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REA Revista PA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará Outubro 2016– Ano V – nº 21 Pag. 16 Pag. 12 O Pará figura entre os maiores produtores de energia no Brasil, mas pelo menos 15% do território estadual não tem abastecimento de uma hidrelétrica. Traçamos um panorama do setor local e as soluções que estão em curso. Pag. 08 ARTS E ANUIDADES STF confirmou legalidade das taxas Pag. 26 FOTO 123RF Cenário PARÁ 2030 Adnan Demachki detalha projeto do governo CITRICULTURA Polo paraense visa competitividade no mercado nacional SOEA Crea-PA sediará a Semana Oficial de Engenharia em 2017 energético Pag. 20 FOTO AGÊNCIA PARÁ

PARÁ 2030 REA Adnan - CREA-PA · ENERGIA CITRICULTURA SOEA 08 12 20 PERÍCIA 24 NOSSAS SEÇÕES Em Curso 4 Expressas 5 Artigo Técnico 11 Soluções de engenharia 23 Por Dentro do

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REARevista

PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

Outubro 2016– Ano V – nº 21

Pag. 16

Pag. 12

O Pará figura entre os maiores produtores de energia no Brasil, mas pelo menos 15% do território estadual não tem abastecimento de uma hidrelétrica. Traçamos um panorama do setor local e as soluções que estão em curso.

Pag. 08

ARTS E ANUIDADES

STF confirmou legalidade das taxas

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RF Cenário

PARÁ 2030

Adnan Demachki detalha projeto do governo

CITRICULTURA

Polo paraense visa competitividade no mercado nacional

SOEA Crea-PA sediará a Semana Oficial de Engenharia em 2017

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NOSSAS SEÇÕESEm Curso 4Expressas 5Artigo Técnico 11Soluções de engenharia 23Por Dentro do Crea 26Livros 27

PALAVRA DO PRESIDENTE

Prezado profissional,

Écom grande satisfação que informamos que no mês de agosto de 2017, Belém será a

sede da 74ª SOEA, Semana Oficial da Engenharia e Agronomia. O maior evento que congrega os profissionais do Sistema CONFEA/CREA/MU-

ENGENHEIRO AGRÔNOMO ELIAS LIMAPRESIDENTE DO CREA-PA

TUA, tem como objetivo principal, abordar temas relacionados as suas profissões, incluindo o desenvolvi-mento e disseminação do conheci-mento tecnológico.

Envolve ainda, a homenagem de profissionais e pessoas jurídicas que contribuíram com o sistema, por in-termédio do desenvolvimento tec-nológico do país e o aprimoramento técnico das profissões abrangidas pelo Sistema.

Para o sucesso do evento, você, profissional, é o grande protagonista com a sua presença, seja na busca de novas informações ou produção de trabalho. Não perca, Belém será a ca-pital nacional da Engenharia e Agro-nomia em 2017.

Também tenho a satisfação de co-

memorar a inauguração da Arena Guilherme Paraense, o ginásio que já é conhecido como “Mangueirinho”. Um espaço moderno, no mais alto padrão, colocando Belém no rol dos grandes eventos esportivos nacionais e internacionais. Essa obra teve à frente o Consórcio Amazônia, formado por três empresas genuinamente paraen-ses, fato que nos leva a trazer os nossos parabéns à engenharia local.

E pra finalizar, quero destacar ou-tro importante evento ocorrido aqui no Pará, recentemente: a reunião do CreaNorte, em Santarém, onde, ao lado de vários presidentes da região, debatemos assuntos que visam fortale-cer a força do Norte.

Desejo a todos uma ótima leitura e um forte abraço.

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Revista

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EM CURSO

RecuperaçãoA pesquisadora Rose Meira, do

Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), da Ufopa, está desenvol-vendo uma pesquisa que busca alterna-tivas para recuperar minerais presentes no esgoto sanitário. O estudo, intitulado “Síntese e caracterização da estruvita MgNH4PO46H20 a partir de efluentes sintéticos combinados com fontes alter-nativas de reagentes”, é uma tentativa de ampliar esse tipo de estudo no Brasil, onde é bastante incipiente. No geral, a água que sai da pia, do chuveiro, da des-carga de residências, indústrias e até de hospitais é composta por elementos com uma série de nutrientes como magnésio (Mg), nitrogênio (N), fósforo (P), que após tratamento podem precipitar-se e ser utilizados como ecofertilizantes de liberação lenta. Rose também é professora no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquí-mica (PPGG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).

RenovávelA maior termelétrica do Brasil mo-

vida a combustível renovável – gás pro-cedente de aterro sanitário – já está ope-rando na cidade de Caieiras, na Grande São Paulo. A Termoverde Caieiras tem potência instalada de 29,5 megawatts (MW) e gera energia renovável a partir do lixo depositado em aterro, que libera o gás metano, usado como combustí-vel para a termelétrica. O gás metano, também encontrado como combustível fóssil, é chamado biogás quando obtido a partir da decomposição de alguns tipos de matéria orgânica como resíduos agrícolas, madeira, bagaço de cana--de-açúcar, esterco, cascas de frutas e restos animais e vegetais. Considerando possíveis perdas, a média para a geração de energia deve chegar a 26 MW por hora, o que é o mesmo consumido por uma cidade de 300 mil habitantes, como o Guarujá, Taubaté ou Limeira.

MotorA Comissão de Constituição e Justi-

ça e de Cidadania (CCJ) da Câmara Fe-deral aprovou projeto de lei que impede a inscrição ou o registro de embarcação que não possua proteção no motor, eixo ou partes móveis. A proposta altera a Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário (Lei 9.537/97). Segundo o deputado Ar-naldo Jordy (PA), autor do projeto (PL

5818/13), “é preciso fazer uma melhoria na atual legislação, para proibir barcos e navios de obterem o registro ou a inscrição nas capitanias de portos se não tiverem a tampa protetora”. O objetivo é impedir os acidentes conhecidos como “escalpelamento” – quando os cabelos se enroscam no eixo exposto do motor de pequenas embarcações, provocando o arrancamento brusco do couro cabeludo.

CréditoA Caixa Econômica anunciou no dia

1º de setembro medidas para facilitar o acesso ao crédito rural. Entre as medidas está a aprovação automática de até R$ 500 mil, nas próprias agências do banco, para projetos simplificados de custeio agrícola, por meio do produto Custeio Fácil Caixa, e a análise remota da área produtiva mediante imagem de satélite. A partir de outubro, o banco passou a oferecer aprovação automática na agência para custeio agrícola de até R$ 1 milhão, para clientes com histórico de relacionamento com a Caixa. Para custeio pecuário, a aprovação automática será de até R$ 500 mil, também para clientes com relacionamento. Segundo a Caixa, as ações estão alinhadas ao Plano Agro+, lançado em 24 de agosto pelo Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento, que tem foco na redução da burocracia e na eficiência dos proces-sos de agronegócio do país.

ComplexoUma audiência pública no município

de Rurópolis realizada no início de ou-tubro debateu os impactos socioambien-tais previstos no projeto do Complexo Hidrelétrico Cupari Braços Leste e Oeste e Linhas de Transmissão Associadas, de responsabilidade da empresa Cienge Engenharia. Com a presença de cerca de 500 pessoas, o evento é parte do proces-so instaurado de licenciamento ambien-tal junto a Semas (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade) para informar as comunidades a serem influenciadas direta ou indiretamente pelo empreendimento e expor o conte-údo do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do projeto. De acordo com o EIA-RIMA, o empreendimento poderá abastecer cerca de 100 mil residências ou 300 mil habitantes, a partir de nove pequenas centrais hidrelétricas (PCH’s) e uma usina hidrelétrica.

SEDE: Tv. Doutor Moraes, 194 • Nazaré • Belém-PA • CEP 66.035-080 FONE/FAX: (91) 3219-3402 / 3219-3403 / 3219-3404 / 3219-3408

FUNCIONAMENTO: 2ª feira a 6ª feira das 8h às 14hE-MAIL: [email protected]

OUVIDORIA: (91) 3219-1132 / 3219-1136 ou [email protected] / www.creapa.com.br

DIRETORIA 2016Presidente

Eng. Agrônomo Elias da Silva Lima1º Vice-Presidente

Engª. Civil Maria do Carmo Pereira de Melo2º Vice-Presidente

Eng. Sanitarista Augusto Alves Ordonez1º Secretário

Eng. Agrônomo Pedro Paulo da Costa Mota2º Secretário

Eng. Civil Dionísio Bentes Rodrigues do Couto Jr.1º Tesoureiro

Eng. Agrônomo Roberto das Chagas Silva2º Tesoureiro

Eng. de Produção Vitor William Batista Martins

CÂMARAS ESPECIALIZADASCâmara Especializada de Agronomia e Florestal

Coordenador: Eng. Agrônomo Dilson Augusto Capucho Frazão Adjunto: Eng. Agrônomo Raimundo Cosme de Oliveira Jr.

