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PANTOKRATOR Informativo da Comunidade Católica Pantokrator Ano II - Janeiro/2013 - nº 24 Caro leitor, Celebrar a Solenidade da Epifania do Senhor significa celebrar a manifestação de Deus ao mundo. O menino Deus está entre nós, mas quem o reconhece? Não basta que nasça a vida, é preciso que ela se manifeste. Nessa solenidade somos provocados no sentido de refletir sobre nossa sensibilidade com as manifestações de Deus em nossas vidas. Deus é real, mas Ele é verdadeiro para mim? Eu digo que creio, mas eu vivo como quem crê? Duas figuras tem especial importân- cia: a estrela e os magos. Quem eram os magos? Eram homens, portadores de um conhecimento religioso e filosófico de povos daquela época. Tal - vez sacerdotes pagãos. Eles figuram o ho- mem que, olhando para o céu, procuram a sabedoria. São aqueles que, a partir de uma inquietação interior, se colocam a ca- minho, em busca da “estrela da salvação”. Neles está representado toda a busca de conhecimento religioso, filosófico e cien- tífico da humanidade. A Estrela carrega inúmeros significa- dos. Mas saliento aqui, os sinais que Deus usa para manifestar a Sua salvação na nos- sa vida. Significa o apelo de Deus a que se- jamos dóceis à sua orientação e os meios que Ele nos dá para revelar a Sua bondade a nós. Nisso estão tantas coisas pessoais e íntimas, mas também aqueles meios atra- vés dos quais a Igreja nos dá hoje a face de Cristo: os Sacramentos, a Palavra de Deus, o Papa e os bispos, a vida Comunitária, mas também o amor da família, o serviço aos pobres e necessitados. Deus está entre nós. É verdade. Mas Ele é um Deus operante também. “Até os cabelos de vossas cabeças estão todos contados” Lc 12,7. Deus age nos detalhes de nossas vidas, Ele é o regente de tudo. No mundo secularizado, somos tentados a deixar Deus sentado lá nas alturas, en- quanto aqui, no dia a dia da vida, é como se Ele “nada fosse”. Mas devemos ser como esses magos que passam seus dias analisando as estrelas. Cheios de esperan- ça deixar-se guiar por elas, mesmo quando Educação de Adolescentes p. 2 - Diferenças e perpectivas no desenvolvi- mento educacional São Francisco de Sales p. 3 - A conquista da santidade nas coisas simples do cotidiano Evangelização Pantokrator p. 4 - Conheça os dados sobre onde o Evan- gelho chegou através de nossa obra o Herodes se interpõem em nossos cami - nhos. Tudo porque somos ávidos de ado- rar o menino Deus nas manjedouras de nossas vidas, e assim presenteá-lo com os tesouros de nosso coração. André Luís Botelho de Andrade Fundador e Moderador Geral Comunidade Católica Pantokrator SER UM MAGO HOJE

PANTOKRATOR · acreditar no adulto que o adolescente ... e mulheres do terceiro milênio, muitas ... Ele nos ensina que para ser santo

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Page 1: PANTOKRATOR · acreditar no adulto que o adolescente ... e mulheres do terceiro milênio, muitas ... Ele nos ensina que para ser santo

PANTOKRATORInformativo da Comunidade Católica Pantokrator Ano II - Janeiro/2013 - nº 24

Caro leitor,

Celebrar a Solenidade da Epifania do Senhor significa celebrar a manifestação de Deus ao mundo. O menino Deus está entre nós, mas quem o reconhece? Não basta que nasça a vida, é preciso que ela se manifeste. Nessa solenidade somos provocados no sentido de refletir sobre nossa sensibilidade com as manifestações de Deus em nossas vidas. Deus é real, mas Ele é verdadeiro para mim? Eu digo que creio, mas eu vivo como quem crê?

Duas figuras tem especial importân-cia: a estrela e os magos.

Quem eram os magos? Eram homens, portadores de um conhecimento religioso e filosófico de povos daquela época. Tal-vez sacerdotes pagãos. Eles figuram o ho-mem que, olhando para o céu, procuram a sabedoria. São aqueles que, a partir de uma inquietação interior, se colocam a ca-minho, em busca da “estrela da salvação”. Neles está representado toda a busca de conhecimento religioso, filosófico e cien-tífico da humanidade.

