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PANATHLON DISTRITO BRASIL 13 - PORT.pdf · O ESPORTE E A SUA COMUNI-DADE O Esporte, Desporte ou Desporto, deriva da palavra inglesa “sport” e é definida pelos dicionários, como

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EditorialÉ TEMPO DE . . .

É bíblico que, existe tempo para tudo; tempo para nascer,

e tempo para morrer; tempo para plantar , e tempo para colher; tempo para chorar, e tempo para rir; tem-po para perder, e tempo para achar; tempo para calar, e tempo para fa-lar; tempo para odiar, e tempo para amar; tempo de guerra, e tempo de paz; tempo para construir, e tempo para derrubar; parece que vivemos o tempo do chororô, só se fala em cri-se, em dificuldades, onde se reclama de tudo e de todos.

Qual o tempo que vivemos no mo-vimento panathlético brasileiro? O de se esconder, ou no partir para o empreendimento social, utilizando o esporte como ferramenta para os nossos trabalhos? Se temos como pilares de sustentação do nosso mo-vimento, a Ação, a Amizade, a Cul-tura e a Ética , porque não fazermos

de nossos clubes, fábricas de boas ideias e colocá-las em prática nesse momento tão crítico que vivemos. Afinal, temos experiências para isso e muito mais, precisamos dar uma sacudida nessa “folga, ou preguiça inconsciente” e colocarmos para tra-balhar os nossos neurônios, em prol das modalidades esportivas, cultu-rais, sociais e recreativas, no afã de atingirmos metas objetivas e rápidas , no intuito de colaborarmos para o bom desenvolvimento de atividades que vão de encontro das necessida-des do menos favorecidos . “ Quem sabe faz a hora, não espera aconte-cer “ já dizia Vandré, em sua música maravilhosa.

Somos quase quinhentas pesso-as, com mais de cinquenta e tantos anos, agrupadas neste movimento, será que não conseguiremos dar um bom exemplo para aqueles que nos admiram pelo que fizemos, ou já fi-zemos e pronto, quem quiser faça ?

Esse não é o nosso espírito de equi-pe ; cada um de nós, não vencemos sem dar duro e trabalhar pesado, foi por isso que conseguimos o respeito daqueles que nos conhecem; mais do que nunca, precisamos mostrar que estamos vivos, que ainda somos cria-tivos e, se não podemos mais prati-car com brilhantismo o esporte que praticamos devido a nossa avançada faixa etária, podemos ensinar a pes-car e motivar os outros a também realizarem alguma coisa de útil em nossas comunidades. Vamos chaco-alhar, xô preguiça, mãos à obra, o Brasil está mudando; vamos fazer a nossa parte.

A capa da revista, é um premio aos dois jovens taubateanos, alunos de Escolas Municipais, vencedores do Concurso Nacional de Artes Gráfi-ca, de 2015, realizado pelo Panathlon Clube São Paulo.

Índice

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Educação Física não é necessa-riamente sinônimo de esporte,

caracterizando-se ambos como áreas de manifestações culturais, institu-cionais sociais, porém com objetivos diferentes.

Consideramos a Educação Física como arte e como ciência; como arte ela busca atingir o belo o perfeito; como ciência, ela é toda higiene, utili-zando-se de todos os conhecimentos das ciências psíquicas do ser humano. A Educação Física, realiza-se obede-cendo a uma das seguintes finalida-des: recreativa ou de lazer, formativa, competitiva e terapêutica.

Consideramos que ela está sendo realizada com a finalidade recreativa ou de lazer, quando o objetivo do indivíduo que a realiza é puramente de recrear-se, entreter-se ou gastar al-gum tempo em lazer.

Está sendo formativa e competitiva quando realizada sistematicamente , com frequência determinada e bus-cando o desenvolvimento e aprimo-ramento do corpo humano nos seus aspectos: morfológico, fisiológico, psicológico.

A Educação Física, estará sendo praticada com finalidade terapêuti-ca, quando o fisioterapeuta, por seu intermédio, busca corrigir, recuperar

ou desenvolver o organismo deficitá-rio em alguns dos seus setores físico, neuromotor, neuropsíquico e ou so-cial.