Câmara Especializada de Engenharia Civil, Segurança do Trabalho, Geologia e Minas

Coordenador: Eng. Civil Antônio dos Santos Ferreira NetoAdjunto: Eng. Civil José da Silva Neves

Câmara Especializada de Engenharia ElétricaCoordenador: Eng. Eletricista José Emmanuel de Carvalho Mesquita Jr.

Adjunto: Eng. Eletricista Fernando Augusto Silva de Lima

Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, MetalurgiaCoordenador: Eng. Naval Juarez Botelho da Costa Jr.Adjunto: Eng. Mecânico Grácio Paulo Pessoa Serra

COMISSÃO EDITORIALCoordenador

Eng. Agrônomo Dilson Augusto Capucho FrazãoCoordenador Adjunto

Geólogo José Waterloo Lopes LealCoordenador do Núcleo de Relações Institucionais - NRI

Relações Públicas Marcelo Rodrigo da Silva PantojaAscom CREA-PA: Ercília Wanzeler

Esta é uma publicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA) executada pela Holy Comunicação e Editora

(Rua Manoel Barata, 1569. Reduto. CEP 66053-320. Fone 91 3218-4698)Diretores: Alexandre e Olinda Mendes

Edição: Mara Góes DRT/PA 1.430 / Produção: Luciana CavalcanteReportagens e textos: Elielton Amador, Luciana Cavalcante e Mara Góes

Fotos: Ascom CREA-PA, Agência Pará e banco de imagensDiagramação e arte: Holy Comunicação Tratamento de imagens: Elias Portilho

Comercialização: Olinda Mendes e Rodrigo PinhoImpressão: RM Graph

Revista

PAREA

CONFEAConselho Federal de Engenharia e Agronomia

CREA-PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

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EXPRESSAS

CURSOS E EVENTOS

Febre Aftosa De 1º a 30 de novembro, a Adepará promove a 2ª Etapa de Vacinação Contra a Febre Aftosa. A campanha é para todo estado, exceto para a ilha do Marajó e municípios de Faro e Terra Santa. A notificação vai até a 1ª quinzena de dezembro.

t MBA de Gerenciamento e Qualidade da Cons-trução pela Dalmass Escola de Líderes. As aulas são presenciais em Belém, um final de semana por mês, durante 20 meses. Essa pós-graduação tem o apoio da Mútua-PA, com desconto para os associados da Caixa de Assistência. Informações pelo (91) 3249-7282.

t O INBEC está oferecendo para todos associados da Mútua, desconto de 15% nos cursos de extensão e crédito de R$ 100 de desconto, acrescido de mais 10% de desconto em cima do valor líquido nas mensali-dades, nos cursos de pós-graduação. Informações no facebook.com/inbec.belem.

t Curso Orçamento e Cálculos do Custo de Obras na Administração Pública, dia 12 e 13 de dezembro,

em Brasília/DF. O objetivo é orientar técnicos, executi-vos ou empresários da construção civil na Elaboração de Orçamentos de Obras e Cálculo do BDI de Obras de Infraestrutura (Saneamento, Rodovias, Ferrovias, Portuárias, Aeroportuárias, Parques Eólicos, Terme-létricas, Hidrelétricas, etc),Edificações, Industriais, e Comerciais. Informações [email protected] ou [email protected]

t 46º Encontro Ruralista da Federação de Agri-cultura e Pecuária do Pará, em novembro, na sede da Faepa em Belém.

t Expo Aurora, de 18 a 20 de novembro, no Parque de Exposições de Aurora do Pará, promoção do Sindi-cato Rural do Município.

Confea define valores de anuidades para 2017

O plenário do Confea definiu os valores de anuidade, multas e serviços para 2017. A tabela apenas foi atualiza-da conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que, de setembro de 2015 até a presente data, foi de 9,62%. No caso das anuidades, o profissional pode parcelar o valor em cinco vezes. Quem pagar em cota única até 31 de janeiro recebe desconto de 15%. Quem preferir esperar até 28 de fevereiro terá desconto de 10%. Os valores estão disponíveis em www.confea.org.br.

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Revista

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Fundo de Desenvolvimento da Amazônia aprova primeiro projeto de 2016

A Superintendência de Desenvolvi-mento da Amazônia (Sudam) concluiu as etapas necessárias à concessão de R$ 77 milhões para a ampliação do Terminal de Grãos Ponta da Montanha (TGPM), localizado no Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA). Com isso, a expectativa é de que as futuras instalações entrem em operação ainda em 2016 e contribuam para dar novo impulso à cadeia produtiva de agrone-gócios e desenvolvimento regional.

A consulta prévia para o novo financiamento recebeu aprovação da Sudam em julho e foi recepcionada em seguida pelo Banco do Brasil, que é o agente financeiro da operação. O Terminal de Grãos Ponta da Mon-tanha é de uso privado, sob respon-sabilidade de uma parceria entre a empresa suíça Glencore e a norte--americana Archer Daniels Midland (ADM), que opera mais de 270 fábri-cas de alimentos em todo o mundo e está em atividade no Brasil desde 1997. Especializado na movimentação e expedição de granéis vegetais, como soja e milho, o TGPM entrou em funcionamento em setembro de 2014 e tem capacidade para movimentar 1,5 milhão de toneladas/ano.

Santarém recebeu 4ª reunião do CreaNorte

DNPM cria conselho de ex-diretores geraisO diretor-geral do Departamento

Nacional de Produção Mineral (DNPM), Victor Hugo Froner Bicca, instituiu o Con-selho de Diretores-Gerais da entidade. A portaria, número 244, de 28 de julho deste ano, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 1º de agosto. O conselho será composto por Bicca, que o presidirá, e por todos aqueles que assumiram a função de diretor-geral do departamento.

O objetivo é reunir as experiências acumuladas ao longo de muitos anos

para colaborar com sugestões para a melhoria da legislação mineral, como diagnosticar a real situação da mineração brasileira frente ao panorama mundial; oferecer sugestões de melhoria quanto a questões administrativas e finalísticas do DNPM; estudar os pontos comuns e as diferenças entre a legislação atual e os projetos de lei em tramitação no Con-gresso Nacional, oferecendo sugestões; e manifestar-se sobre outros temas apre-sentados pelo seu presidente.

II CAMAER promoveu troca de conhecimento

O II Congresso Amazônico de

A 4ª Reunião Ordinária do Fórum de Presidentes dos Crea’s Norte foi realizada no município de Santarém (PA), nos dias 29 e 30 de setembro. O evento acontece periodicamente e tem como objetivo discutir assuntos de interesse dos regionais e fortalecer, cada vez mais, o intercâmbio entre os Conselhos da região Norte.

Participaram da reunião o presi-dente do Crea-PA, Elias da Silva Lima;

a presidente do Crea-AC, Carminda Pinheiro; o presidente do Crea-AM, Cláudio Guenka; o presidente do Crea-AP, Laércio Aires; o presidente do Crea-RR, Sebastião Sandro; vice--presidente do Crea-TO, Marcelo Maia; presidente do Crea-RO, Nélio Alencar; o gerente regional Norte do Confea, José Clemerson; presidente do Crea-PI, Paulo Roberto Vieira, e o inspetor de Santarém, Daniel Simões.

Meio Ambiente e Energias Renová-veis reuniu na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) dezenas de profissionais, estudantes e pesquisadores da região amazônica para uma troca de conhecimento nas temáticas de caráter acadêmico, técnico-científico e social voltado para as vertentes ambientais e as possíveis soluções de problemas e dile-mas acerca da engenharia e o potencial energético. A programação envolveu apresentação de trabalhos sob a forma de comunicações orais e painéis, pales-tras, mesas redondas, minicursos e ofi-cinas técnicas. Crea e Mútua-PA deram apoio à realização do CAMAER.

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Congresso Nacional de Ciências Exatas e Tecnologia

Página reúne dados sobre Código FlorestalUma nova plataforma está dispo-

nível para auxiliar o Brasil no cumpri-mento do Acordo de Paris quanto à meta de recuperação de 12 milhões de hectares de áreas degradadas. Trata-se de uma página na internet sobre a Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Lei 12.651, de 25 de maio de 2012), que ficou conhecida como novo Código

Florestal. A página reúne informações para facilitar o entendimento da lei e conteúdos técnicos para a recuperação de áreas.

Lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra-pa), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e o Serviço Florestal Brasileiro, a plataforma reúne, entre as

informações, estratégias e experiências já realizadas. Também é possível en-contrar sugestão de espécies de plantas nativas para plantio e soluções tecnoló-gicas da Embrapa e parceiros, além de boas práticas agrícolas que contribui-rão para o alcance do desenvolvimento sustentável da propriedade rural nos diferentes biomas.

Congresso de Profissionais: 54 propostas rumam a Brasília

O campus da Unama-BR sediou em setembro o I Congresso Nacional de Ciências Exatas e Tecnologia, reu-nindo profissionais e estudantes para debater assuntos das áreas de ciências exatas e tecnologia por meio de ofi-cinas, discussões e palestras. Durante os três dias de congresso a Unama reuniu intensa programação nas áreas de Geologia, Ciência da Computação, Análise de Sistemas, Redes de Com-putadores, Engenharia de Produção, Mecânica e Elétrica, Engenharias Civil, Ambiental e Sanitária em torno do tema geral que era Espaços Tecno-lógicos e Sustentabilidade.

No segundo dia de programação um dos destaques foi a conferência “A eficiência energética em navios e embarcações”, nas áreas de engenha-ria de produção, elétrica e mecânica.

O tema foi debatido pela mestra em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Suzane Cruz, que ressaltou que a demanda energética varia de acordo com o tipo de embarca-ção e função exercida. As dificuldades para que isso ocorra são muitas. Entre

elas, a instabilidade política que o nosso país vive, pois a política é diretamente ligada à indústria marítima.

A Mútua-PA deu apoio ao Con-gresso e ainda participou da feira de exposições com um dos estandes mais concorridos.

O 9º Congresso Nacional de Profissionais - CNP rea-lizado de 1º a 2 de setembro, em Foz do Iguaçu, teve como tema central “O Sistema Confea/Crea e Mútua em defesa da Engenharia e da Agronomia Brasileiras”, além dos eixos temáticos: Defesa e fortalecimento da Engenharia e da Agro-nomia junto à sociedade; Tecnologia e inovação; e Carreira e prerrogativas da Engenharia e da Agronomia.

Da 1ª etapa, 774 profissionais de todo o Brasil participa-ram dos debates, sendo 594 delegados – com direito a voto – e 180 convidados – com direito a voz. Eles se dividiram em oito grupos de trabalhos para debater 83 propostas para o Sistema Confea/Crea e Mútua. No sábado à tarde, a plenária final encerrou os trabalhos, finalizando 54 pro-postas aprovadas, que serão debatidas em segunda etapa na primeira semana de dezembro, em Brasília.

Entre as propostas aprovadas em Plenário, esteve a criação, no âmbito do Confea, da Comissão Permanente de Tecnologia. Para conhecer todas as propostas aprovadas acesso www.cnp.org.br.

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Revista

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CAPACAPA

O mapa da eletricidade no Pará

A energia produzida nos rios do Pará – sendo o estado que abriga ao menos duas das dez maiores

hidrelétricas do Brasil – nem sempre che-ga aos paraenses. Isso gera críticas que se estendem ao modelo de geração e à falta de diversificação de matrizes. Enquanto uma parte da sociedade vê na produção hidrelétrica uma alternativa limpa, de qualidade e em volume suficiente para a universalização do serviço, outros pen-

O setor produtivo reclama mais investimentos no campo hidrelétrico. Ao mesmo tempo empresários e profissionais liberais apostam em novas formas de produção de energia. Em paralelo, a energia vai chegando devagar aos lugares mais remotos do estado.

ELIELTON AMADORsam que o futuro reserva mudanças.

A principal crítica decorre do fato de que 15% do território paraense ain-da não tem energia hidrelétrica. Lugares onde o linhão de Tucuruí passa por cima ainda são abastecidos por usinas a gás, as termoelétricas. Em alguns lugares, princi-palmente em aldeias indígenas, a energia simplesmente não existe.

Outra crítica vem dos ambientalistas. Seja pelo impacto ambiental das grandes usi-nas hidrelétricas, seja pelo alto passivo social provocado pelo inchaço das cidades, etc. O caso mais recente e talvez o mais polêmico

de todos: Belo Monte. Em pouco menos de um mês, entre agosto e setembro, uma limi-nar pedindo a suspensão da licença de ope-ração da hidrelétrica foi emitida e caiu, dan-do autorização ao funcionamento normal da usina antes que ela fosse desligada.

O motivo da liminar foi o não cumpri-mento de obras e ações de compensação do Consórcio Construtor de Belo Monte pelo impacto sobre a cidade de Altamira. O Tribunal Regional Federal (TRF) deci-diu que a paralização da usina prejudicaria ainda mais os moradores da cidade e man-dou aplicar multa diária até que a ligação

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do sistema de saneamento da cidade (a obra em questão) esteja funcionando.

A Revista CREA-PA pediu o posicio-namento da empresa não só sobre o caso, mas sobre a problemática da geração de energia no estado e no país. A diretoria do Consórcio não se manifestou. Duas sema-nas depois do nosso contato, a assessoria de imprensa da empresa disse que a dire-toria ainda não havia aprovado a resposta e nem sequer uma nota foi emitida.

A reportagem decidiu então explorar mais a questão, ouvindo empresários e empreende-dores sobre o modelo de geração de energia. Começamos a ouvir a diretoria de distribuição das Centras Elétricas do Pará (Celpa) para saber quais as dificuldades de distribuição da energia gerada aqui. Daniel Negreiros, cearense, diretor da empresa que adquiriu a Celpa há cerca de quatro anos, quando ela estava em apuros fi-nanceiros, em meio a um plano de recuperação, conta que a dificuldade é o acesso às áreas re-motas, que custam caro. Os linhões que passam pelas cidades são parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) de distribuição de energia. Em sua maioria construídos nas décadas de 1970/80 para conduzir a energia das grandes hidrelétricas para os maiores centros consumidores do país, esses linhões ainda têm pouca ramificação den-tro da Amazônia. Municípios da região conhe-cida como Calha Norte e mais à fronteira com o estado do Amazonas são os mais desassistidos. Mas nesses lugares as concessionárias são obrigadas a produzir e distribuir energia.

ISOLADOS De acordo com a Associação Brasi-

leira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), no Brasil, esses sistemas, cha-mados “isolados”, localizados em regiões de difícil acesso, são preponderantemente abastecidos por centrais geradoras a óleo diesel, que são caras e poluentes.

Esses sistemas abastecem cerca de 3% da população nacional, localizada em uma área que corresponde a mais de 40% do território brasileiro. Vendo o mapa do SIN (quadro acima) é fácil perceber que esses territórios em sua maioria estão na Ama-zônia. Mas Daniel Negreiros conta que investimentos em distribuição são feitos. A menina nos olhos nesse sentido são os ca-bos subaquáticos de fibra ótica que levam energia ao arquipélago do Marajó, antes só abastecidos por termoelétrica.

Primeiro a Celpa investiu quase R$ 180 milhões em construção de infraestrutura na ilha, incluído seis subestações. Depois, custeou cerca de R$ 60 milhões para levar a energia de Tucuruí pelos cabos, que, aliás, custaram metade desse investimento. Tudo

para atender cerca de 450 mil pessoas, um público relativamente pequeno em se tratan-do de pura visão de mercado. “Mas fizemos isso com investimentos próprios da empresa, convencendo os investidores da necessidade da ampliação do mercado”, diz Daniel.

De fato é um investimento, mas ele também é obrigatório por lei, levar energia a toda à população é parte do contrato de con-cessão. Daniel, porém, garante que poderia ser possível manter essa obrigação com as usinas de óleo. Isso ocorre porque sendo o sistema integrado toda a sociedade brasileira acaba subsidiando a implantação do sistema de distribuição no Marajó, como em outras áreas remotas. “Além da energia, os cabos vão poder levar internet de qualidade para a ilha, atendendo a um serviço que não é obrigação da Celpa”, conta. Desse modo, os serviços oferecidos podem ser diversifica-dos, pois em parceria com o governo, que poderá pagar pelo serviço de distribuição de internet, a Celpa recupera parte do in-vestimento. Talvez parcerias como essas possam viabilizar num futuro relativamente próximo o rebaixamento do linhão de Tu-curuí em alguns pontos remotos para levar energia, sendo que 15% de áreas desco-bertas ainda é uma média bem alta dentro do estado – considerando os 3% da média nacional. Alguns lugares como aldeias in-

dígenas ainda ficarão um bom tempo sem energia, a despeito da vontade ou não deles.

