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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO APELAÇÃO CÍVEL N° 335508-CE (2001.81.00.024939-7) CACC (200181000249397_20070829) 1 RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL CESAR CARVALHO (CONVOCADO) APTE: INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL ADV/PROC: JOSÉ ELMAR FURTADO ARRUDA e outros APDO: JOÃO BATISTA URBANO OLIVEIRA ADV/PROC: MARIA DE FÁTIMA SILVEIRA PEREIRA REMTE: JUÍZO FEDERAL DA 3ª VARA – FORTALEZA/CE EMENTA PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DE TEMPO COMUM EM ESPECIAL. COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE INSALUBRE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. JUROS DE MORA. – A conversão de tempo comum em especial é possível até 28 de maio de 1998, sendo a contagem do tempo regida pela legislação vigente à época da prestação do serviço. - Para a conversão de tempo comum em especial, deve o interessado comprovar o exercício de atividades sujeitas a agentes agressivos no período pretendido. - Na hipótese dos autos, o autor demonstrou satisfatoriamente que exercia suas funções em condições insalubres no período acatado pela sentença. – Consoante jurisprudência recente do STJ, após a edição da Medida Provisória n° 2.180-35/2001, os juros moratórios nas ações previdenciárias devem ser fixados em 6% ao ano. – Os honorários advocatícios devem ser adequados aos termos da súmula n° 111 do STJ. - Apelação do INSS improvida. Remessa oficial parcialmente provida. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Primeira Turma do egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação e dar parcial provimento à remessa, nos termos do voto do relator e notas taquigráficas constantes dos autos, que integram o presente julgado. Recife, 02 de agosto de 2007 (data do julgamento). DESEMBARGADOR FEDERAL CESAR CARVALHO RELATOR (CONVOCADO).

Paradigma AP Comum Para Especial Trf5 Ac_335508_ce_02.08.2007

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DECISÃO DO TRF5 SOBRE APOSENTADORIA COMUM PARA ESPECIAL

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  • PODER JUDICIRIO

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5 REGIO

    APELAO CVEL N 335508-CE (2001.81.00.024939-7)

    CACC (200181000249397_20070829) 1

    RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL CESAR CARVALHO (CONVOCADO) APTE: INSS INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL ADV/PROC: JOS ELMAR FURTADO ARRUDA e outros APDO: JOO BATISTA URBANO OLIVEIRA ADV/PROC: MARIA DE FTIMA SILVEIRA PEREIRA REMTE: JUZO FEDERAL DA 3 VARA FORTALEZA/CE

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. CONVERSO DE TEMPO COMUM EM ESPECIAL. COMPROVAO DE ATIVIDADE INSALUBRE. HONORRIOS ADVOCATCIOS. JUROS DE MORA. A converso de tempo comum em especial possvel at 28 de maio de 1998, sendo a contagem do tempo regida pela legislao vigente poca da prestao do servio. Para a converso de tempo comum em especial, deve o interessado comprovar o exerccio de atividades sujeitas a agentes agressivos no perodo pretendido. Na hiptese dos autos, o autor demonstrou satisfatoriamente que exercia suas funes em condies insalubres no perodo acatado pela sentena. Consoante jurisprudncia recente do STJ, aps a edio da Medida Provisria n 2.180-35/2001, os juros moratrios nas aes previdencirias devem ser fixados em 6% ao ano. Os honorrios advocatcios devem ser adequados aos termos da smula n 111 do STJ. Apelao do INSS improvida. Remessa oficial parcialmente provida.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima

    indicadas, decide a Primeira Turma do egrgio Tribunal Regional Federal da 5 Regio, por unanimidade, negar provimento apelao e dar parcial provimento remessa, nos termos do voto do relator e notas taquigrficas constantes dos autos, que integram o presente julgado.

    Recife, 02 de agosto de 2007 (data do julgamento).

    DESEMBARGADOR FEDERAL CESAR CARVALHO RELATOR (CONVOCADO).

