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|||| Abrindo Espaços e criando Laços! Dehonianos ........................................ 1 Para Começar: é preciso partilhar! A Eucaristia, insigne celebração memorial, precisa desdobrar-se em compromisso social. Assim o Mestre ensinou e testemunhou, para isso o Senhor indicou e foi o que nos cobrou. O muito que não se tem, não é exigido de ninguém. Mas o pouco que cada qual traz, será suficiente para a fome saciar. Talvez seja necessário recomeçar com a bênção agradecida do Senhor e com os que têm coração de criança. Assim haverá de se instaurar a dignidade (sentar-se), ousar a partilha (todos se alimentaram) e experimentar a saciedade (sobraram doze cestos). As “sobras” alimentarão todos quantos ainda virão! O sinal eficaz aponta para quem o faz: Jesus Cristo! Vamos fazê- lo Rei e ele resolverá nossos problemas, solucionará nossos dilemas! Mas Jesus literalmente “foge” para a montanha. Junto ao Pai discerne como prosseguir e de que jeito agir. Ele não veio fazer tudo. Veio ensinar como operar a missão que nos cabe agora continuar. P. Mariano Weizenmann,scj. ANO II | Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus - Província BSP | 104 a Edição - 24/07/15 |||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Para Começar: é preciso partilhar! - dehonianos.org.br e... · São João Crisóstomo faz esta observação a propósito da fuga para o Egito: “Desde o começo de uma obra sobrenatural,

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Dehonianos ........................................ 1

Para Começar: é preciso partilhar!

A Eucaristia, insigne celebração memorial, precisa desdobrar-se em compromisso social. Assim o Mestre ensinou e testemunhou, para isso o Senhor indicou e foi o que nos cobrou.

O muito que não se tem, não é exigido de ninguém. Mas o pouco que cada qual traz, será suficiente para a fome saciar. Talvez seja necessário recomeçar com a bênção agradecida do Senhor e com os que têm coração de criança. Assim haverá de se instaurar a dignidade (sentar-se), ousar a partilha (todos se alimentaram) e experimentar a saciedade (sobraram doze cestos). As “sobras” alimentarão todos quantos ainda virão!

O sinal eficaz aponta para quem o faz: Jesus Cristo! Vamos fazê-lo Rei e ele resolverá nossos problemas, solucionará nossos dilemas! Mas Jesus literalmente “foge” para a montanha. Junto ao Pai discerne como prosseguir e de que jeito agir. Ele não veio fazer tudo. Veio ensinar como operar a missão que nos cabe agora continuar.

P. Mariano Weizenmann,scj.

ANO II | Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus - Província BSP | 104a Edição - 24/07/15

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2 ........................................ Dehonianos

|||| Abrindo Espaços e criando Laços! NestaEdição

Igreja e Congregação

“Dehonianidades” de Agosto 5

Palavras de Padre Dehon 4Palavras de Padre Dehon

O desafio de viver em comunidade 7

ADBM no Congresso sobre Educação Católica 9

|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Dehonianos ........................................ 3

NestaEdição

Província BSP e Distrito BSL

Saberes e Sabores 16

P. Joãozinho: teologia e devoção em poesia e canção 15

Convite para a posse do novo Governo Provincial 10

Nomeação do Superior interino do Distrito BSL 11

Vivências e Reminiscências 13

Eventos Provinciais de Agosto 12

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Palavra de Padre DehonVIII. As Provações

No começo de uma obra são necessárias provações para fortalecer os fundamentos. São João Crisóstomo faz esta observação a propósito da fuga para o Egito: “Desde o começo de uma obra sobrenatural, diz, é preciso esperar-se tentações e perigos. A Sagrada Família e os Magos não estão isentos disso”.

A Irmã Maria do Sagrado Coração, da Visitação de Bourg, escrevia-me em 1881: “É preciso felicitar-vos, meu Padre, pelos vossos começos? Ou não é preciso antes ainda sustentar-vos com as nossas humildes orações e sobretudo dizer-vos: Coragem! A tais missões correspondem ordinariamente terríveis provações! Pressinto todas as agonias de vossa alma, todas as imolações de vosso espírito e do vosso coração... Será um cálice de bênçãos para os vossos filhos bem-amados...”.