A Estrela carrega inúmeros significa-dos. Mas saliento aqui, os sinais que Deus usa para manifestar a Sua salvação na nos-sa vida. Significa o apelo de Deus a que se-jamos dóceis à sua orientação e os meios que Ele nos dá para revelar a Sua bondade a nós. Nisso estão tantas coisas pessoais e íntimas, mas também aqueles meios atra-vés dos quais a Igreja nos dá hoje a face de Cristo: os Sacramentos, a Palavra de Deus, o Papa e os bispos, a vida Comunitária, mas também o amor da família, o serviço aos pobres e necessitados.

Deus está entre nós. É verdade. Mas

Ele é um Deus operante também. “Até os cabelos de vossas cabeças estão todos contados” Lc 12,7. Deus age nos detalhes de nossas vidas, Ele é o regente de tudo. No mundo secularizado, somos tentados a deixar Deus sentado lá nas alturas, en-quanto aqui, no dia a dia da vida, é como se Ele “nada fosse”. Mas devemos ser como esses magos que passam seus dias analisando as estrelas. Cheios de esperan-ça deixar-se guiar por elas, mesmo quando

Educação de Adolescentes p. 2- Diferenças e perpectivas no desenvolvi-mento educacional

São Francisco de Sales p. 3- A conquista da santidade nas coisas simples do cotidiano

Evangelização Pantokrator p. 4- Conheça os dados sobre onde o Evan-gelho chegou através de nossa obra

o

Herodes se interpõem em nossos cami-nhos. Tudo porque somos ávidos de ado-rar o menino Deus nas manjedouras de nossas vidas, e assim presenteá-lo com os tesouros de nosso coração.

André Luís Botelho de AndradeFundador e Moderador Geral

Comunidade Católica Pantokrator

SER UM MAGO HOJE

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Adolescência! Quando escutamos essa palavra, pensamos em rebeldia, aborrecimento, brigas... Realmente essa fase é marcada por grandes conflitos. Mas, também é uma fase de descobertas e decisões que formarão um bom ou um mal adulto.

Mas afinal, o que é a adolescência? Não existe com exatidão o início e fim da adolescência, depende de cada pessoa e de sua educação, porém, na maioria dos indivíduos, ela ocorre entre os 10 e 20 anos de idade (período definido pela OMS – Organização Mundial da Saúde).

É uma fase transitória, de mudanças, onde o indivíduo passa da infância para a vida adulta. É marcada pelo começo da puberdade ocorrendo mudanças bioló-gicas e fisiológicas. Neste período o cor-po desenvolve-se física e mentalmente tornando-se maduro, até mesmo para gerar filhos. Essas mudanças hormonais fazem o indivíduo pensar, agir, se com-portar diferente, ter novos gostos e von-tades. Com todo esse novo que acontece em sua vida, era de se esperar que tam-

bém os conflitos aparecessem. Para es-ses é necessário que exista alguém, que já tenha passado por isso, direcionando-os e educando-os. E esse é o maior desafio que encontramos hoje.

Os adolescentes mudam de opinião como mudam de roupa, fazem de tudo para serem aceitos e sempre gostam do diferente. São características próprias deles, que o mundo aproveita para em-butir seus valores. Vemos fã clube de grandes ídolos, febres de modas, onde perdem a característica pessoal e pas-sam a ser mais um. Nessa idade pode ocorrer que experimentem tudo, drogas, álcool, querem provar, saber, descobrir. Afinal, não medem consequências, não conseguem pensar em um futuro muito longe ou na morte.

Mas, o que preenche e dá sentido a sua vida é a Verdade, todos eles buscam algo, que sacie as dúvidas, que respon-dam as perguntas, que de sentido a tudo que vivem, que aos seus olhos é um grande drama. Somos responsáveis por ajudá-lo a passar por essa fase. Quando

não se tem cuidado em casa, quem cui-da é a rua. Estudos mostram que ado-lescentes que possuem um credo são os que conseguem dizer não, ter uma vida mais saudável, se colocar no lugar do outro e sair dos seus dramas.

Temos um retorno pequeno, do in-vestimento que fazemos neles, eles são mais fechados, não sabem expressar o que estão sentindo. Podemos não colher nada agora, mas o que plantamos no co-ração de nossos filhos adolescentes irá, com certeza, fritificar mais tarde, mesmo que não seja agora, trata-se de um voto de confiança para o futuro. É preciso acreditar no adulto que o adolescente pode se tornar, para que ele se torne de fato. É preciso ‘perder tempo’, pois é na família e não em outros lugares que nossos filhos vão aprender os valores, o amor fraterno, o perdão, o valor da ora-ção e o valor da vida.

