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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA DISCIPLINA: PLANEJAMENTO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS PROF. DR. BRUNO LUIZ DOMINGOS DE ANGELIS Conteúdo teórico da Disciplina Planejamento dos Espaços Públicos Urbanos, ofertada no Curso de Pós- Graduação em Engenharia Urbana. MARINGÁ – PARANÁ 2011

Paisagismo Panorama Histórico

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DISCIPLINA:

PLANEJAMENTO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOSPROF. DR. BRUNO LUIZ DOMINGOS DE ANGELIS

Conteúdo teórico da DisciplinaPlanejamento dos Espaços PúblicosUrbanos , ofertada no Curso de Pós-Graduação em Engenharia Urbana.

MARINGÁ – PARANÁ2011

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Plausível seria resgatar os meandros da história em seu período mais antigo e trazerà luz os primórdios dos jardins. No entanto, nem tudo ainda se conhece sobre os jardins da antigüidade. Ao arqueólogo é pouco factível reconstruir esses espaços,tendo em vista o caráter perecível da vegetação. Os estudos e a reconstituição dos jardins de então se baseiam, sobretudo, em pinturas e escritos literários encontradosem escavações arqueológicas. Os registros históricos apontam que a arte da jardinagem surgiu pela primeira vez, de forma independente, em dois lugaresdistintos: Egito e China. Os jardins egípcios estiveram baseados nas pequenasáreas agrícolas irrigadas do deserto, e os chineses nos parques de caça imperial.

Com a obtenção de um certo grau de desenvolvimento, o homem manifesta aexigência de construir jardins. Inicialmente vinculado a funções de utilidade, depoiselementos de ligação entre edifício e espaço circundante, natural complementoresidencial ou das cidades, os jardins constituem-se em um dos espelhos do modode viver dos povos que o criaram nas diferentes épocas e culturas. Os jardins, com opassar do tempo, assumiram sempre mais uma função estética, verdadeira e própriaforma de arte. Somente no século XIX eles assumem precípua função utilitária,sobretudo nas zonas urbanas densamente povoadas.

Para Calcagno (1983) e Chiusoli (1985), é possível identificar nas diferentes épocashistóricas duas tendências fundamentais com relação à evolução dos jardins:

arquitetônica, própria dos jardins regulares, nos quais o elemento vegetal é

concebido e empregado de maneira rigorosamente geométrica e moldado emformas artificiais; pictórica, próprio dos jardins irregulares nos quais se busca reproduzir o maispossível a natureza, para aproximá-la de modo completo e espontâneo aohomem.

Ainda segundo Chiusoli (1985), verifica-se no século presente a manifestação deuma terceira tendência, qual seja, aquela ligada à funcionalidade. Essafuncionalidade, entretanto, está atrelada, também, ao caráter arquitetônico epictórico, onde o somatório dos três enseja um elemento que deva atender a finshigiênico-sanitários, de melhoramento ambiental, ecológico, proteção e aspectos

psico-sociais.Apesar de muito da história dos jardins ter se perdido no tempo, ainda assim épossível traçar o caminho de sua evolução. Partindo de seu caráter mítico-religioso -o “paraíso” prometido no livro Gênesis da Bíblia -, ou de seus mitos e lendas, ouainda dos registros que comprovam a existência dos Jardins Suspensos daBabilônia, até os jardins modernos, passando pelo Egito, Grécia e Roma antiga,verificamos a importância de cada momento histórico-cultural na concepção deoutros espaços que não somente o jardim privado. A história recente mantém vivosos jardins do Renascimento francês e italiano e a Inglaterra com seu jardimpaisagístico.

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As idéias atuais do que seja um jardim estão profundamente enraizadas na história.Por aquilo que se sabe, a arte da jardinocultura surgiu pela primeira vez, bastanteindependentemente, em dois lugares: Egito e China. Os jardins egípcios estiverambaseados nos minifúndios irrigados ao longo do rio Nilo, e os chineses nos parquesde caça imperial que, por aquela época era o país mais rico em vida vegetal que omundo conheceu desde a era glacial. Estas duas origens deram formas diferentesde jardins, como o formal e o informal; o retilíneo e o sinuoso; o arquitetônico e onaturalista. Até o século XVIII a tradição egípcia, transmitida através dos gregos, dospersas, dos romanos, dos árabes, dos italianos e dos franceses, imperou noOcidente sem nenhuma influência chinesa. O estilo naturalista inglês, que “nasce”com o advento da Revolução Industrial na Inglaterra, se estendeu rapidamente noséculo seguinte, criando jardins que em todos os aspectos correspondiam aos jardins da China. A partir do final século XIX, não houve mais aquela preocupaçãocom a influência ou o traçado do jardim, mas sim com a diversificação das espéciese variedades que o representavam.

Tabela 1 - QUADRO SINÓTICO SOBRE A EVOLUÇÃO DA JARDINAGEMEGITO 3.000 a.C. CHINA

• formal • informal• retilíneo Características • sinuoso

• arquitetônico • naturalista Egito Japão

Grécia Pérsia Índia

Roma antiga Mouros

Renascimento(França, Itália)

Inglaterra(Revolução Industrial)

Moderno Paisagismo

1.2.1. ( )

Todas as religiões com um delineamento moral do tipo dualista, à base do bem e domal, prometem que a prática do primeiro terá por recompensa o alcance do“paraíso”, o “nirvana”, o estado perfeito, o qual geralmente se descreve como

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maravilhoso jardim coalhado de flores, frutos, pássaros e fontes (SOULIER, s.d.).Para Llardent (1982), as notícias mais remotas dos jardins pertencentes à idadeantiga têm, fundamentalmente, caráter literário, no caso, a base seria o livro Gênesisda Bíblia.

Em Gênesis se nos fala da existência de uma paisagem natural maravilhosa, a qualse denomina Éden, e que se descreve como paraíso, um parque plantado por Deus,onde se cultivam árvores de todas as espécies, árvores agradáveis para ver e boaspara comer.

Para Laurie (1983), o conceito de jardim aprazível tem sua provável origem namitologia, embora sua disposição e organização parecem derivar dos métodos decultivo e irrigação. A parte todo simbolismo que se associa ao jardim, o fato é que,no mais profundo de nossas origens, mitos, lendas e crenças estão fortementearraigados nas primeiras formas de pensamento, influenciando as primitivascivilizações. Isto é parte de nosso legado cultural, imprimindo, desde o princípio, ogosto pelos jardins na alma humana. De acordo com a literatura mítica-religiosa ohomem “nasceu” dentro de um jardim - o Éden.

1.2.2.

Figura 1 – ILUSTRAÇÃO DOS JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIAFonte: Krystek (2004).

Dos Jardins Suspensos da Babilônia, conhecidos como sendo uma das setemaravilhas do mundo antigo, nunca se encontrou qualquer ruína: sua existência estárelatada nos escritos de Diodoro Siculo1, Estrabão2 e Xenofonte3, que descrevemdetalhadamente essa obra da engenharia humana (CHIUSOLI, 1985).

1 Diodoro Siculo ou Diodoro da Sicília. Grego de origem e natural da Sicília, nasceu em princípios do século I a.C. Escreveu

"Biblioteca Histórica", fruto de suas viagens pela Europa, Ásia e Egito.2 Estrabão (60 a.C. - 21 d.C.).Geógrafo e historiador grego nascido em Amásia, no Ponto. Dedicou sua vida a viagens eestudos, tendo visitado a Grécia e o Egito. Autor de "Geografia", este compêndio fornece extensas observações sobre a regiãodo Mediterrâneo, assim com copiosas referências a escritores que o antecederam.

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Datados do século VII e VIII a.C. segundo alguns autores, a 3.500 a.C. segundooutros, e restaurado por Nabucodonosor4 no século VI a.C., os Jardins Suspensosda Babilônia são o mais significativo representante de toda uma gama de outros jardins que foram implantados pela cultura mesopotâmica ao longo do Rio Eufrates.