As provações deviam chegar e elas chegaram. A minha saúde parecia perdida desde 1878. Tinha frequentes hemorragias. Depois veio o terrível incêndio do (Colégio) São João, a perda dos meus pais, dificuldades pecuniárias. Uma Irmã tinha recebido uma tão grande herança que queria

partilhar entre as obras da sua comunidade e as nossas. Tinha construído contando com isso. Um parente afastado da Irmã, apoiado pela franco-maçonaria, fez anular o testamento e deixou-nos nos maiores apuros.

Dois falsos irmãos também trabalhavam contra nós e denunciavam-nos aqui e ali, movidos pelo diabo.Três ou quatro Irmãs, muito santas, tinham morrido prematuramente como São Luís de Gonzaga

oferecendo as suas vidas pelo Reino de Nosso Senhor. O que havia por detrás disto tudo? envenenamentos?... perguntava-se o mundo ímpio e trocista. A má imprensa de Paris enviou delegados para montarem um escândalo. Perderam até os gastos da viagem. Mas tudo isso foi-nos muito angustiante.

Os meus confrades levavam a sua parte da cruz.Era preciso chegar até a morte espiritual. Informações incompletas dadas a Roma levaram a Santa Sé

a decidir que a nossa Congregação devia dissolver-se.Era o dia 8 de dezembro de 1883. Dom Thibaudier partiu para Roma, tomou a nossa defesa, e um

decreto de 8 de março de 1884 dava-nos a vida. Tínhamos tido o Consumatum est e a Ressurreição.Provações, houve sempre na vida cristã, sobretudo numa obra reparadora. Umas são para nos purificar

e para apagar os nossos pecados, outras são para conceder algumas graças aos pecadores. Cada ano teve a sua parte. É preciso dizer sempre o seu fiat. Algumas provas são para os superiores, outras para toda a Congregação.

A perseguição do Equador quebrava lá a nossa bela missão que já tinha feito muito bem durante nove anos.

Na França, desde 1880, estamos sob a espada de Dâmocles. Estamos ameaçados de expulsão. Transferimos o nosso Noviciado para a Holanda. Depois vêm os roubos e a dispersão em 1903. A luta e os processos duraram bem cinco anos.

E no ano passado os russos, que proclamam hipocritamente a tolerância religiosa, expulsaram os nossos missionários da Finlândia.

Levamos alguns traços da vida crucificada de São Paulo: periculum latronum, periculum ex genere, periculum ex gentibus, periculum ex falsis fratribus...

Pudéssemos levar com ele alegremente a nossa cruz pelo Reino do Sagrado Coração: Propter quod placeo mihi in infirmitatibus meis, in contumeliis, in necessitatibus, in persecutionibus, in angustiis pro Christo.

Souvenirs (Recordações ou Memórias) de Padre Dehon, 08.http://www.dehondocs.it/slideshow.html?id=634efebe-b398-4181-b00d-071fda0c3e1f

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Dehonianos ........................................ 5

“Dehonianidades” de Agosto16/08/1860: Leão Dehon obtém o Bacharelado em Ciências;18/08/1862: Leão Dehon defende a Tese de Licenciatura em Direito;23/08/1864: Leão Dehon empreende viagem pelo Oriente Médio;22/08/1874: Padre Dehon inicia as funções de secretário executivo no

Ofício Diocesano das Obras Sociais, em Soissons;15/08/1877: Padre Dehon funda o Colégio São João;12/08/1878: Pe. Rasset é recebido como primeiro noviço da

Congregação;02/08/1885: Dom Thibaudier aprova “ad experimentum” as

Constituições da Congregação, escritas por Padre Dehon;02/08/1887: Padre Dehon envia à Santa Sé uma exposição sobre

a Congregação, no intuito de obter a aprovação da obra (A Congregação contava com 87 membros);

05/08/1888: Padre Dehon preside a primeira reunião de seminaristas franceses em Val-des-Bois;

13/08/1888: Fundação do Noviciado de Fourdrain (França);16 a 24/08/1888: II Capítulo Geral da Congregação (em Saint-Quentin) que elege Padre Dehon a

Superior Geral vitalício;28/08/1889: Dom Duval é nomeado Bispo de Soissons;06/08/1890: Padre Dehon deixa na casa do Noviciado de Fourdrain o novo Diretório Espiritual da

