36

PARA GOSTAR DE QUÍMICA: UM ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE … · valorização profissional dos avanços no plano de carreira do magistério”. ... de aula, que o aluno consegue

Embed Size (px)

Citation preview

PARA GOSTAR DE QUÍMICA: UM ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE VÍDEOS EDUCATIVOS EM SALA DE AULA

SANTOS, Beatriz Nunes dos (Colégio Estadual Antônio de Castro Alves / PDE)

1

ROSA, Mauricio Ferreira da. (UNIOESTE/ Toledo/orientador PDE)

2

Resumo: Os adolescentes estão cada vez mais utilizando as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), sejam em casa, nas empresas e agora, cada vez mais, nas escolas. O crescente processo de informatização dos ambientes escolares torna imperativo que os professores estejam cada vez mais inteirados destes novos recursos e que se utilizem deles em suas práticas pedagógicas. A utilização da TV multimídia nas salas de aula do Ensino Médio no Paraná é uma oportunidade ímpar para a aplicação destas novas práticas pedagógicas, pois possibilita a demonstração, por meio de vídeos ou animações encontrados na worldwide webtraduzir ou produzidos pelos próprios alunos, de fenômenos químicos abstratos ou experimentos laboratoriais. Este projeto buscou destacar a necessidade de utilização destas novas tecnologias no Ensino da Química. Foi abordado o tema “Funções Inorgânicas” utilizando-se recursos audiovisuais. Este recurso se mostrou uma ferramenta pedagógica eficaz, pois contribuiu significativamente para a motivação dos alunos na construção do conhecimento, ampliando as suas experiências e sua visão de mundo. Palavras chave - Recursos audiovisuais; Motivação; Química; Funções Inorgânicas.

INTRODUÇÃO:

O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)3 é o formato de

formação continuada que a Secretaria de Estado da Educação do Paraná

(SEED/PR) está adotando para proporcionar aos professores da rede pública

de ensino a oportunidade de se aperfeiçoarem nas suas práticas pedagógicas

sob a orientação de professores das universidades públicas paranaenses. A

primeira turma foi no ano de 2007, e até a presente data já foram formadas 3

turmas.

1 Professora de Química no Colégio Estadual Antônio de Castro Alves e professora PDE.

2 Professor Associado A,UNIOESTE, campus de Toledo, orientador de professores do PDE.

3 O Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná – PDE/PR tem por objetivo principal

“proporcionar aos professores da rede pública estadual subsídio teórico-prático para o desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, que possam ser avaliadas em seu processo e em seu produto e que resultem em redimensionamento da prática educativa e na valorização profissional dos avanços no plano de carreira do magistério”.

Dentre as obrigações do professor PDE está a elaboração de um

material didático que possa, posteriormente, ser utilizado por este e todos os

professores da rede em suas práticas pedagógicas, objetivando com isso uma

contínua troca de informações e a melhoria da qualidade do ensino.

As TICs estão amplamente disseminadas no mundo atual e estes

recursos fazem parte do cotidiano dos adolescentes. Desta forma estas

tecnologias podem ser aproveitadas como uma ferramenta para a motivação

dos alunos na aprendizagem de conceitos da Química, contribuindo para uma

mudança na visão pedagógica tornando-se assim uma alternativa as aulas

tradicionais.

Muitas vezes, em sala de aula, apresenta-se uma perspectiva de ensino

de Química focalizando somente uma sequência de conteúdos sem fazer a

inter-relação entre a teoria e a prática. Os educadores do Ensino Médio têm um

grande desafio, que é a construção de instrumentos que oportunizem esta

integração entre o ensino teórico e o cotidiano dos alunos. A utilização de

recursos audiovisuais tem como intuito sair da rotina para que esta metodologia

desperte a curiosidade dos alunos sobre diferentes temas que são abordados

em sala de aula, unindo os conteúdos teóricos aos experimentais e assim

proporcionar uma aula diferente.

Uma alternativa seria a utilização de vídeos educativos que apresentem

conceitos e experimentos sobre Química. A utilização de vídeos serve como

ponto de partida para a apreensão de conceitos na disciplina de Química, por

meio de estudos e discussões, sempre os relacionando com os conhecimentos

prévios que os alunos possuem. Desta forma é possível despertar o interesse

dos alunos, possibilitando que estes estabeleçam as relações entre a teoria e a

prática e, ao mesmo tempo, expressem suas dúvidas e questões ao professor.

Este projeto teve como proposta a utilização de recursos audiovisuais

como facilitadores do processo ensino-aprendizagem para alunos da 1ª série

do Ensino Médio, visando buscar uma alternativa para o ensino de Química,

oferecendo uma metodologia na elaboração das aulas que viabilize uma

melhoria no processo de ensino-aprendizagem, e consequentemente melhore

o desempenho dos alunos nesta disciplina.

No desenvolvimento do trabalho em sala de aula, foram proporcionadas

análises e reflexões sobre o uso da Química no cotidiano no conteúdo de

Funções Inorgânicas.

A QUÍMICA FAZENDO PARTE DO COTIDIANO DOS ALUNOS

A escola, por intermédio dos professores, deve oportunizar a

compreensão da Química como uma ciência que se faz presente no cotidiano

das pessoas. Sabe-se que o tema é inesgotável, porém se faz necessário

aumentar as pesquisas e revisar os estudos e as práticas do Ensino de

Química nas escolas públicas, pois, no Brasil, ainda se ensina ciência de forma

abstrata. Este tipo de ensino não oportuniza a alfabetização científica, muito

menos, alunos com pensamentos críticos capazes de participarem ativamente

da sociedade. A implementação de atividades diversificadas possibilita a

desmistificação dessa ciência, aumentando assim o interesse dos estudantes

em aprender cada vez mais os conteúdos que estão relacionados ao seu dia-a-

dia.

De acordo com Goulart (1995), a experimentação é fundamental no

ensino de Química.

A experiência é um recurso capaz de assegurar uma transmissão eficaz dos conhecimentos escolares, porém a falta de preparo dos professores faz com que essa não seja uma prática constante nas escolas e o ensino de ciências acaba se tornando algo distante da realidade e do cotidiano do aluno. A experimentação pode proporcionar momentos de reelaboração do conhecimento, possibilitando o contato do aluno com os fenômenos químicos e, a partir desses fenômenos, conseguirem criar modelos explicativos com base em suas observações, seu sistema lógico e na sua linguagem (GOULART, 1995, p. 56).

Sendo assim, a aprendizagem em Química deve possibilitar aos alunos

a compreensão das transformações químicas que ocorrem no mundo físico de

forma abrangente e integrada, para que estes possam julgar, com

fundamentos, as informações adquiridas na mídia, na escola, com as pessoas

e etc. A partir daí, o aluno tomará sua decisão e dessa forma, interagirá com o

mundo enquanto indivíduo e cidadão (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1999).

Um dos maiores desafios das escolas é conseguir relacionar o

conhecimento científico com a realidade do aluno. Segundo Benite e Benite

(2009), desde quando começou a ser implantado nas escolas, no século XIX, o

laboratório didático tem sido utilizado para envolver estudantes em

experiências concretas com aparatos e conceitos científicos.

Ainda que periodicamente desacreditada, e em algumas ocasiões

qualificadas como “uma perda de tempo”, a importância que o trabalho em

laboratório tem dentro da educação em ciências tem permanecido incontestada

(HODSON, 1994).

É de conhecimento de todos que o ensino fundamental e médio buscam

manter uma relação entre os conceitos teóricos com as experiências

cotidianas. Concordando com Hodson (1994), a experimentação, apoiada é

claro, por uma boa fundamentação teórica, é de suma importância como

facilitador do conhecimento científico, na maioria dos casos abstrata para o

entendimento do aluno.

Segundo Haida et al., (2000), o ensino médio tem como finalidade a

“compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos

produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina”.

