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SÉRIE REALIDADE RURAL PANORAMA DO SETOR DE GRÃOS NO MERCOSUL Eng o Agr o Luiz Ataídes Jacobsen EMATER/RS VOLUME 23 Porto Alegre, 1998.

PANORAMA DO SETOR. 23... · 2014-12-05 · Grupo de Trabalho MERCOSUL - EMATER/RS Aluízio Terra de Oliveira - Coordenador do Setor de Leite Aurelino Dutra de Farias - Coordenador

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SÉRIEREALIDADE RURAL

PANORAMA DO SETORDE GRÃOS NO MERCOSUL

Engo Agro Luiz Ataídes JacobsenEMATER/RS

VOLUME 23

Porto Alegre, 1998.

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Grupo de Trabalho MERCOSUL - EMATER/RS

Aluízio Terra de Oliveira - Coordenador do Setor de Leite

Aurelino Dutra de Farias - Coordenador do Setor Soja

Eniltur Anes Viola - Coordenador do Setor Milho

Fernando Ripalda de Freitas - Coordenador do Setor de Ovinos

Gesner Nunes Oyarzábal - Coordenador do Setor Mandioca/Feijão

Henrique Augusto Bartels - Coordenador do Setor de Suínos

Henrique Roni Borne - Coordenador do Setor Pêssego

José Ivan da Rosa - Coordenador do Setor Tomate

José Mauro Cachapuz - Coordenador do Setor Bovinos de Corte

Luiz Ataídes Jacobsen - Coordenador do Setor Trigo

Norman Simon - Coordenador do Setor Maçã

Naira de Azambuja Costa - Digitação e Sistematização de Dados

Renan Corá de Lima - Revisor Técnico

Marcos Newton Pereira - Coordenador do GT/MERCOSUL

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SÉRIEREALIDADE RURAL - VOLUME 23

PANORAMA DO SETORDE GRÃOS NO MERCOSUL

Engo Agro Luiz Ataídes JacobsenEMATER/RS

Porto Alegre, 1998.

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SÉRIE REALIDADE RURAL, v. 23

Esta série contém trabalhoselaborados por técnicos do Grupode Trabalho MERCOSUL daEMATER/RS para subsídio dosEscritórios Regionais e Municipais.

EMATER/RS - Rua Botafogo, 1051 - CEP 90150-053 - Porto Alegre - RS - BrasilFone: (051) 233 31 44 - Fax: (051) 233 95 98http://www.emater.tche.br

tiragem: 670 tiragem

J17p JACOBSEN, L. A. Panorama do Setor de Grãos noMERCOSUL. Porto Alegre: EMATER-RS, 1998.50p. (Realidade Rural, 23)

CDU 339.92:633.1

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7

2 A NOVA LEI AGRÍCOLA DOS E.U.A. ................................................................................... 9

3 A RODADA URUGUAI DO GATT.........................................................................................11

4 TRIGO ................................................................................................................................134.1 Argentina....................................................................................................................................................................134.2 Brasil ...........................................................................................................................................................................154.3 Paraguai.....................................................................................................................................................................194.4 Uruguai.......................................................................................................................................................................20

5 MILHO ................................................................................................................................215.1 Brasil ...........................................................................................................................................................................215.2 Argentina....................................................................................................................................................................225.3 Paraguai.....................................................................................................................................................................235.4 Uruguai.......................................................................................................................................................................24

6 SOJA..................................................................................................................................256.1 Brasil ...........................................................................................................................................................................256.2 Argentina....................................................................................................................................................................276.3 Paraguai.....................................................................................................................................................................296.4 Uruguai.......................................................................................................................................................................30

7 FEIJÃO...............................................................................................................................317.1 Brasil ...........................................................................................................................................................................317.2 Argentina....................................................................................................................................................................337.3 Paraguai.....................................................................................................................................................................347.4 Uruguai.......................................................................................................................................................................34

8 ARROZ...............................................................................................................................358.1 Brasil ...........................................................................................................................................................................358.2 Argentina....................................................................................................................................................................368.3 Uruguai.......................................................................................................................................................................378.4 Paraguai.....................................................................................................................................................................38

9 CEVADA.............................................................................................................................399.1 Brasil ...........................................................................................................................................................................399.2 Argentina....................................................................................................................................................................409.3 Uruguai.......................................................................................................................................................................419.4 Paraguai.....................................................................................................................................................................42

10 GIRASSOL........................................................................................................................4310.1 Argentina..................................................................................................................................................................43

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11 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................45

12 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.........................................................................................49

TABELAS

Tabela 1 - População, produto interno bruto (PIB), exportações e importações totais dos países componen-tes do Mercosul no ano de 1995 ...................................................................................................................7

Tabela 2 - Área cultivada, produção e rendimento da cultura do trigo na Argentina no período 1990/96.........13

Tabela 3 - Destino das exportações argentinas de trigo para a América do Sul e porcentagem sobre o totalexportado (1.000 t).........................................................................................................................................15

Tabela 4 - Área, produção e rendimento de trigo no Brasil ........................................................................................17

Tabela 5 - Produção, importação e consumo de trigo pelo Brasil (1.000 t), no período de 1975 até 1996.......18

Tabela 6 - Área, produção e rendimento de trigo no Paraguai..................................................................................19

Tabela 7 - Área, produção e rendimento de trigo no Uruguai....................................................................................20

Tabela 8 - Oferta e demanda de milho no Brasil (1.000/t)..........................................................................................22

Tabela 9 - Oferta e demanda de milho na Argentina (milhões de t) .........................................................................23

Tabela 10 - Oferta e demanda de milho no Paraguai (toneladas)............................................................................24

Tabela 11 - Oferta e demanda de milho no Uruguai (toneladas)..............................................................................24

Tabela 12 - Oferta e demanda de soja em grão (mil toneladas)...............................................................................25

Tabela 13 - Oferta e demanda de óleo de soja (mil toneladas)................................................................................26

Tabela 14 - Oferta e demanda de farelo de soja (mil toneladas)..............................................................................27

Tabela 15 - Oferta e demanda de soja em grão na Argentina (em milhões de toneladas) ..................................28

Tabela 16 - Oferta e demanda de farelo de soja (em milhões de toneladas).........................................................28

Tabela 17 - Oferta e demanda de óleo de soja (em milhões de toneladas)............................................................29

Tabela 18 - Produção, comércio e consumo aparente de soja no Paraguai ..........................................................29

Tabela 19 - Área, produção e rendimento da soja no Uruguai..................................................................................30

Tabela 20 - Oferta e demanda total de feijão no Brasil (mil toneladas)...................................................................31

Tabela 21 - Área, produção e rendimento do feijão 1ª safra no Brasil.....................................................................32

Tabela 22 - Área, produção e rendimento do feijão 2ª safra no Brasil.....................................................................33

Tabela 23 - Área, produção e rendimento do feijão 3ª safra no Brasil.....................................................................33

Tabela 24 - Oferta e demanda de arroz em casca no Brasil (mil toneladas)..........................................................35

Tabela 25 - Oferta de demanda de arroz beneficiado na Argentina (mil toneladas).............................................36

Tabela 26 - Área, produção e rendimento do arroz em casca na Argentina...........................................................37

Tabela 27 - Oferta e demanda de arroz em casca no Uruguai (toneladas)............................................................37

Tabela 28 - Área, produção e rendimento do arroz em casca no Uruguai..............................................................37

Tabela 29 - Oferta e demanda de arroz em casca no Paraguai (toneladas)..........................................................38

Tabela 30 - Área, produção e rendimento do arroz em casca no Paraguai............................................................38

Tabela 31 - Área, produção e rendimento de cevada no Brasil ................................................................................40

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Tabela 32 - Área, produção e rendimento de cevada na Argentina.........................................................................40

Tabela 33 - Oferta e demanda de cevada cervejeira e malte na Argentina (mil toneladas).................................41

Tabela 34 - Área, produção e rendimento de cevada no Uruguai ............................................................................41

Tabela 35 - Área, produção e industrialização de girassol na Argentina.................................................................43

Tabela 36 - Produção, exportação e estoque final de óleo de girassol na Argentina ...........................................43

Tabela 37 - Participação em porcentagem dos países membros do Mercosul na área média cultivada comalguns cereais e leguminosas nas últimas 5 safras ...............................................................................46

Tabela 38 - Participação em porcentagem dos países membros do Mercosul na produção média de algunscereais e leguminosas nas últimas 5 safras ............................................................................................47

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1 INTRODUÇÃO

O setor agropecuário tem papel importante nas economias dos países quecompõem o MERCOSUL, principalmente se considerado sob a ótica dos negócios queenvolve, desde a geração dos insumos necessários para a produção, até oprocessamento e distribuição (Agribusiness). Na década de 70 os produtos oriundos doComplexo Agroindustrial, em média representavam 82,5% das exportações deste bloco.Somente o Brasil alterou significativamente a participação deste setor na pauta dasexportações, pois caiu para 32,6% em 1990, enquanto que a Argentina permaneceu com61,4%, o Uruguai com 60,4% e o Paraguai com 90,0%. No aspecto social, além dapobreza rural, dependente de políticas governamentais para manter-se no campo e nãoampliar a pobreza urbana carente de alimentos baratos, fazem altamente sensível estesegmento quando exposto à competição internacional, podendo excluir aquelesprodutores marginais, sobretudo pequenos e médios sem escala de produção e eficiênciacompetitiva. Os ganhos globais proporcionados pela integração, podem provocar grandesdanos regionais ou em atividades econômicas específicas. Estratégias de compensação,entre ganhadores e perdedores, precisam ser desenvolvidas para minimizar os efeitossociais provenientes da exclusão de pessoas em um mercado de trabalho.

Com a assinatura do Tratado de Assunção em 1991, depois de uma fasede transição, o Mercosul chega ao seu segundo estágio com a união alfandegária e autilização de uma tarifa externa comum (TEC), com significativo progresso no campocomercial. O comércio entre seus membros passou de US$ 4 bilhões em 1990 para US$14,5 bilhões em 1995, com amplo espaço para crescer conforme sugere a Tabela 1.