Congregação;20/08/1894: Padre Dehon publica o Manual Social Cristão;15/08/1895: Fundação do escolasticado no Luxemburgo;17/08/1896: Congresso da Ordem Terceira, em Reims em que Padre Dehon insiste sobre o compromisso

social da Ordem, seguindo as orientações do Papa Leão XIII;24/08/1896: Começa o Congresso Eclesiástico de Reims, no qual Padre Dehon faz o discurso de

abertura;24/08/1896: A Congregação aceita a direção da Igreja Matriz de Saint-Quentin e o respectivo

colégio anexo destinado a crianças pobres;31/08 a 01/09/1896: IV Capítulo Geral da Congregação, em Saint-Quentin;02/08/1891: A Santa Sé autoriza a celebração da Missa Votiva do Sagrado Coração de Jesus;23/08/1897: Morte de Dom Duval, Bispo de Soissons;23/08/1897: Inicia-se o 4º Congresso da Ordem Terceira, em Nîmes;01/08/1899: Reunião eclesiástica de estudos sociais, sob a presidência do Padre Dehon;01/08/1899: Congresso Franciscano, em Toulouse, com o discurso de Padre Dehon sobre a caridade

cristã;30/08/1899: Reunião dos seminaristas franceses em Val-des-Bois, sob a direção do Padre Dehon;04/08/1903: Eleição do Papa Pio X;01/08/1904: Reunião da primeira Semana Social na França.03/08/1904: Instituição da Prefeitura Apostólica de Stanley-Falls (Congo) e nomeação de Pe. Gabriel

Grison a Prefeito da mesma;31/08/1906: Padre Dehon inicia sua viagem à América do Sul, acompanhado de 4 sacerdotes

destinados à missão do Brasil do Norte;10/08/1910: Padre Dehon viaja ao Congresso Eucarístico de Montreal (depois continuaria a viagem

à volta do mundo);04/08/1914: Padre Dehon escreve o Diretório Espiritual da Congregação; Começa a Primeira Guerra

Mundial;20/08/1914: Morte do Papa Pio X;01/08/1917: Papa Bento XV se oferece a mediar o conflito mundial;15/08/1923: Dom Michele Buckx é ordenado Bispo de Helsinqui (Finlândia);

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“Dehonianidades” de Agosto01/08/1925: Padre Dehon celebra sua última Missa;11/08/1925: Padre Dehon recebe a Unção dos Enfermos;12/08/1925: Morte de Padre Dehon, em Bruxelas (a Congregação contava com 772 membros);13/08/1925: Morre Pe. Matias Legrand, grande amigo do Padre Dehon e Conselheiro Geral ao

longo de 31 anos;19/08/1925: Celebração dos funerais de Padre Dehon em Saint-Quentin;22 a 29/08/1932: Realização do X Capítulo Geral da Congregação, em Louvain (Bélgica);23/08/1936: Martírio de Pe. Mariano García Mendez, primeiro beato SCJ;01/08/1986: Os Confrades poloneses iniciam nossa presença missionária na Croácia (Zagreb);01/08/1987: Começa a presença dehoniana na Ucrânia, através dos religiosos poloneses;23/08/1988: Início da 4ª Conferência Geral da Congregação em Brusque (Brasil);01/08/1996: Os dehonianos poloneses dão início à nossa presença na Eslováquia.

cf. http://www.dehonianos.org/portal/agenda_mes_06.asp

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O desafio de viver em comunidade (1)Viver em comunidade é nossa forma de viver em sociedade

Comunidade é nossa forma de estar no mundo e ela é um dom. Sabemos também que o que somos, devemos em grande parte aos outros. Queremos viver da melhor forma o dom recebido, como membros ativos e cooperadores na busca da realização da missão a nós confiada. Ameaças, riscos, desafios colocam em risco a vivência cotidiana dos valores evangélicos. Procuremos detectá-los, identificá-los melhor. Eles surgem nos corações humanos e nos climas grupais, do afã de poder, de ter, dos desejos desordenados, mais viscerais, menos visíveis. São como “feras”! Feras a serem desmascaradas, especialmente quando as chamamos pelo nome. Estas feras podem agir em conjunto em uma comunidade, ameaçando a Boa Nova da humanização, da acolhida da própria fragilidade, da pertença a uma família humana, da solidariedade com os outros, nossos semelhantes, da fé no Deus da vida.

