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PAPEL DO PEDAGOGO NA ORGANIZAÇÃO E MEDIAÇÃO DO TRABALHO

PEDAGÓGICO DA ESCOLA PÚBLICA

Autor: Ivone Maria Grezzana1

Orientador: Clarice Schneider Linhares2

Resumo

Este estudo consiste na reflexão do papel do Pedagogo na organização e mediação do trabalho pedagógico da Escola Pública do Estado do Paraná, tendo como objetivo mostrar o papel deste profissional, destacando sua função específica no contexto escolar. Analisa também seu trabalho como mediador e articulador do processo ensino aprendizagem assim como nos problemas do cotidiano escolar da rede de Ensino do Estado do Paraná. A questão abordada busca levantar a identidade e a provável descaracterização da sua função dentro da escola, pois ao desempenhar várias atividades, conforme a necessidade diária, acaba deixando de realizar a sua verdadeira função pedagógica. Por meio do conhecimento da situação atual, percebe-se que os desafios e conflitos presenciados no cotidiano escolar são importantes para a participação coletiva, da escola e da comunidade, a fim de contribuir na busca de novos conhecimentos e de práticas e ações na construção de uma escola pública de qualidade.

Palavras-chaves: Trabalho coletivo; Pedagogo; Educação.

1 Introdução

O presente estudo sobre o papel do Pedagogo na organização e mediação do

trabalho pedagógico da escola púbica, mais especificamente das funções do

professor pedagogo nas escolas do estado do Paraná, surgiu devido às dificuldades

e desafios que a escola pública enfrenta hoje, em virtude do crescimento acelerado

da sociedade, das transformações e avanços tecnológicos que, por uma série de

fatores, interferem no ensino aprendizagem e no ambiente escolar. As tarefas do dia

a dia exigem a maior parte do tempo desse profissional, que desempenha inúmeros

papéis, deixando de lado a sua verdadeira função que é o acompanhamento

pedagógico.

1 Professora PDE. Pedagoga da Rede Estadual da Educação Básica do Estado do Paraná,

atuando na equipe pedagógica do Colégio Estadual José Armim Matte – EFMNP, em Chopinzinho – PR. 2 Professora Ms. Clarice Schneider Linhares, orientadora da Universidade do Centro Oeste –

UNICENTRO de Guarapuava.

O professor pedagogo é especialista em educação, detém os métodos e

técnicas a serem utilizados no processo ensino aprendizagem, e é o articulador no

processo de formação e na organização das práticas pedagógicas, sendo

fundamental sua presença na mediação e efetivação dessas propostas.

Conhecendo a situação que se apresenta nas escolas o objetivo deste

estudo é refletir sobre o papel do professor pedagogo na organização do trabalho

pedagógico, destacando a especificidade no contexto geral e conscientizando a

comunidade escolar sobre a prática de suas funções.

Partindo disso, foram desenvolvidas pesquisas e levantamento de subsídios

teóricos e metodológicos que fundamentam a atuação do Pedagogo, os quais

embasaram a aplicação deste projeto que foi aplicado posteriormente junto ao 4º

ano do curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual José Armim Matte –

EFMNP, de Chopinzinho. Foram estudadas e analisadas as relações entre a teoria e

a prática nas exigências postas pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná

para o profissional da educação no atual quadro das novas políticas educacionais do

Estado.

O primeiro tema abordado e desenvolvido foi o estudo sobre o histórico da

Pedagogia, desde seu surgimento, por meio da Legislação Brasileira, e das Leis de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, resgatando aspectos que influenciaram a

atuação desse profissional. Foi revista a Lei nº 4024/61, que cita a formação

especifica do orientador educacional, a Lei 5540/68, a Lei 5692/71 e a atual LDB (Lei

de Diretrizes e Bases) nº9394/96, com as referidas reformulações que ocorreram e

as modificações que foram feitas na legislação brasileira.

O segundo tema desenvolvido foi o resgate da política do Estado do Paraná

referente ao Pedagogo, a partir de 1990 até os dias atuais, destacando todos os

caminhos percorridos, retrocessos, avanços e conquistas na carreira desse

profissional da rede pública, especificando todas as funções atribuídas a ele dentro

do ambiente escolar.

Partiu-se então para um estudo sobre a escola pública contemporânea, na

qual crianças e jovens buscam, como instituição de valores iniciais, força e incentivo

para continuar sua formação, adquirindo novos conhecimentos, convivendo

socialmente e preparando-se para o terem um futuro profissional de qualidade.

A escola exerce hoje funções sociais que lhe foram atribuídas pelo sistema

vigente através de programas oferecidos às classes sociais menos favorecidas,

sendo necessário ser criada uma nova instituição e uma nova didática de acordo

com as necessidades e os recursos contemporâneos, pois hoje o tempo é outro,

existem novas necessidades sociais, as quais contam com recursos tecnológicos

mais avançados, devendo-se, para bem usufruí-los, construir uma nova didática

para esse sistema.