Tabela 1 - População, produto interno bruto (PIB), exportações e importações totais dospaíses componentes do Mercosul no ano de 1995

PaísPopulação(milhões)

PIB(US$ bilhões)

PIB per capita(US$ milhares)

Exportações(US$ bilhões)

Importações(US$ bilhões)

Argentina 34,3 282,7 8.250 21,0 20,0

Brasil 156,0 676,0 4.350 46,5 49,7

Paraguai 4,9 8,9 1.800 2,0 3,4

Uruguai 3,2 17,2 5.400 2,1 2,7

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Este mercado com 198,4 milhões de habitantes e um PIB de US$ 984,8 bilhões,espera aperfeiçoamentos que envolvem a padronização de procedimentos e normasrelativas ao comércio, bem como uma evolução para harmonizar políticas econômicas,mas mostra uma firme determinação de alcançar os estágios mais evoluídos dosprocessos integracionistas. A agricultura, silvicultura e pesca respondem por 11% do PIBno Mercosul. Dados de 1994 informam que a participação da agricultura no PIB brasileiroé de 13%, na Argentina 5%, no Uruguai 8% e no Paraguai 24%. Cabe ressaltar queaproximadamente 20,5% da população vive no meio rural, sendo que no Uruguai sãoapenas 9,7%, na Argentina 12%, no Brasil 22% e no Paraguai chega a 47%.

Neste trabalho procuramos apresentar um panorama da situação dosprincipais cultivos no Mercosul, bem como informações sobre o consumo e a participaçãode cada um dos países componentes deste bloco econômico no mercado internacional degrãos. Dedicamos ainda um pequeno espaço para comentar alguns tópicos da políticaagrícola dos Estados Unidos, pela relevância deste país no cenário mundial naquilo quediz respeito a produção e comércio de grãos e sobre a Rodada Uruguai do GATT, quepretende reverter a situação de protecionismo existente no ambiente comercial.

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2 A NOVA LEI AGRÍCOLA DOS E.U.A.

A lei de Ajustamento Agrícola de 1933 que foi a primeira e a lei de 1938,foram muito importantes para a história da política agrícola dos Estados Unidos, influindona recuperação da renda oriunda do setor agropecuário. Formaram a base da políticaagrícola americana, que tem como principal objetivo dar sustentação à renda dosprodutores, fornecer alimentos, assistir famílias de baixa renda e à proteção ambiental.

No dia 04 de abril de 1996 foi aprovada a Lei Federal sobre a Reforma eMelhoria Agrícola, vigorando até o ano de 2002. Esta legislação (PL 104-127) indica quea agricultura terá menor volume de recursos federais e os agricultores maior liberdade naescolha do que e quanto plantar, decidindo pelas sinalizações do mercado. Inova com adesvinculação entre subsídios para sustentação da renda e os preços agrícolas, criandoum sistema de subsídios aos “contratos de flexibilização da produção”, ou contratos de“transição de mercado”. Com isto, os subsídios serão fixos e não acompanharão osníveis de preços praticados pelo mercado, aumentando o risco quanto à renda.

Para o período 1996 até 2002, o montante de subsídios para os “contratosde flexibilização” são da ordem de US$ 35,6 bilhões, variando de US$ 5,38 bilhões noprimeiro ano até US$ 4,0 bilhões em 2002, distribuídos entre os produtos em proporçõesdiferenciadas. Assim, o trigo terá 26,26%, o milho 46,22%, o sorgo 5,11%, a cevada2,16%, a aveia 0,15%, o algodão 11,63%, e o arroz 4,8%.

Para os próximos 7 anos, os “contratos de flexibilização” vão dispor de umvalor médio de US$ 5,085 bilhões. Estes recursos representam 25,43 milhões detoneladas de soja, comercializadas a R$ 12,00/saca, ou seja, praticamente toda a safrabrasileira, estimada em 26 milhões de toneladas para 1996/97.

Um produtor poderá beneficiar-se dentro de um limite máximo de US$ 40mil de subsídios, o que representa uma redução de US$ 10 mil considerando-se a leiagrícola anterior. Há, entretanto,, possibilidade de algum produtor receber até US$ 80 mil,quando possui participação em outros 2 estabelecimentos rurais.

Os financiamentos de comercialização com opção de venda são mantidos,e permitem ao produtor tomar recursos governamentais com referência no “preço deempréstimo” e usar o produto estocado como garantia.

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A nova lei reduz em mais de US$ 1,6 bilhão os gastos do “Programa deIncentivos às Exportações” (EEP) em relação aos níveis máximos permitidos pela OMC;elimina os “Preços Metas”; cria um Programa de Incentivos à Qualidade do MeioAmbiente (EQIP), dentre outras alterações, demonstrando que a estrutura produtiva dosEstados Unidos está mais preparada para enfrentar o livre jogo do mercado, mas aindacom expressivo apoio governamental para sustentação da renda.

A partir da nova legislação, os agricultores estarão desobrigados a fazerseguro de crédito para participar dos programas de subsídio. Entretanto, terão que abrirmão, por escrito, de receber qualquer ajuda emergencial em caso de desastre climático.

Foi criada a Comissão para a Produção Agrícola do século XXI que deverápromover uma revisão profunda das mudanças na agricultura norte-americanadecorrentes da nova legislação. Esta comissão estudará o futuro da produção agrícolados Estados Unidos e o papel a ser desempenhado pelo governo federal.

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3 A RODADA URUGUAI DO GATT

O Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio, conhecido comoGATT (General Agreement on Tariffs and Trade), foi estabelecido no final de 1947 por 23países, que dentre outros objetivos desejavam implementar o comércio mundial.

As grandes negociações comerciais, chamadas Rodadas (Rounds),iniciaram em 1949 na França e seguiram-se mais 6 delas até chegar a Rodada Uruguai,assim denominada porque as primeiras discussões aconteceram na cidade uruguaia dePunta Del Leste em 1986.

Quanto à agricultura, divergem os autores que tratam do assunto, poisalguns consideram que este tema não estava incluído no âmbito do GATT, enquantooutros entendem que as disposições do Acordo Geral e a sua instrumentalizaçãoaplicam-se a todas as mercadorias, inclusive produtos agrícolas. Entretanto, a agriculturatem observado um progresso extremamente vagaroso nas negociações do comérciomultilateral devido as implicações políticas, sociais, demográficas e econômicas,impedindo uma maior abertura dos mercados por parte dos países produtores. Assim,mesmo que a agricultura tenha estado contemplada nas regras do GATT, as exceçõespara este setor praticamente tornaram inócuas as regras deste Acordo.

A Rodada Uruguai pode ser vista como uma reação ao neoprotecionismoque se instalou no sistema econômico mundial, depois de concluída a Rodada de Tóquioem 1979. Pretendeu uma maior liberalização do comércio e o enquadramento de todasas medidas que influenciam o acesso às importações e a concorrência às exportações,além de tratar de novos assuntos como propriedade intelectual, serviços e investimentosexternos diretos.

A Rodada Uruguai, que teve o confronto dos Estados Unidos, UniãoEuropéia e grupo de Cairns (15 países com interesse no comércio de produtosagrícolas)1 nas discussões relativas à agricultura, foi concluída em dezembro de 1993,quando foi criada a Organização Mundial do Comércio (OMC), atualmente com 131países membros. Apesar da Ata Final contemplar uma lista de compromissos a seremaplicados entre 1995 e 2001 e existirem melhores condições para comércio agrícola,não significa queestejamos diante de um cenário comercial totalmente novo, pois muitasmedidas além de não serem claras, são de difícil controle. A OMC, dispondo agora de ummecanismo mais ágil para dirimir dúvidas, como a Conferência Ministerial (realizada acada 2 anos) que substitui as demoradas rodadas de negociações, poderá, mesmo que

1 Os países membros do Grupo de Cairns são: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Fiji,

Hungria, Indonésia, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Paraguai, Tailândia e Uruguai.

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lentamente, encaminhar a agricultura para um mercado mais aberto e menos influenciadopelo Tesouro dos países desenvolvidos.

Em relação aos produtos agrícolas, a Rodada Uruguai do GATT,determinou a consolidação e redução de todas as tarifas, sendo necessária atransformação das eventuais medidas não-tarifárias de fronteira em medidas tarifárias.Para os países em desenvolvimento, as reduções deverão ser de no mínimo 10% porlinha tarifária, e de 24% na média em 10 anos. O Brasil consolidou como teto tarifário55% para os produtos agrícolas. Para os países desenvolvidos a redução das tarifas serána média de 36%, durante um período de 6 anos. Cada linha tarifária terá uma reduçãode no mínimo 15%.

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4 TRIGO

4.1 Argentina

A história do trigo na Argentina relata que a primeira semeadura destecereal ocorreu em 1527. Em 1928/29 foram cultivados 9.219.000ha, período qualificadocomo época de ouro da agricultura argentina e desenvolvimento do país.

A região tritícola argentina se estende pelas Províncias de Buenos Aires(61,3%), Santa Fé (14,7%), Córdoba (9,3%), La Pampa (9,5%) e Entre Rios (3,9%).Localiza-se entre os paralelos 31º e 40º de Latitude Sul e entre os meridianos 58º e 65ºde Longitude Oeste. Se estende aproximadamente 1.000km de Norte a Sul e 600km deLeste a Oeste. Na Tabela 2 pode-se verificar a evolução da triticultura nos últimos anos.

Tabela 2 - Área cultivada, produção e rendimento da cultura do trigo na Argentina noperíodo 1990/96

Safra Área (mil/ha) Rendimento (kg/ha) Produção (mil/t)

1990 6.175 1.840,0 11.350

1991 4.564 2.170,0 9.883

1992 4.500 2.160,0 9.700

1993 4.869 1.890,0 9.200

1994 5.050 2.180,0 11.300

1995 4.900 1.910,0 8.700

MÉDIA (a) 5.010 2.000,6 10.022

1996* (b) 7.000 2.150,0 15.050

Dif.a/b (%) 39,73 7,5 50,17

(*) Projeção.Fonte: IGC World Grains Statistcs.

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A Argentina tem mantido o seu consumo interno bastante estável, ao redorde 4,6 milhões de toneladas anuais, com um consumo per capita de 90kg de farinha ouaproximadamente 120kg de trigo por ano. A estabilidade da demanda interna promovevariações no saldo para exportação à medida que se alteram os níveis da produçãointerna. No período 93/96 respondeu por 6% total das exportações mundiais. Segundo oUSDA, em 1997 a Argentina deverá dispor de 10 milhões de toneladas de trigo para omercado externo, que representarão 9,5% do total das exportações mundiais.

