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PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DE 5.ª À 8.ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL Nos Parâmetros Curriculares Nacionais de 5.ª à 8.ª série do Ensino Fundamental, o MEC propõe, igualmente, a inser!o de temas trans"ersais, #ue de"em merecer aten!o especial no ensino das disciplinas tradicionais, como geogra$ia, %ist&ria e matem'tica. (nsiste na estimula!o do aprendi)ado cr*ti co das disciplinas tradici onais. + matem' tica, por eempl o, de"e ser ensinada com -n$ase nas resoluões de prolemas em sua aplica!o pr'tica, em lugar de c'lculos astratos. No ensino da l*ngua estrangeira, de"e/se dar -n$ase à leitura sore a escrita e a $ala0 em geogra$ia, e"itar a simples memori)a!o de nomes e de$iniões. 1s Parâmetros Curriculares Nacionais de 5.ª à 8.ª série do Ensino Fundamental a"anam na proposta 2Pluralidade Cultural3 e coloca como uma das principais no"idades o $im do 2mito da democracia racial3. Enten dem os especialis tas do MEC #ue se de"e p4r $im a esse mito, por#ue 2a no!o de #ue o rasil é uma democracia racial e o rasileiro, uma raa $ormada pela $us!o do negro, do *ndio e do ranco, de"e ser condenada3. Nesse tema, pluralidade cultural, o MEC in"este em conceitos 6' tradicionais nas escolas, como o #ue ele c%ama de 2mito da democracia racial3, a no!o de 2raas3 e de %omogeneidade cultural rasileira. 7i) #ue a $us!o de raas, de$endida até nos li"ros did'ticos, encoriu as di$erenas culturais no rasil e ser"iu para suordinar algumas culturas. (sso impregnou/s e nas pr&pr ias escola s, le"ando pro$ess ores a atitudes de discrimina!o eistentes na sociedade, #uando atriuem a culpa, pelo mau desempen%o de alunos, à origem racial ou social. 27i"ulgou/se uma concep!o de cult ur a uni$orme, depr eciando as di"ersas contri ui ões #u e compuseram e compõem a identidade nacional... + escola tem um papel $undamental no traal%o de mostra r aos alunos os di"ersos costumes e cren as das "'rias cultur as e sua participa !o na $orma !o %ist&rica do Pa*s3. Para cumprir o princ*pio da igualdade de #ue $ala a Constitui!o, a escola precisa 2ter sensi ilidade para a #uest!o da di"ersidade cultural e aões decididas em rela!o aos prolemas gerados pela in6ustia social3, analisa o teto. Nesta altura, n!o podemos deiar de lemrar Paulo Freire, #uando di) #ue a escola precisa a$astar o isolamento, ter mais conecti"idade, mais amor, mais "erdade. 1 isolamento 6' est' na sociedade e o #ue acontece com a sociedade acaa acontecendo com a escola. preciso le"ar a escola para a "ida. Ele se di)ia 2um menino conecti"o3 . 9nia os pores e n!o/ por es, os oprimidos e os n!o/ oprimidos, comprometidos com os oprimidos. 7i)ia #ue 2a gente tem #ue estar ensopado de "ida, tem #ue estar enc%arcado de a$eti"idade3. 2N!o sou um ser no mundo, sou um ser com o mundo3, apregoa"a Paulo Freire. 1s 2Pa metr os Cur riculares Nacionais3 so$ rer am cr* tic as por est ar em acima da cap aci dad e de assimila!o da maior parte dos pro$essores. Por isso, o MEC se prop4s a orientar o traal%a da :ecretarias da Educa!o, instituiões de $orma!o de pro$essores e editoras de li"ros did'ticos.

