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Página 1 MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO RESPIRATÓRIAS E IMUNOPREVENÍVEIS PARALISIAS FLÁCIDAS AGUDAS CAPÍTULO I ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA DOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS O Sistema nervoso é o coordenador de todas as atividades orgânicas, dentre as quais, a inteligência, as sensações e o controle dos movimentos. A atividade motora (o movimento) depende de uma sequencia de eventos que se inicia no córtex motor do cérebro (1º neurônio motor ou neurônio motor superior) e termina nos músculos, seguindo vias acessórias que envolvem interligações com estruturas sub-corticais como, gânglios da base, cerebelo, núcleos do tronco cerebral e, finalmente, com a medula espinhal. Na ponta anterior da medula, local da continuação dos comandos motores voluntários e da origem dos comandos motores involuntários, está o 2º neurônio motor (neurônio motor inferior). Alguns neurônios intermediários servem de conexão entre os neurônios motores superiores e inferiores. No que se refere ao controle dos movimentos, sabe-se que toda ação motora advém de um comando proveniente do cérebro ou de uma resposta originada na medula. Na realidade, mesmo que um comando motor seja originário do córtex Cerebral (voluntário) é necessário que esteja íntegra a conexão entre seus neurônios (1º neurônio motor) e os medulares (2º neurônio motor), para que o movimento seja executado. A interrupção desta conexão (cortes 1 e 2 figura 1), resulta em paralisia espástica, também denominada lesão de neurônio motor superior ou simplesmente sinal piramidal. Com exceção de apenas uns poucos movimentos finos e de muita destreza como os executados pelas mãos e dedos, todos os demais movimentos voluntários só podem ser conseguidos se houver a interferência dos centros sub-corticais sobre os neurônios motores da medula. Para os movimentos originados na própria medula (involuntários) verifica-se que estes se fazem sem a necessidade da conexão com os neurônios motores superiores e sem as estruturas sub-corticais. Para que haja uma resposta motora voluntária é necessário que esteja integro o trajeto entre os neurônios motores superiores (do córtex cerebral) e os neurônios motores inferiores (da medula).

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MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO RESPIRATÓRIAS E IMUNOPREVENÍVEIS

PARALISIAS FLÁCIDAS AGUDAS

CAPÍTULO I

ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA DOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS

O Sistema nervoso é o coordenador de todas as atividades orgânicas,

dentre as quais, a inteligência, as sensações e o controle dos movimentos.

A atividade motora (o movimento) depende de uma sequencia de eventos

que se inicia no córtex motor do cérebro (1º neurônio motor ou neurônio motor superior) e termina

nos músculos, seguindo vias acessórias que envolvem interligações com estruturas sub-corticais

como, gânglios da base, cerebelo, núcleos do tronco cerebral e, finalmente, com a medula

espinhal. Na ponta anterior da medula, local da continuação dos comandos motores voluntários e

da origem dos comandos motores involuntários, está o 2º neurônio motor (neurônio motor

inferior). Alguns neurônios intermediários servem de conexão entre os neurônios motores

superiores e inferiores.

No que se refere ao controle dos movimentos, sabe-se que toda ação

motora advém de um comando proveniente do cérebro ou de uma resposta originada na medula.

Na realidade, mesmo que um comando motor seja originário do córtex Cerebral (voluntário) é

necessário que esteja íntegra a conexão entre seus neurônios (1º neurônio motor) e os medulares

(2º neurônio motor), para que o movimento seja executado. A interrupção desta conexão (cortes 1

e 2 – figura 1), resulta em paralisia espástica, também denominada lesão de neurônio motor

superior ou simplesmente sinal piramidal.

Com exceção de apenas uns poucos movimentos finos e de muita destreza

como os executados pelas mãos e dedos, todos os demais movimentos voluntários só podem ser

conseguidos se houver a interferência dos centros sub-corticais sobre os neurônios motores da

medula.

Para os movimentos originados na própria medula (involuntários) verifica-se

que estes se fazem sem a necessidade da conexão com os neurônios motores superiores e sem

as estruturas sub-corticais.

Para que haja uma resposta motora voluntária é necessário que esteja

integro o trajeto entre os neurônios motores superiores (do córtex cerebral) e os neurônios

motores inferiores (da medula).

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A interrupção destas respostas motoras por uma lesão na ponta anterior da

medula (2º neurônio motor) resultará em paralisia flácida na qual se observa arreflexia com

hipotonia, posteriormente, miofasciculações, alteração das reações elétricas e finalmente, atrofia

muscular, caracterizando lesão do neurônio motor inferior (corte 5 da figura 1).

Esta paralisia é flácida por falta do tônus muscular que, para existir precisará

do sistema gama e de um equilíbrio entre a inibição e a excitação, os quais dependem da

integridade do neurônio motor inferior que, no caso, foi lesado seja pelo vírus da pólio ou

semelhantes (vírus ECHO, COXSACKIE, ou pólio vacinal), pelo álcool pelo diabetes,

traumatismos ou por outras causas.

Raízes motoras que partem da ponta anterior da medula (eferentes) ao se

unirem com raízes sensitivas que chegam à ponta posterior da medula (aferentes) unem-se para

originar os nervos mistos (motor e sensitivo) ou nervos espinhais. Uma lesão no local (corte 6 –

figura 1) resultará em paralisia com perda total (anestesia) ou parcial (parestesia) da sensibilidade.

Deste modo, uma lesão que venha a comprometer o neurônio motor da

medula resulta em falta de resposta aos estímulos vindos da periferia (pele, músculos e tendões),

demonstrando que a medula espinhal não funciona meramente como condutora dos comandos

motores enviados do cérebro, mas também como via final comum para todos os movimentos

esqueléticos (Figura 2).

Figura - 1 Figura – 2

ESQUEMA ILUSTRANDO AS VIAS

MOTORAS SENSITIVAS

VIA FINAL COMUM (Arco reflexo)

ARCO REFLEXO é o caminho percorrido

pelos impulsos nervosos durante um

reflexo. Esses impulsos saem do sensor de

dor, passam pela medula espinhal e voltam

a um determinado músculo. Cada reflexo

tem um arco peculiar. Por exemplo, ao

pisar um objeto pontiagudo, você sempre

afasta o pé do mesmo modo.

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CAPITULO II

PARALISIAS FLÁCIDAS – CONCEITO CAUSAS E CLASSIFICAÇÃO

CONCEITO e CAUSAS – São paralisias hipotônicas, ocasionadas por comprometimento

medular, neurológico periférico ou muscular, às vezes acompanhadas de distúrbios sensitivos,

resultantes de doenças infecciosas como a poliomielite, doenças metabólicas ou degenerativas

como diabetes e alcoolismo; doenças inflamatórias como a síndrome de Guillain Barré, outras

mielites, polineurites e neurites; traumatismos ou tumores medulares e miopatias.

CLASSIFICAÇÃO – Proximais, distais, simétricas e assimétricas.

As formas proximais são mais freqüentes nas doenças musculares, comprometendo

os quadris e os ombros. São geralmente simétricas.

As formas distais predominam nas doenças da medula espinhal e dos nervos afetando

principalmente as mãos e pés, podendo ser total e comprometer a sensibilidade. Na

poliomielite a paralisia é sempre assimétrica, mesmo que bilateral. Na mielite transversa é

sempre simétrica com perda da sensibilidade e na Síndrome de Guillain Barré, simétrica com

comprometimento sensitivo variável.

Com relação à redução da força muscular considera-se Paresia quando ainda é

possível obter-se o reflexo e Paralisia quando os mesmos não são mais obtidos.

Quanto à topografia, as paralisias podem ser classificadas em monoplegia, diplegia,

paraplegia, triplegia e tetraplegia, dependendo se um, dois, três ou quatro membros estejam

afetados. No caso da diplegia, quando são os dois membros de um mesmo lado, denomina-se

hemiplegia e se ambos os membros superiores ou inferiores, paraplegia.