Para melhor compreender os caminhos da construção do viver em comunidade, vamos contemplar os dois primeiros capítulos do livro do Apocalipse, as “Mensagens às Sete Igrejas”, comunidades nascentes. Podemos identificar estas Igrejas que correm riscos e são ameaçadas com a imagem de sete feras, imagens fortes, plásticas, permitem-nos ver vários ângulos de ameaças e riscos que são também nossos e as possíveis soluções. As imagens são: o dinossauro, o touro, a lula gigante, a serpente, a quimera, o camaleão e o sapo.

1ª. A ameaça do envelhecimento.A imagem do Dinossauro: Mensagem à Igreja de Éfeso Trata-se de um envelhecimento que nada tem a ver com a idade, mas sim com a falta de raízes

fundantes! E muito mais um cansaço, que apaga a esperança de fazer novas todas as coisas, do jeito de Deus. É o “Já sei!”, a “mesmice”! Isto não quer dizer que esta seja uma comunidade que não faça nada! Nem que seja um grupo esclerosado, passivo: “Conheço tuas obras, teu esforço e tua perseverança” (Ap 2,2). Qual a ameaça? Diz o texto: “Tenho contra ti que deixaste esfriar teu primeiro amor” (cf. Ap 2,4), amor que é a raiz fundante e que sustenta a vida inteira. A ameaça é que o amor possa ter se transformado em uma atitude intimista, afastada da realidade, espiritualista. Sabemos ter sido sempre ao longo dos tempos uma das ameaças da vida consagrada, a chamada heresia dos monges, o monofisismo. Contemplemos Bento, e antes dele, Basílio. Bento sempre esteve em diálogo com seu tempo, sensível à realidade que o rodeava, fiel a sua identidade, criativo ao dar resposta. Bento, à porta de seu mosteiro, com os olhos nas Escrituras, acolheu situações as mais diversas e para todas foi o Homem de Deus, da Palavra libertadora, pacificadora.

Humanizar o fantasma do dinossauro significa, como diz o anjo, “recordar de onde caíste” (Ap 2,5). Voltar ao primeiro amor, ao fundamento, acolher de novo a vocação à vida, abrir-se ao movimento do Espírito. Para que isto aconteça, é preciso “Arrepender-se” (Ap 2,5), para voltar a dizer com todo vigor: “Aqui estou!” Quando uma comunidade volta ao primeiro amor, ela recebe a promessa de “poder comer da árvore da vida que está no Paraíso de Deus!” (Ap 2,7).

2ª. A ameaça do sofrimento.A imagem do touro: Mensagem à Igreja de EsmirnaHá comunidades que são como touros das touradas, ameaçados pelo sofrimento e feridos pelo

toureiro. No Apocalipse, o Senhor diz à Igreja de Esmirna: “Conheço tua tribulação e tua pobreza, ainda que sejas rica... não tenhas medo do que vais padecer” (Ap 2,9). O sofrimento, inevitável devido a nossas fragilidades, vulnerabilidades, terá ele algum valor aos olhos de Deus? Em geral, somos conscientes do que sofremos, mas nem sempre do quanto podemos fazer outros sofrerem. Por vezes fechamo-nos no horizonte de nossos sofrimentos, esquecemo-nos de olhar para fora e ver o que tantas pessoas e comunidades de fé sofrem neste momento.

Uma ameaça de nossa vida comunitária é de nos fecharmos em nossas dificuldades cotidianas e vivermos um vitimismo, como o touro que, ferido, se lança sobre o toureiro para novo golpe! Nossas velhas feridas podem dominar o ambiente num círculo vicioso, que torna o ar pesado, ao desenvolver uma atitude contraditória de muita complacência conosco e intolerância para com os demais. Podemos buscar a Deus dentro deste emaranhado de sentimentos contraditórios ou distanciarmo-nos dele (não perceber qual o verdadeiro sacrifício que agrada a Deus). Trata-se de uma hostilidade interna que freia o anúncio da Boa Nova e impede a abertura ao Espírito.

