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Samuel Martinelli Monsanto do Brasil Ltda 1 I WORKSHOP DE MILHO TRANSGÊNICO 07-09 DE MARÇO DE 2012 SETE LAGORAS,MG Papel do Monitoramento no Manejo de Resistência (MRI)

Papel do Monitoramento no Manejo de Resistência (MRI)cnpms.embrapa.br/milhotrans/painelIII3.pdf2 •Conceito de resistência •Interpretação da resistência no campo e no laboratório

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Samuel Martinelli Monsanto do Brasil Ltda

1

I WORKSHOP DE MILHO TRANSGÊNICO

07-09 DE MARÇO DE 2012

SETE LAGORAS,MG

Papel do Monitoramento no

Manejo de Resistência (MRI)

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• Conceito de resistência

• Interpretação da resistência no campo e

no laboratório

• Implementação de um Programa de

Monitoramento

• Reação a um evento de resistencia

• Conclusões

Roteiro

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• Alterações genéticas herdáveis nos insetos as

quais podem conferir aos mesmos uma menor

suscetibilidade a um inseticida ou à uma proteina

de Bt.

• Estas alterações descrevem uma faixa de

condições que variam desde desvios na

suscetibilidade de populações de insetos em

condições de laboratório a “falhas de controle”

O que é resistência?

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Resistência a “Bt”: modelo genérico

R R S S S S S S

S S

R R

Alelo de suscetibilidade = Condição normal

Alelo de resistência = Condição rara, frequentemente detrimental sob ausência de pressão de seleção, mas benéfico ao organismo portador na preseça das proteinas de Bt

R R R R

Suscetível Homozigoto

Heterozigoto Homozigoto Resistente

RARO EXTREMAMENTE RARO

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O que é...e do que cuida o Manejo de

Resistência de Insetos (MRI)?

• O conjunto de medidas que devem ser adotadas com o

objetivo de reduzir o risco para a evolução da resistência

na população de insetos alvo;

• Objetivo: prevenir, retardar ou reverter o processo de

evolução da resistência. Importante componente dos

programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP);

• MRI = Vida útil de um Produto

– Aspecto da Gestão Responsável dos Produtos

– Baseado em “Ciência”

– Especificidades são definidas localmente

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Casos de resistência documentados

• Porto Rico – Spodoptera frugiperda resistente a Cry1F

– Aproximadamente 5 anos após o inicio do uso comercial;

– Produto retirado daquele mercado.

• África do Sul – Busseola fusca resistente a Cry1Ab

– Aproximadamente 8 anos após o inicio do uso comercial;

– Uso adicional de inseticida.

• India – Pectinophora gossypiella resistente a Cry1Ac

– Aproximadamente 10 anos após o início do uso comercial;

– Substituição do Bollgard I pelo algodão Bollgard II, mas o nível de adoção de refúgio ainda é mínimo.

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Como podemos manejar a

resistência?

• Retirar os alelos de resistência da população do inseto praga – Resistência funcionalmente recessiva;

– Reduzir as vantagens adaptativas dos indivíduos resistentes (ex: altas doses);

– Manejo por Saturação

• Reduzir a pressão de seleção – Adoção de áreas de refúgio;

– Manejo por Moderação

• Utilizar multiplos mecanismos de seleção – Uso da “piramidação”de genes (2 ou mais MOA)

– Manejo por Ataque Múltiplo

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Frequência de resistência

Frequência

Crítica

f(R)

Tempo

Pressão de seleção

Frequência Crítica: é a frequência a partir da qual a resistência se

torna um problema econômico, ou seja, falhas no controle de uma

determinada praga são verificados devido à resistência.

COMO ESTABELECER UM PROGRAMA DE

MONITORAMENTO E EVITAR CONFUSÃO E

DISCUSSÕES POUCO PRODUTIVAS?

MONITORAMENTO NO CAMPO, NO LABORATÓRIO OU AMBOS?

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Uma visão extrema...

...resistência deve ser baseada em se

demonstrar a falha de controle no campo

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Implicações em se basear apenas na

falha de controle no campo

• Perda de credibilidade dos pesquisadores, extensionistas

e da indústria;

• Torna o manejo de resistência reativo e não pró-ativo;

• Impede conversas francas e sinceras sobre alterações na

suscetibilidade de populações de insetos;

• Impede a pesquisa e a investigação científica. Porque

estudar a resistência se não há preocupações antes das

falhas de controle?

• Promove o manejo de resistência “post-mortem”.

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Concentration da proteína de Bt

Res

po

sta

0%

100% Referência

Possível

Resistente

50%

1,0 10

10 vezes

…define a resistência como uma redução de 10 vezes na

suscetibilidade, em relação a uma linha básica de dose-resposta

Uma visão extrema oposta...

Insetos viáveis são produzidos pelos individuos desta

população?