Tanto quanto a Educação Física o Esporte ou Desporto têm as 4 finali-dades enumeradas.

As 2 áreas se completam; na escola, parque infantil, associação, centros educacionais, e outros, a Educação Física, com exercícios, com proces-sos pedagógicos, começa a iniciação esportiva, despertando na criança, no adolescente o prazer pelo esporte.

No Esporte espetáculo, profissional, a Educação Física aplica as qualidades física (força, flexibilidade, elasticida-de, coordenação, velocidade, tempo de reação, descontração e outros), conforme necessidade do atleta para alcançar um melhor rendimento.

O ESPORTE E A SUA COMUNI-DADE

O Esporte, Desporte ou Desporto, deriva da palavra inglesa “sport” e é definida pelos dicionários, como prá-tica metódica dos exercícios físicos. Essa definição, não se ajusta a nos-sa amaneira de entender o problema, mesmo porque ela engloba os signifi-cados de exercício físico e da educa-ção física.

Se não vejamos: uma criança que, leva a mamadeira à boca, sugando o seu conteúdo, ou quando joga com seus brinquedos, executa uma série de exercícios físicos metódicos e co-ordenados; que não pode ser classifi-cado como desportivas.

Um adulto, que realiza uma tare-fa profissional ou quando dirige seu automóvel, realiza uma série de exer-cícios metódicos e coordenados que, não pode ser considerado como es-portivo.

Uma pessoa hemiplégica realiza exercícios físicos metódicos, visando sua recuperação física, não esta prati-cando esporte.

Desporto ou Esporte, para nós, é sinônimo de competição. Competi-ção contra adversário e ou obstácu-los, controlada pela trena, cronome-

Chegou a hora: EducaçãoFísica, Esporte e o Brasil

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tro, balança ou outro qualquer tipo de avaliação como a eletrônica e ou a subjetiva. Assim, os participantes de uma competição ou disputa espor-tiva, são classificados como os mais rápidos, os mais destros, os mais for-tes, os mais capazes. O esporte assim entendido, corresponde a mais alta expressão do exercício físico.

Consideramos também que cada es-porte tem o seu grau de dificuldade e seu grau de periculosidade.

Em outras palavras, para a realização de cada esporte é necessário que cada organismo tenha adquirido um míni-mo de integração neuropsicomotora, traduzido por força muscular, flexibi-lidade, resistência, instantanidade de movimentos, etc. E, um desenvolvi-mento intelectual que possa compre-ender, aceitar e obedecer as normas e as regras do desporto, e, que estas capacidades estejam desenvolvidas a tal ponto que possam diminuir os ris-cos inerente a cada esporte.

De acordo com Cagigal (1972), o Esporte tem duas vertentes, por um lado o Esporte espetáculo (perfor-mance), seja este profissionalizante ou não. Por outro lado, está o Espor-te de pequena prática individual ou de pequeno grupo que consiste em uma ocupação voluntária de nosso tempo. É o esporte sem sensacionalismo. São dois fatos sociais completamente di-ferenciados, mas partem de uma mes-ma realidade humana, o jogo compe-titivo em forma de exercício.

O esporte – performance (alto ren-dimento, alto nível, alta competição, espetáculo), este esporte é comércio,

é fonte de renda, é profissão, pratica-do para alcançar esses e outros obje-tivos, inclusive de ordem política. O atleta de alto rendimento, é procura-do hoje com avidez e inclusive “fabri-cado” pelos dirigentes, pela mídia.

O esporte participação é lazer, tem-po livre de massa, recreação e outros. O esporte Escolar, Esporte Educação, permite ao aluno o desenvolvimento de suas potencialidades, tirando-os da condição embrionária em que encon-travam em um processo de “tirar para fora” no sentido etmológico do verbo “educere” do qual derivou a palavra.

Todos ser humano tem o direito fundamental a aceder à Educação Fí-sica e ao Esporte, que são indispen-sáveis para o pleno desenvolvimento de sua personalidade. O direito a de-senvolver as capacidades físicas-mo-toras cognitivas e socio-afetivas por meio desses agentes da Educação. A Educação é um processo complexo e demorado, ela engloba, também a educação esportiva.

