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Parábola do Semeador – Que Tipo de Solo Sou? No início do ano da popularidade de Jesus, “muitos viram os sinais miraculosos que ele estava realizando e creram em seu nome. Mas Jesus não se confiava a eles, pois conhecia a todos. Não precisava que ninguém lhe desse testemunho a respeito do homem, pois ele bem sabia o que havia no homem” (Jo 2.23-25). Por que Jesus não confiava nos homens? Porque sabia “o que havia no homem”, conhecia o coração humano com suas emoções passageiras. Como ele lhe vê hoje? O assunto do coração do homem é aprofundando na parábola do semeador. Quatro solos: duro, pedregoso, espinhoso e frutífero. Com qual você mais se identifica hoje? Pare e reflita sobre isso antes de continuar. A maioria não pensa muito no primeiro solo onde a Palavra nem entra. Mas quem não tem uma vida simples, tempo para reflexão e meditação, quem está sempre “à beira do caminho” ou no caminho, tende a ouvir muito a Palavra sem que nunca tenha efeito algum. Isto pode atingir especialmente o “crente velho” ou o líder ou pastor que já ouviu tanto a Palavra que parece que não tem mais novidade ou vida ao ouvir novamente. Nosso coração fica endurecido, seja por não parar o suficiente para receber a Palavra, seja por feridas e dores não resolvidas onde fechamos nosso coração. Esta pessoa ouve a Palavra todos os domingos, possivelmente a lê durante a semana, mas nada penetra. Não reconhece a voz de Deus em sua Palavra. Ouve sem nenhuma intenção de praticar ou mudar. Está acomodado. Pode até ser visto como bom crente por estar sempre na igreja, louvando a Deus e dizimando. Mas dentro dela a vida de Deus não flui.

Parábola do Semeador

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Parábola do Semeador – Que Tipo de Solo Sou? 

No início do ano da popularidade de Jesus, “muitos viram os sinais miraculosos que ele

estava realizando e creram em seu nome.  Mas Jesus não se confiava a eles, pois conhecia

a todos.  Não precisava que ninguém lhe desse testemunho a respeito do homem, pois ele

bem sabia o que havia no homem” (Jo 2.23-25).  Por que Jesus não confiava nos homens? 

Porque sabia “o que havia no homem”, conhecia o coração humano com suas emoções

passageiras.  Como ele lhe vê hoje?

 

O assunto do coração do homem é aprofundando na parábola do semeador.  Quatro solos:

duro, pedregoso, espinhoso e frutífero.  Com qual você mais se identifica hoje?  Pare e reflita

sobre isso antes de continuar.

 

A maioria não pensa muito no primeiro solo onde a Palavra nem entra.  Mas quem não tem

uma vida simples, tempo para reflexão e meditação, quem está sempre “à beira do caminho”

ou no caminho, tende a ouvir muito a Palavra sem que nunca tenha efeito algum.  Isto pode

atingir especialmente o “crente velho” ou o líder ou pastor que já ouviu tanto a Palavra que

parece que não tem mais novidade ou vida ao ouvir novamente.

 

Nosso coração fica endurecido, seja por não parar o suficiente para receber a Palavra, seja

por feridas e dores não resolvidas onde fechamos nosso coração.  Esta pessoa ouve a

Palavra todos os domingos, possivelmente a lê durante a semana, mas nada penetra.  Não

reconhece a voz de Deus em sua Palavra.  Ouve sem nenhuma intenção de praticar ou

mudar.  Está acomodado.  Pode até ser visto como bom crente por estar sempre na igreja,

louvando a Deus e dizimando.  Mas dentro dela a vida de Deus não flui.

 

Às vezes passamos por um período de seca onde não experimentamos o poder da Palavra, a

vida de Jesus parece estar longe.  Nestes casos precisamos fazer uma procura especial de

Deus, possivelmente um retiro com ele.  Na verdade tal retiro é quase indispensável para

parar nossa correria.  Precisamos permitir que Ele tenha uma oportunidade maior para

trabalhar conosco através de um dos outros tipos de solo.

 

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A maioria se identifica com certa facilidade com o segundo ou terceiro tipo de solo.  Em

termos gerais, o segundo tipo de solo parece estar limpo e bom, mas tem problemas abaixo

da superfície que ninguém vê.  O terceiro tem bom solo por debaixo, mas tem problemas

visíveis, acima da superfície.  Vejamos estes dois com mais detalhes.

