Palavras de Vida Eterna

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PALAVRAS DE VIDA ETERNA PSICOGRAFADO POR FRANCISCO CNDIDO XAVIER DITADO PELO ESPRITO EMMANUEL --------------33 ed. - Uberaba, MG: Comunho Esprita Crist, 2005. --------------NDICE Ante o Divino Mestre 13 1 Recomecemos 15 2 Cresamos para o bem 17 3 Evitando a tentao 19 4 - Amor e temor 21 5- F e obras 23 6 No rumo do amanh 25 7- Melhorar para progredir 27 8- Vida e posse 29 9- Socorro e concurso 31 10 - Vencer o mal 33 11 Ajudemos tambm 35 12- Perante Jesus 37 13- Boas obras 39 14- Benignidade 41 15 - No roteiro da f 43 16 - Na senda do Cristo 45 17 - Na exaltao do Reino Divino 47 18 - Atitudes essenciais 49 19- Ao de graas 51 20 - Vigiando 53 21 - Compreendendo 55 22- Na palavra e na ao 57 23 Adorao e fraternidade 59 24 Liberdade em Cristo 61 25 Ouvirs decerto 65 26- Aoitando o ar 67 27- Liberdade em Jesus 69 28- Na conquista da liberdade 73 29- No estudo da salvao 75 30 Para vencer o mal 77 31 Combatendo a sombra 79 32 O amor tudo sofre 81 33- Acalma-te 83 34 - Prossigamos 85 35 Observemos amando 87 36 Corao puro 89 37 - Reparemos nossas mos 91 38 - Salvar-se 93 39 No auxlio a todos 95 40 Enquanto pode 97 41 Se andarmos na luz 99 42 No servio medinico 101 43 - Na mediunidade 103 44 - Ao 105 45 No sustento da paz 107 46 - Na tarefa da paz 109 47 Estejamos em paz 111 48 Dinheiro e atitude 113

49 Caridade e riqueza 115 50 Confiemos alegremente 117 51 No solo do esprito 119 52 - Palavra falada 121 53 - Palavra escrita 123 54 - Aprimoremos 125 55 Suportemos 127 56-Jesus e dificuldade 129 57 Jesus e paz 131 58 Em honra da liberdade 133 59 Em louvor do equilbrio 135 60 Terra - bno divina 137 61 Perdo - remdio santo 139 62 No campo do verbo 141 63 No campo da vida 143 64 - xito 145 65 - Defesa 147 66 0 primeiro passo 149 67 A melhor medida 151 68 Aguardemos 153 69 Na luz da compaixo 155 70 Pacifica sempre 157 71 - Olhos 159 72 - Ouvidos 161 73 - Excesso 163 74 Nossa cruz 165 75 - Libertemos 167 76 Socorramos 169 77 Se procuras o melhor 171 78 - Melhorando sempre 173 79 - Pacifiquemos 175 80 - Bendigamos 177 81 - Prosseguindo 179 82 - Tua obra 181 83 - Presena divina 183 84 - Divinos dons 184 85 - Se aspiras a servir 186 86-No te inquietes 188 87 - Alimento verbal 190 88-Vasos de barro 192 89 Inesquecvel advertncia 194 90 - Em constante renovao 196 91 - Apreo 198 92 - Solidariedade 200 93 - Servio e inveja 202 94 Beneficncia e pacincia 204 95 - Aprendendo 206 96 - Nas palavras 208 97 - Pai e amigo 210 98-Filho e censor 212 99 - Reclamaes 214 100 - Queixumes 216 101 - De acordo 218 102 - Nas contas 220 103 - Produzimos 222 104 - Existimos 224 105 - Estejamos atentos 226 106 Confiemos servindo 228 107 - Compaixo em famlia 230 108-Paz em casa 232

109-Na esfera da lngua 234 110-No campo do afeto 236 111 Perante os inimigos 238 112 - Diante da justia 240 113 Agradeamos sempre 242 114- Fraternalmente amigos 244 115- Com firmeza 246 116 - Na execuo do melhor 248 117-Espera por Deus 250 118 - Ante a palavra do Cristo 252 119 - Nos problemas da posse 254 120-Nos domnios do bem 256 121 Chamamento ao amor 258 122 - Convite ao estudo 260 123 - No po espiritual 262 124 - Permaneamos fiis 264 125 No convvio do Cristo 266 126-Na rota do Evangelho 268 127 - Chamamento divino 270 128 - Desculpismo 272 129-Na fonte do bem 274 130-Na luz da verdade 276 131 Diante do conformismo 278 132-Diante da Providncia 280 133-Em torno da liberdade 282 134 - Po 284 135-Diante do Mestre 286 136 - Na vitria real 288 137 - Crena 290 138 - Ordem 292 139 - Religio pura 294 140-Diante da Justia 296 141 - Hospitalidade \ 298 142-No bem de todos 300 143 Ao claro da verdade 302 144 - Exemplificar 304 145 Enquanto temos tempo 306 146 - Sirvamos em paz 308 147 Mos em servio 310 148-No bom combate 312 149-Todos os dias 314 150 Sempre agora 316 151 - Rogar 318 152 - Descansar 320 153 - Conceito de salvao 322 154-Nas trilhas da f 324 155 - Paz em ns 326 156- Segundo agimos 327 157 - Na construo do Mestre 329 158 - Vontade Divina 331 159 - Aprendamos, no entanto 333 160 - Reconheamos, porm 335 161 - Nos padres de Jesus 337 162-Tende f em Deus 339 163-No plano do bem 341 164 Asseio verbal 343 165 Nos domnios da ao 345 166-No ato de orar 347 167 - Legio 349 168 - Teste 351

169- Testamento domstico 353 170- Conta pessoal 355 171 - Pacincia em estudo 357 172 - Orao e cooperao 359 173 - Rixas e Queixas 361 174 Amigos de Jesus 363 175-No convvio de Cristo 365 176-No dia da incerteza 367 177 - Na esfera do reajuste 369 178 - Adversrios e delinqentes 371 179 Discernir e corrigir : 373 180-Deus te abenoa 375 13 ANTE O DIVINO MESTRE Senhor! No dia de Pentecoste, quando quiseste reafirmar as boas novas do intercmbio, entr e o Mundo dos Homens e o Mundo dos Espritos, deliberaste agir de pblico, sem que m inistros ou lderes humanos estivessem superintendendo a reunio. Pedro e os companheiros oravam, depois de providncias para que algum ocupasse o lu gar vazio de Judas, quando (1) todos ficaram repletos do Esprito Santo e passaram a falar em outras lnguas, segundo o Esprito lhes concedia que falassem . Com isso no desejamos dizer que desprestigiavas a autoridade e a organizao que hono rificas com o teu apreo, e sim que podes administrar os teus dons inefveis sem a i nterveno de ningum. O narrador evanglico vai mais longe. Conta-nos, ainda, que a multido te escutou o verbo renovador, tomada de assombro, porquanto, fizeste com que cada um dos circ unstantes te ouvisse o comunicado em seu prprio idioma (2). (1) Atos, 2:4 (2) Atos, 2:6 14 Rememoramos semelhante passagem dos primeiros dias apostlicos, para rogar-te apoi o no limiar deste livro. Estamos agrupados nestas pginas, - os leitores amigos e ns outros, - procurando o sentido de teus ensinamentos com as chaves da Doutrina Esprita, que nos legaste p elas mos de Allan Kardec. Aqui entrelaamos ateno e pensamento, sem outras credenciais que no sejam as nossas n ecessidades do corao. Respeitamos, Senhor, todos os templos que te reverenciam o nome e todos os poder es religiosos que te dignificam no mundo, mas temos sede das tuas palavras de vi da eterna, escoimadas de qualquer suplementao. Viajores de longos e escabrosos caminhos, trazemos a alma fatigada de supremacia s e domnios, pretenses e contendas estreis!... Reunidos, pois, a fim de ouvir-te as lies claras e simples, ns te pedimos entendime nto. E, lembrando-te a presena no monte, frente da turba sequiosa de consolo e es perana, ns te suplicamos, ainda, inspirao e bno, para que te possamos compreender e Notas do autor espiritual.

oveitar o exemplo de amor e a mensagem de luz. EMMANUEL Uberaba, 14 de setembro de 1964. 15 CAPTULO 1 RECOMECEMOS Ningum pe remendo de pano novo em vestido velho. No conserves lembranas amargas. Viste o sonho desfeito. Escutaste a resposta de fel. Suportaste a desero dos que mais amas. Fracassaste no empreendimento. Colheste abandono. Padeceste desiluso. Entretanto, recomear bno na Lei de Deus. A possibilidade da espiga ressurge na sementeira. A gua, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte. Torna o calor da primavera, na primavera seguinte. Inflama-se o horizonte, cada manh, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia . 16 Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho. E como se tudo estivesse a dizer: Se quiseres, podes recomear . Disse, porm, o Divino Amigo que ningum aproveita remendo novo em pano velho. Desse modo, desfaze-te do imprestvel. Desvencilha-te do intil. Esquece os enganos que te assaltaram. Deita fora as aflies improfcuas. Recomecemos, pois, qualquer esforo com firmeza, lembrando-nos, todavia, de que tu do volta, menos a oportunidade esquecida, que ser sempre uma perda real. 17 CAPTULO 2 CRESAMOS PARA O BEM - Jesus. (MATEUS, 9:16.)

Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois no lhe d Deus o esprito por medida. - Jesus. (JOO, 3:34.) Observa a munificncia das concesses divinas por toda a parte. Enquanto o homem raciona a distribuio desse ou daquele recurso, Deus no altera as s uas leis de abundncia. Anota na Terra em torno de ti: O Sol magnificente nutrindo a vida em todas as direes... O ar puro e sem medida... A fonte que se d sem reservas... Tudo infinitamente doa do a todos. Tudo liberalmente repartido. Qual ocorre s concesses do Senhor na ordem material, acontece no reino do esprito. As portas da sabedoria e do amor jazem constantemente abertas. Os tesouros da Cin cia e as alegrias da compreenso humana, as glrias da 18 arte e as luzes da sublimao interior so acessveis a todas as criaturas. No entanto, do rio de graas da vida, cada alma somente retira a poro de riquezas qu e possa perceber e utilizar proveitosamente. Estuda, observa, trabalha e renova-te para o bem. Amplia a viso que te prpria e auxilia os outros, ajudando a ti mesmo. Recorda que Deus a ningum d seus dons por medida, contudo, cada alma traz consigo a medida que instalou no prprio ntimo para a recepo dos dons de Deus. 19 CAPTULO 3 EVITANDO A TENTAO Vigiai e orai para no entrardes em tentao. - Jesus. (MARCOS, 14:38.) Vigiar no quer dizer apenas guardar. Significa tambm precaver-se e cuidar. E quem diz cuidar afirma igualmente trabalhar e defender-se. Orar, a seu turno, no exprime somente adorar e aquietar-se, mas, acima de tudo, c omungar com o Poder Divino, que crescimento incessante para a luz, e com o Divin o Amor, que servio infatigvel no bem. Tudo o que repousa em excesso relegado pela Natureza inutilidade. O tesouro escondido transforma-se em cadeia de usura. A gua estagnada cria larvas de insetos patognicos. No te admitas na atitude de vigilncia e orao, fugindo luta com que a Terra te desafi a.

Inteligncia parada e mos paradas impem paralisia ao corao que, da inrcia, cai na cegu ira.

Vibra com a vida que estua, sublime, ao re20 dor de ti, e trabalha infatigavelmente, dilatando as fronteiras do bem, aprenden do e ajudando aos outros em teu prprio favor. Essa a mais alta frmula de vigiar e orar para no cairmos em tentao. 21 CAPTULO 4 AMOR E TEMOR O perfeito amor lana fora o temor. (1 JOO, 4:18.)