2 Histórico da Pedagogia e a legislação

O termo Pedagogia surgiu na Grécia, em 1549, com os jesuítas, sendo

analisado e estudado por Santo Agostinho e retomado, mais tarde, por Santo Tomás

de Aquino, concluindo que o ato de ensinar tem duplo sentido: o que se ensina e

para quem se ensina.

Comenius também apresenta um marco no desenvolvimento da pedagogia

referindo-se a didática em sua reflexão sobre a educação e o ato de ensinar.

Condorcet refere-se à Pedagogia como “método de ensinar”, “arte de ensinar”,

“instrução”, “ordem didática”, num sentido amplo, referindo-se sobre os valores que

envolvia o homem.

A partir do século XIX a Pedagogia aparece na educação, surgindo assim a

necessidade da formação de professores, sendo criado o primeiro estabelecimento

de ensino para gerir esta função, em 1684, fundado por São João de La Salle.

A criação de escolas normais surge após a Revolução Francesa com

objetivo de formar professores, pois o grande problema da época era a instrução

popular.

A Escola Normal foi criada em 1794, em Paris. A Escola Normal Superior

formava professores de nível secundário e a Escola Normal Primária preparava para

atuar no ensino primário. A questão didático-pedagógica, porém, era o maior

problema enfrentado naquele momento. As escolas normais foram fundadas naquele

período e em países como a Itália, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.

Com isso criaram-se Escolas Normais de nível médio, para formar

professores primários, deixando a formação de professores secundários para o nível

superior. Prevaleceu naquele período o estudo nas universidades e instituições de

ensino superior, e o pedagógico foi enfatizado nas escolas que preparavam os

professores que atuariam no ensino primário, com o que se deduz que essa

formação seria completada com a prática, ou seja, a didática pedagógica seria

adquirida após o domínio dos conteúdos.

Já no Brasil, o Curso de Pedagogia teve sua regulamentação em 1939,

formando o bacharel, conhecido como “técnico em educação”, cursando em três

anos as disciplinas de Fundamentos de Educação e licenciado em Pedagogia após

cursar o 4º ano com a área da Didática Geral e Especial e Prática de Ensino, no

denominado esquema 3+1.

O bacharel era preparado para os cargos técnicos da educação e o

licenciado, para a docência, havendo a separação entre teoria e prática.

Com a criação da Lei da Reforma Universitária, Lei nº 5.540/1968 foi então

criada a Faculdade Nacional de Filosofia, constituída por Filosofia, Ciências e Letras

e Pedagogia e, especialmente, a Didática, sendo que no período de 1940 a 1968 a

Universidade do Brasil era modelo padrão para todas as instituições superiores.

O modelo implantado instituiu um currículo fechado para o curso não abrindo

espaço para discussões sobre os problemas da educação e o desenvolvimento da

Pedagogia. Essa estrutura permaneceu até a aprovação da Lei nº 4.024, de 20 de

dezembro de 1961, com um currículo mínimo composto de sete disciplinas indicadas

pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e mais duas escolhidas pela instituição.

Com a regulamentação do Parecer nº 292/1962, a licenciatura passou a ter o

estudo de três disciplinas específicas para o Curso de Pedagogia: Psicologia da

Educação, Elementos da Administração Escolar e Didática e Prática de Ensino, esta

última comumente conhecida como Estágio Supervisionado. O curso ainda não

possuía identidade própria e havia muita polêmica sobre a sua extinção ou a sua

permanência.

Com a Lei da Reforma Universitária, em 1968, ficou facultativo para a

graduação em Pedagogia ofertar as habilitações Supervisão, Orientação e

Administração para atender a demanda e o mercado da época.

O Parecer 252/1969 do Conselho Federal de Educação (CFE), destacava o

funcionamento, a organização e o objetivo no preparo de profissionais para atuarem

na educação, dando direito do título de especialista em supervisão, orientação e

administração após a complementação de estudos, fixando em 4 anos a base

comum e uma específica para especialistas e com isso igualando o bacharelado e o

licenciado, permitindo que atuassem nos cursos normais de 2º grau e nas séries

iniciais, cabendo a esse licenciado também ministrar aulas de Matemática, História,

Geografia e Estudos Sociais no ensino secundário.

Em 1978 realizou-se o I seminário de Educação Brasileira pela Unicamp,

em Campinas, São Paulo, cuja abordagem foi a nível nacional, para se discutir a

reformulação do curso, criando-se nessa época a Associação Nacional para a

Formação Profissional de Educadores (ANFOPE), e tinha como objetivos a luta pela

transformação da sociedade, valorização da escola pública e do magistério e a

busca de uma nova identidade para o Curso de Pedagogia. Em 1983, a ANFOPE fez

um movimento de reformulação, também nas licenciaturas.