 

O coração com o segundo solo reconhece a Palavra de Deus pelo que é: poderosa e eficaz

para transformar vidas, trazendo vida.  Esse reconhecimento traz alegria.  A pessoa se

entusiasma, parecido aos que respondiam a Jesus no relatório de João citado acima.  Esta

pessoa realmente recebe a Palavra, pode ser que faz anotações ou até usa um diário

espiritual. 

 Dores e feridas precisam de cura, caso contrário, estaremos dando legalidade para Satanás.

Mas esta pessoa “não tem raiz em si mesmo” (Mt 13.21).  Tem outras coisas dentro dela que

competem com a semente da Palavra colocar raízes.  Emoções não resolvidas como medo,

ira, depressão e amargura podem ser raízes que competem com a Palavra.  Dores e feridas

precisam de cura. Estas pessoas precisam de uma limpeza séria e profunda por baixo do

solo.  Tiago nos adverte quanto ao problema da ira e continua dizendo, “Portanto, livrem-se

de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra

implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los” (1.21).  Este coração precisa de

tratamento antes de poder receber a Palavra.  Tiago destaca três problemas: impureza moral,

maldade e orgulho ou egocentrismo (falta de humildade).  Estes problemas precisam de cura,

mas só serão resolvidos através de arrependimento e quebrantamento.  A terra precisa ser

trabalhada para a semente poder entrar bem.

 

Esta semente até brota.  Parece ser bonita.  Mas não permanece.  Esta pessoa é imediatista. 

Jesus usa a palavra “logo” ao descrever esta pessoa.  Logo brota, logo recebe a palavra com

alegria, e logo a abandona (Mt 13.5, 20, 21).  Joga-se para a última idéia que aparece com a

esperança que isto fará uma diferença significativa em sua vida.  Mas não finaliza.  Ela

começa mil coisas.  Dezenas de livros, de planos devocionais, de votos de Ano Novo, de

compromissos de perder peso, de levantar mais cedo e assim em diante.  Estas pessoas não

têm firmeza.  São levadas pelas ondas passageiras.  Procurar trabalhar com estas pessoas é

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como construir na areia.  Quando aparecer uma tempestade, dificuldades ou provas, não

permanecem.  Dizem que darão seqüência, se alegram com um encontro de mentoria ou

aconselhamento, mas não mudam.

 

Infelizmente, a própria igreja facilmente nutre a mentalidade imediatista, criando novas ondas

semanalmente.  Pula de um tema para outro com uma rapidez que não permite ninguém criar

raízes.  Domingo à noite é um tema, na reunião no meio da semana ou célula é outro tema;

na escola bíblica dominical já é outro e o seguinte domingo o furacão de novos temas começa

de novo.  A diversidade tem seu lugar.  Mas uma igreja teria possibilidades bem maiores de

amadurecer se houvesse um foco numa área específica, pelo menos uma vez a cada ano,

onde todos os ângulos desta área fossem abordados.

 

Quem se importa em trabalhar a terra cria ambiente para receber a Palavra, para nutrir a

semente.  Sabe separar um tempo e um lugar para dar espaço para a semente entrar fundo. 

Sabe o valor de chegar à igreja cedo e preparar seu coração; de ficar após o encerramento

em silêncio ouvindo a Deus.[1]

 

Como está seu coração?  Como você descreveria a parte abaixo da superfície que outros não

enxergam?  Tem raízes que precisam ser arrancadas?  Tem pedras que competem com a

Palavra e dificultam de você realmente a receber?  Se a Palavra te alegra, mas não existem

mudanças que permanecem, crescimento visível, possivelmente você precisa prestar mais

atenção a olhar para dentro de seu coração.  Já que nossos corações são extremamente

enganosos, se for sério quanto a isto, procure a ajuda de outra pessoa.  Alguém com

experiência e maturidade na área de discernimento e tratamento de corações pode lhe ajudar

a sondar seu coração e tratar os problemas escondidos.  Melhor ainda se também houver um

grupo pequeno que se compromete a caminhar junto nessa jornada já que poucos problemas

sérios com raízes profundas se resolvem rapidamente.

 

O terceiro tipo de solo, o espinhoso, é aquele onde tem boa terra, sem empecilhos para as

raízes descerem e se firmarem.  Esta pessoa é razoavelmente resolvida, saudável, curada,

equilibrada.  Mas este solo fica sufocado por duas coisas, a primeira sendo as

preocupações ou cuidados desta vida.  Nossa vida simplesmente é cheia demais.  Não tem

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espaço para quase nada.  A Palavra chega, entra bem em nosso coração, brota de forma

saudável e morre por falta de ar, sol e água. 

 

Esta pessoa não tem uma vida simples.  Sua vida está cheia de responsabilidades e

atividades.  Não sabe dizer “não”.  Não sabe se podar.  Ao não ser podado, acaba não dando

fruto.  Pode até ser uma árvore ou videira de linda aparência, mas a energia toda vai para

manter as atividades; não sobra energia para dirigir-se para os frutos que permanecem.  O

próprio ativismo ministerial pode ser nosso Inimigo Número Um.  Nos enchemos com as

preocupações ministeriais e não temos espaço para deixar Deus nos guiar, orientar, nortear.

 

O segundo fator sufocador é o engano das riquezas.  Muitos nos perdemos na procura de

melhorar nossas condições econômicas.  Este mundo se torna bem mais real do que o mundo

espiritual e eterno.  Dois empregos.  Trabalhar de dia e estudar a noite.  Correr atrás de novo

carro.  De uma casa maior.  Claro que tem um tempo para tudo.  Mas se não nos cuidamos,

focalizar em coisas materiais pode ser um “tempo” que nunca termina.  Nos descobrimos

investindo fundo nas coisas que estão aqui hoje e amanhã sumiram.  Coisas que enferrujam;

que são roubadas.  Nosso coração se perde nelas.  Fazemos delas nosso tesouro, o alvo de

nossos maiores empreendimentos. 

 

A Palavra de Deus, a voz dele, o eterno não tem espaço para crescer e frutificar em tal

ambiente.  Temos frutos sim, mas não aqueles que são eternos.  Todas essas coisas são

importantes: emprego, renda, estudos, carro, casa.  Mas precisam ser vistos claramente como

meios para um fim maior, o fim de nos liberar para ter mais tempo e energia para as coisas

eternas, para dar fruto que permanece. 

 

Queremos ser o quarto tipo de solo.  Lucas acaba descrevendo esse solo com detalhes. 

Ele indica seis características (8.15).  Ele é:

1. Bom (grego: kalos): formoso, atraente, virtuoso, seja em aparência ou utilidade,

harmonioso.  Essa harmonia é traduzida por “honesta” pela KJV e NAS em inglês. 

Esta pessoa é atraente com uma vida harmoniosa.  O fruto do Espírito se manifesta

naturalmente porque as fontes de água viva fluem nela.

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2. Generoso (grego: agathos): bom por dentro, caráter interno, integridade que produz

resultados.  Barnabé é descrito por esta palavra (At 11.24), um homem íntegro que faz

uma diferença.  Esta pessoa tem frutos internos, os do Espírito, e externos, os

resultados na formação de vidas que multiplicam.

3. Ouvinte da Palavra: discerne a voz de Deus, tem um encontro divino, deixa a Palavra

agir de forma sobrenatural, penetrando até dividir alma e espírito, juntas e medulas, e

julgar os pensamentos e intenções do coração (Hb 4.12).  Esta pessoa é sedenta,

faminta para as coisas de Deus.  Procura a voz dele, presta atenção e modifica sua

vida baseado nisso.

4. Retentor da Palavra (grego: katechó): agarra, possui, se apega.  Nas palavras de

Paulo, põe à prova todas as coisas e fica com o que é bom (1 Ts 5.21).  Não abre

mão.  Um diário espiritual ajuda tremendamente quanto a reter o que Deus fala para

nós.  Quase todos nós esquecemos o que recebemos de Deus dentro de uns dias, se

não dentro de umas horas.  Um diário espiritual e o repasse do que escrevemos pode

fazer uma diferença notória em reter a Palavra e em reconhecer quando estamos

falhando nisso. 

Esta pessoa tem uma solidez, uma profundidade que quando for arranhada, a graça de Deus

se revela, a Palavra de Deus se manifesta.  Está pessoa não apenas lê a Palavra, mas medita

nela, a estuda, a memoriza.

5. Frutífero: pratica o que recebe (Tg 1.22-25) e se multiplica.  Uma tradução descreve

essa qualidade assim: “Contando constantemente aos outros, que também logo crêem”

(BV).  Lembra-nos da multiplicação das quatro gerações em 2 Tm 2.1,2.  Esta pessoa

tem discípulos.  Acredita que o Pai lhe deu certas pessoas para investir fundo nelas e

ver a vida de Jesus se multiplicar nelas.