Para que nossa alma se expanda sem receio, atravs das realizaes que o Senhor nos co nfia, no basta o imperfeito amor que estipula salrios de gratido ou que se isola na estufa do carinho particular, reclamando entendimento alheio. necessrio rendamos culto ao perfeito amor que tudo ilumina e a todos se estende s em distino. O imperfeito amor, procurando o gozo prprio no concurso dos outros, quase sempre o egosmo em disfarce brilhante, buscando a si mesmo nas almas afins para atormentlas sob mltiplas formas de temor, quais sejam a exigncia e o cime, a crueldade e o desespero, acabando ele prprio no inferno da amargura e da frustrao. O perfeito amor, contudo, compreende que o Pai Celeste traou caminhos infinitos p ara a evoluo e aprimoramento das almas, que a felicidade no a mesma para todos e qu e amar significa entender e ajudar, abenoar e sustentar sempre os coraes queridos, no degrau de luta que lhes prprio. Para que te libertes, assim, das algemas do 22 medo, no basta te acolhas no anseio de ser ardentemente querido e auxiliado pelos outros, segundo as disposies do amor incompleto. indispensvel saibas amar, com abn egao e ternura, entre a esperana incansvel e o servio incessante pela vitria do bem, ob a tutela dos quais vivers sempre amado, segundo o amor equilibrado e perfeito, pela fora divina que nos ergue, triunfante, dos abismos da sombra para os cimos da luz. 23 CAPTULO 5 FE E OBRAS A f, se no tiver obras, morta em si mesma. (TIAGO, 2:17.)

Imaginemos o mundo transformado num templo vasto, respeitvel sem dvida, mas plenam ente superlotado de criaturas em perene adorao ao Cu. Por dentro, a f reinando sublime: Oraes primorosas... Discursos admirveis... -

Louvores e cnticos... Mas, por fora, o trabalho esquecido: Campos ao desamparo... Enxadas ao abandono... Lareiras em cinza... De que teria valido a exaltao exclusiva da f, seno para estender a morte no mundo qu e o Senhor nos confiou para a glria da vida? No te creias, desse modo, em comunho com a Divina Majestade, simplesmente porque t e faas cuidadoso no culto externo da religio a que te afeioas. 24 Conhecimento nobre exige atividade nobre. Elevao espiritual tambm dever de servir ao Eterno Pai na pessoa dos semelhantes. E por isso que f e obras se completam no sistema de nossas relaes com a Vida Superi or. Prece e trabalho. Santurio e oficina. Cultura e caridade. Ideal e realizao. Nesse sentido, Jesus o nosso exemplo indiscutvel. v

No se limitou o Senhor a simples glorificao de Deus nos Paos Divinos, quanto edifica dos homens. Por amor infinitamente a Deus, na sublime tarefa que lhe foi cometid a, desceu esfera dos homens e entregou-se obra do amor infatigvel, levantando-nos da sombra terrestre para a Luz Espiritual. 25 CAPTULO 6 NO RUMO DO AMANH Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? MARCOS, 8:36.) Lembra-te de viver, conquistando a glria eterna do esprito. Diariamente retiram-se da Terra criaturas cujo passo se imobiliza nos angustioso s tormentos da frustrao... Estendem os braos para o ouro que amontoaram, contudo.., esse ouro apenas lhes as segura o mausolu em que se lhes guardam as cinzas. Alongam a lembrana para o nome em que se ilustraram nos eventos humanos, todavia. .. quase sempre a fulgurao pessoal de que se viram objeto apenas lhes acorda o cor ao para a dor do arrependimento tardio. - Jesus. (

Contemplam o campo de luta em que desenvolveram transitrio domnio, mas.., no enxerg am seno a poeira da desiluso que lhes soterra os sonhos mortos. Sim, em verdade, passaram no mundo em 26 carros de triunfo na poltica, na fortuna, na cincia, na religio, no poder... No entanto, incapazes do verdadeiro servio aos semelhantes, enganaram to somente a si prprios, no culto ao egosmo e ao orgulho, intemperana e vaidade que lhes devast aram a vida. E despertam, alm da morte, sem recolher-lhe a renovadora luz. Recorda os que padecem na derrota de si mesmos, depois de se acreditarem vencedo res, dos que choram as horas perdidas, e procura, enquanto hoje, enriquecer o prp rio esprito para o amanh que te aguarda, porque, consoante o ensino do Senhor, nad a vale reter por fora o esplendor de todos os imprios do mundo, conservando a tre va por dentro do corao. , 27 CAPTULO 7 MELHORAR PARA PROGREDIR E a um deu cinco talentos e a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua ca pacidade... - Jesus. (MATEUS, 25:15.) Melhorar para progredir eis a senha da evoluo.

Passa o rio dos dons divinos em todos os continentes da vida, contudo, cada ser lhe recolhe as guas, segundo o recipiente de que se faz portador. No olvides que os talentos de Deus so iguais para todos, competindo a ns outros a s oluo do problema alusivo capacidade de receb-los. No te percas, desse modo, na lamentao indbita. Uma hora anulada na queixa vasto patrimnio perdido no preparo da justa habilitao pa ra a meta a alcanar. Muitos suspiram por tarefas de amor, confiando-se averso e discrdia, enquanto que muitos outros sonham servir luz, sustentando-se nas trevas da ociosidade e da ig norncia. 28 A alegria e o fulgor dos cimos jazem abertos a todos aqueles que se disponham jo rnada da ascenso. Se te afeioas, assim, aos ideais de aprimoramento e progresso, no te afastes do tr abalho que renova, do estudo que aperfeioa, do perdo que ilumina, do sacrifcio que enobrece e da bondade que santifica... Lembra-te de que o Senhor nos concede tudo aquilo de que necessitamos para comun gar-Lhe a glria divina, entretanto, no te esqueas de que as ddivas do Criador se fix am, nos seres da Criao, conforme a capacidade de cada um. 29

CAPTULO 8 VIDA E POSSE No a vida mais que o alimento? - Jesus. (MATEUS, 6:25.) Aconselha-te com a prudncia para que teu passo no ceda loucura. H milhares de pessoas que efetuam a romagem carnal, amontoando posses exteriores, gana de ilusria evidncia. Senhoreiam terras que no cultivam. Acumulam ouro sem proveito. Guardam larga cpia de vestimenta sem qualquer utilidade. Retm grandes arcas de po que os vermes devoram. Disputam remuneraes e vantagens de que no necessitam. E imobilizam-se no medo ou no tdio, no capricho maligno ou nas doenas imaginrias, a t que a morte lhes reclama a devoluo do prprio corpo. No olvides, assim, a tua condio de usufruturio do mundo e aprende a conservar no prpr io ntimo os valores da Grande Vida. 30 Vale-te dos bens passageiros para estender o bem eterno. Aproveita os obstculos para incorporar a riqueza da experincia. No retenhas recursos externos de que no careas. No desprezes lio alguma. Comea a luta de cada dia, com o deslumbramento de quem observa a beleza terrestre pela primeira vez e agradece a paz da noite como quem se despede do mundo para transferir-se de residncia. ; Ama pela glria de amar. Serve sem prender-te. Lembra-te de que amanh restituirs vida o que a vida te emprestou, em nome de Deus, e que os tesouros de teu esprito sero apenas aqueles que houveres amealhado em ti prprio, no campo da educao e das boas obras. 31 CAPTULO 9 SOCORRO E CONCURSO Quantos pes tendes? - Jesus. (MARCOS, 8:5.) d

Observemos que o Senhor, diante da multido faminta, no pergunta aos companheiros: e quantos pes necessitamos? mas, sim, quantos pes tendes? . A passagem denota a precauo de Jesus no sentido de alertar os discpulos para a nece ssidade de algo apresentar Providncia Divina como base para o socorro que suplica mos. Em verdade, o Mestre conseguiu alimentar milhares de pessoas, mas no prescindiu d

as migalhas que os apstolos lhe ofereciam. O ensinamento precioso para a nossa experincia de orao. No vale rogar as concesses do Cu, alongando mos vazias, com palavras brilhantes e co moventes, mas sim pedir a proteo de que carecemos, apresentando, em nosso favor, a s possibilidades ainda que diminutas de nosso esforo prprio. No adianta solicitar as bnos do po imobilizando os braos no gelo da preguia, como 32 de todo imprprio rogar os talentos do amor, calcinando o corao no fogo do dio. Decerto, o Senhor operar maravilhas, no amparo a todos aqueles que te partilham a marcha... Dispensar socorro aos que amas, transformar o quadro social em que te situas e exa ltar o templo domstico em que respiras... Contudo, para isso, necessrio lhe ofereas os recursos que j conseguiste amontoar em ti mesmo para a extenso do progresso e para a vitria do bem.

No te esqueas, pois, de que no auxlio aos outros no prescindir o Senhor do auxlio, pe uenino embora, que deve encontrar em ti. 33 CAPTULO 10 VENCER O MAL No te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. - Paulo. (ROMANOS, 12:21.) Comumente empregamos a expresso guerrear o mal , como se bastassem nossas atitudes m ais fortes para extermin-lo e venc-lo.

Sem dvida, semelhante conceituao no de todo imprpria, porque, em muitas circunstnci para limit-lo no podemos dispensar vigilncia e firmeza. Ainda assim, muitas vezes, zurzindo-lhe as manifestaes com violncia, criamos outros males a se expressarem atravs de feridas que apenas o blsamo do tempo consegue ci catrizar. O apstolo, contudo, claro na frmula precisa ao verdadeiro triunfo. No te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem . Perseguir, quase sempre, fomentar. O melhor processo de extinguir a calnia e a maledicncia confiar nosso prprio verbo desculpa e bondade. O recurso mais eficiente contra a preguia o nosso exemplo fir me no trabalho constante. O meio mais seguro de reajustar aqueles que desajudam ao prximo ajudar in34

cessantemente. O remdio contra a maldio a bno. Os antdotos para o veneno da injri az do silncio e o socorro da prece. Por isso mesmo, Jesus ensinou: Amai os vossos inimigos. Bendizei os que vos maldi

zem. Orai por aqueles que vos maltratam e caluniam. Perdoai setenta vezes sete. Ofertai amor aos que vos odeiam . Podemos, pois, muitas vezes, combater o mal para circunscrever-lhe a rbita de ao, m as a nica maneira de alcanar a perfeita vitria sobre ele ser sempre a nossa perfeita consagrao ao bem irrestrito. 35 CAPTULO 11 AJUDEMOS TAMBM Ele respondeu e disse: Dai-lhes vs, de comer..." - Jesus. (MARCOS, 6:37.) Em muitas ocasies propomos a Benfeitores Espirituais determinados servios que, aci ma de tudo, so oportunidades de trabalho que o Senhor, abnegado e vigilante, nos oferece. Enunciamos rogativas e relacionamos diversos quadros de ao para a caridade. O doente de certa rua. O parente necessitado. O obsesso que sofre no distante. A casa conflagrada do viz inho. O companheiro algemado ao leito. O amigo em prova inquietante. Os obreiros da Espiritualidade movimentamse e ajudam, devotados e operosos; cont udo, em suplicando o socorro alheio, no nos cabe olvidar o socorro que podemos pr estar por ns mesmos. indispensvel acionar as possibilidades da nossa cooperao fraterna, os recursos aind a que 36 reduzidos de nossa bolsa, o nosso concurso pessoal, o nosso suor e as nossas hor as, a benefcio daqueles que a Sabedoria Divina situou em nossa estrada para teste munharmos a prpria f. i Diante da turba faminta, ouvindo as alegaes dos discpulos que lhe solicitavam a ate no para as necessidades do povo, disse-lhes o Senhor: Dai-lhes vs, de comer... E os discpulos angariaram diminuta poro de alimentos, antes que o Mestre a converte sse em po para milhares. A lio expressiva. No basta rogar a interveno do cu, em favor dos outros, com frases bem feitas, a fim de que venhamos a cumprir o nosso dever cristo. Antes de tudo, necessrio fazer de nossa parte, quanto nos seja possvel, para que o bem se realize, de modo a entrar mos em sintonia com os poderes do Bem Eterno. 37 CAPTULO 12 PERANTE JESUS

Porventura sou eu, Senhor?

(MATEUS, 26:22.)