CAPITULO III

ABORDAGEM SINDROMICA DO PACIENTE COM PARALISIA FLÁCIDA

Ao se iniciar a avaliação de um paciente com paralisia, já tendo sido realizada

previamente a anamnese e, constatado o cumprimento das vacinações mediante apreciação

do cartão de vacina inicia-se o exame físico.

1. ECTOSCOPIA - Observação da postura do paciente, deitado ou sentado.

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Na maioria das vezes o paciente adota uma postura sentada apoiando-se nos braços

que estão estirados para traz. (tripé ou tripódio de Amós – Figura 3). Em casos mais antigos,

percebe-se que nas áreas paralisadas a massa muscular está reduzida (atrofia por desuso),

com distribuição aumentada dos pêlos, aumento da umidade, diminuição da temperatura local

e unhas crescidas encurvadas e esponjosas. Com o tempo é possível perceber deformidades

posturais de uma ou mais extremidades (mão ou pé) em hiperextensão ou em flexão viciosas

(que não se desfazem), caracterizando o pé em gota e a mão em garra por ação dos músculos

antagonistas que não foram afetados.

2. SINAIS MENÍNGEOS

- Estando o paciente em decúbito dorsal tenta-se fletir a cabeça para frente. Havendo

resistência, denominamos rigidez de nuca.

- Ainda em decúbito dorsal tenta-se sentar o paciente trazendo-o para frente apoiando-se por

traz da cabeça. Havendo comprometimento das meninges o paciente dobra os joelhos,

sentando-se no leito (Sinais Brudzinsky).

- Em decúbito dorsal, tenta-se levantar as duas pernas estiradas até formar um ângulo reto.

Havendo inflamação das meninges o paciente dobra as pernas sobre o abdômen. (Sinal de

Kernig)

3. TÔNUS MUSCULAR – A hipotonia ou amiotonia confere aos músculos uma

exagerada flacidez, sendo possível verificar as seguintes manobras deficitárias:

Manobra do pára-quedista – Posiciona-se o tronco com os braços para frente,

sobre uma superfície macia e observar a reação (figura 4);

Manobra de mingazine - Em decúbito dorsal elevam-se as duas pernas em

ângulo reto e observa a permanência nesta posição (figura 5);

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Manobra dos braços estendidos – Observar se consegue permanecer com os

braços levantados e estendidos para frente (figura 6);

Sinal do polichinelo ou “boneco de trapo” – Suspende-se a criança verticalmente

pelas axilas balançando-a para os lados (figura 7).

4. REFLEXOS SUPERFICIAIS – Estes reflexos, quando normais se manifestam como

contrações de músculos cutâneos, como resposta aos estímulos táteis superficiais, conforme

avaliação a seguir.

Reflexos cutâneo-abdominais – aplica-se um estimulo tátil da parte externa

para a linha media do abdômen, como resposta ocorrerá contração dos músculos, desviando a

cicatriz umbilical para fora. A ausência deste reflexo pode ser confirmada pelo aparecimento de

um abaulamento desta região quando se tenta sentar o paciente (figura 8).

Reflexo cremastérico – em condições normais, ao se estimular a face interna

da coxa, próximo à região inguinal, ocorre uma retração do testículo com enrugamento da

bolsa escrotal. Nas meninas verifica-se enrugamento de um dos lados da vulva (sinal de Gelgel

– figura 9).

Reflexo cutâneo - plantar – normalmente, ao se estimular a planta dos pés

ocorre flexão dos artelhos (figura 10).

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Figura 8 – Reflexo Cutaneo-Abdominal Figura 9 – Reflexo Cremastérico Figura 10 – Reflexo Cutâneo – Plantar

5. REFLEXOS PROFUNDOS - Também chamados de ósteo-tendinosos ou miotáticos,

estes reflexos são obtidos percutindo-se com um martelo apropriado uma eminência óssea em que

está inserido o tendão do músculo a ser examinado. Na resposta normal ocorre à contração do

músculo com flexão do segmento que dele depende (tabela 1).

REFLEXO BICIPTAL - Percutindo-se sobre a face interna da articulação do cotovelo,

estando o braço abaixando em ângulo reto, ocorrerá contração do músculo bíceps aproximando o

antebraço do braço (figura 11).

REFLEXO TRICIPTAL – Percutindo-se sobre a face externa da articulação do cotovelo,

estando o braço suspenso em ângulo reto, ocorrerá a contração do músculo tríceps braquial com

extensão do braço (figura 12).

REFLEXO PATELAR – Sentado com os pés para fora do leito ou deitado com uma

perna dobrada sobre a outra, percute-se abaixo da rótula. Ocorrerá impulso de pernas para frente

pela contração dos músculos da coxa (figura 13).

REFLEXO AQUILEU – Sentado ou deitado com os pés livres percute-se sobre o tendão

de Aquiles e obtém-se flexão do pé para baixo (figura 14).

Figura 11 – Reflexo Biciptal Figura 12 – Reflexo Triciptal

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Figura 13 – Reflexo Patelar Figura 14 – Reflexo Aquileu

6. INERVAÇÃO DOS MÚSCULOS E RESPECTIVAS FUNÇÕES

Tabela – 1

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RAIZ

NERVO

MÚSCULOS

FUNÇÃO

REFLEXO/MANOBRA

C5-C6

Supra escapular

Cutâneo

Circunflexo

Radial

Mediano

Supra espinhoso

Bíceps

Deltóide

Supin ador Longo

Extensor Radial Carpo

Rotação Lateral Braço

Flexão do Antebraço

Abdução do Braço

Flexão do Antebraço

Extensão Radial da Mão

Bicipital

C7-C8

Radial Mediano

Tríceps

Extensor Comum Dedos

Extensão do Antebraço

Extensão dos Dedos

Tricipital

C8-D1

Mediano

Flexor Longo Polegar

Abdutor Curto Polegar

Flexão Distal do Polegar

Abd. Com Ext. Pal. Polegar

Manobra

C8-D1

Ulnar

Oponente Polegar

Interosseo Dorsal

Abdutor do 5º Dedo

Oposiç. Metacarp/Poleg

Aduç. E Abduç. dos Dedos

Abdução do 5º Dedo

Manobra

L1-L2

Femural

Psoas

Flexão da Coxa

Manobra

L3-L4

Femural

Quadríceps

Extensão da Perna

Patelar

L4-L5

Ciático Poplíteo Externo

Tibial Anterior

Flexão Dorsal do Pé

Manobra

L5-S1

Extensor Longo Hálux

Extensão do Hálux

Manobra

S1-S2

Ciático Poplíteo Interno

Gastrecnêmio

Grande Glúteo

Flexão Plantar do Pé

Elevação da Coxa em decúbito

ventral

Aquileu

7. EXAME DA FORÇA MUSCULAR – Realiza-se com as manobras abaixo descritas:

Força das mãos – o examinador oferece 3 dedos para que a criança os aperte com sua

força total.

Força dos ombros - fazendo pressão para baixo em um dos ombros pede-se elevar para

cima, um lado de cada vez (sinal da balança).

Força dos braços, tronco e pescoço – estando deitada, tenta-se sentar a criança

puxando pelas duas mãos.

Força das coxas – sentada com os braços cruzados, solicita-se que a criança levante uma

coxa de cada vez.

Força das pernas – sentada com as pernas para fora do leito pede-se que chute e

aparamos os chutes de uma e da outra perna (extensão). Na mesma posição, com a perna

estendidas pelo chutes, seguramos no alto e pedimos que a dobre (flexão).

Força dos pés – forçamos um dos pés para cima pedimos que empurre para baixo (pisada

do acelerador).

Segundo o Manual of Medical Research Council – 1963, a força muscular pode variar

de grau 5 até 0 dependendo da intensidade da lesão:

Grau 5 - Força normal mesmo após esforços repetidos;

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Grau 4 – Paresia leve com capacidade de vencer forte resistência;

Grau 3 – Paresia moderada, apenas é capaz de vencer fraca resistência;

Grau 2 – Paresia máxima movimenta somente se for reduzido o próprio peso;

Grau 1 – Paralisia franca, nenhum movimento, mas observa-se tensão do tendão;

Grau 0 – Paralisia total.