Este quarto tipo de solo se destaca por ser frutífero.  Existem frutos do Espírito (interno) e

frutos de discipulado, multiplicando a vida de Jesus em outras pessoas (externo).  Na

verdade, um fruto acaba se demonstrando no outro.  Nenhum permanece sem o outro.  O

fruto do Espírito é a vida invisível que produz mudanças de vida visíveis.

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As mudanças mais objetivas e visíveis se demonstram em sermos um discípulo de Jesus e

nos multiplicar em fazer discípulos, pessoas nas quais Jesus se multiplica através de nós. 

Passamos de ser simples solo para sermos semeadores!  Nos importamos não apenas com o

solo de nosso coração e sim com nutrir, limpar e regar o solo dos corações de outras

pessoas.  Nós nos tornamos discipuladores.

6. Perseverante (grego: hupomoné): não desistindo em circunstanciais adversas ou

provações.  Fiel (BV).  Esta pessoa estabelece certos projetos de vida, tanto vocacional

como ministerial, tanto externo como interno.  Ela começa, caminha e finaliza.  Ela tem

relacionamentos sólidos, de longa duração.  Ela não pula de igreja em igreja.  Ela é

firme, seja em áreas internas, seja no compromisso de discipular outras pessoas.  Esta

pessoa tem a satisfação de dizer em diversos mo-mentos o que Jesus falou,

“Completei a obra que me deste para fazer” (Jo 17.4).

Para concluir, dificilmente alguém consegue ter esse perfil sozinho.  Precisamos de

alguém que cuide de nosso coração, o nutra e o regue.  Paulo diz que ele semeou, Apolo

regou e Deus deu o crescimento.  Ele enxerga a si mesmo e a Apolo como cooperadores de

Deus (1 Co 3.5-9).  Todos precisamos dessas pessoas, sejam companheiros num grupo

pastoral, um companheiro de oração ou um mentor.  Sozinho não!

 

Perguntas para reflexão e discussão

1. Com qual dos solos mais me identifico?

2. O que preciso fazer baseado nisso?

3. Quem pode me ajudar a caminhar para ter um coração com solo mais frutífero?

4. Tenho discípulos?  Estou demonstrando os frutos externos do solo frutífero?

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[1] Deixe-me registrar algo que me angustia no final de muitos cultos, seja na igreja, seja em

congressos.  Tantas vezes os músicos começam a tocar, como se fosse a hora deles.  Não é

a hora deles.  É a hora de Deus.  A Palavra acabou de ser ministrada.  Quem quer conversar

com alguém, orar juntos, muitas vezes é obrigado a fugir do templo ou auditório para ser

ouvido.  A ministração pessoal e individualizada que essa pessoa precisa não tem ambiente

ou espaço.  Ao meu ver isto contribui muito ao primeiro solo onde Satanás consegue levar-

nos a esquecer da mensagem antes até mesmo de sair do local

"Ouvi, pois, vós a parábola do semeador. A todo o que ouve a palavra do reino e não a

entende, vem o Maligno e arrebata o que lhe foi semeado no coração; este é o que foi

semeado à beira do caminho. E o que foi semeado nos lugares pedregosos, este é o

que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes

é de pouca duração; e sobrevindo a angústia e a perseguição por causa da palavra,

logo se escandaliza. E o que foi semeado entre os espinhos, este é o que ouve a

palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e

ela fica infrutífera. Mas o que foi semeado em boa terra, este é o que ouve a palavra, e a

entende; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta." (Mt. 13:18-23)

Se você examinar com calma e prestar bem atenção no ensino desta parábola, você vai

perceber o quanto é profundo o que Jesus ensinou. Vale pra toda vida, e

principalmente para nossas vidas hoje. Seu coração é o terreno, a semente é a palavra,

o semeador pode ser qualquer um que pregue a palavra. 

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Esta parábola nos mostra quatro tipos de terrenos e como é a reação de cada um

quando a palavra toca seu solo (coração).

1.Beira do caminho - Há uma guerra acontecendo no reino espiritual ao pregar o

evangelho a alguém. Neste contexto, satanás rouba a palavra que é semeada, no

mesmo instante em que está sendo semeada.

2.Terreno pedregoso - Recebe a palavra com muita empolgação, mas não se aprofunda

em Deus, não se compromete sinceramente, quando vem a dificuldade, a pressão,

desisti. Às vezes parece que vai romper. Parece que vai avançar, mas fica só na

aparência. Bem, se não tem raiz não vai adiante.