Diante da palavra do Mestre, reportando-se ao esprito de leviandade e defeco que o cercava, os discpulos perguntaram afoitos: Porventura sou eu, Senhor? E quase todos ns, analisando o gesto de Judas, incriminamo-lo em pensamento. Por que teria tido a coragem de vender o Divino Amigo por trinta moedas? Entretanto, bastar um exame mais profundo em ns mesmos, a fim de que vejamos nossa prpria negao frente do Cristo. Judas teria cedido paixo poltica dominante, enganado pelas insinuaes de grupos famin tos de libertao do jugo romano... Teria imaginado que Jesus, no Sindrio, avocaria a posio de emancipador da sua terra e da sua gente, exibindo incontestvel triunfo hu mano... E, apenas depois da desiluso dolorosa e terrvel, teria assimilado toda a verdade!. .. Mas ns?

Em quantas existncias e situaes t-lo-emos vendido no altar do prprio corao, ao preo uinho de nosso desvairamento individual? 38 Nos prlios da vaidade e do orgulho... Nas exigncias do prazer egosta... Na tirania da opinio... Na crueldade confessa... Na caa da fortuna material... Na rebeldia destruidora... No olvido de nossos deveres... ! No aviltamento de nosso prprio trabalho... Na edificao ntima do Reino de Deus, meditemos nossos erros conscientes ou no, defini ndo nossas responsabilidades e dbitos para com a vida, para com a Natureza e para com os semelhantes e, em todos os assuntos que se refiram desero perante o Cristo , teremos bastante fora para desculpar as faltas do prximo, perguntando, com since ridade, no mago do corao: Porventura existir algum mais ingrato para contigo do que eu, Senhor? m-v 39 CAPTULO 13 BOAS OBRAS Assim brilhe tambm a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obr

as e glorifiquem a vosso Pai que est nos Cus. Brilhe vossa luz disse-nos o Mestre r de buscar as alturas mentais.

- Jesus. (MATEUS, 5:16.)

, e muitas vezes julgamo-nos unicamente no deve

E suspiramos inquietos pela dominao do crebro. Contudo, o Cristo foi claro e simples no ensinamento. Brilhe tambm a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e g lorifiquem a vosso Pai que est nos Cus . No apenas pela cultura intelectual. No somente pela frase correta. .;, Nem s pelo verbo flamejante.

No apenas pela interpretao eficiente das Leis Divinas. No somente pela prece labial, apurada e comovedora. 40 Nem s pelas palavras e pelos votos brilhantes.

indiscutvel que no podemos menosprezar a educao da inteligncia, mesmo porque a escol , em todos os planos, obra sublime com que nos cabe honrar o Senhor, mas Jesus, com a referncia, convidava-nos ao exerccio constante das boas obras, seja onde for , pois somente o corao tem o poder de tocar o corao, e, somente aperfeioando os nosso s sentimentos, conseguiremos nutrir a chama espiritual em ns, consoante o divino apelo. Com o amor estimularemos o amor... ; Com a humildade geraremos a humildade... Com a paz em ns ajudaremos a construir a paz dos outros... Com a nossa pacincia edificaremos a pacincia alheia. Com a caridade em nosso passo, semearemos a caridade nos passos do prximo. Com a nossa f garantiremos a f ao redor de ns mesmos. Atendamos, pois, ao nosso prprio burilamento, porquanto apenas contemplando a luz das boas obras em ns que os outros entraro no caminho das boas obras, glorificand o a Bondade e a Sabedoria de Deus. 41 CAPTULO 14 BENIGNIDADE Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como tambm Deus em Cristo vos perdoou. - Paulo. (EFSIOS, 4:32.) Meditemos na Tolerncia Divina, para que no venhamos a cair nos precipcios da violnci a. Basta refletir na desculpa incessante do Cu s nossas fraquezas e crueldades, frent e do Cristo, para que abracemos a justa necessidade da compaixo infatigvel uns par

a com os outros. Desce Jesus da Espiritualidade Solar, dissipando-nos a sombra. Negamos-Lhe guari da. O Supremo Senhor, porm, no nos priva de Sua augusta presena. O Divino Benfeitor exemplifica o amor incondicional, sanando-nos as mazelas do c orpo e da alma, a ensinar-nos a bondade e a renncia como normas de justa felicida de; contudo, recompensamo-lo com a saliva do escrnio e com a cruz da morte. A Inf inita Sabedoria, no entanto, no nos recusa a herana do Seu Evangelho renovador. Em nome do Mestre Sublime, prottipo do amor e da paz, fizemos guerras de dio, acen dendo fogueiras de perseguio e extermnio; toda42 via, o Altssimo Pai no nos cassa a oportunidade de prosseguir caminhando no tempo e no espao, em busca da evoluo. Reflete na magnanimidade de Deus e no coleciones desapontamentos e mgoas, para que o bem te encontre feio de canal seguro e limpo. Guardar ressentimento e vingana, melindre e rancor, o mesmo que transformar o cor ao num vaso de fel. Segundo a advertncia do apstolo Paulo, usemos constante benignidade uns para com o s outros, porque somente assim viveremos no clima de Jesus, que nos trouxe vida a ilimitada compaixo e o auxlio incessante da Providncia Celestial. 43 CAPTULO 15 NO ROTEIRO DA F Se algum quer vir aps mim, negue a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. esus. (LUCAS, 9:23.) O Aviso do Senhor insofismvel. Siga-me diz o Mestre. - J

Entretanto, h muita gente a lamentar-se de fracassos e desiluses, em matria de f, na s escolas do Cristianismo, por no Lhe acatarem o conselho. Buscam Jesus, fazendo a idolatria em derredor de seus intermedirios humanos e, co mo toda criatura terrestre, os intermedirios humanos do Evangelho no podem substit uir o Cristo, junto sede das almas. Aqui, o padre catlico, caridoso e sincero, contudo, incapaz de oferecer a santida de perfeita. Ali, o pastor da Igreja Reformada atento e nobre, mas inabilitado demonstrao de to das as virtudes. Acol, o mdium esprita, abnegado e diligente, todavia distante da prpria sublimao. 44 Mais alm, surgem doutrinadores e comentaristas, companheiros e parentes, afeioados ao estudo e excelentes amigos, mas ainda longe da integrao com o Benfeitor Eterno .

E quase sempre aqueles que os acompanham, na suposio de buscarem o Cristo, ante os mnimos erros a que se arrojam, por fora da invigilncia ou inexperincia, retiram-se, apressados, do servio espiritual, alegando desapontamento e amargura. O convite do Senhor, no entanto, no deixa margem dvida. No desconhecia Jesus que todos ns, os Espritos encarnados ou desencarnados que susp iramos pela comunho com Ele, somos portadores de cicatrizes e aflies, dvidas e defei tos muitas vezes escabrosos. Da o recomendar-nos: Se algum quer vir aps mim, negue a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me . Se te dispe, desse modo, a encontrar o Senhor para a edificao da tua felicidade, re nuncia com desassombro s bagatelas da estrada, suporta corajosamente as conseqncias dos teus atos de ontem e de hoje e procura Jesus por Divino Modelo. No olvides que h muita diferena entre seguir ao Cristo e seguir aos cristos. 45 CAPTULO 16 NA SENDA DO CRISTO Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. - Jesus. (MATEUS, 5:44.)

O caminho de Jesus de vitria da luz sobre as trevas e, por isso mesmo, repleto de obstculos a vencer. Senda de espinhos gerando flores, calvrio e cruz indicando ressurreio... O prprio Mestre, desde o incio do apostolado, desvenda s criaturas o roteiro da ele vao pelo sacrifcio. Sofre, renunciando ao divino esplendor do Cu, para acomodar-se sombra terrestre n a estrebaria. Experimenta a incompreenso de sua poca. Auxilia sem paga. Serve sem recompensa. Pa dece a desconfiana dos mais amados. Depois de oferecer sublime espetculo de abnegao e grandeza, iado ao madeiro por malf eitor comum. 46 Ainda assim, perdoa aos verdugos, olvida as ofensas e volta do tmulo para ajudar. Todos os seus companheiros de ministrio, restaurados na confiana, testemunharam a Boa Nova, atravessando dificuldade e luta, martrio e flagelao. Inteis, desse modo, nos crculos de nossa f, os petitrios de protecionismo e vantagen s inferiores. Ressurgindo no Espiritismo, o Evangelho faznos sentir que tornamos carne para re generar e reaprender. Com o corpo fsico, retomamos nossos dbitos, nossas deficincias, nossas fraquezas e nossas averses... E no superaremos os entraves da prpria liberao, providenciando ajuste inadequado com os nossos desejos inconseqentes.

Acusar, reclamar, queixar-se, no so verbos conjugveis no campo de nossos princpios. Disse-nos o Senhor Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem .

Isso no quer dizer que devamos ajoelhar em pranto de penitncia ao p de nossos adver srios, mas sim que nos compete viver de tal modo que eles se sintam auxiliados po r nossa atitude e por nosso exemplo, renovando-se para o bem, de vez que, enquan to houver crime e sofrimento, ignorncia e misria no mundo, no podemos encontrar sob re a Terra a luz do Reino do Cu. 47 CAPTULO 17 NA EXALTAO DO REINO DIVINO Nisto glorificado meu Pai, em que deis muito fruto e assim tornar-vos-eis meus di scpulos. Jesus. (JOO, 15:8.) Glorificars o Senhor Supremo e sers discpulo do Grande Mestre... Contudo, no apenas porque te mostres entendido nas Divinas Escrituras... No somente porque saibas apregoar os mritos da Sublime Revelao, comovendo a quem te ouve... No apenas por guardares de cr as tradies dos antepassados... No somente por te sustentares assduo no culto externo... No apenas pelo reconforto recebido de mensageiros da Vida Superior... No somente por escreveres pginas brilhantes... No apenas porque possuas dons espirituais... 48 No somente porque demonstres alevantadas aspiraes... A palavra do Evangelho insofismvel. Glorifiquemos a Deus e converter-nos-emos em discpulos do Cristo, produzindo frut os de paz e aperfeioamento, regenerao e progresso, luz e misericrdia. A semente infecunda, por mais nobre, esperana cadaverizada no seio da terra. Assim tambm, por mais ardente, a f que no se exprime em obras de educao e de amor, re deno e bondade, talento morto. Se te dizes seguidor de Jesus, segue-lhe os passos. Ajuda, ampara, consola, instrui, edifica e serve sempre. Faamos algo na extenso do bem de todos. Somente assim, cresceremos para o Cu, na construo do Reino de Deus. 49

CAPTULO 18 ATITUDES ESSENCIAIS Qualquer que no tomar a sua cruz e vier aps mim, no pode ser meu discpulo. UCAS, 15:27.)

- Jesus. (

Neste passo do Novo Testamento, encontramos a verdadeira frmula para o ingresso a o Sublime Discipulado. Qualquer que no tomar a sua cruz e vier aps mim, no pode ser meu discpulo Mestre. Duas atitudes fundamentais recomenda-nos o Eterno Benfeitor se nos propomos desf rutar-lhe a intimidade tomar a cruz redentora de nossos deveres e seguir-lhe os passos. Muitos acreditam receber nos ombros o madeiro das prprias obrigaes, mas fogem ao ca minho do Cristo; e muitos pretendem perlustrar o caminho do Cristo, mas recusam o madeiro das obrigaes que lhes cabem. Os primeiros dizem aceitar o sofrimento, todavia, andam agressivos e desditosos, espalhando desnimo e azedume por onde passam. Os segundos crem respirar na senda do 50 Cristo, mas abominam a responsabilidade e o servio aos semelhantes, detendo-se no escrnio e na leviandade, embora saibam interpretar as lies do Evangelho, apregoand o-as com arrazoado enternecedor. Uns se agarram lamentao e ao aviltamento das horas. Outros se cristalizam na ironia e na ociosidade, menosprezando os dons da vida.

afirma-no

No nos esqueamos, assim, de que preciso abraar a cruz das provas indispensveis noss redeno e burilamento, com amor e alegria, marchando no espao e no tempo, com o ver dadeiro esprito cristo de trabalho infatigvel no bem, se aspiramos a alcanar a comun ho com o Divino Mestre. No vale apenas sofrer. preciso aproveitar o sofrimento. Nem basta somente crer e mostrar o roteiro da f. imprescindvel viver cada dia, seg undo a f salvadora que nos orienta o caminho. 51 CAPTULO 19 AO DE GRAAS Tomou o clice e, tendo dado graas, o deu aos discpulos, dizendo: esus. (MATEUS, 26:27.) Bebei dele todos. -

No mundo, as festividades gratulatrias registram invariavelmente os triunfos pass ageiros da experincia fsica. Lautos banquetes comemoram reunies da famlia consangunea, msicas alegres assinalam o trmino de contendas na justia dos homens, nas quais, muitas vezes, h vtimas ignorad as, soluando na sombra.