8. SENSIBILIDADE – Avaliação imprescindível para se descartar poliomielite. Devem

ser pesquisados os quatro tipos de sensibilidade tátil, dolorosa, térmica e vibratória.

- Sensibilidade Tátil – deslizando um pincel sobre uma extremidade observar ou perguntar

se está ocorrendo às sensações táteis.

- Sensibilidade Dolorosa – com um objeto pontiagudo, que não seja agulha, perguntar ou

observar se há esboço de dor ou retirada do membro.

- Sensibilidade Térmica – com tubo de ensaio contendo água gelada ou quente, posicionar

sobre a pele e perguntar ou observar a reação ao estimulo.

- Sensibilidade vibratória ou palestésica – percutir o diapasão e apoiando sobre uma

extremidade óssea, perguntar ou observar se houve a percepção do estimulo vibratório.

CAPITULO IV

POLIOMIELITE ANTERIOR AGUDA

INTRODUÇÃO

Doença conhecida desde a antiguidade, somente descrita na literatura em 1789 pelo

medico inglês Underwocd. Heine, ortopedista alemão, em 1840 descreveu as deformidades e o

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tratamento. No final do século XIX, Medin, médico sueco, descreveu a contagiosidade da

doença e, em 1908, Wikman estabeleceu os princípios epidemiológicos básicos. Landsteiner

foi o responsável pelo isolamento do vírus em macacos.

A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto-contagiosa viral aguda,

caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor instala-se

subitamente e a evolução desta manifestação, freqüentemente, não ultrapassa três dias.

Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principais

características a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento

atingido. Esta doença encontra-se erradicada no país desde o início dos anos 90, em virtude do

êxito da política de prevenção, vigilância e controle desenvolvida pelos três níveis do Sistema

Único de Saúde.

O Agente etiológico é o poliovírus pertencente ao gênero Enterovírus, da família

Picornaviridae, composto de três sorotipos: I, II e III. O único reservatório é o homem.

A transmissão ocorre principalmente por contato direto pessoa a pessoa, fazendo-

se a transmissão pelas vias fecal-oral ou oral-oral, esta última através de gotículas de muco da

orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). As más condições habitacionais, a higiene pessoal

precária e o elevado número de crianças numa mesma habitação constituem fatores que

favorecem a transmissão do poliovírus. O período de incubação é, geralmente, de 7 a 12 dias,

podendo variar de 2 a 30 dias.

A infecção pelo poliovírus selvagem pode apresentar-se sob diferentes formas

clinicas:

- Inaparente ou assintomática: Não apresenta manifestações clinica podendo ser

demonstrada apenas por exames laboratoriais específicos. Ela ocorre entre 90% a 95% das

infecções.

- Abortiva: ocorre em cerca de 5% dos casos, caracterizam-se por sintomas inespecíficos, tais

como febre, cefaléia, tosse e coriza e, manifestações gastrointestinais, como vomito, dor

abdominal e diarréia. Como na forma inaparente, só é possível estabelecer diagnóstico por meio

do isolamento do vírus.

- Meningite asséptica: o inicio apresenta-se com as mesmas características da forma

abortiva, com sintomatologia inespecífica. Posteriormente, surgem sinais de irritação meníngea

(Kernig e Brudzinski positivos) e rigidez de nuca. Ocorre em cerca de 1% das infecções por

poliovírus.

- Forma paralitica: Podem ser observados diversos quadros clínicos, a depender do local de

comprometimento do sistema nervoso central e, em alguns casos com quadros de paralisia

grave, podem levar à morte. As formas paraliticas são pouco freqüentes, em torno de 1 a 1,6%

dos casos. Apenas as paraliticas possuem características clinicas típicas, que permitem sugerir

o diagnóstico de poliomielite, são eles:

Instalação súbita da deficiência motora, acompanhada de febre;

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Assimetria, acometendo, sobretudo, a musculatura dos membros,com maior freqüência

os inferiores;

Flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada;

Sensibilidade conservada;

Persistência de alguma paralisia residual (seqüela), após 60 dias do inicio da doença.

Na forma paralítica, a localização mais frequente das seqüelas são:

- Paraplegias (os dois membros inferiores) 55%

- Monoplegia crural (só um membro inferior) 17%

- Hemiplegia (os dois membros de um mesmo lado) 14,5%

- Tetraplegia (os quatro membros) 7,5%

- Triplegia (três membros) 4,0%

- Diplegia braquial (os dois membros superiores) 2,0%

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de rotina envolve: anamnese (com ênfase no cartão de vacinas e possível

contagio); exame físico e exames laboratoriais.

Exames Específicos

O isolamento do vírus: é realizado a partir de uma amostra de fezes do caso,

coletada até o 14º dia do inicio da deficiência motora. O isolamento de poliovírus selvagem nas

amostras permite a confirmação diagnóstica.

A identificação do agente viral isolado pode ser realizada através de testes de

soroneutralização com o uso de soros imunes específicos ou através da técnica de PCR

(Polymerase Chain Reaction). A técnica de PCR amplifica sequencias nucleotidicas especificas

presente no genoma viral, permite reconhecer o vírus isolado como pertencente ao gênero dos

enterovírus, além de propiciar identificação do sorotipo de poliovírus isolado bem como a sua

origem, se vacinal ou selvagem.

O seqüenciamento nucleotídeo: identifica o genoma do poliovírus isolado,

comparando sua sequencia de nucleotídeos com a do vírus Sabin padrão correspondente.

Avalia o numero de mutações ocorridas na região da proteína VP1 (região do genoma do vírus

que provê a base para a diferenciação de poliovírus selvagens isolados em genótipos e

linhagens) e as possíveis recombinações que possam ter ocorrido. Todos os poliovirus

circulantes acumulam mutações. O vírus é considerado como vírus tipo vacinal se o número de

mutações na região VP1 for inferior a 1%. Quando o nível de divergência dessas mutações

ocorrem entre 1% a 15%, o vírus é considerado um Poliovírus Derivado Vacinal (PVDV) e, se

forem superiores a 15% trata-se de um poliovírus selvagem. Os vírus derivados readquirem as

características biológicas dos poliovírus selvagens, tais como neurovirulência e capacidade de

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circulação por tempo prolongado na comunidade. Para a vigilância epidemiológica, estes vírus

devem ser considerados como selvagens.

Exames Complementares (inespecíficos)

Líquor: Permite o diagnóstico diferencial com a Síndrome de Guillain Barré e com as

meningites que evoluem com deficiência motora. Na poliomielite, observa-se um discreto

aumento do número de células, podendo haver um discreto aumento de proteínas. Na Síndrome

de Guillain Barré observa-se uma dissociação proteinocitologica (aumento acentuado de

proteínas sem elevação da celularidade) e nas meningites observa-se um aumento de células,

com alterações bioquímicas.

Eletromiografia: Os achados e o padrão eletromiográfico da poliomielite são comuns a um

determinado grupo de doenças que afetam o neurônio motor inferior. Este exame pode contribuir

para descartar a hipótese diagnóstica de poliomielite, quando seus achados são analisados

conjuntamente com os resultados de isolamento viral e da evolução clinica.

Anatomopatologia: O exame anatomopatológico do sistema nervoso não permite o

diagnóstico de certeza, pois não há alterações patognomônicas. Entretanto, dada à predileção

do parasitismo do poliovírus pelas células motoras do corno anterior da medula e de alguns

núcleos motores dos nervos cranianos, as alterações histológicas podem ser extremamente

sugestivas e possibilitam fechar o diagnóstico diante de um quadro clínico suspeito. As

alterações consistem em atividade inflamatória, perivasculite linfocitária, nódulos ou atividade

microglial difusa e figuras de neuronofagia (neurônios sendo fagocitados por células da

microglia). Essas alterações são comuns a quaisquer encefalomielites virais, sendo que em

casos de poliomielite predominam nitidamente no corno anterior da medula e no tronco cerebral.

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

O Diagnóstico diferencial da poliomielite deve ser realizado criteriosamente para afastar

todas as possibilidades de reintrodução do poliovírus selvagem no país. As principais doenças a

serem consideradas no diagnóstico diferencial são: Síndrome de Guillain Barré (SGB), mielite

transversa, meningite viral, meningoencefalite e outras enteroviroses (Echo tipo 71 e coxsackie,

especialmente do grupo A tipo 7).

- Síndrome de Guillain Barre - Polirradiculoneurite inflamatória desmielinizante aguda,

antecedente viral em mais da metade dos pacientes. Manifesta-se por fraqueza motora

progressiva mais em um membro que no outro, com arreflexia, precedidas por sintomas

sensoriais flutuantes, pouco percebidos pelo paciente. A fraqueza progride em duas semanas, é

mais descendente, mas pode ser ascendente, atingindo também, a face bilateralmente. Estão

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presentes disfunções autonômicas: arritmia cardíaca, variações da pressão arterial, obstipação

intestinal e retenção urinaria. Em 20 a 30% das formas ascendentes pode haver parada

respiratória, necessitando de suporte respiratório em UTI até a recuperação total. O líquor revela

acentuada elevação das proteínas (hiperproteinorraquia) com células normais – dissociação

proteino-citológica. A Eletroneuromiografia pode revelar desmielinização em até 85% dos casos,

que é a causa da diminuição da velocidade de condução nervosa, uma vez que a aceleração de

tais impulsos depende da integridade da bainha de mielina.

- Mielite Transversa – É uma desordem desmielinizante da medula resultante de

vasculomielopatias e complicações de vacinações. O nível da lesão é demarcável pela perda

sensitiva e a fraqueza muscular é mais assimétrica. A bexiga enche, mas não consegue

esvaziar-se espontaneamente havendo escape constante da urina mantendo o ambiente com o

odor característico. A perda de sensibilidade com a falta de movimentos predispõe às escaras de

decúbito. O exame do líquor e a eletroneuromiografia são inconclusivos. A ressonância

magnética da coluna mostra desmielinização no nível da lesão. Formas graves e disseminadas

ao encéfalo denominam-se encefalomielite.

- Síndrome de Hopkins – Foi identificado em alguns pacientes portadores de asma brônquica

grave um quadro de paralisia flácida de localização e intensidade variáveis onde os exames

complementares são todos normais.

TABELA – 2

PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

FORMA

CLÍNICA

PATOLOGIAS

INÍCIO

SINAIS/

SINTOMAS

ANTECE-

DENTES

EXAMES COMPLEMENTARES

EVOLUÇÃO

LÍQUOR

PESQUIS

A DE

VÍRUS

ENMG/EEG

TOMOGR/

RES.

MAGNETICA

ESPINHAL

Polirradiculoneurite

(SGB)

Insidioso

Motores

e sensitiv.

Assimétrica

Infecção

Cel N

Proteina

Neg

Velocid

Condução

N

Satisfatório

Mielite

Transversa

Acidental

Motores

e sensit. c/ nível

lesão e

Variável

Cel

Prot

Neg

N

Desmielinização

Reservado em

50%

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bexigaparalit

Síndrome Hopkins

Insidioso

Paralisia

Flácida músculo

esqueletico

Acessos

de Asma

N

Neg

S/ valor

N

Satisfatório

BULBAR

Paralisia Facial

Matinal

Descoberta

Não

identifica

do

N

Neg

ENMG

De nervo N.

facial

N

Satisfatório

ENCEFALÍTICA

Encefalopatia

Insidioso

Toxemica debilit.

c/ sinais.

meningeos

Febre

Cel

Prot

Neg

EEG c/

sofrimento.

encéfalo

Edema

Do encéfalo

Reservado

QUALQUER

FORMA

PFA por outros vírus

Súbito

Progressiva

Febre

Cel

Prot

Posit. p/

ECHO ou

Coxsa

Fibrila

duraçao e

amplitude

N

Reservado

Pólio-vacinal

Após 7 a 30 d

ou 60d contato

Quaisquer sint.

Variável

N

Posit. p/

vírus

vacinal

Fibrilaç

durante e

amplitu

N

Reservado

Eletroneuromiografia – compreende a determinação da velocidade da condução

(com estimulo) e a letromiografia (em repouso). Ajuda a diferenciar se uma lesão acomete o nervo

propriamente ou se é o músculo que está comprometido. Nas doenças da ponta anterior da

medula como é o caso da poliomielite, a velocidade de condução motora está aumentada em até

140% (foto 1) e nas miopatias, neuropatias é doenças do neurônio motor superior ela está

diminuída (foto 2). No repouso a eletromiografia mostra, na poliomielite, fibrilações (entre o 8º e

28º dia), e potenciais de ação com amplitude e duração bastante aumentadas, praticamente, por

tempo indeterminado.

Foto 1 – Potencias com duração e voltagem Foto 2 – Potencias com duração e voltagem diminuída. aumentadas na poliomielite Distrofia Muscular.

Ressonância nuclear magnética do encéfalo e da medula. Importante para

excluir lesões tumorais e expansivas (foto 3), mostra-se normal na

poliomielite, enquanto que na polirradiculoneurite na mielite transversa

pode mostrar as áreas de desmielinização.

Foto 3 – Ressonância nuclear magnética da coluna vertebral, mostrando

granuloma esquistossomotico na medula.

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CAPÍTULO V

SÍNDROME PÓS-PÓLIO

A síndrome pós-pólio (SPP) é uma desordem do sistema nervoso, que se

manifesta em indivíduos que tiveram poliomielite, após em, em média, 15 anos ou mais. O

quadro sintomatológico se caracteriza por fraqueza muscular e progressiva, fadiga, dores

musculares e dores nas articulações, resultando numa diminuição da capacidade funcional e/ou

no surgimento de novas incapacidades. Alguns pacientes desenvolvem, ainda, dificuldade de

deglutição e respiração.

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A SPP não é causada por uma nova atividade do poliovírus, mas sim pelo uso

excessivo dos neurônios motores ao longo dos anos. O vírus pode danificar até 95% dos

neurônios motores do corno anterior da medula, matando pelo menos 50% deles. Com a morte

destes neurônios os músculos de sua área de atuação ficam sem inervação, provocando

paralisia e atrofia. Embora danificados, os neurônios remanescentes compensam o dano

enviando ramificações para ativar esses músculos órfãos. Com isso a função neuromuscular é

recuperada, parcial ou totalmente, dependendo do numero de neurônios envolvidos na “adoção”.

Um único neurônio pode lançar derivações para conectar 5 a 10 vezes mais neurônios do que

fazia originalmente. Assim, um neurônio inerva um numero muito maior de fibras

neuromusculares do que ele normalmente faria, restabelecendo a função motora; porém

sobrecarregado, após muitos anos de estabilidade funcional, começa a se degenerar surgindo o

novo quadro sintomatológico (figura 15).

O diagnostico clínico da SPP é feito por exclusão. Requer diferenciação com

outras doenças neurológicas, ortopédicas ou psiquiátricas, que podem apresentar quadro

semelhante; entretanto, existem critérios que fundamentam o diagnostico:

1) Confirmação de poliomielite paralitica com evidencia de perda de neurônio motor, através

de historia de doença paralitica aguda, sinais residuais de atrofia e fraqueza muscular ao exame

neurológico e sinais de desenervação na Eletroneuromiografia;

2) Período de recuperação funcional, parcial ou completa, seguido por um intervalo (15 anos

ou mais, em media 40 anos) de função neurológica estável;

3) Início de novas complicações neurológicas: uma nova e persistente atrofia e fraqueza

muscular;

4) Os sintomas persistem por mais de um ano;

5) Exclusão de outras condições que poderiam causar os novos sinais e sintomas.

PREVENÇÃO E ASPECTOS TERAPÊUTICOS NA SPP

Primeiramente, a prevenção da SPP deve ser iniciada na fase da poliomielite aguda,

quando, deve-se evitar atividade física intensa. A recuperação se embasa em fisioterapia, com

exercícios de resistência a atividade aeróbica, que podem permitir uma reinervação

compensatória. Deformidades devem ser tratadas para se evitar desequilíbrio funcional.