Amanda MarquesDiscípula da Comunidade Católica Pantokrator

EXPEDIENTE O Pantokrator é uma publicação mensal dirigida aos sócios, membros, engajados e amigos da Comunidade Católica PantokratorDireção Geral: Edgard Gonçalves | Grupo de Comunicação: Eliana Alcântara, Jildevânio Souza, Juliana Campos, Vanessa Cícera, Vanessa Ozelin, Vanusa Silva e Renata Andrade | Jornalista Responsável: Renata Andrade MTB 56 525 | Planejamento, Criação, Edição e Revisão: Comuni-dade Católica Pantokrator - www.pantokrator.org.br

Educação de adolescentes

COMUNIDADE CATÓLICA PANTOKRATOR - (19) 3232.4400 - www.pantokrator.org.brRua Culto à Ciência, 238 - Botafogo - Campinas/SP

Missas Dominicais às 11h00 - Grupos de Oração (para todas as idades) às quintas-feiras 20h00 Grupo Sempre Fiel (dependentes químicos) segundas-feiras às 20h00

Atendimento de Oração (com agendamento) - Cursos e Formações - Visita a casas (com agendamento)

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ões de fazer grandes coisas no servi-ço de Deus, mas as ocasiões de pe-quenas obras são muito freqüentes. (...) Faze tudo em nome de Deus e tudo será bem feito. Comendo, bebendo, dormindo, divertindo-te ou ocupando--te com algum trabalho humilde e vil, em toda parte hás de merecer muito da parte de Deus, se santificares bem a tua intenção de fazer tudo porque Deus quer que o faças”1.

Que São Francisco de Sales nos ajude, por seu exemplo e intercessão, a transformar todas as situações em oportunidades de amar a Deus e cami-nhar para a santidade!

1. Cf. São Francisco de Sales, Filotéia, Parte III, Cap. 35.

Analisa SavaniConsagrada da Comunidade Católica Pantokrator

São Franciso de Sales e a Santidade na vida ordinária

No dia 24 de janeiro a Igreja cele-bra a memória de São Francisco de Sa-les, bispo e doutor da Igreja. Francisco nasceu em 21 de agosto de 1567, numa família nobre, proprietária do Castelo de Sales, na Sabóia, hoje uma região da França. Jovem de grande inteligência e força de vontade, estudou filosofia e re-tórica em Paris, e posteriormente rece-beu o doutorado em teologia e direito, pela Universidade de Pádua. Regressan-do ao lar paterno, contra a opinião de todos, que esperavam que se casasse e tivesse uma vida de honras e sucesso no mundo, manteve-se firme ao propósito de viver inteiramente para Deus, para amá-lo e servi-lo.

Foi ordenado sacerdote em 1593, e sagrado bispo de Genebra em 1602, missão que exerceu até o fim de sua vida, em 1622, esforçando-se em ser tudo para todos, com paciência, mansi-dão e grande simplicidade.

Mas o que este santo, nascido no século XVII, teria a nos dizer, homens e mulheres do terceiro milênio, muitas vezes perdidos em meio a tantos afa-zeres, pressionados pela falta de tempo para dedicar-nos mais a Deus?

“São Francisco de Sales dirige a todas as pessoas o convite a serem completamente de Deus, mesmo vivendo no meio do mundo, pelo

amoroso cumprimento dos deveres do próprio estado de vida: trata-se daquela consagração das coisas

temporais e santificação do quoti-diano”

Papa Emérito Bento XV

São Francisco de Sales tinha o gran-de desejo de mostrar à sociedade em que vivia que a santidade é um chamado para todos os batizados, que ela é pos-sível a todos, em qualquer situação de vida. Ele nos ensina que para ser santo não é preciso distanciar-se das ocupa-ções diárias, mas justamente fazer da vida ordinária, do trabalho e dos mo-mentos de descanso e lazer, das alegrias

e sofrimentos, oportunidades de amar a Deus, de servi-lo e crescer na virtude.

“Se as pequenas ocasiões são vividas e suportadas por um verdadeiro amor a Deus, conquistar-te-ão inteiramente o Seu coração. Sim, esses pequenos atos de caridade que fazes todos os dias, essas dores de cabeça e de dentes, esse mau gênio do marido ou duma mulher, o quebrar-se um vidro, o desdém ou mau humor, a perda do lenço ou do anel, esses pequenos incômodos de deitar-se cedo e de madrugar pela manhã (...)– todas essas ações e sofrimentos, sendo animados do amor de Deus, agradam muitíssimo à Sua divina bondade(...).

Tudo isso te digo para veres a im-portância de fazeres todas as tuas ações, por menores e baixas que pareçam, com os olhos em Deus, para servi-l’O e agradar a Ele.(...) Raras são as ocasi-

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