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PARADIGMAS CURRICULARES ALTERNATIVOS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: INVESTIGANDO NOVAS FORMAS DE CONCEBER E CONSTRUIR O CONHECIMENTO NO ENSINO SUPERIOR

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A presente comunicação destaca estudos desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa Formação de Professores e Paradigmas Curriculares na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no Programa de Pós Graduação em Educação: Currículo nos últimos dois anos. O grupo de mestrandos e doutorandos, sob a orientação científica do Prof. Dr. Marcos Masetto, tem como problemática de pesquisa a investigação de inovações curriculares no Ensino Superior que não se concentrem em aspectos isolados do currículo, mas que incidam sobre um conjunto elaborado de pressupostos norteadores de um paradigma curricular alternativo e a consequente preparação de docentes para esses projetos inovadores consolidados e em consolidação no Brasil.Os referenciais teóricos adotados, além de Thomas Kuhn, que destaca o conceito de paradigma, estão relacionados a autores que investigam a temática currículo, epistemologia e formação de professores em diferentes perspectivas que serviram de base para a construção de elementos que integram um paradigma curricular e servem como diretriz orientadora na análise das experiências educacionais. Tem-se a expectativa crescente de que um paradigma inovador de ensino e formação voltado a uma concepção integral e não fragmentada de conhecimento, encontre novos caminhos para romper com o ideário positivista que repartiu os currículos dos cursos de forma linear e disciplinar deixando marcas profundas nas intenções e ações das instituições e nos profissionais da educação que nela atuam.

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TAVARES,  C.  et.  al.  (2007)  Paradigmas  curriculares  alternativos  e  formação  de professores:  investigando novas  formas de  conceber e  construir o  conhecimento no ensino superior.  In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

 

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INTRODUÇÃO

A presente comunicação destaca estudos desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa Formação  de  Professores  e  Paradigmas  Curriculares  na  Pontifícia  Universidade Católica  de  São  Paulo,  Brasil,  no  Programa  de  Pós  Graduação  em  Educação: Currículo,  desde  a  sua  criação,  em  2004  até  os  dias  atuais.  Esse  grupo  tem investigado  a  existência  de  Projetos  Curriculares  Alternativos  à  luz  das  Teorias Curriculares e de Projetos Curriculares Alternativos no Ensino Superior. Uma das preocupações  é  que  esses  projetos  não  se  concentrem  em  aspectos  isolados  do currículo,  mas  que  incidam  sobre  um  conjunto  elaborado  de  pressupostos norteadores de um paradigma curricular alternativo e a consequente preparação de  docentes  para  esses  projetos  inovadores  consolidados  e  em  consolidação  no Brasil. 

CONTEXTUALIZAÇÃO DO GRUPO DE PESQUISA

O grupo, formado por mestrandos e doutorandos, sob a orientação científica do Prof.  Dr. Marcos Masetto,  iniciou  em 2004  estudos  e  investigações  a  respeito  da formação  de  professores  do  ensino  superior  e  sua  relação  com  as  teorias curriculares.  Esse  grupo  de  pesquisa  tem  como  objetivo  central  a  realização  de investigações em diferentes projetos inovadores do Ensino Superior, realizados ou em  andamento  em  diferentes  áreas  de  formação  de  profissionais,  analisando  a preparação  de  docentes  para  a  compreensão  destes  projetos  inovadores  e consequente  planejamento  e  implementação  de  uma  prática  pedagógica diferenciada. 

A  natureza  das  investigações  relacionam‐se  a  estudos  teóricos  a  partir  de pesquisadores que vêm publicando atualmente sobre o tema, bem como a pesquisa empírica  em  projetos  piloto  ou  já  consolidados  voltados  à  inovação  no  Curso Superior que se constituem fontes de dados à pesquisa qualitativa que se vale de instrumentos  como  a  análise  de  documentos,  visitas  e  observações  no  locus  de estudo, entrevistas a coordenadores, docentes e alunos desses cursos. 

A sistematização das investigações têm contribuído com a ampliação de estudos a serem tematizados na linha de pesquisa em Formação de Professores, para além do  Programa  de  Pós  graduação  em  Educação  Currículo  da  Puc‐SP,  do  qual  faz parte, interagindo com outros espaços académico‐ científicos. 