Com Jesus, no entanto, vemos um ato de ao de graas que parece estranho primeira vis ta. O Mestre Divino ergue hosanas ao Pai, justamente na hora em que vai partir ao en contro do sacrifcio supremo. Conhecer desoladora solido no Jardim das Oliveiras...

Padecer injuriosa priso... Meditar na incompreenso de Judas... Ver-se- negado por Sim Pedro... Experimentar o escrnio pblico... 52 Ser preterido por Barrabs, o delinqente infeliz... Sorver fel, sob a coroa de espinhos... Recolher o abandono e o insulto. Sofrer injustificvel condenao... E receber a morte na cruz entre dois malfeitores... Entretanto, agradece... que na lgica do Senhor, acima de tudo, brilham os valores eternos do esprito. O Cristo louva o Todo-Misericordioso pela oportunidade de completar com segurana o seu divino apostolado na Terra, rendendo graas pela confiana com que o Pai o tra nsforma em exemplo vivo para a redeno das criaturas humanas, embora essa redeno lhe custe martrio e flagelao, suor e lgrimas. No te percas, desse modo, em lances festivos sobre pretensas conquistas na carne que a morte confundir hoje ou amanh, mas, no turbilho da luta que santifica e aperf eioa, saibamos agradecer os recursos com que Deus nos aprimora para a beleza da L uz e para a glria da Vida. 53 CAPTULO 20 VIGIANDO ... Se alguma virtude h e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pe nsamento. - Paulo. (FILIPENSES, 4:8.) Trabalhemos vigiando. Aquilo que nos ocupa o pensamento a substncia de que se nos constituir a prpria vid a. Retiremos, dessa forma, o corao de tudo o que no seja material de edificao do Reino D ivino, em ns prprios. Em verdade, muita sugesto criminosa buscar enevoar-nos a mente, muito lodo da estr ada procurar-nos- as mos na jornada de cada dia e muito detrito do mundo tentar imo bilizar-nos os ps. a nuvem da incompreenso conturbando-nos o ambiente domstico... a injria nascida na palavra inconsciente dos desafetos gratuitos...

a acusao indbita de permeio com a calnia destruidora... a maledicncia convidando-nos mentira e leviandade... o amigo de ontem que se rende s requisi54 es da treva, passando condio de censor das nossas qualidades ainda em processo de me lhoria...

Entretanto, frente de todos os percalos, no te prendas s teias da perturbao e da som ra. Em todas as situaes e em todos os assuntos, guardemos a alma nos ngulos em que algo surja digno de louvor, fixando o bem e procurando realiz-lo com todas as energia s ao nosso alcance. Aos mais infelizes, mais amparo. Aos mais doentes, mais socorro. E, ocupando o nosso pensamento com os valores autnticos da vida, aprenderemos a s orrir para as dificuldades, quaisquer que sejam, construindo gradativamente, em ns mesmos, o templo vivo da luz para a comunho constante com o nosso Mestre e Senh or. 55 CAPTULO 21 COMPREENDENDO Temos, porm, este tesouro em vasos de barro para que a excelncia do poder seja de D eus e no de ns. - Paulo. (2 CORNTIOS, 4:7.) Sigamos compreendendo. Lembra-te de que os talentos da f e o conhecimento superior, o dom de consolar e a capacidade de servir, no obstante laboriosamente conquistados por teu esforo, co nstituem bnos do Criador em teu corao de criatura. No te furtes, desse modo, lavoura do bem, a pretexto de te sentires ainda sob a i nfluncia do mal. At alcanarmos triunfo pleno sobre os nossos desejos malsos, sofreremos na vida, sej a no corpo de carne ou alm dele, os flagelos da tentao.

Tentao da luxria... Tentao da vingana... Tentao da cobia... Tentao da crueldade. Tentaes de todos os matizes que emergem do poo de nossos impulsos instintivos ainda no dominados... 56 Se a tentao, contudo, nasce de ns, a flama da educao e do aprimoramento vem de Deus, conduzindo-nos para a Esfera Superior. No te espantes, assim, frente do conflito da luz e da treva em ti mesmo... Segue a luz e acertars o caminho.

Riqueza medinica, fulguraes da inteligncia, recursos geniais e consagrao virtude s ouros do Senhor que, na feliz definio do Apstolo Paulo, transportamos no vaso de ba rro de nossa profunda inferioridade, a fim de que saibamos reconhecer que todo a mor, toda sabedoria, toda santificao, toda excelncia e toda beleza da vida no nos pe rtencem de modo algum, mas sim glria de Nosso Pai, a quem nos cabe obedecer e ser vir, hoje e sempre. 57 CAPTULO 22 NA PALAVRA E NA AO E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ao, fazei-o em nome do Senhor Jesus , dando por ele graas a Deus Pai. - Paulo. (COLOSSENSES, 3:17.) Dizes-te cristo, declaras-te seguidor de Jesus, afirmas-te cultor do Evangelho... Isso quer dizer que o nome do Senhor se encontra empenhado em tuas mos. Se buscamos o Cristo, decerto necessrio refleti-lo. imprescindvel, assim, saibamos agir como se lhe fssemos representantes fiis, no cam inho em que estagiamos. Lembra-te de semelhante obrigao e, cumprindo-a, libertar-te-s com facilidade das so mbras que te atormentam a marcha. Assevera-nos o Apstolo: e tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ao, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graas a Deus Pai . Efetivamente, a palavra e os atos represen58 tam a fora de exteriorizao dos nossos sentimentos e pensamentos. O corao inspira o crebro. O crebro dirige a existncia. A emoo cria a idia. A idia plasma as aes. preciso, pois, sentir com Jesus para que aprendamos a raciocinar e a servir com ele. Algum nos sugere a extenso da maledicncia, nas teias do julgamento precipitado? H qu em nos chame contemplao das chagas e cicatrizes alheias? Surgem desavenas e mgoas em nosso campo de ao? Usemos a palavra nos moldes do Benfeitor Sublime, ajudando para o bem de todos, entre a bondade e o perdo. Somos tentados ao revide por ofensas inesperadas? Sofremos preterio e calnia, apodo e perseguio? Padecemos ntimo desencanto ou desgostos e angstias no templo familiar? Usemos a conduta do Sublime Benfeitor, ajudando para o bem de todos, entre o per do e a bondade. Seja onde for e com quem for, busca o lado luminoso das criaturas, mobilizando o amor puro, a fim de que estejas em verdade na companhia do Excelso Cultivador, purificando a eira do mundo.

No basta declarar a nossa condio de aprendizes do Mestre dos mestres. indispensvel e stejamos realmente com ele, para com ele colaborar na construo da Vida Melhor. 59 CAPTULO 23 ADORAO E FRATERNIDADE Ora, temos da parte dele este mandamento, que aquele que ama a Deus, ame tambm a s eu irmo. - Joo. (1 JOO, 4:21.) Construirs santurios primorosos no culto ao Senhor da Vida... Pronunciars oraes sublimes, exaltando-Lhe a glria excelsa... Tecers com cintilaes divinas a palavra comovente e bela com que Lhe definirs a grand eza... Combinars com mestria os textos da Escritura Divina para provar-Lhe a existncia... Exibirs dons medinicos dos mais excelentes de modo a falares d Ele, com eficincia e s egurana, s criaturas irms... Escrevers livros admirveis, comentando-Lhe a sabedoria... Compors poemas preciosos, tentando ornamentar-Lhe a magnificncia... Clamars por Ele, em splicas ardentes, revelando confiana e fidelidade... 60 Adora-Lo-s com a tua prece, com a tua arte, com o teu carinho e com a tua intelign cia... Contudo, se no amas a teu irmo, por amor a Ele, Pai Amoroso e Justo, de que te val e o culto filial, estril e egosta? Um simples pai de famlia, no campo da Humanidade imperfeita, alegra-se e dilata-s e nos filhos que, em lhe compreendendo a dedicao, se empenham no engrandecimento d a prpria casa, atravs do amparo constante aos irmos menos felizes. Incontestavelmente, a lealdade de tua f representa o perfume de alegria nas tuas relaes com o Eterno Senhor, mas no olvides que o teu incessante servio, na plantao e xtenso do bem, a nica maneira pela qual podes realmente servi-Lo. Seja qual for a igreja em que externas a tua reverncia Majestade Divina, guarda, pois, a orao por lmpada acesa em tua luta de cada dia, mas no te esqueas de que somen te amparando os nossos irmos inexperientes e frgeis, cados e desditosos, que, de fa to, honraremos a Bno de Nosso Pai. 61 CAPTULO 24 LIBERDADE EM CRISTO Estais pois firmes na liberdade com que o Cristo nos libertou e no vos submetais d e novo ao jugo da escravido. - Paulo. (GLATAS, 5:1.) Meditemos na liberdade com que o Cristo nos libertou das algemas da ignorncia e d a crueldade.

No lhe enxergamos qualquer trao de rebeldia em momento algum. Atravs de todas as circunstncias, sem perder o dinamismo da prpria f, submete-se, va loroso, ao arbtrio de nosso Pai. Comea a Misso Divina, descendo da Glria Celestial para o estreito recinto da manjed oura desconhecida. No exibe uma infncia destacada no burgo em que se acolhe a sua equipe familiar; re spira o ambiente da vida simples, no obstante a Luz Sublime com que supera o nvel intelectual dos doutores de sua poca. Inicia o apostolado da Boa Nova, sem constranger as grandes inteligncias a lhe ac eitarem 62 a doutrina santificante, contentando-se com a adeso dos pescadores de existncia si ngela. Fascinando as multides com a sua lgica irresistvel, no lhes aula qualquer impulso de reivindicao social, ensinando-as a despertar no prprio corao os valores do esprito. Impondo-se pela grandeza nica que lhe assinala a presena, acenam-lhe com uma coroa de rei, que Ele no aceita. Observando o povo jugulado por dominadores estrangeiros, no lhe aconselha qualque r indisciplina, recomendando-lhe, ao invs disso, dar a Csar o que de Csar e a Deus o que de Deus . Sabe que Judas, o companheiro desditoso, surge repentinamente possudo por desvair ada ambio poltica, firmando conchavos com perseguidores da sua Causa Sublime, contu do, no lhe promove a expulso do crculo mais ntimo. No ignora que Simo Pedro traz no mago da alma a fraqueza com que o negar diante do m undo, mas. no se exaspera, por isso, e ajuda-o cada vez mais.

Ele, que limpara leprosos e sarara loucos, que restitura a viso aos cegos e o movi mento aos paralticos, no se exime priso e ao escrnio pblico, flagelao e cruz d Reflitamos, pois, que a liberdade, segundo o Cristo, no o abuso da faculdade de r aciocinar, empreender e fazer, mas sim a felicidade de obedecer a Deus, construi ndo o bem de todos, ainda mesmo sobre o nosso prprio sacrifcio, porque 63 somente nessa base estamos enfim livres para atender aos desgnios do Eterno Pai, sem necessidade de sofrer o escuro domnio das arrasadoras paixes que nos encadeiam o esprito por tempo indeterminado s trevas expiatrias. 64 Pgina em branco. 65 CAPTULO 25 OUVIRS DECERTO

Salva-te a ti mesmo e desce da cruz.

(MARCOS, 15:30.)

