponto significativo nessa paisagem seria a presença de casas que remetem à imagem de

lar e lugar, espaço cotidiano e de relações afetivas. Para esse mesmo autor, o valor do

lugar depende da intimidade de uma relação humana particular, o lar é um local íntimo e

real.A presença do pássaro remete a idéia de liberdade. Daí pode-se interpretar que

Guaibim não é visto como lugar degradado e turistificado, mas como um local em que

se pode circular livremente.

Page 15: paisagem e lugar no contexto da turistificação de guaibim-valença

Figura 00- :Mapa Mental; estudante,15 anos. Fonte: Autora- trabalho de campo abril de 2010.

Essa imagem se distingue das demais por mais representarem Guaibim como

local turístico. Observa-se que nelas prevalecem as edificações que consistem de

infraestrutura para atividade econômica.

Observa-se nesse mapa a presença de signos que não surgiram nos mapas

anteriores, principalmente os ligados ao turismo e seu caráter mercadológico. Nela fica

clara a turistificação com a produção de espaços de diversão, encontro e sonoridade,

mais com a presença da mercantilização através das barracas de praia, e dos locais em

que tem som ao vivo, onde as pessoas pagam para usufruir desse espaço. Tal cenário

inclusive vai de encontro à idéia de tranqüilidade presente em diversos discursos e

imagens.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Portanto, apesar de Guaibim ser um espaço turistificado, a forma como essa

atividade econômica vem se desenvolvendo não ocasionou uma completa

descaracterização da paisagem, o que predomina é uma afeição profunda, embora

subconscientemente formada pela familiaridade e tranqüilidade, com recordações de

sons e perfumes, de atividades comunais e prazeres simples acumulados ao longo do

tempo, como lembraria Tuan (1983), elementos que tornam Guaibim um lugar. Ainda

que esse espaço tenha sido turistificado alí, predominam relações de apego, afeição e

familiaridade da comunidade com a paisagem, o que ficou claro ao se analisar os mapas

mentais e as entrevistas, é um Guaibim que é íntimo para essas pessoas. Diante das

reflexões que foram construídas até o presente momento e do diálogo com os dados

obtidos em trabalho de campo já realizados, pode-se já considerar que o turismo

consiste num fenômeno que exerce um papel relevante na organização dos espaços, em

diferentes níveis organizacionais. Ou seja, um espaço que passou pelo processo de

turistificação necessariamente terá seu espaço modificado abruptamente, o que lhe

conferirá uma nova “cara”, uma nova paisagem, em função da atividade econômica que

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passará a se desenvolver ali. Apesar desse ser um destino turístico, ele apresenta muitos

elementos que refletem um espaço que é histórico, relacional.

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