Assim, ao se restringir o ensino a uma abordagem estritamente formal, acaba-

se por não contemplar as várias possibilidades para tornar a Química mais

“palpável” e perde-se a oportunidade de associá-la com avanços tecnológicos

que afetam diretamente a sociedade (CHASSOT, 1993).

O professor de Química deve utilizar-se de meios para explicar

fenômenos naturais que facilitem a interpretação dos alunos, seja por

exemplificação do cotidiano, seja por utilização de experimentos, muitas vezes

não perceptíveis diariamente, mas que façam o aluno perceber que o conceito

que foi mostrado na teoria realmente acontece na prática.

Segundo Guimarães (2009), no ensino de ciências a experimentação

pode ser uma estratégia para a criação de problemas reais que permitam a

contextualização e o estímulo de questionamentos de investigação. Portanto, o

uso do laboratório pode estimular a curiosidade dos alunos, desde que estes

sejam desafiados cognitivamente.

É através da visualização dos processos, que tanto são citados em salas

de aula, que o aluno consegue relacionar o conhecimento científico com a sua

vivência, além do mais é possível despertar a curiosidade e motivar o interesse

para aulas consideradas abstratas, e para a discussão de novos temas.

AS NOVAS TECNOLOGIAS FACILITANDO A APRENDIZAGEM DA QUÍMICA

NA ESCOLA PÚBLICA

Para o ensino de Química nas escolas públicas de acordo com as

Diretrizes Curriculares de Educação Básica (SECRETARIA DE ESTADO DA

EDUCAÇÃO DO PARANÁ, 2008a), as orientações metodológicas devem ser a

partir do viés da teoria construtivista, mas ainda percebe-se que as abordagens

continuam sendo teóricas, abstratas e de difícil compreensão para os alunos

(NETO e SILVA, 2006).

Com a intenção de mudar a realidade de como a Química é vista, alguns

professores recorrem aos meios tecnológicos mais avançados para ajudar na

compreensão dos alunos. Entre esses meios, animações, vídeos e simulações,

acabam por criar um laboratório virtual, facilitando o entendimento de conceitos

abstratos para o aluno do Ensino Médio.

Convém lembrar as palavras de Paiva e Morais:

[...] apesar de todos os avanços tecnológicos, é na dinâmica pedagógica que a estrutura escolar tem dificultado as inovações, uma vez que a sua dimensão ainda é tradicional. A sobrevivência das escolas dependerá da sua capacidade em se tornar o coração da comunidade aprendiz e da flexibilidade conseguida para proporcionarem a todos entradas e saídas que se adaptem às alternâncias dos tempos de formação e de produção (PAIVA e MORAIS, 2006, p. 37).

Atualmente a principal forma de informação da sociedade está vinculada

à televisão e a meios digitais de informação. A Internet hoje possui papel

fundamental na disseminação das informações quase em tempo real. Então

seria coerente a escola se adaptar a essas novas tecnologias de forma a

conquistar a confiança dos seus alunos e da comunidade.

Os professores a cada dia são testados pela sua criatividade em

despertar o interesse dos alunos pela sua disciplina. Logo, é válida a utilização

de recursos que estimulem os sentidos, tornando as aulas mais interessantes.

“A quebra de ritmo provocada pela apresentação de um audiovisual é saudável,

pois altera a rotina da sala de aula” (ROSA, 2000), diversificando, assim, as

monótonas aulas de Química. Portanto, “o recurso audiovisual pode ser

utilizado como motivador da aprendizagem e organizador do ensino na sala de

aula” (ARROIO e GIORDAN, 2006).

Na Química, a utilização desses recursos pode facilitar a interpretação

de fenômenos químicos vistos na teoria, proporcionando a visualização de

processos do cotidiano relacionados ao conteúdo que os alunos estão

estudando e, assim, mudar a visão que estes alunos têm de que a Química é

uma ciência abstrata e fora da sua realidade. Pode-se mostrar que a Química

faz parte de tudo que nos cerca, embora muitas vezes passe despercebida.

Empregar novas tecnologias no ensino não implica em sucesso no

aprendizado. Acima de tudo, é necessário haver motivação e abertura das

pessoas envolvidas com a nova ferramenta, dando oportunidade ao surgimento

de uma nova maneira de ensinar e aprender (CASTRO et. al., 1997). Nestes

novos ambientes, a construção do conhecimento acontece de forma mais

aberta, integrada e multissensorial, o que a torna, sem dúvida, muito mais

atraente e complexa (LEITE e LEÃO, 2008).

A educação vem passando por mudanças em relação ao uso das

tecnologias. A inserção do uso de diferentes tecnologias como uma forma de

melhorar o processo ensino-aprendizagem é uma idéia que aos poucos vai se

consolidando entre os professores. Para isso é preciso que as escolas

disponibilizem recursos para que este novo método de ensinar e aprender

possa realmente ser introduzido no cotidiano dos professores e alunos.

No Estado do Paraná, a SEED tem desenvolvido projetos que visam

buscar essas melhorias nas escolas de forma a proporcionar a integração entre

as diversas TICs com o cotidiano de professores e alunos.

Uma dessas formas foi a instalação de televisores de 29 polegadas, com

entradas USB, VHS e DVD, em todas as salas de aula de todas as escolas do

Estado. Este projeto, chamado de “TV Multimídia” (SECRETARIA DE ESTADO

DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ, 2008b), proporciona aos professores uma

alternativa para ministrar suas aulas e com isso saírem um pouco da aula

expositiva tradicional.

No caso específico da Química, a utilização da TV Multimídia possibilita

ao professor levar para a sala de aula vídeos gravados no pen drive que

demonstrem fenômenos químicos abstratos. Deste modo pode-se estimular o

gosto por aprender por parte dos alunos, de uma forma diferente, divertida,

com imagens e sons e facilitando a compreensão dos alunos no processo de

ensino-aprendizagem.

Dentre os diversos recursos audiovisuais pode-se destacar os vídeos

didáticos. Esta ferramenta pode ser separada nas modalidades: vídeo aulas,

vídeo apoio e vídeo motivador. Cada um possui seus prós e seus contras, mas

todos têm o intuito de despertar a curiosidade e motivar o interesse para um

determinado tema.

O vídeo aula é uma modalidade de exposição de conteúdos de forma

sistematizada. Segundo Moran (1991), essa modalidade que congrega a

maioria dos vídeos didáticos ou educativos, pode se tornar cansativa e pouco

produtiva, se for utilizado continuamente no lugar de aulas expositivas

dialogadas onde o aluno tem interação. No entanto é eficaz se utilizada para

fins em que se é necessário visualizar algumas informações.

O vídeo motivador tem a finalidade de suscitar o conteúdo com o que se

quer trabalhar. Segundo Arroio e Giordan (2006), “além de apresentar

conteúdos, o vídeo motivador, por exemplo, provoca, interpela, questiona,

desperta o interesse”. Neste tipo de recurso a aprendizagem ocorre depois da

curiosidade já ter sido despertada nos alunos.

O vídeo apoio é uma modalidade considerada menos proveitosa do que

as já citadas, pois tem como base uma sequência de imagens que acompanha

a fala do professor. Porém, este pode ser utilizado com êxito para substituir

conteúdos com excesso de discurso ou por apresentar um alto nível para

compreensão dos alunos (ARROIO e GIORDAN, 2006).

Deste modo, as três modalidades citadas demonstram ser eficazes,

porém cada uma apresenta-se adequada para trabalhar num determinado

momento e para um determinado conteúdo. Para tanto é necessário...

[...] que o professor se aproprie do material, assistindo o vídeo, verifique a qualidade da cópia, o som, deixando o vídeo no ponto de exibição. O professor inicialmente deve realizar a desconstrução e construção do produto audiovisual para então se posicionar como mediador da negociação dos significados na sala de aula (ARROIO e GIORDAN, 2006, p. 78).