Se te encontras realmente empenhado na execuo do bem, ouvirs, decerto, as provocaes d o mal em todos os instantes de testemunho. Se, em verdade, vives procura do Cristo, por que choras sob o fardo das provaes? De que te serve a f para o caminho de tanta dor?

Se s mdium com tarefa na caridade, onde esto os Espritos protetores que te no alivi as amarguras? Se guardas confiana em Jesus, mostra-te livre dos obstculos... Se louvas o Espiritismo como Doutrina de luz, por que te demoras na sombra das af lies? Registrars interrogaes como essas a cada passo. necessrio te reveles altura do conhecimento superior com que a Bondade Divina te favorece, demonstrando que os princpios sublimes de tua f no se movimentam na direo d o conforto imediatista da carne, mas sim no rumo do burilamento espiritual, pelo s tempos afora. 66 Ensinars com o teu exemplo que o Evangelho no oficina de vantagens na experincia ma terial, mas sim templo de trabalho redentor para que venhamos a consertar ns mesm os, diante da Vida Eterna. Fars da mediunidade instrumento para a lavoura do bem, ainda mesmo te custe imens urveis sacrifcios, ajudando aos outros sem cogitar de auxlio a ti mesmo, como quem sabe que a Lei do Amor o sustentculo do Universo, providenciando socorro natural a quem se consagra ao socorro dos semelhantes. Converters o Espiritismo, na tua senda, em fora educativa da alma, sem exigir que o mundo se te afeioe s convenincias. Buscars a luz onde a luz se encontre. Desculpars toda ofensa. Elegers na fraternidade a tua bandeira. Conjugars o verbo servir onde estiveres. Comears o trabalho de redeno em ti mesmo. Orars por quem te fira ou calunie. Amars os prprios adversrios. Ajudars sem exigncia. Contudo, para o exerccio de semelhante apostolado, no passars sobre a Terra sem o a ssdio da incompreenso e do escrnio, porque o prprio Cristo foi por eles visado, atra vs daqueles que, em lhe rodeando o madeiro de sacrifcio, lhe gritavam, zombeteiros e irnicos: Salva-te a ti mesmo e desce da cruz .

67 CAPTULO 26 AOITANDO O AR Eu por minha parte assim corro, no como na incerteza; de tal modo combato, no como aoitando o ar. - Paulo. (1 CORNTIOS, 9:26.) Definindo o trabalho intenso que lhe era peculiar na extenso do Evangelho, disse o apstolo Paulo com inegvel acerto: Eu por minha parte assim corro, no como na incer teza; de tal modo combato, no como aoitando o ar . Hoje como ontem, milhares de aprendizes da Boa Nova gastam-se inutilmente, atravs da vida agitada, asseverando-se em atividade do Mestre, quando apenas simboliza m nmeros vazios nos quadros da precipitao. Possuem planos admirveis que nunca realizam. Comentam, apressados, os mritos do amor, guardando lamentvel indiferena para com de terminados familiares que o Senhor lhes confia. Exaltam a tolerncia, como fator de equilbrio no sustento da paz, contudo se queixa m amargamente do chefe que lhes preside o servio ou do subordinado que lhes empre sta concurso. Recebem os problemas que o mundo lhes oferece, buscando o escape mental. 68 Expressam-se, acalorados, em questes de f, alimentando dvidas ntimas quanto imortali dade da alma. Exigem a regenerao plena dos outros, sem cogitar de reajustamento a si mesmos. Clamam, acusam, projetam, discutem, correm, sonham... Mas, visitados pela prprio, diante da e, quando chamados m verdade estiveram a aoitando o ar. 69 CAPTULO 27 LIBERDADE EM JESUS Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e no vos dobreis no vamente a um jugo de escravido. - Paulo. (GLATAS, 5:1.) Disse o apstolo Paulo, com indiscutvel acerto, que para a liberdade Cristo nos libe rtou . E no so poucos aqueles que na opinio terrestre definem o Senhor como sendo um revol ucionrio comum. crise que afere em cada Esprito os valores que acumulou em si vida eterna, vacilam, desencantados, nas sombras da incerteza, pela morte do corpo grande renovao, reconhecem, aflitos, que e na carne combatendo improficuamente, como quem passa na Terr

No raro, pintam-no feio de petroleiro vulgar, ferindo instituies e derrubando princ s.

Entretanto, ningum no mundo foi mais fiel cultor do respeito e da ordem. Atravs de todas as circunstncias, vemo-lo interessado, acima de tudo, na lealdade a Deus e no servio aos homens. No exige bero dourado para ingressar no mundo. Aceita de bom grado a infncia humilde e laboriosa. 70 Abraa os companheiros de ministrio, quais se mostram, sem deles reclamar certido de herosmo e de santidade. Nunca se volta contra a autoridade estabelecida. Trabalha na extino da crueldade e da hipocrisia, do simonismo e da delinqncia, mas e m momento algum persegue ou golpeia os homens que lhes sofrem o aviltante domnio. Vai ao encontro dos enfermos e dos aflitos para ofertar-lhes o corao. Serve indistintamente. Sofre a incompreenso alheia, procurando compreender para ajudar com mais segurana. No espera recompensa, nem mesmo aquela que surge em forma de simpatia e entendime nto nos crculos afetivos. Padece a ingratido de beneficiados e seguidores, sem qualquer idia de revide. Recebe a condenao indbita e submete-se aos tormentos da cruz, sem recorrer justia. E ningum se fez mais livre que Ele dos sculos renascentes. livre para continuar servindo e amando, atravs

Ensinou-nos, assim, no a liberdade que explode de nossas paixes indomesticadas, ma s a que verte, sublime, do cativeiro consciente s nossas obrigaes, diante do Pai Ex celso. Nas sombras do eu , a liberdade do 71 que quero freqentemente cria a desordem e favorece a loucura. Na luz do Cristo, a liberdade do devo servir gera o progresso e a sublimao. fao o

Assimilemos do Mestre o senso da disciplina. Se quisermos ser livres, aprendamos a obedecer. Apenas atravs do dever retamente cumprido, permaneceremos firmes, sem nos dobrarm os diante da escravido a que, muitas vezes, somos constrangidos pela inconsequncia de nossos prprios desejos. 72 Pgina em branco. 73

CAPTULO 28 NA CONQUISTA DA LIBERDADE

Porque vs, Irmos, fostes chamados liberdade, porm, no useis da liberdade para dar oc sio carne; sede, antes, servos uns dos outros pelo amor. - Paulo. (GLATAS, 5:13.) A mente humana, antes do contato com o Cristo, o Divino Libertador, padecia mile nrias algemas de servido. Era o cativeiro da violncia, convertendo o mundo em arena de senhores e escravos. .. Era o grilho implacvel do dio garantindo impunidade aos crimes de raa... Era a treva da ignorncia aprisionando a inteligncia nas teias do vcio dourado... Era a obsesso da guerra permanente, encarcerando os povos em torrentes de sangue e lama... Cristo veio, porm, e conquistando a libertao espiritual do mundo, a preo de sacrifcio , descerra novos horizontes Humanidade. Da Manjedoura Cruz, movimenta-se o Amigo Divino, reintegrando o homem na posse d a 74 simplicidade, do equilbrio, da esperana, da alegria e da vida eterna que constitue m fatores essenciais da justa libertao do esprito.

Devemos, pois, ao Senhor, a felicidade de nossa gradativa independncia, para a im ortalidade; entretanto, para atingir a glria divina a que estamos destinados, pre ciso saibamos renunciar conscientemente nossa prpria emancipao, sustentando-nos no servio espontneo em favor dos outros, porquanto somente atravs da nossa voluntria re ndio ao dever, por amor aos nossos prprios deveres, que realmente alcanaremos a auro a da liberdade vitoriosa. 75 CAPTULO 29 NO ESTUDO DA SALVAO E todos os dias acrescentava o Senhor Igreja aqueles que se encontravam em salvao. ATOS, 2:47.) (

A expresso fraseolgica do texto varia por vezes, acentuando que o Senhor acrescent ava comunidade apostlica todos aqueles que estavam se salvando ou que se iam salvar . De qualquer modo, porm, a notcia serve de base a importante estudo da salvao. Muita gente acredita que salvar-se ser livrar-se de todos os riscos, na conquista da suprema tranqilidade. Entretanto, vemos o Cristo apartando as almas em processo de salvao para testemunh o incessante no sacrifcio. Muitos daqueles que foram acrescentados, ao servio da Igreja nascente, conheceram aflio e martrio, lapidao e morte.

Designados por Jesus para a Obra Divina, no se forraram dor. Mos calejadas em duro trabalho, conheceram sarcasmos soezes e viglias atrozes. 76 Encontraram no Excelso Amigo no apenas o Benfeitor que lhes garantia a segurana, m as tambm o Mestre ativo que lhes oferecia a lio em troca do conhecimento e a luta c omo preo da paz.

que salvar no ser situar algum na redoma da preguia, distncia do suor na marcha ev tiva; tanto quanto triunfar no significa desero do combate. Consoante o ensinamento do prprio Cristo, que no isentou a si mesmo do selo infama nte da cruz, salvar , sobretudo, regenerar, instruir, educar e aperfeioar para a V ida Eterna. 77 CAPTULO 30 PARA VENCER O MAL No te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. - Paulo. (ROMANOS, 12:21.)

Muita gente, quando no se mostra positivamente inclinada vingana, perante o mal qu e recebe, demonstra atitudes de hostilidade indireta, como sejam o favor adiado, o fel da reprovao de permeio com o mel do elogio, o deliberado esquecimento quand o se trata da honra ao mrito ou a diminuio do entusiasmo na prestao de servio, em fav r da pessoa menos simptica... Entretanto, para vencer o mal no basta essa meia-bondade , peculiar a quantos se dev otam desculpa corts sem adeso do campo ntimo... Todas as nossas manifestaes que acusem essa ou aquela percentagem de mal, so sempre plantao do mal, gerando insucesso e desgosto contra ns mesmos. O Evangelho claro na frmula apresentada para a extino do flagelo. Para que estejamos libertos da baba sinistra do antigo drago que trava o progress o da Humanidade, indispensvel guardemos pacincia con 78 tra as suas investidas, procurando esquec-lo, perdo-lo e fazer-lhe o bem tanto qua nto nos seja possvel, porque o bem puro a nica fora suscetvel de desarmar-lhe as gar ras inconscientes. No nos esqueamos de que para anular a sombra noturna no basta arremeter os punhos c errados contra o domnio da noite. preciso acender uma luz. 79 CAPTULO 31 COMBATENDO A SOMBRA E no vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos... ) - Paulo. (ROMANOS, 12:2.