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O desafio de viver em comunidade (1)Como reverter esta situação? Perguntando como Jesus a Maria Madalena: ”Por que choras?” (Jo

20,15). Olhar ao redor e relativizar nossas dores. O mesmo Senhor que nos pergunta: “Por que choras?”, vem nos animar e dizer: “Não tenhas medo!” (Ap 2,10). Ele pode transformar o sofrimento em vida e a Cruz em Ressurreição. Mostrar que o compromisso carrega em si o sofrimento, as dores do parto! Cada um de nós poderia citar aqui vários exemplos de como momentos difíceis tornaram-se fonte de vida. “Sê fiel até a morte!” (Ap 2,11); “Ainda não chegastes ao sangue na vossa luta contra o pecado” (Hb 12,2): são textos inspiradores para compreendermos o sentido e a direção do sofrimento na imitação do Cristo que abraçou sua cruz para nos dar a vida. “Sê fiel até a morte!” e “receberás a coroa da vida”(Ap 2,10).

3ª. A Ameaça da contaminação.Imagem da lula gigante: Mensagem à Igreja de Pérgamo. Os tentáculos deste animal são aterradores e podem envolver os pescadores de forma mortal!

Representam hoje os desequilíbrios de um mundo dominado por contra-valores, um sistema de organização que exclui a tantos da vida em plenitude. Papa Francisco tem alertado com vigor sobre esta situação, bem como sobre o mundanismo que pode corroer a Igreja por dentro. Podemos entrar no jogo da competitividade e nos acostumarmos com o desequilíbrio de nossa sociedade.

É a situação da Igreja de Pérgamo que vive mergulhada em um ambiente pagão. O anjo alerta esta Igreja sobre o perigo de pactuar com a situação vigente (cf. Ap 2,14). A ameaça também é prestar culto a Deus e aos ídolos, servir a dois senhores e assim não sermos fiéis ao Evangelho. Nesta situação, o anjo adverte a Igreja de Pérgamo: “Arrepende-te” (Ap 2,16). Evitar os tentáculos da lula gigante torna-se urgente!

Os passos para evitar a contaminação podem ser especialmente dois: o reforço de nossa identidade e a inculturação. Compreendamos bem que esta inculturação não significa assimilar a cultura reinante ou sermos por ela assimilados. Trata-se de reforçar nossa identidade cristã neste local onde Deus nos colocou, Sem deixar de denunciar o que aí se opõe ao plano de Deus. Há hoje uma nova sarça ardente de onde Deus nos convoca, revela-se presente, e de onde clama que ouve o grito de seu povo. O Santo Padre tem sido porta-voz das multidões hoje sem voz e sem a dignidade merecida por uma pessoa humana. Podemos nos perguntar: Estamos diante da sarça ardente que dia e noite ilumina nossos caminhos comunitários?

Para não nos perdermos e não sermos agarrados pelos “tentáculos” envolventes da pós-modernidade, precisamos reforçar nossa identidade, saber quem somos e a razão de nossa existência. Conhecer nossas raízes cristãs e religiosas com mais profundidade. Beber de nossos pais e mães, todos os que nos precederam deste caminho e ver como atravessaram cada um seu tempo, mantendo-se firmes na vocação a que foram e, hoje, somos nós chamados. Contemplar como dialogaram com seu tempo, as respostas que deram.

Como Evágrio, repetir que somos “solitários solidários” e que podemos dar significado de fé a nossas experiências vivendo o profetismo. Assim o fizeram S. Bento, do qual S. Gregório Magno afirmou ter tido o espírito de todos os justos. Muitas vezes sentindo nossa impotência, podemos assumir no coração, oração e hospitalidade, as alegrias e as dores das pessoas de nosso tempo. Seguir o Senhor Jesus, o Filho de Deus, em seu caminho de Servo de Javé, aquele que atua sem entrar no jogo do poder, que não se contamina com os tentáculos que enfrentou. Para segui-lo, será preciso escolher cada dia o caminho da austeridade, do serviço, da partilha dos bens em comunidade.

Ir. Vera Lúcia Parreiras Horta OSB http://www.cimbramonastica.org.br/-o-desafio-do-viver-em-comunidade

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ADBM no Congresso sobre Educação Católica Presidente e Secretário da Associação Dehoniana Brasil Meridional participam de

Congresso sobre Educação Católica

Do dia 15 ao dia 18 de julho, os padres Carlos Alberto Rodrigues, presidente da Associação Dehoniana Brasil Meridional (ADBM) - mantenedora da Faculdade Dehoniana -, e Cleber Sanches, secretário da ADBM, e vice-diretor geral da Faculdade, participaram do III Congresso Nacional de Educação Católica, que aconteceu na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba-PR.

