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Para Raios

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Pára-raios

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  • 1Consideraes Bsicas sobre Pra-raios

    Marco Polo Pereira Departamento de Planejamento de TransmissoFurnas Centrais Eltricas S.A. Rua Real Grandeza, 219, Rio de Janeiro, Brasil

    e-mail : [email protected]

    Resumo

    Os equipamentos de uma instalao industrial podem ser submetidos a sobretensesprovocadas por descargas atmosfricas ou manobras no sistema, sendo necessrio a instalaode dispositivos de proteo para evitar sua danificao. Apesar de sua importante misso, ospra-raios so equipamentos de reduzido custo, simples do ponto de vista construtivo e depequenas dimenses quando comparados aos equipamentos que protegem. Um pra-raios constitudo de um elemento resistivo no linear associado ou no a um centelhador em srie.Em operao normal, o pra-raios semelhante a um circuito aberto. Quando ocorre umasobretenso o centelhador dispara e uma corrente circula pelo resistor no linear, impedindoque a tenso nos seus terminais ultrapasse um determinado valor. possvel a eliminao docentelhador, utilizando-se somente o resistor no linear, se este material apresenta umacaracterstica suficientemente adequada para esta finalidade.

    1. Introduo

    Com o objetivo de impedir que os equipamentos de um sistema eltrico ou instalao industrialsejam danificados por sobretenses necessrio a instalao de dispositivos de proteo,sendo os pra-raios os equipamentos mais adequados para esta finalidade. Atuam comolimitadores de tenso, impedindo que valores acima de um determinado nvel pr-estabelecidopossam alcanar os equipamentos para os quais fornecem proteo.

    A Figura 1 mostra as caractersticas no lineares do ZnO e do SiC, que so os materiaisbsicos para a construo dos blocos utilizados nos pra-raios.

    Figura 1. Caracterstica V x I para o SiC e o ZnO

  • 2Observa-se que o ZnO apresenta uma caracterstica no linear superior a do SiC na regio deintensidades de correntes mais baixas. Apesar dos fabricantes estarem voltados para aconstruo de pra-raios ZnO, os sistemas j existentes utilizam pra-raios convencionais, queso pra-raios construdos com resistor no linear base de carbonato de silcio (SiC) e quenecessitam de um "gap" srie para o seu correto funcionamento.

    2. Detalhes Construtivos dos Pra-Raios

    A Figura 2 apresenta, a ttulo de ilustrao, o processo evolutivo dos dispositivos de proteo.

    Figura 2. Evoluo dos Dispositivos de Proteo Contra Sobretenses

    Na Figura 2a est indicado um centelhador, que um dispositivo que pode ser utilizado para aproteo dos equipamentos de uma subestao. Quando uma sobretenso alcana ocentelhador h o disparo, limitando a sobretenso nos equipamentos protegidos por aqueledispositivo. O centelhador apresenta como grande desvantagem o estabelecimento de umcurto-circuito, o qual deve ser eliminado pela proteo do sistema.

    Com o objetivo de evitar o estabelecimento de um curto-circuito no sistema e seusinconvenientes, foi desenvolvido o pra-raios mostrado na Figura 2b. Este pra-raios consistede um resistor no linear em srie com o centelhador, de forma a limitar a corrente dedescarga. So normalmente utilizados em sistemas de distribuio e de alta-tenso (

  • 3Normalmente, os resistores no lineares tm resistncias muito elevadas, acarretando umatenso residual elevada nos terminais do pra-raios. Na prtica, este problema no preocupante porque os equipamentos desta faixa de tenso so projetados com nveis deisolamento elevados.

    Com o crescimento das tenses dos sistemas de transmisso, os pra-raios tiveram o seudesenvolvimento acelerado e os pra-raios com gap" ativo constituram um estgioimportante deste processo. A Figura 2c apresenta, esquematicamente, este tipo deequipamento.

    O seu funcionamento baseado no alongamento do arco atravs do "gap" com o auxlio de umcampo magntico, conforme indicado, esquematicamente, na Figura 4. Nesta figura, estomostradas as diversas etapas no processo de conduo de um pra-raios, estando indicadosquatro instantes distintos com relao tenso no sistema e corrente no pra-raios.

    Com a finalidade de melhor ilustrar as diversas etapas do processo de conduo no pra-raios,as grandezas eltricas esto mostradas fora de escala e os seus componentes estoapresentados de forma esquemtica. Por exemplo, a corrente de controle est ampliada(somente poucos mA), a corrente de descarga (vrios kA) est reduzida e a durao das ondasde surto de tenso e da corrente de descarga est ampliada.

    Figura 4 Operao de um pra-raios de gap ativo

  • 4Os principais componentes e grandezas, mostrados na Figura 4, so os seguintes:

    is corrente de controle ia corrente de descarga (surge current)

    in corrente subsequente a 60 Hz (follow current)Ra resistores no lineares

    Rb resistores de by-pass Rs resistores equalizadores (grading resistors)

    B bobina de sopro magntico (blow out coil)E eletrodos dos centelhadores (spark gap electrode)

    K cmara de extino do arco A ponto de incio do arco

    M linhas de fluxo magntico L arco eltrico

    UL tenso desenvolvida no arco URa tenso nos resistores no lineares

    Np nvel de proteo Ua tenso de disparo

    Up tenso residual Us surto de tenso

    U tenso normal de operao

    Na Figura 4b, est indicada a operao do pra-raios em condies normais. Nesta situao acorrente que circula pelo pra-raios somente de poucos miliampres, sendo limitada pelosresistores no lineares Ra e pelos resistores equalizadores. Esta pequena corrente assegura quea tenso do sistema aplicada aos terminais do pra-raios se distribua uniformemente atravsdos gaps" e demais componentes do equipamento.

    Durante o processo de conduo propriamente dito (Figura 4c), a corrente de descarga circulapelos "qaps" e resistores de "by-pass", uma vez que as indutncias das bobinas de sopromagntico impedem a circulao desta corrente com alta taxa de crescimento. Este processo iniciado quando a tenso nos terminais do pra-raios ultrapassa o valor da tenso de disparo ea corrente circula inicialmente na parte do "gap", onde a distncia a menor.

    Aps o surto inicial de corrente, tal como indicado na Figura 4c, os "gaps" encontram-sealtamente ionizados e uma corrente provocada pela tenso do sistema (corrente subseqente a60 Hz) pode fluir no pra-raios. Inicialmente esta corrente funo somente da tenso dosistema e dos resistores no lineares. Sendo uma corrente com pequena taxa de variao, o seucaminho natural ser pela bobina de sopro magntico, uma vez que nestas condies a suaindutncia ser de valor reduzido, deixando, portanto, de circular pelo resistor de "by-pass". Apassagem de corrente nesta bobina cria um forte campo magntico, com tendncia a expandir acorrente atravs do "gap", formando um arco eltrico alongado. Este alongamento do arcoprovoca o aumento da tenso nos terminais do pra-raios, ajudando a limitar a corrente at asua completa extino. Aps a extino da corrente a situao a indicada na Figura 4e,retomando o pra-raios a sua condio normal de operao.

    A Figura 2d apresenta o estgio atual de desenvolvimento dos pra-raios, sendo utilizadosapenas blocos de resistores no lineares na sua construo.

    Considerando-se a expresso I=kVn para a caracterstica do resistor no linear, pode serverificado que o SiC tem o expoente da ordem de 4 enquanto que o ZnO apresenta umexpoente n na ordem de 25. Esta alta no linearidade do ZnO permitiu o abandono do "gap"anteriormente necessrio para os pra-raios convencionais, simplificando tremendamente aconstruo dos pra-raios e aumentando bastante a confiabilidade destes equipamentos.

    3. Caractersticas de Proteo dos Pra-raios

  • 53.1 Caractersticas Eltricas dos Pra-raios Convencionais

    - Tenso nominal

    A tenso nominal de um pra-raios o valor de tenso na freqncia fundamental para a qual opra-raios foi projetado e em relao ao qual todas as demais caractersticas estorelacionadas. Com este valor de tenso aplicado a seus terminais, o pra-raios submetido aoensaio de ciclo de trabalho, que um dos mais importantes ensaios previstos nas normas.Geralmente, a tenso nominal o limite para as sobretenses dinmicas permissveis nosistema.

    - Tenso de "Reseal"

    A tenso de "reseal" a maior tenso para a qual o pra-raios tem condies de interromper acorrente subseqente, isto , ocorrido o disparo devido a um surto de tenso o pra-raios deveinterromper a corrente de disparo, inclusive a corrente subseqente, e no deve conduzirnovamente no primeiro meio ciclo seguinte de tenso. Esta caracterstica no definida deforma explcita nas normas de pra-raios e a prpria definio para a tenso nominal abrangeesta caracterstica, uma vez que o valor utilizado nos ensaios de ciclo de operao.

    - Tenso Mxima de Disparo para Onda Escarpada (kV pico).

    A tenso mxima de disparo para onda escarpada ou tenso de disparo na frente de onda atenso de disparo do pra-raios quando submetido a um surto de tenso com uma inclinaouniforme e alta taxa de crescimento.

    - Tenso Mxima de Disparo para Impulso Atmosfrico (kV pico).

    A tenso mxima de disparo para impulso atmosfrico o maior valor de tenso de disparo dopra-raios quando submetido a impulsos do tipo 1.2 x 50 ms.

    - Tenso Mxima de Disparo para Impulso de Manobra (kV pico).

    A tenso mxima de disparo para impulso de manobra o maior valor de tenso de disparo dopra-raios quando submetido a impulsos considerados como sendo caractersticos das ondastipo impulso de manobra. Geralmente, os tempos para frente de onda esto na faixa de 30 a2000 ms.

    - Nvel de Proteo a Impulso de Manobra (kV pico).

    O nvel de proteo a impulso de manobra a maior tenso que pode aparecer nos terminaisde um pra-raios para impulsos do tipo manobra, seja a tenso de disparo ou ento a tensoresidual.

    - Tenso Residual (kV pico).

    A tenso residual a tenso que aparece no pra-raios quando da passagem de uma correntede impulso na forma 8 x 20 ms. Normalmente, os ensaios so realizados para impulsos decorrente de valor 1.5, 5, 10, 15, 20 e 40 kA.

    - Tenso Mnima de Disparo Freqncia Industrial (kV RMS)

    A tenso mnima de disparo freqncia industrial o maior valor de tenso na freqncia dosistema que o pra-raios pode suportar sem disparar. O pra-raios no tem condies de

  • 6interromper o processo de conduo se for solicitado a disparar por um valor de tenso nafreqncia fundamental acima da tenso mnima de disparo freqncia industrial. O disparodo pra-raios nestas condies no necessita de um surto de tenso para o incio da conduo.

    - Capacidade de Absoro de Energia

    A capacidade de absoro de energia do pra-raios de grande importncia nos sistemas deEAT e UAT, onde a energia disponvel muito elevada. Normalmente, a capacidade deabsoro de energia dos pra-raios providos de centelhadores no consta dos catlogos,devendo ser obtida diretamente dos fabricantes. Esta capacidade de energia abrange acapacidade do resistor no linear e a do centelhador, e, geralmente, da ordem de 5 kWs porkV de tenso nominal do pra-raios.

    3.2 Caractersticas Eltricas dos Pra-raios de xido de Zinco

    - Tenso Nominal (kV RMS)

    A tenso nominal de um pra-raios o valor mximo RMS da tenso na freqncia industrialaplicada aos seus terminais no ensaio de ciclo de servio, para a qual o pra-raios foi projetadoe tem condies de operar satisfatoriamente, durante o ensaio. O valor da tenso nominal utilizado como um parmetro de referncia para a especificao de suas caractersticas deoperao.

    - Tenso Mxima de Operao em Regime Contnuo (kV RMS)

    A tenso mxima de operao em regime contnuo o maior valor de tenso para o qual opra-raios projetado de modo a operar continuamente com esta tenso aplicada a seusterminais.

    - Capacidade de Sobretenso Temporria

    A capacidade de sobretenso temporria definida em funo da caracterstica desuportabilidade tenso x durao, onde indicada a quantidade de tempo para a qual permitida a aplicao de uma tenso superior tenso mxima de operao em regimecontnuo nos terminais do pra-raios. A Figura 5 apresenta esta caracterstica para ospra-raios ZnO fabricados pela ASEA.

    Figura 5 - Capacidade de sobretenso temporria

  • 7- Nvel de Proteo a Impulso de Manobra (kV pico)

    O nvel de proteo a impulso de manobra depende da corrente de conduo no pra-raios, aqual aumenta a medida que o valor do impulso de tenso aumenta. Com o intuito de definir onvel de proteo a impulso de manobra, deve ser estabelecido um valor para a corrente decoordenao. Geralmente, o valor de 3 kA adotado na ausncia de estudos especficos, umavez que este valor dificilmente ser ultrapassado na prtica.

    - Tenso Residual (kV pico).

    A tenso residual a tenso que aparece no pra-raios quando da passagem de uma correntede impulso na forma 8 x 20 ms. Normalmente, os ensaios so realizados para impulsos decorrente de valor 1.5, 3, 5, 10, 15, 20 e 40 kA. A tenso residual depende da forma de onda doimpulso aplicado e, geralmente, os fabricantes fornecem informaes relacionando a tensoresidual com a frente de onda do impulso aplicado, tal como indicado na Figura 6 (extrada docatlogo da GE).

    Figura 6 - Tenso residual em funo da frente de onda da corrente de conduo

    A Figura 7 apresenta a variao da tenso residual em funo da corrente para diversos tiposde impulsos para os pra-raios ZnO da ASEA.

    Figura 7 - Tenso residual em funo da corrente de conduo

  • 8- Capacidade de Absoro de Energia

    A capacidade de absoro de energia do pra-raios de grande importncia nos sistemas deEAT e UAT, onde a energia disponvel muito elevada e devido possibilidade de repartiode energia entre pra-raios de uma subestao. Os catlogos dos fabricantes, normalmente,indicam a capacidade mxima de energia em kWs por kV de tenso nominal, sendo estacapacidade funo da tenso nominal e da corrente de conduo do pra-raios. Geralmente, ospra-raios utilizados em sistemas de EAT tm uma capacidade de absoro de energia na faixade 7 a 8 kWs por kV de tenso nominal. A Figura 8 apresenta a variao da capacidade deabsoro de energia dos pra-raios fabricados pela GE, em funo da corrente de conduo.

    Figura 8. Energia Mxima Permitida em Funo da Corrente de Conduo

    4. Aspectos Relacionados com a Seleo de Pra-raios

    A seleo de um pra-raios para a correta proteo de um equipamento, ou de um grupo deequipamentos, deve levar em considerao uma srie de fatores, tais como: tenso mxima nafreqncia industrial, sobretenses temporrias, sobretenses atmosfricas e de manobra,efeito-distncia, caractersticas de proteo, isolamento dos equipamentos e margens deproteo. Normalmente, estes fatores envolvem aspectos conflitantes e um processo passo apasso , geralmente, necessrio para a seleo definitiva da tenso nominal de um pra-raios.

    4.1 Tenso Mxima na Freqncia Industrial

    A tenso nominal de um pra-raios convencional deve ser igual ou superior maiorsobretenso na freqncia industrial que pode ocorrer no sistema, para evitar que o pra-raiosseja submetido a disparos consecutivos e, eventualmente, se danifique.

  • 9As causas mais freqentes para a ocorrncia de sobretenses temporrias so as seguintes:faltas fase-terra, rejeio de carga, ferro-ressonncia, induo em circuitos paralelos e perda deconexo a terra em sistemas, normalmente, aterrados. No caso de pra-raios ZnO, devido asua caracterstica peculiar, estabelecido que a tenso mxima em regime contnuo no podeultrapassar a 80% do valor da tenso nominal do pra-raios. As caractersticas desuportabilidade para sobretenses temporrias devem ser utilizadas de acordo com asinformaes especficas para cada fabricante.

    4.2 Classes de um Pra-raios

    Normalmente, trs classes de pra-raios so utilizadas em sistemas de alta-tenso: estao,intermediria (subtransmisso) e distribuio. As diferenas entre os trs tipos esto nos nveisde proteo, nos ensaios de durabilidade, na existncia ou no de dispositivos de alvio depresso e nas tenses do sistema para as quais foram projetados. Os pra-raios tipo estaocobrem todas as classes de tenso, os do tipo intermedirio destinam-se s tensesnormalmente utilizadas nos sistemas de subtransmisso (

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    pra-raios. Geralmente, so fornecidas as caractersticas para onda escarpada, para tensoresidual e para impulso de manobra, alm de informaes sobre a variao da tenso residualem funo da frente de onda.