Para se entender melhor a arquitetura, a engenharia, a paisagem e a própriaexistência dos Jardins Suspensos da Babilônia, mister se faz conhecer o ambientegeográfico onde eles estavam inseridos. Entre o planalto desértico da Arábia e acadeia montanhosa do Irã, os Rios Tigre e Eufrates atravessam a planícieMesopotâmica. Os dois rios nascem ao norte entre as montanhas da Turquia, ecorrem paralelos, no grande vale aluvial, para se unirem ao sul antes dedesembocarem no Golfo Pérsico. O ambiente é similar àquele do Vale do Rio Nilo, oclima é desértico e em ausência de água é totalmente impróprio para a agricultura.Mas a grande planície, em parte desértica, há dimensões geográficascompletamente diferentes. Favorecida pela presença do Eufrates e Tigre, aagricultura floresce graças a um sofisticado sistema de canais de irrigação, existentehá 4.000 a.C., e que permitiu o estabelecimento da civilização mesopotâmica. Aolongo do Tigre e Eufrates as obras de canalização e irrigação não somente levavamágua para os campos cultivados, mas também para o interior das cidades, o quepermitiu a criação de jardins suspensos, segundo detalhada descrição de Heródoto5 (ORLANDI, 1994).

Sabe-se que os Jardins foram construídos para alegrar a amada esposa deNabucodonosor, a Rainha Amyitis, que sentia saudades das montanhas verdejantesde sua terra natal. A Rainha Amyitis, filha do Rei de Medes, casou-se com

Nabucodonosor a fim de estabelecer uma aliança entre as duas nações. Medes erauma terra montanhosa e cheia de pastagens, de forma que a jovem rainha achouextremamente deprimente o solo plano e arenoso da Babilônia. Seu esposo, então,decidiu recriar a paisagem natal de Amyitis com a construção de uma montanhaartificial e um jardim na parte superior.

Os Jardins Suspensos, provavelmente, não eram suspensos propriamente ditos porcabos ou cordas. Tal nome vem de uma tradução incorreta da palavra gregakremastos ou da palavra latinapensilis , que significam não apenas suspensos, massuperpostos, como no caso de um terraço ou balcão. O geógrafo grego Estrabão,que descreveu os jardins no primeiro século antes da nossa era, escreveu:

Eles consistem de terraços superpostos, erguidos sobre pilares em forma de cubo.Estes pilares são ocos e preenchidos com terra para que ali sejam plantadas asárvores de maior porte. Os pilares e terraços são construídos de tijolos cozidos easfalto. A subida até o andar mais elevado era feita por escadas, e na lateral,estavam os motores de água, que sem cessar levavam a água do rio Eufrates até osJardins.

3 Xenofonte (430 - 355 a.C.). Historiador, filósofo e general ateniense, participou da Guerra do Peloponeso e foi discípulo deSócrates. Entre outras obras, escreveu: "As Helênicas", "História da Guerra do Peloponeso" e a "Ciropédia".4 Nabucodonosor (630 - 562 a.C.). Rei da Babilônia (605 - 562 a.C.), fundou o novo império babilônico. Sob sua égide a

civilização babilônica atingiu o apogeu, estendendo os seus domínios a rincões tão afastados quanto o Mar Mediterrâneo.Ordenou a deportação dos judeus para a Babilônia (586 a.C.).5 Heródoto (490/80-430/20 a.C.). Historiador grego, de Helicarnasso, chamado o "Pai da História". Em seus livros ficaramdocumentados, sobretudo, os usos e costumes dos povos antigos que visitou.

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Figura 2 – REPRESENTAÇÃO DOS JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIAFonte: Soulier (s.d.).

Figura 3 – RECONSTITUIÇÃO AXONOMÉTRICA DOS JARDINS SUSPENSOS DABABILÔNIAFonte: Orlandi (1994).

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A parte mais surpreendente do jardim era, sem dúvida, o aparato hidráulico quelevava água até a parte mais alta do mesmo (vide figura 4). No desenho estáesquematizado tem-se duas grandes roldanas, uma em cima da outra, ligadas poruma corrente. Ao longo da corrente, são conectadas baldes. Na parte de baixo daroldana inferior encontra-se uma piscina com a água da fonte. À medida que asroldanas se moviam, os baldes mergulhavam na fonte e eram erguidos até a piscinalocalizada no andar superior dos jardins, onde os baldes eram derramados,descendo então vazios para a piscina inferior. A piscina na parte superior dos jardinspodia então ser liberada por comportas nos canais que atuavam como rios artificiaispara irrigar os jardins. A roldana inferior tinha uma manivela e um eixo, movidos porescravos.

Figura 4 – ESQUEMA DO APARATO HIDRÁULICO QUE LEVAVA ÁGUA AOSJARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIAFonte: Krystek (2004).

À construção dos jardins e à irrigação destes, deve ser somado o problema danecessidade de evitar que o líquido arruinasse as fundações do complexo. Uma vezque pedra era material escasso nas planícies mesopotâmicas, a maioria dasconstruções usava tijolos de argila cozidos. Estes tijolos, que tinham uma espécie debetume usado como liga, também podiam ser dissolvidos pela água. Mas, como aregião era seca e árida, não havia problemas em utilizá-los desta forma. Entretanto,os jardins exigiam irrigação constante, com a necessidade de ter suas fundaçõesprotegidas. Um historiador grego registrou que as plataformas sobre as quaisestavam os jardins eram grandes plataformas de pedra (algo anteriormentedesconhecido pelos babilônicos), cobertas por camadas de juncos, asfalto e

azulejos. Sobre elas, colocava-se uma cobertura com folhas de chumbo para que aumidade vinda da terra não chegasse a atingir as fundações dos pilares. Só então

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era colocada a terra, numa profundidade suficiente para permitir que fossemplantadas as árvores mais altas. Qual era o tamanho dos jardins?Diodoro afirmouque eles tinham cerca de 400 pés de comprimento (121,92 m) por 400 pés delargura (121,92 m) e mais de 80 pés de altura (24,38 m). Outros relatos indicam quea altura era igual às muralhas exteriores da cidade. Segundo se sabe, as muralhaschegavam a 320 pés de altura (97,53 m).

JARDINS SUSPENSOS EXISTIRAM?Robert Koldewey, em 1899, após localizar a cidade na região central do Iraquemoderno, escavou-a por 14 anos, tendo descoberto debaixo de toneladas de areiasuas muralhas exteriores e interiores, a fundação da torre sagrada ou zigurate deBabel, os palácios de Nabucodonosor e a avenida principal que passava pelo centroda cidade, com o famoso Portal de Inana/Ishtar, que dava acesso ao complexo detemplos e palácios da cidade. Ao escavar a cidadela do Sul, Koldewey descobriuuma área de subsolo com quatorze salas de grande tamanho com tetos emabóbada. Registros antigos indicavam que apenas duas localizações na cidadefaziam uso de pedras, as muralhas da Cidadela do Norte e os Jardins Suspensos. Amuralha norte da Cidadela do Norte já havia sido descoberta, e continha, narealidade, pedra. Pelo visto, parecia que Koldewey havia encontrado o subsolo dosJardins. Ele continuou a explorar a área e descobriu muito dos detalhes citado porDiodoro. Finalmente, Koldewey desenterrou uma sala com três grandes e estranhosfuros no solo. Ele concluiu que esta era a localização das roldanas e correntes quelevavam a água até a superfície, onde se encontravam os jardins. As fundações queKoldewey descobriu mediam 100 por 150 pés (30,48 m por 45,72 m). Menor do que

as dimensões citadas pelos historiadores, mas ainda de causar assombro.É na Babilônia, no Jardim de Nabucodonosor, que se introduz a terceira dimensãona geometria do jardim. Naquela floresta de vinte andares, a geometria não vencia anatureza. Ambas mantinham um milagre de equilíbrio (BOADA, 1991).

1.2.3.