POLÊMICAHá quem considere a questão dos lu-

gares remotos e das aldeias indígenas um problema menor. Não resta dúvida de que a pressão dos grupos ambientalistas e da opi-nião pública tem provocado mudanças nos projetos de grandes hidrelétricas. Mais uma vez, Belo Monte está no centro das aten-ções. O projeto nasceu como a promessa de gerar grandes volumes de energia, mas teve que se adaptar às exigências legais e à expectativa da opinião pública.

O grande lago previsto para alimen-tar a usina ficou pelo meio do caminho, tornando-a quase o que se chama de “hi-drelétrica a fio d’água”. Ocorre que os gran-des lagos artificiais que se formam com a barragem do rio acumulam água que ao passar pelas turbinas gera a energia. É o volume de água que passa que determina o volume de energia. Quanto mais água, mais energia. Sem os lagos, a geração das hidrelétricas dependem das enchentes e estiagens naturais, que são irregulares.

“Construir hidrelétricas a fio d´água na Amazônia é burrice, já disse um articulista local. Precisamos potencializar nossa geração de energia que é estratégica para o Pará e para

MAPA DO SISTEMA INTEGRADO NACIONAL

(SIN)

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o Brasil. A energia hidrelétrica é a mais limpa e segura ao mesmo tempo”, afirma o enge-nheiro e empresário José Maria Mendonça, um dos vice-presidentes da Federação das In-dústrias do Pará (Fiepa) e conselheiro temáti-co para questões de infraestrutura.

Ele acredita que a diversificação da matriz energética vai demorar muito ainda por causa das energias alternati-vas serem escassas e caras para o curto e médio prazo. E, na questão ambiental, ele manifesta o conceito darwinista de evo-lução como uma justificativa plausível ao desenvolvimento do Brasil. “Os lagos têm uma fauna rica de peixes e geram renda e fonte de alimentos. Basta ver o lago de Tucuruí. O que vale mais? Um peixinho colorido que enfeita aquários, que só tem na curva alta do Xingu, ou os peixes gran-des que vão alimentar a nossa população”, perguntou, retoricamente, Mendonça, durante entrevista concedida em seu ga-binete na sede da Fiepa em Belém.

Para ele, criar hidrelétrica com ca-pacidade de armazenar apenas 5% de água nos lagos a montante em quanto a capacidade instalada é de 40% é um erro. “Um crime contra o futuro, já que a for-ma mais barata de armazenar energia é guardando água”, diz o engenheiro.

Mendonça também criticou uma das 10 recomendações da Confederação Nacional da Indústria (CNI), publicada em um documento chamado “10 pro-postas para o avanço do setor de energia no Brasil”. “A sétima proposta desse do-cumento fala em diversificar a produção por meio do aumento de termoelétricas na base do sistema. Nós, da Fiepa, jul-gamos que essa não é a solução. Termo-elétricas são caras e muito poluentes”, afirma.

Por outro lado, o próprio Mendonça afirma que as alternativas fotovoltaicas e eólicas não podem ser base de um sistema de energia porque elas também são caras e ainda irregulares. “A Alemanha investe muito em energias alternativas, principal-mente eólica, mas ela passou quase cinco dias com problemas de energia por causa da irregularidade desse sistema”, conta. Dessa forma, segundo especialistas do setor produtivo, o caminho é potenciali-zar o setor hidrelétrico, investindo mais na produção de grandes volumes em Belo Monte. “Fala-se muito nos índios, mas eu penso que mais cedo ou mais tarde os ín-dios estarão integrados à sociedade e aí, como vamos fazer para alimentar a ener-gia que eles mesmos vão precisar e querer consumir?”, pergunta mais uma vez.

Alternativas aos pequenos consumidores das grandes cidades

Grandes indústrias precisam de gran-des volumes de energia para produzir. As-sim como grandes cidades, onde as pessoas consomem muito. Isso tem um preço. Como forma de subsidiar os custos com combus-tíveis e assim reduzir a fatura dos consumi-dores do sistema, todos os demais consu-midores conectados ao SIN arrecadam um encargo denominado Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que em 2011 foi de aproximadamente R$ 5,9 bilhões. Di-nheiro que possibilita o pagamento de pro-jetos como o que leva energia ao Marajó, por exemplo. “Consumidores do Rio Grande do Sul ajudam a pagar essa obra. Por isso, não é bem assim ao dizer que a energia é ‘do Pará’. A energia é do Brasil”, opina Daniel Negrei-ros, diretor de distribuição da Celpa.

Em setembro de 2012, por Medida Pro-visória, a presidência da República extinguiu a CCC, assim como outros encargos. Essa Medida Provisória foi convertida na Lei 12.783 em janeiro de 2013. Isso, no primeiro momento, fez cair o valor da conta de energia do cidadão comum, mas, depois, ele teve que pagar a conta mais cara. Ainda assim, Negrei-ros diz que a energia perto de outras commo-dities, como a telefonia, ainda é “barata”.

Mas será que ela pode ser realmente menos impactante sobre o meio ambien-te e ser economicamente viável? Para Ra-phael Sampaio, presidente da Cooperativa Brasileira de Energia Renovável (Coober), a busca por fontes de energias renováveis e alternativas é um processo de conscientiza-ção sem volta, que se deve à renovação do pensamento contemporâneo por meio da internet e de outras formas de sociabilidade.

“Muita gente desacredita e tenta frear esse movimento. É como foi com o Naps-

ter, aquele aplicativo que surgiu para mudar o paradigma da distribuição de música no mundo. No começo as gravadoras tentaram extingui-lo, mas depois viram que aquele era o modelo do futuro”, explica Sampaio.

Jovem e articulado, Raphael é advoga-do, com pós-graduação fora do país, e reúne na cooperativa 23 investidores de Parago-minas e de Belém. Juntos eles fizeram um investimento de R$ 600 mil para construir uma usina de geração fotovoltaica, isto é, por energia solar, a primeira do Brasil. Isso só aconteceu graças a mudança recente da legislação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em vigor desde dezembro de 2015, que permite a consumidores e co-operativas desenvolverem projetos próprios de geração de energia.

Com 288 placas fotovoltaicas com capacidade de produção média de 11.550 Kw/h por mês, a usina deve produzir pou-co mais do que seus 23 integrantes con-somem. Incluindo os investimentos para levar a energia ao sistema de distribuição da Celpa e instalação em casa, o empre-endimento ainda não tem grande retorno econômico. “No futuro será melhor, mas não estamos deixando de investir eco-nomicamente, porque nossa energia está garantida pelos próximos 20 anos, que é a média de vida dessas placas”, diz Sampaio, que tem na cooperativa pelo menos outros três engenheiros.

Quem mora em Belém, terá a ener-gia produzida na Usina descontada da conta da Celpa em sua casa, já que a energia entra no sistema integrado da distribuidora. Assim, é possível compen-sar o uso em Belém pela geração de ener-gia em Paragominas.

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ARTIGO ACADÊMICO

Rodrigo Silva FerreiraAcadêmico de Engenharia Civil (Unama)Email: [email protected]

Diante do momento caótico que vive a construção civil no Brasil, a diminuição de custos nos processos

construtivos torna-se presente, e quem mais sofre com este corte é o setor ambiental. Não é de se espantar que o investimento em recursos verdes caísse, tendo em vista que muitas das vezes os empreendedores não conseguem ver as vantagens ambientais e financeiras em médio e longo prazo.

Mas qual seria o impacto no setor cons-trutivo se existisse uma opção que abranges-se os interesses arquitetônicos, estruturais, hidrossanitários, econômicos e ambientais de uma única forma? Pois bem, tal solução existe e está em exponencial crescimento no mercado europeu.

O salvador da pátria é o Projeto Telhado Verde, que vem sendo utilizado amplamente em cidades com grande incidência solar e pouca vegetação, como o caso de Los Angeles e São Paulo. Mas no que consiste o Telhado Verde? De forma didática e direta, seria, literal-mente, um grande jardim no teto, podendo ser aplicado em lajes ou até mesmo em telhado em estilo colonial, abrangendo todas as vertentes de cobertura conhecidas.

A CONFECÇÃOAtualmente são utilizados dois grandes

métodos de aplicação desse tipo de telhado. O primeiro é realizado aplicando camadas para a recepção da vegetação. São elas: laje, camada impermeabilizante, membrana antirraiz (ge-ralmente uma camada de borracha), camada para drenagem, uma camada para filtro e o substrato para a vegetação ser plantada, garantindo assim um sistema completo e extremamente funcional.

Contudo, já existem empresas que de-senvolvem seu próprio substrato, que torna necessária apenas a camada impermeabili-zante para receber o substrato e as plantas propriamente ditas.