    4.4 Nveis de Isolamento dos Equipamentos

    O nvel de isolamento de um equipamento o conjunto de valores de tenses suportveisnominais, aplicadas ao equipamento durante os ensaios e definidas em normas especficas paraesta finalidade, que define a sua caracterstica de isolamento. A NBR-6939 estabelece que,para os equipamentos com tenso mxima inferior a 300 kV, o nvel de isolamento definidopelas tenses suportveis nominais de impulso atmosfrico e freqncia industrial. Paraequipamentos com tenso igual ou superior a 300 kV, consideram-se as tenses suportveisnominais de impulsos de manobra e atmosfrico. Os nveis de proteo dos pra-raios devemser selecionados considerando-se as suas caractersticas de proteo e os nveis de isolamentodos equipamentos.

    4.5 Efeito Distncia

    Quando o pra-raios no se encontra conectado diretamente nos terminais do equipamento aser protegido, possvel que oscilaes provoquem tenses superiores ao nvel de proteo dopra-raios, devido separao entre o equipamento e o pra-raios. A avaliao da elevao datenso nos terminais dos equipamentos deve ser efetuada atravs da utilizao de programasdigitais de transitrios, sendo esta elevao funo da taxa de crescimento da onda de tenso,do comprimento dos barramentos e das conexes situadas entre o pra-raios e o transformadore das capacitncias dos equipamentos.

    4.6 Margens de Proteo

    A coordenao de isolamento efetuada considerando-se determinadas relaes entre o nvelde isolamento dos equipamentos e o nvel de proteo dos pra-raios. Geralmente, recomendada uma margem mnima de 15% na regio de impulsos de manobra e de 20% naregio de impulsos atmosfricos. A finalidade principal para a adoo destas margens estrelacionada com possveis deterioraes das caractersticas de proteo dos pra-raios, devido poluio e envelhecimento, alm da amplificao da tenso, devido impossibilidade de seconectar o pra-raios exatamente nos terminais do equipamento a ser protegido. Quandoestudos especficos so realizados e as sobretenses nos terminais dos equipamentos socalculadas, esta elevao de tenso j est includa nas sobretenses resultantes, no havendo,portanto, necessidade de se adotarem margens de proteo elevadas para a regio de impulsosatmosfricos.

    5. Pra-raios de xido de Zinco

    O desenvolvimento de resistores no lineares, baseado no xido de zinco (ZnO), modificouinteiramente a tecnologia de construo de pra-raios, devido a sua caracterstica no linearpermitir a fabricao de pra-raios desprovidos de centelhadores" de qualquer espcie. Oprocesso de conduo de corrente nos pra-raios ZnO inteiramente diverso daquele referenteaos pra-raios convencionais, modificando sensivelmente o procedimento tradicionalempregado nos estudos de sobretenses. O interesse nas sobretenses no est somente na

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    identificao de elevadas amplitudes, mas, principalmente, nas sobretenses de longa durao.Outro aspecto importante que todos os pra-raios submetidos a uma determinadasobretenso conduzem simultaneamente, dividindo a absoro de energia. As principaisvantagens dos pra-raios ZnO em relao aos pra-raios convencionais so as seguintes:

    - simplicidade na construo aumenta a confiabilidade;

    - o nvel de proteo mais bem definido por causa da ausncia de gaps;

    - melhor desempenho sob contaminao;

    - maior capacidade de absoro de energia;

    - possibilidade de dividir a energia entre os diversos pra-raios instalados na subestao;

    - entra e sai de conduo suavemente.

    A seleo de um pra-raios ZnO deve ser efetuada considerando-se a tenso normal deoperao, as sobretenses de longa durao e as sobretenses do tipo manobra, sendo a tensonormal de operao, geralmente, a solicitao que prevalece na determinao da tensonominal do pra-raios. As sobretenses de longa durao e as sobretenses de manobra estomais associadas quantidade de colunas do pra-raios. A energia absorvida por um pra-raiosde ZnO muito dependente das caractersticas do pra-raios e dos detalhes do sistema eltrico,inclusive, das caractersticas de outros pra-raios conectados nas proximidades do ponto deaplicao destes pra-raios, e s pode ser adequadamente determinada atravs de um estudode surtos de manobra bastante criterioso.

    Bibliografia

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