As origens da jardinagem mediterrânea e, conseqüentemente, de toda a ocidental,remontam ao Egito há três ou quatro mil anos. Tendo em vista que o Egito é umdeserto natural cortado pelo Rio Nilo, e que sua agricultura é totalmente dependentedo mesmo, vamos ter que seus jardins foram erigidos ao largo dos canais deirrigação e próximo aos depósitos de água. Esses jardins apresentavam umasimetria retilínea, dando origem ao estilo que ainda hoje conhecemos como formal(JONHSON, 1979; CHIUSOLI, 1985; ORLANDI, 1994).

Os registros que se têm acerca dos jardins do antigo Egito, e que permitiu areconstrução fidedigna dos mesmos, foram extraídos de pinturas encontradas juntoàs tumbas dos faraós e outras ruínas. Pode-se dizer que a antiga civilização

desenvolvida ao longo do Vale do Nilo, no arco de tempo compreendido entre 3.500a.C. e 500 d.C., representou uma etapa muito importante na história dos jardins. Os

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jardins em tela refletem a sensibilidade artística e o alto nível atingido na técnicahidráulica, agrícola e construtiva da civilização egipciana.

Figura 5 – CASA E JARDIM DE UM OFICIAL DO GOVERNO EGÍPCIO EM TEBASFonte: Orlandi (1994).

O estilo desses jardins caracterizava-se por linhas retas e formas geométricas emperfeita simetria, e eram inspirados nos canais projetados a partir do Rio Nilo,orientados de acordo com os quatro pontos cardeais. Não havia terraços sobrepostos

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nem efeitos d'água (cachoeiras, cascatas, fontes), pois a topografia local era plana. Avegetação que predominava eram as palmáceas, figueiras, videiras, romãzeiras eplantas aquáticas: flor-de-lôtus e papirus. São conhecidos também como ecossistemasfechados ou jardins ecológicos.

Calcagno (1983) e Orlandi (1994), descrevem um antigo jardim a partir de pinturasencontradas na tumba de um alto funcionário do reino de Amenophis III6, onde ocomplexo paisagístico, circundado por altos muros, é subdividido emcompartimentos regulares por pequenas muretas; a habitação está construída emuma ampla área com videiras; o terreno é simetricamente subdividido em canteiros,com tanques de água contendo flores e aves aquáticas, e circundado, na parteinterna do muro, por fileiras de palmeira, tamarindos, acácias e ciprestes. Asinfluências dos fatores ambientais e climáticas eram certamente, determinantes nodesenho do conjunto: o cinturão de árvores, envolvendo o espaço retangular eperfeitamente geométrico do jardim, funcionava como barreira à ação dos ventos dodeserto; o amplo pergolado assegurava proteção contra os escaldantes raios de sol;e os tanques de água propiciavam um ambiente mais fresco e agradável.

1.2.4.

Embora sob forte influência egípcia, os jardins da Grécia apresentam característicaspróprias que se aproximam mais das formas naturais. Isto por causa das elevações edeclives do relevo, e também pelo clima peculiar. Os jardins apresentam-se de formasimples, não simétricos, na maioria das vezes em recintos fechados. Vegetaçãoexistente: pereiras, macieiras, romãzeiras, figueiras, videiras, oleráceas (espinafre,almeirão, couve) e oliveira. Para Llardent (1982), pode-se assinalar a Grécia como aregião do mundo antigo onde, pela primeira vez, os espaços livres assumem o papel desuporte de uma função pública, ao serem considerados como lugares de passeio ereunião da população - a Ágora. As ruas sombreadas com árvores de nossas cidadestêm origem, segundo o autor, na evolução histórica do passeio da arena grega,rodeado de árvores frutíferas que convida ao convívio despretensioso e tranqüilo.Embora os elementos disponíveis para se reconstruir com exatidão os jardins da antigaGrécia sejam insuficientes, pode-se afirmar que, nessa civilização, os jardins nãoassumem uma verdadeira e completa forma de arte. Antes, têm um caráter muito maisreligioso, de culto e respeito à natureza. A reforçar tal afirmativa, temos que, segundoCalcagno (1983), notável era na civilização grega o respeito aos lugares e à paisagem:desde os tempos dos poemas homéricos e pelo séculos sucessivos, grande parte daliteratura grega é rica em referências aos jardins, parques e locais sagrados.Enfatizando o caráter religioso dos jardins gregos, temos o relato de Pausanias7 sobreo templo ateniense de Apolo, o qual “acompanha um bosque sagrado plantado deárvores frutíferas e outros que são destinados unicamente ao deleite da vista e doolfato” (VELASCO, 1971, p. 21). Ao que tudo indica este jardim sagrado, além de serusado de forma exclusiva pelos sacerdotes que se encontravam a serviço do templo,poderia ser aberto ao público somente nos dias de grande solenidade. Com relação

6

Amenophis III, rei egípcio, reinou de 1.500 a 1.466 a.C.7 Pausanias. Geógrafo e escritor grego do século II d.C., nasceu, provavelmente, em Cesarea da Capadócia. Sua obra maisfamosa - "O Itinerário de Pausanias" - descreve suas viagens pelo mundo antigo, relatando aspectos da mitologia, escultura,religião, pintura e arquitetura das culturas visitadas.

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aos jardins particulares, caracterizavam-se por uma grande simplicidade: grupos deárvores dispostas de forma a criarem zonas de sombra, canteiros floridos e algumasvezes tanques de água e fontes (CHIUSOLI, 1985). De acordo com Laurie (1983), naantiga Grécia os jardins não despertavam maior interesse; as residências, modestasem contraposição aos lugares públicos como a Ágora, o ginásio, o teatro e os bosquessagrados, apresentavam um pátio interno pavimentado e decorado com estátuas eplantas envasadas.

1.2.5.

Segundo Heródoto e outros historiadores gregos da antigüidade, o nome Pérsiaderiva de Perseu8, antepassado mitológico dos soberanos daquela região. Por outrolado, Pérsia significa "País das Panteras". Pantera, na língua farsi diz-separs , dondea palavra turcaparsa . Mas a Pérsia não é o país das panteras, porém dos plátanos.O plátano, ou tchenar , como é chamado por eles, é adorado na Pérsia e está emtodas as cidades. A Pérsia situava-se onde hoje encontra-se o Irã, cuja capital éTeerã.

8 De acordo com o estudioso alexandrino Apolodoro, Perseu, o lendário fundador de Micenas, nunca teria nascido se seu avôtivesse conseguido seu intento. Acrísio, rei de Argos, era pai de uma linda filha, Dânae, mas estava desapontado por não terum filho. Quando consultou o oráculo sobre a ausência de um herdeiro homem, recebeu a informação que não geraria um filho,

mas com o passar do tempo teria um neto, cujo destino era matar o avô. Acrísio tomou medidas extremas para fugir destedestino. Trancou Dânae no topo de uma torre de bronze, e lá permaneceu numa total reclusão até o dia em que foi visitada porZeus na forma de uma chuva de ouro; assim deu à luz a Perseu. Acrísio ficou furioso, mas ainda achava que seu destinopoderia ser evitado. Fez seu carpinteiro construir uma grande arca, dentro da qual Dânae foi forçada a entrar com seu bebê,sendo levados para o mar. Entretanto, conseguiram sobreviver às ondas, e após uma cansativa jornada a arca foi jogada naspraias de Sérifo, uma das ilhas das Ciclades. Dânae e Perseu foram encontrados e cuidados por um honesto pescador, Dictis,irmão do menos escrupuloso rei de Sérifo, Polidectes. Com o passar do tempo, Polidectes apaixonou-se por Dânae, masenquanto crescia Perseu protegeu ciumentamente sua mãe dos indesejados avanços do rei. Um dia, durante um banquete,Polidectes perguntou a seus convidados que presente cada um estava preparado a oferecer-lhe. Todos os outros prometeramcavalos, mas Perseu ofereceu-se a trazer a cabeça da górgone. Quando Polidectes o fez cumprir sua palavra, Perseu foiforçado a honrar sua oferta. As górgones eram em número de três, monstruosas criaturas aladas com cabelos de serpentes;duas eram imortais, mas a terceira, Medusa, era mortal e assim potencialmente vulnerável; a dificuldade era que qualquer umque a olhasse se transformaria em pedra. Felizmente, Hermes veio em sua ajuda, e mostrou a Perseu o caminho das Gréias,três velhas irmãs que compartilhavam um olho e um dente entre si. Instruído por Hermes, Perseu conseguiu se apoderar doolho e do dente, recusando-se a devolvê-los até que as Gréias mostrassem o caminho até as Ninfas, que lhe forneceriam osequipamentos que necessitava para lidar com Medusa. As Ninfas prestimosamente forneceram uma capa de escuridão que