Os produtores argentinos promoveram acentuado incremento na áreacultivada nesta safra (Tabela 2), motivados pelos excelentes preços praticados nomercado internacional, que na Bolsa de Buenos Aires fecharam o primeiro semestre de1996, com média de US$ 253,50/t. Também o aporte de tecnologia vem evoluindo, comodemonstra o consumo de fertilizantes, que em 1990 não era superior a 300 mil toneladase atualmente atinge 2 milhões de toneladas.

Com o Mercosul, o destino das exportações se alteraram substancialmentenos últimos anos, deixando de ser a URSS (43%) na década de 80 para na atualidadeser o Brasil, comprador de 64,21% do trigo exportado no período 1991/92 até 1995/96.Na Tabela 3 pode-se avaliar o incremento das exportações argentinas para a América doSul nos últimos tempos.

A indústria moageira argentina, formada por 118 moinhos com capacidadepara 6 milhões de toneladas, vem processando aproximadamente 4,3 milhões detoneladas de trigo, produzindo 3,23 milhões de toneladas de farinha anualmente. Oconsumo interno de farinha é da ordem de 2,95 milhões de toneladas, sendo 75% do totaldestinado para panificação, 15% para biscoitos, 7% para massas e 3% para outrasfinalidades.

As exportações de trigo argentino concentram-se nos meses de janeiro,fevereiro e março, decrescendo significativamente a partir do mês de agosto. Nos últimosanos as exportações de farinha tem aumentado, e 50% do total exportado destina-se aoBrasil. Os custos diretos para produzir na região Sudeste de Buenos Aires são da ordemde US$ 157,4/ha distribuídos no preparo do solo e semeadura (47%), sementes (24%),fertilizantes (23%) e produtos fitossanitários (6%). Este valor por unidade de áreasignifica US$ 78,7/t.

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Tabela 3 - Destino das exportações argentinas de trigo para a América do Sul eporcentagem sobre o total exportado (1.000 t)

Destino 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96

Bolívia 0 139 183 164 210 112 58

Brasil 1.164 2.410 2.805 4.527 3.098 4.927 3.775

Chile 0 9 297 170 231 232 3

Colômbia 11 0 226 112 7 94 0

Equador 0 0 133 23 0 1 0

Peru T 357 649 672 368 568 113

Total América do Sul 1.608 2.983 4.511 5.762 3.989 6.029 4.085

% das Exportações 29 62 79 79 89 78 91

Estimada em 52 milhões de toneladas de grãos, a safra recorde 96/97, quealém do trigo terá 13 milhões de toneladas de soja, outros 13 de milho, girassol com 5,5milhões de toneladas, sorgo com 3,5 milhões e o arroz com 1 milhão de toneladas,proporcionará um saldo exportável de 37 milhões de toneladas.

A capacidade de armazenamento na Província de Buenos Aires é daordem de 14,66 milhões de toneladas, em Santa Fé 11,14 milhões e em Córdoba épossível estocar 6,42 milhões de toneladas de grãos. No total, a Secretaria deAgricultura, Pesca e Alimentação (SAPyA), informa que a capacidade de armazenamentoé de 46,2 milhões de toneladas e destas, 13,6 milhões estão a nível de produtores, ondeestima que 60% da estrutura não está adequada para armazenar por período superior a60 dias.

4.2 Brasil

De 1962 a 1966 a área cultivada com trigo no Brasil foi em média de320.119ha e a produção 217.401 toneladas (728 kg/ha). Nesta época 90,4% da áreaestava no RS onde também se colhia 91% da produção nacional.

Em 1967, já sob o amparo do Decreto-Lei 210, a área cresce para561.987ha, com um incremento de 75% sobre a média dos 5 anos anteriores, enquanto aprodução se expande em 67,8%. Nos 10 anos seguintes o crescimento da área seacentua e a média no período compreendido entre 1968 a 1977 chega a 2.182.438hacom um aumento de 288,34% sobre aquela cultivada em 1967, ou seja, cresceu 14,53%ao ano. O rendimento médio ficou em 812kg/ha e o RS ainda respondeu por 60,4% daárea e 60% da produção (Tabela 4).

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Nas 10 safras seguintes (1978/87) a área média situa-se em 2.870.470ha,crescendo 31,5% acima do período anteriormente analisado (2,77% ao ano) e aprodução na média é de 3.266.750 toneladas, crescendo 84,3% (6,3% ao ano). Nestaépoca a área experimentou grandes oscilações, chegando a 3.897.600ha em 1979 eapenas 1.932.100ha em 1983, redução que pode ser creditada a frustração de 1982quando o rendimento foi de apenas 652kg/ha. Já o salto de 1979 foi motivado pelo bomrendimento obtido na safra anterior (953kg/ha), especialmente no RS que chegou a1.214kg/ha, promovendo um incremento de 59,2% sobre a área cultivada no ano anterior.

De 1988 a 1990 (3 safras) a área cultivada mantém-se na média de3.360.067ha e a produção chega a 4.876.300 toneladas.

Sob a desregulamentação do setor a área média cultivada no Brasil caipara 1.690.793ha e a produção para 2.469.697 toneladas no período compreendido entre1991 e 1996.

Ainda nas safras entre 1970/79, o RS foi o maior produtor nacional com59,5% da produção, mas no período 80/89, perde esta posição para o estado do Paranáque respondeu por 53,58% do trigo colhido, situação mantida para as safras de 1992até 1996 quando contribuiu com 55,5% da produção nacional, o Rio Grande do Sul com34,3%, Santa Catarina 3,9%, Mato Grosso do Sul com 2,7%, São Paulo 2,5% e osdemais estados com 1,1%.

O rendimento da cultura do trigo no Brasil é relativamente baixo secomparado aos obtidos pelos países exportadores, se aproximando apenas da Austráliacujos rendimentos são da ordem de 1.550kg/ha (86/95). No Brasil o rendimento médioalcançado nas últimas 5 safras foi de 1.468kg/ha com grandes variações de uma safrapara outra.

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Tabela 4 - Área, produção e rendimento de trigo no Brasil

Safra Área (ha) Produção (t) Rendimento (kg/ha)

Média (62/66) 320.119 217.401 728

Média (67/76) 1.936.554 1.607.472 830

Média (77/81) 3.016.280 2.510.600 832

1982 2.878.600 1.876.100 652

1983 1.932.100 2.191.400 1.134

1984 2.013.000 2.029.300 1.008

1985 2.614.400 4.324.300 1.654

1986 3.908.800 5.632.600 1.441

Média 2.669.380 3.210.740 1.203

1987 3.429.700 6.126.800 1.786

1988 3.490.300 5.846.500 1.675

1989 3.306.600 5.478.400 1.657

1990 3.283.300 3.304.000 1.006

1991 2.145.900 3.077.800 1.434

Média 3.131.160 4.766.700 1.522

1992 1.997.900 2.739.200 1.371

1993 1.670.900 2.097.900 1.256

1994 1.446.000 2.137.800 1.478

1995 1.033.800 1.524.300 1.474

1996 1.850.260 3.241.180 1.752

Média 1.599.772 2.348.076 1.468

Fonte: CCLEF; B.BRASIL; IBGE; CONAB.

O Complexo Agroindustrial do Trigo sempre contou com um acentuadoprocesso de intervenção estatal, que se tornou mais evidente a partir da década de 40,culminando com a total regulamentação do Estado sobre a comercialização e aindustrialização, proporcionada pelo Decreto-Lei nº 210, de 1967. Esta forte presença doestado perdurou até o ano de 1990, com vários desdobramentos na produção do grão,nas diferentes etapas de comercialização e industrialização. Depois de 23 anos, arepentina saída do estado (Lei nº 8.096 de 21.11.90), associada à integração doMercosul e a maior abertura da economia nacional ao comércio externo, provocouprofundas alterações no relacionamento entre os segmentos componentes do ComplexoAgroindustrial do Trigo, com a necessidade de tempo para a retomada das inter-relaçõesdentro de um novo universo comercial.

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O Brasil é tradicionalmente um país importador de trigo em grão eapresentou um grau de dependência externa na ordem de 72,63% no período 1991/96.Entretanto, entre 1985 até 1991 a produção nacional foi responsável por 70,53% doabastecimento interno. A partir de 1991, além das importações de trigo em grão, passatambém a importar farinha da Argentina, prevendo-se a compra de 267.000 toneladasdeste produto no período 96/97. Na Tabela 5 estão os dados relativos a produção,consumo (industrial e sementes) e importações, inclusive de farinha em equivalente trigo.

Tabela 5 - Produção, importação e consumo de trigo pelo Brasil (1.000 t), no período de1975 até 1996

Período Importação Produção Consumo

1975/79 3.411 2.053 5.300

1980/84 4.301 2.189 6.480

1985/86 3.468 4.380 6.480

1986/87 2.019 5.680 7.750

1987/88 2.028 6.127 8.071

1988/89 852 5.847 7.542

1989/90 1.522 5.479 7.074

1990/91 2.849 3.304 6.777

1991/92 5.208 3.078 7.432

1992/93 5.913 2.739 7.808

1993/94 5.512 2.098 7.886

1994/95 6.847 2.138 8.238

1995/96 5.221 1.524 8.154

1996/97* 4.948 3.170 8.050

(*) Estimativa.Fonte: FIBGE, CONAB, FGV, BACEN.

O consumo industrial de trigo concentra-se na região Sudeste com 52%,no Nordeste 22%, no Sul 19%, na região Centro-Oeste 3%, e na região Norte 3,4%. Oconsumo per capita de trigo também apresenta diferenças regionais, sendo a região Sulaquela com maior consumo (64kg), seguida da região Sudeste com 61kg, o Nordestecom 38kg, o Centro-Oeste e a região Norte, ambas com 23kg.

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No país são 230 indústrias moageiras, cuja capacidade de moagem é daordem de 15 milhões de toneladas, gerando 10.000 empregos diretos. O segmento depanificação é constituído de 55.000 panificadoras, empregando aproximadamente500.000 pessoas, segundo informações da Associação Brasileira da Indústria dePanificação (ABIP). Segundo a mesma fonte, indústrias de pães chegam a 250 empresasgerando 60.000 empregos.