Nos anos 1980, surgem teorias crítico-reprodutivistas que destacavam o

papel que a sociedade e a educação exerciam como reprodutora das desigualdades

econômicas. Nesse período destaca-se, no sentido pedagógico, a Educação

Libertadora, com as correntes filosóficas de Paulo Freire e a Pedagogia Crítico-

Social de Carlos Libâneo, sofrendo influências dos progressistas ligados às ciências

sociais.

Finalmente, no ano de 2003, foram elaboradas as Diretrizes Curriculares

Nacionais para o Curso de Pedagogia por uma comissão composta por conselheiros

da Educação Básica e da Educação Superior com o objetivo de rever o que o CNE

já havia definido para o curso de formação de profissionais da educação.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia referem-se à

formação inicial para exercer docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do

Ensino Fundamental, no Ensino Médio, modalidade normal, na Educação

Profissional além do apoio no contexto geral da escola nos aspectos pedagógicos,

na participação dos processos de gestão, avaliação, elaboração e acompanhamento

de programas e projetos desenvolvidos no coletivo escolar, tendo especial atenção

com a diversidade cultural e social do país, a pluralidade ideológica e as concepções

na gestão democrática da escola.

3 O professor pedagogo

O processo ensino aprendizagem passa, atualmente, por mudanças

decorrentes da legislação educacional e também da imposição econômica,

obrigando a escola pública a assumir diversos papéis, causando o aumento de

funções, abarcando maior quantidade de tarefas e com isso tornando confusa a

especificidade do seu trabalho.

Ao realizar as entrevistas com as professoras pedagogas que atuam no

Colégio Estadual José Armim Matte – EFMNP, de Chopinzinho, e a partir do relato

das mesmas, vimos que a preocupação maior que essas profissionais enfrentam

está na organização do seu trabalho a fim de que seja desenvolvido com melhor

qualidade. Todas conhecem as funções determinadas pela SEED e sabem da

responsabilidade de serem mediadoras no processo ensino aprendizagem.

O principal problema levantado, entretanto, foi a falta de tempo para a

realização do trabalho pedagógico em si, uma vez que são muitos os conflitos que

se apresentam e que exigem a sua presença para solucioná-los. O Pedagogo torna-

se muitas vezes “apagador de incêndios”, o "faz-tudo", que ao mesmo tempo acaba

não fazendo nada, pois muitas vezes se sente desvalorizado e não obtém o devido

reconhecimento por parte dos demais professores.

Ao se conversar com estes, os mesmos demonstraram ter conhecimento do

papel do professor pedagogo, e reconhecem que ele está sobrecarregado com os

acontecimentos diários, tornando difícil o seu trabalho. Alguns manifestaram o

desejo de poder contar com o trabalho e o acompanhamento dos pedagogos no

desenvolvimento das atividades pedagógicas, pois vêm a necessidade da presença

desse profissional para ajudá-los na organização dos planejamentos, dos projetos e

nas ações pedagógicas elaboradas e desenvolvidas no ambiente escolar.

Quanto aos alunos do 4º ano do curso de Formação de Docentes as

respostas foram bem diferentes, pois demonstraram não terem conhecimento das

funções do Pedagogo da escola, relatando que esses só atendem alunos, observam

a sua pontualidade, o uso do uniforme, as chamadas de atenção e ainda a

orientação, ao dirigirem-se “às salas de aula para dar recados e substituir

professores nas suas ausências”. Segundo eles, os pedagogos também auxiliam a

direção em tudo que é necessário e não citaram nada sobre a responsabilidade do

professor pedagogo com o pedagógico, planejamentos, enfim, o verdadeiro papel do

mesmo dentro da escola.

Após o levantamento dos dados das entrevistas, verificou-se a necessidade

no desenvolvimento de estudos, especificamente no curso de Formação de

Docentes (nível médio), para o conhecimento das especificidades do curso, a

história da Pedagogia, a formação dos professores e as funções dos professores

pedagogos, possibilitando também uma orientação profissional, já que alguns alunos

pretendem continuar no magistério fazendo o curso de Pedagogia.

Sabe-se ainda que a legalização do trabalho do profissional que atua na

escola está definida no regimento Escolar e no Projeto Político Pedagógico servindo

de suporte e apoio para a organização da sua prática. O que se vê, porém, é esse

profissional passar a maior parte do tempo buscando soluções de problemas

corriqueiros, desgastando-se física e emocionalmente, desmotivando-se junto àquilo

que deve ser seu objetivo maior: o processo ensino aprendizagem.

Daí a tendência a secundarizar a escola esvaziando-a de sua função específica, que se liga à socialização do saber elaborado, convertendo-a numa agência de assistência social, destinada a atenuar as contradições da sociedade capitalista (SAVIANI, 2005, p. 99).

Pelo exposto, Importa definir papéis na escola a partir de referencial teórico

consistente, situando com clareza e objetividade, destacando a função de cada um

para que seja assim, articulada coletivamente.

O Pedagogo é aquele que domina sistemática e intencionalmente as formas de organização do processo de formação cultural que se dá no interior das escolas. [...] Daí a necessidade de um espaço organizado de forma sistemática com o objetivo de possibilitar o acesso à cultura erudita (SAVIANI, 1985, p.28).

Neste sentido, a presença do Pedagogo é fundamental. É ele que irá

articular a organização das práticas pedagógicas e, consequentemente, a efetivação

das propostas. É esse o profissional que articula o processo ensino aprendizagem,

garantindo a consistência das ações pedagógicas e administrativas. Necessita

também de um espaço, tanto físico como cultural, em que possa exercer sua função

embasada no crescimento coletivo da instituição na qual está inserido, possibilitando

uma formação de qualidade no contexto geral da entidade.

Segundo Libâneo (1998),

[...] Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação histórica (LIBÂNEO, 1998, p. 127).

A partir daí entende-se que o Pedagogo deve estar preparado para exercer

sua função conscientemente, conhecendo a sua escola, seu ambiente de trabalho,

seus problemas, necessidades, recursos existentes, dificuldades que se apresentam

no contexto geral do desenvolvimento do processo educativo.

Pimenta (1985), reforça a importância do Pedagogo no trabalho coletivo da

escola:

A prática na escola é uma prática coletiva. Os pedagogos são profissionais necessários na escola: seja nas tarefas de administração – entendida como organização racional do processo de ensino e garantia de perpetuação desse processo no sistema de ensino, de forma a consolidar um projeto pedagógico – político de emancipação das camadas populares, seja nas tarefas que ajudem os professores no ato de ensinar, pelo conhecimento não apenas dos processos específicos de aprendizagem, mas também da articulação entre os diversos conteúdos e na busca de um projeto político coerente (PIMENTA, 1985, p. 34).

Portanto, o Pedagogo deverá articular coletivamente as ações na escola, de

forma que todos possam atuar no processo ensino aprendizagem, tendo

conhecimento de todas as funções que são exercidas dentro da escola e também

demonstrar competência e responsabilidade para direcionar ações assumidas.

Dessa forma, o Pedagogo não será o "multi-tarefeiro", cumpridor de tarefas

alheias à sua função, mas desenvolverá um trabalho de “assessoria ao processo

ensino aprendizagem, desenvolvido na relação professor-aluno” (PIMENTA, 1985,

p.35).

Quanto à função do Pedagogo na política paranaense vê-se que passou por

diversas reestruturações a partir de 1990. Nessa época a função do orientador

educacional era exercida somente por profissional com a habilitação, e na falta

deste, a demanda ficaria em aberto. Já a função do supervisor poderia ser

preenchida por professores de qualquer área de formação, desde que fosse pessoa

de confiança do diretor mas, muitas vezes, eram pessoas sem formação e

competência na função, descaracterizando esse profissional.

Com a Resolução nº 3.651/2000 do Governo do Paraná, o professor

pedagogo passou a exercer a função de orientador e supervisor, assumindo diversas

tarefas, muitas vezes alheias a sua função.

Atualmente, as atividades do professor pedagogo na rede estadual

paranaense atendem a Educação Infantil, Educação Profissional, Ensino

Fundamental e Ensino Médio, realizando trabalho junto ao Projeto Político

Pedagógico, o plano de ação desenvolvido pela escola, seu acompanhamento e

efetivação.

Dentre as mais diversas funções do Pedagogo, destacam-se o papel de

coordenar, promover, organizar, participar, avaliar e intervir no processo ensino

aprendizagem, os quais após estudos coletivos e reflexões de diversos setores,

responsabilizaram-no “pelo trabalho pedagógico didático desenvolvido na escola

pelo coletivo dos profissionais que nela atuam” (PARANÁ, 2004, p.3).

Convém ressaltar também que as funções do professor pedagogo

estabelecidas nos documentos oficiais das diretrizes do Estado fazem parte do

Regimento Escolar e do Projeto Político Pedagógico da escola, a ele cabendo

direcionar seu plano de ação no dia a dia, mas, a escola pública vem assumindo

uma diversidade de papéis, ocasionando uma desorganização nas funções desses

profissionais que atendem ordens de superiores ou imprevistos que surgem no seu

cotidiano como: encaminhamentos assistencialistas e judiciários, desenvolvimento

de projetos na comunidade, acompanhamento da frequência do aluno,

aproveitamento e aprendizagem na procura de se evitar assim consequências

insatisfatórias no decorrer do processo de ensino e aprendizagem.

O professor pedagogo do Paraná egresso de diversas instituições e de

diferentes habilitações, sofre com as alterações e modificações nas mais diversas

demandas que são exigidas pela sociedade, como o papel de supervisor escolar, de

orientador educacional, de coordenador pedagógico e se tornando assim, ponto de

apoio da escola, prestando auxílio e solucionando conflitos e problemas

emergenciais, atendendo as ocorrências (in)disciplinares que lhe tomam tempo, e

devido a isso fatores, acaba por deixar de fazer o acompanhamento e a organização

do trabalho pedagógico.