Na presença da SPP recomenda-se o tratamento da fraqueza muscular com exercícios

de aeróbica e resistência, de pouca carga, evitar o supertreinamento e a fadiga, fazer

hidroterapia em piscinas aquecidas e temperatura controlada. Para a dor são preconizados

exercícios localizados, gelo e compressas quentes, órteses específica-se, antiinflamatórios não

hormonais e acupuntura. Em casos de fibromialgia e/ou depressão e ansiedade são

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administrados medicamentos orais antidepressivos como amitriptilia, clomipramina, fluoxetina,

sertralina. Na presença de anormalidade das articulações e tecido mole deve haver modificação

no uso da extremidade e órteses. Nas anormalidades do sono, utilizam-se equipamentos

apropriados para evitar a apnéia do sono e/ou outros procedimentos. Na disfagia, orientação

fonoaudilógica, nutricional e consistência de alimentos. Na presença de síndrome do túnel do

carpo, descompressão do nervo mediano e procedimentos adequados para os portadores de

hérnia de disco. O paciente necessitará de orientação ortopédica permanente.

Feito o diagnóstico de SPP o paciente deverá frequentar programas de reabilitação que

envolve, além da assistência a problemas físicos, acompanhamento psicoterápico/psicossocial.

Figura 15 – Síndrome Pós Poliomielite

Efeitos da poliomielite sobre os motoneurônios alfa da

ponta anterior da medula.

A. Unidades motoras integras

B. Morte de dois motoneurônios

C. Recuperação: dois neurônios sobreviventes

emitem novos ramos distais para inervar fibras

musculares sobreviventes.

D. Condição pós-pólio: os neurônios hiper-

ramificados não mais conseguem sustentar os novos

ramos distais, entram em atrofia, deixando fibras

musculares desenervadas.

Cerca de 1% de quem teve pólio apresenta sequelas com paralisia, atrofia e flacidez

muscular. Em 70% das pessoas que apresentam as sequelas irá aparecer a SPP. Em 40% das

que não apresentam sequelas, mas tiveram contato com o poliovírus na infância, irão apresentar

SPP, mesmo que não tenham ficado com sequelas aparentes. É de 60% o percentual mínimo de

lesão dos neurônios motores para que ocorram as sequelas motoras.

Maiores informações: ABRASPP (Associação Brasileira de Síndrome Pós-Pólio)

Rua Pedro Toledo, 377 - São Paulo – Telefone: (11) 5579-2668

Email: [email protected]

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Bibliografia

1. Bevilacqua e col. Fisiologia Clinica. Editora Ateneu 4ª edição. Ed. Guanabara

Koogan, 1991.

2. Brasil, Ministério da Saúde. Bases técnicas para a Erradicação da Transmissão

Autóctone da Poliomielite, Brasília, Centro de Documentação do Ministério da Saúde,

1988.

3. Gardner, Ernest. Fundamentos de neurologia, trad. De Luis Lopez Antunez.

[Fundamentals of Neurology]. 5 ed. México: Ed. Interamericana, 1970.

4. L.Lundy – Ekman, NEUROCIÊNCIA – Fundamentos para a Reabilitação; Editora

Guanabara Koogan S.A, Rio de Janeiro, RJ.

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Página 19

5. Novartis. SISTEMA NERVOSO CENTRAL – a Integração Sensorial e os Mecanismos

de Controle dos Centros Encefálicos Inferiores – Fasc. 2, Biociências S.A.

6. Veronesi R, Focaccia R. Tratado de Infectologia. Editora Ateneu. 2005; 12.3:331-

338.

7. Brasil, Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Guia de Vigilância

Epidemiológica, 6º edição. Brasília, 2005.

Este documento é parte do Programa de Capacitação de Técnicos e Assessores de

VE-PFA, cuja elaboração foi realizada pelo Prof. Roosevelt de Carvalho Wanderley e

revisada pela equipe do GT-PFA/COVER/SVS/MS. Abril/2008.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA POLIOMIELITE

O vírus da poliomielite pode ser isolado de diversos materiais biológicos de acordo com a

fase evolutiva da doença.

Devido à multiplicação do poliovírus ocorrer no trato intestinal por várias semanas após a

infecção, amostras de fezes são as mais recomendadas para o isolamento do vírus.

COLETA

Embora os pacientes com poliomielite eliminem o vírus durante semanas, os melhores

resultados do isolamento são alcançados com amostras fecais coletadas na fase da doença.

Portanto a coleta deve ser feita o mais possível, de preferência até o 14º do início do déficit

motor.

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Página 20

Visando a padronização dos procedimentos como também assegurar a confirmação

laboratorial dos casos suspeitos de PFA, o recomendado é a coleta de 1 (uma) amostra de

fezes.

A quantidade de fezes recomendada é em torno de 4 a 8 gramas (equivalentes a 2 dedos

polegares).

As amostras devem ser colocadas num recipiente limpo (coletor universal) deve ser bem

vedado, se necessário com auxílio de uma fita adesiva ou esparadrapo, e identificado por meio

de etiqueta constando o nome do paciente e a data da coleta.

Coletor Universal

CONSERVAÇÃO

Os recipientes contendo as fezes devem ser colocados em geladeira logo após a coleta.

Os recipientes com as fezes devem ser colocados em freezer a – 20°C até o momento do

envio ao laboratório de referência. Se não houver freezer conservar em refrigerador comum

entre 4 a 8 ºC por no máximo 3 dias (Jamais colocar as amostras em congelador do

refrigerador). Na impossibilidade da utilização do freezer, colocar em geladeira (4 a 8 °C) por

no máximo 3 (três) dias, de preferência na primeira prateleira, não devendo jamais ser

colocada em congelador de refrigerador doméstico. (NUNCA colocar no congelador da

geladeira!).

TRANSPORTE

As amostras devem ser transportadas em baixa temperatura, devidamente rotuladas e

acompanhadas das Fichas de Laboratório e de Investigação das Paralisias Flácidas

Agudas/Poliomielite e encaminhá-las ao Laboratório de referencia Estadual LACEN - MA (Rua

Afonso Pena, 198 - Centro, CEP- 65010030- Tel. 98-32323410 - São Luís-MA.

Deve ser utilizada uma caixa térmica (Poliuretano de preferência), onde os coletores com

as amostras devem ser acondicionados em sacos plásticos evitando contato com o gelox. A

Nome:

Idade:

Data da coleta:

Data da última dose de vacina VOP:

Data déficit motor:

Município:

Estado:

Identificação

Identificação

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quantidade de gelox deve ser suficiente para preencher todos os espaços vazios da caixa

térmica.

A caixa deve ser bem vedada em seu exterior com fita adesiva e identificada como

MATERIAL BIOLÓGICO. As fichas de investigação e de laboratório devem ser colocadas na

tampa externa da caixa térmica isoladas com fita adesiva evitando danificá-las.

POLIOMIELITE

Popularmente conhecida como paralisias infantil, a poliomielite é uma

doença infecciosa aguda que, em sua forma mais grave, afeta o Sistema Nervoso Central

(SNC), particularmente os neurônios motores, provocando uma paralisia flácida.

Entretanto, deve-se levar em conta o fato de que a maioria das infecções são subclínicas.

A poliomielite pode cursar sem manifestações clínica, como uma doença

febril inespecífica, como uma meningite ou como doença paralitica.

A doença febril inespecífica se caracteriza por febre, fadiga, cefaléia, dor de

garganta, dor abdominal e vômitos. A esses sinais se acrescentam os do

comprometimento meníngeo quando evolui para meningite. Esta é habitualmente benigna

e costuma curar sem sequelas em cerca de duas semanas.

A transmissão se dá principalmente pelo contato direto pessoa a pessoa,

pelas vias fecal-oral e vias aéreas superiores (através de gotículas de muco da

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orofaringe). A via fecal-oral é a principal via de transmissão da doença. O período de

incubação é geralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias.