RESISTÊNCIA NO LABORATÓRIO NÃO NECESSARIAMENTE REFLETE A RESISTÊNCIA NO CAMPO

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Implicações em se basear apenas em

alterações no laboratório

• Perda de credibilidade dos pesquisadores, extensionistas e da

indústria – comunicações prematuras de resistência;

• Resultados são dependentes do tipo de biensaio, da substância

teste, dos critérios de mortalidade;

• Resultados são dependentes da “referência de comparação” –

População de Laboratório? População de campo menos

suscetível?

• Processo arbitrário e que não se relaciona com o desempenho

de campo das tecnologias;

• Resultados são dependentes da espécie de praga: espécies

altamente suscetíveis vs especies tolerantes

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Aumento de CL50

Núm

ero

de r

esposta

s

O que podem ser difererenças

significativas? A população menos suscetível esta dentro da faixa de

variação das linha básica de suscetilidade das referência?

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Aumento de CL50

Núm

ero

de r

esposta

s

O que podem ser difererenças

significativas? A população menos suscetível esta dentro da faixa de

variação das linha básica de suscetilidade das referência?

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Não conseguimos saber sem um trabalho robusto e

consistente de linha básica de suscetibilidade

O que podem ser difererenças

significativas?

Fonte: Dennehy et al

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1997-2005

O que podem ser difererenças

significativas?

Fonte: Dennehy et al

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Índice interno da consistência de um

bioensaio ao longo do tempo;

Frequentemente não refletem de forma

signficativa a resposta básica de populações

de campo.

Adaptadas ao laboratório

Altamente endomogâmicas

Qual o propósito de uma população

suscetível de referência?

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Comparações devem ocorrer com a linha

básica de suscetibilidade

Concentração da proteína de Bt

Mortalidade

0%

100%

faixa

Não com a população suscetível de laboratório

> Típica população

de laboratório

> População ideal

para comparação

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Concentrações significativas para

monitoramento

Mortalidade

0%

100%

Possível

Resistente

Seleção de concentrações diagnósticas baseadas na variação

das linhas básicas

faixa

Concentração da proteína de Bt

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O bioensaio reflete o encontro e a exposição da

praga à proteína de Bt no campo? Modo de exposição – incorporação em dieta e contaminação

superficial

Dose da proteína

Estágio do inseto que é efetivamente exposto

Duração da exposição

Critério de mortalidade: mortalide (CL50), redução no acúmulo de

biomassa (CE50) ou capacidade de mudar de instar (CIM50)

O que é um bioensaio significativo?

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O que representa uma inibição de

desenvolvimento larval deste nível?

0,6 mg 4,2 mg

0,1 mg

Redução em acúmulo de biomassa= 97,62%

Larva considerada “viva” em um bioensaio de 7 dias de duração

Larva controle

Larva controle

4,2 mg

Larva considerada “viva” em um bioensaio de 7 dias de duração

Redução em acúmulo de biomassa= 85,71%

O que é um bioensaio significativo?

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Neonata L1 L2 L3 L4 Pré pupa

Lagarta L4 em copo plástico

contendo dieta artificial

O que é um bioensaio significativo?

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Neonata L1 L2 L3 L4 Pré pupa

Lagarta L4 em copo plástico

contendo dieta artificial

O que é um bioensaio significativo?

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Goiás

Minas Gerais

São Paulo

Bahia Mato Grosso

Mato Grosso do Sul

Paraná

Rio Grande do Sul

•Definição das pragas alvo do monitoramento

•Estabelecimento dos pontos de coleta de populações

Relevância regional da cultura Bt

Fatores que incremental o risco para resistência

• Laboratórios de referência (?)

Laboratórios públicos

Laboratórios privados

Implementando um Programa de

Monitoramento - Laboratório

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Laboratório de Referência

Procedimentos de coleta de populações no campo

Implementando um Programa de

Monitoramento - Laboratório

Transporte

Foto: ESALQ/USP – Dr. Celso Omoto

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Implementando um Programa de

Monitoramento - Laboratório

•Definição dos parâmetos e do bioensaio, por exemplo:

Fonte da proteína de Bt

Critério de mortalidade

Duração da exposição

•Treinamento

Execusão do bioensaio

Análise estatística

Interpretação dos resultados

Foto: ESALQ/USP – Dr. Celso Omoto

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Milho Bt

Milho convencional

Implementando um programa de

monitoramento - Campo

Milho convencional

Milho Bt

Parcelas “sentinela”

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Conclusões

• Em um Programa de Monitoramento é necessário inicialmente

conceitar a resistência, utilizando critérios científicos;

• O monitoramento deve compreender trabalhos de laboratório (Ex:

proteínas purifcadas ou fontes compatíveis) e o monitoramento no

campo;

• As pragas alvo do Programa de Monitoramento, bem como os

parâmetros de bioensaio devem ser otimizados e embasados na

literatura intenaiconal;

• O trabalho consistente de Monitoramento em um laboratório de

referência depende de uma trabalho robusto de linha básica (mínimo

de 2 anos antes da introdução de uma nova tecnologia);

• Deve-se estabelecer o fluxo de trabalho para se responder a

possiveis casos de resistência

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OBRIGADO

[email protected]