O aviso evanglico demasiado eloqente, todavia imperioso observar-lhe a expresso pro funda. O apstolo divinamente inspirado adverte-nos de que em verdade, no nos ser possvel a tcita conformao com os enganos do mundo, tanta vez abraados espontaneamente pela mai oria dos homens, no entanto, no nos induz a qualquer atitude de violncia. No nos pede rebelio e gritaria. No nos aconselha azedume e discusso. A palavra da Boa Nova solicita-nos simplesmente a nossa transformao. No nos cabe, a pretexto de seguir o Mestre, sair de azorrague em punho, golpeando aqui e ali, na pretenso de estender-lhe a influncia. imprescindvel adotar a conduta dele prprio que, em nos conhecendo as viciaes e fraqu ezas, suportou-nos a rijeza de corao, orien80 tando-nos para o bem, cada dia, com o esforo paciente da caridade que tudo compre ende para ajudar. No movimentes, desse modo, o impulso da fora, constrangendo os semelhantes a deter minadas regras de conduta, diante da iluso em que se comprazem. Renovemo-nos para o melhor. Eleva o padro vibratrio das emoes e dos pensamentos. Cresce para a Vida Superior e revela-te em silncio, na altura de teus propsitos, c onvertendo-te em auxiliar precioso da divina iluminao do esprito, na convico de que a sementeira do exemplo a mais duradoura plantao no solo da alma. No te resignes aos hbitos da treva. Mas clareia-te, por dentro, purificando-te sem pre mais, a fim de que a tua presena irradie, em favor do prximo, a mensagem persu asiva do amor, para que se estabelea entre os homens o domnio da eterna luz. 81 CAPTULO 32 O AMOR TUDO SOFRE Tudo sofre... - Paulo. (1 CORNTIOS, 13:7.) O noticirio terrestre reporta-se diariamente a desvarios cometidos em nome do amo r. Homicdios so perpetrados publicamente. Suicdios sulcam de pranto e desolao a rota de lares esperanosos. Furto, contenda, injria e perversidade aparecem todos os dias invocando a inspirao do sentimento sublime. Mulheres indefesas, homens dignos, jovens promissores e infelizes crianas, em tod a a parte, sofrem abandono e aflio sob a legenda celeste. Entretanto, s o egosmo, traduzindo apego da alma ao bem prprio, que patrocina os go

lpes da delinqncia, os enganos da posse, os erros da impulsividade e os desacertos da pressa... Apenas o egosmo gera cime e despeito, vingana e discrdia, acusao e cegu ira. O amor, longe disso, sabe rejubilar-se com a alegria dos coraes amados, esposandolhes as 82 lies e as dificuldades, as dores e os compromissos. No se atropela, nem se desmanda. Abraa no sacrifcio prprio, em favor da felicidade da criatura a quem ama, a razo da prpria felicidade. Por esse motivo, no amor verdadeiro no h sinal de qualquer precipitao conclamando im oderao ou loucura. O apstolo Paulo afirmou divinamente inspirado: E, de nossa parte, acrescentaremos: porque realmente sabe esperar. 83 CAPTULO 33 ACALMA-TE ... A Deus tudo possvel... - Jesus. (MATEUS. 19:26.) Seja qual for a perturbao reinante, acalma-te e espera, fazendo o melhor que possa s. Lembra-te de que o Senhor Supremo pede serenidade para exprimir-se com segurana. A terra que te sustenta o lar uma faixa de foras tranqilas. O fruto que te nutre representa um ano inteiro de trabalho silencioso da rvore ge nerosa. Cada dia que se levanta convite de Deus para que Lhe atendamos Obra Divina, em n osso prprio favor. Se te exasperas, no Lhe assimilas o plano. Se te afeioas gritaria, no Lhe percebes a voz. Conserva-te, pois, confiante, embora a preo de sacrifcio. Decerto, encontrars ainda hoje coraes envenenados que destilam irritao e desgosto, me do e fel. Ainda mesmo que te firam e apedrejem, aquieta-te e abenoa-os com a tua paz. 84 Os desesperados tornaro harmonia, os doentes voltaro sade, os loucos sero curados, s ingratos despertaro... O amor tudo sofre...

O amor genuno jamais se desregra ou se cansa,

da Lei do Senhor que a luz domine a treva, sem rudo e sem violncia. Recorda que toda dor, como toda nuvem, forma-se, ensombra e passa... Se outros gritam e oprimem, espancam e amaldioam, acalma-te e espera... No olvides a palavra do Mestre quando nos afirmou que a Deus tudo possvel, e garan tindo o teu prprio descanso, refugia-te em Deus. 85 CAPTULO 34 PROSSIGAMOS

Irmos, quanto a mim no julgo que o haja alcanado; mas, uma coisa fao, e qu , esquecendo-me das coisas que atrs ficam e avanando para as que esto diante de mim ... - Paulo. (FILIPENSES, 3:13.) Se te imobilizas na estrada, a pretexto de amarguras acumuladas ou de ofensas re cebidas, lembra-te de Paulo, o apstolo intrpido, que, sobrecarregado de problemas, no se resignava a interromper o trabalho que o Mestre lhe conferira. O amigo providencial da gentilidade no se entretinha a escutar os remorsos que tr azia do seu tempo de adversrio e perseguidor do Evangelho. No lamentava os amigos descrentes da renovao de que fornecia testemunho. No se queixava dos parentes que o recebiam, empunhando o azorrague da expulso. No se detinha para lastimar a alterao dos afetos que a incompreenso azedara no vaso do tempo. No cultivava a volpia da solido porque lhe faltasse a bno do tlamo domstico. 86 No se fixava nos espinhos que lhe ferreteavam a alma e a carne, no obstante reconh ecerlhes a existncia. No parava com o objetivo de reclamar contra as pedradas do caminho. No se concedia frias de choro intil, ante as arremetidas do mal. No se demorava na rede dos elogios, sob o fascnio da iluso. No se cristalizava nos prprios impedimentos. Seguia sempre na direo do alvo que lhe cabia atingir. Assim tambm ns, endividados ou pecadores, pobres ou doentes, fracos ou inbeis, desi ludidos ou torturados, uma coisa faamos... Acima de todos os tropeos e inibies, pros sigamos sempre para diante, olvidando o mal e fazendo o bem. 87 CAPTULO 35 OBSERVEMOS AMANDO Por que vs o argueiro no olho de teu irmo? - Jesus. (MATEUS, 7:3.)

Habitualmente guardamos o vezo de fixar as inibies alheias, com absoluto esquecime nto das nossas. Exageramos as provveis fraquezas do prximo, prejulgamos com rispidez e severidade o procedimento de nossos irmos... A pergunta do Mestre acorda-nos para a necessidade de nossa educao, de vez que, de modo geral, descobrimos nos outros somente aquilo que somos. A benefcio de nossa edificao recordemos a conduta do Cristo na apreciao de quantos lh e defrontavam a marcha. Para muitos, Maria de Magdala era a mulher obsidiada e inconveniente; mas para e le surgiu como sendo um formoso corao feminino, atribulado por indizveis angstias, q ue, compreendido e amparado, lhe espalharia no mundo o sol da ressurreio. No conceito da maioria, Zaqueu era usurrio 88 de mos azinhavradas e infelizes; para ele, no entanto, era o amigo do trabalho a quem transmitiria alevantadas noes de progresso e riqueza. Aos olhos de muita gente, Simo Pedro era fraco e inconstante; para ele, contudo, representava o brilhante entranhado nas sombras do preconceito que fulgiria luz do Pentecoste para veicular-lhe o Evangelho. Na opinio do seu tempo, Saulo de Tarso era rijo doutor da lei mosaica, de esprito endurecido e tiranizante; para ele, porm, era um companheiro mal conduzido que bu scaria, em pessoa, s portas de Damasco para ajudar-lhe a Doutrina. Observemos amando, porque apenas o amor puro arrancar por fim as escamas de treva dos nossos olhos para que os outros nos apaream na Bno de Deus que, invariavelmente , trazem consigo. 89 CAPTULO 36 CORAO PURO No se turbe o vosso corao... - Jesus. (JOO, 14:1.)

Guarda contigo o corao nobre e puro.

No afirmou o Senhor: no se vos obscurea o ambiente ou no se vos ensombre o roteiro ue criatura alguma na experincia terrestre poder marchar constantemente a cu sem nu vens. Cada bero incio de viagem laboriosa para a alma necessitada de experincia. Ningum se forrar aos obstculos. O pretrito ominoso para a grande maioria de ns outros, os viandantes da Terra, lev antar no territrio de nosso prprio ntimo os fantasmas que deixamos para trs, vaguente s e insepultos, a se exprimirem naqueles que ferimos e injuriamos nas existncias passadas e que hoje se voltam para ns, feio de credores inflexveis, solicitando reco nsiderao e resgate, servio e pagamento. No passars, assim, no mundo, sem tempestades e nevoeiros, sem o fel de provas spera s ou sem o assdio de tentaes.

90 Buscando o bem, jornadears, como justo, entre pedras e abismos, pantanais e espin heiros.

Todavia, recomendou-nos o Mestre: no se turbe o vosso corao , porque o corao puro e morato garantia da conscincia limpa e reta e quem dispe da conscincia limpa e reta vence toda perturbao e toda treva, por trazer em si mesmo a luz irradiante para o caminho. 91 CAPTULO 37 REPAREMOS NOSSAS MOS E Jesus, estendendo a mo, tocou-o, dizendo: quero; s limpo. (MATEUS, 8:3.)

Meditemos na grandeza e na sublimidade das mos que se estendem para o bem... Mos que aram a terra, preparando a colheita... Mos que constrem lares e escolas, cidades e naes... Mos que escrevem, amando em louvor do conhecimento... Mos que curam na medicina, que plasmam a riqueza da cincia e da indstria, que asseg uram o reconforto e o progresso... Todas elas se abrem, generosas, na direo do Infinito, gerando aperfeioamento e tran qilidade, reconhecimento e alegria, conjugando-se, abnegadas, para a extenso das bnos de Sabedoria e de Amor na Obra de Deus. Mas pensemos tambm nas mos que se estendem para as sombras do mal... Mos que recolhem o ouro devido ao traba92 lho em favor de todos, transformando-se em garras de usura... Mos que acionam apetrechos de morte, convertendo-se em conchas de sangue e lgrimas ... Mos que se agitam na mmica estudada de quantos abusam da multido para conduzi-la in disciplina em proveito prprio... Mos que ferem, que coagulam o fel da calnia em forma de letras, que amaldioam, que envenenam e que cultuam a inrcia... Todas elas se cerram sobre si mesmas em crculos de aflio e remorso pelos quais se a prisionam as trevas do sofrimento. Reparemos, assim, a que foras da vida estendemos as nossas mos. Jesus, o Mestre Divino, passou no mundo estendendo-as no auxlio a todos, ensinand o e ajudando, curando e afagando, aliviando corpos enfermos e levantando almas c adas, e, para mostrar-nos o supremo valor das mos consagradas ao bem constante, pr eferiu morrer na cruz, de mos estendidas, como que descerrando o corao pleno de amo r Humanidade inteira.

93 CAPTULO 38 SALVAR-SE Palavra fiel esta e digna de toda a aceitao: que Cristo Jesus veio ao mundo para sa lvar os pecadores... - Paulo. (1 TIMTEO, 1:15.) digna de nota a afirmativa do Apstolo, asseverando que Jesus veio ao mundo salvar os pecadores, para reconhecermos que salvar no significa arrebatar os filhos de Deus lama da Terra para que fulgurem, de imediato, entre os anjos do Cu. Assinalemos que, logo aps a passagem do Senhor entre as criaturas, a fisionomia nt ima dos homens, de modo geral, era a mesma do tempo que lhe antecedera a vinda g loriosa. Mantinham-se os romanos no galope de conquista ao poder, os judeus permaneciam a lgemados a racismo infeliz, os egpcios desciam decadncia, os gregos demoravam-se s orridentes e impassveis, em sua filosofia recamada de dvidas e prazeres. Os senhores continuavam senhores, os escravos prosseguiam escravos... Todavia, o esprito humano sofrera profundas alteraes. As criaturas, ao toque do exemplo e da pala94 vra do Cristo, acordavam para a verdadeira fraternidade, e a redeno, por chama div ina, comeou a clarear os obscuros caminhos da Terra, renovando o semblante moral dos povos... Salvar-se, pois, no ser subir ao Cu com as alparcas do favoritismo religioso, mas s im converter-se ao trabalho incessante do bem, para que o mal se extinga no mund o. Salvou-nos o Cristo ensinando-nos como erguer-nos da treva para a luz. Salvar , portanto, levantar, iluminar, ajudar e enobrecer, e salvar-se educar-se algum para educar os outros. 95 CAPTULO 39 NO AUXLIO A TODOS Pelos reis e por todos os que esto em , eminncia, para que tenhamos uma vida justa e sossegada em toda a piedade e honestidade. - Paulo. (1 TIMTEO, 2:2.) Comumente, em nossos recintos de conversao e prece, voltamo-nos compassivamente pa ra os nossos companheiros menos felizes no mundo. Apiedamo-nos sem dificuldade dos enfermos e dos desesperados, dos que se afundar am nas guas lodosas da misria ou que foram vitimados por flagelos pblicos. Oramos por eles, relacionando-lhes as necessidades que tentamos socorrer na medi da de nossos recursos. Entretanto, o Apstolo Paulo, em suas recomendaes a Timteo, lembra-nos o amparo espir

itual que devemos a quantos suportam na fronte a coroa esfogueante da autoridade , comandando, dirigindo, orientando, esclarecendo e instruindo...