O vírus pode ser encontrado na orofaringe 36 a 72 horas depois da infecção

e persiste por uma semana, nas fezes por cerca 3 a 6 semanas.

Características principais do vírus e seu ciclo evolutivo

Trata-se de um vírus RNA do grupo picornavírus, um enterovírus típico. O

vírus da pólio é estável em pH acido durante uma a três horas, é inativado pelo calor a

55º em 30 minutos e rapidamente em formalina. Conserva-se durante anos a temperatura

baixa (-20º a – 70ºC). Existem três sorotipos, conhecidos como tipo 1 ou Brunhild, tipo 2

ou Lansing e tipo 3 León, todos capazes de provocar a forma paralítica. Diferenciam-se

entre si pelas técnicas de neutralização.

Epidemiologia

Em geral, o vírus se dissemina mais facilmente em zonas densamente

habitadas, portanto nas áreas urbanas, afetando com enorme frequência as crianças e

adultos que não dispõem de anticorpos protetores. Devemos lembrar que embora atinja

com maior frequência lactante e crianças pequenas, o risco de formas paraliticas é maior

para crianças na primeira e na segunda infância. Uma das maiores dificuldades para

bloquear a disseminação desse vírus reside no fato de que uma grande porcentagem das

infecções é subclínica, motivo pelo qual o vírus se dissemina muito rapidamente.

Poliomielite Epidêmica

Esta é a situação dos países com circulação intermitente do vírus da pólio, nos quais o

vírus é reintroduzido por viajantes provenientes de países com endemia de poliomielite.

Assim, surtos de poliomielite ocorreram em países aparentemente livres do vírus

selvagem e sem casos por muitos anos.

Poliomielite Endêmica

Esta é a situação em países onde a circulação do vírus é permanente, infectando

continuamente toda a comunidade. Nessas regiões a enorme maioria das mulheres em

idade fértil possui anticorpos que tem algum efeito protetor para seus filhos nos primeiros

meses de vida. Quando ocorrem casos na comunidade, muitas vezes pode passar

despercebidos, em razão da elevada taxa de mortalidade infantil. Muitos países africanos

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e a Índia tem este perfil. Esta situação ocorre devido às baixas coberturas vacinais,

diminuição da eficácia da OPV (deficiência na cadeia de frio, interferência com outros

vírus entéricos, altos níveis de anticorpos e outras causas não totalmente definidas). Isso

é compatível com os baixos níveis de soro conversão, mesmo quando tenham sido

aplicadas três doses de vacina antipólio oral.

Com estes dados aprendemos as seguintes lições que demos lembrar:

*A real necessidade de manter altos níveis de cobertura vacinal (mínimo de três (3 doses)

em todos os países, pois isso deverá interromper a circulação do poliovírus selvagem na

comunidade.

* Em regiões de alta endemicidade devem-se intensificar as campanhas de vacinação oral

contra pólio, para evitar a disseminação do poliovírus na população.

* Realçar a importância da vigilância epidemiológica nos países que apresentam surtos

epidêmicos e onde os primeiros casos passam despercebido, o que ajuda a disseminar o

vírus selvagem.

Brasil livre da poliomielite

O último caso de paralisia provocada pelo vírus selvagem da pólio foi em

1989 na Paraíba no município de Souza.

Agentes Imunizantes

Atualmente são usados no mundo dois tipos de vacinas; a vacina antipólio

oral, conhecida como vacina Sabin em homenagem ao seu descobridor Albert Sabin e a

vacina antipólio injetável, também conhecida como vacina Salk, desenvolvida por Jonas

Salk.

Medidas de Controle

A vigilância deve ser intensificada quando da notificação de casos de PFA

que tenham suspeita de poliomielite. Esta intensificação implica em abranger, além do

local de residência do doente, as localidades visitadas nos 30 dias anteriores ao início da

paralisia, em caso de viagem, como também os locais de residência de possíveis visitas

recebidas no mesmo período para busca ativa de outros casos. Além da realização de

visita às unidades de saúde, a cobertura vacinal da área deve ser criteriosamente

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avaliada, sendo necessária a realização de vacinação seletiva num raio de 500 metros da

residência do doente.

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

NEGATIVO: Ausência de isolamento viral nas amostras. Fatores como a eliminação

intermitente do vírus, insuficiência de material coletado, coleta feita tardiamente, além da

conservação e transporte inadequado da amostra, podem interferir no resultado.

ENTEROVÍRUS NÃO-PÓLIO: O vírus isolado é um enterovírus, porém não é um

poliovírus. Existem outros enterovírus que podem produzir quadros de paralisia similares

ao da poliomielite.

POLIOVÍRUS 1, 2 e 3: O vírus isolado é um poliovírus do tipo 1, 2 ou 3. É realizada

caracterização intratípica que permite determinar a origem vacinal ou selvagem do

poliovírus isolado.

POLIOVÍRUS DERIVADO VACINAL (PVDV)

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CLASSIFICAÇÃO FINAL DOS CASOS DE PFA

POLIOMIELITE CONFIRMADA: Casos de PFA em que houve isolamento do Poliovírus

selvagem na amostra de fezes do caso ou de um de seus comunicantes, independente de

haver ou não sequela após 60 dias do início da deficiência motora.

NÃO-POLIOMIELITE (DESCARTADO): Casos de PFA com amostra de fezes adequadas

(uma amostra até 14 dias do início da deficiência motora em quantidade e temperatura

satisfatória), na qual não houve isolamento de poliovírus selvagem. Se o resultado for

negativo para o poliovírus o caso deve ser descartado.

PÓLIO COMPATÍVEL: Casos de PFA que não tiveram coleta adequada de amostra de

fezes e que apresentam sequela aos 60 dias ou evoluíram para óbito ou de forma

ignorada.

POLIOMIELITE ASSOCIADA À VACINA: Casos de PFA em que há isolamento de vírus

vacinal na(s) amostra(s) de fezes e presença de sequela compatível com poliomielite, 60

dias após o início da deficiência motora. Há dois tipos de Poliomielite relacionado com a

vacina:

*Caso de paralisia flácida aguda que se inicia entre 4 a 45 dias após o recebimento da

VOP e que apresenta sequela neurológica compatível com Poliomielite, 60 dias após o

inicio do déficit motor;

*Caso de paralisia flácida aguda que surge após contato com criança que tenha recebido

VOP até 40 dias antes. A paralisia surge de 4 a 85 dias após a exposição ao contato

vacinado e o caso de apresentar sequela neurológica compatível com poliomielite, 60 dias

após a instalação do déficit motor.

POLIOVÍRUS DERIVADO VACINAL: Casos de PFA com isolamento de PVDV com

sequela 60 dias após déficit motor, ou seja, isolamento de poliovírus que apresentar

de 1 a 15% de diferença genética em relação ao vírus vacinal correspondente.

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO

RESPIRATÓRIAS E IMUNOPREVENÍVEIS

PROCEDIMENTOS FRENTE A UM CASO DE PARALISIA FLÁCIDA AGUDA,

(CASO SUSPEITO DE POLIOMIELITE)

Definição de Caso suspeito: o Todo caso de deficiência motora flácida, de início súbito, em pessoas menores de 15

anos, independente da hipótese diagnóstica de poliomielite. o Caso de deficiência motora flácida, de início súbito, em indivíduo de qualquer idade com

história de viagem nos últimos 30 dias a países com circulação de Poliovírus Selvagem, que apresentem suspeita diagnóstica de poliomielite.

Notificar/Investigar, imediatamente, todo o caso suspeito à Secretaria Municipal de Saúde

e/ou Regional de Saúde e/ou à Secretaria Estadual de Saúde, conforme fluxo de informações estabelecido no guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.