Além de vídeos prontos, disponíveis em diversos sites, podemos

elaborar nossos próprios vídeos, utilizando recursos que a escola disponibiliza

nos laboratórios. Como discutido por Paiva e Morais (2006), a utilização desses

vídeos não implica que as idas aos laboratórios cessem. A elaboração desses

vídeos visa um complemento para as aulas, uma estratégia para estimular o

interesse dos alunos na disciplina que faz parte de tudo que os cerca, embora

estes não a percebam.

Utilizando-se das palavras de Paiva e Morais (2006), citam-se inúmeras

vantagens no processo de ensino-aprendizagem que podem ser alcançadas

usando o vídeo como um recurso didático: estimula o gosto de aprender;

favorece o rigor intelectual; melhora a criatividade e interatividade das

exposições teóricas do professor; facilita a comunicação e relação

professor/aluno; permite o acesso a um vasto manancial de informação e

conhecimento; combina o entretenimento com a aprendizagem; combina o

lazer com o desenvolvimento de capacidades mentais e de melhoria de

destrezas; combina a imaginação com a partilha de experiências com outros

grupos de interesse de qualquer parte do mundo.

As tecnologias da comunicação exercem a função de disseminadores de

conhecimento, liberando estudantes e professores das limitações de tempo e

espaço, enriquecendo o ensino com recursos de multimídia, interação,

simulações, e permitindo o estudo individualizado (CASTRO et al., 1997). De uma maneira geral, os vídeos precisam ser criticamente analisados

antes de sua utilização para garantir que os objetivos fundamentais não se

percam no decorrer da apresentação, e desta forma não se tornem cansativos,

perdendo-se o enfoque inicialmente esperado pela utilização destes recursos.

O MATERIAL DIDÁTICO PRODUZIDO E SUA IMPLEMENTAÇÃO NA

ESCOLA

Entendendo que uma maneira atraente de abordar os conteúdos de

Química é usando e produzindo vídeos durante as aulas, principalmente

quando eles, os alunos, são os protagonistas do filme. Isto provoca o despertar

para um mundo ainda desconhecido e cheio de imaginações.

A utilização de recursos audiovisuais em conjunto com as aulas teóricas

e práticas é uma proposta para melhorar o ensino e ao mesmo tempo

incrementar a metodologia tradicional, de maneira que além da explicação, o

professor pode utilizar esses recursos para estimular o gosto por aprender.

Já é tempo da escola começar a utilizar estas novas tecnologias que

fazem parte do cotidiano dos alunos. Modificar o cotidiano de sala de aula é um

grande desafio para o professor. A produção de vídeos nas aulas é moderna,

pois basta acessar um site da internet bastante conhecido (Youtube®) para

descobrir quão grande é o número de vídeos feitos por jovens do mundo todo

que, sem se preocupar com a qualidade, querem simplesmente fazer vídeos,

projetar-se, comunicar-se, aparecer na mídia.

Nas escolas públicas do Paraná temos à nossa disposição nas salas de

aulas a TV pen drive. Este suporte facilita de sobremaneira a utilização dessa

ferramenta, uma vez que agora os alunos não precisam mais se deslocar até a

Sala de Informática para a visualização desses vídeos. Durante a sua própria

aula, o professor pode comprovar a sua explicação ou estimular a curiosidade

sobre determinado tema simplesmente projetando-o na TV pen drive. Com isso

se ganha tempo, se evita a dispersão da atenção dos alunos devido ao

deslocamento e se consegue contextualizar o assunto com maior facilidade.

Assim, a utilização de recursos audiovisuais, em conjunto com as

atividades proporcionadas pelo professor em sala de aula, é uma forma de

melhorar o Ensino de Química e ao mesmo tempo incrementar as

metodologias tradicionais, indo além da explicação teórica, do livro didático e

dos exercícios.

É importante salientar que esses vídeos precisam ser criticamente

analisados para que eles estejam de acordo com a capacidade e o nível de

aprendizagem dos alunos. Assim, os vídeos a serem usados devem ser

cuidadosamente selecionados para que sejam úteis, tanto para o professor

quanto para os alunos. Eles devem conter explicações, porém não podem ser

extensos. O seu uso justifica-se como reforço, para explicação ou

demonstração de algum fenômeno abstrato em uma aula expositivo-dialogada,

ou como motivação para a discussão de um determinado tema.

As estratégias de ação para implementação do projeto na escola foram

elaboradas a partir de uma revisão bibliográfica, pesquisas na Internet para a

seleção de vídeos e textos, tanto pelos alunos quanto pelo professor. Também

foram analisados e confeccionados vídeos com a finalidade de compreender o

conteúdo sobre Funções Inorgânicas, sendo que por meio deste

encaminhamento metodológico suscita-se o questionamento, a reflexão como

forma de despertar o interesse dos alunos.

No cotidiano há uma grande quantidade de compostos inorgânicos.

Estes compostos podem ser agrupados em famílias, segundo algumas

características químicas comuns. Na Química Inorgânica as famílias mais

importantes, denominadas funções, são os ácidos, as bases, os sais e os

óxidos. Estas substâncias são familiares a todos nós, e podem ser encontradas

ao nosso redor, em nossas casas, em nosso organismo, nos alimentos, nos

medicamentos, etc., além de estarem presentes na poluição atmosférica e

influenciarem nas mudanças climáticas.

O ácido clorídrico, por exemplo, é um constituinte do suco gástrico. A

amônia e o hidróxido de sódio, que são bases, são componentes de vários

produtos de limpeza. O cloreto de sódio é o principal componente do sal de

cozinha e o ferro na presença de oxigênio e umidade forma a ferrugem, um

óxido. Estes fatos fazem parte do cotidiano do aluno.

Com o intuito de descobrir as maiores carências de conteúdo que os

alunos chegam a 1ª série do Ensino Médio, realizou-se um diagnóstico

educacional (Apêndice 1) na forma de questionário, para alunos da 1ª série A e

C do Colégio Estadual Antônio de Castro Alves, em Capitão Leônidas Marques,

onde se realizou a implementação do projeto.

DISCUSSÃO DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS DA 1ª SÉRIES

A/C

O principal objetivo do questionário foi identificar se a utilização de

vídeos com os conceitos/experimentos estimularia o interesse dos alunos para

as aulas de Química, e quais assuntos despertariam mais a curiosidade. Os

alunos responderam questões relativas ao ensino de Química da 1ª série do

Ensino Médio e também a utilização de recursos audiovisuais como facilitador

do processo de aprendizagem. Os dados estão apresentados por meio de

gráficos.

Na questão “ É possível ver a Química no dia a dia”, observou-se que

os alunos já têm conhecimento que a Química faz parte do seu cotidiano, pois

todos (51 alunos) responderam afirmativamente; e assinalaram todas as

alternativas indicadas na questão. Isto demonstra que a Química não está

sendo vista pelos alunos apenas como uma disciplina para que possam fazer o

vestibular ou que é utilizada somente pelos cientistas em laboratórios.

O ensino da Química deve ser de acordo com os Parâmetros

Curriculares Nacionais:

Que se explicite seu caráter dinâmico, multidimensional e histórico. Nesse sentido, o currículo consolidado e, de forma geral, apresentado nos livros didáticos, tradicionais necessita de uma severa leitura crítica, tanto pelos resultados que tem produzido junto aos jovens em sua formação básica (pouca compreensão) quanto pela limitação com que ele é concebido, isto é, como acúmulo de conhecimentos isolados e fossilizados, com questionável papel formador. Há, assim, necessidade de superar o atual ensino praticado, proporcionando o acesso a conhecimentos químicos que permitam a construção de uma visão de mundo mais articulada e menos fragmentada, contribuindo para que o indivíduo se veja como participante de um mundo em constante transformação (Ministério da Educação, 1999, p. 241).