Esse desenvolvimento deverá ser garantido tanto dentro do marco da Educação Formal, como a não formal e a informal. Nessa ótica, toda crian-ça e futuro cidadão deverá ter asse-gurado os benefícios da prática siste-mática da Educação Física e Esporte, estes enquadrados na EDUCAÇÃO PERMANENTE E DEMOCRATI-CAMENTE dirigida, a todos os seto-res da população do nosso país.

Para que se processe a verdadeira democratização do esporte, é preci-so em primeiro lugar que a ação seja centralizada no desenvolvimento da

criança, a educação permanente, tem por missão contribuir na construção dos conhecimentos fundamentais, principalmente aqueles que estrutu-ram os comportamentos motores vol-tados à todas as crianças permitindo a cada um tirar proveito favorecendo aos jovens o pleno desenvolvimento de suas capacidades e habilidades. Democratizar a prática esportiva na base é abrir caminho para o aprimo-ramento de novas equipes de compe-tição. Sem esta estrutura, não existem possibilidades reais da construção de uma nação olímpica. A elite esportiva deve sair da massa, isto é, da base es-porte escolar e esporte participação.

Que acontecimento social tem a ca-pacidade de parar um país? O mun-do? É o esporte um dos fenômenos sociais contemporâneos de relevância que nos permite compreender a cul-tura de nosso tempo.

Hoje, o fenômeno esportivo tomou como assalto o mundo da cultura corporal de movimento, “esportivi-zou-se”; a ginástica, a dança, o judô, a capoeira, tornando a forma cultural homogênica.

O esporte hoje é parte integrante da nossa cultura e da nossa sociedade, ambas sujeitas a crise e portanto fa-zendo parte de um mundo marcado por contradições, no qual os horro-res, refletidos pelos meios de comu-nicação fazem parte do cotidiano.

Desde muito cedo, com 12 anos de idade, pudemos sentir o valor da educação física e do esporte em nos-sa formação. Durante décadas, temos defendido essas bandeiras pra a gló-

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ria do Pavilhão Nacional e do nosso querido

Brasil

Que esta vivendo uma crise profun-da. Não suportamos mais os desman-dos, as irregularidades, a corrupção, não só no esporte, como também na esfera política e social. Os escânda-los surgidos no futebol se espalham por diversas modalidades esportivas, federações, clubes e outras, inclusive além fronteiras. Dificilmente, se con-seguirá implantar política pública para o esporte, num cenário onde leigos e

aventureiros são designados para as-sumir a organização do esporte.

Abra bem seus olhos, estes captam as imagens e as enviam ao cérebro que é o responsável em processá-las e também pelo seu corpo e ações.

Não se deixe enganar pelos mal ca-ráter formadores de quadrilhas que podem estar usando você para alcan-çar seus objetivos: poder e enriqueci-mento ilícito.

Desejamos que o futuro no nosso país no setor público e privado seja mais ético, honesto e competente.

Façamos nossa as palavras de Ben-jamim Stenbruch (Folha de São Pau-

lo –A-18-28-07-2015) “Para reagir, o Brasil precisa mais do que nunca de trabalho e inteligência (o grifo é nos-so). É no País que devemos pensar num momento como este. Não em facções, não em poder, nem interes-ses pessoais ou setoriais.”

Continuaremos a manter levanta as bandeiras da: Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, do Panathlon Clube de São Paulo, da Associação Cristã de Moços (ynca) para a glória da verde, amarela, azul e branco, Ordem e Progresso é o que todos nós desejamos.

“QUALIDADE DE VIDA E GANHO DE MASSA MUSCULAR”

Atualmente comprovamos atra-vés da ciência a necessidade do

ganho de massa muscular como garan-tia de saúde, visto que esse ganho gera benefícios como queimas calóricas, liberação de hormônios, proteção das articulações, e, principalmente, preven-ção da massa óssea.Tanto na Fisioterapia, em que tra-

tamos lesões e patologias, como no Fitness que tem como objetivos a saúde e a estética, trabalhamos com o fortalecimento das estruturas mus-culares para fazer a reintegração dos tecidos envolvidos. Além da melhora significativa dos tecidos degenerados e do ganho de massa muscular, o

fortalecimento da Fisioterapia ainda traz como prêmio resultados na apa-rência. Quando as pessoas buscam apenas aparência nem sempre ob-têm saúde, mas sempre que buscam por saúde melhoram a aparência em conjunto.