3.Terreno espinhoso - Até permanece por um tempo, porém, o amor pelas coisas do

mundo ainda permanecem no coração. Há 5 áreas super perigosas na vida de um

cristão. São as seguintes: 

a)Sexo - prostituição, pornografia, sensualidades, etc... 

b)Vícios - álcool, droga, jogo, etc... 

c)Dinheiro - amor ao dinheiro, luxúria, trabalho excessivo por mais dinheiro, dívidas,

etc... 

d)Orgulho - soberba, arrogância, altivez de coração, prepotência, etc... 

e)Religiosidade - práticas espirituais (oração, jejum, comunhão, louvor, leitura da

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palavra) sem vida, legalismo, hipocrisia espiritual, etc... Estas coisas sufocam a

palavra, e ela não produz frutos, pois o coração está dividido com as coisas do mundo.

4.Boa terra - Este é o que recebe a palavra de bom e grato coração. Neste terreno há

profundidade, inteireza de coração, perseverança, genuíno arrependimento e

sinceridade. Mas acima de tudo, um ardente desejo de ser um Vencedor diante de Deus

e dos homens, alguém que faz diferença, que produz frutos.

Minha sincera oração é para que o Espírito de Deus nos mostre que tipo de coração

temos tido diante de DEle. Traga arrependimento sincero, e mais, que Ele nos conceda

sermos vencedores em um mundo de derrotados.

Porque a palavra não está frutificando?Na parábola do Semeador, Jesus falou sobre quatro tipos de solo: o solo impenetrável, o superficial, o

ocupado e o fértil. Os três primeiros não frutificaram. No primeiro a semente não chegou sequer a brotar.

Nos dois seguintes: o solo rochoso e o solo tomado pelo espinheiro, a semente brotou, mas não frutificou.

Vamos examinar o que aconteceu com a semente que caiu no meio dos espinheiros. Esse é o solo

disputado por outras coisas além da semente. É o solo ocupado por outras coisas. Ouçamos o próprio

Senhor Jesus: “Outra parte caiu entre os espinheiros; e os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu

fruto [...]. Os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a Palavra, mas os cuidados do mundo, a

fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a Palavra, ficando ela infrutífera” (Mc

4.7,18,19).

Vejamos quais as características de um coração ocupado:

1. Um coração ocupado ouve a Palavra, mas dá atenção a outras coisas –Marcos diz que a semente

caiu entre os espinhos (Mc 4.7) e Lucas diz que os espinhos cresceram com a semente (Lc 8.7). Esses

espinhos formavam uma cerca viva fechada, no meio do qual alguns pés de cereal até conseguiam

crescer, mas ficavam medíocres e não carregavam a espiga. Esse coração é como um campo de batalha

disputado. O espírito do mundo o inunda como uma enxurrada e sufoca a semente da Palavra. Uma

multiplicidade de interesses toma o lugar de Deus. Há outras coisas que fascinam sua alma. Esse ouvinte

não tem ordem de prioridade correta, pois são muitas as coisas que tratam de tirar a Cristo do lugar

principal.

2. Um coração ocupado é sufocado pela concorrência dos cuidados do mundo – Esse ouvinte chegou

a ouvir a Palavra, mas os cuidados do mundo prevaleceram (Mc 4.18,19). O mundo falou mais alto que o

evangelho. As glórias do mundo tornaram-se mais fascinantes que as promessas da graça. A

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concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida tomaram o lugar de Deus na

vida desse ouvinte. Ele pode ser chamado de um crente mundano. Ele quer servir a dois senhores. Ele

quer agradar a Deus e ser amigo do mundo. 

3. Um coração ocupado é sufocado pela concorrência da fascinação da riqueza – Esse ouvinte dá

mais valor à terra que ao céu; mais importância aos bens materiais do que a graça de Deus. O dinheiro é o

seu deus. A fascinação da riqueza fala mais alto que a voz de Deus. O esforço para conseguir posição

social, por meio de posses, segurança material, traz ansiedade tal que sufoca as aspirações por Deus.

4. Um coração ocupado é sufocado pela concorrência de muitas ambições -O evangelista Marcos fala

de “demais ambições” e Lucas fala dos “deleites da vida”. Esse ouvinte é obcecado pelos prazeres da vida.

Ele é um hedonista e não um cristão.

5. Um coração ocupado é infrutífero - A semente fica mirrada. Ela nasce, mas não encontra espaço para

crescer. Ela chega até a crescer mais não produz fruto. Esse ouvinte desvirtua-se numa coisa aparente,

numa casca vazia, numa sombra pálida. É como a igreja de Sardes, tem nome de que vive, mas está

morto.

Rev. Hernandes Dias Lopes