Se os alunos demonstram interesse em aprender através da

experimentação, e os encaminhamentos metodológicos das Diretrizes

Curriculares de Química afirmam, que sem a prática é impossível o aluno

visualizar, porque não ter como estratégias básicas a prática relacionando com

o cotidiano do aluno?

A busca de uma prática pedagógica capaz de articular o conhecimento

popular com o científico, na construção de saberes escolar deve fazer parte do

ambiente escolar, pois desperta o interesse e a atenção dos alunos,

possibilitando que estes estabeleçam as relações entre a teoria e a prática e,

ao mesmo tempo, expressam seus questionamentos e suas dúvidas ao

professor.

Ao se analisar as respostas da questão que identifica qual conteúdo os

alunos consideram o mais difícil de estudar em Química (Gráfico 1), verificou-

se que 52% das respostas indicaram o conteúdo de polaridade das ligações,

como um dos mais difíceis de se estudar. Em seguida foi indicado o conteúdo

de ácido e bases com 35% das respostas.

Gráfico 01- conceitos de Química que são mais difíceis

Gráfico 01- Conteúdos considerados como mais difíceis

Esta realidade apresenta-se devido a muitas vezes os conteúdos serem

trabalhados em sala de aula, sem fazer a relação com o cotidiano dos alunos.

De acordo com o Ministério da Educação (1999), a ciência não pode

estar distante da necessidade humana deve ser utilizada para que se

compreenda o mundo em que vivemos e desta realidade é necessário a

contextualização.

Pelas respostas apresentadas a respeito da questão do que facilitaria, a

compreensão dos conteúdos nas aulas de Química, na opinião dos alunos,

(Gráfico 2), 45% dos entrevistados preferem que as aulas sejam no laboratório;

35% que sejam utilizados os vídeos; 12% concordam com os jogos educativos

e apenas 8% acham que aprendem utilizando somente o quadro de giz.

Verifica-se que os alunos estão de acordo de que as aulas devem ser

baseadas na experimentação e esta que facilita a aprendizagem do conteúdo.

Como já citado por Goulart (1995), a experimentação assegura uma

transmissão eficaz dos conhecimentos escolares, possibilitando o contato do

aluno com os fenômenos químicos, criando modelos explicativos com base em

suas observações.

Gráfico 02 – O que facilita a compreensão dos conteúdos nas aulas de

Química

Gráfico 02: O que facilitaria a compreensão dos conteúdos

Não há como negar que os suportes tecnológicos devem fazer parte das

práticas pedagógicas nos ambientes escolares, uma maneira atraente de

abordar os conteúdos de Química é produzir vídeos, vivenciar o aprendizado

no laboratório, principalmente quando eles, os alunos, participam ativamente

do processo pedagógico.

Percebe-se que os alunos estão de acordo de que as aulas devem ser

baseadas na experimentação e esta que facilita a aprendizagem do conteúdo.

Para Cachapuz (2002), “o processo de ensino e aprendizagem em

Química não deve ser desenvolvido somente de forma teórica, mas na forma

prática também, sempre havendo uma ligação entre a prática e a teoria, entre a

escola e a vida”.

A Química sendo utilizada desta forma, a construção do conhecimento

terá como base a experiência, a vivência dos alunos, portanto, será uma

aprendizagem significativa.

Em relação à noção dos compostos ácidos, básicos e neutros no

cotidiano dos alunos, observou-se que estes já têm noção destes compostos

no seu dia-a-dia. Eles sabem classificar e relacioná-los quanto ao seu caráter

ácido ou básico, com exceção a soda cáustica que somente 3% dos alunos

souberam classifica - lá.

Gráfico 03 - Noção de compostos ácidos, básicos e neutros no cotidiano

dos alunos

Gráfico 03: Noção de compostos ácidos, básicos e neutros no cotidiano dos alunos

De acordo com Chassot (1993), “ensina-se Química, para permitir que o

cidadão possa interagir melhor com o mundo”.

Sendo assim, a utilização de recursos audiovisuais, as aulas de

laboratório em conjunto com as atividades proporcionadas pelo professor em

sala de aula é uma forma de melhorar o Ensino de Química e ao mesmo tempo

incrementar a metodologia tradicional, de maneira que além da explicação

teórica, do livro didático e dos exercícios, o professor pode utilizar esse recurso

para estimular o gosto por aprender.

COM BASE NA COLETA DE DADOS - A IMPLEMENTAÇÃO NA ESCOLA

Após a tabulação dos dados do questionário, percebe-se que 45% dos

alunos preferem que as aulas sejam no laboratório e que 35% que sejam

utilizados os vídeos, iniciou-se a implementação na escola. Os professores

devem ter a concepção de que a escolha dos vídeos é um grande desafio,

porém não podem ser monótonos, “sem graça”, é preciso que sejam divertidos,

mas que não percam o objetivo principal, que é o estudo das Funções

Inorgânicas.

Para Maldaner (2003), “pensa-se nas aulas práticas como motivação

para aceitar melhor esses conteúdos e, na relação com a vida diária para

torná-los mais interessantes e, assim, guardá-los melhor na memória”.

Para que a implementação tivesse a operacionalidade desejada, o

trabalho foi iniciado com a apresentação de vídeos motivadores/ conceituais e

experimentais já selecionados sobre as Funções Inorgânicas4.

Em todo momento da apresentação dos vídeos houve orientações aos

alunos em suas dificuldades e questionamentos, também foram utilizados o

livro didático5 e o livro didático público - Química. Os assuntos apresentados

foram os conceitos ácidos/bases/sais/óxidos suas propriedades, classificação,

formulação e nomenclatura. Para avaliação foi usado o mapa conceitual e a

atividade de recorte associando o nome a fórmula e sua função (Apêndices 2 e

3). Os alunos demonstraram interesse no desenvolvimento dos trabalhos e

relacionaram os conceitos e os compostos inorgânicos do seu dia-a-dia, tanto

os usados dentro de suas casas quanto os comercializados para outros usos.

Sabe-se que uso do computador, em que as redes sociais ganham

destaque, as informações são em tempo reais, aproveitando este recurso, foi

oportunizada a pesquisa na Internet (Laboratório de Informática) sobre os

compostos inorgânicos mais comuns no cotidiano e suas principais aplicações.

A turma foi dividida em quatro grupos, onde cada grupo pesquisou sobre uma

determinada função inorgânica, confeccionaram cartazes e slides para uso na

TV pen drive com o nome do composto, sua fórmula e suas principais

aplicações e apresentaram aos colegas em uma troca de informações, as

apresentações foram filmadas para produção de vídeos. Esta metodologia teve

um resultado eficaz porque o suporte tecnológico já é motivador e ao mesmo

tempo, que se aprende está em contato com as novas tecnologias.

4 a) Ácidos e Bases: Vídeo = música abordando a propriedade dos ácidos e das bases. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=9748 b) Ácidos e suas Reações: Vídeo = Ácidos e suas reações. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=18256 c) Ácidos - classificação de Nomenclatura: Vídeo=Classificação e nomenclatura dos ácidos. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=18255 d) Reações de Óxidos Básicos e Óxidos Ácidos em Água: Vídeo = Funções químicas e suas reatividades - reações de óxidos básicos e óxidos ácidos em água. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=18364 e) Substâncias Inorgânicas: Vídeo = Substâncias Químicas - Substâncias Inorgânicas. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=18395 f) Vídeo Funções Inorgânicas I e II - Aulas 06 e 07 - Vestibulando Digital = Cultura Marcas 5 FELTRE, R. Química. Vol.1. Editora Moderna. 6º ed. 2004.

Secretária de Estado da Educação do Paraná – Livro Didático Público – Química. Ensino Médio. 2º Ed., 2007.