O método para promover men-cionado fortalecimento é a prática de exercícios com cargas resistidas que são responsáveis pelo desen-volvimento das fibras musculares, classificadas em fibras de resistên-cia e de força. Com isso ocorre a fixação de uma memória muscular. Consequentemente obtemos o tão sonhado emagrecimento, a hiper-trofia muscular, o desenvolvimento de uma postura mais simétrica pois fazemos uma proporção entre mem-bros superiores e inferiores, e ainda a reabilitação de músculos como os abdominais que são considerados os mais importantes do corpo humano

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e hormonais endógenas que auxiliam na cicatrização.Hoje, o diferencial da Fisioterapia

é que deixou de ser uma técnica au-xiliar de outras profissões e passou a ter autonomia com relação ao seu objeto de trabalho, atuando no cam-po do movimento humano e suas respectivas variáveis, fazendo com que o paciente tenha cuidados espe-cíficos nas diversas áreas como neu-rológica, cardiorrespiratória, ortopé-dica, pediátrica e outras. O desafio é identificar nas avalia-

ções detalhadas por onde será dado o inicio do tratamento, considerando a evolução do caso e a atuação do profissional, que deve ir além da atu-ação apenas na patologia com pré-

disposição genética. Para isso é pre-ciso ser além de um profissional da saúde. O profissional deve ser tam-bém um amigo do seu paciente e ter como foco o movimento humano, e assim utilizar as diferentes estratégias estabelecidas pela Fisioterapia para a prevenção e manutenção da saúde. Um grande exemplo é o treinamento postural, que tem como vantagens a conscientização corporal, a melhora da postura, a diminuição da dor, a melhora do controle respiratório, o relaxamento, a diminuição da ansie-dade e do estresse, a prevenção das lesões além de melhorar as condi-ções de vida de forma generalizada.

em virtude das três funções que re-alizam: estabilização da coluna ver-tebral, melhora nos desconfortos respiratórios e a sustentação urogi-necológica.Em casos de reabilitação da saúde

priorizamos o tratamento de uma possível lesão já existente, mas de-pois trabalhamos o corpo humano de uma forma global, o que permi-te uma melhor circulação sanguínea em áreas degeneradas favorecendo assim a cicatrização da inflamação. Durante os exercícios a ação da

gravidade solicita a musculatura exi-gindo uma força de compensação e isso contribui para o equilíbrio e a melhora postural, e também para a liberação de substâncias analgésicas

500 MIL JOVENS NA PISTA

Neste balanço dos meus 70 anos de jornalismo talvez seja a

Operação Juventude a maior realiza-ção dentro da minha vida em A Ga-zeta Esportiva. Trata-se de um evento que visava dar à juventude uma opor-tunidade de competir em atletismo pela primeira vez. Uma prospecção de valores em escala quase que inconce-bível para o esporte brasileiro.

A Operação Juventude começou em 1973, tendo a Yakult como a primei-ra patrocinadora de um planejamento

inicial, já ousado, de envolver 10.000 estudantes masculinos e femininos, nas faixas etárias mirim (até 15 anos),

infantil (até 17 anos) e juvenil (até 19 anos).

Uma competição com o mesmo pro-grama de provas era realizada por es-colas, clubes, secretarias municipais de esportes e outras unidades que se can-didatassem, por puro voluntarismo, a realizar uma competição e enviar por via postal ou mesmo telefonicamente para A Gazeta Esportiva, que fazia um ranking dos resultados.

As provas do programa constavam de uma corrida, um salto (em exten-

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são) e um arremesso (de peso).VOLUNTÁRIOSAs provas eram realizadas em pistas,

em praias, em ruas e até na praça prin-cipal de cada cidade.

Elas eram fruto do espírito esportivo de professores, dirigentes de municí-pios e de gente de boa vontade. Nada lhes era oferecido além da divulgação. Nem as passagens para a participação nas provas finais que reuniam os 16 melhores resultados técnicos de cada prova programada eram pagas.

Deste sentimento patriótico o Brasil tinha muito que se orgulhar.

O RANKINGNuma época em que o computador

ainda não estava suficientemente de-senvolvido, uma comissão de funcio-nários de A Gazeta Esportiva, diante dos resultados recebidos, fazia a sele-ção dos 16 finalistas de cada prova.

Os resultados das eliminatórias eram altamente confiáveis, pois se o deslo-camento para a final corria às expen-sas dos organizadores daquelas provas preliminares, não haveria vantagem nenhuma na adulteração das marcas técnicas obtidas na fase regional. Se os resultados da etapa local fossem dis-crepantes da final, pegaria mal para o

organizador da preliminar. A Opera-ção Juventude era idônea pela própria natureza.

A FINALA final era realizada na pista de atle-

tismo do Centro Olímpico de São Pau-lo. Era emocionante ver a diversidade de procedência dos finalistas, indicada pela plaqueta de cada grupo desfilan-te. Nos anos de apogeu da Operação Juventude, viam-se placas de Belém (PA), Brasília (DF), Blumenau (SC), Campo Grande (MT) ou do Rio de Ja-neiro, além, obviamente, de centenas de atletas do Interior de São Paulo.

A abertura seguia um cerimonial olímpico e a tribuna de honra era prestigiada por autoridades, dirigentes esportivos, grandes ex-atletas e patro-cinadores.

A arbitragem ficava por conta da Es-cola de Educação Física da PM de São Paulo que contribuía também para a solenidade final com a Corporação Militar.

ATÉ 500 MIL PARTICIPANTESA Operação Juventude começou

com a ousada meta de 10.000 partici-pantes, que já foi ultrapassada em sua primeira versão em 1953. Foi obtida a presença de 30.000 concorrentes pro-

cedentes de 10 cidades.Ainda com o patrocínio da Yakult,

em 1975, o evento abrangeu 100 com-petições regionais, envolvendo mais de 250 municípios e mais de 200.000 participações.

Em 1976, o patrocínio do evento passou para a Colgate-Palmolive e ampliou ainda mais o seu âmbito de abrangência, tornando-a praticamente nacional.

A última edição foi em 1978 e cons-tituiu a maior de todas, com 500 mil participantes, tornando a Operação Juventude o maior evento massivo de atletismo da história de nosso país.

Como prêmio, além das medalhas, os vencedores das finais ganhavam uma viagem turística até Foz do Iguaçu.

Terminada a Operação Juventude de 1978, a Maguary retornou à tradição realizando por dois anos este evento em São Paulo e no Paraná.

Até hoje a cidade de Taubaté reali-za anualmente a Operação Juventude, que já revelou muitos atletas vence-dores dos Jogos Regionais do Vale do Paraíba e Litoral Norte.

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Nos atrevemos a provocar nos-sos parceiros da jornada Edu-

cação para uma reflexão sobre o título deste despretensioso texto que é, resu-midamente, um rememorar de nossa experiência com a Educação, o Espor-te, e a Vida de seres humanos que pu-demos mediar pelas práticas da cultura corporal de movimento.

Ao longo de nossas intervenções pudemos viver e sentir consequên-cias de ações, supostamente educati-vas e assim referenciadas, de colegas de profissão que mediavam a relação de crianças e adolescentes com o universo do Esporte. Se buscamos o desenvolvimento das potencialidades humanas, entre elas as competências das manifestações esportivas cultural-mente estabelecidas, devemos respei-tar os indicativos de crescimento e de-senvolvimento de cada pessoa com a qual mediaremos o mundo do esporte e não buscar identificar nestas as pos-síveis habilidades (tidas como inatas) como forma de valorização ou signifi-cado de nossa projeção no mundo dos esportes.

A ação na direção oposta, “o melhor espécime humano para a tarefa que se pretende desenvolver e vencer”, nos fez viver com algumas aberrações, tais como: um “técnico” administrar

diuréticos para uma criança de 9 anos perder peso para participar de uma competição esportiva; um “professor” que forjava a data de nascimento de seu aluno para favorecer sua equipe nos encontros esportivos; um “diri-gente” que manteve por anos gêmeos idênticos participando de competições em que a regra exigia a participação de todos em pelo menos um quarto do jogo (um dos gêmeos muito hábil e outro sem habilidades, apenas trocava a camiseta no vestiário no intervalo do jogo); “treinadores” que marcavam treinamentos durante a semana sendo dois pela manhã, dois no período da tarde e dois durante a noite (impedin-do a participação destes na escola e com a concordância dos pais).

Claramente, pelos poucos exemplos que mencionamos, estabelecem a má-

xima de Crianças para o Esporte, pois este é o fim e não os seres humanos que buscam a satisfação de seus dese-jos, interesses e necessidades. A dire-ção oposta é, em nosso entendimen-to, a função dos docentes-humanos e cônscios de suas responsabilidades formativas.

O oferecimento (melhor seria a me-diação) dos esportes para crianças deve partir de pressupostos de res-peito ao ser humano sob nossa me-diação, identificação de seus desejos, interesses e possibilidades em busca da realização pessoal destes e não dos supostos professores, técnicos ou diri-gentes que, de um modo geral, objeti-vam suas próprias vidas e sucessos. A concepção de que o esporte, por si só, supera as mazelas de uma sociedade está equivocada pelo simples fato de que humanos, às vezes nada humanos com crianças e adolescentes, estão no comando, gestão e imposição das prá-ticas esportivas. Em busca do sucesso pessoal os orientadores desprovidos de consciência administram drogas aos seus atletas para a superação dos recordes e o fracasso da vida, não po-demos concordar com esta aberração, ou podemos?

ESPORTE PARA CRIANÇAS OUCRIANÇAS PARA O ESPORTE:os (des)caminhos vividos

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O esporte é uma experiência educativa. Quando bem as-

sumido é um caminho educativo. Existem três percursos fundamen-tais para as crianças, para os adoles-centes e para os jovens: a educação – escolar e familiar – o esporte e o trabalho. Cresce-se bem com estes três pilares.Quando existem estes três elemen-

tos, escola, esporte e trabalho, então existem as condições para desen-volver uma vida plena e autêntica, evitando deste modo aquelas depen-dências que envenenam e deturpam a existência.As práticas esportivas incidem so-

bre a formação da pessoa, sobre os seus relacionamentos e sobre a sua espiritualidade. Quem prática espor-te e especialmente os atletas tem uma missão importante para cumprir: ser modelos, para quantos os admiram, modelos válidos para imitar. Os dirigentes esportivos, treinado-

res e agentes do esporte, são chama-dos a dar um testemunho positivo

de valores humanos, de uma prática esportiva que seja sempre leal e lím-pida.O esporte por mais competitivo

que seja não deve burlar as regras que lhe são próprias. É estéril a vitó-ria que se alcança burlando as regras e enganando os outros.Cada pessoa deve por em jogo não

apenas o esporte com resultados ex-celentes – mas também na vida, na busca do bem, do bem verdadeiro, sem medo, com coragem e entusias-mo.Colocar os talentos a serviço do

próximo, da sociedade, na amizade e no trabalho de inclusão. Transmitir

os valores morais e éticos do esporte. O esporte deve ser uma casa sempre aberta, onde se possa experimentar a fraternidade e a harmonia entre as pessoas, sem discriminações.Trabalhar para promover e oferecer

igual dignidade a todas as formas de esporte. Cada esporte possui o seu próprio valor, não apenas físico ou social, mas também moral, enquanto oferece aos adolescentes, aos jovens e adultos, a possibilidade de crescer no equilíbrio, no autocontrole, no sacrifício e na lealdade em relação aos outros.A pessoa humana é um todo, es-

pírito e corpo. Por esse motivo, de-vemos cultivar sempre, juntamente com as práticas esportivas, as dimen-sões religiosa e espiritual.O verdadeiro esporte favorece a

construção de um mundo mais fra-ternal e solidário, contribuindo para a superação de situações de injustiça e de dificuldades humanas e sociais.