O evento foi promovido pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), e teve como objetivo central discutir os grandes desafios da educação católica no momento atual da sociedade brasileira: como reforçar a identidade confessional, a qualidade técnica e o estímulo à criatividade na formação das futuras gerações.

Com palestras, debates, conferências, oficinas, entre outras atividades, Os congressistas debateram a importância da identidade confessional da Educação Católica na formação dos futuros cidadãos brasileiros, analisaram como Identidade Confessional e Competência técnica são elementos complementares da formação do discente, estudaram e propuseram metodologias que estimulem o desenvolvimento da criatividade no processo educacional, e avaliaram o perfil do aluno, do professor e da própria escola católica.

O Congresso contou com a participação de cerca de 1300 pessoas, incluindo gestores acadêmicos das Instituições de Ensino, gestores administrativos, professores, pesquisadores e alunos, pós-graduação, graduação e educação básica.

Vivian Gasperotto Faculdade Dehoniana

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Convite para a posse do novo Governo Provincial

ConviteA direção da Província Brasil São Paulo convida você,

caro Confrade, a participar da tomada de posse do novo Governo Provincial.

Local: Instituto Meninos de São Judas Tadeu.

Data: 10 de agosto de 2015, na Missa das 10:00.

Depois prosseguiremos a confraternização, com almoço ao meio dia.

Por gentileza, confirme sua participação até o dia 31 de julho, na secretaria do IMSJT !

Lembramos que nossas casas de São Paulo tem poucos lugares para pernoite.

NB. Atenção, Coordenadores de Setor! É imprescindível que você, ou um seu representante, se faça presente na celebração de posse do novo Governo Provincial.

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Nomeação do Superior interino do Distrito BSL

P. RONILTON SOUZA DE ARAÚJO, Superior do Distrito BSL da Província Brasil São Paulo da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, com o consentimento do seu Conselho na reunião de 17 de julho de 2015, nomeou P. DJALMA LÚCIO M. TUNIZ Superior interino do Distrito Brasil São Luís, com o exercício deste serviço de 01 de agosto de 2015 até a posse do novo superior distrital, que será eleito na assembleia de novembro próximo.

Pede ainda a assistência do Espírito Santo sobre o Superior interino, para que, com fidelidade atenta e caridade fraterna, possa exercer este serviço aos irmãos, no respeito pelas nossas Constituições e segundo o exemplo de Cristo, o Bom Pastor que doa a vida por suas ovelhas.

__________________________________P. Djalma Lúcio M. Tuniz, scj

Secretário Distrital

_____________________________________P. Ronilton Souza de Araújo, scj

Superior Distrital

São Luís, 17 de Julho de 2015.

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Eventos Provinciais de Agosto

01-03/08: Estágio Vocacional no Centro Vocacional Dehoniano em São Luís/MA;

03/08: Início do 2º semestre letivo na Faculdade Dehonianana;

08/08: Começo de gestão do novo Governo Provincial da Província Brasil São Paulo;

09/08: Festa Vocacional do Seminário São Judas Tadeu, em Terra Boa/PR;

10/08: Oficial tomada de posse do novo Governo Provincial da Província Brasil São Paulo;

12/08: Aniversário de falecimento (1925) do Venerável Padre Dehon, Fundador da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus;

15-17/08: Estágio Vocacional no Convívio Vocacional Dehoniano em São Paulo;16/08: Solenidade da Assunção de Nossa Senhora; Aniversário de ordenação

episcopal de Dom Wilson Tadeu Jönck (2003);17/08: Aniversário natalício de P. Belmiro Rauber (1945); Aniversário de ordenação

episcopal de Dom Carmo João Rhoden (1996);18/08: Aniversário natalício de P. Cláudio Weber (1944) e de Fr. Crispim Teixeira

Nascimento (1986);19/08: São João Eudes, padroeiro secundário da Congregação; Aniversário natalício

de P. Daniel Aparecido dos Campos (1978) e de Fr. Agnaldo Nunes de Faria (1980);20/08: Aniversário natalício de P. Paulo Antônio Müller (1956);21-26/08: Trevo 2 no Mato Grosso;21/08: Aniversário natalício de P. Pedro José Nogueira (1967) e de Fr. Eduardo

José Fonseca (1982);22/08: Aniversário natalício de P. Vagner Donizetti Maciel (1978);23/08: Celebração juvenil-vocacional Vem e Segue-me, na Paróquia São Vicente,

São Luís/MA;24-26/08: Confraternização do Setor 6/MT, na Baixada Cuiabana;24/08: Aniversário natalício de P. Darci Augusto Hermes (1961);25/08: Aniversário natalício de P. Jacinto Weizenmann (1957), de P. João Batista

Máximo (1977) e de Fr. Jeferson Pereira de Castro (1985).