  • PODER JUDICIRIO

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5 REGIO

    APELAO CVEL N 335508-CE (2001.81.00.024939-7)

    CACC (200181000249397_20070829) 2

    RELATRIO

    O DESEMBARGADOR FEDERAL CESAR CARVALHO RELATOR (CONVOCADO):

    Joo Batista Urbano Oliveira ajuizou ao contra o INSS

    almejando a concesso de aposentadoria, com converso de tempo especial. A ilustre sentenciante julgou procedente o pedido,

    determinando a concesso da aposentadoria. Apelao do INSS pela impossibilidade de converso de tempo

    especial em comum. RELATEI.

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    APELAO CVEL N 335508-CE (2001.81.00.024939-7)

    CACC (200181000249397_20070829) 3

    V O T O

    O DESEMBARGADOR FEDERAL CESAR CARVALHO RELATOR (CONVOCADO):

    possvel a converso de tempo especial em comum at maio

    de 98, desde que comprovada a sujeio aos agentes nocivos no perodo, pois a contagem do tempo regida pela legislao vigente poca da prestao do servio.

    No caso dos autos, o autor demonstrou (fls. 14/22) que

    trabalhava nessas condies durante o perodo aduzido na sentena, porquanto sujeito a vrios agentes agressivos, conforme demonstram os laudos e formulrios acostados.

    Destarte, correta a converso determinada pela douta deciso,

    da qual transcrevo os seguintes excertos que bem expem a situao (fls. 68/70):

    10. Dito isto, no caso em tela, tenho que dois so os pontos nodais da demanda, a saber, a comprovao da insalubridade da atividade exercida e o direito converso da atividade especial em tempo normal. (...) 12. Assim, desejando o segurado a obteno de aposentadoria especial integral deve cumprir a totalidade do lapso temporal exigido pela lei. Em contrapartida, aos que no completaram o tempo total, como o caso do autor, a jurisprudncia pacfica no sentido atribuir-lhes direito converso do tempo especial em tempo normal: (...) 13. Por sua vez, o tempo de servio prestado na empresa TELECEAR est comprovado. Por outro lado, entendo que a insalubridade do servio tambm deve ser reconhecida. Explico. 14. que, pelos documentos de fls. 14/22, fica clara a exposio habitual e permanente a agentes agressivos no perodo referido na exordial, a exemplo de exposio a elevados rudos (agente fsico), guas ftidas (risco biolgico), fumos de solda (risco qumico) e choques eltricos (risco de acidente). 15. Ressalte-se que nem mesmo a alegao de que a atividade do autor no est inserida no rol de servios insalubres apta a refutar a pretenso, eis que a jurisprudncia j decidiu que o rol legal meramente exemplificativo: (...)

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    CACC (200181000249397_20070829) 4

    Em dois pontos, contudo, a deciso divergiu do posicionamento

    majoritrio do STJ. Questes que reformo por fora do duplo grau de jurisdio obrigatrio (art. 475 do CPC).

    Quanto aos juros de mora, a jurisprudncia mais recente do

    STJ tem entendido que devem ser fixados em 6% ao ano, a partir da citao, mesmo para benefcios previdencirios, por fora da MP 2180-35/2001 (por exemplo, REsp 906.067/MG, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJ 19/04/2007, e AgRg no REsp 833.271/RS, Rel. Min. Paulo Medina, Sexta Turma, DJ 16/10/2006).

    Em relao aos honorrios advocatcios, observo que devem

    ser adequados aos termos da smula 111 do STJ, ou seja, devem ser calculados com base nas parcelas vencidas at a prolao da sentena, mantido o percentual de 10%.

    Com essas breves consideraes, dou parcial provimento

    remessa to-somente para reduzir os juros moratrios para 6% ao ano e adequar os honorrios advocatcios ao disposto na smula 111 do STJ e nego provimento apelao do INSS.

    ASSIM VOTO.

    12112317050484100000000033277

    Nmero do Processo: 0800779-70.2012.4.05.8100Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a:otoniel ajala douradoData e hora da assinatura: 23/11/2012 17:06:17Identificador: 4058100.33027https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam