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JESUTAS BRASIL
Em edio 47ANO 5AgOstO 2018InformatIvo dosJesutas do BrasIl
PAPA fAz AlertAsObre idOlAtriA
pg. 11
PAdre gerAl visitA bOlviA
pg. 19
eNcONtrO dAs redes dA cPAl
pg. 21
especial pg. 12
60 anos de edies loyolaseis dcadas de ousadia, inovao e promoo da vida
4 5Em Em
sumrio edio 47 | ANO 5 | AgOstO 2018
edItorIal 60 anos a servio da f, da justia e da cultura
Pe. Danilo Aparecido Mondoni, SJ
CalendrIo lItrgICo
entrevIsta PeregrInos em mIsso Espiritualidade e arte em sintonia
Pe. Lus Renato Carvalho de Oliveira, SJ
o mInIstrIo de unIdadena IgreJa santa s Papa pede combate ao trfico humano 450 anos da morte de Santo Estanislau Kostka Pena de morte inadmissvel Francisco faz alerta sobre idolatria
esPeCIal A servio da f, da justia e da cultura
mundo CrIa Processo de beatificao do padre Pedro Arrupe Direito dos migrantes no Japo Visita do Padre Geral Bolvia Arquivos histricos do Apostolado da Orao
amrICa latIna CPal Onde est o teu irmo? Encontro dos coordenadores das redes da CPAL Curso para indigenistas Rede de enfrentamento ao trfico humano
Promoo da JustIa soCIoamBIental Brasil acolhe Campanha pela Hospitalidade
dIlogo Cultural e relIgIoso Filme sobre Vicente Caas ganha prmio da CNBB
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Desde 1972, a Edies Loyola est localizada no bairro do Ipiranga, em So Paulo (SP)
4 5Em Em
Unicap homenageada pelo Tribunal Regional Eleitoral Colgio So Lus promover Seminrio de
Prticas Educativas
Juventude e voCaes Universitrios participam de voluntariado no Cear Projeto de aproximao e escuta dos jovens no Maraj
CuIdado da amaznIa Seminrio em memria do Pe. Cludio Perani
na Paz do senhor Ir. Jos Alves Fernandes
JuBIleus / agenda
EmJESUTAS BRASIL
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31
InformatIvo dosJesutas do BrasIl
exPedieNte
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Escritrio de
Comunicao BRA.
ComuniCao [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
diretor editorialPe. Anselmo Dias, SJ
editora e jornalista responsvelSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
redaoJuliana Dias
Silvia Lenzi
CapaIr. Lucemberg de Oliveira Lima, SJ
diagramao e edio de imagensHanderson Silva
produo audiovisualrica Silva
Ir. Lucemberg de Oliveira Lima, SJ
Luza Costa
ColaBoradores da 47 edioPe. Agnaldo Pereira de Oliveira Jnior, Ana Lcia
Farias, Bruno Victor, Camila Queiroz, Pe. Francisco
de Assis Secchim Ribeiro Kiko, Joo Elton de Je-
sus, Pe. Valrio Sartor e Ana Ziccardi (reviso). Um
agradecimento especial a todos que colaboraram
com a matria especial desta edio.
traduo das notCias mundo + Cria geralPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
eduCao
6 7Em Em
editorial
60 anos a servio da f,da justia e da Cultura
Editar, imprimir e publicar livros e revistas so atividades que fazem parte de uma tradio jesutica iniciada por Santo Incio de
Loyola. Diante da necessidade de ma-
nuais a preos acessveis aos alunos,
no ltimo ano de sua vida 1556 , Incio decidiu fundar uma tipografia
no Colgio Romano; em 1564, a grfi-ca adotou caracteres rabes em suas
publicaes e, em 1577, hebraicos. No sculo XVII e nas redues guaranis, os
jesutas erigiram a primeira tipografia
da Amrica do Sul. A partir do sculo
XIX, em quase todos os pases em que
se encontravam, comearam a editar
revistas e publicaes de interesse ge-
ral ou especializadas nos campos da
espiritualidade, da poltica, da religio
e da cultura Christus, La Civilt Catto-
lica, tudes, Stimmen der Zeit.
A equipe de Edies Loyola, que,
em 2018, completa 60 anos, haure da mstica inaciana e, em seu trabalho,
se inspira em Antnio Vieira: O livro
a mais perfeita imagem de seu autor:
to perfeita, que no se distingue dele,
nem tem outro nome; o livro visto por
fora no mostra nada, por dentro est
cheio de mistrios; o livro, se se impri-
mem muitos volumes, tanto tem um
como todos, e no tm mais todos que
um; o livro est juntamente em Roma,
na ndia e em Lisboa, e o mesmo; o li-
vro, sendo o mesmo para todos, uns per-
cebem dele muito, outros pouco, outros
nada, cada um conforme sua capacida-
de; o livro um mudo que fala; um sur-
do que responde; um cego que guia; um
morto que vive; e no tendo ao em si
mesmo, move os nimos e causa grandes
efeitos(Sermo de Nossa Senhora de
Penha de Frana, Obra completa Padre
Antnio Vieira, So Paulo: Loyola, 2015, t. II, v. VII, V, p. 167).
Edies Loyola aberta a todos os
horizontes de pensamento e ramos
do saber e tem como misso o servi-
o da f e a promoo da justia e da
cultura. Divulga textos de autores bra-
sileiros e estrangeiros que apresentam
real interesse e qualidade em vista da
formao das pastorais da Igreja Ca-
tlica e do enriquecimento cultural e
espiritual de seus leitores. Em virtu-
de do dilogo entre o cristianismo e
o contexto cultural contemporneo,
suas publicaes j encontram lugar
no dinamismo da cultura brasileira e
suas edies vo do cientfico ao mais
simples e popular.
Consolidada com base na auste-
ridade e na colaborao, em seus 60 anos, a Loyola constituiu um fundo
editorial de mais de 5 mil ttulos. Entre
EdiEs LoyoLa abErta a todos os horizontEs dE pEnsamEnto E ramos do sabEr [...]
eles, esto obras de grande valor cultu-
ral, como a Suma Teolgica, em latim e
portugus; o Dicionrio de Filosofia, de
Ferrater Mora; as obras completas de
Anchieta, Nbrega e Vieira; e outros
projetos de importncia capital para a
difuso do saber no Brasil. A Loyola pu-
blica a revista Mensageiro do Corao de
Jesus, que tem cerca de 85 mil assinan-tes, e outros ttulos relacionados es-
piritualidade do Corao de Jesus e do
Apostolado da Orao, como o Manual
do Corao de Jesus.
Para todas essas atividades edito-
riais, possui um moderno parque gr-
fico, acrescido agora com impressoras
digitais, que lhe permite conciliar
rapidez, atendimento e qualidade. A
equipe de Edies Loyola, atrada pela
plenitude de Cristo, volta todo seu es-
foro para que a excelncia que a tc-
nica lhe permite se some esperana
apaixonada de que dias melhores sur-
jam e se consolidem para todos.
Boa leitura!
Pe. Danilo Aparecido Mondoni, SJ
Diretor e Editor na Edies Loyola
6 7Em Em
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus agosto
DIA 2
DIA 18
DIA 15
So Pedro Fabro
Assuno de Nossa Senhora
Santo Alberto Hurtado
8 9Em Em
entrevista PeregriNOs em missO
pe. lus renato Carvalho de oliveira, SJ
Em 2005, o padre Lus Renato Carvalho de Oliveira estudou Arte
Sacra, em Roma (Itlia). Mais recentemente, alm de cursos
em Teologia, pode dedicar-se tambm pintura na Faculdade
de Artes na Colmbia, onde morou por dois anos. Atualmente,
ele integra a equipe da Casa de Retiros Mosteiro de Itaici Vila
Kostka, em Indaiatuba (SP), onde fez novas pinturas-murais.
Acredito que toda minha ao na vida est impregnada de
arte-liturgia-espiritualidade, contou o padre Lus Renato, em
entrevista ao informativo Em Companhia.
Conte-nos um pouco da sua his-
tria de vida.
Somos quatro filhos, trs homens e
uma mulher Henrique, Lus Renato,
David e Regina. Papai e mame, Jos e
Joana, foram pessoas muito simples, de
origem humilde e do campo. Papai tra-
balhou muito na fazenda, com gado e
plantaes, mas, depois, em empresas
na cidade grande. Mame sempre foi
professora. Nos ltimos tempos, eles
voltaram para o interior e moraram,
muitos anos, na fazenda. Nascemos
todos em Orizona, cidade pequena no
interior de Gois, Diocese de Ipameri.
Mas, quando eu estava com quatro anos,
fomos para Goinia, a capital. Essa mu-
dana foi, principalmente, por causa dos
estudos dos filhos. As frias, entretanto,
sempre passvamos na fazenda, tempo
muito bom de contato com os parentes
e a saudvel vida do campo.
Como conheceu a Companhia de
Jesus? Por que decidiu ser jesuta?
Minha famlia foi muito religio-
sa e fui educado nessa participao
na Igreja, desde sempre orientado
para esses valores. Portanto sinto que
minha vocao nasce a mesmo. Em
Goinia, eu participava de uma par-
quia dos Padres Estigmatinos. Quando
meu grupo de jovens comeava a fazer
contato com a Casa da Juventude (Je-
sutas), eu precisei mudar para Viosa
(MG), por causa do incio do curso de
Engenharia Civil. Essa mudana me-
xeu muito comigo e comecei a pensar,
mais seriamente, em meu futuro. Mui-
to atuante na Pastoral da Juventude, fui
convidado a fazer uma experincia dos
Exerccios Espirituais (EE) com padre
Jos Ramn Fernndez de la Cigoa, na
poca, o OL (Orao e Libertao), e foi
uma grande descoberta. O retiro aju-
dou-me muito e comecei, ento, um
acompanhamento vocacional. Desde
o incio, fiquei encantado com os EE e
com o que estava conhecendo da Com-
panhia de Jesus, vindo ao encontro de
minhas buscas por mais amor e servio
e tambm de sentido para minha vida.
Antes da sua nova misso, como
membro da Equipe do Mosteiro de
Itaici Vila Kostka, o senhor esteve
trabalhando na Amaznia. Como foi
esse tempo? Quais desafios e ensina-
mentos pode partilhar?
Neste ms, completo 17 anos como presbtero e j vou com 29 anos na Com-panhia de Jesus, tempo intenso de mui-
tas misses. Uma das mais desafiadoras
foi, realmente, os quatro anos que vivi
em Manaus (AM), trabalhando com os
EE, sendo superior de comunidade por
trs anos, numa itinerncia fantstica
espiritualidade e arteem sintonia
8 9Em Em
por vrios estados deste norte brasileiro.
Durante esse perodo, orientei Exerc-
cios Espirituais para religiosos(as), clero
secular e lideranas nas parquias. Um
clima muito quente e exigente, porm
uma riqueza cultural incrvel, de um
povo muito acolhedor e aberto, que de-
safia nossa ao pastoral s exigncias
da inculturao e respeito as diferentes
culturas e expresses.
Recentemente, o senhor esteve es-
tudando na Colmbia. Nos fale desse
tempo de formao. Quais os aprendi-
zados e percepes adquiridos?
Nossa proposta de formao sem-
pre contnua, somos eternos aprendi-
zes e nunca paramos de nos formar. Re-
almente, um aprendizado constante.
A experincia internacional sempre
muito rica, cheia de desafios frente a
uma nova lngua e uma nova cultura.
impressionante a diversidade e ri-
queza cultural da Colmbia, em vrios
aspectos, para um pas, relativamente,
pequeno. Voltar aos estudos universi-
trios depois de tanto tempo e j com
50 anos foi maravilhoso, um presente de Deus e da Companhia. A proposta
inicial era de apenas um ano sabtico
de estudos na Faculdade de Teologia
da Universidade Javeriana, mas acabei
ficando dois. No primeiro ano, escolhi
cursos por semestre na Teologia que
mais me atraam, como tambm alguns
diplomados (cursos intensivos). Alm
disso, no CIRE (Centro Ignaciano de
Reflexin y Ejercicios), fiz a belssima
Escola dos Exerccios Espirituais du-
rante todo o ano. J, neste ano, comecei
a pintar muito, a Colmbia me inspira-
va demais. Assim, fomos discernindo e
veio a possibilidade de ficar no pas por
mais um ano, mas, desta vez, na Facul-
dade de Artes, o que foi maravilhoso.
Tambm escolhi cursos que mais me
interessavam, ajudado por colegas jesu-
tas e pelo prprio diretor da faculdade.
O que necessrio para trabalhar
a arte sacra e, mais precisamente, a
arte e a espiritualidade?
Inicialmente, acredito que o dom,
a iniciativa, a criatividade e a ousadia
devem nos levar a experimentar e des-
cobrir novos caminhos. Claro que a for-
mao vem dar sua contribuio, mas
nada como a fora da experincia para
impulsionar esse movimento. O ser hu-
mano tem uma abertura e sensibilidade
fantsticas para a beleza, em suas mais
variadas expresses. E isso maravilho-
so, pois, em nossa vida, na natureza e
nas culturas, estamos constantemente
rodeados de arte, de cores, de sons, de
formas e movimentos, de texturas e
luzes e a espiritualidade sopra, desde
o mais profundo do humano, o desejo
de cuidar e de criar mais vida, mais li-
berdade, mais sentido e felicidade para
todos! O mundo ser salvo pela beleza
(Fidor Dostoivski, escritor russo)! Acre-
dito que toda minha ao na vida est
impregnada de arte-liturgia-espiritua-
lidade, mais concretamente, neste ano,
na Casa de Retiros Mosteiro de Itaici
Vila Kostka (Indaiatuba/SP), com as no-
vas pinturas-murais e os EE pela Arte.
Estamos passando por uma mudan-
a de poca, a espiritualidade tambm?
Realmente, vivemos em um mun-
do em mudana e isso nos afeta, nos
provoca, em vrios aspectos, como na
viso de mundo, na viso do ser hu-
mano e na viso de Deus. No mundo,
sempre aconteceram mudanas, tal-
vez, nem sempre para melhor! A vida
assim, dinmica, sempre em movi-
mento! Creio que a espiritualidade, de
modo muito especial os Exerccios Es-
pirituais, nos ajudam a discernir esses
novos caminhos, sempre no compro-
misso com nossa humanidade, sempre
aberta para Deus. Nesses dias, estou,
pela quarta vez, orientando os EE de 30 dias e fico encantado com a fora to
eficaz dessa ferramenta, uma riqueza
que ainda no descobrimos em sua to-
talidade, pois sempre assim, as coi-
sas de Deus nos ultrapassam!
[...] Em nossa vida, na
naturEza E nas cuLturas, Estamos constantEmEntE rodEados dE artE [...]
10 11Em Em
o ministrio de unidade na igreja sANtA s
450 anos da morte desanto estanislau KostKa
150 Bilhes
21 milhes
28%
HORROR EM NuMEROS
PAPA Pede cOmbAte AO trficO HUmANOO Dia Mundial contra o Trfico de Pessoas 30 de julho foi insti-tudo pela ONU (Organizao das Naes Unidas) em 2013. Para lembrar a data, no domingo (29), o Papa Francisco fez o seguinte apelo: Esta chaga escraviza
muitos homens, mulheres e crianas para
fins de explorao no trabalho e sexual,
do comrcio de rgos, da mendicncia
e da delinquncia forada. Mesmo aqui,
em Roma. As rotas de migrao tambm
costumam ser usadas por traficantes e
exploradores para recrutar novas vtimas
de trfico. responsabilidade de todos
denunciar as injustias e combater firme-
mente esse crime vergonhoso.
Somando-se ao apelo do Papa, foi lana-
da pelo Vaticano, por meio do setor Mi-
grantes e Refugiados do Dicastrio para
o servio do Desenvolvimento Humano
Integral, uma campanha contra o trfi-
co de seres humanos. Durante o ms de
agosto, a iniciativa vai utilizar a fora das
redes sociais para denunciar essa tragdia
mundial e conscientizar as pessoas para
que ajudem a combat-la. A hashtag da campanha do Vaticano: #EndHumanTrafficking
Uno-me orao de agradecimen-to dos fiis da Diocese de Plock e de toda a Igreja na Polnia, que, dentro de pouco, em Rostkowo, local de
nascimento do Santo, participaro das
celebraes centrais do Ano a ele dedica-
do, escreveu o Papa Francisco em men-
* Dados da ONU, UNICEF e Grupo de Coordenao Interagncias contra o Trfico de Seres Humanos (ICAT).
Fontes: Vatican News | UOL
Os nmeros*, abaixo, indicam a dimenso do trfico e da escravido de
seres humanos no mundo:
de dlares, aproximadamente, o faturamento da indstria desse crime.
de pessoas so submetidasa trabalhos forados.
das vtimas do trfico so crianas.
sagem dirigida a dom Piotr Libera, bispo
de Plock, pelos 450 anos da morte de San-to Estanislau Kostka, celebrado em 15 de agosto, acrescentando: Com apenas 18 anos, este aluno do noviciado jesuta em
Roma (Itlia), um dos filhos mais excelen-
tes de seu pas e da Companhia de Jesus,
concluiu sua peregrinao terrestre.
Dirigindo-se aos jovens dos quais
Santo Estanislau padroeiro , Francis-
co ressaltou: O mundo tem necessidade
da sua liberdade de esprito, de seu olhar
confiante para o futuro, da sua sede de
verdade, de bondade e de beleza.
/
10 11Em Em
Fontes: Vatican News | G1 | Estado
frANciscO fAz AlertAsObre idOlAtriA
Importante modificao no Catecismo da Igreja Catlica, artigo 2267, sobre a pena de morte, foi aprovada pelo Papa Francisco. Alm de decla-
rar inadmissvel essa prti-
ca em todas as circunstn-
cias, o Vaticano indicou
o seu compromisso em
encorajar sua abolio em
todo o mundo.
O novo Rescrito do
Papa, ou seja, a deciso papal
sobre a questo da pena de morte,
foi publicado, em 2 de agosto, pelo Vati-cano: Durante muito tempo, o recurso
pena de morte inadmissvel
Em 1 de agosto, durante a au-dincia pblica geral das quar-tas-feiras, o Papa Francisco aconselhou os catlicos a rejeitarem
o culto de todo tipo de dolo. O Pon-
tfice alertou que reconhecer as pr-
prias idolatrias um incio da graa
e coloca no caminho do amor, acres-
centando que o amor incompatvel
com a idolatria: se algo se torna ab-
soluto e intocvel, ento mais im-
portante do que um cnjuge, de um
filho, ou de uma amizade. O apego a
um objeto ou a uma ideia nos deixa
cegos para o amor. Levem isso no co-
rao, os dolos nos roubam o amor.
Os dolos nos tornam cegos ao amor.
E, para amar verdadeiramente, pre-
ciso ser livre de todos os dolos.
Francisco ressaltou que o mundo
oferece o que ele classifica de super-
mercado dos dolos, que podem ser
imagens, objetos, ideias ou papis na
sociedade. Ele alertou ainda que h outro
pena de morte, por parte da legtima
autoridade, era considerado, depois de
um processo regular, como uma
resposta adequada gravida-
de de alguns delitos e um
meio aceitvel, ainda
que extremo, para a tu-
tela do bem comum.
Um dos trechos do
documento ressalta ain-
da que, hoje, torna-se cada
vez mais viva a conscincia
de que a dignidade da pessoa no
fica privada, apesar de cometer crimes
gravssimos. Alm do mais, difunde-se
uma nova compreenso do sentido das
sanes penais por parte do Estado. En-
fim, foram desenvolvidos sistemas de
deteno mais eficazes, que garantem a
indispensvel defesa dos cidados, sem
tirar, ao mesmo tempo e definitivamen-
te, a possibilidade do ru de se redimir.
No reformulao do Catecismo,
luz do Evangelho, a Igreja ensina que a
pena de morte inadmissvel, porque
atenta contra a inviolabilidade e digni-
dade da pessoa, e se compromete, com
determinao, em prol da sua abolio
no mundo inteiro.
tipo de dolo moderno, como as drogas,
responsveis por muitos jovens arrui-
narem a sua sade e, at mesmo, a vida.
Fonte: Vatican News | Observadorfo
to: v
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an N
ews
12 13Em Em
espeCial
A propagao da f consi-derada uma das misses mais importantes que um jesuta recebe ao ingressar na Com-
panhia de Jesus. Mas que f essa e
como difundi-la? Sobre esses ques-
tionamentos, o padre Danilo Mon-
doni afirma que essa f , justa-
mente, a f em Deus, que ama o ser
humano e deseja que ele atinja sua
plenitude. Na busca por essa vida
plena, a Ordem religiosa sempre
teve nos livros, revistas e outros
tipos de publicao instrumentos
de apoio para ajudar as pessoas a
refletirem e a se reconciliarem com
Deus, consigo mesmas, com os ou-
tros e com a criao.
No Brasil, nessa misso de ajudar
o ser humano a ser plenamente hu-
mano, nasceu a Edies Loyola, edi-
tora e grfica que celebra 60 anos de existncia em 2018. Atual diretor da instituio, padre Danilo conta que
essa tradio dos jesutas no campo
das publicaes teve incio ainda na
poca de Santo Incio de Loyola, funda-
dor da Ordem religiosa. No ltimo ano
de sua vida, Incio fez questo de erigir
uma tipografia para confeccionar e pro-
duzir apostilas ou livros de baixo custo
para os alunos, explica.
Com o intuito de que os contedos
chegassem ao maior nmero possvel
de pessoas, os jesutas permanente-
mente tiveram o esprito de se lana-
rem em novos projetos. Sempre esti-
vemos envolvidos com comunicao
de livros e revistas, principalmente, a
partir do sculo XIX. Esta uma longa
tradio, que permeia diversos cam-
pos, seja de espiritualidade, de atu-
alidade, de poltica, de religio, etc.
Ento, faz parte dessa dimenso da
promoo cultural, que um modo
de contribuir para que o ser humano
realize sua misso de refletir, ressal-
ta padre Danilo.
Nesse contexto, como uma das v-
rias obras da Companhia de Jesus, a
Edies Loyola carrega consigo a iden-
tidade inaciana, reconhecida pela ca-
pacidade de estabelecer dilogo com
diferentes culturas e reas do saber.
A Edies Loyola um grande e pode-
roso instrumento de evangelizao no
Brasil. Durante esses 60 anos de sua existncia, muitas publicaes impor-
tantes no campo das Sagradas Escritu-
ras, da Teologia, da Histria da Igreja,
da Filosofia, da Literatura e de outras
cincias ajudaram a formar a vida reli-
giosa e o clero brasileiro, afirma padre
Joo Renato Eidt, provincial do Brasil.
Ele lembra que muitas geraes
de jesutas estudaram Filosofia e Te-
ologia e se formaram na espiritua-
lidade inaciana por meio dos livros
publicados pela Loyola. Padre Joo
Renato tambm destaca que a espiri-
tualidade inaciana est sendo vivida
cada vez mais por leigos e que isso se
deve tambm graas s publicaes
editadas pela Loyola. Alm disso, ele
ressalta que a diversidade de conte-
dos publicados pela editora ajudou na
formao de geraes de brasileiros,
sejam eles cristos ou no.
12 Em
h 60 anos, edies loyola evangeliza por meio de suas publicaes
a servio da f,da justia e da Cultura
12 13Em Em 13Em
a servio da f,da justia e da Cultura
nossa histria
A inspirao para a fundao da
Edies Loyola comeou em 1958, com a revista Coleo Horizonte, em Belo
Horizonte (MG). Dedicada aos jovens,
a publicao abordava temas delica-
dos para a poca, como namoro, pri-
meiro beijo e conflito entre pais e
filhos, alm de trazer artigos de
psiclogos, socilogos, educa-
dores, mdicos, entre outros
especialistas. Em 1961, com o sucesso da revista, o padre
espanhol Antonio Matienzo,
editor da Coleo Horizonte,
decidiu consultar o provincial
da poca para pedir transferncia
para So Paulo, onde havia mais re-
cursos para investir na publicao. Au-
torizado pelo superior, ele e o compa-
nheiro jesuta Fidel Garcia Rodrguez
mudaram-se para a capital paulista.
Em So Paulo, com a revista, comecei
a visitar vrios colgios da cidade e a
publicao teve uma aceitao muito
grande. Chegamos a conseguir quase
2 mil assinaturas, lembra padre Fidel, que hoje, aos 79 anos, dedica-se Espi-ritualidade Inaciana.
Nessa poca, os dois jesutas im-
primiam a revista na grfica chamada
Tipografia Cansio de Ao Social, que
pertencia FEI, atual Centro Universit-
rio da Companhia de Jesus. Essa grfica,
localizada na Rua Vergueiro, estava para-
lisada. Ento, o padre Antnio e eu a rea-
tivamos e passamos a imprimir a revista
l, conta o jesuta. Em 1963, o irmo Fi-rio Allocchio foi destinado a colaborar
na publicao. Nesse perodo, comea-
mos a pensar que as coisas estavam mui-
to complicadas, porque editvamos li-
vros, mas no tnhamos editora por trs
e nenhum grupo que nos apoiasse. En-
to, em maio de 1964, fundamos a Loyola oficialmente, recorda padre Fidel.
Em 1969, os equipamentos da Tipo-grafia Cansio foram adquiridos pela
Edies Loyola, que ampliou sua gr-
fica com novas mquinas tipogrficas,
linotipos e o setor de acabamento,
explica padre Danilo, atual diretor da
instituio. Logo aps essas aquisi-
es, no final de 1972, a Edies Loyola foi transferida para a atual sede. O pa-
dre Fidel conta que as obras do metr
tinham comeado e a Loyola no podia
mais permanecer na Rua Vergueiro.
Ento, samos para procurar um local
e compramos onde est atualmente,
na Rua Mil Oitocentos e Vinte e Dois,
no bairro do Ipiranga, relembra.
25 de julhoEm 2008, por ocasio das
celebraes dos 50 anos da Edies Loyola, foi estabelecido que
25 de julho a data oficial para comemorar a fundao da editora. No conhecemos a data precisa da fundao, por isso estabelecemos 25 de julho (Dia do Livro), por ser uma
data mais emblemtica, explica padre Danilo.
Com 30 volumes e 15 mil pginas, a obra Completa padre antnio vieira foi publicada pela edies loyola no Brasil
14 15Em Em
espeCial
Para o padre Danilo, foi nesse pero-
do que a Loyola se consolidou. O ano de
1972 assinala o incio daquilo que perce-bemos como a Loyola atual, ou seja, essa
unio da editora e da grfica, que depois
comearia a se abrir para trabalhos ex-
ternos, explica. Um pouco antes desse
perodo, o jesuta recorda a chegada do
padre Gabriel Corral Galache, que atuou
quase 30 anos como diretor da Loyola. Grande parte daquilo que a editora
hoje deve-se a esse perodo do padre
Galache. Nessa poca, aconteceu o es-
tabelecimento j mais seguro da Loyola
e sua expanso, afirma o jesuta.
Na dcada de 1990, o padre Galache deu um grande impulso com a criao
da Loyola Multimdia. Inaugurada em
1998, a ideia era produzir contedos au-diovisuais. Os programas eram de alta
qualidade e os temas eram diversos.
Tnhamos programas de entrevistas e
chegamos a trazer pessoas como dom
Paulo Evaristo Arns, o escritor Rubem
Alves, o educador Iami Tiba, alm de
jesutas como os padres Joo Batista
Libanio e Frana Miranda. Eram progra-
mas muito bons, muito bem prepara-
dos. Tnhamos uma equipe muito boa,
conta padre Fidel.
Segundo ele, um dos programas de
mais sucesso chamava-se Terceiro Mil-
nio e era veiculado pela Rede Mulher e
pela Rede Vida. Produzido na Loyola,
esse programa existiu at 2004 e tinha
uma audincia diria, medida pelo Ibo-
pe, de mais de 4,5 milhes de pessoas, conta o jesuta.
A Loyola Multimdia funcionou de
1998 a 2005, quando encerrou suas ati-vidades por dificuldades financeiras.
Nesse momento, optamos em nos
concentrar naquilo que era prprio e
foi a misso original da Loyola, que a
edio de livros, explica padre Danilo.
Em 2012, com a diminuio das vendas, a Loyola entrou em uma gra-
ve crise financeira. Entretanto seu
patrimnio cultural e sua contribui-
o para a formao das pessoas, por
meio de suas publicaes, foi essen-
cial para a revitalizao da institui-
o. Nesse momento, perguntaram
se eu aceitaria reassumir a funo de
diretor da Loyola. Sem nenhuma he-
sitao, aceitei a misso porque j ti-
nha na cabea o que, mais ou menos,
precisava ser feito. Com isso, em vez
de substituir pessoas, reestabeleci
a direo colegiada, nomeando trs
diretores e depois os gestores. Nessa
mesma semana, ns fizemos reuni-
es, estudos, reajustamos os preos
e os clientes comearam a voltar. Al-
guns at diziam Eu reconheo que o
preo de vocs um pouco mais alto,
mas a qualidade do servio vale a
pena, conta padre Danilo.
Nessa caminhada da Edies Loyo-
la, os colaboradores tm papel funda-
mental. Segundo padre Danilo, trata-se
de um trabalho coletivo. Para termos
alcanado esse resultado da revitaliza-
o da Loyola, os nossos parceiros in-
ternos, os nossos colaboradores, foram
fundamentais. So pessoas, realmente,
comprometidas com a obra e com esse
tipo de trabalho. Felizmente, estamos
conseguindo e as pessoas se sentem re-
alizadas, afirma.
Em seis dcadas, a Loyola contou
com a contribuio de muitas pesso-
as, jesutas e leigos. Para o padre Joo
Renato, sem a colaborao delas, no
seria possvel participar da formao
dos brasileiros nas diversas reas do
saber humano. Sou muito grato por
tudo aquilo que os nossos colaborado-
res nos ajudaram e nos ajudam a reali-
zar em nossa misso de evangelizar e
preparar cidados para o futuro, afir-
ma o provincial.
Hoje, a Loyola conta com o empe-
nho de 125 colaboradores, divididos en-tre grfica (70%), editora (20%) e a revista Mensageiro do Corao de Jesus (10%).
revista mensageiro Em 1981, a editora do Corao
de Jesus, localizada no Rio de Janeiro (RJ), e tambm pertencente aos jesutas, foi associada a Edies Loyola. Por meio dessa fuso, a Loyola assumiu a edio e a administrao da revista Mensageiro do Corao de Jesus, que tem 122 anos. Essa publicao um meio de difuso e expresso do
14 Em
Apostolado da Orao. Hoje, a revista conta com mais de 85 mil assinantes, espalhados por todas as regies brasileiras, conta padre Danilo. O jesuta explica tambm que a Loyola administra toda a parte logstica e de envio da publicao pelos Correios. Alm disso, para atender os milhares de assinantes, conta com um call center, com dois turnos de trabalho.
14 15Em Em 15Em
125ColaBoradores
70%grfiCa
20% editora
revista mensageirodo Corao de jesus
10%
16 17Em Em
espeCial
legio e muito bom ver que a Loyola faz
parte dessa rede jesuta, afirma.
Ele tambm ressalta o acolhimento
dos colegas no ambiente de trabalho. As
pessoas so muito tranquilas, educadas,
atenciosas e, de verdade, confesso que
minha preocupao em sair do emprego
anterior era justamente isso: no achar
novamente um local assim. Hoje em dia,
cada vez mais raro encontrar um local
onde as pessoas tm esse discernimento,
essa tranquilidade e o respeito, que acho
que o mais importante, conta Ronaldo,
que tem grandes expectativas para o futu-
ro. Em uma reunio de que participei, o
provincial falou que somos parte de uma
famlia levando a palavra de Jesus para
todo mundo. Essa fala dele me inspirou e,
quanto mais a gente conseguir dissemi-
nar isso, mais contente ficarei, finaliza.
perspeCtivas para o futuro
Quando o logo da Edies Loyola foi
pensado, a ideia era representar a ousa-
dia, ou seja, a coragem de sempre ir em
frente. O cavalo veloz, tem vigor, e o
intuito era a velocidade da notcia, da Boa
Notcia, explica padre Fidel, que partici-
pou da idealizao do smbolo, que hoje
est impresso em todas as publicaes da
editora. Aps 60 anos de histria, assim como o cavalo alado, a Loyola continua
imbuda de ousadia e nimo para conti-
nuar sua trajetria. Devemos sempre ter
ousadia, procurando tomar iniciativas
ousadas que contribuam para a realiza-
o da misso, defende padre Danilo.
Nesse horizonte, vislumbrando o
futuro, recentemente, a Loyola investiu
em novos equipamentos. Estvamos
com impressoras com 20, 30 anos de uso. Com esse tempo, muitas peas j no
tm reposio, ento, voc tem de recor-
rer a algumas adaptaes, a mecnicos.
Ento, da vem a necessidade tambm
de renovar. Outro fator decisivo foi a
queda bem acentuada das tiragens. Hoje
em dia, as editoras tiveram de reduzir,
drasticamente, seus lanamentos. Ns
tambm estabelecemos como meta cin-
co ou seis lanamentos por ms, mas,
felizmente, com o nosso ritmo, a gente
est tendo oito, nove, s vezes, at 10 lan-amentos, conta padre Danilo.
Segundo o jesuta, com essa reduo
de tiragem, muitas vezes, necessrio
reimprimir livros com quantidade redu-
zida, 300 ou 500 exemplares, ou at 100, quando se trata de um livro importante
que precisa ser mantido em catlogo.
Assim, surgiu o pensamento de recor-
rermos impresso digital, as impresso-
ras de baixa tiragem. Nesse sentido, fao
questo de salientar os colaboradores que
trabalham aqui, realmente, os meus dire-
tores e os gestores, os chefes da grfica,
so pessoas muito srias. Eles pesquisa-
ram bastante e foram atrs para conhe-
cer os novos equipamentos do mercado.
So pessoas como Carlos Arlindo Cust-
dio, 48 anos. Conhecido por todos como Carlo, ele trabalha h 22 anos na Loyola, onde j desempenhou vrias funes.
Durante vrios anos, eu trabalhei como
servios gerais, atendia telefone, ficava
na portaria, atuava na logstica, lembra.
Atualmente, no cargo de gestor de Pa-
trimnio, ele o responsvel por zelar
pela estrutura fsica da instituio e
pelo gerenciamento das equipes que
cuidam da limpeza, da segurana, da
recepo e da copa.
Para Carlos, a Loyola lhe proporcio-
nou bem mais do que crescimento pro-
fissional. Aqui, encontrei pessoas muito
especiais. A Sandra, com quem sou casa-
do h 20 anos e que me deu duas filhas; o irmo Allocchio, que me marcou mui-
to, pois foi como um pai para mim, uma
pessoa boa, que procurava sempre ajudar
os outros. Nesses anos, eu convivi com
muitas pessoas boas, afirma ele, que
completa: aqui, eu me sinto em casa e
tudo o que fao com o maior gosto.
Esse fazer com gosto, citado por
Carlos, tambm sentido por Ronaldo Pe-
reira Lima, 43 anos. Apesar de recm-con-tratado, ele est h cerca de trs meses na
Loyola, o coordenador da rea Comercial
conta que trabalhar em uma instituio
jesuta uma grande felicidade. A Loyo-
la uma obra muito importante. Ento,
voc acaba aprendendo muita coisa. Eu
sempre fui apaixonado pelo Pateo do Col-
16 Em
nosso smBolo
Na mitologia grega, Pgaso
o cavalo alado que representa
a imortalidade. Para a Edies
Loyola, ele representa a ousadia
e a velocidade.
16 17Em Em
Com isso, j em outubro de 2017, ns contratamos, ento, a compra dessas
novas impressoras digitais, afirma.
Esses novos investimentos, que
saram do oramento da Loyola, con-
firmam que a instituio est pronta
para os prximos 60 anos. Essas ino-vaes esto sendo feitas de forma
muito realista. Nisso, destaco dois
aspectos fundamentais: primeiro, o
dinheiro prprio da Loyola, ou seja,
um investimento nosso; o segundo
que isso no resultou em demisso de
ningum, as pessoas foram realocadas
e treinadas para essas novas mquinas
e ainda tivemos de contratar mais dois
ou trs colaboradores. Ento, na parte
de justia social, estou muito conten-
te, ressalta padre Danilo.
Atualmente, as vendas da Loyola
so feitas pelo site www.loyola.com.br,
mas grande parte delas ainda pe-
los distribuidores. A editora jesuta
no conta com lojas fsicas. Segun-
do padre Danilo, desde o incio, essa
foi uma opo. Como faz parte de
uma associao filantrpica, Edies
Loyola no pode ter loja. Sendo assim,
o trabalho dividido para os distri-
buidores, sempre trabalhamos com
a colaborao das Paulinas, da Pau-
lus e da Vozes. Mas o parceiro maior,
responsvel por mais de 40%, a DLL, a Distribuidora Loyola de Livros. In-
clusive, o pessoal confunde pensan-
do que so nossas lojas por causa do
nome Loyola, explica o jesuta.
A Loyola est entre as maiores edi-
toras do Brasil. O catlogo ativo tem
mais de 2 mil ttulos dentre os mais de
5 mil j publicados pela editora. Poucas editoras, no Brasil, tm um catlogo des-
se tamanho. E temos outra caracterstica,
a Loyola atende um pblico bem diver-
sificado. Tem uma audincia efetiva no
meio acadmico, com as suas publicaes
na rea de Filosofia, Teologia, Educao,
Psicologia, Biotica, entre outras reas, e
tambm atende um pblico mais focado
na rea da Espiritualidade, Pastoral e Ma-
gistrio da Igreja. Nossas publicaes pro-
pem, inclusive, um dilogo interessante
entre diversas reas do conhecimento
acadmico e a espiritualidade; por exem-
plo, temos uma nutricionista (Dra. Gisela
Savioli) que agrega a questo nutricional
espiritual. Esse compromisso refora o
nosso objetivo maior de promover os va-
lores cristos e humanos, em uma combi-
nao atual entre a f, a cultura e a justia.
Isso permite a Loyola um dilogo bem
abrangente com uma diversidade bem
grande de pblico, explica Paulo Morego-
la, diretor Comercial e de Marketing.
Com todos esses investimentos e
a diversidade de pblico, a instituio
jesuta pode sonhar com os prximos
anos. Para o padre Fidel, que participou
da fundao da Edies Loyola, o impor-
tante sempre acreditar. Eu acredito
muito na importncia de veicular conte-
dos que ajudem a florescer a vida, a for-
talecer os vnculos das famlias, a educar
em valores. Eu acredito muito nos meios
de comunicao quando so ideias que
vm somando para, realmente, enrique-
cer as pessoas, para uma vida mais digna
e, consequentemente, fortalecer os vn-
culos humanos, para o exerccio pleno
da cidadania, finaliza o jesuta.
dEvEmos sEmprE tEr ousadia, procurando tomar iniciativas
ousadas quE contribuam para a rEaLizao da missope. danilo mondoni, SJ
17Em
Para saber mais sobre a loyola, assista ao vdeo que preparamos para voc! Acesse pelo link https://youtu.be/iu_WksBuviy ou
no Qr-code abaixo:
18 19Em Em
Companhia de jesus no mundo criA gerAl
direitO dOs migrANtes NO JAPO
proCesso de BeatifiCao do padre pedro arrupe
A Diocese de Roma abriu a Causa de Beatificao do pa-dre Pedro Arrupe. O anncio foi feito pelo padre Arturo Sosa, Su-
perior Geral da Companhia de Jesus,
em 11 de julho, durante a Assembleia Mundial das Universidades Jesu-
tas, realizada em Bilbao (Espanha).
Comeamos, de forma empenhada,
o processo de beatificao do padre
Pedro Arrupe, afirmou o Pe. Geral,
arrancando aplausos dos mais de 300 participantes do encontro. Ele acres-
centou que Arrupe era um homem de
verdade enraizado em Cristo, dedica-
do sua misso, cujo milagre maior
que todos ns estejamos aqui hoje.
Vigsimo oitavo Geral da Companhia
de Jesus, entre 1965 e 1983, Pedro Arru-pe nasceu na cidade de Bilbao. O cardeal
vigrio de Roma, Angelo de Donatis, as-
sentiu que a causa de beatificao fosse
desencadeada pela diocese onde Arrupe
faleceu, ou seja, Roma (Itlia). Com o in-
cio desse processo, concretiza-se um de-
sejo h muito sentido pela comunidade
inaciana. O padre Arturo Sosa pediu ora-
es de todos e a colaborao de pessoas
que tenham informaes teis sobre a de-
voo do jesuta. Para ns, Arrupe uma
figura de grande importncia e queremos
ressaltar que ele viveu a santidade de uma
forma muito profunda e original em toda
a sua vida: como jovem, como jesuta,
como mestre de novios, como provincial
e Geral, afirmou o Superior Geral.
O Departamento de Migrantes do Centro Social Jesuta jun-tou-se, recentemente, a vrias ONGs de todo o Japo para realizar
uma conveno nacional sobre os di-
reitos dos migrantes no pas. Sob o t-
tulo Campanha pelos direitos dos mi-
grantes 2020 - Koko ni iru, Estou aqui, estamos aqui!, o tema da conveno
foi o desenvolvimento de um dos con-
ceitos centrais dos Jogos Olmpicos e
Paralmpicos de Tquio 2020: unidade
na diversidade. O Pe. Ando
Isamu, diretor do Depar-
tamento de Migrantes do
Centro Social Jesuta, e
dois outros membros da
equipe fizeram parte dos
150 delegados que se reu-niram em Hokkaido, nos
dias 9 e 10 de junho, para participar da conveno orga-
nizada pela rede Solidariedade
com os Migrantes no Japo (SJM).
18 19Em Em
ArQUivOs HistricOs dO APOstOlAdO dA OrAO
visita do padre geral Bolvia
Entre os dias 14 e 19 de julho, o Superior Geral da Companhia de Jesus, padre Arturo Sosa, visitou a Bolvia, percorrendo as cida-
des de Santa Cruz de la Sierra, San Ig-
nacio de Moxos, Cochabamba e La Paz.
Durante a viagem, o padre Arturo
Sosa encontrou-se com os povos ind-
genas de San Ignacio de Moxos, em 16 de julho, e prometeu que os jesutas
iro fazer todo o possvel para assegurar
que a voz dos indgenas seja ouvida. Re-
ferindo-se ao Snodo para a Amaznia,
Uma nova ferramenta de pesquisa on-line est ago-ra disponvel para acessar os arquivos do Aposto-lado da Orao (agora Rede Mundial de Orao do Papa), mantidos no ARSI (Arquivos Romanos da Compa-
nhia de Jesus).
Fundado em 1844, o Apostolado da Orao celebrar 175 anos, em 2019. O guia inclui os documentos da fundao desse duradouro apostolado, no qual os jesutas esto pre-
convocado pelo Papa Francisco para
outubro de 2019, ele disse: Em nome da Companhia de Jesus e, pela parte
que toca, faremos o nosso melhor para
garantir que o tempo do Snodo seja
uma caixa de ressonncia, um grito que
possa ser ouvido em todas as partes do
mundo. Os jesutas vivem e trabalham
em San Ignacio de Moxos desde 1689.Em 18 de julho, em La Paz, o Su-
perior Geral encontrou-se com re-
presentantes das Obras Educativas da
Companhia de Jesus na Bolvia. Todos
os trabalhos apostlicos da Companhia
devem ser caracterizados pelo apostola-
do intelectual, afirmou o padre Arturo
Sosa. Ele disse ainda: Muitas vezes, esse
tipo de apostolado entendido como fi-
nalidade exclusiva de universidades ou
centros de pesquisa. Proponho que es-
tendamos esse entendimento, de modo
que todo o trabalho educativo e todas
as obras apostlicas promovidas pela
Companhia e pelas instituies sob sua
responsabilidade sejam verdadeiramen-
te um apostolado intelectual.
sentes desde o seu incio. Alm disso, a correspondncia
dos diretores regionais de todo o mundo catlico mostra
como esse apostolado foi desenvolvido em vrios pases.
Ali, encontram-se tambm os Congressos Eucarsticos.
Acesse os arquivos do Apostolado da Orao:
www.sjweb.info/arsi/Guide.cfm
Fonte: Boletim da Cria Geral dos Jesutas (Edio 13 julho)
20 21Em Em
a Companhia de jesus na amriCa latina cPAl
onde est o teu irmo?
pe. roberto jaramillo Bernal, sjPresidente da CPAL
A situao poltica e social de todo o continente continua piorando. A corrupo tem provocado metstases nos pases do
continente, corroendo os sistemas po-
lticos, jurdicos e legislativos, os pac-
tos sociais, as instituies pblicas e
privadas, o mundo empresarial, entre
outras instituies. A Igreja no escapa
de pecados e de culpa. verdade que
nem todo mundo se deixou corromper
e que, nessa reserva moral e tica, paira
a esperana de dias melhores. Mas o pa-
norama no deixa de ser desolador.
So paradigmas dessa crise gene-
ralizada a violncia oficial que, em
quatro meses, fez mais de 450 assas-sinatos polticos e tem milhares de
pessoas presas e feridas na Nicargua,
assim como a intransigncia obtusa
do governo venezuelano que continua
agarrado ao poder e a seus privilgios,
quando, s claras, o pas sangra social,
econmica e politicamente. A bno
de Nicols Maduro (Venezuela), Evo
Morales (Bolvia) e Miguel Daz-Canel
(Cuba) ao regime autoritrio de Daniel
Ortega (Nicargua) uma mostra pa-
ttica do poder da corrupo.
Mas no so menos paradigmticas
dessa nauseabunda situao a norma-
lizao poltica do golpe dado no Bra-
sil, justo no momento em que a Ode-
brecht (empreiteira) operava a maior
mfia corruptora do milnio, e as atu-
ais dificuldades de governabilidade
do gigante da Amrica, onde os altos
juzes (na sua maioria tambm acusa-
dos de corruptos) competem e fingem
substituir os polticos, porque parece
que no h nenhum que se salve.
triste ver a incapacidade da OEA-
-Organizao dos Estados Americanos
(no do secretrio, mas a falta de de-
ciso dos pases que a compem) para
defender a democracia em Honduras,
ou para exigir o respeito pelas decises
soberanas na Bolvia, ou para fazer
valer a ordem constitucional no Para-
guai. E ainda nos falta ver o que acon-
tece com os acordos de paz na Colm-
bia, com a economia no Equador ou na
Argentina, com a reforma judicial no
Peru e com a governabilidade de pases
como a Guatemala ou El Salvador.
Ante essa complexa situao, res-
soaram, novamente, neste 31 de julho, festa de Santo Incio de Loyola, as
perguntas que o Pe. Arturo Sosa, Su-
perior Geral da Companhia de Jesus,
nos dirigiu no ano passado, no evento
Impactando, realizado em Lima (Peru):
qual seria hoje a resposta de Incio e de
seus companheiros? Se eles estivessem
fundando hoje a Companhia de Jesus,
que misso e que forma lhe dariam? Se
contemplarmos com os olhos da
Trindade um mundo onde a corrup-
o afetou no apenas as estruturas
sociais, polticas e culturais, mas o
ncleo das conscincias, qual seria o
nosso maior e mais fundamental desa-
fio? Como podemos garantir que, atra-
vs das diversas misses em que atu-
amos (em to grande diversidade de
trabalhos), estamos permitindo que
Deus toque e transforme a conscin-
cia de pessoas e grupos?
Padre, vocs fazem muitas coi-
sas, dizia-me ontem uma pessoa com
quem eu conversava; [...] e todas elas
so lindas. Mas s uma indispens-
vel: mudar a vida das pessoas. E isso
s Deus pode fazer. Vocs esto a para
ajud-Lo; se no for assim: estorvam.
como podEmos garantir quE, atravs das divErsas missEs Em quE atuamos[...], Estamos pErmitindo quE dEus toquE E transformE a conscincia dE pEssoas E grupos?
O texto na ntegra est disponvel
link https://bit.ly/2wbWRTJ
20 21Em Em
cUrsO PArA iNdigeNistAs rede deenfrentamentoao trfiCohumano
enContro dos Coordenadoresdas redes da Cpal
ntre os dias 9 e 28 de julho, o padre Valrio Sartor participou do Curso
de Extenso em Histria e Cultura
Indgena do Brasil, promovido pelo CIMI
(Conselho Indigenista Missionrio), em
parceria com a ANILA (Universidade Fe-
deral da Integrao Latino-americana).
Realizado no Centro de Formao
Vicente Caas, em Braslia, o curso, que
existe h trs anos, contou com 31 par-ticipantes de diversos lugares do Brasil,
grupo bastante heterogneo de pesso-
as ligadas causa dos povos indgenas,
formado por professores, funcionrios
pblicos, religiosas, militantes dos mo-
vimentos sociais, entre outros.
m 30 de junho, membros da Rede de Enfrentamento ao
Trfico Humano da Trplice
Fronteira (Brasil, Peru e Colmbia)
entre eles, o padre Valrio Sartor
reuniram-se em Islndia (Peru), com
o objetivo de partilhar as atividades
desenvolvidas, ter um momento de
formao e, tambm, planejar as ati-
vidades futuras.
Realizada a cada dois meses, a ini-
ciativa um espao importante para
o fortalecimento da Rede e para o es-
tudo de estratgias de preveno e de
conscientizao da questo do trfico
humano bastante presente na re-
gio fronteiria.
Foram 20 dias muito intensos de aprendizagem sobre histria e resistn-
cia indgena, terra e territorialidade, di-
reitos desse povo, bem-viver, antropo-
logia e conjuntura poltica indigenista.
Alm das aulas ministradas pe-
los assessores sobre essas temticas,
houve tambm vrios momentos de
convivncia, de reflexo e de par-
tilha dos trabalhos dos participan-
tes do curso. Na ocasio, Pe. Valrio
teve a oportunidade de apresentar os
trabalhos do SJPAM (Servio Jesuta
Pan-Amaznico) e da REPAM (Rede
Eclesial Pan-Amaznica) no territrio
Pan-Amaznico.
Fonte: Carta Mensal Pan-Amaznia (n 51/ Julho 2018) Acesse www.jesuitasbrasil.com/cartapanamazonia e leia a ntegra desta e de outras edies.
ntre os dias 24 e 27 de julho, o pa-dre Alfredo Ferro, coordenador do
SJPAM (Servio Jesuta Pan-Amaz-
nico), participou do encontro dos coorde-
nadores de todas as Redes com a equipe
de Coordenao da CPAL (Conferncia
dos Provinciais Jesutas da Amrica Lati-
na e Caribe), realizado em Lima (Peru).
Com a participao de 20 pessoas, o encontro possibilitou um ambiente
de construo coletiva. Foram postos
em comum os POAs (Plano Operativo
Apostlico) de cada uma das REDES e
seus consolidados. Ao mesmo tempo,
buscaram-se os passos a serem dados
para en-RED-dar-nos melhor, tra-
tando de encontrar aes bilaterais
entre as REDES, bem como caminhos
para percorrer de maneira conjunta.
Desse modo, a iniciativa foi um bom
exerccio para analisar, concretamen-
te, o PAC (Plano Apostlico Comum)
da CPAL e possibilitar compromissos
concretos que sejam avaliveis.
22 23Em Em
5 Cidades 11 instituies1.500 pessoas
Durante 40 dias, entre abril e maio, a Campanha pela Hospitalidade foi levada a:
Manaus (AM), Boa Vista (RR), Belo Horizonte (MG), Rio de Ja-neiro (RJ) e So Paulo (SP).
Companhia de jesus PrOmOO dA JUstiA sOciOAmbieNtAl
Brasil aColhe Campanhapela hospitalidade
1.500 pessoas alcanadas, entre leigos e jesutas, pela turn. Foi uma viagem car-
regada de emoes e de afeto, abertura e,
sobretudo, de solidariedade com a causa
dos migrantes forados em nosso conti-
nente, conta Luiz Fernando Gmez.
A hospitalidade uma interao
que permite humanizar o outro e a si
mesmo e construda sobre o conhe-
cimento da outra pessoa, na constru-
o de pontes com ela, no acolhimen-
to do diferente que chega at ns,
ressalta Luiz Fernando, acrescentando
que agir em prol de uma causa, como
a defesa dos direitos dos migrantes
forados, possvel se nascida de in-
divduos conscientes de sua respon-
sabilidade individual, na qual se reco-
O Brasil foi escolhido para encer-rar a turn da Campanha pela Hospitalidade #SoyH por pases latino-americanos. A iniciativa da Rede
Jesuta com Migrantes na Amrica Latina
e no Caribe (RJM-LAC) tem o objetivo de
construir uma rede de pessoas e institui-
es envolvidas em Acolher, Proteger Pro-
mover e Integrar migrantes e refugiados.
Durante 40 dias, entre os meses de abril e maio de 2018, o casal colombiano Natalia Salazar e Luiz Fernando Gmez,
acompanhado pelo padre Agnaldo Junior,
diretor nacional do SJMR Brasil, visitou 11 instituies da Provncia dos Jesutas do
Brasil-BRA, entre colgios, faculdade e
obras sociais. A msica Depende de Mim
foi o fio condutor dos dilogos com as
Acesse o link, oua a msica
Depende de Mim e saiba mais
sobre a campanha #SoyH
https://bit.ly/2KJ6Hlt
foto
: col
gio
so
lu
s (sP
)
nhecem diferentes e complementares
e se projetam para a humanidade a
partir de uma opo de generosidade.
Retornar ao mnimo do sentido co-
mum: somos Humanos.
22 23Em Em
filme sObre viceNte cAAsgANHA PrmiO dA cNbb
O filme KIWXI - Memria, Mar-trio e Misso de Vicente Caas foi premiado como melhor curta-metragem pela CNBB (Confern-
cia Nacional dos Bispos do Brasil) com
o trofu Margarida de Prata, em julho.
O prmio, importante apoio produ-
o cultural livre do Pas institudo em
1967, tem revelado nomes e confirmado diretores e produtores consagrados do
cenrio cinematogrfico brasileiro.
O curta-metragem tambm recebeu
a meno honrosa trofu Ir. Dorothy,
tendo sido o mais votado nas redes so-
ciais. Em entrevista ao site Vatican News,
o diretor Cireneu Kuhn afirmou que o
filme resultado de um trabalho pro-
duzido a muitas mos. Foi realmente
uma alegria muito grande receber a
notcia de que o Kiwxi estava entre os
trs finalistas do prmio Margarida de
Prata, da CNBB. O filme no s de uma
pessoa: do diretor ou de quem quer que
seja. So muitas mos, cabeas e, so-
bretudo, muitos coraes que se unem
numa produo. Por isso esta premia-
o pertence a muita gente, ressaltou.
O filme traz depoimentos de pes-
soas que conviveram com o irmo
jesuta Vicente Caas, brutalmente
assassinado em 1987. Segundo o diretor do curta-metragem, o que fica mais forte
nas falas das pessoas que Kiwxi, como
o jesuta era chamado pelos indgenas,
era uma pessoa fora do comum, radical
em suas opes: coisas de santo.
Kiwxi o segundo documentrio da
srie Os mrtires da Amaznia, coorde-
nada pela SIGNIS Amrica Latina e pela
REPAM (Rede Eclesial Pan-Amaznica).
A produo est a cargo da Verbo Filmes.
Acesse https://bit.ly/2AQiw9N e as-sista ao filme!
Fontes: Vatican News/Comunicao da Provncia dos Jesutas da Espanha
Companhia de jesus dilOgO cUltUrAl e religiOsO
viCente Caas
Nascido na provncia de Albacete
(Espanha), em 22 de outubro de 1939, Vicente Caas ingressou na Compa-
nhia de Jesus em abril de 1961. Quase cinco anos depois, em janeiro de 1966, foi enviado em misso ao Brasil pas
que adotaria como seu, naturalizando-
-se brasileiro. O jesuta viveu, durante
dcadas, em vrios povoados indge-
nas, levando radicalidade o mandato
de enculturao* nascido do Conclio
Vaticano II. Vicente Caas foi um dos
fundadores do Conselho Indigenista
Missionrio do Brasil (CIMI) e membro
da Operao Anchieta (OPAN).
O missionrio foi morto por defen-
der a vida e o territrio dos ndios Ena-
wen Naw, no noroeste de Mato Gros-
so, aos 48 anos de idade. Em 5 de abril de 1987, fez seu ltimo contato por rdio
com os companheiros que estavam na
capital mato-grossense. Na ocasio, ele
avisou que pretendia subir para a aldeia
indgena no dia seguinte. Assim, presu-
me-se que sua execuo ocorreu entre
6 e 7 de abril. Seu corpo foi encontrado mumificado 40 dias depois, em 16 de maio, junto ao barraco de apoio que ha-
via construdo prximo ao Rio Juruena, a
60 km da aldeia.
*Enculturao processo em que a pessoa aprende as exigncias da cultura em que est inserida, adquirindo valores e comportamentos
vistos como necessrios para aquela cultura.
24 25Em Em
Companhia de jesus edUcAO
uniCap homenageada pelo triBunal regional eleitoral
cOlgiO sO lUs PrOmOver semiNriO de PrticAs edUcAtivAs
A Unicap (Universidade Catli-ca de Pernambuco) recebeu a Medalha do Mrito Eleitoral Frei Caneca, no final de julho. A honra-
ria concedida pelo Tribunal Regional
Eleitoral (TRE-PE) a servidores, magis-
trados e instituies que prestaram ser-
vios relevantes Justia Eleitoral Bra-
sileira e, em especial, pernambucana.
Com o intuito de proporcionar um espao de crescimento coletivo, o Colgio So Lus promover o Seminrio CSL de Prticas Educativas
2018, entre os dias 21 e 22 de setembro. Com o tema Desafios do educar e aprender
no sculo XXI, o encontro reunir edu-
cadores, pesquisadores e estudantes da
rea educacional para discutir os desa-
fios e rumos da educao.
O evento ser uma oportunidade para
que os profissionais da rea possam esta-
belecer trocas de experincias bem-suce-
didas que respondam, de maneira eficaz,
aos problemas vividos no cotidiano esco-
lar. No encontro, sero apresentadas pes-
quisas nas diferentes reas da educao.
A partir das reflexes e trocas feitas ao
longo do seminrio, espera-se contribuir
com o debate acadmico e com o dilogo
pedaggico que acontecem, respectiva-
mente, nas universidades e nas escolas de
Educao Bsica, aproximando esses uni-
versos de produo de conhecimento.
partiCipe!Inscries e mais informaes em
www.saoluis.org/seminario
A Unicap tem desenvolvido aes de
combate corrupo durante o pero-
do eleitoral. Uma delas a cartilha Vote
Limpo, que traz informaes sobre como
evitar e denunciar prticas abusivas e
crimes durante a campanha eleitoral. A
iniciativa fruto de uma parceria com
a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-
-PE) e a Arquidiocese de Olinda e Recife.
Instituda em 1990, a comenda dividida nas categorias ouro, pra-
ta e bronze. A Unicap foi agraciada
com a categorias ouro, a mesma
destinada a magistrados que j pas-
saram pelo Tribunal. A medalha foi
entregue ao reitor da instituio,
Prof. Dr. Padre Pedro Rubens Ferrei-
ra de Oliveira.
24 25Em Em
https://bit.ly/2ugraua
https://bit.ly/2ugraua
https://bit.ly/2uGRAUAhttps://bit.ly/2uGRAUA
26 27Em Em
Companhia de jesus JUveNtUde e vOcAes
universitrios partiCipam de voluntariado no Cear
O trabalho voluntrio uma expe-rincia de liberdade, pois uma doao livre sem esperar nada em troca, afirmou o padre Pedro Rubens
Ferreira de Oliveira, durante a missa de
acolhida dos estudantes que participa-
ram da edio de julho do projeto Vo-
luntariado Universitrio (VOU!), desen-
volvido nas comunidades de Vazantes,
distrito de Aracoiaba (CE).
Resultado de uma parceria entre a
Unicap (Universidade Catlica de Per-
nambuco), o Programa MAGIS Brasil
e a Fundao F e Alegria, a iniciativa
reuniu alunos da Unicap e das univer-
sidades espanholas Comillas, Deusto e
Ramon Llull. Segundo o estudante je-
suta Joo Elton de Jesus, coordenador
do Voluntariado Universitrio, a expe-
rincia teve incio com uma pequena
peregrinao de, aproximadamente,
dois quilmetros at a Igreja So Joo
saiBa maisVoc tambm quer participar do Programa de Voluntariado Universitrio
Unicap (VOU!)? Ento, fique atento ao site www.unicap.br/vou
Evangelista. Foi um momento especial
para que os voluntrios pudessem, lite-
ralmente, pisar na terra onde atuaram,
durante parte de suas frias, ajudando
e aprendendo com os demais, contou.
Durante o voluntariado, alm do in-
tercmbio cultural e de conhecimentos,
os estudantes participaram de oficinas
de lngua portuguesa, promovidas pelo
professor do curso de Letras da Unicap,
padre Andr Lus de Arajo. O jesuta
tambm desenvolveu atividades de auto-
conhecimento e projeto de vida.
Os voluntrios tiveram a oportunida-
de de visitar a Casa de Cultura de Vazan-
tes, onde puderam conhecer mais a co-
munidade. Depois de sentir e saborear a
realidade de Vazantes e olhar para os seus
prprios dons e habilidades, os volunt-
rios planejaram as oficinas que oferece-
ram durante toda a experincia, explicou
Joo Elton. O jesuta ressaltou que, alm
de promover as oficinas, os voluntrios
tambm aprenderam com a comunidade.
Durante as semanas da experincia, bra-
sileiros e espanhis receberam aulas de
maracatu ministradas pelos alunos e pro-
fessores de F e Alegria. Isso importante,
pois mostra que todos podem aprender e
ensinar, basta estar aberto e colocar, a ser-
vio dos demais, os seus conhecimentos
e habilidades, destacou Joo Elton.
iniciativa resultado da parceria entre unicap, magis Brasil e f e alegria
26 27Em Em
PrOJetO de APrOximAO e escUtA dOs JOveNs NO mArAJ
Em julho, encerrou-se o primeiro semestre do Projeto de Aproxi-mao e Escuta dos jovens da Ilha do Maraj (PA). Desenvolvido pelo
Centro MAGIS Amaznia, o projeto o
primeiro passo para ampliar o servio
juventude. O objetivo da iniciativa
mapear a diversidade de manifestaes
e expresses juvenis no ato da aproxi-
mao, alm de acompanhar, na me-
dida do possvel, as singularidades das
juventudes na Amaznia.
Para o incio dessa aproximao,
foram escolhidas as comunidades
Santana do Arari e Arana, pertencen-
tes aos municpios de Ponta de Pedras
e Cachoeira do Arari. A primeira fase
do projeto teve incio em abril, com
o processo de aproximao, quando
trs colaboradores visitaram as co-
munidades apresentando o Programa
MAGIS Brasil, assim como a espiritu-
alidade Inaciana e a promoo da jus-
tia socioambiental. A partir de uma
dinmica de acolhimento, o Centro
MAGIS Amaznia promoveu ativida-
des eclesiais e culturais.
No final da primeira fase, criou-
-se um cronograma de atividades a
serem promovidas pelo Centro MA-
GIS mensalmente, nas duas comuni-
dades. A programao foi construda
com base no apelo e nas necessidades
das comunidades e, principalmente,
das juventudes. A presena do Centro
MAGIS Amaznia s foi possvel pelo
voluntariado de jovens que, todo ms,
se propunham a ir e a promover as
atividades nas comunidades ribeiri-
nhas. Nesse contexto, os voluntrios
foram postos em confronto com sua
prpria realidade e puderam analisar
o perfil da juventude daquela rea, de
forma a compreender de quais ma-
neiras o projeto poderia repercutir
positivamente para aquela comuni-
dade. Assim, ento, iniciou-se a se-
gunda fase do projeto: a escuta.
Nessa etapa, houve a aplicao de
questionrio com questes sobre situa-
o a socioeconmica e de identificao
das realidades juvenis (religio, poltica,
sexualidade, violncia, consumo). Por
meio dele, foi possvel traar o perfil dos
jovens que vivenciaram a primeira etapa
do projeto. Diante da pluralidade de rea-
lidades e contextos na Amaznia, prin-
cipalmente, frente s vrias faces da ju-
ventude presente na regio, conhecer de
perto cada rosto e anseio desses jovens
(aproximao) foi fundamental para ma-
pear (escuta) todos que estiveram pre-
sentes ao longo do projeto.
Em 27
28 29Em Em
Companhia de jesus cUidAdO dA AmAzNiA
seminrio em memriado pe. Cludio perani
Entre os dias 8 e 11 de agosto, foi realizado o Seminrio Cludio Perani Legado Proftico: Desa-fios e Perspectivas, em Manaus (AM).
O evento teve como objetivo celebrar
a memria do padre jesuta Cludio
Perani, falecido h 10 anos. Queremos resgatar sua espiritualidade, mstica
e metodologia libertadora, de modo
a inspirar a defesa da Amaznia e de
seus povos, bem como construir pers-
pectivas baseadas na Ecologia Inte-
gral, explicou o padre David Hubald
Romero, delegado para a Preferncia
Apostlica Amaznia PAAM.
Organizado pelo SARES (Servio
Amaznico de Ao, Reflexo e Edu-
cao Socioambiental), em parceria
com a Equipe Itinerante Intercongre-
gacional e Interinstitucional e o CIMI
(Conselho Indigenista Missionrio),
o evento tambm teve o apoio da Ar-
quidiocese de Manaus, do ITEPES
(Instituto de Teologia Pastoral e En-
sino Superior da Amaznia), do CEAS
(Centro de Estudos e Ao Social), do
OLMA (Observatrio Nacional de Justi-
a Socioambiental Luciano Mendes de
Almeida), da Casa MAGIS Manaus e do
Frum de Mudanas Climticas.
Uma celebrao eucarstica, na Ca-
tedral Metropolitana de Manaus Nossa
Senhora da Conceio marcou o incio
do seminrio, no dia 8 de agosto, reu-
nindo cerca de 500 pessoas. A missa foi presidida pelo bispo emrito da Arqui-
diocese, dom Luiz Soares Vieira, grande
amigo do Pe. Cludio Perani. Durante a
homilia, ele ressaltou que o Snodo para
Amaznia, que acontecer em 2019, ser uma oportunidade para discutir e trazer
alguma luz sobre a atuao da Igreja na
Amaznia. Citando as palavras do Papa
Francisco, ele lembrou que o todo
maior que as partes. Segundo o bispo
emrito, os ribeirinhos, os quilombolas,
entre outros, so partes importantes que
precisam de ateno, mas que a soluo
para a Amaznia no vem somente para
atender uma realidade e precisa ser pen-
sada em termos mais amplos.
Ainda em sua homilia, dom Luiz So-
ares ressaltou que ns, cristos e crists,
somos homens e mulheres de esperan-
a, capazes de ver nos sinais dos tempos
as tendncias da Igreja e olh-las com
olhar proftico, olhar o mundo sonhado
por Deus. E acrescentou: O Pe. Cludio
teve esta viso e insistiu muito, de fazer
conhecer a realidade de nossa regio para
a instalao do reino de Deus.
No fim da celebrao, Kiki Perani
leu a carta que fez em memria do ir-
mo, Pe. Cludio, dizendo que ele foi
luz, guia e semeador e sua semente
deu frutos, seja na Igreja ou de ajuda
e luta pelo povo brasileiro, e entre es-
tes, os mais pobres, mais desumani-
zados, mais explorados.