A indústria de massas é composta por 250 empresas, excluindo aspequenas fábricas, conforme a Associação Brasileira de Massas Alimentícias (ABIMA).

Segundo a Abitrigo, 4 grupos empresariais dominam 51% da moagem nopaís: Santista Alimentos (22%), J. Macedo (15%), Pena Branca (8%) e Anaconda (6%).Este fenômeno ocorre na Argentina com 6 grupos dominando 52% da produção, nosEstados Unidos com 65% da produção pertencente a 3 grupos e também no Canadá.Nos Estados Unidos em 1960 existiam 423 indústrias moageiras, diminuíram para 275em 1973 e atualmente são em número de apenas 203, sendo a maior redução (65,35%entre 1973 e 1995) naqueles moinhos cuja capacidade de produção era de até 45toneladas de farinha produzida em 24 horas. Teme-se que este processo derestruturação venha a acontecer no Brasil, pois enquanto os custos por tonelada defarinha (exceto matéria prima) são da ordem de US$ 62,50 para um moinho comcapacidade de moagem igual a 160 t/dia, caem para US$ 34,25 quando a produçãoalcança 450 t/dia.

4.3 Paraguai

Neste país estima-se em 3.900 produtores de trigo, que o cultivam emsucessão à soja nos estados de Alto Paraná e Itapua. A Colônias Unidas, umacooperativa de produção agropecuária fundada por colonos brasileiros de origem alemãhá mais de 40 anos é um dos principais produtores de trigo. A colheita de 80% daprodução é realizada no mês de outubro. O país é auto-suficiente, exportando pequenasquantidades, tendo o Brasil como seu principal cliente. A indústria moageira é pequena,composta por 36 unidades com capacidade de moagem de 900.000 toneladas por ano(média de 50t/dia), e 2 moinhos são responsáveis por 70% da moagem. O consumoanual de trigo situa-se entre 320.000 a 350.000 toneladas.

Tabela 6 - Área, produção e rendimento de trigo no Paraguai

Item 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97

Área (ha) 192.230 174.786 172.497 221.413

Produção (t) 425.421 375.679 208.617 543.435

Rendimento (kg/ha) 2.213 2.149 1.209 2.454

Fonte: FAO.

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4.4 Uruguai

No ano de 1995 o Uruguai semeou 183.500ha (Tabela 7) de trigo e colheu420.400 toneladas. A indústria moageira é composta por 21 unidades, com capacidadeinstalada de 560 mil toneladas, moendo em média 100 toneladas/dia, de acordo com oinformativo da Associação Latino Americana da Indústria de Moagem (ALIM). O consumoanual de trigo situa-se em 370.000 toneladas, e o país é considerado auto-suficiente.Motivados pelas cotações do trigo no primeiro semestre deste ano, os triticultoresuruguaios semearam 260 mil ha, e deverão colher na safra 96/97 aproximadamente 610mil toneladas com custos diretos estimados em US$ 251,31/ha. A Central Cooperativa deGrãos, concentra 35% da produção e 50 a 90% das exportações.

Tabela 7 - Área, produção e rendimento de trigo no Uruguai

Safra Área Sem. (ha) Produção (t) Rendimento (kg/ha)

1989/90 227.890 542.378 2.380

1990/91 224.590 415.716 1.851

1991/92 116.265 187.535 1.613

1992/93 148.014 340.912 2.303

1993/94 185.000 320.000 1.730

1994/95 189.064 447.497 2.637

1995/96 183.500 420.400 2.291

1996/97* 260.000 610.100 2.346

Fonte: MGAP.

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5 MILHO

5.1 Brasil

Nos últimos 4 anos, incluindo-se as projeções para a safra 96/97, aprodução média mundial de milho é de 529,28 milhões de toneladas, sendo os EstadosUnidos responsáveis por 39,68% e a China por 20,35% do total produzido. Neste períodoo Brasil participa com 6,48% do total produzido no mundo.

Nestes mesmos 4 anos, a média de exportações mundiais atingiram 70,27milhões de toneladas, das quais 68,87% foram exportadas pelos Estados Unidos,enquanto o Brasil, terceiro maior produtor mundial, depois de ter deixado de exportar por12 anos, graças aos preços elevados no mercado internacional na safra 95/96, exporta607.600 toneladas, conforme consta na Tabela 8. Na bolsa de Buenos Aires, no primeirosemestre de 1996, a cotação média do milho foi de US$ 176,20/t., e na Bolsa de Chicagochegou a US$ 166,44/t., preço superior em 67,89% a média anual do período 1982 até1995. Das 1.710.800 toneladas de milho que o Brasil importou nos últimos 3 anos(94/96), 65,7% foram da Argentina e 14,42% do Paraguai.

De 1990 até 1995 (5 safras), a região Sul foi responsável por 49,3% daprodução nacional oriunda da 1ª safra (28,9 milhões de t.), o Sudeste por 25,9%, oCentro-Oeste por 15,9%, o Nordeste por 6,3% e a região Norte com apenas 2,6%. Nesteperíodo a produção da segunda safra brasileira foi em média igual a 2.530.600 toneladasem uma área média cultivada de 1.295.900ha.

No período 91/92 a 95/96, a área média cultivada no Brasil, na primeirasafra, foi de 12.436.900ha, com rendimento de 2.434kg/ha, destacando-se a regiãoCentro-Oeste com 3.646kg/ha e o estado do Paraná com 3.352kg/ha. O estado do RioGrande do Sul teve uma área média de 1.783.900 ha e rendimento igual a 2.657kg/ha.

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Tabela 8 - Oferta e demanda de milho no Brasil (1.000/t)

Safra E. Inicial Produção Import. Suprim. Consumo Export. E. Final

Média* 1.783,2 23.703,0 606,6 26.091,1 24.045,9 94,4 1.950,7

92/93 3.489,0 29.207,4 1.497,9 34.194,3 30.775,0 - 3.419,3

93/94 3.419,3 33.173,5 1.568,6 38.161,4 32.732,0 - 5.429,4

94/95 5.429,4 37.441,9 984,1 43.855,4 35.514,2 - 8.341,2

95/96 8.341,2 32.404,7 376,7 41.122,6 36.224,5 607,6 4.290,5

96/97 4.290,5 36.142,4 350,0 40.782,9 36.949,0 200,0 3.633,9

Média 4.999,3 33.674,0 955,5 39.623,3 34.438,9 161,5 5.022,9

(*) Período 1982/92.Fonte: CONAB/DIPLA.

Estima-se que 80% do milho consumido no Brasil destina-se a alimentaçãoanimal. O consumo de rações industriais em 1996 foi da ordem de 27,70 milhões detoneladas, sendo a avicultura (corte e postura) responsável por 63% do consumo, asuinocultura por 28%, a bovinocultura leiteira 5%, pequenos animais 2% e eqüinos 1%.Como o milho representa 60% da ração industrial, pode-se estimar que este segmento éresponsável pelo processamento de 16,62 milhões de toneladas do cereal.

A Associação Brasileira da Industria do Milho (ABIMILHO), com 17empresas associadas, é responsável por 90% do processamento do milho industrializadono país. O parque moageiro tem capacidade instalada para 7 milhões de toneladasanuais, mas opera com 30% de ociosidade.

5.2 Argentina

A produção de milho na Argentina se dá principalmente na regiãopampeana e na safra 1996/97 deverá chegar a 13,5 milhões de toneladas na área de3.800.000ha semeados. Nos últimos 4 anos, incluindo-se as projeções para safra 96/97,a Argentina é responsável por 2,14% da produção mundial de milho e por 8,95% dasexportações, ocupando o segundo lugar no comércio internacional. A partir de 1990 senota uma tendência de maiores produções, principalmente devido aos maioresrendimentos alcançados pela melhor tecnologia empregada, como o uso de fertilizantes,que na safra 95/96 atingiu 1.500.000ha. A expectativa para a safra 96/97 é atingir4.350kg/ha. Do total consumido (Tabela 9), aproximadamente 70,22% destina-se àalimentação animal.

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Tabela 9 - Oferta e demanda de milho na Argentina (milhões de t)

Safra E. Inicial Produção Consumo Exportação E. Final

93/94 0,87 10,00 5,77 4,20 1,00

94/95 1,00 11,1 5,10 6,00 1,00

95/96 1,00 10,70 4,40 6,90 0,40

96/97* 0,40 13,50 5,00 8,25 0,65

Média 0,82 11,32 5,07 6,33 0,76

(*) Projeção.Fonte: USDA (10.01.97).

Referente a safra 95/96, aproximadamente 3,95% do consumo internodestinou-se a moagem seca e 16,74% a moagem úmida.

Na década de 70 as exportações argentinas, na sua maior partedestinavam-se ao continente europeu, passando para a Ex-URSS., Irã e México nos anos80, para na atualidade ter o Brasil como principal comprador (14% em 1995), seguido doIrã (11%) e Malásia (10%) entre outros como Peru, China, Indonésia e Venezuela.

Os custos diretos (preparo do solo, agroquímicos e sementes) paraproduzir milho na região norte de Buenos Aires e Santa Fé são da ordem de US$152,45/ha o que representa aproximadamente US$ 35,05/t. se o rendimento atingir4.350kg/ha sem o emprego de fertilizantes.

5.3 Paraguai

No período de 1990 a 1995 (6 safras) a produção média de milho foi de617.817 toneladas e o consumo nacional de 557.732 toneladas (Tabela 10). Para a safra1996/97 estima-se a produção de milho em 450.000 toneladas.

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Tabela 10 - Oferta e demanda de milho no Paraguai (toneladas)

Ano Produção Importação Exportação Consumo

1990 1.138.900 - 500 1.138.400

1991 401.300 73 514 400.859

1992 449.700 - 600 449.100

1993 439.100 10 1.883 437.227

1994 461.700 1.753 75.750 387.703

1995 816.200 2.270 285.250 533.220

5.4 Uruguai

A produção de milho no Uruguai no período de 1990 até 1995 (6 safras) foide 112.019 toneladas para um consumo aparente de 177.907,5 toneladas (Tabela 11).