A preocupação com a natureza é um compromisso de todos, devido à

necessidade de que todos estejam imbuídos nesta causa, trabalhou-se com

textos6 que abordavam sobre o meio ambiente para que os alunos

identificassem os compostos inorgânicos que contribuem para que ocorra o

fenômeno e os fatores que levam à acidificação/basicidade ou oxidação, bem

como suas causas e consequências para o meio ambiente; sempre

relacionando a sua formulação, nomenclatura, propriedades e funções, tendo

como objetivo a discussão e a reflexão como forma de desenvolverem uma

postura crítica em relação ao mundo em que vivem.

De acordo com Figueredo,

Os caminhos para uma nova sociedade que se proponha a evoluir de forma harmônica e perene do planeta passam por uma discussão profunda e um realinhamento dos valores fundamentais do homem a cerca das necessidades reais das populações, da necessidade de uma qualidade de vida mais homogênea entre os povos do planeta, da liberdade e garantia de participação social, da utilização e da preservação dos elementos naturais (renováveis e não-renováveis), da harmonização entre os homens e dos homens com a biosfera, da compreensão e do respeito pela dinâmica do planeta e seus ciclos (FIGUEREDO, 1994, p. 20).

Nesta atividade os alunos leram os textos em grupos e formularam

questões sobre os temas confeccionando um jogo de perguntas e respostas.

O ápice da implementação deu-se quando os alunos em grupo

realizaram a atividade de selecionar experimentos sobre Funções Inorgânicas

e confeccionar vídeos relacionados com o assunto. Os temas foram: 1) Como

identificar ácidos e bases – usando a fenolftaleína e repolho roxo; 2) Chuva

ácida; 3) corrosão do ferro. Os procedimentos para a realização de cada

experimento encontram-se no Apêndice 4.

6 pH do Solo: Determinação com Indicadores Ácidos Bases no Ensino Médio - Química Nova

na Escola Vol. 31, nº 4, Nov. 2009, pg 283. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_4/11-EEQ-3808.pdf A Corrosão do Ferro - Disponível em: Os Metais e o Homem – Ivone Mussa Esperidião – Olímpio Nobrega – Editora Atíca, 2008, 6º edição - pg 20 Chuvas Ácidas - Disponível em: http://educa.fc.up.pt/ficheiros/trabalhos/649/documentos/688/Chuvas%20%C1cidas.pdf A Química no Efeito Estufa - Química Nova na Escola, nº 08, Nov. 1998, pg 1. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc08/quimsoc.pdf Efeito Estufa - Contribuição da Química para a Interdisciplinaridade – Kimiyo Shimomura Haida - Editora EDUNIOESTE – Vol. 2 - pg 294 Poluição das Águas - Química Cidadã – Pequis – Wildson Santos e Gerson Mól – Editora Nova Geração, Vol 2- pg 286

A confecção dos vídeos ocorreu no laboratório de Ciências do Colégio

Estadual Antônio de Castro Alves utilizando uma câmera fotográfica digital.

Cada vídeo teve a duração média de cinco minutos. Os vídeos realizados

classificam-se como vídeo aulas experimentais.

Como em todo processo de aprendizagem ocorrem às dificuldades, na

implementação do projeto em sala de aula também aconteceram alguns

imprevistos, como falta de tempo, ocasionada, por ser final de ano letivo, jogos

escolares, provas e recuperação. Assim; os alunos tiveram que vir no horário

de contra-turno, para o término das atividades, sendo que, por este motivo,

alguns não puderam participar, por morarem afastados do centro urbano,

trabalharem ou estarem participando de outros cursos. Os que participaram

estavam interessados, mas mesmo assim, tiveram algumas dificuldades na

hora da filmagem, principalmente, na expressão oral.

Apesar de todos os desafios, foi desenvolvido nos alunos o gosto por

aprender e a percepção de que a Química não está longe, mas sim no seu

cotidiano. Como afirma Pimenta:

O aluno é o centro da aprendizagem e deve ser preparado para assumir novos papéis sociais na nova sociedade. O professor é auxiliar da aprendizagem, que ocorre espontaneamente a partir dos interesses dos alunos. A partir destes é que se organizará os conteúdos (...). O processo da aprendizagem é acentuado em detrimento do conteúdo. A aprendizagem se dá pela experiência ativa do aluno; a avaliação será flexível (...) traduzidas no esforço individual, e não nos resultados (PIMENTA, 1991, p.127).

Como término das atividades na escola foi realizada a exposição dos

cartazes, mapa conceitual, as atividades de recorte e a apresentação dos

vídeos na sala ambiente da escola para a comunidade escolar do Ensino

Médio.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta do uso de recursos audiovisuais como um instrumento

facilitador do processo ensino-aprendizagem para os alunos do 1ª série do

Ensino Médio foi importante. Quando nós professores utilizamos estes recursos

como ferramenta em nossa prática pedagógica, nossas aulas tradicionais de

Química podem ser modificadas. É importante ressaltar que estes suportes

fazem parte do cotidiano dos adolescentes e desta forma, devem ser

aproveitados para a motivação dos alunos, contribuindo assim, para que eles

possam aprender os conceitos da Química.

A utilização de novas tecnologias e de experimentos servem como ponto

de partida para a abordagem de conceitos químicos, proporcionando a

oportunidade de serem feitas análises e reflexões sobre a presença da

Química no cotidiano. Desta forma é possível despertar o interesse e a

atenção, possibilitando que estes estabeleçam as relações entre a teoria e a

prática e, ao mesmo tempo, expressem suas dúvidas e questionamentos ao

professor.

É importante salientar que este trabalho teve como objetivo buscar uma

alternativa para o ensino de Química no Ensino Médio, oferecendo uma

metodologia na elaboração das aulas para melhorar a aprendizagem, e

consequentemente melhorar o desempenho dos alunos nesta disciplina.

Portanto, o desenvolvimento do trabalho em sala de aula trará

contribuições aos educadores na área de Química, possibilitando a construção

de conhecimentos e a necessária valorização do uso de experimentação e das

novas tecnologias, contribuindo para a construção de conhecimento dos

alunos, sendo que a aplicação de atividades diversificadas possibilita a

desmistificação dessa ciência, aumentando assim o interesse dos estudantes

em aprender cada vez mais os conteúdos que estão intimamente relacionados

com o seu dia-a-dia.

Como educadora sei da necessidade de desenvolvimento de novas

metodologias de ensino da Química que permitam que o aluno relacione a

prática com a teoria trabalhada em sala de aula e que desenvolvam

pensamentos críticos capazes de participarem ativamente da sociedade.

Referências

ARROIO, A.; GIORDAN, M. O vídeo educativo: aspectos da organização do ensino. Química Nova na Escola, n.24, p.8-11, 2006.

BENITE, A. M. C.; BENITE, C. R. M. O laboratório didático no ensino de química: uma experiência no ensino público brasileiro. Revista Iberoamericana de Educação, v.48, p. 1-10, 2009. CASTRO, M. A. S.; GOULARTE, R.; REAMI, E. R.;MOREIRA, E. S. Infraestrutura de suporte à editoração de material didático utilizando multimídia. Revista Brasileira de Informática na Educação, n. 1, p. 61-70, 1997. CACHAPUZ, A. F. A universidade, a valorização do ensino e a formação dos seus docentes. In: SHIGUNOV NETO, A.; MACIEL, L. S. B. (Orgs.). Reflexões sobre a formação de professores. São Paulo: Papirus, p. 15-45, 2002 CHASSOT, A. Catalisando transformações na educação. 3.ed. Ijuí:Unijuí, 1993. FIGUEREDO, P. J. M. A sociedade do Lixo: os resíduos, a questão energética e a crise ambiental. 2.ed. UNIMEP: Piracicaba, 1994. GUIMARÃES, C. C., Experimentação no ensino de Química: Caminhos e descaminhos rumo a aprendizagem significativa. Química Nova na Escola, v. 31, n. 3, p. 198-202, 2009. GOULART, I. B. (org.) A educação na perspectiva construtivista: reflexões de uma equipe interdisciplinar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. HAÍDA, K. S.; KAVANAGH, E.; MIOTTO, Z. J. M. Práticas de Laboratório: uma Estratégia de Ensino. Cascavel: EDUNIOESTE, 2000. HODSON, D. Hacia un Enfoque Más Crítico del Trabajo de Laboratorio. Enseñanza de las Ciencias, v. 12, n. 3, p. 299-313, 1994. LEÃO, M. B. C., LEITE, B. S. Projeto Quimicasting: Uma ferramenta didática no processo de ensino-aprendizagem de Química. In: Anais do XIV Encontro Nacional de Ensino de Química. Curitiba, 2008. MALDANER, O. A. A Formação Continuada de Professores: ensino-pesquisa na escola. Professores de química produzem seu programa de ensino e se constituem pesquisadores de sua prática. Tese de Doutorado, Campinas: FE/ UNICAMP, 2003. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, MEC, Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). Brasília: MEC/Semtec, 1999. MORAN, J. M. Como ver Televisão: leitura crítica dos meios de comunicação. São Paulo: Paulinas, 1991. NETO, J. R. F., SILVA, R. M. G. Recursos didáticos facilitam o ensino de Química? In: Anais do I EQTAP, IV MOQUI, III JOQUI. Uberlândia, 2006. PAIVA, J. C.; MORAIS, C. Uma experiência de concepção e utilização de