No Edital nº 037/2004, vê-se que a Secretaria da Educação do Paraná

definiu as atividades do professor pedagogo de forma generalizada, ou seja, uma

junção do trabalho do orientador educacional e do supervisor escolar, tornando-se

um grande desafio para o Pedagogo realizar seu trabalho no cotidiano da escola.

A criação da Lei nº 103/2004 estabelece que:

Para o exercício do cargo de professor nas atividades de coordenação, administração escolar, planejamento, supervisão e orientação educacional é exigida a graduação em Pedagogia (capítulo IV, artigo 5º, §4º) (PARANÁ, 2004, p.2).

A referida Lei foi elaborada por uma equipe composta por membros da

secretaria do Estado da Educação (SEED), Secretaria do Estado da Educação e

Previdência (SEAP), Associação dos Professores do Paraná (APP), Lei essa que,

após muitos estudos e questionamentos, estabeleceu a valorização do professor

com melhores salários, oportunidade de formação continuada, entre outros

incentivos, deixando claro que o trabalho do orientador e do supervisor, na prática,

dentro do ambiente escolar, deve ser articulado e não fragmentado, para que a ação

pedagógica seja eficiente e tenha resultados favoráveis ao bem andamento escolar.

Em 2003 foi criada a Coordenação de Apoio às Direções e Equipes

Pedagógicas (CADEP) realizando encontros em todo o Paraná, refletindo e

discutindo a atuação do Pedagogo na organização do trabalho pedagógico no

coletivo da escola, o qual recebe o nome hoje de Coordenação de Gestão Escolar

(CGE).

Saviani (1985, p. 28) ressalta que o papel do Pedagogo é prover às escolas

de uma organização tal, que cada criança, cada educando [...] “não veja frustrada a

possibilidade de assimilar os conhecimentos metódicos e incorporá-los como

instrumentos irreversíveis, conferindo qualidade as lutas no seio da sociedade”.

Também alerta o Pedagogo a velar para que a escola não se perca num sem-

número de atividades comemorativas e se desvie do seu papel fundamental – a

difusão do saber sistematizado.

Em síntese, a responsabilidade do professor pedagogo nas escolas públicas

do Paraná é de implantar e implementar as Diretrizes Curriculares, contidas no

Projeto Político Pedagógico e no Regimento Escolar, cabendo-lhe as funções

determinadas.

Analisando o documento composto de 49 itens, elaborado e imposto pela

SEED com as funções do professor pedagogo que atua nas escolas públicas do

Paraná, temos a confirmação de que o trabalho é generalista, descaracterizando o

papel desse profissional, tornando-o fragilizado e com funções indefinidas.

Ao refletir-se e discutir os caminhos da escola contemporânea e os

programas sociais atribuídos à ela atualmente, vemos que todas estas atribuições

acabam por exigir boa parte do tempo do professor pedagogo. Sendo a escola ainda

o lugar onde todos depositam esperança e acreditam que pode mudar suas vidas

por meio dos conhecimentos repassados, ela é seu grande ponto de referência,

embora precise de transformação e inovação. Por tudo isso, é considerada uma

instituição de futuro e valorizada pela sociedade.

Assim, a melhor forma de transmitir o conhecimento científico e a construção

da cidadania é feito através da escola:

O povo precisa da escola para ter acesso ao saber erudito, ao saber sistematizado e em consequência, para expressar de forma elaborada os conteúdos da cultura popular que correspondem aos seus interesses (SAVIANI, 1991, p.84).

Hoje, para que se ofereça um ensino de qualidade para todos, há muito que

melhorar. Ouvimos diariamente através dos meios de comunicação de massa

críticas à escola pública, pois diz-se que esta somente repassa o conhecimento, e

esse ensino não satisfaz os nossos anseios. Em contrapartida, os mecanismos e as

instituições da sociedade capitalista exercem uma influência muito grande com a

impregnação de suas ideologias, convencendo a clientela escolar que a escola

pública oferece ensino de qualidade para todos.

Desse modo, a criança e o jovem buscam nesse espaço, além da busca

pelos conhecimentos, força e incentivo relacionados ao seu futuro, para continuar

dentro da escola, porém não recebem estímulos adequados. E de quem é a culpa?

Pais? Professores? Governo? Sociedade? São indagações cujas respostas ainda

desconhecemos, mesmo com a busca da explicação para esse problema ao longo

do tempo.

Ao exercer funções sociais que lhe foram atribuídas pelo sistema por meio

de programas governamentais oferecidos às classes menos favorecidas, a escola

passou a ser vista, muitas vezes, como uma extensão da própria casa do aluno e às

vezes até mais que isso, o próprio lugar onde este encontra um tipo de refúgio.