Tabela 11 - Oferta e demanda de milho no Uruguai (toneladas)

Ano Produção Exportação Importações Consumo

1990 112.313 9,72 49.219,63 161.522,91

1991 123.747 660,55 39.060,00 162.146,45

1992 115.816 16,50 55.212,15 171.011,65

1993 128.299 20,25 46.662,51 174.941,26

1994 83.155 3,36 139.446,00 222.597,64

1995 108.784 0,00 66.441,00 175.225,00

Fonte: Comércio Exterior del BROU.

Para a safra 1996/97 espera-se uma produção de 146.118 toneladas e oscustos diretos para uma tecnologia melhorada é de US$ 267,82/ha.

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6 SOJA

6.1 Brasil

Nos últimos 4 anos, incluindo-se as projeções para 96/97, a produçãomundial de soja em média chega aos 127,92 milhões de toneladas. Neste período oBrasil deverá produzir 25,0 milhões de toneladas (19,55%), se confirmar a produção de26,0 milhões de toneladas para 96/97 (Tabela 12). As exportações mundiais de grãosomaram 31,44 milhões de toneladas, e a produção nacional contribuirá com 12,89%.

O total das exportações brasileiras somaram US$ 47,747 bilhões em1996, enquanto os produtos básicos chegaram a US$ 12,184 bilhões (25%). O complexosoja exportou US$ 4,4 bilhões, ou seja, 9,2% e 36% do total e dos produtos primáriosrespectivamente.

A lavoura está bem distribuída espacialmente, com 55% na região Sul e45% no cerrado.

Tabela 12 - Oferta e demanda de soja em grão (mil toneladas)

Período Produção Importação Esmag. Consumo Exportação

80/85 15.291,8 549,8 13.137,4 14.143,5 1.625,3

85/90 18.645,3 186,3 14.290,4 15.732,8 3.107,9

90/91 15.394.9 281.8 13.057,0 14.019,8 1.926,9

91/92 19.418,6 595,4 14.756,0 16.117,5 3.736,9

92/93 23.042,0 10,0 16.711,0 18.296,8 4.159,0

93/94 25.059,1 881,5 18.736,0 20.446,1 5.361,7

94/95 25.934,1 801,6 21.599,0 23.537,0 3.519,6

95/96 23.189,7 1.000,0 19.400,0 21.200,5 3.200,0

90/96 22.006,4 594,9 17.386,5 18.936,6 3.650,7

Fonte: CONAB, SECEX, ABIOVE.

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O país é o segundo maior consumidor de óleo de soja do mundo (Tabela13), com um crescimento de 6,4% nos últimos 3 anos (93/96) sobre o consumo de 92/93.O seu crescimento ao longo dos últimos dez anos se deu principalmente no setor dehidrogenados, devido à modernização da indústria alimentícia. Ocupa, conforme oDepartamento de Agricultura dos Estados Unidos, o segundo lugar nas exportaçõesmundiais, com média de 1.550.000 toneladas nos últimos 3 anos.

Também é o segundo maior consumidor de farelo (Tabela 14), com umamédia de 4.846.333 toneladas entre 93/94 até 95/96 (3 anos), superior em 37,68% aoconsumo de 92/93, principalmente pelo aumento na produção de carnes de aves quepassou de 3.143.000 toneladas em 1993 para 4.500.000 toneladas em 1996. É o maiorexportador de farelo, ocupando 35% do mercado internacional. Por outro lado, acapacidade da indústria nacional, concentrada principalmente no estado do Paraná (31%)e Rio Grande do Sul (25%), está estimada em 35 milhões de toneladas e com umaociosidade que atinge 40% do seu parque industrial.

Tabela 13 - Oferta e demanda de óleo de soja (mil toneladas)

Período E. Inicial Produção Importação Consumo Exportação

90/91 137,0 2.480,8 77,3 2.145,0 408,1

91/92 142,0 2.803,6 112,1 2.269,4 650,4

92/93 137,9 3.186,5 94,0 2.380,5 759,7

93/94 278,2 3.559,8 270,3 2.400,0 1.544,2

94/95 164,1 4.103,8 218,3 2.600,0 1.759,0

95/96 127,2 3.686,0 250,0 2.600,0 1.320,0

90/96 164,4 3.303,4 170,3 2.399,2 1.073,6

Fonte: CONAB, SECEX, ABIOVE.

O complexo soja, que naturalmente tem tarifa de importação de 0% para oMercosul, possui Tarifa Externa Comum (TEC) de 8% para o grão, 6% para o farelo e10% para o óleo. Com a liberação do comércio exterior e a retirada do ICMS nasexportações2, tendem a ampliar as vendas externas do grão, aumentando a disputa entreas indústrias de esmagamento que operam no país e melhorando a remuneração aoprodutor que deverá receber aproximadamente 86% do preço FOB contra os 73% querecebia antes da isenção. Na Argentina, o produtor recebe 90% da cotação FOB e nosEstados Unidos chega a 94%.

O Brasil, além das barreiras tarifárias sobre o óleo de soja impostas pelaEuropa (3,95%), Japão (3,03%) e Estados Unidos (12,44%), tem ainda um sistema detransporte e portuário oneroso para as exportações. Nosso custo de embarque fica entre

2 Anteriormente o ICMS era de 13% para o grão, 11% para o farelo e 8% para o óleo.

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US$ 8,0 a 10,0 por tonelada, enquanto nos Estados Unidos e na Argentina situa-se nafaixa dos US$ 2,0 a 3,0.

Tabela 14 - Oferta e demanda de farelo de soja (mil toneladas)

Período E.Inicial Produção Consumo Exportação E. Final

80/85 442,6 10.378,5 2.252,1 8.137,0 432,0

85/90 324,3 11.289,4 2.890,7 8.358,4 364,5

90/91 686,0 10.315,0 3.329,1 7.341,9 330,0

91/92 330,0 11.657,0 3.310,7 8.348,6 327,9

92/93 327,9 13.249,1 3.520,0 9.571,2 485,8

93/94 485,8 14.801,4 4.460,0 10.506,6 325,6

94/95 325,6 17.063,2 4.990,0 11.745,1 682,8

95/96 682,8 15.326,0 5.089,0 10.500,0 449,8

90/96 473,0 13.735,3 4.116,5 9.668,9 433,7

Fonte: CONAB, SECEX, ABIOVE.

6.2 Argentina

A Argentina que deve produzir 12.400.000 toneladas nos 6.159.500ha aserem colhidos (2.013kg/ha) na safra 96/97, participa com aproximadamente 10% daprodução mundial e com 8% das exportações do grão. O cultivo da soja tem registradoum crescimento contínuo nos últimos 15 anos quando ocupava apenas 1.900.000ha. Aexpansão da área tem sido acompanhada pelo crescimento da indústria produtora deóleo, cuja capacidade atual de esmagamento, considerando-se soja e girassol, é de 17,6milhões de toneladas distribuídas em 36 indústrias, sendo 65% da capacidade deesmagamento concentrada em 10 delas. Esta indústria apresentava em 1995 umacapacidade ociosa de 16,42%.

As exportações de grãos mostram uma tendência de redução nos últimosanos (Tabela 15), confirmando que a participação argentina é realmente importante nocomércio mundial de subprodutos da soja. A taxação da soja é de 3,5% para o grão,nenhuma para os derivados, com bônus de 1,4% para o óleo destinado ao mercadoexterno.

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Tabela 15 - Oferta e demanda de soja em grão na Argentina (em milhões de toneladas)

Item 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97*

E. Inicial 3,70 3,80 4,77 4,63

Produção 12,40 12,65 12,64 12,40

Importação 0,00 0,00 0,00 0,00

Consumo 9,22 9,17 10,58 10,80

Exportação 3,07 2,50 2,20 2,30

E. Final 3,80 4,77 4,63 4,53

(*) Projeção.Fonte: USDA.

A Argentina ocupa o segundo lugar nas exportações mundiais de farelo desoja, com 23,49% do mercado nas últimas 4 safras (Tabela 16), incluindo-se asprojeções para 96/97, exportando neste período uma média de 7,42 milhões detoneladas, cujo principal destino é a União Européia.

Tabela 16 - Oferta e demanda de farelo de soja (em milhões de toneladas)

Item 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97*

E. Inicial 0,48 0,70 0,77 0,68

Produção 7,08 7,2 8,16 8,40

Consumo 0,25 0,22 0,25 0,25

Exportação 6,76 6,73 8,00 8,20

E. Final 0,70 0,77 0,68 0,64

(*) Projeção.Fonte: USDA.

A Argentina ocupa o primeiro lugar nas exportações mundiais de óleo desoja, com 28,84% deste mercado (Tabela 17), tendo exportado em média 1,57 milhõesde toneladas nos 4 últimos anos para o Irã, Peru, China, Índia entre outros. Com umpequeno consumo interno de óleo de soja, pois a preferência recai sobre o girassol,exporta 95% do que produz.

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Tabela 17 - Oferta e demanda de óleo de soja (em milhões de toneladas)

Item 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97*

E. Inicial 0,21 0,21 0,13 0,15

Produção 1,52 1,50 1,75 1,80

Consumo 0,07 0,08 0,08 0,08

Exportação 1,45 1,50 1,65 1,70

E. final 0,21 0,13 0,15 0,16

(*) Projeção.Fonte: USDA.

Na região norte de Buenos Aires e no sul da Província de Santa Fé, asdespesas diretas para produzir soja chegam a US$ 183,76/ha, distribuídos em preparo dosolo, semeadura, tratos culturais e operação de colheita (50%), sementes (17%) eprodutos fitossanitários (33%).

6.3 Paraguai

O Paraguai espera colher na safra 96/97, aproximadamente, 2.500.000toneladas de soja nos 800.000 a 840.000ha semeados com esta oleaginosa, querepresenta 30% das exportações do país. A produção desta leguminosa, a partir de 1991,vem apresentando tendência de crescimento (Tabela 18).

Tabela 18 - Produção, comércio e consumo aparente de soja no Paraguai

Safra Produção (t) Importação (t) Exportação (t) Consumo (t)

1990 1.794.600 - 1.640.773 153.827

1991 1.034.700 7.680 1.029.223 13.157

1992 1.193.100 4.101 827.466 368.735

1993 1.793.500 566 1.360.434 433.632

1994 1.795.800 53 1.175.934 619.919

1995 2.212.100 326 921.923 1.290.503

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6.4 Uruguai

País com pouca tradição no cultivo de soja, vem reduzindo a área cultivadaa partir dos anos 90, devendo repetir na safra 96/97 a mesma produção de 14.000toneladas obtidas na safra anterior (Tabela 19).

Tabela 19 - Área, produção e rendimento da soja no Uruguai

Safra Área Sem. (ha) Produção (t) Rendimento (kg/ha)

1985/86 25.633 42.677 1.665

1986/87 32.141 39.123 1.217

1987/88 32.541 48.944 1.504

1988/89 55.025 42.819 778

1989/90 38.359 40.461 1.055

1990/91 18.562 15.387 829

1991/92 9.000 16.500 1.833

1992/93 8.750 17.500 2.000

1993/94 12.000 22.200 1.850

1994/95 13.000 19.674 1.513

1995/96 8.000 14.000 1.750

Fonte: MGPAP.

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7 FEIJÃO

7.1 Brasil

A produção mundial de feijão nos últimos 4 anos (93/96) foi em média de17.421.825 toneladas, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação eAgricultura (FAO). O Brasil, segundo maior produtor, foi responsável por 16,97%, seguidopela China (11%), México (7,77%), e Estados Unidos (7,1%). A Índia, maior produtormundial, respondeu por 23,76% do total produzido no mundo neste período.

Nos últimos anos, o consumo de feijão no Brasil passou de 2.600.900toneladas (92/93) para 3.350.000 (95/96), porém com o consumo per capita variandopouco, pois passou de 17,95kg (1991) para 21,49kg em 1995 (Tabela 20).

Tabela 20 - Oferta e demanda total de feijão no Brasil (mil toneladas)

Safra E. Inicial Produção Importação Consumo Exportação E. Final

1982/87 329,4 2.231,7 41,9 2.375,7 7,7 219,6

1987/88 106,3 2.752,0 10,0 2.600,0 3,0 265,3

1988/89 265,3 2.386,4 25,0 2.600,0 0,0 76,7

1989/90 76,7 2.339,9 70,3 2.370,8 0,0 116,1

1990/91 116,1 2.806,2 88,6 2.638,1 0,0 372,8

1991/92 372,8 2.902,4 57,7 2.795,6 0,0 537,3

Média 187,4 2637,4 50,3 2.600,9 0,6 273,6

1992/93 537,3 2.379,1 54,9 2.771,8 0,0 199,5

1993/94 199,5 3.244,1 156,4 3.200,0 0,0 400,0

1994/95 400,0 3.157,8 189,5 3.350,0 0,0 397,3

1995/96 397,3 3.044,2 150,0 3.250,0 0,0 341,5

1996/97* 341,5 3.229,2 150,0 3.300,0 0,0 420,7

Média 375,1 3.010,9 140,2 3.174,4 0,0 351,8

(*) Estimativa. Fonte: CONAB/DIPLA.

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A área média cultivada no país no período 91/96 (5 safras) foi de5.102.844ha, e a região Nordeste foi responsável por 49,98%, enquanto a região Sulrespondeu por 23,41% e o estado do Paraná, maior produtor com 11,89% da área.Quanto à produção, o Nordeste contribuiu com 32,91%, a região Sul com 31,94% e oParaná com 16,01%.

No Brasil, existem 3 safras distintas. A primeira safra (Tabela 21), plantadade agosto a dezembro, está concentrada nas regiões Sul, Sudeste e Sul da Bahia. Acolheita tem início no mês de novembro, concentrando-se em dezembro e janeiro.

Tabela 21 - Área, produção e rendimento do feijão 1ª safra no Brasil

Safra Área (ha) Produção (t) Rendimento (kg/ha)

1987/88 1.967.500 1.184.400 600

1988/89 1.567.200 823.000 525

1989/90 1.704.400 911.000 534

1990/91 1.880.500 1.069.800 569

1991/92 1.948.800 1.292.300 663

Média 1.813.680 1.055.300 582

1992/93 1.884.300 1.234.100 655

1993/94 1.821.300 1.151.700 632

1994/95 1.669.200 1.007.400 604

1995/96 1.685.800 937.100 556

1996/97* 1.637.000 1.130.100 690

Média 1.739.520 1.092.080 628

(*) Estimativa.Fonte: CONAB/DIPLA.

A segunda safra (Tabela 22), plantada entre janeiro e julho está distribuídaem todos os estados, mais concentrada no Nordeste onde é cultivado o feijão macaçar(feijão-de-corda), de consumo local.

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Tabela 22 - Área, produção e rendimento do feijão 2ª safra no Brasil

Safra Área (ha) Produção (t) Rendimento (kg/ha)

1987/88 3.709.000 1.416.600 382

1988/89 3.483.500 1.317.700 375

1989/90 3.128.200 1.180.100 377

1990/91 3.394.600 1.452.700 423

1991/92 3.284.000 1.300.500 396

Média 3.399.860 1.331.520 392

1992/93 2.318.700 781.800 337

1993/94 3.581.300 1.797.600 502

1994/95 3.622.900 1.839.600 508

1995/96 3.413.000 1.796.800 526

Fonte: CONAB/DIPLA.

A terceira safra (Tabela 23), cultivada de maio a agosto, dividi-se em safrairrigada e de sequeiro. Está concentrada em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia.

Tabela 23 - Área, produção e rendimento do feijão 3ª safra no Brasil

Safra Área (ha) Produção (t) Rendimento (kg/ha)

Média (87/92) 206.200 248.260 1.204

1992/93 255.500 363.100 1.421

1993/94 241.800 295.000 1.220

1994/95 212.700 310.800 1.461

1995/96 190.200 310.300 1.631

Fonte: CONAB/DIPLA.

7.2 Argentina

A Argentina ocupa o segundo lugar na produção de feijão dentro doMercosul, com 196.125 toneladas como média do período compreendido entre 1992 e1996 (4 safras). Cultivou 189.025ha e obteve um rendimento médio de 1.037,56kg/ha,segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Com

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um consumo interno estimado em apenas 3.000 toneladas (0,3Kg/hab/ano), destina amaior parte da sua produção ao mercado externo e tem no Brasil o seu principal cliente,responsável pela aquisição de 38% do total exportado (94/95). O segundo maiorimportador do feijão argentino é a Espanha (23%), seguindo-se a Venezuela (12%). Alémda Província de Salta, responsável por aproximadamente 77% da produção, o cultivo defeijão acontece em Santiago del Estero, Jujuy, Tucumán, Córdoba, La Rioja, Catamarca eMissiones. Estima-se que 52% da área plantada seja com feijão preto, 45% com “alubia”e o restante com outros tipos de feijão de cores.

7.3 Paraguai

Segundo a FAO, a produção de feijão no Paraguai foi de 46.323 toneladasem média no período de 1992 até 1996 (4 safras). A área cultivada foi de 65.089ha e orendimento alcançado de 711,68kg/ha em média.

7.4 Uruguai

A produção de feijão no Uruguai tem pouca expressão, pois cultivaaproximadamente apenas 4.900ha e produz 3.000 toneladas desta leguminosa, comrendimento médio de 612,24Kg/ha conforme os dados divulgados pela FAO.

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8 ARROZ

8.1 Brasil

Nas últimas 5 safras, a produção mundial de arroz beneficiado foi emmédia de 364,06 milhões de toneladas, o consumo de 365,95 milhões, as exportações de18,32 milhões e os estoques finais situaram-se em 50,97 milhões de toneladas. A China,maior produtor mundial, colheu, nas safras 94/97, 128,27 milhões de toneladas de arrozbeneficiado, enquanto que a Tailândia, o maior exportador do mundo, teve uma produçãomédia de 16,95 milhões de toneladas.

Incluindo-se as estimativas para a safra 96/97, a produção brasileira dearroz em casca no período 92/97 é de 10.252.060 toneladas, para um consumo de11.627.540 toneladas. As importações atingiram 1.195.000 toneladas (Tabela 24).Estima-se que o consumo per capita de arroz no Brasil é de 74,6kg/hab./ano.

Tabela 24 - Oferta e demanda de arroz em casca no Brasil (mil toneladas)

Safra Produção Importação Consumo Exportação

1982/87 9.273,2 673,0 9.650,0 6,0

1987/92 10.184,3 637,8 10.970,4 7,6

1992/93 9.902,8 880,9 11.445.5 5,7

1993/94 10.522,8 1.565,5 11.560,0 3,9

1994/95 11,237,3 978,6 11.617,8 34,7

1995/96 10.061,6 1.000,0 11.710,0 5,0

1996/97* 9.535,8 1.550,0 11.804,4 5,0

(*) Projeção.Fonte: CONAB/DIPLA.

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O estado do Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de arroz, tendocolhido nas últimas 3 safras uma média anual de 4.434.179 toneladas, alcançando umrendimento de 5.068kg/ha nos 874.901ha colhidos (irrigado e sequeiro). A área cultivadacom irrigação neste estado foi de 858.149ha (94/97), com uma produção de 4.406.662toneladas e rendimento igual a 5.135kg/ha. No Brasil, entre 1991 até 1996 (5 safras), aárea média cultivada foi de 4.307.400ha e o rendimento de 2.406kg/ha. No Rio Grandedo Sul, segundo o consultor agroeconômico Carlos Cogo, são 882 engenhos de arrozcadastrados no Instituto Riograndense do Arroz (IRGA), mas apenas 446 encontram-seem atividade. Destes, 283 beneficiam uma média mensal inferior a 5.000 sacas (50 kg)de arroz em casca. Com média de beneficiamento mensal superior a 10.000 sacas são148 engenhos. A mesma fonte considera com viabilidade econômica aqueles engenhosque beneficiam em média pelo menos 10.000 sacas de arroz em casca mensalmente.

8.2 Argentina

O cultivo do arroz na Argentina tem se expandido na atual década bemcomo as suas exportações que passaram de 100.000 toneladas para 400.000 toneladasentre 1990 e 1996 (Tabelas 25 e 26), tendo o Brasil como seu principal cliente (80%).

O consumo per capita na Argentina está estabilizado ao redor de 11kg porano, e a sua indústria constituída de 90 moinhos, possui uma capacidade de 960.000toneladas, operando com apenas 81% das suas possibilidades. Da capacidade instalada,47% está concentrada em 10 empresas.