vídeos para introduzir o estudo da Química no ensino básico. In: Anais do VIII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa. San José, Costa Rica, 2006. PIMENTA, S. G. O Pedagogo na escola Pública. Loyola, São Paulo, Brasil, 1991. ROSA, P. R. S. O uso de recursos audiovisuais e o ensino de ciências. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 17, n. 1, p. 33-49, 2000. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Básica – Química. Curitiba: SEED/PR, 2008a. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. TV Multimídia: pesquisando e gravando conteúdos no pen drive. Curitiba: SEED/PR, 2008b.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Portal dia a dia Educação. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/vpendrive/modules/conteudo/ Conteúdo.php?conteudo=4. Acesso em: 23 set. 2011.

Apêndice 1 Atividade 1: (1 aula) Questionário Diagnóstico O questionário diagnóstico tem como objetivo uma investigação prévia, para analisar o conhecimento dos alunos sobre o tema a ser estudado e sobre o que eles acham da metodologia de utilização do vídeo em sala de aula. Questionário Sócio Educacional Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 1) O que você entende por Química? 2) É possível “Ver a Química” no dia a dia? ( ) Sim ( ) Não Em que momento? ( ) em casa ( ) nas lanchonetes ( ) nas festas ( ) só na escola 3) Dos conteúdos de Química listados abaixo,já estudados na 8º série e no 1º semestre da 1º série do ensino médio quais deles são os mais difíceis? ( ) Átomos ( ) Modelos Atômicos ( ) Tabela Periódica ( ) Ligações Químicas ( ) Polaridade das Ligações ( ) Nomenclatura de compostos inorgânicos ( ) Ácidos e Base ( ) Tipos de Reações ( ) outros________________ 4) Dos conteúdos de Química listados abaixo, quais deles são o mais interessantes? ( ) Átomos ( ) Modelos Atômicos ( ) Tabela Periódica ( ) Ligações Químicas ( ) Polaridade das Ligações ( ) Nomenclatura de compostos inorgânicos ( ) Ácidos e Base ( ) Tipos de Reações ( ) outros______________________ 5) Você já teve aulas no laboratório? ( ) Sim ( ) Não 6) O que você achou dessas aulas experimentais? ( ) Ótimas, pois ajudam na compreensão do conteúdo ( ) Boas, porém nem sempre esta relacionada com a aula teórica ( ) Ruim, pois não ajuda em nada. ( ) Excelentes, pois é uma forma de “matar” as aulas chatas de Química

7) Você já teve aulas em que o professor utilizou-se de vídeos? ( ) Sim ( ) Não 8) O que você acha das aulas em que o professor utiliza vídeos? ( ) Ótimas, pois ajudam na compreensão do conteúdo ( ) Boas, porém nem sempre esta relacionada com a aula teórica ( ) Ruim, pois não ajuda em nada. ( ) Excelentes, pois é uma forma de “matar” as aulas chatas de Química 9) Das opções abaixo, escolha quais você considera que facilitaria a compreensão das aulas de Química: ( ) Aulas no laboratório ( ) Vídeos que demonstrassem a explicação do professor ( ) Jogos relacionados com os conteúdos ( ) Quadro e giz 10) Qual a sua maior dificuldade nas aulas de Química: (justifique) ( ) Não entende as explicações ( ) Acostumar-se com nomes científicos ( ) Perceber a Química no dia a dia ( ) outro __________________ 11) Em algum momento você já entrou em „páginas‟ da Web relacionados com a Química, seja para pesquisa ou por curiosidade? ( )Sim ( ) Não Sobre o que era?____________________________________________________ 12) Das opções abaixo, marque A para os compostos ácidos, B para os compostos básicos e N para os compostos neutros : ( ) Água ( ) Vinagre ( ) Limão ( ) Banana ( )Soda caustica ( )Leite de Magnésia 13) Observe as alternativas abaixo. a) HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l) b) 2Mg(s) + O2(g) → 2MgO(s) c) Zn(s) + Cu2+ → Zn2+ + Cu(s) d) CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O + calor Com base nas observações assinale as alternativas corretas: ( ) HCl(aq) e NaCl(aq) são ácidos, NaOH(aq) é base. ( ) Na reação (a), observa-se que ácido clorídrico e hidróxido de sódio reagem para formar cloreto de sódio e água. ( ) A reação (d) representa uma reação de combustão do metano. ( ) A reação (b) é classificada como uma reação de adição. ( ) O composto HCl é formados por uma ligação iônica ( ) O composto CO2 é formado por uma ligação covalente

Apêndice 2 Objetivo: Avaliar a compreenção do aluno sobre os conceitos dos compostos inorgânicos. Procedimento: Completar o mapa conceitual nos locais onde aparecem os números. MAPA CONCEITUAL – SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS

pode ser

alguns exemplos são

liberando de acordo com o número de H podem ser

há os que são

em água dividem-se

sofrem em

de acordo com o número de OH podem ser

há os que são

liberando em água

sofrem

são classificados com

há os que são

em água

liberando sofrem

produzidos

na

entre outras categorias, incluem

SUBSTÂNCIAS

ORGÂNICAS 01

ÁCIDAS

02

2 HIDRÁCIDOS 04

03

ÂNION

DERIVADO

DO ÁCIDO

FORTE

06

05

07

DIÁCIDO

5 TRIÁCIDO

TTRIÁCID

O 08

BASES

09

FRACOS

12

TETRABASE

13

DIBASE

10

11

CÁTION

DERIVADO

DA BASE

14

SOLÚVEIS

15

SAL NEUTRO

17

SAL BÁSICO

SAIS DUPLO

18 NEUTRALIZAÇÃO

ÁCIDO-BASE

16

ÓXIDOS

ÓXIDOS NEUTROS 20 19 PERÓXIDOS

Revise os conceitos estudados e complete o mapa conceitual nos locais onde aparecem os números:

01 - ____________________________________________________________

02 - ____________________________________________________________

03 - ____________________________________________________________

04 - ____________________________________________________________

05 - ____________________________________________________________

06 - ____________________________________________________________

07 - ____________________________________________________________

08 - ____________________________________________________________

09 - ____________________________________________________________

10 - ____________________________________________________________

11 - ____________________________________________________________

12 - ____________________________________________________________

13 - ____________________________________________________________

14 - ____________________________________________________________

15 - ____________________________________________________________

16 - ____________________________________________________________

17 - ____________________________________________________________

18 - ____________________________________________________________

19 - ____________________________________________________________

20 - ____________________________________________________________

Atividade Mapa Conceitual adaptado do livro Química na Abordagem do Cotidiano

PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. Química na Abordagem do Cotidiano. Ed. Moderna. V. 1, p. 251, 2010

Apêndice 3

ATIVIDADE DE RECORTE ASSOCIANDO O NOME A FÓRMULA E SUA FUNÇÃO

Objetivo: Avaliar a compreenção do aluno em relacionar o nome, a fórmula e a função de compostos inorgânicos.