Coleta de amostra de fezes: coletar uma amostra de fezes até 14 dias a partir do início da deficiência motora. A quantidade deverá ser equivalente a (08 gramas) ou 2/3 da capacidade de um coletor universal/padrão, que deverá ser acondicionada imediatamente na geladeira, por no máximo 3 (três) dias em temperatura de (4 a 8ºC), até o seu envio ao LACEN); (nunca deverá ser colocada em congelador comum). O LACEN acondicionará as amostras para conservação em freezer a (-20ºC), até o momento do envio aos Laboratórios de Referência – LR- (Fiocruz/RJ ou IEC/PA).

Envio de amostras: devem ser identificadas conforme modelo de etiqueta abaixo,

acondicionadas em sacos plásticos individuais, organizadas em isopor com gelo reciclável, suficiente para garantir a conservação numa temperatura de (4 a 8ºC) até a chegada no LACEN. Ao receber a amostra, o LACEN deverá avaliar a sua qualidade e preencher o formulário de envio de amostras para encaminhar ao LR, acompanhada ou Não da ficha de investigação de PFA/Pólio. A amostra deverá ser devidamente acondicionada (conforme normas para transporte de amostras biológicas da Associação Internacional de Transportes Aéreo – IATA), a fim de garantir a qualidade para análise, ao chegarem aos Laboratórios de Referência.

Diagnóstico: A certeza de um diagnóstico inicial que exclui a Poliomielite, NÃO IMPEDE a

notificação e a investigação do caso.

Obs. - Caso a unidade hospitalar tenha o serviço de Vigilância Epidemiológica a notificação pode

ser feita para este setor.

Figura 1: Modelo de etiqueta para identificação do coletor de amostra de fezes de PFA

CASO DE PFA PESQUISA DE POLIOVÍRUS

Município: UF: Nº. Epi:

Nome do Paciente: _______________________________________________ Data de Nascimento: ____/____/______

Data da coleta do material: __/___/___

Data do inicio do déficit motor: ____/___/____

Data de Envio do Material ao LACEN: __/__/___

Assinatura/Função: Fonte: GT_PFA/Pólio/COVER/SVS/MS

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO

RESPIRATÓRIAS E IMUNOPREVENÍVEIS

Formulário de Recebimento e Envio de Amostras de PFA dos LACEN para os Laboratórios de Referência

(FIOCRUZ/RJ_IEC/PA)UF:_________________________

Nome N. Epid. Data do

Déficit

Motor

Data da

Coleta

Data de

Envio

(local p/

estadual)

Data

Receb.

(LACEN)

Data de

Envio

(estadual

p/ LRR)

Observações

C o le to r Qua nt . Te m p. A c o nd.

LEGENDA:

Coletor: Inadequado (IND); Adequado (ADQ); Quebrado (QUE) Amostra Derramada (AD)

Quantidade: Suficiente (SF); Insuficiente p/ Estoque (INE) Insuficiente p/ Análise (INA)

Temperatura: Temperatura Ambiente (TA); Quente (QT); Fria (FR); Gelada (Gl); Congelada (CG)

Acondicionamento: Gelo Seco (Gs); Crio(Cr), Gelox (Gx)

Meio de Tranporte / Marcar um X: Correio/Sedex_10 ( ); Terrestre ( ); Aéreo ( ); Empresa especializada ( )

Assinatura do responsável/Função:_____________________________________

Condições da Amostra

(Avaliação pelo LACEN)

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO

RESPIRATÓRIAS E IMUNOPREVENÍVEIS

Formulário de Recebimentoe de Amostras de PFA e Envio de Resultados pelos Laboratórios de Referência (FIOCRUZ/IEC)

Nome Nº.

Epid.

Data do

Déficit

Motor

Data da

Coleta

Data de

Envio

(local p/

estadual)

Data

Receb.

(LACEN)

Data de

Envio

(estadual

p/ LRR)

Data de

Receb.

(LRR)

Data do

Resultado

Resultado Observações

C o le to r Qua nt . Te m p. A c o nd.

LEGENDA:

Coletor: Inadequado (IND); Adequado (ADQ); Quebrado (QUE) Amostra Derramada (AD)

Quantidade: Suficiente (SF); Insuficiente p/ Estoque (INE) Insuficiente p/ Análise (INA)

Temperatura: Temperatura Ambiente (TA); Quente (QT); Fria (FR); Gelada (Gl); Congelada (CG)

Acondicionamento: Gelo Seco (Gs); Crio(Cr), Gelox (Gx)

Meio de Tranporte / Marcar um X: Correio/Sedex_10 ( ); Terrestre ( ); Aéreo ( ); Empresa especializada ( )

Assinatura do responsável/Função:_____________________________________

Condições da Amostra no (LRR)

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MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO RESPIRATÓRIAS E IMUNOPREVENÍVEIS

PROGRAMA: VIGILÂNCIA DAS PARALISIAS FLÁCIDAS E AGUDAS/PFA/POLIOMIELITE FORMULÁRIO PARA ENVIO DE AMOSTRAS DE FEZES AO LABORATÓRIO DE REFERÊNCIA

I – PROCEDÊNCIA:

Estado: ________________________________________ Município: ______________________ II – DADOS DO CASO Nº: ___________ Nome: _________________________________________________________________________ Sexo: _____________________________ Idade: _______________________________________ Data do Inicio da Deficiência Motora: _________________________________________________ Diagnóstico Inicial: ____________________________ Data da última dose: _____/______/_____ III – DADOS DO LABORATÓRIO NÍVEL LOCAL

Data Coleta Data do envio para o nível Estadual LACEN - MA

Fezes I / / / /

Fezes II / / / /

OBS: A coleta deve ser realizada ate o 14º dia do inicio do déficit motor;

A quantidade de fezes recomendada é em torno de 4 a 8 gramas (equivalente a dois dedos polegares);

As amostras devem ser colocadas no recipiente limpo (coletor universal), bem vedado e devidamente identificado;

Conservar em freezer a - 20º C até seu envio para o LACEN – MA, caso não seja possível colocar em geladeira comum

(4º a 8ºC) por até no máximo de até 3 dias , NÃO DEVENDO JAMAIS SER COLOCADO NO CONGELADOR

IV DADOS DO LABORATÓRIO DO NÍVEL ESTADUAL

Data do Recebimento do LL

Condições Quantidade Data do envio para o LRR

Fezes I / / 1.Temperatura Adequada

2.Temperatura Alterada 1. Suficiente 2. Insuficiente

/ /

Fezes II / /

Comunicantes menores de 5 anos a serem processados separadamente

NOME

IDADE

TIPO DE

CONTATO

SINAIS E

SINTOMAS SEMELHANTES

DATA DA ÚLTIMA DOSE

DATA

DA COLETA

DATA

DO RECEBIMENTO

DATA

DO RESULTADO

RESULTADO

CARACTERIZAÇÃO DATA DO

ENVIO DATA DO

RECEBIMENTO

CONDIÇÕES DATA DO

RESULTADO

RESULTADO

OBS: Os campos escurecidos são de uso exclusivo dos laboratórios de referencia NOTA: Este formulário deve ser acompanhado da ficha de investigação no momento da entrega do material (fezes) no LACEN/MA.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO

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RESPIRATÓRIAS E IMUNOPREVENÍVEIS

FICHA NEUROMUSCULAR

DATA DO EXAME:____/____/____

NÚMERO DO CASO: ________________________

NOME DO PACIENTE:____________________________________________________

NOME DO EXAMINADOR/ESPECIALISTA:___________________________________

FORÇA MUSCULAR DIREITO ESQUERDO

AUSENTE DIMINUÍDO PRESENTE NORMAL AUSENTE DIMINUÍDO PRESENTE NORMAL

EXTENSÃO

OMBRO FLEXÃO

ABDUÇÃO

COTOVELO FLEXÃO

EXTENSÃO

PUNHO FLEXÃO

EXTENSÃO

EXTENSÃO(DEDO)

MÃO FLEXÃO(DEDOS)

ABDUÇÃO POLEGAR

ADUÇÃO POLEGAR

EXTENSÃO

COXO FEMURAL FLEXÃO

ABDUÇÃO

JOELHO EXTENSÃO

FLEXÃO

TORNOZELO FLEXÃO PLANTAR

FLEXÃO DORSAL

PÉ FLEXÃO (DEDO)