Na região central de Entre Rios, o arroz irrigado com água de poçosprofundos, tem custos diretos de aproximadamente US$ 518,27/ha, cabendo à irrigação51%, aos trabalhos 25%, às sementes 12%, aos produtos fitossanitários 9% e aosfertilizantes 3%. Na região de Corrientes, com irrigação por bombeamento, os custosdiretos são da ordem de US$ 339,98/ha. A irrigação contribui com 32%, as operaçõescom 27%, as sementes com 21%, os produtos fitossanitários com 11% e os fertilizantescom 9%.

Tabela 25 - Oferta de demanda de arroz beneficiado na Argentina (mil toneladas)

Safra E. Inicial Produção Consumo Exportação

1993/94 31,5 393,9 190,0 206,4

1994/95 29,1 601,9 200,0 406,0

1995/96 25,0 637,0 210,0 432,0

1996/97* 20,0 650,0 210,0 440,0

(*) Projeção.Fonte: SAPyA.

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Tabela 26 - Área, produção e rendimento do arroz em casca na Argentina

Item 1992/93 1993/94 1994/95 1995/96*

Área (ha) 139.650 141.340 184.000 193.000

Produção (t) 608.300 608.000 926.000 984.000

Rendimento (kg/ha) 4.355,89 4.301,68 5.032,61 5.098,45

(*) Projeção.Fonte: FAO.

8.3 Uruguai

A produção e as exportações de arroz no Uruguai vem crescendo nosúltimos anos, sendo o Brasil o principal mercado para seus excedentes exportáveis(Tabelas 27 e 28). Tem o menor consumo per capita do Mercosul com apenas6kg/hab./ano.

Tabela 27 - Oferta e demanda de arroz em casca no Uruguai (toneladas)

Safra Produção Consumo Sementes Exportação

1990/91 520.606 50.865 27.708 400.556

1991/92 618.708 47.338 29.863 525.656

1992/93 699.294 51.572 29.553 645.945

1993/94 625.238 48.133 32.164 525.369

1994/95 808.344 55.780 33.000 667.305

Fonte: MGAP.

Tabela 28 - Área, produção e rendimento do arroz em casca no Uruguai

Item 1992/93 1993/94 1994/95 1995/96*

Área (ha) 126.000 136.620 146.200 150.000

Produção (t) 650.000 624.000 804.000 950.000

Rendimento (kg/ha) 5.158,73 4.568,60 5.499,32 6.333,33

(*) Projeção.Fonte: FAO.

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8.4 Paraguai

O cultivo de arroz no Paraguai atende a demanda interna com pequenossaldos exportáveis em alguns anos (Tabelas 29 e 30).

Tabela 29 - Oferta e demanda de arroz em casca no Paraguai (toneladas)

Ano Produção Importação Exportação Consumo

1990 85.700 - 1.800 83.900

1991 43.200 1 25 43.176

1992 54.000 40 692 53.348

1993 78.100 136 2.360 75.876

1994 81.700 6 900 80.806

1995 91.300 1.432 - 92.732

Fonte: MAG.

Tabela 30 - Área, produção e rendimento do arroz em casca no Paraguai

Item 1992/93 1993/94 1994/95 1995/96*

Área (ha) 45.000 47.000 48.000 48.000

Produção (t) 116.604 122.103 125.000 125.000

Rendimento (Kg/ha) 2.591,20 2.597,94 2.604,17 2.604,17

(*) Projeção.Fonte: FAO.

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9 CEVADA

9.1 Brasil

Entre 1993/96 (4 safras), a produção média de cevada no mundo foi daordem de 159,8 milhões de toneladas. A Europa, nesse período, produziu 57,8 milhõesde toneladas (36,7%), e a extinta URSS colheu 29,54% do total mundial, enquanto que aAmérica do Sul apenas 1,1 milhão de toneladas ou 0,69%. Neste período as importaçõesmundiais foram 14,1 milhões de toneladas, ou 8,82% do total produzido.

No Brasil, em 1987, a produção de cervejas atingiu 4,7 bilhões de litros, esegundo as estimativas do Sindicato Nacional das Cervejas (Sindicerv), a produção em1996 alcançou 8,0 bilhões de litros, elevando o consumo per capita de 30 para 50 litros egerando uma receita bruta de US$ 8,8 bilhões. O consumo de malte está estimado emaproximadamente 950.000 toneladas anuais (75% importado), sendo que 99% destevolume destina-se ao fabrico de cervejas e 1% para a indústria alimentícia, demandandouma quantidade por volta de 1.200.000 toneladas de cevada por ano. A produção decevada no Brasil (Tabela 31) se dá em aproximadamente 4.600 unidades agrícolascontratadas pelas indústrias nos três estados do Sul, onde a produção gaúcha ocupa oprimeiro lugar, seguida pela paranaense.

São três as empresas fabricantes de malte no país (Agromalte, Antarcticae Brahma), com quatro plantas industriais, capazes de produzir 260.000 toneladas anuaisde malte3. Atualmente são 55 fábricas de cerveja em atividade no Brasil, sendo 36exclusivas e 19 mistas (produzem também outros tipos de bebidas como refrigerantes).Com o crescimento do consumo, o setor cervejeiro nacional está investindo na instalaçãode novas fábricas e na modernização das já existentes. O maior consumo de cerveja éno estado de São Paulo com 27,9% do total nacional, seguido do Rio de Janeiro com16,3% e Minas Gerais com 11,3%. Na Bahia são consumidos 6%, no Paraná 5% e no RioGrande do Sul 3,3%.

3 Entrevista com Dr. Gerardo Arias, pesquisador da EMBRAPA - CNPT.

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Tabela 31 - Área, produção e rendimento de cevada no Brasil

Safra Área (ha) Produção (t) Rendimento (kg/ha)

Média (87/91) 99.540 173.460 1.742,62

1992 68.100 131.800 1.935,39

1993 57.000 109.800 1.926,32

1994 68.400 146.200 2.137,43

1995 68.300 112.400 1.645,68

1996 85.575 223.960 2.617,12

Média 69.475 144.832 2.084,66

Fonte: CONAB/DIPLA.

9.2 Argentina

Na Argentina o cultivo da cevada vem se expandindo (Tabela 32). Écultivada na região pampeana, sendo a Província de Buenos Aires a zona principalprodutora. País com um consumo per capita de cerveja na ordem de 33 litros anuais,vende para o Brasil a totalidade do saldo exportável (Tabela 33) do malte produzido, bemcomo a maior parte da cevada em grão destinada ao mercado externo.

Tabela 32 - Área, produção e rendimento de cevada na Argentina

Item 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97*

Área (ha) 196.000 147.000 217.000 300.000

Produção (t) 455.000 341.000 384.000 600.000

Rendimento (kg/ha) 2.321 2.320 1.770 2.000

(*) Projeção.Fonte: FAO.

Na Argentina existem 5 maltarias (1996) com uma capacidade deprodução de 361.900 toneladas de malte, devendo expandir-se nos próximos anos com ainstalação de novas indústrias como a Cargill, que deverá construir uma fábrica na cidadede Bahía Blanca, com capacidade de produção da ordem de 85.000 toneladas de maltepor ano. As fábricas de cerveja são em número de 13 com capacidade de produzir 2,032bilhões de litros (1995).

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Os custos diretos de produção de cevada cervejeira na região sudeste deBuenos Aires chegam a US$ 99,61/ha. Os trabalhos de preparo de solo, semeadura ecolheita alcançam 71% do total, as sementes 24% e os produtos fitossanitários 5%.

Tabela 33 - Oferta e demanda de cevada cervejeira e malte na Argentina (mil toneladas)

Item 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97

Produção 455 341 385 600

Industrialização 305 280 285 390

Sementes e outros 40 40 50 40

Saldo exportável 100 20 50 170

Malte

Produção 223 215 220 330

Saldo exportável 97 80 85 210

Fonte: SAPyA.

9.3 Uruguai

No período de 1991/95 (5 safras), em média o Uruguai exportou 33.863toneladas de grãos de cevada e 109.507 toneladas de malte. Com a área cultivadatendendo manter-se estável, obtém rendimentos superiores àqueles alcançados pelaArgentina e Brasil (Tabela 34).

Tabela 34 - Área, produção e rendimento de cevada no Uruguai

Item 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97*

Área (ha) 78.792 83.000 140.000 146.100

Produção (t) 140.000 195.299 333.506 373.870

Rendimento (kg/ha) 1.777 2.353 2.382 2.559

(*) Projeção.Fonte: FAO.

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9.4 Paraguai

No Paraguai o cultivo da cevada praticamente não tem expressão e sabe-se apenas que o país importa pequenas quantidades, como 166 toneladas em 1994 eapenas 7 no ano de 1995.

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10 GIRASSOL

10.1 Argentina

País com a maior produção mundial (Tabela 35), é o único com expressãoneste cultivo no âmbito do Mercosul. Produziu 19,33% do total mundial de grão noperíodo 1992/96 (5 safras). É também responsável por aproximadamente 50% dasexportações mundiais de óleo (Tabela 36). O consumo argentino de óleo de girassol em1995 foi de 636.000 toneladas, superando em 5 vezes o total de óleo de soja consumidointernamente.

Tabela 35 - Área, produção e industrialização de girassol na Argentina

Item 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97

Área (ha) 2.300.000 2.070.000 2.800.000 3.200.000

Produção (t) 3.100.000 3.850.000 5.900.000 5.600.000

Esmagamento (t) 2.850.000 3.240.000 4.951.000 5.000.000

Fonte: USDA.

Tabela 36 - Produção, exportação e estoque final de óleo de girassol na Argentina

Item 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97

Produção (t) 1.112.000 1.280.000 1.980.000 2.000.000

Exportação (t) 775.000 920.000 1.556.000 1.510.000

Estoque final (t) 106.000 76.000 81.000 91.000

Fonte: USDA.

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11 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Efetivamente, foi a partir de 1990 que o Brasil passou a adotar políticas deabertura da economia, eliminando barreiras impeditivas à importação de bensprocessados e semiprocessados, trazendo como resultado a redução da alíquota médiade importação para 14,2% em 01.7.93. Com a entrada em vigor da Tarifa ExternaComum (TEC) do Mercosul em 01.01.95, a alíquota média reduziu-se para 12,6%, cujaamplitude tarifária passou a ser de 0% a 20%, sem considerar a lista brasileira deexceções que compreende 1.522 itens da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Asalíquotas do Imposto de Importação desta lista, deverão convergir até o ano 2006 para osníveis estabelecidos na TEC.