Procedimento: Esta atividade poderá ser feita manualmente com o uso de papel, tesoura e cola ou poderá ser feita na sala de informática com auxilio de com Word ou Excel onde o aluno recorta e cola no lugar adequado ou ainda em forma de baralho onde o aluno tem que formar as trincas.

FUNÇÃO

NOME

FÓRMULA

SAIS

SAIS

ÁCIDO

ÁCIDO

ÓXIDO MOLECULAR

BASE ÓXIDO IÔNICO

ÓXIDO IÔNICO

ÓXIDO MOLECULAR BASE

HIDRÓXIDO DE MAGNÊSIO

TRIÓXIDO DE ENXOFRE

ÁCIDO CLORÍDRICO

CLORETO DE SÓDIO

ÓXIDO FÉRRICO

DIÓXIDO DE CARBONO

ÁCIDO SULFÚRICO

ÓXIDO DE ALUMINIO

SULFATO FERROSO HIDRÓXIDO DE SÓDIO

NaCl

H2SO4

FeSO4

NaOH

Mg(OH)2

Fe2O3

HCl

CO2

SO3 Al2O3

Recorte os quadros da folha acima e classifique os compostos inorgânicos quantos ao seu nome, fórmula e função:

Nome Fórmula Função

Apêndice 4

Vídeo experimental

COMO IDENTIFICAR ÁCIDOS E BASES

Objetivo: Estudar o comportamento de alguns materiais em relação ao meio ácido e básicos utilizando indicador natural. Para tanto, será construída uma escala de pH utilizando como indicador ácido-base o extrato de repolho-roxo para medir o pH de substâncias usadas no dia-a-dia.

Descrição:

Soluções ácidas e básicas estão presentes no quotidiano de todos nós. Exemplo muito próximo de ácido é o ácido clorídrico (HCl) presente em nosso estômago que participa da digestão dos alimentos, as frutas azedas como o limão, vinagre, etc. Já as bases podem ser exemplificadas por frutas verdes que possuem o sabor adstringente, como a banana e o caqui verde. Através desses exemplos bastantes presentes no dia-a-dia dos alunos é possível explicar cientificamente o que são as substâncias ácidas e básicas assim como o pH.

O pH é a concentração de íosn H+ em uma determinada solução. Esse índice pode variar de 0 a 14, onde as soluções ácidas tem pH próximo de 0 e as soluções básicas pH próximo de 14. Já as soluções neutras tem pH 7.

Os indicadores ácido-base são substâncias químicas que quando adicionado à uma solução indica se ela é ácida ou básica de acordo com seu pH. Geralmente os indicadores são ácidos ou bases fracas que ao se unirem aos íons H+ ou OH- mudam de cor devido uma alteração em sua configuração eletrônica. Os extratos de alguns vegetais também fazem o papel de indicador ácido-base natural, como exemplo, utilizaremos o repolho roxo no experimento, mas podem ser usadas as soluções aquosas de beterraba, de brócolis, de rabanete e da pêra.

O experimento que realizamos agora é simples e pode ser realizado com outros materiais diferentes dos listados. Recomenda-se, por motivo de segurança, que o professor oriente seus alunos quanto as normas de segurança de laboratório e esteja presente durante o experimento.

Parte A – Preparando o extrato indicador de acidez

Material

Folha de repolho-roxo

Recipiente para aquecimento

Fonte de calor (bico de gás)

1 filtro de papel ou pano

1 frasco grande

Etiqueta

Procedimento

Pegue cinco folhas de repolho-roxo e pique em pequenos pedaços.

Coloque os pedaços de repolho em um recipiente que possa ir ao fogo e acrescente água destilada ou filtrada até o dobro do volume ocupado pelo repolho.

Aqueça á água com repolho, deixando ferver até que o volume se reduza à metade do volume inicial.

Deixe esfriar e coe com o filtro.

Coloque o extrato no frasco e rotule, conserve na geladeira.

A parte solida deve ser descartada em coletor de lixo orgânico.

Parte B – Preparando a escala de acidez

Material

Extrato de repolho-roxo

Solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L (1 ml de HCl concentrado em 100 ml de água destilada)

Solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L (4 pastilhas de NaOH em 100 ml de água destilada)

Suporte para tubos de ensaio

13 tubos de ensaio

13 rolhas para os tubos de ensaio

2 pipetas (ou seringas) de 10 ml

Conta-gotas

Procedimento

Numere os tubos de 1 a 13.

Ao tubo 7, adicione 5 ml de água destilada.

Ao tubo 1, adicione 5 ml de solução 0,1 mol/L e HCl.

Ao tubo 2, adicione 0,5 da solução do tubo 1 e 4,5 ml de água destilada.

Ao tubo 3, adicione 0,5 da solução do tubo 2 e 4,5 ml de água destilada.

Prepare os tubos 4,5 e 6 a partir das soluções anteriores, conforme os procedimentos do tubo 1 e 2 .

Ao tubo 13, adicione 5 ml de solução 0,1 mol/L e NaOH.

Ao tubo 12, adicione 0,5 da solução do tubo 13 e 4,5 ml de água destilada.

Ao tubo 11, adicione 0,5 da solução do tubo 12 e 4,5 ml de água destilada.

Prepare os tubos 10, 9 e 8 a partir das soluções anteriores, conforme os procedimentos do tubo 12 e 11.

Coloque os tubos em ordem numérica crescente, em um suporte para tubos de ensaio, acrescente 5 gotas de repolho-roxo, agite e tampe-os. Pronto, está completa sua escala de acidez.

O número do tubo equivale ao pH e a cor da solução informará o pH de outras soluções contendo repolho-roxo na mesma proporção.

Parte C – Testando materiais com extrato indicador

Material

Tubos de ensaio

Extrato indicador produzido na parte A

Conta-gotas

Materiais a serem testados, como: água de torneira, solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl), solução aquosa de açúcar, detergente liquido incolor, sabão liquido incolor, limpa-alumínio ou desengordurante, vinagre branco, solução diluída de limpa-forno, suco de diferentes frutas (limão, laranja, acerola, caju, abacaxi, etc.) solução de água de bateria diluída ( 1 ml de solução + 9 ml de água), comprimido de antiácido dissolvido em água, água sanitária, leite de magnésia e soda limonada.

Procedimento

Desenhe em seu caderno uma tabela, contendo uma coluna para cada um dos materiais a serem testados

Material Água torneira

Cloreto sódio

Açúcar detergente ...

Cor inicial

Cor final

Semelhante ao tubo número (da parte B)

Apresenta caráter ácido/básico

Rotule os tubos e adicione a cada um deles 5 ml dos materiais a serem testados, acrescente 5 ml de água e agite bem.

Observe e anote na tabela a cor inicial de cada solução.

Adicione 10 gotas do extrato de repolho-roxo e agite. Observe e anote a cor final de cada solução.

Compare as cores finais dos tubos com os tubos preparados na parte B.

Analise

A propriedade mais notável dos ácido e bases, é a habilidade que eles tem em mudar a cor de certos vegetais. Os sucos de alguns vegetais funcionam como indicador de ácido-base (pH), isto é indicam quanto ácido ou básico é uma

substância.

O repolho roxo, funciona como indicador de substâncias ácidas e básicas. Quando um pouco do extrato do repolho-roxo é adicionado a uma solução ácida a mesma apresentará coloração vermelha. Já em uma solução básica, a solução se tornará azul ou verde.