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Vivências e Reminiscências de P. Belmiro (1)

Os primeiros 47 anos da minha via histórica, hoje são 70

17 de agosto de 1945 marca minha chegada ao mundo, na localidade de São Miguel, município de Nova Candelária. Já desde o dia 24 seguinte, pela bondade, graça e misericórdia de Deus, meu Pai, estou salvo, participante da Cruz e Ressurreição de Jesus Cristo, meu Senhor e Salvador. Meu traço cultural não poderia ser outro senão a fé. Sou padre religioso dehoniano, católico apostólico, romano, sim senhor, graças a Deus. Desde 1947, sou confirmado pelo bispo auxiliar de Santa Maria, Dom Cláudio Koling, afilhado de batismo do meu avô, João Albino Rauber. Portanto, está provado, o Espírito de Deus habita em mim.

Por tudo isso, só posso ser eu mesmo, nesta via histórica e no futuro absoluto, mediante o encontro com os outros, com muitos, na comunidade.

Que outros? Por exemplo: minha avó paterna, Teresa Klein, mãe de onze filhos, entre eles meu pai e três bem conhecidos entre os dehonianos, os padres Afonso Egídio, Ignácio Lothário e Pedro Canísio, mais seis mulheres civis e a Ir. Emiliana (franciscana da misericórdia e caridade).

Seu segredo? Unicamente a fé lhe deu sentido à vida. Aquela fé que os sociólogos da religião, certamente com aquela injustificada pontinha de ironia, chamam de devoção branca: “santificar o domingo, ir à missa, rezar o terço, confessar-se, adorar o Santíssimo, estudar o catecismo, confiar no padre, mesmo que não lhe poupasse as críticas; coisa muito natural, pois o P. Francisco Schlosser era proverbialmente severo na questão dos bons costumes. O povo resmungava, pois todos eram pecadores. Por outra, nunca conheci alguém mais prático do que o P. Francisco. Naquelas coxilhas conta-se dele, como verdade, o seguinte episódio: estando em visita aos colonos do Reúno, nome mais popular da comunidade São Miguel, abençoando as casas, uma senhora lhe falou muito mal de sua vizinha; falou tanto que não parava mais. O que fez o padre? Pegou a vassoura apoiada na escada e começou a varrer o pátio. A pobre senhora ficou atônita com o inusitado gesto. E não é que ela entendeu o recado? O povo agricultor não tem nada de bobo, não é mesmo? É só olhar para nós, quer dizer para mim. Foi fato ou peça do anedotário dos paroquianos? Seja o que for, eu sou beneficiado por isso. Para mim tornou-se cultura verificar tudo com olhar crítico, mas nunca criticar sem apresentar uma alternativa. Isto é crítica, o resto é fofoca.

Minha existência é dom e tarefa. O dom sou eu mesmo; por isso, sou pobre por livre escolha e convicção. A tarefa é a minha vocação batismal e específica. Para tornar efetiva esta tarefa, alguns eventos e espaços são particularmente eloquentes: desde 1954, no Reúno, a escola começa a fazer parte da minha via histórica; em fevereiro de 1958, na Escola Apostólica São Miguel, de Crissiumal, começa a sementeira que, em terra boa cresceu e amadureceu no final de 1976 no Convento Sagrado Coração de Jesus, em Taubaté, depois de passados 18 anos.

No dia 18 de dezembro de 1976, na Igreja Nossa Senhora das Mercês, em Iporã do Oeste, o bispo Dom José Gomes, pôs a mão na minha cabeça, rezou a oração consecratória e se realizou o grande mistério. Se eu o tivesse entendido teria morrido de alegria. O consolo é que os mistérios divinos a gente toca com a mão, mas são insondáveis. Eles são a saúde da alma.