O Programa Merenda Escolar, por exemplo, foi um dos motivos para o

aumento da demanda escolar, pois nas regiões mais pobres do país, os pais

mandam seus filhos para a escola com a finalidade de suprir sua carência alimentar,

devido a situação precária em que vivem e a falta de condições de uma vida digna.

Esse Programa passou por uma ampla e sólida avaliação, tornando-se vital na

escola pública contemporânea.

Outro programa foi a Bolsa Escola que, além de ajudar nas despesas

familiares, exige frequência escolar, como também atendimento médico e

odontológico, fornecido no horário escolar e acompanhado pela instituição de

ensino.

Como refúgio, a escola hoje é um lugar de lazer e convivência social para

muitos jovens que não possuem outro local para conviver em sociedade, a não ser

nesse ambiente.

A Educação em Tempo Integral também é um programa que atende a

crianças o dia todo, oferecendo atividades diferenciadas, educativas e recreativas.

São projetos pedagógicos com objetivos de complementação para ocupar o tempo

das crianças, tirando-os da rua, das drogas, preenchendo sua agenda diária com

novas experiências.

Quanto aos grandes problemas e desafios enfrentados pela escola hoje,

destacam-se a violência, o uso de drogas e o agrupamento de menores formando

gangues urbanas e que vêm surgindo cada vez com mais frequência no espaço

escolar exigindo, em muitos casos, policiamento e pessoas especializadas para

preservar e fazer a segurança no ambiente, pois a cada dia está sendo exigido mais,

tanto dos pais, como da sociedade em geral.

Percebe-se, também, que os jovens estão usando a tatuagem, o piercing e

roupas extravagantes como forma de comunicação. Crianças com roupas e

brinquedos de grifes do momento, sendo originais ou cópias, conforme o ambiente

da escola, apresentam um comportamento consumista exacerbado frente ao que a

mídia apresenta diariamente. Sonhos alimentados por heróis e celebridades do

momento tornaram a escola um espaço de consumo. Que fazer com essa situação?

Quais as práticas pedagógicas que tenham significado para se atuar com essa

clientela atualmente?

Segundo Alves:

Está colocada para os educadores, hoje, uma árdua tarefa a produção de uma nova instituição educacional pública. Ela, que já vem emergindo por força da pressão social, não pode ser identificada com a velha escola, ainda dominante e redutível, em grande parte, a sua função especificamente pedagógica. Tal função não esgota o cabedal de funções sociais que a sociedade vem impondo ao estabelecimento escolar e que este, desprovido das condições adequadas, tem começado a realizar precariamente. Mesmo a função pedagógica, que tem sido a sua razão de ser, deve ser superada na perspectiva de uma forma histórica que atenda necessidades contemporâneas pela incorporação de recursos tecnológicos de nossa época. Essa é a alternativa que lhe propiciará a possibilidade de incorporar conteúdo culturalmente significativo e, em decorrência, de ganhar relevância (ALVES, 2006, p. 230).

Mesmo as dificuldades atuais sendo muitas, é necessário criar-se uma nova

instituição, uma nova didática de acordo com as necessidades e os recursos

contemporâneos pois ainda temos em nossos estabelecimentos a didática fundada

por Comenius, de inspiração manufatureira. Hoje o tempo é outro, existem novas

necessidades sociais, com recursos tecnológicos mais avançados, devendo ser

construída uma nova didática para esse novo sistema.

Esse desafio implica em oferecer para o professor e para o aluno

possibilidades de acesso ao conhecimento cultural significativo através dos meios de

comunicação de massa e o uso da internet, como também a recuperação de livros e

obras clássicas, mudar, de forma radical, o relacionamento entre professor e aluno,

valorizando as funções tanto de um quanto do outro para assegurar autonomia na

realização de atividades, seja no laboratório de informática, na biblioteca, na sala de

multimeios e na sala de estudos. Uma nova didática implica também na formação de

um novo educador, não só no uso de recursos técnicos pedagógicos, mas também

torná-lo sujeito capaz de promover transformações na educação, como também na

sociedade em geral.

Os educadores hoje, por assumirem uma grande jornada de trabalho em

escolas diferentes, deslocam-se com muita dificuldade, para manterem sua

subsistência, devido aos salários não condizentes com a realidade, má formação,

clientela escolar com baixa cultura, entre outros fatores, e assim, a mudança passa

despercebida e, não podendo acompanhá-la, agem de forma que tornam sua prática

antiga uma rotina por força do hábito.

O domínio da informática é essencial ao homem contemporâneo, pois é um

recurso que permite ascensão cultural imposto pela sociedade capitalista. A falta

desse domínio tecnológico é uma deficiência da educação básica nas escolas de

ensino fundamental e médio que deve ser superado.

Nos encontros com as professoras pedagogas foram discutidas essas

reestruturações feitas no Estado do Paraná, relacionadas a esse profissional, sendo

realizadas reflexões com questionamentos sobre os fatos e sobre as mudanças que

aconteceram e de como se encontra hoje esta situação no contexto escolar.