permitiria a Perseu pegar a Medusa de surpresa, botas aladas para facilitar sua fuga e uma bolsa especial para colocar acabeça imediatamente após a ter decepado. Hermes sacou uma faca em forma de foice, e assim Perseu seguiucompletamente equipado para encontrar Medusa. Com a ajuda de Atena, que segurou um espelho de bronze no qual podia vera imagem da górgone, ao invés de olhar diretamente para sua terrível face, conseguiu finalmente despachá-la. Acomodando acabeça de modo seguro na sua bolsa, retornou rapidamente a Sérifo, auxiliado por suas botas aladas. Ao sobrevoar a costa daEtiópia, Perseu viu abaixo uma linda princesa atada numa rocha. Esta era Andrômeda, cuja fútil mãe Cassiopéia tinha incorridona ira de Possêidon ao espalhar que era mais bonita do que as filhas do deus do mar Nereu. Para puni-la, Possêidon enviouum monstro marinho para devastar o reino; apenas poderia ser parado se recebesse a oferenda da filha da rainha, Andrômeda,que foi assim colocada na orla marítima para esperar o terrível destino. Perseu apaixonou-se imediatamente, matou o monstromarinho e libertou a princesa. Os pais dela, em júbilo, ofereceram Andrômeda como esposa a Perseu, e os dois seguiram na jornada para Sérifo. Polidectes não acreditava que Perseu pudesse retornar, e deve ter sido bastante gratificante para Perseuobservar o tirano ficar lentamente petrificado sob o olhar da cabeça da górgone. Perseu deu então a cabeça a Atena, que afixou como um emblema no centro de seu protetor peitoral. Perseu, Dânae e Andrômeda seguiram então juntos para Argos,onde esperavam se reconciliar com o velho rei Acrísio. Mas quando Acrísio soube desta vinda, fugiu da presença ameaçadorade seu neto, indo para a Tessália, onde, não conhecendo um ao outro, Acrísio e Perseu acabaram se encontrando nos jogosfúnebres do rei de Larissa. Aqui a previsão do oráculo que Acrísio temia se realizou, pois Perseu atirou um disco, o qual se

desviou do curso e atingiu Acrísio enquanto estava entre os espectadores, matando-o instantaneamente. Perseu comsensibilidade decidiu que não seria muito popular voltar a Argos e reivindicar o trono de Acrísio logo após tê-lo morto; assim, aoinvés, fez uma troca de reinos com seu primo Megapentes. Megapentes se dirigiu a Argos enquanto Perseu governou Tirinto,onde é considerado como responsável pelas fortificações de Midéia e Micenas.

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Por volta de 500 a.C. os reis da Pérsia criaram jardins de grande exuberânciadestinados à diversão, consagrados ao prazer, ao amor, à saúde e ao luxo.Eminentemente formais - uma versão modificada do plano egípcio -, de linhasgeométricas retilíneas, são considerados o expoente máximo da jardinagemenquanto arte. Esses jardins têm por base dois canais que se interceptamortogonalmente em sua área central, delimitando quatro áreas distintas,representando, segundo a cultura local, as quatro moradas do universo - água, terra,ar, fogo. Em seu centro localiza-se um grande tanque de água revestido por azulejose decorado com fontes. Como a religião islâmica proíbe a representação humana,estas não fazem parte do complexo, como seria plausível supor. No entanto, a arteescultórica está presente através de quiosques finamente trabalhados. As avesornamentais - pavões, cisnes, faisões - foram introduzidas pelos persas em seus jardins, para dar mais colorido e vida. Muros altos, associados a árvores que dãofrutos - tamareiras, romãzeiras, laranjeiras - e sombra, é outro dos elementospresente. As flores - tulipas, lírios, prímulas, narcisos, jacintos, jasmins, açucenas,rosas, violetas, agapantos - utilizadas em profusão, balizaram o nome dado a esses jardins de “jardins perfumados” (JONHSON, 1979; LLARDENT, 1982; LAURIE,1983).

A extrema aridez da Pérsia faz com que seus jardins, com a sombra proporcionadapelas árvores e o ar refrescado pelos canais de água e fontes, representem opróprio “paraíso”.

De acordo com Jonhson (1979), a promessa que Maomé fez do paraíso éprecisamente o de um jardim ornado com palmeiras e romãzeiras, junto a riachos

não só de água, como também de leite e mel. Originalmente a palavra “paraíso”significava parque de caça, e continua sendo a palavra empregada na Pérsia (hojeIrã) para designar um jardim. Dessa descrição feita por Maomé com relação aoparaíso, associado à beleza impar desses espaços, advém a alcunha de “paraísosfechados”, como também são conhecidos.

Os persas ocupam um lugar especial na história da jardinagem: nenhum outro povoteve tamanha sensibilidade e inclinação para a arte dos jardins. Nas palavras dohistoriador Pope (apud JONHSON, 1979, p. 206), “na Pérsia a necessidade de sepossuir um jardim está mais profundamente arraigada, mais articulada e é maisuniversal que a paixão dos japoneses pelas flores e a predileção dos ingleses pelocampo”.

1.2.6.

Dentro do continuísmo que se produziu entre as culturas gregas e romanas,constata-se que nessa última teve início importantes inovações em relação àcomposição e uso dos jardins. Mesmo assim o estilo romano ainda éessencialmente geométrico e formal, embora apresente uma importante

característica de se adaptar ao terreno e à suave topografia das colinas de Roma.De acordo com Mumford (1982), Chiusoli (1985) e Orlandi (1994), os primeiros

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jardins romanos tiveram uma função essencialmente utilitária. Nasceram comoapêndice da casa, limitados por muros e destinados, unicamente, ao cultivo deplantas comestíveis. Sucessivamente uma pequena parte dohortus é destinada aocultivo de flores.

É na seqüência às conquistas no Oriente, e sob o governo de Sila9, que se observaa transformação da vida romana: do simples e austero tipo de casa itálica, fechadaem torno ao próprio átrio, se passou à casa do tipo helenístico, mais cômoda eampla, dotada de outros compartimentos e de jardins. Por volta do fim do períodorepublicano se teve a mais plena manifestação da arte paisagística romana narealização das suntuosas Villa suburbanas. Implantados no interior dasVilla , a partirde terraços em desníveis, com rampas e escadas, fontes, cascatas, balaustres epórticos, colunas e pavilhões, esculturas e outras obras de arte, os jardins da Romaantiga primam pelo escultórico e arquitetônico em detrimento do “verde”,constituindo-se em exemplos únicos na história da jardinagem. Até mesmo oelemento vegetal era modelado segundo uma nova arte, denominado pelos romanosde topiaria - ou topiária10 (CALCAGNO, 1983; LAURIE, 1983).

Figura 6 – VILLA DE PLINIO EM LAURENTINUM (100 d.C.)

Fonte: Laurie (1983).

As suntuosas Villa assumiram o caráter de pequenas cidades, e seus jardins, porconcepção e dimensões, superaram os limites de um jardim caracterizado como

9 Sila Lucio Cornelio (138 - 78 a.C.). General e político romano, estudioso da literatura e arte grega. Foi um dos homens mais

excepcionalmente dotado da antigüidade.10 Técnica de poda ou corte artístico introduzido pelos romanos, ao que parece, segundo Plínio, por Gaio Mazio no século Ia.C., através da qual algumas plantas sempre verdes, de folhas pequenas, passam a assumir formas figurativas diversas,escultórica ou arquitetônica, segundo o gosto e a moda do momento.