Além de sua aplicabilidade simples, os telhados são mais do que apenas praticidade de execução. Quando olhamos por diversos pontos de abordagem, percebemos as inúmeras vantagens para cada setor específico.

PARA A ARQUITETURA Uma opção inovadora para os projetistas

que buscam uma marca que diferencie suas

O TELHADO VERDE EM TEMPOS DE CRISE

obras, tendo em vista que a aplicabilidade dos Telhados Verdes estende-se e se adéqua a diversas construções, permitindo uma estética diferenciada e única ao cliente, podendo ser enquadrada ao meio ambiente ou destacada em meio a tantos tons de cinza das construções tradicionais.

PARA A ENGENHARIA ESTRUTURALA grande preocupação que paira sobre as

mentes calculistas é a exigência estrutural que a laje terá, tendo em vista que a implementação de um jardim acarretará em um peso adicional à estrutura. Todavia, o peso geral de implemen-tação encontra-se no intervalo de 80 Kg/m² (para gramados e plantas rasteiras) até 250Kg/m² (para jardins com arvores de até 3 metros de altura). Dessa forma, não acarretando grandes preocupações para as fundações em geral.

PARA A ENGENHARIA HIDROSSANITÁRIA Diante das tantas atribuições de um

engenheiro sanitarista, talvez a mais nobre ecologicamente é o sistema que ele utiliza para a captação dos recursos pluviais. O Telhado Vivo, como também é conhecido, traz a opção de captação de recursos pluviais, evitando assim o excesso de água para a vegetação e possibili-tando a reutilização das águas da chuva. Além disso, em virtude do substrato utilizado em

alguns sistemas, o Telhado Vivo funciona como uma primeira filtragem das águas captadas.

PARA A ENGENHARIA AMBIENTALNunca houve tanta atenção para os impac-

tos ambientais que o progresso acarreta como na realidade atual. O planeta está aquecendo, o céu deixa de ser azul com a grande emissão de gases nocivos e o verde das arvores é substituí-do pelo cinza do concreto. Mas, e se ao invés de retirarmos as florestas originais da paisagem, nós pudéssemos suspendê-las? Agindo como um forte escudo contra os raios solares e como um filtro contra a carga de gases agressores, o Telhado Verde é o ponto de equilíbrio entre o progresso e o meio ambiente.

PARA O CLIENTE, PARA O EMPREITEIRO E PARA A CRISEPraticidade e economicidade são pilares

que sustentam o mercado imobiliário, especial-mente em momentos difíceis para a economia nacional. Por conta disso, o Telhado Verde é a saída para quem quer agregar valor ao em-preendimento sem onerar os custos exacerba-damente. A utilização deste recurso vai além do cunho estético da construção, uma vez que o mesmo funciona como um grande isolante térmico e acústico, garantindo conforto ao morador e, até mesmo, economia nas faturas de energia elétrica. Além disso, o sistema de cap-tação de água da chuva resulta em praticidade e ganhos no consumo de água, sendo assim mais uma vantagem contra a crise. Outrossim, a implementação de um Telhado Vivo no terraço gera mais uma área de lazer aos condôminos e protege a cobertura de intempéries como chuva e sol, aumentando a vida útil da estrutura e diferenciando a edificação em um momento em que o diferencial vence as barreiras da crise. Assim, torna-se evidente a simplicidade em converter os recursos ambientais em lucro de forma eficiente e duradoura, atendendo os mais altos padrões internacionais.

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Foram quatro dias de intensos de-bates sobre o relevante papel da Enge-nharia e da Agronomia para o desen-volvimento nacional: na economia, na acessibilidade, no empoderamento da mulher, na sustentabilidade ambiental, entre muitos outros temas. De 29 de agosto a 01 de setembro, futuros profis-sionais aprenderam e veteranos tiveram suas experiências reconhecidas e com-partilhadas, em cerca de cem eventos simultâneos dentro das programações da 73ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia e do Contecc - o Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia, em Foz do Iguaçu/PR. E nos dias 1º e 2 de setembro foi realizado

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Crea-PA e Mútua na 73ª Soeaainda o 9º Congresso Nacional de Pro-fissionais (CNP). Foram 3,5 mil pessoas circulando pelos corredores, que expu-nham tecnologia, inovação, empreen-dedorismo e cultura.

Na ExpoSoea, os estandes do Con-fea, Creas e Mútua apresentavam um pouco dos trabalhos desenvolvidos e da riqueza cultural do Brasil. Este ano, o Crea-PA criou um espaço especial para receber os participantes na feira tecnológica. Quem passava pelo local podia conhecer a diversidade dos chei-ros e sabores do Pará, através das fa-mosas essências da região e da degus-tação de bombons e comidas típicas, como o tacacá.

A leitura da Carta de Foz do Iguaçu – documento em que o Siste-ma Confea/Crea se compromete com ações que visam ao fortalecimento do profissional da área tecnologia nacio-nal e à inserção dos engenheiros na de-finição e execução de política públicas – marcou o encerramento da Semana. Lida pelo coordenador do Colégio de Entidades Nacionais, Jorge Nei Brito, a Carta – que fala de mudanças e opor-tunidades –, reflete a proposta do tema central da 73ª Soea.

Com o apoio da Mútua-PA – Caixa de Assistência dos Profissionais, uma dele-gação de colaboradores e profissionais do Crea-PA puderam participar do evento.

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Láurea ao Mérito entregue a ex-pre-sidente do Crea-PA

Durante a solenidade de abertura da 73ª Soea foi realizada a tradicional cerimô-nia de Láurea ao Mérito, que presta home-nagem a profissionais pela importância de seus trabalhos à sociedade. Foram 24 ho-menageados ao todo, entre os que recebe-ram a Medalha do Mérito e os que tiveram seus nomes inscritos no Livro do Mérito (in memoriam).

Entre os homenageados estava o ex--presidente do Crea-PA, José Leitão de Al-meida Viana. Engenheiro civil, José Viana presidiu o Conselho de 2009 a 2011 e teve seu legado reconhecido nacionalmente ao receber a Medalha do Mérito. “É um gran-de prêmio, considero como um reconhe-cimento pelo esforço que cada um de nós, agraciados, fizemos. Para mim, é uma hon-ra muito grande ter recebido essa premia-ção”, afirmou.

Elias Lima e Antônio Albério entregaram a homenagem ao ex-presidnete José Viana

No encerramento da 73ª Soea, Belém foi anunciada oficialmente como a próxima sede do evento. O presidente do Crea-PA, Eng. Agr. Elias da Silva Lima fez o convite a todos os presentes. “O sucesso da Soea vai depender de cada profissional e estudante ligado a nosso Sistema. Esperamos ansiosos por vocês. Na ocasião também vamos comemorar os 40 anos da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais”, disse. An-fitrião da 73ª Soea, o presidente do Crea-PR, Joel Krüger passou para as mãos do pre-sidente do Crea-PA a bandeira da Soea.

Em clima de festa, a delegação paraense, toda uniformizada, também acompanhou a cerimônia. A 74ª Soea está prevista para o período de 08 a 11 de agosto de 2017, no Hangar. O lançamento oficial da Semana está marcado para o dia 24 de abril do ano que vem na Estação das Docas.

PREPARATÓRIA Desde o anúncio de Belém como sede da próxima SOEA estão acontecendo reu-

niões preparatórias, coordenadas pelo Crea-PA e Mútua-PA. A última reunião foi nos dias 6 e 7 de outubro, com a presença de uma equipe de funcionários do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

O encontro propiciou uma integração entre as equipes responsáveis pela organi-zação do evento para uma troca de experiências e planejamento de ações. “Para nós do Confea é muito importante essa reunião, praticamente um start para nossa Soea aqui em Belém. Queremos fazer o melhor possível e, para isso, tem que planejar bem, com bastan-te antecedência, que é o fundamento de nossa reunião aqui. Esse é nosso grande desafio: organizar, fazer bem feito, receber bem, dar tudo certo”, afirmou o presidente do Confea, José Tadeu da Silva. A equipe também realizou uma visita técnica ao Hangar – Centro de Convenções da Amazônia para conhecer as instalações do local do evento.

Em 2017, Belém recebe a 74ª SOEA

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ENTREVISTA

Adnan Demachki, titular da Sedeme

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Secretário estadual de Desenvolvi-mento Econômico, Mineração e Energia desde 2014, Adnan Dema-chki tem, entre outros desafios, pro-

mover ações que favoreçam o crescimento do setor produtivo paraense, consequen-temente melhorando a qualidade de vida

das pessoas, além de garantir que tudo isso seja feito de acordo com a filosofia sustentável. Essa é a base do Programa Pará 2030, lan-çado pelo Governo do Estado no final do semestre passado. Know

how para conduzir esse processo Adnan tem.