As  primeiras  ideias  para  a  formação  do  grupo  originaram‐se  no  XII  Encontro Nacional de Didática e Pesquisa – ENDIPE, realizado em Curitiba‐PR, Brasil. Nesse encontro  foi  lançada  uma  reflexão  sobre  o  PBL,  Problem  Based  Learning, abordando‐o  como  uma  inovação  que  não  se  tratava  apenas  de  uma  mudança pontual  que  culminaria  em  uma  substituição  de  disciplinas  na  chamada  grade curricular,  ou então outra metodologia  adotada por professores  em sala de  aula. 

TAVARES,  C.  et.  al.  (2007)  Paradigmas  curriculares  alternativos  e  formação  de professores:  investigando novas  formas de  conceber e  construir o  conhecimento no ensino superior.  In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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No  texto  da  palestra Masetto  (2004)  questionou  a  possibilidade  de  aplicação  do PBL nos  cursos de Formação de Professores,  com um enfoque em uma  inovação que abrangesse todos os elementos que compõem um curso. Foram citados como exemplo  cursos,  principalmente  na  área  de  Medicina  e  Engenharia,  onde  essas mudanças ja estavam sendo experimentadas e consolidadas como a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), a Universidade de Marília, o currículo integrado no curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL), os cursos da USP  LESTE,  o  currículo  cooperativo  em  engenharia  na  POLI,  Universidade  de São Paulo e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o curso de Direito da  Fundação  Getúlio  Vargas  em  São  Paulo,  Universidade  Estadual  do  Paraná (litoral) e outros. 

O  ano  de  2005  foi  dedicado  aos  estudos  inicias  do  grupo,  que  se  realizavam através  de  encontros  presencias  e  a  distância.  Os  encontros  a  distância  eram realizados  no  ambiente  virtual  de  aprendizagem  Teleduc.  No  ambiente  virtual foram arquivadas as atas de reunião, debateu‐se questões no fórum para debates, e nos portfólios  individuais os participantes colocaram seus arquivos, documentos, análises,  resenhas  e  artigos  relacionados  à  temática.  Durante  esse  periodo investigou‐se  o  que  poderia  ser  caracterizado  como  um  paradigma  curricular, buscando  identificar  quais  aspectos  integrariam  este  paradigma,  bem  como  a proposição de um paradigma curricular alternativo para um curso de Formação de Professores.  Também  estudou‐se  autores  que  abordassem  a  temática  currículo, com o objetivo de delimitar o que efetivamente  seria um paradigma curricular e quais elementos o integrariam 

Os  estudos  prossegiram  e  ja  em  2006,  o  grupo  desenvolveu  e  participou  das seguintes atividades:  

- Participação  no  Seminário  Internacional  de  Inovações  no  Ensino Superior  ‐  São  Paulo  USP  Leste,  Março  de  2006.  Posteriormente  ao seminário,  o  grupo  refletiu  sobre  quais  propostas  apresentadas  no seminário  poderiam  ou  não  ser  consideradas  novos  paradigmas curriculares;  

- Participação  em  Seminário  com  Prof.  Dr.  Claudio  Roberto  de  Freitas Pacheco,  coordenador  do  Projeto  de  Cursos  Cooperativos  da  Escola Politécnica  da  USP  ‐  São  Paulo  PUC‐SP.  Dessa  participação  surgiu  um debate sobre o projeto apresentado pelo professor à luz dos conceitos de paradigmas curriculares;  

- Participação  na  III  Conferência  Amforth  para  a  América  Latina  ‐  São Paulo,  SENAC. O grupo analisou as propostas  curriculares de  cursos de Turismo apresentadas neste evento; 

- Apresentação  do  trabalho  Paradigmas  Curriculares  para  Formação  de Docentes:  Princípio  de  Provisoriedade  no  XIII  Encontro  Nacional  de Didática e Pesquisa, ENDIPE, em Recife.  

TAVARES,  C.  et.  al.  (2007)  Paradigmas  curriculares  alternativos  e  formação  de professores:  investigando novas  formas de  conceber e  construir o  conhecimento no ensino superior.  In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

 

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Alguns textos ja foram produzidos pelos membros do grupo, como Paradigmas curriculares: novos enfoques qualitativos para a pesquisa em educação  superior; Paradigma  curricular  para  a  formação  de  docentes:  princípio  de  provisoriedade (publicado nos anais do congresso Endipe 2006) e Um paradigma interdisciplinar para a formação do cirurgião dentista (capítulo de livro).  

Em 2006 o grupo Formação de Professores e Paradigmas Curriculares passa a ser  reconhecido  oficialmente  pelo  CNPQ,  Conselho  Nacional  de  Pesquisa,  e  é certificado pela Puc‐SP.  

REFERENCIAL TEÓRICO E ELEMENTOS DE UM PARADIGMA CURRICULAR

O  paradigma  conservador  presente  no  universo  nos  últimos  quatro  séculos, reconhecido  como  newtoniano‐cartesiano,  teve  sua  origem  no  movimento  da ciência moderna, com foco no pensamento positivista e deixou marcas profundas nos  profissionais  da  educação.  O  paradigma  conservador  organizou  a  ciência, repartiu  o  conhecimento  em  áreas  e  essas  em  cursos,  subdivididos  em  anos, disciplinas  e  períodos  de  bimestres  ou  semestres.  Os  currículos  dos  cursos adquiriram  uma  forma  linear  e  disciplinar  para  concretizar  a  organização  dos alunos.Os  docentes  nesse  contexto  passaram  a  ministrar  suas  disciplinas completamente desvinculados das propostas dos demais professores e mantendo o paradigma  conservador  em  sua  ação  de  mera  transmissão  e  aquisição  de informações.Um olhar mais crítico voltado a esse contexto universitário acentua a necessidade de uma abordagem de ensino que supere a reprodução tendo em vista a  produção  de  novos  conhecimentos.  Entende‐se  como  uma  produção  de conhecimentos que permita a formação de profissionais como homens e mulheres éticos,  autônomos,  reflexivos,  críticos  e  transformadores  que  ao  inovar  como profissionais  da  educação,  podem  oferecer  uma  melhor  qualidade  de  vida  para seus alunos e por extensão para a população em geral, atentando‐se para o fato de que  se  vive  num mundo  global  e  o  exercício  da  docência  também é  responsável pela construção de uma sociedade mais justa e igualitária. (cf. Behrens, 2006) 

Parece  hoje  consensual  no  entendimento  de  Cardoso  (2002)  que  os  sistemas educativos  devem  ser  orientados  para  a  inovação,  como  forma  de  responderem aos  novos  e  variados  desafios  que  se  colocam  à  educação,  resultantes  das transformações  científicas  tecnológicas,  económicas,  socioculturais  e  ideológicas, em  contexto  mundial,  principalmente  a  partir  da  revolução  industrial,  o  que acentua a distância entre o modelo tradicional de ensino vigente e aquele que seria desejável  para  fazer  face  aos  atuais  desafios  educacionais  e  que  questionam  a figura do professor, atribuindo‐lhe um papel mais crítico e interventivo para o qual necessita  ser  preparado. A  influência da  formação  continuada dos professores, ao nível de suas atitudes para com a inovação, leva­nos a admitir que a formação pode ser um  importante veículo de modificação de crenças e de atitudes tradicionais dos 

TAVARES,  C.  et.  al.  (2007)  Paradigmas  curriculares  alternativos  e  formação  de professores:  investigando novas  formas de  conceber e  construir o  conhecimento no ensino superior.  In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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docentes, contribuindo para uma permanente atualização e valorização profissional e pessoal. (Cardoso, 2002, p.15) 

A  partir  da  leitura  de  autores  como  Antônio  Ribeiro  (1996),  José  Pacheco (1996),  Gimeno  Sacristán  (1998),  Neusi  Berbel  (1998),  Tomaz  Tadeu  da  Silva (1995;  2001),  Alice  Lopes  e  Elizabeth  Macedo  (2002),  Inês  Oliveira  (2004)  e Miguel  Zabalza  (2004),  o  grupo  compreendeu  a  necessidade  de  aprofundar  os estudos em relação a qual ou quais paradigmas dão conta da atual complexidade do fazer currículo na Educação Superior. Assume‐se então o paradigma curricular como uma teoria estruturada para uma ação educativa envolvendo uma visão de homem, uma concepção de educação, de história e sociedade. É uma estrutura de modelos e crenças educacionais delineando os princípios norteadores do trabalho, sendo  considerado  também  um  conjunto  de  pressupostos  epistemológicos  que influenciam a ação educacional. Ele tem a responsabilidade de pensar e concretizar a estrutura curricular em si. 

Como  referências  correntes  utilizadas  pelo  grupo  de  pesquisa,  cabe  aqui mencionar  tanto  a  proposição  de  Kuhn,  como  as  respectivas  adaptações  que  o grupo adotou para discutir a temática de inovações curriculares.  

Apropriou‐se o conceito de paradigama de Thomas Kuhn (2000, p.13), onde o mesmo  é  visto  como  “as  realizações  científicas  universalmente  reconhecidas  que, durante  algum  tempo,  fornecem  problemas  e  soluções  modelares  para  uma comunidade  de  praticantes  de  uma  ciência”.  Esse  conceito  emergiu  no  livro  “A Estrutura das  revoluções  científicas”  (op  cit),  de  sua  autoria,  onde  o  autor  reflete sobre  de  que  forma  as  crises  e  anomalias  existentes  levam  a  uma  ruptura  dos paradigmas comumente aceitos por uma ciência e a adoção de outros. Demonstra ainda  que  esta  transição  não  acontece  de  forma  linear,  provocando  discussões, debates,  objeções,  enfim,  relações  de  poder  que  indicam  que  para  que  uma mudança  paradigmática  aconteça  não  basta  uma  emergência  de  problemas pontuais relativos ao atual estado do conhecimento de uma ciência, chamados pelo autor  de  problemas  decorrentes  da  ciência  normal,  mas  uma  nova  forma  de encarar o mundo e os processos sociais e históricos adjacentes a ele.  

 Assume‐se  então  o  paradigma  curricular  como  uma  teoria  estruturada  para uma  ação  educativa  envolvendo  uma  visão  de  homem,  uma  concepção  de educação,  de  história  e  sociedade.  É  uma  estrutura  de  modelos  e  crenças educacionais delineando os princípios norteadores do trabalho, sendo considerado também  um  conjunto  de  pressupostos  epistemológicos  que  influenciam  a  ação educacional.  Ele  tem  a  responsabilidade  de  pensar  e  concretizar  a  estrutura curricular em si. 

Assim, listamos abaixo elementos que consideramos ser parte de um paradigma curricular: 

TAVARES,  C.  et.  al.  (2007)  Paradigmas  curriculares  alternativos  e  formação  de professores:  investigando novas  formas de  conceber e  construir o  conhecimento no ensino superior.  In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

 

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1 – Princípios epistemológicos – Os princípios epistemológicos fundamentam‐se em três dimensões, sendo elas a visão de homem, a concepção de educação, bem como o contexto social, histórico, cultural e político; 

2  –  Gestão  institucional  e  participação  da  comunidade  –  A  gestão  aqui  é entendida  como  um  processo  que  define  as  formas  de  funcionamento  da instituição  e  as  abordagens  da  liderança  a  partir  do  Plano  de  Desenvolvimento Institucional  –  PDI  e  do  Projeto  Político  Pedagógico  –  PPP  e  todos  os  aspectos envolvidos  nestes  documentos.  Em  relação  à  participação  da  comunidade, considera‐se  não  apenas  os  participantes  inseridos  no  contexto  da  instituição como alunos, professores, gestores, funcionários, etc., mas formas de participação da  comunidade  exterior,  que  é  o  caso  de  empresários,  representantes  de associações  e  sindicatos,  profissionais,  familiares  dos  estudantes  e  até  mesmo moradores da proximidade da instituição; 

3 – Objetivos de  formação: um paradigma curricular considera quais objetivos são pretendidos pelo curso, em outras palavras, quais competências os aprendizes do curso necessitam desenvolver; 

4  –  Perfil  docente:  para  se  atingir  os  objetivos  de  formação  do  aprendiz,  é considerado  um  determinado  perfil  docente  a  ser  seguido  nos  processos  de recrutamento  e  seleção  dos  docentes  que  atuarão  no  curso,  ou mesmo  para  um projeto consolidado de formação contínua daqueles que já atuam no curso; 

5 – Perfil do aprendiz: assim como um paradigma curricular considera o perfil docente  como  um  de  seus  elementos,  também  é  relevante  levar  em  conta  as características  pessoais  e  profissionais  dos  aprendizes  que  iniciarão  o  curso  e também os egressos; 

6  – Relação  professor‐aluno,  aluno‐aluno  e  ensino‐aprendizagem:  para  que  se desenvolvam as  competências necessárias  ao  aprendiz,  um paradigma  curricular destaca  a  relação  existente  entre  docente  e  alunos,  bem  como  entre  alunos  ao longo do curso, e entre esses e o objeto do conhecimento de forma significativa e interativa.  Lembramos  que  o  aluno  não  aprende  somente  com  seus  professores, mas também com seus colegas de curso e com e no meio em que vive e atua; 

7  –  Metodologia  –  A  relação  ensino‐aprendizagem  mencionada  acima,  é orientada  por  uma  metodologia  ativa  de  aprendizagem  em  um  conjunto  de estratégias elaboradas e praticadas para se atingir os objetivos de aprendizagem esperados e estabelecidos pelo grupo. Como o ato de aprender é caracterizado por um  processo  dinâmico  de  desenvolvimento  em  que  o  transforma  e  constrói conhecimentos  em  parceria,  cabe  aqui  destacar  a  relevância  de  se  pensar  a variação  das  estratégias  a  ser  utilizadas  para  se  atingir  diferentes  objetivos  de aprendizagem; 

TAVARES,  C.  et.  al.  (2007)  Paradigmas  curriculares  alternativos  e  formação  de professores:  investigando novas  formas de  conceber e  construir o  conhecimento no ensino superior.  In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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8 – Tempo‐espaço – As questões de tempo e espaço indicam que um paradigma curricular  pode  optar  por  períodos  semestrais,  anuais,  quadrimestrais, dependendo  do  contexto  de  cada  instituição,  considerando  aqui  também  a organização  do  tempo  no  planejamento  diário,  em  outras  palavras,  o  tempo  de aula., e o tempo necessário ao estudo individual e coletivo do aprendiz. Os aspectos relacionados aos espaços exigem a construção de uma nova cultura que considere não somente a sala de aula física, mas maximize a utilização de outros ambientes como  bibliotecas,  laboratórios,  viagens,  práticas  profissionais,  acrescidos  de espaços virtuais propiciados pela Internet; 

9 – Avaliação – Finalmente, outro aspecto a ser considerado em um paradigma curricular é a seleção de uma abordagem em avaliação. Coerente com os princípios epistemológicos  do  paradigma,  com  a  concepção  de  educação  e  metodologia delineada. Convém ressaltar que essa avaliação tem como objeto não somente os aprendizes, mas também os educadores e a própria instituição. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao  apresentar  os  caminhos  já  trilhados  pelo  Grupo  de  Pesquisa  Formação  de Professores  e  Paradigmas  Curriculares,  seu  conexto  de  criação  e  os  referenciais teóricos  adotados,  os  autores  relataram  a  trajetória  de  pesquisa  vivenciada.  Nos estudos curriculares já iniciados percebe‐se elementos que permitem, ainda que de forma provisória discutir a metodologia, relação ensino‐aprendizagem, o perfil do estudante,  a  dimensão  espaço/tempo  e  alguns  indicadores  que  compõem  a avaliação  da  aprendizagem.  Há  uma  lacuna,  no  entanto,  nos  documentos analisados e disponíveis em meios eletrônicos ao público acadêmico em geral, com relação  à  aspectos  referentes  a  formação  de  professores  e  o  estilo  de  gestão delineado. Não encontrou‐se até o momento uma clara  concepção de educação e princípios  filosóficos  e  epistemológicos  suficientes  para  sustentar  um  novo paradigma curricular 

Tem‐se  a  expectativa  crescente  de  que  um  paradigma  inovador  de  ensino  e formação voltado a uma concepção  integral e não  fragmentada de conhecimento, encontre novos  caminhos para  romper  com o  ideário  positivista  que  repartiu  os currículos dos cursos de forma linear e disciplinar deixando marcas profundas nas intenções e ações das instituições e nos profissionais da educação que nela atuam. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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