Os Químicos usam uma escala de pH para expressar quão forte é uma substância ácida ou básica. Um valor de pH abaixo de 7 indica que a substância é ácida e, quanto menor for o número (6, 5, 4, 3, 2 ..) mais forte será o ácido. Um valor de pH acima de 7 indica que a substância é alcalina (básica) e, quanto maior for o número (8, 9, 10 ...) mais forte

será a substância alcalina.

O extrato de repolho roxo mostrará cores diferentes para valores de pH diferentes. Essas cores e os correspondentes valores (aproximados) de pH são:

pH (aproximado) 2 4 6 8 10 12

Cor do extrato vermelho púrpura violeta azul azul/verde Verde

Assim utilizando materiais com acidez diferentes, podemos obter cores diferentes.

Questionamento

Classifique os materiais testados em dois grupos.

Qual dos dois grupos de substância você considera que tem propriedades ácidas e quais apresentam propriedades básicas?

Com base nos testes, identifique as propriedades dos ácidos e das bases em contato com os indicadores.

Quais materiais são mais ácidos e quais são mais básicos? Justifique.

Qualquer material ácido ou alcalino é prejudicial à saúde?

Experimento adaptado do livro Química Cidadã

SANTOS, W. L. P.; MÓL, G. S. Química Cidadã. Ed. Nova Geração. V. 2, p. 294 – 296, 2010

Apêndice 4

Vídeo experimental

CHUVA ÁCIDA

Objetivo: Mostrar a formação de dois óxidos ácidos (SO2 e SO3) em regiões poluídas e a formação dos ácidos sulfúrico e sulfuroso a partir desses óxidos; ação da chuva ácida sobre os vegetais.

Descrição:

Resultado da dissociação de ácidos na água da chuva, entre eles o sulfúrico e o nítrico. Esses ácidos provêm de reações químicas na atmosfera terrestre, a partir da emissão de substâncias poluentes, especialmente os óxidos de nitrogênio e o dióxido de enxofre. Os óxidos de nitrogênio são liberados pelos veículos movidos a gasolina e óleo diesel. O dióxido de enxofre é produzido pela queima de óleo diesel por caminhões e ônibus e de combustíveis fósseis, como o carvão e os derivados de petróleo. Ao atingirem a superfície terrestre sob a forma de chuva, geada, neve ou neblina, esses ácidos alteram a composição do solo e das águas, comprometendo as lavouras, as florestas e a vida aquática. Também podem corroer edifícios, estátuas e monumentos históricos.

Material

Aparato montado com frasco de vidro de maionese grande;

colher de café (entorte a concha da colher e fixe seu cabo na tampa do vidro de maionese); Enxofre (S8);

Azul de bromotimol;

Solução básica de hidróxido de sódio (NaOH 0,1M);

Lamparina ou fogão ou fósforo aceso.

Procedimento

Coloque no frasco a solução básica e algumas gotas do indicador (azul de bromotimol);

A colher contendo enxofre deve ser levada ao fogo até a ocorrência da combustão do enxofre que é perceptível por uma chama azul;

Adapte a tampa ao frasco rapidamente, feche e espere que este esteja preenchido por uma névoa esbranquiçada;

Agite o sistema, com cuidado, e observe a mudança de cor do indicador.

Análise

Os derivados do petróleo, tais como gasolina, querosene, óleo diesel, apresentam em sua constituição um certo teor de enxofre como impurezas. Quando esses combustíveis são queimados, nos motores de veículos ou em usinas termoelétricas, o enxofre também é queimado. Os óxidos formados

reagem com a água, formando ácidos que voltam à superfície na forma de chuva ácida.

Indicador ácido-base é uma substância que tem uma determinada cor em meio básico, apresentado outra em meio ácido. Sabe-se que o azul de bromotimol apresenta várias cores, dependendo do pH: em meio básico, ele tem uma coloração azul; em meio neutro, uma coloração verde e em meio ácido, apresenta a coloração amarela.

As reações ocorridas neste experimento estão descritas logo abaixo:

S(g) + O2(g) SO2(g)

SO2(g) + ½ O2(g) SO3(g)

SO2(g) + H2O(l) H2SO3(aq)

SO3(g) + H2O(l) H2SO4(aq)

A mudança de cor do azul para o amarelo evidencia a formação de ácido.

A solução básica com o indicador pode ser substituída por um botão de rosa vermelha ou algum tipo de folha de cor verde intensa. Estes materiais, ao final do experimento, apresentarão um aspecto de "queimados", murchos, enrugados e com cor parda.

Questionamento

Quais substâncias são formadas dentro do pote?

Relacione o ocorrido dentro do pote com o que acontece ao meio ambiente.

Por que os gases formados dentro do pote não podem ser inspirados?

A chuva ácida é formada apenas pelos gases vindo da queima do enxofre (SO2 e SO3)?

Quais as conseqüências da chuva ácida?

Quais procedimentos permitem controlar e minimizar os efeitos da chuva ácida?

Apêndice 4

Vídeo experimental

CORROSÃO DO FERRO

Objetivo: Verificar em que condições ocorre a corrosão do ferro.

Descrição:

A corrosão é definida como a deterioração de um material, geralmente metálico, em virtude da ação do meio ambiente que modifica o material por meio de um processo espontâneo. Isso pode acarretar a inutilização de estruturas de uso corrente no dia-a-dia.

É corrente vermos estruturas metálicas espalhadas por toda a parte, seja nos meios de transporte como automóveis, em gasodutos, entre outros. Todos esses objetos ou aplicações metálicas sofrem a ação do meio, tornando-se, com o passar do tempo e com a corrosão, inadequados ao seu uso, com grandes prejuízos.

Para analisar o processo de corrosão, faremos um experimento que tem como finalidade verificar em que condições ocorre a corrosão do ferro. Usando pregos de aço em três ambientes diferentes, compararemos o nível de corrosão que cada um sofreu e discutiremos a constituição de cada meio bem como o que é fundamental para que ocorra a corrosão.

Material

3 tubos de ensaio (copos);

1 rolha (tampa);

3 pregos grandes e novos;

1 copo com água;

1 pouco de agente higroscópico;

1 copo com óleo.

Procedimento

Coloque os tubos de ensaio em um suporte, no primeiro tubo coloque um dos pregos introduzindo em seguida água até cobrir metade do prego. No segundo tubo coloque o prego e coloque o agente higroscópico (silicagel) até cobrir metade do prego tampe o tubo com a rolha, isolando-o do meio externo. No terceiro tubo, coloque o prego e óleo suficiente para encobri-lo. Deixe os três tubos em local adequado e observe-os por uma semana, anotando as modificações ocorridas em cada um durante esse período.

Análise

Do que foi observado no experimento, podemos constatar que a corrosão do prego se deve à presença de água e ar em mesmo ambiente. Pois somente no

primeiro tubo ocorreu a corrosão do prego, enquanto no segundo o agente higroscópico absorve todo o vapor de água existente no ar e, no terceiro tubo, como o prego está totalmente imerso em óleo, não entra em contato com o ar nem com a água.

O prego de aço é composto de ferro e carbono e o ferro, ao entrar em contato com o ar umedecido se oxida, sofrendo a seguinte reação:

Fe Fe2+ + 2 e-

Como toda oxidação corresponde a uma redução, o oxigênio do ar é dissolvido na água e se reduz:

O2 + 2H2O + 4e- 4OH-

Dessa forma, o resultado dessas duas reações será:

2Fe + O2 + 2H2O 2Fe(OH)2

O hidróxido de ferro II pode ser levado a hidróxido de ferro III, que corresponde à ferrugem:

4Fe(OH)2 + O2 + 2H2O 4Fe(OH)3

Questionamento

O que você observou nos três tubos.

Em quais tubos ocorreu oxidação do ferro.

Compare o prego do tubo com água e o prego do tubo com água e óleo. Há diferença entre ambos?

Quais as condições para que a corrosão ocorra.