Foi sob sua gestão na prefeitura (2005-2008 e 2009-2012) que o município de Parago-minas se transformou sob a ótica da susten-tabilidade, quando ele deu início ao pro-jeto “Município Ver-de”, hoje referência internacional de prá-

ticas sustentáveis. Conversamos com o secretário para entender melhor o Pará 2030 e quais os focos de ação.

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Qual a proposta geral do Pará 2030? Porque 17 medidas? Quais são elas?

O Pará 2030 é um programa de Estado que visa fortalecer a econo-mia paraense em bases sustentáveis, e para isso tem como premissas o cres-cimento dos níveis de produção e a verticalização de parte da produção. O Programa elegeu 13 cadeias econô-micas prioritárias e 1.400 marcos de implementação específicos envolven-do as secretarias e órgãos estaduais, percebidos como decisivos para sua implementação, que tem como metas o crescimento da economia paraense em torno de 5% ao ano, nos próxi-mos 15 anos. No lançamento oficial do Pará 2030, em 29 de junho, o go-vernador Simão Jatene assinou 17 de-cretos governamentais, dando início a ações concretas do planejamento estratégico que redefine os rumos da economia paraense para os próximos anos. Entre os decretos, foi institu-ído oficialmente o Programa e o seu Fórum de Governança; também asse-gurou medidas de fomento ao setor produtivo, a exemplo da revitalização dos Distritos Industriais do Estado, bem como, garantiu incentivos fiscais para as empresas que investirem em projetos de pesquisa científica, tecno-lógica e inovação. Também assegurou repasse de recursos para a implanta-ção de três programas estruturantes nas áreas da ciência, tecnologia e ino-vação; e assinou projeto de lei e enca-minhou para a Alepa o programa Pará Profissional para qualificação de tra-balhadores, bem como o governador instituiu, via decreto, o “Programa Voe Pará”, uma política de incentivo à aviação regional.

Passados três meses do lan-

çamento, o que já podemos ver de concreto do programa?

No âmbito da gestão operacio-nal, o governo já possui uma equipe de profissionais em um Escritório de

Projetos responsável pelo monitora-mento, controlando o cumprimento das metas e apoiando as secretarias na execução do programa. Este escri-

tório é composto por servidores pú-blicos do Estado, não havendo custos orçamentários adicionais, ratificando o comprometimento do Governo com a regularidade fiscal das contas públi-cas. Além disso, o Pará 2030 já come-ça a deixar importantes legados para os paraenses. Podemos destacar, de início, a aprovação pela Assembleia Legislativa do Estado do Projeto de Lei do Estatuto Paraense das Micro e Pequenas Empresas, que institui tra-tamento diferenciado para MPEs do Pará. O Programa Voe Pará possibili-tou uma maior interligação do Estado, permitindo, mediante a criação de 13 novas linhas de voos regulares para o interior paraense, a intensificação do fluxo de pessoas entre os municípios daqui. O Programa de Regularização Fiscal – PROREFIS, para facilitar a regularização dos empreendimentos inadimplentes com o fisco estadual, a fim de que eles se regularizem e vol-tem a produzir e gerar empregos. O Ideflor-Bio publicou em agosto Edital de Concessão Florestal para explora-ção de produtos florestais nos municí-pios de Santarém, Juruti e Aveiro, em área correspondente a 102 mil hecta-res. Na área do incentivo à Pesquisa, a Fapespa conta com investimentos na ordem de 15 milhões de reais ao ano, o que coloca o Estado do Pará entre os 5 maiores orçamentos, nesse segmen-to, das regiões Norte, Nordeste e Cen-tro Oeste. Além disso, destacamos ainda a assinatura de diversos Proto-colos de Intenção para a realização de investimentos em nosso Estado, tais como: Protocolo de Intenções para implantação da Primeira Indústria de Fabricação de Embalagens Usina Si-derúrgica com incentivos fiscais pelo Estado em Benevides; implantação de uma Refinaria de Ouro com in-centivos pelo Governo para garantir emprego e dinamização da economia; implantação de um Parque Aquático com incentivos fiscais e suporte na infraestrutura logística pelo Estado

As oportunidades contribuem (...) em direção à meta de crescimento em torno de 5% ao ano, para igualar o PIB per capita nacional e com expectativa de criar 3 milhões de empregos.

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para promover o turismo em Salinas. Por fim, estamos iniciando a imple-mentação das medidas que surtirão mais efeito num médio prazo.

Vai ser possível realizar todas as medidas até o fim do governo Jatene em dezembro de 2018?

Em razão do nível de detalha-mento do programa, 20 dirigentes de secretarias e órgãos estaduais assina-ram junto ao governador do Estado e vêm cumprindo, com rigor, acordos de resultados, em que assumiram o compromisso de executar todos os 1.400 marcos de implementação, com metas e prazos que vão até o dia 31 de dezembro de 2018, data que encerra o mandato do governador.

Qual a expectativa de geração

de emprego e renda com o Pará 2030?

As oportunidades contribuem significativamente na trajetória em direção à meta de crescimento em torno de 5% ao ano, para igualar o PIB per capita nacional e com expec-tativa de criar 3 milhões de empregos até 2030.

Que regiões do Estado têm

mais perfil para o Programa?O Plano tem impacto em todas as

regiões de integração do Estado. Quais são as 13 cadeias priori-

tárias na economia? Por que elas foram escolhidas?

O projeto elegeu 13 cadeias pro-dutivas prioritárias, mesmo man-tendo as atenções em outros setores. Os pilares levaram em consideração a vocação do Estado, com destaque para os setores como agricultura fa-miliar sustentável, grãos, biodiversi-dade, florestas plantadas, logística, aquicultura e verticalização do pes-cado, turismo e gastronomia, produ-ção e verticalização do açaí, pecuária sustentável, cacau e óleo de palma, internalização de compras e a verti-calização mineral.

O Pará 2030 objetiva uma econo-mia dinâmica, pautada no uso susten-tável dos recursos minerais, florestais e da biodiversidade para garantir que a agregação de valor pela verticali-zação da produção gere riqueza para todos os paraenses. O crescimento econômico só será contínuo e dura-douro caso se saiba respeitar o equi-líbrio ecológico da Amazônia e, neste sentido, toda a projeção de cresci-mento do Estado no Pará 2030 levou em consideração obrigatoriamente o reforço das leis ambientais estaduais, e a observância ao desmatamento lí-quido zero.

Hoje ainda temos um gargalo energético no Pará, principalmen-te na região oeste. Como o governo pretende colaborar para melhorar a oferta de energia?

Todos os municípios paraenses têm energia elétrica, porém ainda temos muitas localidades, em alguns municípios, sem o serviço, sobretudo no Marajó e oeste paraense, e a cada ano surgem novos assentamentos, ocupações, etc. Para 2016, o Estado tem contrato celebrado em 2015, e recursos assegurados com o Gover-no Federal. Já estão em curso cerca de 50.500 ligações, além do progra-ma que a Sedeme através da Dire-toria de Energia (Diren) desenvolve com o Programa de Investimentos de Interesse Socioeconômico - PIS. Além disso, o Estado celebrou con-vênio com a Celpa para beneficiar 10 municípios nos próximos 18 meses. Até então, eles são atendidos por pe-quenas usinas a diesel, com interrup-ção de fornecimento, mas em breve passarão a ser supridos pelo Sistema Interligado Nacional, com energia firme e de qualidade, o que facilitará a extensão de redes para a área ru-ral. Estão na lista, os municípios de Oriximiná, Conceição do Araguaia, Faro, Terra Santa, Alenquer, Curuá, Monte Alegre, Prainha, Ponta de Pe-dras, Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari, Bujaru, entre outros.

Um dos objetivos do programa

é a economia sustentável. Como se dará isso? Haverá algum tipo de acompanhamento?

Os pilares levaram em consideração a vocação do Estado, com destaque para os setores como agricultura familiar sustentável

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Em duas décadas o Pará pode se tornar um dos maiores polos pro-dutores de frutas cítricas do mun-

do. Esse foi o objetivo que levou à insta-lação do primeiro Polo de Citricultura do estado, na região nordeste paraense, no final de agosto. O local foi escolhido face os 40 anos de introdução do cultivo de citrus no Estado, e reúne de imediato os mu-

ESPECIAL

Polo de citricultura visa produção mundialEm 15 anos, o Pará pretende sair da 7º posição no ranking dos estados produtores para assumir o topo

nicípios de Capitão Poço, Garrafão do Norte, Irituia, Nova Esperança do Piriá e Ourém. Mesmo com a participação atual na produção nacional de 1,3%, a aposta do grupo de empresários e pro-dutores do polo é chegar ao topo da ca-deia produtiva em 15/20 anos. O motivo é sim-ples, além das con-

dições climáticas e geográficas, a região é livre de pragas que hoje dominam os maiores mercados produtores desses frutos, como o estado de São Paulo.