Tanto pedagogos da escola como os profissionais que participaram do

Grupo de Trabalho em Rede (GTR) deram suas contribuições destacando fatos

importantes na nossa profissão, sugerindo e comentando ações necessárias para

que aconteça a sua valorização e para que o seu trabalho seja realizado conforme o

que se faz necessário, a fim de que se possa acompanhar o processo pedagógico.

Outro detalhe de suma importância discutido foi de que o processo ensino

aprendizagem seja qualitativo, com o profissional da educação podendo exercer seu

verdadeiro papel, deixando de lado o atendimento de outras funções as quais não

fazem parte do seu trabalho, e sim, de outros profissionais que atuam na escola.

Os relatos apresentados demonstram que cada entrevistado passou por

determinada época e vivenciou experiências diversas. Em nosso caso,

particularmente, passamos por um concurso de Especialista da Educação, sendo

nomeada Orientadora Educacional. Devido a essa habilitação, recebíamos uma

gratificação especial para o exercício de orientação educacional, cuja função

principal era o atendimento ao aluno. Trabalhamos também como supervisora

escolar, por meio de concurso na área, na função de acompanhamento do trabalho

do professor. Lecionamos as disciplinas de geografia, história e matemática para 5ª

e 6ª séries, conforme o direito que nos era assegurado. Aos poucos, foram

unificadas as funções até que foi oficializado o trabalho desses dois profissionais

como responsáveis por todo o trabalho, sendo com isso generalista.

As dificuldades encontradas na realização desse trabalho foram comentadas

com professores não Pedagogos que, no entanto, desempenhavam esta função a

convite da direção da escola, sem o devido conhecimento e capacidade necessários

ao seu exercício, assumindo essa função em razão da política educacional da

época.

Com a exposição dos acontecimentos, observamos grande preocupação por

parte dos professores pedagogos com respeito ao seu cotidiano e quanto às

responsabilidades assumidas, posto que executam funções de outros professores,

em caso de ausência destes, pois quando algum professor falta em sala de aula, é

solicitado ao Pedagogo que o substitua em sua aula, ficando assim restrito à

atividade do ensino durante a maior parte do tempo e impossibilitado de atender aos

problemas da escola e dos alunos.

Esta situação configura-se com o que podemos denominar de profissional

“tapa buraco”, que além de descaracterizar-se em sua formação, não desempenha

satisfatoriamente o papel que lhe compete e, em muitas das vezes, quando atua

como Pedagogo é para fazer o trabalho de assistencialismo, encaminhando alunos

para órgãos e entidades assistenciais, quando necessário.

Na conversa contínua com os professores, verificam-se muitas reclamações,

e a sugestão da maioria é para que o Estado ofereça e contrate mais pessoas para

trabalhar, inclusive para o cargo de inspetor de alunos, para que este auxilie no

atendimento diário, facilitando e disponibilizando mais o trabalho do Pedagogo junto

ao aluno, aos demais professores e à sala de aula, colocando em prática o Projeto

Político Pedagógico.

Uma conquista recente do profissional Pedagogo foi o atendimento à

reivindicação buscada há muito tempo, almejada por todos eles, que consiste na

hora aula, a exemplo dos demais professores, considerando que também os

Pedagogos fizeram concurso com a mesma carga horária que os demais, mas eram

obrigados a trabalhar a hora relógio. Após muitas lutas da classe profissional,

juntamente com o Sindicato, hoje todos trabalham com direitos iguais, conforme o

estabelecido no Plano de Cargos e Salários, sendo considerados professores

pedagogos e não mais especialistas da educação. Com isto, houve mais incentivo e

valorização para a equipe pedagógica das escolas paranaenses.

Outra conquista observada consiste na demanda para as escolas da rede

estadual do Paraná, através de concurso público que possibilita um trabalho com

maior qualidade e acompanhamento mais direcionado à atividade pedagógica nas

escolas.

Quanto à sua formação, entende-se que esta deva ser constante, bem como

a busca pela qualificação constante, com realização de estudos e reflexões sobre a

realidade escolar, principalmente naquela em que está inserido profissionalmente,

bem como o conhecimento do seu papel na tomada de decisões, na organização e

na efetivação do trabalho pedagógico da escola, articulando coletivamente com

todos os seus segmentos, pois é no desempenho de seu papel que o Pedagogo

acompanha as ações didáticas pedagógicas, com clareza acerca dos objetivos de

sua competência, cujas atribuições compreendem decisões, coordenação,

acompanhamento, controle e avaliação, além da execução do processo de ensino

aprendizagem.

É preciso que o Pedagogo desenvolva o seu trabalho com habilidade,

segurança e competência, buscando resultados que mostrem o seu empenho na

escola em conjunto com os alunos e a comunidade escolar, para que se encontrem

caminhos para solucionar todos os problemas educacionais e disciplinares que as

instituições escolares enfrentam.