EXTENSÃO (DEDO)

REFLEXOS AUSENTE DIMINUÍDO PRESENTE NORMAL AUSENTE DIMINUÍDO PRESENTE NORMAL

BICIPTAL

TRICIPTAL

PATELAR

AQUILEU

CUTÂNEO PLANTAR

TÔNUS AUSENTE DIMINUÍDO PRESENTE NORMAL AUSENTE DIMINUÍDO PRESENTE NORMAL

MEMBRO SUPERIOR

MEMBRO INFERIOR

FACE

SENSIBILIDADE AUSENTE DIMINUÍDO PRESENTE NORMAL AUSENTE DIMINUÍDO PRESENTE NORMAL

MMSS

MMII

ATROFIA PRESENTE AUSENTE PRESENTE AUSENTE

BRAÇO

ANTEBRAÇO

MÃO (INTERÓSSEO)

MÃO (REGIÃO TENAR)

COXA

PERNA

EQUINO

LOCALIZACÃO DA ATROFIA CENTIMETROS CENTIMETROS

BRAÇO 1/3 SUPERIOR

1/3 MÉDIO

1/3 INFERIOR

COXA 1/3 SUPERIOR

1/3 MÉDIO

1/3 INFERIOR

PERNA 1/3 MÉDIO

TORNOZELO

CARACTERIZAÇÃO DA SEQUELA: SIM NÃO IGN

MAIS PROXIMAL ( ) ( ) ( )

MAIS DISTAL ( ) ( ) ( )

SÍMETRICA ( ) ( ) ( )

ASSÍMETRICA ( ) ( ) ( )

Observação sobre Força Muscular:

Ausente = Grau zero Diminuído = Grau 1 a Grau 2 Presente = Grau 3 e Grau 4 Normal = Grau 5

Roteiro elaborado pela fisioterapeuta Graça Severo Franco

MINISTÉRIO DA SAÚDE

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SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

FORMULÁRIO DE BUSCA ATIVA

1. UF ___________

2. MUNICÍPIO ________________________________________

3. NOME DO SERVIÇO DA SAÚDE ______________________________________

4. TIPO DE ESTABELECIMENTO _______________________________________

5. BUSCA ATIVA REALIZADA EM:

( ) Livro de Registros

( ) AIH

( ) Prontuários

( ) Contato com neurologistas, pediatras, equipe de Enfermagem

PERÍODO REVISADO

6. Nº. DE DIAGNÓSTICOS REVISADOS ( )

7. Nº. DE PRONTUÁRIOS REVISADOS ( )

8. Nº. DE PFA ENCONTRADAS ( )

9. Nº. DE PFA JÁ NOTIFICADOS ( )

10. Nº. MEDIDAS ADOTADAS E DESCRIÇÃO DOS CASOS INVESTIGADOS ( )

______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

NÃO DEIXE A PARALISIA INFANTIL VOLTAR

NOTIFIQUE

pfamaranhã[email protected]

MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Outros diagnósticos de PFA que, em menores de 15 anos, necessitam ser notificados e investigados como suspeita de poliomielite

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DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS ENTRE POLIOMIELITE E OUTRAS PFA CID 10

Poliomielite Aguda A80

Acidente vascular cerebral, não especificado como hemorrágico ou isquêmico I64

Amiotrofia nevrálgica G12.2

Compressões das raízes e dos plexos nervosos G55

Diplegia dos membros superiores G83.0

Encefalite aguda disseminada G04.0

Encefalite seguida a processos de imunização G04.0

Encefalites, mielites e encefalomielites não especificada G04.9

Hemiplegia flácida G81.0

Hemiplegia não especificada G81.9

Intoxicações alimentares bacterianas não especificada A05.9

Lesão de nervo ciático G57.0

Meningoencefalite e meningomielite bacterianas não classificadas em outras partes G04.2

Miastenia gravis G70.0

Mielite transversa aguda G37.3

Outras encefalites, mielites e encefalomielites G04.8

Mononeuropatias de membros inferiores não especificada G57.9

Mononeuropatias de membros superiores não especificada G56.9

Monoplegia do membro inferior G83.1

Monoplegia do membro superior G83.2

Monoplegia, não especificada G83.3

Encefalites, mielites e encefalomielites em doenças virais classificadas em outra parte G05.1

Miopatia, não especificada G72.9

Mononeuropatia, não especificada G58.9

Neoplasia maligna do sistema nervoso central, não especificada (tumor) C72.9

Paralisia periódica G72.3

Paraplegia flácida G82.0

Polineuropatia inflamatória não especificada G61.9

Polineuropatia não especificada G62.9

Polineuropatia devido a outros agentes tóxicos G62.2

Polineuropatia induzida por drogas G62.0

Síndrome da cauda equina G83.4

Síndrome de Guillain Barré (Polineurite aguda pós-infecciosa) G61.0

Síndrome paralítica não especificada (IGN) G83.9

Tetraplegia flácida G82.3

Transtornos mioneurais não especificado G70.9

Traumatismo não especificado da cabeça S09.9

Traumatismo da medula nível não especificado T09.3

Traumatismo não especificado de membro superior nível não especificado T11.9

Traumatismo não especificado de membro inferior nível não especificado T13.9

Outros transtornos do sistema nervoso (síndrome neurológica à esclarecer). G98

Paralisia Flácida à esclarecer PFAE

MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

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POLIOMIELITE

ELEMENTOS PARA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE POLIOMIELITE, SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ E MIELITE TRANSVERSA

LAUDOS DE ELETRONEUROMIOGRAFIA

1. Comprometimento de junção neuromuscular

2. Comprometimento do neurônio motor inferior

3. Lesão do nervo periférico: ciático

4. Lesão do nervo periférico: plexo-braquial

5. Neuropatia periférica axonal sensitivo-motora

6. Neuropatia periférica axonal motora

7. Neuropatia periférica desmielinizante sensitivo-motora

8. Neuropatia periférica desmielinizante motora

9. Miopatia

10. Radiculopatia

11. Outros. Quais?

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ESPECIFICAÇÃO

POLIOMIELITE SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ

MIELITE TRSNVERSA

Instalação da paralisia

24 a 28 horas

Desde horas até 10 dias

Desde horas até 4 dias

Febre ao início

Alta. Sempre presente no inicio da paralisia, desaparece no dia seguinte

Não é freqüente

Raramente presente

Paralisia

Aguda, assimétrica, principalmente proximal

Geralmente aguda. Simétrica e distal

Aguda, simétrica em membros inferiores

Reflexos osteotendinosos profundos

Diminuídos ou ausentes

Globalmente ausentes

Ausentes em membros inferiores

Sinal de Babinsky

Ausente

Ausente

Presente

Sensibilidade

Grave mialgia

Parestesia, hipoestesia

Anestesia de MMII com nível sensitivo

Sinais de irritação Meníngea

Geralmente presentes

Geralmente ausentes

Ausente

Comprometimento de nervos cranianos

Somente nas formas bulbares

Pode estar presente

Ausente

Insuficiência respiratória

Somente nas formas bulbares

Em casos graves, exarcebada por pneumonia bacteriana

Em geral torácica, com nível sensorial

Líquido cefalorraquidiano

Inflamatório

Dissociação proteino-citológica

Células normais ou elevadas; aumento moderado ou acentuado de proteínas

Disfunção vesical

Ausente

Ás vezes transitória

Presente

Velocidade de condução nervosa

Normal ou pode-se detectar apenas redução na amplitude do potencial da unidade motora

Redução da velocidade de condução motora e sensitiva

Dentro dos limites da normalidade

Eletromiografia (EMG)

Presença ou não de fribrilações potencial da unidade motora com longa duração e aumento da amplitude

Presença ou não de fibrilações e pontas positivas. Potencial da unidade motora pode ser normal ou neurogênico

Dentro dos limites da normalidade

Guia de Vigilância Epidemiológica (página, 589, 6ª edição - 2005)