Em mesa-redonda durante o semi-
nrio, o diretor do ITEPES (Instituto de
Teologia, Pastoral e Ensino Superior da
Amaznia), padre Ricardo Castro, apon-
tou os elementos inspiradores no pen-
samento do Pe. Cludio Perani para o
Snodo para a Amaznia. Ele ressaltou
que, de acordo com o pensamento do
jesuta, alm das diferentes compreen-
ses sobre a Amaznia, precisamos co-
nhecer seus povos, nos aproximarmos
das pessoas para aprender com suas ex-
perincias, uma atitude que est muito
presente no pensamento e discurso do
Papa Francisco em referncia ao Snodo
para a Amaznia, o qual ele deseja que
brote da vida do povo, da escuta.
Em sua participao durante a
mesa-redonda, Francinara Martins,
coordenadora geral da COIAB (Coorde-
nao das Organizaes Indgenas da
Amaznia Brasileira), alertou que est
Amaznia: novos caminhos para a
Igreja e por uma ecologia integral
o ttulo do Snodo convocado
pelo Papa Francisco e que ser re-
alizado em outubro de 2019.
28 29Em Em
acontecendo, no Brasil, uma guerra fria
entre o governo e os defensores dos di-
retos. O que, segundo ela, tem levado ao
sofrimento dos povos, sobretudo, mu-
lheres, crianas e os mais velhos.
Francinara questionou sobre o que
fazer para ter garantias diante dos gran-
des projetos de explorao cada vez mais
presentes na Amaznia. Basta, chega de
tanto retrocesso, de no nos ouvirem,
de no nos enxergarem, de dizer que os
povos indgenas no sabem, afirmou a
Nascido na It-
lia em 1932, Padre Cludio Perani foi um
importante telogo e de-
fensor das causas dos trabalhadores
aqui no Brasil. Um dos fundadores do
CEAS (Centro de Estudos e Ao Social),
em Salvador (BA), e da CPT (Comisso
Pastoral da Terra), foi figura importan-
te no processo de redemocratizao do
Pas, na poca da ditadura militar.
Quem foiCludio perani? Dedicou 14 anos de sua vida regio
amaznica, onde foi o primeiro Supe-
rior do Distrito dos Jesutas da Ama-
znia, hoje j extinto. Sempre muito
envolvido no campo social, defendia a
importncia de propor formao e ex-
perincias profundas de encarnao
nas diversas realidades amaznicas,
aliando ao e reflexo. Com sua intui-
o, foi dando pistas, desde o incio, de
que a atuao na Amaznia marcada
por inmeros desafios que envolvem
megaprojetos, desmatamento, dis-
puta de terras, diversidade de povos e
lnguas, por isso precisa ser sentida e
analisada de maneira muito concreta
e com os ps no cho literalmente.
Os traos pessoais do Pe. Cludio
Perani no deixam dvida de que era
algum que gostava de estar com o
povo. Ele fazia uma anlise da reali-
dade bastante minuciosa e com mui-
to discernimento, sempre em defesa
da Amaznia e de seus povos.
coordenadora da COIAB, acrescentando:
no temos medo de defender nossa fa-
mlia, nosso territrio, pois nossa gran-
de luta a luta pela Me Terra.
Em outro momento da mesa-redon-
da, lembrou-se tambm das comuni-
dades indgenas urbanas presentes na
Amaznia. A indgena Marcivana Ro-
drigues Paiva, representante da COPIME
(Coordenao dos Povos Indgenas de
Manaus e Entorno), contou que existem
45 povos e 15 lnguas diferentes na ca-
pital amazonense. O indgena no dei-
xa de ser indgena por estar na cidade,
observou Marcivana, ressaltando que o
que falta reconhecimento, o que im-
plica falta de direitos. Ela alertou ainda
sobre os perigos dos ndios nas cidades,
como o fato de perder a cultura, uma
vez que a cidade impe seus valores e
traz novos modos de vida e afirmou que
para ter um rosto amaznico, a Igreja
deve respeitar e assumir a cultura ind-
gena, suas simbologias.
Fonte: Preferncia Apostlica Amaznia (PAAM) e Comunidades Eclesiais de Base do Brasil (CEBs)
30 31Em Em
Companhia de jesus NA PAz dO seNHOr
na paz do senhorir. JOs Alves ferNANdesPor Pe. Carlos henrique mller
Irmo Jos Alves Fernandes nasceu no dia 10 de agosto de 1931, em uma localidade chamada Mercs, no mu-nicpio de Alto Rio Doce (MG). Foi ba-
tizado pelo padre Francisco Gaudio, na
Parquia de Nossa Senhora das Mercs.
Em 21 de abril de 1950, Ir. Fernandes ingressou na Companhia de Jesus em
Monnerat (RJ), quando o padre Artur
Alonso era provincial. Fez os votos no
final do Noviciado, em 22 de outubro de 1952, em Itaici (Indaiatuba/SP). Os ltimos votos aconteceram na Igreja de
Santa Teresinha do Menino Jesus, em
Utiariti (MT), em 15 de agosto de 1962, re-cebidos pelo padre Henrique Froehlich.
O Ir. Fernandes trabalhou em di-
versos ofcios na Companhia. Com
exceo de curtos perodos em Itaici
(1953-1955), no Colgio Loyola em Belo Horizonte (1967) e no Centro Cultural de Braslia em Braslia (1968-1971) , vi-veu por muitos anos em Mato Grosso.
Em Diamantino (MT), de 1956 a 1960, atuou como cozinheiro, hortelo e pe-
cuarista. Em 1972 e 1973, na regio do Barranco Vermelho (Diamantino), na
Estao Missionria Santo Incio, foi
auxiliar no Posto Escondido. Depois,
na Residncia Imaculada Conceio,
ad omnia e motorista dos enfermos. De
1961 a 1966 e de 1978 a 1983, em Utiariti, desenvolveu diversos trabalhos, como
hortelo, cozinheiro, pecuarista, au-
xiliar da administrao, enfermeiro,
roupeiro e motorista. De 1986 at 2018,
na Residncia Joo Bosco Burnier,
exerceu diferentes funes, entre elas,
a prestao de servios Congrega-
o das Irmzinhas da Imaculada. Sua
grande qualidade foi a fidelidade ao
trabalho que lhe foi confiado na mis-
so do Mato Grosso.
O padre Carlos Viana d seu teste-
munho sobre o jesuta:
Mineiro, o Ir. Fernandes gostava de
falar das coisas que compunham suas
grandes paixes: os ndios do Mato Gros-
so, a Misso Anchieta, as histrias de ir
e vir nesse serto, o avio que cortava o
estado a servio dos ndios, os tratores,
caminhes, cavalos, barcos e outros meios
de transportes, as aventuras a servio do
Evangelho, os amigos que j tinham par-
tido e que, agora, ele certamente j os re-
encontrou. Na parede de nossa Residncia
Burnier, tem uma fotografia dele com uma
ona e, na outra, ele est sobre a cabine de
um caminho e com os ndios Rikbaktsa.
Nesses ltimos anos, ele ficou mais
por Cuiab (MT), vivia na Casa de Trn-
sito para ndios e missionrios. Todos
os dias, ia missa cedo e, depois, to-
mava um caf na casa das Irmzinhas
de Santa Paulina. Ali prestava servios
de motorista quando elas precisavam,
comprava suas coisas: torresmo, po de
queijo, sua cervejinha, o biscoito de pol-
vilho (como pode tirar Minas de dentro
de um mineiro?). Depois que foi constru-
da a residncia dos jesutas em Cuiab
e fechada a Casa de Trnsito, ele passou
a morar em comunidade, mas tinha seu
ritmo prprio e gostos marcados. Era
um conserto de lmpada, uma torneira
a trocar, arrumar o porto eletrnico,
afiar facas, levar o carro na oficina, de
tudo o Fernandes fazia. Era um homem
bom, cuidadoso com a casa, servial e
disponvel. Se algum ouvisse as modas
antigas de viola na casa da frente de
nossa residncia, j podia saber que era
sbado ou domingo.
Este jesuta original tinha vindo ao
Mato Grosso logo depois do Noviciado,
chegou Diamantino em 5 de maio de 1955 e passou a se dedicar ao sustento do Internato de Utiariti na criao de gado.
No sbado, a gente acordava com o chei-
ro do torresmo e a feijoada estava pronta.
No domingo, era dia de sopa, preparada
do jeito da Misso. Gostava de assistir
aos filmes de bang bang e tinha grande
amizade com os ndios e as pessoas sim-
ples do bairro. Quando foi para a Casa
de Sade e Bem-Estar Nossa Senhora
da Estrada (So Paulo), em 2 de julho de 2018, estava muito fraco. Levou apenas uma malinha e deixou para trs coisas
simples que couberam numa caixa: um
rosrio antigo, o colar indgena que ele
gostava de usar, a faca antiga, o canive-
te, o bocal de luz e uma fotografia antiga
dele tocando berrante. Recebemos not-
cias em vdeo no whatsapp, mostrando-o
contando histrias e rindo ao lado do seu
companheiro de Noviciado, o Irmo No-
gueira. Como mineiro e missionrio, vai
agora contar seus causos l no cu. Aqui,
deixou saudades. Homem bom esse ir-
mo Fernandes. Homem Bom!
30 31Em Em
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gruPo de aComPanhamento voCaCIonal InaCIano (gavI)
retIro de 4 dIas
enContro de estudos soBre as realIdades JuvenIs
Curso
lIteraturas de lngua Portuguesa
ofICIna
rezar Com os mstICos
voluntarIado na Pastoral do mIgrante
exerCCIos esPIrItuaIs Para leIgos - eel1
dIas de orao
juBileus60 ANOs de cOmPANHiAEm 7 de setembroIr. Laudelino Costa
Pe. Lauro Willy Barth
50 ANOs de sAcerdciOEm 28 de setembroPe. Ilrio Govoni
15
15 e 22
19
22
22 e 23
28 A 30
30
Em 20 de setembroPe. Alfonso Carlos Palacio Larrauri
Em 24 de setembroPe. Fidel Garcia Rodriguez
32 atEm Em