4 Considerações finais

O trabalho de pesquisa realizado e aplicado demonstrou que o profissional

professor pedagogo encontra-se fragilizado no seu papel em grande parte das

escolas públicas estaduais do Paraná.

Em virtude das carências de ordem administrativa, material e humana

encontrada nas escolas, a falta de planejamento e organização dos papéis contribui

para a descaracterização do Pedagogo e, consequentemente, dos demais

profissionais.

Faz-se necessário definir com clareza a especificidade do trabalho, com

competência das funções, de modo que cada membro que faz parte do contexto

escolar seja comprometido e assuma com coerência e responsabilidade suas ações,

resultando na qualidade do processo ensino aprendizagem. Nesse aspecto a figura

do professor pedagogo é fundamental, pois é ele que irá acompanhar e nortear as

ações, que deverão contemplar o Projeto Político Pedagógico da escola.

É necessário redimensionar esse profissional dentro da escola, de modo que

o seu trabalho seja realmente voltado à qualidade e melhores resultados no

processo ensino aprendizagem que acontece entre professor-aluno em sala de aula.

Ele é a pessoa fundamental que deve provocar e acompanhar discussões sobre

políticas sociais e educacionais, tentando encontrar caminhos para análise e

compreensão da realidade, construindo um projeto coletivo para superar a

sociedade excludente.

Deve-se levar em conta a divisão do trabalho burocrático e o atendimento às

questões pedagógicas, destacando também a educação especial e a inclusão dentro

da escola, que necessita e exige do Pedagogo um acompanhamento mais próximo,

com disponibilidade para que esses alunos tenham um atendimento condizente com

a sua realidade. Essa entidade social luta contra a exclusão, e por isso, o

desenvolvimento crítico deve acontecer ali, pois é o espaço próprio para debates e

questionamentos sobre os problemas e conflitos enfrentados hoje. Todas essas

tarefas práticas e burocráticas exigem do Pedagogo um trabalho em tempo integral,

pois elas são em grande número e por isso sua dedicação deve ser contínua.

A escola pode e deve ir além do espaço interno e o Pedagogo deve ser o

articulador de estratégias que ultrapassem os conteúdos, proporcionando o aumento

do conhecimento social e político, para mostrar a finalidade das ações dos

profissionais da educação comprometidos com uma escola de qualidade, com

valores e cidadania.

É preciso que se criem condições e possibilidades para o Pedagogo por em

prática o seu referencial teórico, distribuindo o seu trabalho ao número e

características das turmas, levando-se em consideração o ideal e não meramente a

realidade que ora se apresenta.

Considerando-se que o curso de Pedagogia passou por várias

reestruturações ao longo do tempo, limitando a atuação deste profissional no campo

educacional atual, é necessário criar-se espaços para estudos no próprio ambiente

escolar, buscando na teoria, tendo em vista a prática, responder questionamentos

relevantes ao cotidiano escolar. Faz-se necessário um cronograma de estudos que

atenda tal necessidade garantindo ao Pedagogo reflexões e atualização na sua

formação continuada.

Ressaltamos o incentivo do governo do Estado do Paraná na formação

continuada do Pedagogo e demais profissionais da educação, com grupos de

estudo, seminários, semanas pedagógicas, encontros de áreas e outros eventos

proporcionando ao educador uma formação e uma política com avanços e planos de

carreira conforme seus méritos.

A melhoria da qualidade da escola pública tem sido o discurso oficial dos

órgãos do estado, pois a política educacional assegura a criação de escolas, o

aumento de salas de aula e qualificação dos profissionais, reivindicações essas que

clamam por uma escola pública, universal, gratuita e de boa qualidade.

Acredita-se que surja uma nova instituição para sanar as necessidades do

desenvolvimento das crianças e jovens, deixando de lado a escola manufatureira, a

qual está despreparada para assumir as novas funções que a sociedade impõe hoje,

inclusive a função pedagógica, eliminando as resistências e instituindo instrumentos

de trabalho tecnológicos mais avançados que assumirão papel destacado, cedendo

espaço para o material didático.

Se quisermos uma escola democrática, é preciso que sejamos conscientes

do comprometimento e reciprocidade exigidos pela democracia. A negligência de um

profissional poderá comprometer os resultados de todos os trabalhos realizados na

escola.

Referências

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______. Resolução nº 3651/2000. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação – SEED, Gabinete da Secretária, 2000.

______. Lei complementar nº 103/04: plano de carreira dos professores. Publicado no Diário Oficial n°6687 de 15/03/2004.

______. Edital nº 37/2004. Atividades genéricas do professor pedagogo no ensino da rede estadual do Paraná. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação - SEED, 2004.

PIMENTA, Selma Garrido. O pedagogo na escola pública. 3ª. ed. São Paulo: Edições Loyola, 1995.

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