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privado, para assumirem características de parques suburbanos, em função dogrande número de freqüentadores. No entendimento de Llardent (1982), a vidapública romana tinha por cenário o circo e o Fórum, o que o faz supor que os jardinspúblicos deviam ser escassos. Se de um lado pode-se situar na Grécia o nascimentodo conceito de espaços livres de uso público, por outro, podemos atribuir a Roma osurgimento do jardim privado como parte integrante da residência.

1.2.7. ( )

O jardim árabe é fechado ao exterior e interiormente carece de vistas panorâmicas.Tem como finalidade o isolamento e a intimidade, ao mesmo tempo em que cultiva odeleite dos sentidos. Isto se consegue mediante o emprego da água, manejado comassombrosa fantasia em variada e contínua gama de formas e percursos.Constituem, pois, os jardins islâmicos, espaços evocadores de longínquos paraísos.São formados com grande regularidade, porém, sem serem, necessariamente,simétricos (LLARDENT, 1982). Para Laurie (1983), a idéia islâmica do jardim, comorigem no Oriente Médio, foi passado de povos para outros, até chegar ao norte daÁfrica junto aos Mouros onde, a partir daí, no ano de 711 da nossa era, ocorre ainvasão muçulmana na Europa com entrada pela Península Ibérica.

Fruto de suas campanhas de conquistas, os árabes desenvolvem jardins que, alémde seguirem o conceito do “paraíso maometano”, incorporam o que há de melhordas diversas culturas espoliadas. Resultado dessa mescla surgem os chamados“jardins da sensibilidade”, caracterizados por três elementos essenciais: água, cor eperfume, objetivando sedução e encantamento. A água, elemento decorativo, éencontrada em movimento, seja em canais, fontes ou repuxos, e tem a funçãoprecípua de refrescar o ambiente. A cor faz-se presente seja na vegetação, mastambém através do uso de elementos artificiais: pavimentos cozidos (cerâmicas),pedras coloridas e pastilhas esmaltadas ricamente decoradas (JONHSON, 1979). Operfume das flores é acentuado pelo calor do sol, e estão dispostas em pequenosespaços em toda extensão do jardim.

Segundo Chiusoli (1985), na Espanha a civilização mouresca se expressa com um

esplendor cultural muito superior à civilização cristã. Nos jardins espanhóis se refletede modo evidente a fusão dos espíritos muçulmanos e hispano medieval, cujosexpoentes máximos vamos encontrar nos jardins do palácio de Alhambra eGeneralife; Alhambra representa um marco na história dos jardins. Entre as diversasconsiderações e comentários feitos a respeito, merece destaque a definição devidaao arquiteto Lasso (1972, p. 10):

[...]os jardins de Alhambra constituem um lugar onde, com a elementar tecnologia doséculo XIV, se alcançou uma das mais belas e sensíveis associações arquitetura-natureza, criando-se um meio artificial que supera em muito a paisagem naturalcircundante.

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1.2.8.

A desagregação do Império Romano, conseqüência das invasões bárbaras, e o caos

que se instalou após sua queda, produziu em toda Europa uma involução no mundoda cultura, propiciando o desaparecimento, por um certo período, das manifestaçõesartísticas, inclusive da arte da jardinagem (LLARDENT, 1982; LAURIE, 1983;CHIUSOLI, 1985). Surgem as cidades fortificadas, densamente povoadas, onde nãohavia lugar para os jardins; qualquer espaço útil tinha uso funcional, como aobtenção de alimentos ou ervas medicinais. Elemento importante na manutenção e,posteriormente, elos de ligação que propicia a continuação da arte da jardinagemforam os mosteiros. Em amplas áreas se plantavam árvores frutíferas, hortaliças,ervas medicinais e aromáticas e flores para os altares (LLARDENT, 1982; LAURIE,1983). Nesse período a jardinagem deixa de ter caráter estético e de deleite, paracentrar-se na necessidade do utilitário; do espaço físico restrito, utilizado para fazer

frente às necessidades prementes de alimentação e medicamentos naturais. Éassim, pois, que, segundo Chiusoli (1985), a composição dos jardins medievaisapresentam-se codificados por normas comumente rígidas, porém simplistas, nosquais não se reconhecem fundamentos estéticos, mas somente utilitarísticos, comresultados que, espelho do tempo, não se afastam do anonimato geral, sem umexpoente maior.

Figura 7 – CASTELO MEDIEVAL EM AMBOISE (FRANÇA)Fonte: Calcagno (1983).

1.2.9.

Historicamente o Renascimento situa-se em um período que atinge seu apogeuentre os séculos XV e XVI, tendo se irradiando, gradualmente, da Itália para todaEuropa. O século XV é uma época de grande fervor cultural e artístico, de estudos edescobertas; da afirmação do homem sobre a natureza, estendendo as mudançasobservadas também no âmbito da jardinagem. O jardim, no intento da arquiteturarenascentista, resulta em uma composição unitária, geométrica e disciplinada poruma norma arquitetônica a qual devem sujeitar-se todos os elementos, sejam

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lapidados ou vegetais (FARIELLO, 1967; CHIUSOLI, 1975). Busca-se um jardimcom refinamentos estéticos, onde os elementos artificiais de ornamento, de formasas mais diversas e ricas, projetam um espaço de alto valor artístico. Associado aessa nova visão que se tem dos jardins, outros motivos são criados: labirintos,belvederes, jardins secretos. Nessa nova fase, segundo Chiusoli (1985), a aplicaçãogeneralizada da topiaria, resgatada da Roma antiga, exalta o conceito dasupremacia do homem sobre a natureza. O Renascimento sobre a arte dos jardinsse faz sentir de forma mais candente na Itália e França. Enquanto naquele país aestrutura básica dos jardins desenvolvia-se sob a ótica escultórica junto àsVilla ,nesse prevalecia o estilo das grandes perspectivas de Le Nôtre11.

Llardent (1982), Laurie (1983), Orlandi (1994), e tantos outros estudiosos daevolução histórica dos jardins, são unânimes em afirmar que no estilo italiano os jardins se adaptam à topografia do terreno, já que com freqüência residências maisluxuosas - Villa 12 - são construídas nas áreas de maior altitude, tal como ocorria naantiga Roma. Esta adaptação origina o surgimento de desníveis e terraçosinterligados por rampas e escadarias, que se integram facilmente com a arquitetura,e constituem base ideal para a exposição da profícua escultura romana. Ascomposições buscam tirar o máximo partido dos distintos pontos de vista,concebendo o conjunto como um grande e espetacular cenário. A utilização da águacomo elemento de composição nesses jardins reforçará esta sensação cênica, poisseu tratamento, através de espetaculares fontes, formando cascatas, correntes,espelhos e complexos jogos hídricos, introduz novas nuances à arte da jardinagem.

Sem dúvida, são as Villa que fornecem o cenário a marcar a essência da jardinagemrenascentista italiana. Esses jardins são projetados por grandes arquitetos da época,que buscam a continuidade entre a casa e a paisagem no entorno, formando umcomplexo único, e sem que o jardim perca a própria forma: definida, simétrica,autônoma que o diferencia da paisagem natural que o circunda. Nenhuma parte do jardim parece largada ao acaso, nada conserva a forma natural. Terreno e árvoressão considerados materiais a serem plasmados nas formas desejadas. Vegetação eobras de arte fundem-se em um único e complexo elemento talhado pelo homem: éo retorno do clássico “jardim escultórico” presente na Roma antiga. A grandiosidadedos jardins da Itália renascentista tem como pano de fundo a necessidade do artistasuperar a própria natureza em sua beleza e plástica cenográfica.