Por causa disso que o paulista Ju-nior Zamperlini chegou ao Pará há cer-ca de seis anos e começou a investir no município de Capitão Poço, onde hoje existem cerca de 30 mil hectares culti-vados de laranja e limão. Zamperlini, juntamente com outros produtores e

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empresários, tem ajudado a criar ofi-cialmente o polo de cítricos por aqui. “A ideia surgiu graças a Carlos Xavier, presidente da Federação da Agricultu-ra do Pará (Faepa). Com o polo pode-mos ter maior controle das barreiras, impedindo a chegada de caminhões e embalagens que trazem fungos e pra-gas de outras regiões do Brasil”, ex-plica o empresário. Com a iniciativa, a ambição do grupo de empresários é chegar a 200 mil hectares cultivados nos próximos anos.

Outro ponto positivo do polo é a união dos empresários ao grupo Citropar, que

existe desde 1993. Zamperlini vai inves-tir na nova fábrica de suco em torno de R$ 20 milhões. “Vai se chamar Citropar/Zampa e deve entrar em funcionamento em março, na safra do limão,” conta.

A fábrica vai processar 80 mil to-neladas de laranjas e 40 mil de limão. Cara safra gera 8 mil toneladas de suco de laranja e 4 mil toneladas de suco de limão, fora os óleos essenciais para cos-méticos. Também vai gerar 120 empre-gos diretos e mais de 1200 indiretos na cadeia produtiva.

CONTROLE

De acordo com a agência sanitária Adepará, o estado apresenta, hoje, uma condição muito positiva em relação à produção de citros. Um baixíssimo ín-dice das principais pragas que atacam essa cultura, ainda mais quando com-parado a São Paulo, o principal produ-tor e exportador do Brasil. No entanto, com a instalação do polo citrícola no município de Capitão Poço e o con-sequente crescimento da produção e chegada de novos produtores, é preciso

que haja uma atenção especial quanto à entrada e disse-

minação dessas pragas.

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“A Adepará é responsável por asse-gurar a sanidade dos vegetais, para que estejam aptos à comercialização, por meio de ações de combate, controle, fiscalização do trânsito agropecuário e erradicação de pragas que possam causar prejuízos aos cultivos agroflo-restais”, explica nota da agência enviada à Revista CREA-PA, que complementa: “A agência já realiza um trabalho de rotina, acompanhando, monitorando e combatendo pragas nas plantações pa-raenses. Com relação ao polo citrícola de Capitão Poço, começamos a desen-volver um trabalho para transformar o polo em área livre de pragas”.

Esse status fitossanitário garantirá aos produtos a abertura de mercados, sejam eles local, nacional ou interna-cional. Atualmente, apesar de não ha-

ver evidências de doenças como a pinta preta, greening ou cancro cítrico, umas das principais que atacam as planta-ções, o Pará ainda não possui o certifi-cado de área livre. Para conquistar esse status, é preciso demonstrar por evi-dência científica que essas pragas não ocorrem por aqui.

O projeto de transformar a região em uma área livre já está sendo condu-zindo pela Adepará, mas é um proces-so que demanda tempo, pois é preciso o cadastramento de todas as proprie-dades produtoras, inspeção dos po-mares, levantamento e detecção, testes laboratoriais, mapeamento das rotas de risco, instalação de postos de fisca-lização, entre outras medidas exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento (Mapa).

PARÁ HOJE*

7ª posição entre os estados brasileiros15 mil hectares de área plantada197,2 toneladas de frutos/ano1,3% de participação nacional

*FONTE: IBGE/LSPA Janeiro/2015

PARÁ FUTURO

Chegar à 1ª posição 200 mil hectares de área plantada250 mil toneladas de frutos/ano70% de participação nacional

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Lixeiras subterrâneas

Na sua opinião, quanto o lixo acumulado nas ruas in-comodam e deixam a cidade poluída? Basta uma volta nos municípios que formam a Região Metropolitana de

Belém para constatar o problema. Alguns vão eleger a falta de educação da população como causa principal, mas a ausência e até a capacidade de armazenamento das lixeiras existentes contribuem para o problema se agravar.

Diversas cidades brasileiras em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia aderiram a uma solução de engenharia que é sucesso há mui-tos anos na Europa: a lixeira subterrânea. Ela evita que o lixo fique espalhado pela cidade antes de ser recolhido, sem falar na diminui-ção da proliferação de doenças relacionadas.

Na superfície a lixeira tem pouco mais de um metro de altura e se parece com uma lixeira comum. Mas um “fundo falso” escon-de um contêiner com mais de 700kg de capacidade de armazena-mento, justamente para acabar com o acúmulo de sacos de lixo nas calçadas, evitando que ele se espalhe por qualquer acidente, como pela força da chuva. Além disso, todo o resíduo reciclável e orgâni-co é separado. Outro diferencial é que, devido à grande capacidade, a lixeira subterrânea exige menos viagens das empresas coletoras.

Todo o mecanismo da lixeira e contêiner é interligado para facilitar a retirada do lixo que é depositado ali. Para tal, os garis “levantam” uma parte da calçada que funciona como uma tampa da lixeira, permitindo que o caminhão se aproxime e recolha o lixo.

Solução simples, funcional e que com certeza deixa a ci-dade mais limpa. Boa sugestão para os prefeitos eleitos que assumem em janeiro de 2017.

Solução mais que viável para cidades brasileiras

SOLUÇÕES DE ENGENHARIAFO

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MERCADO DE TRABALHO

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Novo Código Civil e o papel do perito

de engenhariaMudança no critério de escolha dos peritos judiciais contribui

para agilizar processos

LUCIANA CAVALCANTE

Vinte e nove de janeiro de 2011. Moradores da Travessa 3 de maio, no bairro de São Brás, cen-

tro de Belém, viveram momentos de pânico com o desabamento do edifício Real Class, que estava prestes a ser en-tregue. Três pessoas morreram – sendo dois operários que trabalham na obra e uma idosa que morava na casa ao lado da construção – e uma ficou ferida. Cinco anos depois do acidente a Justiça condenou o engenheiro calculista e o engenheiro civil, responsáveis pela obra do edifício. À época da condenação, o magistrado ressaltou que chegou à con-clusão ao analisar as provas do proces-so, em especial a prova testemunhal,

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documental e a pericial. As provas mos-traram que houve falha na concepção do sistema estrutural.

Um caso como esse, em que ocor-re o colapso total de uma construção, mostra claramente a importância do laudo pericial, elaborado por um peri-to de engenharia, para elucidar os fatos, como ressalta o Doutor em Geociências, da Universidade Federal do Pará, André Montenegro Duarte. “O perito de qual-quer área é um auxiliar do juiz, dentro de um conhecimento específico. É ele que vai ajudar o magistrado a entender o problema de um ponto de vista técnico para que ele possa julgar com fundamen-to uma área que não conhece. Num caso como esse do Real Class seria impossí-vel para o juiz tomar uma decisão, ou as partes entenderem o que provocou o aci-dente, se não houvesse laudos periciais”, exemplifica.

Em vigor desde 18 de março de 2016, o Novo Código Civil Brasileiro enfatiza a importância da perícia para os processos judiciais, em especial no caso do perito de engenharia. Montenegro destaca dois principais avanços do novo código. Um deles é com relação à nomeação de pe-ritos. “No código antigo o juiz nomeava

um perito da confiança dele, que fosse habilitado na área de necessidade na-quele momento. Existe inclusive um cadastro nos tribunais onde os peritos podem se inscrever. Com o novo códi-go abriu-se a possibilidade também de requisitar pessoa jurídica, na forma de instituições e organizações”, comenta.

Outro avanço para André Montene-gro, que é professor associado da Facul-dade de Engenharia Civil e do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil do Instituto de Tecnologia da UFPA, é a possibilidade de recrutamento de um perito consensual para atuar nos proces-sos judiciais. Assim, as partes envolvi-das, poder indicar ao juiz um perito em que confiem, que deve ser homologado por ele. “Se o laudo é consensual há uma tendência maior a haver uma concilia-ção entre as partes. Se o perito é indi-cado pelas partes já é um bom caminho para resolver a questão de forma mais rápida”, avalia o especialista, ressaltando que embora o código tenha pouco tem-po de vigência, a mudança já começa a ser percebida.