Passei os dois primeiros anos de presbítero na Paróquia dos Três Santos Mártires das Missões, em Crissiumal. Lá tomei contato com o empenho da Igreja do Regional Sul – 3 em ajudar na organização dos trabalhadores rurais em sindicatos e cooperativas, através do projeto “Frente Agraria Gaúcha”. P. José Schmitt era entusiasta e ardente divulgador. Foram dois anos de aprendizado e crescimento humano.

O ano de 1979 foi no Seminário Dehonista em Lavras. O P. Valério Cardoso havia projetado um plantio de 40 mil pés de café. Durante o primeiro Semestre, Fr. Irineu Brisch, eu e os seminaristas concretizamos esta plantação. Era bonita. Estava subdividida em quadras, cada uma cuidada por dois seminaristas. O objetivo desta cultura era educativo.

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Vivências e Reminiscências de P. Belmiro (1)

No inverno houve duas noites com ocorrência de fortes geadas. As plantas, que já tinham meio metro de altura apareceram totalmente queimadas. O P. Valério queria replantar o café. Eu me recusei, não sabia que até hoje nunca mais iria dar uma geada dessas em Lavras. Com isso, o Diretor desistiu do replantio. O sítio virou um campo de braquiária com vacas e porcos. Em dezembro deixei Lavras e fui transferido para Brusque. Lá tive a bênção de conviver com pessoas muito inteligentes que me fizeram bem. O destaque da minha passagem por Brusque foram dois cursos que fiz a convite de dom Afonso Nihues, um em Campinas com Dom Cândido Padim sobre Pastoral Urbana e outro em Volta Redonda sobre Movimentos Sociais. Ali começou uma revolução na minha vida. Criei coragem e comprei a fatura.

Ela deu bons frutos em Mondaí. Lá fui pároco pela primeira vez, a partir de 12 de dezembro de 1982. Quem me levou para lá foi o P. Pedro Canísio. Ele gostava de passar férias por lá.

Em Mondaí, nos anos 80 era gravíssimo o drama do povo da terra. Era o endividamento de agricultores, que perderam suas terras, a ameaça das barragens projetadas para a bacia do Uruguai. O movimento dos sem terra se encorpava. Foi novo tempo de aprendizado. Aprendi a respeitar a autonomia e o protagonismo dos movimentos sociais, assumindo decididamente o compromisso de apoiá-los. Neste período foi determinante o apoio que tive dos provinciais, Dom Murilo S. R. Krieger e P. Silvino Kunz, de gloriosa memória.

Nestes espaços vivi os primeiros 15 anos do meu ministério de padre religioso. Foi a minha juventude sacerdotal. Hoje já são 39.

Pe. Belmiro,scj.

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P. Joãozinho: teologia e devoção em poesia e canção

Tu és a FonteTu és a fonte, eu sou o riacho.De ti eu venho e vou pro Pai.

Não vou sozinho, correndo eu achoum outro alguém que também vai.

Nascemos juntos, das mesmas águase na alegria e no amor

a Ti voltamos rendendo graças,bebendo a vida nas fontes do Salvador.

Tu és a vida, o caminhopor onde eu ando e chego ao Pai.E nesta estrada não vou sozinho

porque o irmão comigo vai.Caminharemos na mesma estrada

no frio, na seca ou no calor.Tudo isto passa, pois tua graçatransforma pedras e espinhos

em muito amor.

http://www.letras.com.br/#!padre-joaozinho/tu-es-a-fonte

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Saberes e Sabores de bons negócios

A loja de Deus

Entrei em uma loja e vi um anjo no balcão. – Santo anjo do Senhor, o que vendes? Respondeu-me: – Todos os dons de Deus. – Custa muito caro? – Não, tudo é de graça.Contemplei a loja e vi vasos de vidro de fé, pacotes de esperança, caixinhas de

felicidade e sabedoria.

Tomei coragem e pedi:– Por favor, quero muito amor de Deus, todo o perdão Dele, vidros de fé, bastante

alegria e felicidade eterna para mim e para minha família.Então, o anjo do Senhor preparou um pequeno embrulho que cabia na minha mão.– É possível, tudo aqui?O anjo respondeu sorrindo:– Meu querido irmão, na loja de Deus não vendemos frutos, apenas sementes.Plante a sua e seja feliz!

Autor Desconhecido: http://www.tomcoelho.com.br/index.aspx/s/Parabolas_Exibir/69/A_loja_de_Deus