11 André Le Nôtre (1613-1700). Jardineiro, pintor, desenhista e arquiteto, nasceu e morreu em Paris. Os jardins de Versalhes,sua obra prima e expoente maior do estilo francês renascentista, foi construído em um período de dez anos (1662 a 1672), emuma região totalmente pantanosa. Deixou provas da perfeição de sua arte, em: Vaux-le-Vicomte, Tullerias, Fointainebleau,

Saint-Cloud, Saint-Germain, Chantilly, Sceaux, entre outros.12 PrincipaisVilla renascentistas:Villa Medice em Florença, por Michelozzo;Villa Lante em Begnaia, por Vignola;Villa Farneseem Caprarola, por Vignola;Villa Aldobrandini em Frascati, por Giacomo della Porta;Villa Giulia em Roma, por Vignola;Villa Doria Pamphili em Roma, por Algardi;Villa Medice em Roma, por Lippi.

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Figura 8 – VILLA LANTE - 1560 (BEGNAIA/ITÁLIA): PLANTA BAIXA E SEÇÃO DOJARDIMFonte: Chiusoli (1985).

Os jardins renascentistas franceses resultam da mescla do modelo italiano e dopróprio estilo desenvolvido na França. Comparativamente, ocupam, em linhasgerais, maiores extensões, nas quais se acentua a busca de perspectivas e aconcepção cenográfica em grande escala. A rígida distribuição axial, a simetria, asproporções matemáticas e a perspectiva sem fim são um reflexo da prosperidade,do poder e da inflexibilidade social da França no século XVII (JONHSON, 1979;LLARDENT, 1982; LAURIE, 1983). Obras mestras de André Le Nôtre, Vaux-le-Vicomte e Versalhes constituem representantes máximos da expressão conceitualde uma paisagem ordenada geometricamente. Versalhes simboliza o domínio dohomem sobre a natureza e, evidentemente, de um homem sobre os outros - LuísXIV, o “Rei Sol”.

Para Velasco (1971) e Llardent (1982), os monumentais jardins franceses do séculoXVII tinham a função precípua de ostentação e reverência que a corte francesaprestava a Luís XIV, em outras palavras, constituíam-se no marco das relações aoar livre de uma corte em decadência.

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Figura 9 – PROJETOS DE LE NÔTRE: VERSALHES (1678-1685) E VAUX-LE-VICOMTE (1655-1666)Fonte: Calcagno (1983).

Em que pese toda crítica a respeito dos jardins franceses dessa época, é precisoregistrar a influência exercida pelos mesmos e sua importância no surgimento dasáreas verdes (praças e parques) abertas a toda população. Llardent (1982), quecritica a ostentação e fausto desses jardins, reconhece, todavia, que o estiloimperante dos mesmos têm seu correspondente reflexo, respeitada a escala, nacidade. Surgem nestas, as praças grandiosas, as extensas esplanadas commonumentos, as avenidas arborizadas com perspectivas profundas e os bulevares.Contribuiu para isso o fato de os parques reais serem abertos, com certas condiçõese em dias específicos, ao público. Assim, por exemplo, Luís XIV mandava abrir osportões de Versalhes aos domingos para desfrute dos habitantes de Paris. Nessecontexto, Calcagno (1983), coloca que os grandes jardins franceses lavaram a

arquitetura da paisagem a sua máxima expressão, influenciando também aurbanística: o renovamento se manifestou na restruturação e criação de praças, e nafundação de cidades - reflexo daqueles ideais do Renascimento.

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Com os seus três palácios, os seus jardins, o seu parque e as suas dependências,

Versalhes é um domínio imenso. Embora tenha sido Luís XIII quem mandou edificarum pavilhão de caça embelezado com um jardim, o verdadeiro criador foi Luís XIV.De 1682 a 1789, Versalhes foi a capital da monarquia absoluta e tornou-se osímbolo porque o local, modelado pela vontade do Rei-Sol, reflete a sua concepçãode poder.

Nem demasiado próximo de Paris sempre pronta a revoltar-se, nem demasiadolonge, o sítio oferecia a possibilidade de construir; respondia assim ao desejo do reide fixar para sempre toda a sua corte à volta dele, o que nenhuma outra residênciareal das cercanias o permitia. À custa de obras consideráveis de construção e dedecoração, de terraplenagem, de abastecimento de água, tudo foi criado para o

serviço do rei, os seus prazeres e a sua magnificência. E tudo foi ordenado segundoum eixo que atravessa o centro da moradia real, onde a partir de 1701, foi instaladoo quarto do rei.

Os números da obra dão uma boa idéia de suas dimensões. Em 1683 o total detrabalhadores na construção chegava à 30 mil pessoas. Mas ainda não eramsuficientes. Foram então convocados os soldados do exército real para ajudar.Durante praticamente todo seu reinado Luis 14 conviveu com a terra, poeira, barulhoe imensas despesas da construção de Versalhes. Um dos maiores desafios foi aconstrução dos parques e jardins que deveriam cercar o palácio, e para eles foicriado um sistema independente de abastecimento de água. No centro do parquelocaliza-se oGrand Canal com 1,6 km de extensão, ePetit Canal com 1 km. Seus800 hectares de parques e jardins comportavam 20 km de trilhas, 200 mil árvores,200 mil flores plantadas a cada ano, 50 fontes e 2100 esculturas.

O traçado geral é geométrico: o jardim está ordenado a partir de um eixo central comeixos secundários, avenidas em forma de estrela, tanques circulares esemicirculares. Um conjunto simétrico organizado em vários níveis. Quandoprojetado, os jardins que acompanhavam o grande canal eram formados porespécies arbóreas locais. Inicialmente Versalhes tinha quatorze bosques, restandoapenas nove hoje. As frutíferas que compunham os pomares eram, sobretudo ascítricas, tendo sido plantadas em caixas de madeiras, algumas com mais de 200anos. Essas árvores davam poucos frutos, uma vez que eram podadas em forma debola, para uso meramente decorativo. Havia em Versalhes uma grande horta, a qualproduzia frutas e hortaliças destinadas ao consumo do rei e sua corte, além de umarboreto com mais de duas mil árvores provenientes da Europa, do Cáucaso, China,Japão, Canadá, Estados Unidos, Chile,...

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Figura 10 – ILUSTRAÇÃO DOS JARDINS DO PALÁCIO DE VERSALHESFonte: Kluckert (2000).

Da sua origem, Versalhes conservou a arquitetura de J. Hardouin-Mansart, o traçado

regular dos jardins de Le Nôtre e a fantasia dos bosques, a profusão de estátuasque faz com que seja o maior museu de escultura ao ar livro do mundo, o repuxodas suas fontes que funcionam ainda à maneira antiga.

1.2.10. , ,

Segundo Jonhson (1979), se a tradicional jardinagem ocidental tem sua origem a

partir do deserto egípcio, a chinesa origina no desfrute de uma paisagem de rarabeleza, fertilidade e variedade inimaginável - “Jardim do Éden oriental”. Os jardinschineses remontam o tempo das religiões primitivas, fazendo com elas coro nosentido de imersão na natureza. O taoísmo e o budismo são religiões “naturais”, e o jardim oriental se origina, portanto, impregnado de um forte conteúdo religioso,embasado na concepção panteísta da natureza. Desde a época em que se iniciavaa jardinagem na China, provavelmente por volta do ano 2.000 a.C., a tarefa do jardineiro se limitava simplesmente a ordenar o que já existia: aos jardins sesubmetem homens e construções. No entendimento de Llardent (1982), o homem doExtremo Oriente em geral não foi partidário de jardins em que dominava aarquitetura, já que ao longo do tempo se manteve fiel à idéia de considerá-los comoum cenário natural, respondendo suas criações a este critério.