O Mercosul, que em 1990 participava com 1,10% no comércio mundial,passou para 1,46% no ano de 1996. Das exportações brasileiras, apenas 4,20% tiveramcomo destino o Mercosul em 1990. Em 1996 passaram para 15,30%. Por outro lado asimportações brasileiras passaram de 11,23% em 1990 para 15,50% em 1996. Ocrescimento em valores dispendidos com os produtos importados foi de 270,48%.

Em 1990 a Argentina arrecadou US$ 12,35 bilhões com os seus produtosexportados, dos quais 14,84% provenientes do Mercosul. Para o Brasil foram exportadosUS$ 1,4 bilhão, ou seja 11,34%. Desse ano para 1996, as vendas argentinas para oexterior cresceram 92,18% (US$ 23,73 bilhões em 1996) e aquelas destinadas ao blocorepresentaram 33,22% do total. Para o Mercosul o incremento foi de 330,33% e para oBrasil 371,43%.

Das exportações paraguaias, em 1990, destinaram-se ao Mercosul 39,61%delas. Em 1996, do montante de US$ 1,03 bilhões ganhos com o comércio externo,61,90% foram originários dos seus parceiros de bloco comercial. Do total dasimportações realizadas pelo Paraguai em 1990, originaram-se do Mercosul 30,79%. Em1996 passaram para 48,68%.

O Uruguai que já exportava 34,67% dos seus produtos para os paísescomponentes do Mercosul em 1990, não promoveu alterações tão expressivas, pois suasexportações a este mercado passaram a ser 42,34% do total. Em 1990 importava 39,56%dos atuais parceiros, passando para 44,12% em 1996.

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A porcentagem das exportações destinadas ao Mercosul pelos paísesparceiros, demonstra uma dependência deste mercado (Mercosul-dependente) por partedo Paraguai, Uruguai e Argentina muito maior do que aquela do Brasil. A mesma relaçãode dependência, que pode ser explicada pela dimensão do mercado brasileiro, seapresenta também para o caso das importações.

Na atualidade (1996), dentro do Mercosul a balança comercial brasileira sóé superavitária com o Paraguai, sendo a diferença entre compras e vendas favorável aoBrasil em US$ 774 milhões. Com a Argentina, o déficit foi de US$ 1,6 bilhões e com oUruguai em US$ 121 milhões.

No caso dos principais produtos agropecuários exportados e importadospelo Brasil em 1996 o superávit comercial foi de US$ 10,48 bilhões, contrastando com odéficit da balança comercial que neste ano apresentou um saldo negativo de US$ 5,54bilhões, demonstrando a importância do setor agropecuário no comércio externo do país.

A Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil nesta uniãoaduaneira para onde foram exportados 69,45% do total. Para o Paraguai destinaram-se17,93% e ao Uruguai 12,63%. Quanto às importações brasileiras no Mercosul, 80,97%originaram-se da Argentina, 7,47% do Paraguai e 11,57% do Uruguai na média doperíodo 1992/96 (5 anos).

No tocante a agricultura, o Mercosul é responsável por 2,19% da produçãomundial de arroz, 0,55% da cevada, 18,09% do feijão, 8,37% do milho, 29,52% da soja e2,70% do trigo.

Tomando-se como referência os dados da FAO para as últimas 5 safras dearroz, feijão, milho, soja (1992/97), bem como cevada e trigo (93/97), é possível verificara participação de cada um dos países membros na área e produção dos produtosanalisados neste trabalho.

Tabela 37 - Participação em porcentagem dos países membros do Mercosul na área médiacultivada com alguns cereais e leguminosas nas últimas 5 safras

País Arroz Cevada Feijão Milho Soja Trigo

Argentina 3,87 49,29 4,00 16,30 33,07 75,13

Brasil 91,70 20,43 94,56 81,49 62,54 19,28

Paraguai 1,04 0,00 1,34 1,88 4,34 2,66

Uruguai 3,41 30,28 0,10 0,33 0,05 2,93

Fonte: FAO.

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Tabela 38 - Participação em porcentagem dos países membros do Mercosul na produçãomédia de alguns cereais e leguminosas nas últimas 5 safras

País Arroz Cevada Feijão Milho Soja Trigo

Argentina 6,95 47,59 6,87 25,34 30,46 78,30

Brasil 85,31 19,21 91,35 72,90 63,86 15,72

Paraguai 0,99 0,00 1,68 1,52 5,64 2,75

Uruguai 6,75 33,20 0,09 0,25 0,04 3,23

Fonte: FAO.

Da análise das Tabelas 37 e 38 conclui-se a hegemonia brasileira eargentina na produção de grãos dentro do Mercosul. O Brasil apresenta rendimentosuperior apenas na lavoura de soja quando comparado com aqueles obtidos nas lavourasargentinas, colhidas na sua maior parte no pampa úmido, de excelentes condiçõesedafoclimáticas, mundialmente conhecido pela topografia plana e pela alta fertilidadenatural do solo, tornando possível colheitas com menores custos à nível de unidadeprodutora.

As vantagens naturais na produção agrícola argentina, com menorescustos, lhe proporciona melhores condições de concorrência se observada unicamentesob a ótica do preço do produto primário. Entretanto, a concorrência não é construídaapenas pelas diferenças de custo no campo, mas pelo custo final dos produtosagroindustriais junto ao consumidor. Investimentos em educação dos abundantesrecursos humanos que o Brasil ainda dispõe no campo, em infra-estrutura, tecnologia eadoção de políticas fiscais, cambiais, monetárias e comerciais adequadas, tornarãomenor e menos abrangente o impacto real do Mercosul na agricultura nacional, ficandoos seus efeitos mais drásticos apenas sobre algumas cadeias agroindustriais específicas.

A idéia de que a atividade agrícola é dependente de conhecimentosgerenciais como qualquer outra, precisa ser fixada. Estes conhecimentos sãoindispensáveis para transformar os recursos produtivos numa atividade viáveleconomicamente, em condições de inserir-se de forma competitiva nos mercadosagroindustriais, capaz de atender os desejos e necessidades dos consumidores. Oconhecimento transformou-se em vantagem competitiva, capaz de superar aquelasoriundas dos recursos naturais mesmo na agricultura.

Os pequenos proprietários rurais, em particular aqueles dedicadosunicamente à produção de grãos, dificilmente sobreviverão com dignidade, se nãoagregarem valor ao seu produto, reduzirem custos através de formas associativas,alocarem a mão-de-obra disponível em atividades complementares e explorarem asoportunidades que também surgirão, através da demanda de produtos diferenciados porparte dos consumidores de alta renda. Se as regras do jogo mudaram, é melhor aprendê-las rapidamente, pois as estratégias já não serão as mesmas. Esperar pelo retorno dos“velhos tempos” é uma aposta de alto risco, provavelmente maior que a incerteza emseguir um novo caminho.

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O entendimento do Mercosul deve ser de que ele não é apenas um fim emsi mesmo, mas um instrumento para tornar possível a participação destas economias emum novo cenário mundial, onde cada vez mais a competitividade passa a ser umaexigência, da qual a agricultura não pode isolar-se. A parceria deve ter como alvo omercado dos países desenvolvidos que exibem uma agricultura protegida, voltada para asegurança alimentar, equilíbrio social e proteção ambiental. Mercados serão umaconquista e não uma concessão.

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50

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YOUNG, Edwin, SHIELDS, Dennis A. Nova lei enquadra política agrícola dospróximos sete anos. Tradução por Maria José Cyhlar Monteiro. Agroanalysis, Riode Janeiro, v.16, n.5, p. 19-24, maio 1996.

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PUBLICAÇÕES DA SÉRIE REALIDADE RURAL

VOLUME 1 ⇒ O setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas(Resumo Geral).

VOLUME 2 ⇒ O Setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas(Análises Setoriais).

VOLUME 3 ⇒ O Setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas(Análises por Atividades).

VOLUME 4 ⇒ A Incorporação de Pequenos e Médios Produtores no Processo de Integração doMERCOSUL.

VOLUME 5 ⇒ Lã e Carne Ovina: O MERCOSUL, Frente aos Maiores Produtores Mundiais.

VOLUME 6 ⇒ Sojicultura Rio-Grandense - Panorama Setorial/MERCOSUL.

VOLUME 7 ⇒ O Panorama Setorial da Bovinocultura de Corte Gaúcha no Processo de Integração doMERCOSUL. 2ª edição.

VOLUME 8 ⇒ O Panorama Setorial da Triticultura Gaúcha no Processo de Integração do MERCOSUL.

VOLUME 9 ⇒ A Suinocultura Rio-Grandense: um Panorama Setorial no MERCOSUL.

VOLUME 10 ⇒ O Panorama Setorial do Feijão no Processo do MERCOSUL.

VOLUME 11 ⇒ Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pela EMATER/RS - 1992/93.

VOLUME 12 ⇒ O Panorama Setorial da Cultura da Maçã no Processo de Integração do MERCOSUL.

VOLUME 13 ⇒ A Cultura do Pêssego no Rio Grande do Sul, no Processo de Integração do MERCOSUL.

VOLUME 14 ⇒ Diagnóstico Agroeconômico da Cebola no Rio Grande do Sul.

VOLUME 15 ⇒ Diagnóstico do Setor Pesqueiro do Rio Grande do Sul.

VOLUME 16 ⇒ Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pela EMATER/RS - 1993/94.

VOLUME 17 ⇒ Diagnóstico do Setor Leiteiro do Rio Grande do Sul no Âmbito do MERCOSUL.

VOLUME 18 ⇒ O Milho no Contexto Mundial, Nacional e do Rio Grande do Sul.

VOLUME 19 ⇒ Situação da Atividade Ervateira no Rio Grande do Sul.

VOLUME 20 ⇒ Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pela EMATER/RS - 1994/95.

VOLUME 21 ⇒ Diagnóstico do Setor Vitivinícola.

VOLUME 22 ⇒ MERCOSUL em Números ( I Parte ).

VOLUME 23 ⇒ Panorama do Setor de Grãos no MERCOSUL.