Montenegro lembra que, após ser nomeado perito judicial, o engenheiro designado pelo juiz pode levar de 20

dias até mais de seis meses para elabo-rar o laudo pericial. “O prazo não é fixo, mas sim fixado pelo juiz para a conclu-são da perícia. O prazo também pode ser solicitado pelo perito ao juiz, em função da complexidade, extensão do trabalho”, explica.

André reforça também a impor-tância do perito auxiliar, que pode ser recrutado por cada parte. “É um assis-tente técnico que pode auxiliar o perito judicial em alguns casos, apresentando suas colocações, divergências e conside-rações para a análise do juiz também”.

Na análise do especialista o Novo Código Civil mudou a percepção da so-ciedade como um todo sobre a impor-

tância do trabalho do perito judicial em engenharia. “Houve uma maior

percepção das pessoas, sejam elas operadoras do direito, ad-

vogados, juízes, defensores públicos quanto à impor-

tância da elaboração de uma perícia bem feita,

clara, o mais célere possível”, conclui.

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POR DENTRO DO CREA

Instituída pela Lei 6.496/77 e regulamenta-da pela Resolução 1.025/09 do Confea, a Anotação de Responsabilidade Técnica –

ART tem o objetivo de proteger a sociedade ao estabelecer a responsabilidade técnica do profissional da área tecnológica, minimizando fatores de riscos à população e a ele próprio. “Valorizar a ART é salvaguardar a sociedade, pois esse instrumento assegura a autoria, defi-ne os limites da responsabilidade em toda obra ou serviço e forma o acervo técnico do profis-sional. Além disso, por meio da Mútua, a ART é transformada em benefícios aos profissionais e suas famílias”, explica o diretor nacional da Mútua, Paulo Guimarães

“É através da ART que a sociedade e as autoridades competentes sabem de quem cobrar a qualidade da obra ou serviço, pois o Crea só registra ART de determinada ativi-dade se o profissional indicado tem atribuição compatível com aquele tipo de serviço. Para o profissional, além de ter legalmente um valor de contrato, é indispensável para a elaboração do acervo técnico, documento que expressa a sua experiência e a sua capacidade técnica em determinada obra ou serviço”, exemplifica o conselheiro federal pelo Pará, Antonio Albério.

É por esses fatores que um forte trabalho de defesa e manutenção da ART tomou força nacionalmente, assim como a busca pela uni-formização do documento em todo o Brasil. “As instituições do Sistema realizam campa-nhas de valorização da taxa, mostrando sua importância para resguardo da sociedade e dos profissionais da área tecnológica, além de promover iniciativas institucionais e jurídicas”, destaca Paulo Guimarães. “No momento bus-ca-se uma uniformização do documento, pois, além de facilitar a vida do profissional, será possível, através de um banco de dados nacio-nal, garantir melhora na fiscalização e fornecer uma série de informações que podem ser apro-veitadas da elaboração de políticas públicas”, completa o conselheiro do Confea.

JULGAMENTONo último dia 6 de outubro, o Plenário do

Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou o julgamento do Recurso Extraordinário (RE)

Instrumento legal838284, com repercussão geral reconhecida, no qual foi mantida a forma de cobrança da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) aplicada em serviços de engenharia, arquitetu-ra e agronomia.

O RE questionava a Lei 6.994/1982, na qual se estabelece a ART. O relator do pro-cesso, ministro Dias Toffoli, defendeu que a norma questionada não violou o princípio da legalidade tributária ao prescrever teto para a cobrança do tributo, possibilitando sua fixação pelos conselhos profissionais em questão. E foi acompanhado na decisão pela maioria dos ministros do STF. Para o presi-dente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, eng.civ José Tadeu da Silva, a decisão reconhece a importância da ART. “O STF aqui endossa a importância dos ser-viços de engenharia, arquitetura e agrono-mia”, disse Tadeu.

O STF também concluiu julgamento que considerou constitucional a legislação que ins-titui limites para as anuidades cobradas por conselhos profissionais. O tema foi tratado nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 4697 e 4762, nas quais foi questionada a Lei

12.514/2011, na parte que institui valores má-ximos para as anuidades. As ADIs foram ajui-zadas pela Confederação Nacional das Profis-sões Liberais (CNPL) e Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde (CNTS).

Para as entidades, o tema foi introduzido indevidamente por emenda em Medida Provi-sória que tratava de outro tema. Sustentam ain-da que o assunto deveria ter sido tratado por lei complementar, uma vez que introduziu no ordenamento matéria de natureza tributária, e consideram que a norma viola o princípio da capacidade contributiva.

A maioria dos ministros acompanhou o posicionamento proferido anteriormente pelo relator, ministro Edson Fachin, rejei-tando o pedido das ADIs. Segundo seu voto, foi respeitada a capacidade contributiva, e a definição do tributo pode ser do conselho profissional, respeitado o limite da lei. Tam-bém entendeu que o STF já se pronunciou sobre a questão da pertinência temática em medidas provisórias, rejeitando as emendas sobre tema alheio. Mas o entendimento, pro-ferido em 2015 na ADI 5127, foi declarado sem efeitos retroativos.

SisART

ART:

Em desenvolvimento desde a gestão an-terior da Mútua, o novo Sistema Nacional de Gerenciamento de ART, o SisART, visa a inte-gração das informações de ARTs em todo o ter-ritório nacional através da padronização dos for-mulários de preenchimento e centralização em base de dados nacional. Os ganhos originados pela nova plataforma serão extensivos a todos: Confea, Creas, Mútua, profissionais e sociedade.

O SisART trará ferramentas para geren-ciamento de regulamentos, monitoramento por empreendimentos, georeferenciamento, consultas e relatórios diversos, tornando-se a principal fonte de dados do Sistema Confea/Crea e Mútua. Além disso, os órgãos governa-mentais de controle indicaram a necessidade

do ordenamento profissional adotar um sis-tema único, quanto à centralização de dados de obras e serviços públicos. “Com o SisART atenderemos a essa demanda, fortalecendo, também, o combate à corrupção em obras públicas. Ou seja, a organização, os procedi-mentos e as atividades executadas pelo Siste-ma serão amplamente fortalecidas e aprimo-radas”, diz Paulo.

Hoje o projeto está em fase de conclusão, com o programa piloto sendo aplicado no Crea-DF. A Mútua formulará um plano de informatização que será entregue aos Creas, com todos os passos e prazos necessários para adequação do SisART aos sistemas utilizados atualmente.

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LIVROS

Este livro aborda aspectos teóricos e prá-ticos da ENGENHARIA DIAGNÓS-

TICA EM EDIFICAÇÕES desde o início do empreendimento com a vistoria do terreno e vizinhança, passando pela fase da obra e finalizando na obra concluída e suas anomalias, incluindo o estudo de to-das as ferramentas, em uma sequência ló-gica que facilita o entendimento até mes-mo a quem não é do meio técnico. Esta é a 2ª edição da obra pela Editora Pini.

ILHAS DE CALOR: COMO MITIGAR ZO-NAS DE CALOR EM ÁREAS URBANAS, de

Lisa Gartland (Oficina de Textos) explica como se formam, quais os efeitos negativos e como reduzir os impactos das ilhas de calor por meio de intervenções práticas, como o emprego de co-berturas e pavimentos frescos e o resfriamento pelo uso de árvores e outras vegetações. Além disso, o livro apresenta um plano de ação para que comunidades ponham em prática essas e outras formas de mitigar os efeitos das ilhas de calor e obtenham uma maior qualidade de vida.

Em sua segunda edição, GEOLOGIA DE ENGENHARIA –CONCEITOS, MÉTO-

DO E PRÁTICA aborda diferentes aspectos da prática e da aplicação dos fundamentos da Geologia de Engenharia brasileira, tornando-se uma referência na divulgação dos conhecimen-tos e postulados da Geologia aplicada a obras e ao meio ambiente. A obra cuida especialmente da atitude científica e profissional do Geólogo de Engenharia diante dos problemas práticos que lhe são colocados no exercício de sua atividade profissional. Editora Nome da Rosa.

FUNDAMENTOS DA ENGENHARIA AERONÁUTICA, de Luiz Eduardo Mi-

randa José Rodrigues, possui excelente fun-damentação teórica com vários exemplos aplicados ao desenvolvimento de um projeto. O texto apresenta todos os pontos do projeto aeronáutico, como fundamentos do voo, ae-rodinâmica, desempenho de aviões, estabili-dade e controle de aeronaves e metodologia de projeto para uma nova aeronave. Traz equações analisadas do ponto de vista mate-mático, além de muitos exercícios propostos.

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