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Com o predomínio do natural sobre o artificial, temos que os jardins chineses, aocontrário dos egipcianos, apresentam-se em linhas sinuosas e, conseqüentemente,informais. Tais características vão influenciar o mundo ocidental a partir do séculoXVIII, na Inglaterra, com o advento da Revolução Industrial. No século VII ainfluência chinesa chega ao Japão, e os japoneses adotam de imediato o estilo dacorte chinesa, incluindo o gosto pelos jardins naturais. Enquanto a China secaracteriza geograficamente por um contraste entre montanhas e planícies e osextremos de um clima continental, o Japão é uma completa desordem de montanhasvulcânicas cobertas de bosques quase tão ricas em plantas como a China, e umclima insular. Nesse antagonismo de ambientes prevalece a emoção estéticaproduzida pelos jardins japoneses, alicerçados na influência chinesa, porém comcaracterísticas próprias, sobretudo por serem projetados, no geral, em áreas depequenas dimensões.

De cunho paisagístico, o jardim para a cultura nipônica representa uma necessidadede vida, seja por seu valor estético, seja, principalmente, por sua função de elevaçãodo espírito (CHIUSOLI, 1985). Essa significação espiritual, religiosa e mesmocultural dado aos jardins, confere a cada elemento que o compõe um significadosimbólico próprio. Além disso, temos a quase que obrigatoriedade presença dedeterminados elementos: pedras, água, pontes, lamparinas, entre outros, compõemum quadro único que transcende a simples arte de se projetar um jardim. Odetalhismo é outra característica marcante em um jardim japonês. As pedras, porexemplo, devem ser virgens, isto é, recolhidas de um leito de rio e nunca antesutilizadas pelo homem. A água, seja formando canais, riachos ou pequenas quedas,espelha a imagem e induz o Homem a enxergar a si mesmo. A presença de pontes,

geralmente pequena, não tem, prioritariamente, a função de praticidade. Muito, alémdisso, elas permitem a transposição de dois mundos através da contemplação. Oscaminhos sinuosos permitem um alongamento da caminhada, propiciando maistempo à meditação. As lamparinas de pedra oferecem luz aos Homens, com o fitode guiá-los nas trevas. Elemento vegetal significativo, o bambú é indispensável emum jardim nipônico, pois simboliza a figura do Homem diante das adversidades:dobra-se sobre a ação dos ventos, porém não se quebra.

Resumidamente, pode-se dizer que o jardim japonês é um verdadeiro microcosmo,onde seus idealizadores, pautados por uma filosofia e cultura milenares, buscamcriar um quadro estável, conservando-o imutável ano após ano, estação apósestação.

1.2.11.

“Em junho de 1712 aparece sobre ‘The Spectator’ - jornal inglês de maior circulação-, um artigo escrito por Addison13, no qual se lia: ‘As nossas árvores crescem sobforma de cones, globos e pirâmides. Vê-se o sinal das tesouras em cada planta ecéspede (...) Eu gostaria de ver uma árvore em todo seu aspecto luxuriante...’”(CALCAGNO, 1983, p. 167).

13 Joseph Addison (1672-1719). Escritor, moralista, teólogo, latinista e crítico, foi uma das personalidades mais importante quefigurou no mundo literário da Inglaterra.

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Se de um lado o Renascimento ocorrido na França e Itália trouxe à arte da jardinagem o estilo formal, a monotonia geométrica, os excessos compositivosarquitetônicos, escultóricos e artificial, por sua vez a Inglaterra, a partir do séculoXVIII, promove uma revolução com novas tendências naturalistas: os jardins passama ser informais, sinuosos e secundados por cânones estéticos da jardinagemchinesa - é o período conhecido, também, como Romanticismo. A arte da jardinagem adquire maior envergadura, convertendo-se na arte da paisagem natural.O jardim busca sua adaptação à topografia, tirando dela o máximo proveito, echegando ao ponto de, onde os acidentes naturais não existissem, serem criadosartificialmente (LLARDENT, 1982). Kent14, Brown15, Repton16 e Chambers17 foram osexpoentes maiores e autores de grandes conjuntos, com um domínio indubitável donovo estilo.

Para Jonhson (1979), Calcagno (1983), Laurie (1983), entre outros, os jardinsingleses passam a imitar a natureza em sua continuidade espacial, criandosucessão de cenas que envolvem lagos, vales, colinas, se estendendo em todas asdireções, ao mesmo tempo em que se tornam paisagens sem limites - não deveriahaver qualquer interrupção entre jardim e paisagem. Os jardins ingleses não selimitavam a um espaço definido e, embasados que estavam em um movimentoartístico-filosófico, não foram simplesmente um modismo ou uma maneira deorganizar paisagisticamente o espaço. Tal filosofia, segundo Calcagno (1983),buscava recriar o equilíbrio entre o intelecto humano e o ambiente, e que setransformou, mais tarde, na busca de uma possível coexistência entre ciência enatureza.

Pensadores ilustres alavancaram as transformações ocorridas na jardinageminglesa, sustentada por uma busca de retorno à origem - a própria natureza.Rousseau18 que, reconhecendo na natureza, “criação perfeita”, uma força divinainerente, sustenta, através de seus escritos, a necessidade do homem retornar aela, visto estar no ambiente natural a imagem arquétipa da liberdade humana.Milton19, em “O Paraíso Perdido”, exaltou a perfeição estética da natureza, jardimideal, cuja beleza não era devida ao “artíficie-homem”, mas à “natureza-artista”.

14 William Kent (1686-1748). Arquiteto, pintor, decorador e paisagista britânico, introduziu nos jardins ingleses o desenhoromântico, em contraste com as formas clássicas dos conjuntos arquitetônicos francês e italianos reinantes até então. Em 1727projetou a residência-parque de Chiswick em Middlesex, considerado por muitos como o primeiro exemplo de jardim

paisagístico.15 Lancelot Brown (1715-1783). Arquiteto e paisagista, demonstrou, segundo o entendimento de grande parte dos críticos, amaior força criativa na projetação do jardim paisagístico. Por sua fama e habilidade foi nominado jardineiro real de HamptonCourt. A sua total reinvenção da paisagem, com novas ondulações do terreno, com amplos cursos de água, com plantações deárvores agrupadas na parte mais alta das colinas, originaram numerosas sistematizações em grande escala.16 Humperey Repton (1725-1818). Arquiteto, é considerado a personalidade de maior relevo dentro do movimento paisagísticoinglês. A sua notável produção está contida nos famosos "Livros Vermelhos", nos quais ele habitualmente registrava todos osseus projetos e realizações. Com Repton a arquitetura dos jardins torna-se quase uma ciência: ele estudou as reaçõeshumanas no ambiente; a sucessiva percepção dos espaços ligados ao movimento; a possibilidade de ampliar as imagens, dedilatar as perspectivas, de desfrutar o complexo jogo claro-escuro, das luzes, das sombras, das diversas tonalidades davegetação.17 William Chambers (1727-1796). Arquiteto e escritor inglês, autor do livro "A Dissertation on Oriental Gardening". Nesse livro,publicado em 1772, e fruto de suas viagens ao Oriente, expõe as mais difusas idéias românticas de seu tempo sobre jardim. Assuas realísticas descrições sobre os diversos tipos de jardins chineses suscitaram profundo interesse e exerceram notávelinfluência sobre os artistas ingleses.18 Jean Jacques Rousseau (1712-1778). A poética sobre a natureza desse expoente do pensamento iluminista francês, que

conferiu vigor ao movimento naturalista inglês, está contida em sua obra-prima literária "La Nouvelle Heloise", publicada em1761.19 John Milton (1608-1764). Poeta, pedagogo e erudito inglês, mais conhecido por seu poema épico "O Paraíso Perdido". Estaobra, terminada em 1667, é uma epopéia em versos não rimados sobre a história bíblica do pecado original.

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O afã de observar a natureza e entendê-la como espaço aberto, ilimitado e a quem ohomem deveria se submeter fez dos ingleses criadores dos primeiros parquespúblicos como hoje os conhecemos.

Segundo Rasmussen (1972), já no século XVII os parques naturais estavamdifundidos em toda Inglaterra. Inicialmente se desenvolveram contíguos aos jardinsregulares, criados em torno às residências de campo dos nobres ingleses. Em umsegundo momento, também o povo, na metade do século XVII, tinha os seusparques naturais: Hyde Park, por exemplo, o mais importante dos parques públicoslondrinos, foi aberto à população em 1630.