ESPORTE COMO CAMINHO EDUCATIVO.

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Antidoping

Repercutiu mal no meio espor-tivo do Brasil o fato de Ander-

son Silva “Spider”, lutador brasileiro de artes marciais mista, ex-campeão peso médio do UFC, ter sido flagrado em exame antidoping realizado antes e depois da luta nos EUA em que ele foi vencedor. Foi constatado resultado positivo para esteroides, anabolizan-tes e ansiolíticos, fatores que teriam influenciado fisicamente no favoreci-mento do resultado da luta.

Condenado, Anderson Silva ficará suspenso das atividades esportivas até fevereiro de 2016.

A dopagem ou doping, em inglês, uti-lizada desde a Antiguidade nos Jogos Olímpicos da Grécia, em competições na China com substâncias disponíveis da época, como efedrina, estricnina, cogumelos alucinógenos etc.

A finalidade do doping é sempre me-lhorar o desempenho dos atletas bus-cando atingir metas. Quando elas não são alcançadas apesar dos esforços, treinos intensos, alimentação adequa-da, a solução para alguns atletas é o uso de substâncias exógenas ou méto-dos nem sempre com conhecimentos técnicos e científicos.

O sucesso no desempenho não é im-portante apenas para a projeção do es-portista, mas também para o técnico, para o clube e especialmente para os patrocinadores financeiros, na maioria das vezes em detrimento da saúde do atleta. Quando o atleta se dopa bene-ficia-se com um melhor rendimento, e provavelmente ganha competição

ou tem uma melhor colocação, porém com prejuízo de sua saúde física, a sua moral além da ilicitude.

Depois de vários acidentes ocorridos na prática desportiva resolveu-se ten-tar proteger a saúde dos atletas com a criação da Agência Mundial Anti-doping – Wada (World Anti-Doping Agency), ou Ama (Agence Mondiale Antidopage).

O conceito de doping é o uso de substâncias ou métodos que seriam prejudiciais à saúde do atleta ou ad-versários e que poderiam aumentar o seu desempenho e resultar na presen-ça dessas substâncias no seu material biológico. O controle antidoping é fei-to por meio das análises toxicológicas, é um jeito de inibir essa prática.

A lista de substâncias e métodos proi-bidos é atualizada duas vezes por ano, em janeiro e julho, pela Wada-Ama. Substâncias novas são acrescentadas e outras podem ser retiradas. A agência disponibiliza essa lista válida para to-das as atividades esportivas em seu site na internet (www.wada-ama.org).

A Wada-Ama tem um comitê execu-tivo médico formado por profissionais do mundo inteiro que trabalham com

pessoal de laboratório. É praticamente uma força tarefa para verificar a mu-dança no perfil de um determinado tipo de atleta ou modalidade esportiva, e trabalha com os resultados.

O controle antidoping é feito princi-palmente na urina e em segundo lugar no sangue. Envolvem substâncias exó-genas – estimulantes, narcóticos, diu-réticos, hormônios e esteroides – ana-bolizantes e hormônios peptídicos. As substâncias exógenas são mais fáceis de ser detectadas porque não deviam estar lá no organismo. Detectá-las já comprova o doping.

Existem também os métodos de do-pagem como o doping sanguíneo e o genético. É complicado, pois a infini-dade de possibilidades de dopagem dificulta o controle. Envolve substân-cias que o corpo produz, por exemplo, a testosterona uma das que mais dão resultado positivo nos exames. A do-pagem sanguínea é uma das mais di-fíceis de detectar porque, às vezes, os atletas utilizam seu próprio sangue em um processo chamado de autotransfu-são. Para isso também há uma técnica denominada Citometria de Fluxo, que consegue diferenciar vários tipos celu-lares e que pode comprovar a manipu-lação sanguínea.

Os objetivos do controle de doping é permitir oportunidades iguais a to-dos participantes, manter a ética no es-porte e salvaguardar a saúde do atleta. Existem inúmeros casos de fatalidades por causa do uso de substâncias proi-bidas.

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