So eles, os nossos irmos conduzidos eminncia do poder e da fortuna, da administrao o da liderana, que carregam tentaes e provas 96 ocultas de toda espcie, padecendo vicissitudes que, muita vez, se retratam de lam entvel maneira nas coletividades que influenciam. A feio de pastores dementados, quando se no compenetram dos deveres que lhes so prpri os, sofrem perturbaes aflitivas que se projetam sobre as ovelhas que lhes recolhem a atuao, criando calamidades morais e molstias coletivas de longo curso, que atras am a evoluo e atormentam a vida.

No nos esqueamos, pois, da orao pelos que dirigem, auxiliando-os com a bno da simpat e da compaixo, no s para que se desincumbam zelosamente dos compromissos que lhes s elam a rota, mas tambm para que vivamos, com o sadio exemplo deles, na verdadeira caridade uns para com os outros, sob a inspirao da honestidade, que base de segur ana em nosso caminho. 97 CAPTULO 40 ENQUANTO PODES Tu, porm, por que julgas teu irmo? e tu, por que desprezas o teu? pois todos compar eceremos perante o Tribunal de Cristo. - Paulo. (ROMANOS, 14:10.) Constrangido a examinar a conduta do companheiro, nessa ou naquela circunstncia d ifcil, no lhe condenes os embaraos morais. Lembra-te dos dias de cinza e pranto em que o Senhor te susteve a queda a poucos milmetros da derrota. No te acredites a cavaleiro dos novos problemas que surgiro no caminho... Todo servio incompleto, que deixaste na retaguarda, buscar-te-, de novo, o convvio para que lhe ofereas acabamento. E o remate legal de todas as nossas lutas pede o fecho do amor puro como selo da Paz Divina. As pedras que arremessaste ao telhado alheio voltaro com o tempo sobre o teto em que te asilas, e os venenos que destilaste sobre a esperana dos outros tornaro, no hausto da vida, ao clima de tua prpria esperana, testando-te a resistncia. 98

Aprende, pois, desde hoje, a ensaiar tolerncia e entendimento, para que o remdio p or ti mesmo encomendado s mos do agora no te amargue a existncia, destruindo-te o cor Toda semente produz no solo do tempo e as almas imaculadas no povoam ainda a Terr a. Distribui, portanto a pacincia e a bondade com todos aqueles que se enganaram sob a neblina do erro, para que te no faltem a pacincia e a bondade do irmo a que te a rrimars no dia em que a sombra te ameace o campo das horas. Auxilia, enquanto podes. ; Ampara, quanto possas.

Socorre, quanto possvel. nde for.

!

* Alivia, quanto puderes. Procura o bem, seja o

E, sobretudo, desculpa sempre, porque ningum fugir do exato julgamento na Eterna L ei. 99 CAPTULO 41 SE ANDARMOS NA LUZ

Se andarmos na luz como Ele est, temos comunho uns com os outros... - Joo. (1 JOO, 1: .) Tanta vez, dissenses e incompreenses nos separam... Resolues da vida particular, inc ompatibilidades, interpretaes discordantes, ressentimentos. E, com isso, considerveis perdas de tempo e trabalho nos arruinam as tarefas e pe rturbam a vida. Retiramo-nos do campo de servio, prejulgamos erroneamente pessoas e fatos, compli camos os problemas que nos dizem respeito e desertamos da obra a realizar... Contudo, no nos sobreviro semelhantes desastres, se andarmos na luz, porque, na cl aridade irradiante do Mestre, compreenderemos que todos partilhamos as mesmas es peranas e as mesmas necessidades. Se nos movimentarmos ao Sol do Evangelho, saberemos identificar o infortnio, onde cremos encontrar simplesmente rebeldia e desespero, e 100

a chaga da ignorncia, onde supomos existir apenas maldade e crime... Perceberemos que o erro de muitos se deve circunstncia de no haverem colhido as oportunidades que nos felicitam a existncia, e reconheceremos que, situados nas provas que moti varam a dor de nossos irmos cados em delinqncia, talvez no tivssemos escapado domin sombra. que a luz do Senhor nos far sentir o entendimento real... No bastar, no entanto, que ela fulgure to somente em nossa razo e pontos de vista. n ecessrio andarmos nela, assimilando-lhe os sagrados princpios, para que assinalemo s em ns a presena da verdadeira caridade, a alavanca divina que, por agora, a nica fora capaz de sustentar-nos em abenoada comunho uns com os outros. 101 CAPTULO 42 NO SERVIO MEDINICO H diversidade de dons, mas o Esprito o mesmo. - Paulo. (1 CORNTIOS, 12:4.) Examinando os dons espirituais ou, mais propriamente, as faculdades medinicas, en tre os aprendizes do Evangelho, o apstolo Paulo afirma categrico no captulo doze de sua primeira epstola aos corntios:

H diversidade de dons, mas o Esprito o mesmo, h diversidade de ministrios, mas o S or o mesmo e h diversidade de operaes, mas o mesmo Deus que opera tudo em todos. A manifestao do Esprito, porm, concedida a cada um para o que for til, pois que a um, elo Esprito, dada a palavra da sabedoria, e a outro, pelo mesmo Esprito, a palavra

da Cincia; a outro, pelo mesmo Esprito, a f, e a outro, pelo mesmo Esprito, os dons de curar; a outro, a operao de fenmenos e a outro a profecia; a outro, o dom de di scernir os espritos e a outro a variedade de lnguas, e, ainda a outro, a interpret ao das lnguas. Mas um s e o mesmo Esprito opera todas essas coisas, repartindo partic ularmente a cada um como lhe apraz . Parece incrvel que explicaes to claras ao 102 redor da mediunidade tenham vindo luz h dezenove sculos, traando diretrizes e espec ificando deveres, pela mo firme daquele que se constitui em amigo fiel da gentili dade. Qual disse outrora Paulo, relembremos hoje que a mediunidade cedida a cada um pa ra o que for til. por isso que, nos quadros da ao esprita, temos instrumentos medinicos para o esclare cimento, para a informao, para o reconforto, para a convico, para o fenmeno, para o s ocorro aos enfermos, para as manifestaes idiomticas, para a interpretao e para o disc ernimento, tanto quanto para numerosas outras peculiaridades de servio; entretant o, ns todos, tarefeiros encarnados e desencarnados que procuramos a nossa regener ao do Evangelho, devemos saber que o Bem de Todos a luz do Esprito Glorioso de Jesu s Cristo que precisamos refletir, nesse ou naquele setor do trabalho. Abstenhamo-nos, assim do contato com as foras que operam a perturbao e a desordem, visveis ou invisveis, na certeza de que daremos conta dos dotes medinicos com que f omos temporariamente felicitados, porque o Esprito do Senhor, por seus Mensageiro s, nos aquinhoa com esse ou aquele emprstimo de energias medianmicas, a titulo pre crio, para a nossa prpria edificao e segundo as nossas necessidades. 103 CAPTULO 43 NA MEDIUNIDADE Temos, porm, este tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus e no de ns. - Paulo. (2 CORNTIOS, 4:7.) Utilizando as faculdades medinicas de que foste dotado, no olvides que funcionas g uisa de refletor, cujo material de estrutura nada tem de comum com a luz que ret rata. O espelho, seja de metal ou de vidro, detm os raios solares, sem comungar-lhes a natureza, e o fio simples transmite o remoinho eletrnico, sem partilhar-lhe o pod er. Entretanto, se o espelho jaz limpo consegue reter a bno da claridade e se o fio obe dece inteligncia que o norteia converte-se em portador da energia. Assim tambm a mediunidade, pela qual, sem maior obstculo, te eriges em mensageiro de instruo e refazimento, esperana e consolo. Atravs dela, recolhes o influxo da Esf era Superior sem compartilhar-lhe a grandeza, mas se guardas contigo humildade e correo, converter-te-s no instrumento ao socorro moral de muitos. Todavia, assim como, s vezes, o espelho se turva e o fio se rompe, exigindo reaju stamentos, tambm a fora medinica em tua alma sus104

cetvel de rupturas diversas, reclamando trabalho restaurativo.

No te afaas, assim, ao desnimo ou negao se essa ou aquela dificuldade aparece na obr do intercmbio. O erro, no clima da sinceridade, sempre lio.

Afervora-te no trabalho do bem e recolhe-te humildade do aprendiz atencioso e vi gilante, gastando severidade contigo e benevolncia para com os outros, porque qua lquer dom da Luz Divina na obscuridade do ser humano, qual se expressa na concei tuao apostlica, um tesouro em vaso de barro, para que a excelncia do poder seja de D us e no de ns . 105 CAPTULO 44 AO Portanto, meus amados irmos, sede firmes, inabalveis, e sempre abundantes na obra d o Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho no vo . - Paulo. (1 CORNTIOS, 15:5 8.) Nas lutas do dia-a-dia, todos somos impelidos a vrias operaes para avanar no caminho ... Sentimos. Desejamos. Pensamos. Falamos. Estudamos. Aprendemos. Conhecemos. Ensinamos. Analisamos. Trabalhamos. Entretanto, preciso sentir a necessidade do bem de todos para que saibamos desej ar com acerto; desejar com acerto para pensar honestamente; pensar honestamente para falar aproveitando; falar aproveitando para estudar com clareza; es106 tudar com clareza para aprender com entendimento; aprender com entendimento para conhecer discernindo; conhecer discernindo para ensinar com bondade; ensinar co m bondade para analisar com justia e analisar com justia para trabalhar em louvor do bem, porque, em verdade, todos somos diariamente constrangidos ao e pelo que fa zemos que cada um de ns decide quanto ao prprio destino, criando para si mesmo a i nquietante descida treva ou a sublime ascenso luz. 107

CAPTULO 45 NO SUSTENTO DA PAZ Vivei em paz uns com os outros . - Paulo. (1 TESSALONICENSES, 5:13.) Costumamos referir-nos guerra, qual se ela fosse um fenmeno de teratologia poltica , exclusivamente atribuvel aos desmandos de ditadores cruis, quando todos somos in timados pela vida ao sustento da paz. Todos agimos uns sobre os outros e, ainda que a nossa influncia pessoal se nos fi gure insignificante, ela no menos viva na preservao da harmonia geral. A floresta um espetculo imponente da natureza, mas no se agigantou sem o concurso de sementes pequeninas. Nossa deficincia de anlise, quanto contribuio individual no equilbrio comum, nasce, ia de regra, da aflio doentia com que aguardamos ansiosamente os resultados de nos sas aes, sequiosos de destaque pessoal no imediatismo da Terra; isso faz com que p rocedamos, maneira de algum que se decidisse a levantar uma casa com total menosp rezo pelas pedras, tijolos, parafusos e vigas, aparentemente sem importn108 cia, quando isoladamente considerados, mas indispensveis construo. Habituamo-nos, freqentemente, a maldizer o irmo que se fez delinqente, com absoluta descaridade para com a debilitao de carter a que chegou, depois de longo processo obsessivo que lhe corroeu a resistncia moral, quase sempre aps fugirmos da providnc ia fraterna ou da simples conversao esclarecedora, capazes de induzi-lo vitria sobr e as tentaes que o levaram a falta consumada. Lideramos reclamaes contra o estridor de buzinas na via pblica e no nos pejamos das maneiras violentas com que abalamos os nervos de quem nos ouve. Todos somos chamados edificao da paz que, alis, prescinde de qualquer impulso vincu lado s atividades de guerra e que, paradoxalmente, depende de nossa luta por melh orar-nos e educar-nos, de vez que paz no inrcia e sim esforo, devotamento, trabalho e vigilncia incessantes a servio do bem. Nenhum de ns est dispensado de auxiliar-lh e a defesa e a sustentao, porquanto, muitas vezes, a tranqilidade coletiva jaz susp ensa de um minuto de tolerncia, de um gesto, de uma frase, de um olhar... No te digas, pois, inabilitado a contribuir na paz do mundo. Se no admites o poder e o valor dos recursos chamados menores no engrandecimento da vida, faze um palc io diante de vigorosa central eltrica e procura dot-lo de luz e fora sem a tomada. 109 CAPTULO 46 NA TAREFA DA PAZ ... A minha pz vos dou... - Jesus. (JOO, 14:27.)