Os diversos cenários e momentos históricos em que se desenvolveu a arte da jardinagem e a função dos jardins, encontra em Cliford (1962) a sua síntese, aoescrever: “Os jardins de Atenas eram centros sociais a céu aberto (...) Os jardins doRenascimento italiano eram museus, nos quais se andava ao léu, se divagava, seconspirava (...) Os jardins franceses eram espaços construídos para as grandesparadas, para serem admirados (...) Os pátios espanhóis eram quartos abertos paraa sesta, para gozar a sombra e o gorgolejar da água que corre (...) Na Inglaterra um jardim nunca foi considerado, primordialmente, um lugar para discutir, descansar oupara apresentações teatral (...) para os ingleses o jardim sempre foi, sobretudo, umlugar para se passear ou praticar um esporte...” (CLIFORD, 1962, p. 124).

1.2.12.

Mais antiga manifestação do paisagismo no Brasil ocorreu na primeira metade doséculo XVII em Pernambuco, por obra do Príncipe Maurício de Nassau, durante ainvasão holandesa daquele estado nordestino. É certo que já antes da expulsão dosholandeses, pouco ou nada sobrou desta iniciativa, exceto a dádiva notável de umafabulosa quantidade de laranjeiras, tangerinas e limoeiros espalhados em todos ostrajetos das campanhas de invasão.

De acordo com Macedo (1982, p 62-64), o primeiro trabalho de paisagismoexecutado no país surge no Rio de Janeiro, o Passeio Público de Mestre Valentim(Valentim da Fonseca e Silva, 1745-1812), em grande parte inspirado em um espaçosimilar existente em Lisboa e que foi construído em 1769. Logo após surgem oJardim Botânico do Rio de Janeiro e de São Paulo (início do séc. XIX) e no meiodeste século os grandes parques particulares das quintas e chácaras dos bairros deLaranjeiras, Cosme Velho, São Cristóvão e Botafogo. As residências ruraislocalizadas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro passam por um profundoprocesso de revitalização e embelezamento, inspiradas na escola formal francesa eno naturalismo inglês. A vegetação compreendia uma mistura de espécies nativas etantas outras européias. Essas trazidas, a pedido dos membros da corte, porcônsules e embaixadores. Assim, chegaram ao Brasil os agapantos, copos-de-leite,dálias, dracenas, hibiscos, jasmins, lírios, margaridas, craveiros, roseiras, entreoutras.

Com a chegada ao Brasil do Príncipe Regente D. João VI e de sua corte ao Rio deJaneiro em 1807, tem início o embelezamento da cidade e o surgimento de outros

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espaços. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Horto Real) é uma das primeirasmanifestações paisagísticas no Brasil, implantado por D. João VI com o propósitoinicial de uma plantação de árvores exóticas (Albizia lebeck, Melia azedarach eEucalipto gigantea ) que com seu lenho transformado em carvão, fornecessem amatéria prima mais importante para uma fábrica de pólvora ali instalada. Em 1809,D. João VI invadiu a Guiana Francesa, revidando a ocupação de Portugal pelosfranceses. Como despojos dessa guerra, chegaram ao Brasil espécies frutíferascomo o abacateiro, o licheiro, a caramboleira, o jambeiro, a jaqueira, o tamarindeiro,a noz-moscada e a fruta-pão. De 1836 a 1860 desenvolve-se no Rio de Janeiro umprojeto de arborização urbana, capitaneado por Ludwig Riedel20. Em 1858 D. PedroII contrata Auguste Marie Francisque Glaziou21 que, pela primeira vez, usou árvoresfloríferas no paisagismo. Começara o uso da: sibipiruna, pau-ferro, diversas cássias,paineiras, jacarandá, suinã, oiti, diversos ipês, quaresmeira, e outras.

Segundo Macedo (1999), o paisagismo brasileiro se define no século XIX a partir dosurgimento de uma rede consolidada de cidades grandes e médias que, situadasprincipalmente no litoral e sob forte influência urbanística européia - francesa e inglesa-, possuem condições para a criação de obras significativas, tanto de espaços públicos- parques, praças e boulevards - como privados - jardins de palacetes e chácaras. Opaisagismo no Brasil alcança no século XX uma identidade projetual própria,especialmente após os anos 40 com o trabalho de Roberto Burle Marx. Juntamentecom a influência das obras dos paisagistas norte-americanos Thomas Churchill, GarretEckbo e Lawrence Halprin, Burle Marx muito influi na definição dos paradigmas dopaisagismo moderno brasileiro.

Ainda de acordo com Macedo (1999), o paisagismo no Brasil divide-se em trêsperíodos, cada um correspondendo a um ideário e a linhas de projetos específicos.São eles:

Ecletismo - Definido pelo surgimento dos primeiros parques públicos, das praçasajardinadas, dos jardins das mansões dos barões do café no Rio de Janeiro e emSão Paulo. Inicia-se com a construção do Passeio Público no Rio de Janeiro e perdesua hegemonia no final da primeira metade do século XX, com os grandes projetospúblicos em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Durante o ecletismo, é total ainfluência francesa e inglesa sobre todos os projetos.Moderno - Tem como marco inicial as obras de Roberto Burle Marx em Recife e os jardins do Ministério da Educação e Cultura no Rio de Janeiro. Até hoje, a maioria

dos projetos segue seus paradigmas como o uso da vegetação nativa e o totalrompimento com as escolas clássicas.Contemporâneo - Reflete a inquietação dos anos 80 e 90 e ainda não estáconsolidada. Recebe uma forte influência dos paisagistas japoneses, americanos efranceses, em especial na seleção de estruturas construídas e de vegetação.

20 Naturalista (1790-1861), fundou em 1831 o primeiro herbário do Brasil, hoje conhecido como Herbário do Museu nacional21 Botânico francês e paisagista.

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Dos Jardins Suspensos da Babilônia, passando pelos jardins do Egito antigo, daPérsia, pelo Renascimento francês e italiano, até adquirir a “maturidade” e transformar-se em ciência paisagística, a partir da Revolução Industrial, a história da jardinagemsempre esteve intimamente ligada à do próprio homem. Inicialmente, enquanto jardinagem, tinha um caráter de embelezamento, e restrito à unidade familiar: oracompondo o espaço cênico de uma pequena casa, ora ornando palácios eVilla . Apartir do século XVIII, Inglaterra, o homem passa a preocupar-se com sua condição devida e do ambiente no qual vive. É então que a arquitetura paisagística ganhastatus deCiência, fazendo uso do conhecimento de outras áreas (botânica, irrigação, edafologia,fisiologia vegetal, arquitetura, etc.), e avança, embasada por critérios técnico-científicos, rumo ao estudo, à análise, compreensão e intervenção sobre a paisagem.Essa paisagem, de dimensão variada, constitui olocus onde habita, vive e goza a vidao ser humano. Harmonizando e buscando o equilíbrio com a paisagem, o arquitetopaisagista tem-se preocupado, ao mesmo tempo, com a qualidade dos espaçostrabalhados, associado ao caráter estético de sua intervenção.

Séculos de conhecimentos propiciaram uma história única que encanta e desafia. Queencanta pelos trabalhos de rara beleza, como os Jardins Suspensos da Babilônia,aqueles da antiga Pérsia (denominados de paraísos fechados), os jardins formaisfranceses, ou ainda o jardim naturalista inglês. Mas que também desafia! Desafia justamente pelo fato de que o homem, há séculos, mesmo sem o conhecimento e todaa tecnologia atual, foi capaz de produzir obras tão delicadas que se perpetuam atéhoje. Nisso reside o desafio: em sermos capazes de, com todo o aparato,conhecimento e técnicas atuais, produzirmos algo que se perpetue pelos séculosfuturos.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA

DISCIPLINA: Planejamento dos Espaços Públicos UrbanosProf. Dr. Bruno Luiz Domingos De Angelis

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