Todos ambicionam a paz. Raros ajudam-na. Que fazes por sustent-la? Recorda que a segurana dos aparelhos mais delicados depende, quase sempre, de par afusos pequeninos ou de junturas inexcedivelmente singelas.

No haver tranqilidade no mundo, sem que as naes pratiquem a tolerncia e a fraternidad .

E se a nao conjunto de cidades, a cidade um agrupamento de lares, tanto quanto o l ar um ninho de coraes. A harmonia da vida comear, desse modo, no ntimo de nossas prprias almas ou toda harm onia aparente na paisagem humana ser sempre simples jogo de inrcia. Comecemos, pois, a sublime edificao no mago de ns mesmos. No transmitas o alarme da crtica, nem estendas o fogo da crueldade. 110 Inicia o teu apostolado de paz, calando a inquietao no campo do prprio ser. Onde surjam razes de queixa, s a cooperao que restaura o equilbrio; onde medrem espin hos de sofrimento, s a consolao que refaz a esperana. Detm-te na Tolerncia Divina e renova para todas as criaturas de teu crculo as oport unidades do bem. Reafirma o compromisso de servir, silenciando sempre onde no possas agir em socor ro do prximo. Ao preo da prpria renunciao, disse-nos o Senhor: -. . , = ,_: ;. ,.-.-: A minha paz vos dou . E para que a paz se faa, na senda em que marchamos, preciso que custa de nosso prp rio esforo se faa a paz em ns, a fim de que possamos irradi-la, em tudo, no amparo v ivo aos outros. 111 CAPTULO 47 ESTEJAMOS EM PAZ Paz seja convosco . - Jesus. (JOO, 20:19.) Rujam tempestades em torno de teu caminho, tranqiliza o corao e segue em paz na dir eo do bem. No carregues no pensamento o peso morto da aflio intil. Refugia-te na cidadela interior do dever retamente cumprido e entrega Sabedoria Divina a ansiedade que te procura, feio de labareda invisvel. Se algum te recusa, aquieta-te e ora em favor dos irmos desorientados e infelizes. Se alguma circunstncia te contraria, asserena tua alma e espera que os acontecime ntos te favoream. Lembra-te de que s chamado a viver um s dia de cada vez, sempre que o Sol se levan te.

E por mais amplas se te faam as possibilidades, tomars uma s refeio e vestirs um s t e de cada vez nas tarefas de cada dia. 112 Embora te atormentes pela claridade diurna, a alvorada no brilhar antes da hora pr

evista, e embora te interesses pelo fruto de determinada rvore, no chegars a colh-lo , antes do justo momento. A pretexto, porm, de garantir a prpria serenidade, no te demores na inrcia. Mentaliza o bem e prossegue na construo do melhor, como quem sabe que a colheita f arta pede terra abenoada pela charrua. Sejam quais forem as tuas dificuldades, lembra-te de que a paz a segurana da vida . No nos esqueamos de que, na hora da Manjedoura, as vozes celestiais, aps o louvor a os Cus, expressaram votos de paz Terra e, depois da ressurreio, voltando, gloriosam ente, ao convvio das criaturas, antes de qualquer plano de trabalho disse Jesus a os discpulos espantados: A paz seja convosco . 113 CAPTULO 48 DINHEIRO E ATITUDE Porque a paixo do dinheiro a raiz de toda a espcie de males e, nessa cobia, alguns s e desviaram da f e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. - Paulo. (1 TIMTEO , 6:10) No encarceres o dinheiro para que o dinheiro no te encarcere. Bno da vida que o Senhor permite circule na organizao da comunidade, qual sangue no c orpo, converte-se em perigoso tirano de quem o escraviza. Deforma, por isso mesmo, os coraes que o segregam no vcio, como se faz verdugo impl acvel do avarento que o trancafia nos cofres da usura. Algemado inteligncia perversa, transforma-se em arma destruidora, e extorquido s lg rimas de vivas e rfos, vinga-se daqueles que o recolhem, instilando-lhes enfermidad es e cegueira de esprito. Libertado, porm, no campo do progresso e da bondade, converte-se em oculto libert ador daqueles que o libertam. 114 por essa razo que se faz alegria na colhr de leite criana desamparada ou no leito s imples que agasalha o doente sem teto, voltando em forma de paz queles que o dist ribuem. Orientado na direo dos que sofrem prece de gratido em louvor dos braos que o movimen tam e conduzido aos crculos de aflio cntico inarticulado de amor para as almas que o semeiam na gleba castigada do sofrimento. No a moeda que envilece o homem e sim o homem que a envilece, no desvario das pai xes que o degradam.

Deixa, pois, que o dinheiro de passagem por tuas mos se faa bno de trabalho e educao aridade e socorro, feio do ar que respiras sem furt-lo aos pulmes dos outros, e perc ebers que o dinheiro, na origem, propriedade simples de Deus. 115

CAPTULO 49 CARIDADE E RIQUEZA Pois somos a feitura dele, criados em Jesus Cristo para boas obras." - Paulo. (EFS IOS, 2:10.) Se acreditas que apenas o ouro base correntia da caridade, lembra-te de Jesus, q ue enriqueceu a Terra sem possuir uma pedra onde repousar a cabea. Descerrando o prprio corao, ei-lo a espalhar os bens imarcescveis do esprito. Fez luzir a estrela da humildade frente dos poderosos. Acentuou a alegria nas bodas singelas de Can. Ensinou aos discpulos a verdade sem afetao. Deu assistncia aos enfermos. Forneceu coragem aos desalentados. .,.-; Ministrou consolao aos aflitos. Imprimiu viso nova aos olhos de Madalena. 116 Acendeu sbita claridade no nimo de Zaqueu. Envolveu em compassivo entendimento a incompreenso de Judas. Cercou de bondade o esmorecimento de Simo Pedro. Endereou bnos de compaixo turba desenfreada aos ps da cruz. Brindou o mundo com o esquecimento do mal, retomando-lhe o convvio, depois do tmul o. Recorda, pois, que tambm podes distribuir das riquezas que fluem de ti prprio, cuj a aquisio inacessvel moeda comum. Oferece aprovao e estmulo ao bem, apoio e conforto dor... Estende ternura e simpatia, concurso e fraternidade. Espalha compreenso e esperana entre aqueles com quem convives e recebe com gentile za e bondade aqueles que te procuram... No aguardes sobras na bolsa para atender aos planos da caridade. Lembra-te de que o amor inesgotvel na fonte do corao e de que Jesus, ainda hoje, co m Deus e com o amor, vem multiplicando, dia a dia, os eternos tesouros da Humani dade. 117 CAPTULO 50 CONFIEMOS ALEGREMENTE

Regozijai-vos sempre. - Paulo. (1 TESSALONICENSES, 5:16.) Lembra-te das mercs que o Senhor te concede pelos braos do tempo e espalha gratido e alegria onde estiveres... Repara as foras da Natureza, a emergirem, serenas, de todos os cataclismos. Corre a fonte cantando pelo crivo do charco... Sussurra a brisa melodias de confiana aps a ventania destruidora... A rvore multiplica flores e frutos, alm da poda... Multides de estrelas rutilam sobre as trevas da noite... E cada manh, ainda mesmo que os homens se tenham valido da sombra para enxovalhar a terra com o sangue do crime, volve o Sol, em luminoso silncio, acalentando hom ens e vermes, montes e furnas. Ainda mesmo que o mal te golpeie transitoriamente o corao, recorda os bens que te com118 pem a riqueza da sade e da esperana, do trabalho e do amor, e rejubila-te, buscando a frente... Tdio desero. Pessimismo veneno. Encara os obstculos de nimo firme e estampa o otimismo em tua alma para que no fuja s aos teus prprios compromissos perante a vida. Serenidade em ns segurana nos outros. O sorriso de paz arco-ris no cu de teu semblante. Regozijai-vos sempre E acrescentamos: Rejubilemo-nos em tudo com a Vontade de Deus, porque a Vontade de Deus significa Bondade Eterna. 119 CAPTULO 51 NO SOLO DO ESPRITO E outra caiu em boa terra e deu fruto; um a cem, outro a sessenta e outro a trint a. - Jesus. (MATEUS, 13:8.) Referindo-nos parbola do semeador, narrada pelo Divino Mestre, lembremo-nos de qu e o campo da vida assim como a terra comum. Nele encontramos criaturas que expressam glebas espirituais de todos os tipos. Homens-calhaus... diz-nos o apstolo Paulo.

Homens-espinheiros... Homens-milhafres... Homens-parasitas... Homens-charcos... Homens-furnas... Homens-superfcies... Homens-obstculos... Homens-venenos... Homens-palhas... 120 Homens-sorvedouros... Homens-eroses... Homens-abismos... Mas surpreendemos tambm, com alegria, os homens-searas, aqueles que reunindo cons igo o solo produtivo do carter reto, a gua pura dos sentimentos nobres, o adubo da abnegao, a charrua do esforo prprio e o suor do trabalho constante, sabem albergar as sementes divinas do conhecimento superior, produzindo as colheitas do bem par a os semelhantes. Reparemos a vasta paisagem que nos rodeia, atravs da meditao, e, com facilidade, po r nossa atitude perante os outros, reconheceremos de pronto que espcie de terreno estamos sendo ns. 121 CAPTULO 52 PALAVRA FALADA Porque no h coisa oculta que no haja de manifestar-se, nem escondida que no haja de s aber-se e vir luz. Vede, pois, como ouvis. - Jesus. (LUCAS, 8:17-18.) A palavra vigoroso fio da sugesto. por ela que recolhemos o ensinamento dos grandes orientadores da Humanidade, na tradio oral, mas igualmente com ela recebemos toda espcie de informaes no plano evolu tivo em que se nos apresenta a luta diria. Por isso mesmo, se importante saber como falas, mais importante saber como ouves , porquanto, segundo ouvimos, nossa frase semear blsamo ou veneno, paz ou discrdia, treva ou luz. No templo domstico ou fora dele, escutars os mais variados apontamentos. Apreciaes acerca da Natureza... Crticas em torno da autoridade constituda...

Notas alusivas conduta dos outros... Opinies diferentes nesse ou naquele assunto... 122 Cada registro falado traz consigo o impacto da ao. Contudo, a reao mora em ti mesmo, solucionando os problemas ou agravando-lhes a estrutura. Por tua resposta, converter-se- o bem na lio ou na alegria dos que te comungam a ex perincia ou transformar-se- o mal no aoite ou no sofrimento daqueles que te acompan ham. Saibamos, assim, lubrificar as engrenagens da audio com o leo do amor puro, a fim d e que a nossa lngua traduza o idioma da compreenso e da pacincia, do otimismo e da caridade, porque nem sempre o nosso julgamento o julgamento da Lei Divina e, con forme asseverou o Cristo de Deus, no h propsito oculto ou atividade transitoriament e escondida que no hajam de vir luz. 123 CAPTULO 53 PALAVRA ESCRITA Examinai tudo. Retende o bem . - Paulo. (1 TESSALONICENSES, 5:21.) Disse o apstolo Paulo: em . examinai tudo , mas no se esqueceu de acrescentar: retende o

Muita gente se prevalece do texto para afirmar que os aprendizes do Evangelho de vem ler indiscriminadamente, ainda mesmo quando se trate de ingerir os corrosivo s da opinio em letras de jornal ou as fezes do pensamento em forma de livro. Sim, natural que a mente amadurecida e equilibrada possa ler tudo e tudo observa r, mas no aconselhvel que as crianas e os doentes, os fracos e alienados potenciais da razo tudo experimentem e tudo vejam. Sabiamente, a Lei Divina dispe sobre o assunto, sugerindo o levantamento de zonas indispensveis ajusta segregao. Meninos encontram lares e escolas a fim de que se habilitem para as lutas da vid a. Doentes so encaminhados ao hospital para que se refaam. Loucos se candi