Parâmetros Curriculares Nacionais de 5.ª à 8.ª Série Do Ensino Fundamental

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PARÂMETROS CURRICULARESNACIONAIS DE 5.ª À 8.ª SÉRIE DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais de 5.ª à 8.ª série do Ensino Fundamental, o MEC propõe,

igualmente, a inser!o de temas trans"ersais, #ue de"em merecer aten!o especial no ensino das

disciplinas tradicionais, como geogra$ia, %ist&ria e matem'tica. (nsiste na estimula!o do aprendi)ado

cr*tico das disciplinas tradicionais. + matem'tica, por eemplo, de"e ser ensinada com -n$ase nas

resoluões de prolemas em sua aplica!o pr'tica, em lugar de c'lculos astratos. No ensino da l*ngua

estrangeira, de"e/se dar -n$ase à leitura sore a escrita e a $ala0 em geogra$ia, e"itar a simples

memori)a!o de nomes e de$iniões.

1s Parâmetros Curriculares Nacionais de 5.ª à 8.ª série do Ensino Fundamental a"anam na proposta

2Pluralidade Cultural3 e coloca como uma das principais no"idades o $im do 2mito da democracia racial3.

Entendem os especialistas do MEC #ue se de"e p4r $im a esse mito, por#ue 2a no!o de #ue o rasil é

uma democracia racial e o rasileiro, uma raa $ormada pela $us!o do negro, do *ndio e do ranco, de"e

ser condenada3.

Nesse tema, pluralidade cultural, o MEC in"este em conceitos 6' tradicionais nas escolas, como o #ue ele

c%ama de 2mito da democracia racial3, a no!o de 2raas3 e de %omogeneidade cultural rasileira. 7i) #ue

a $us!o de raas, de$endida até nos li"ros did'ticos, encoriu as di$erenas culturais no rasil e ser"iu

para suordinar algumas culturas. (sso impregnou/se nas pr&prias escolas, le"ando pro$essores aatitudes de discrimina!o eistentes na sociedade, #uando atriuem a culpa, pelo mau desempen%o de

alunos, à origem racial ou social.

27i"ulgou/se uma concep!o de cultura uni$orme, depreciando as di"ersas contriuiões #ue

compuseram e compõem a identidade nacional... + escola tem um papel $undamental no traal%o de

mostrar aos alunos os di"ersos costumes e crenas das "'rias culturas e sua participa!o na $orma!o

%ist&rica do Pa*s3. Para cumprir o princ*pio da igualdade de #ue $ala a Constitui!o, a escola precisa 2ter 

sensiilidade para a #uest!o da di"ersidade cultural e aões decididas em rela!o aos prolemas

gerados pela in6ustia social3, analisa o teto.

Nesta altura, n!o podemos deiar de lemrar Paulo Freire, #uando di) #ue a escola precisa a$astar o

isolamento, ter mais conecti"idade, mais amor, mais "erdade. 1 isolamento 6' est' na sociedade e o #ue

acontece com a sociedade acaa acontecendo com a escola. preciso le"ar a escola para a "ida. Ele se

di)ia 2um menino conecti"o3. 9nia os pores e n!o/pores, os oprimidos e os n!o/oprimidos,

comprometidos com os oprimidos. 7i)ia #ue 2a gente tem #ue estar ensopado de "ida, tem #ue estar 

enc%arcado de a$eti"idade3. 2N!o sou um ser no mundo, sou um ser com o mundo3, apregoa"a Paulo

Freire.

1s 2Parâmetros Curriculares Nacionais3 so$reram cr*ticas por estar em acima da capacidade de

assimila!o da maior parte dos pro$essores. Por isso, o MEC se prop4s a orientar o traal%a da

:ecretarias da Educa!o, instituiões de $orma!o de pro$essores e editoras de li"ros did'ticos.

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7/25/2019 Parâmetros Curriculares Nacionais de 5.ª à 8.ª Série Do Ensino Fundamental

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1 MEC tem/se pautado por estaelecer diretri)es #ue atin6am metas de #ualidade. Essas metas

perpassam, tamém os “Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio”, onde a preocupa!o

com a educa!o plena, com o cotidiano e a realidade do aluno continuam. Propõem "ariar as $ormas de

ensinar e desen"ol"er no aluno %ailidades e compet-ncias relacionadas às suas necessidades do dia/a/

dia.

 +tra"és do sistema nacional de a"alia!o, o MEC coletou, 6untamente com outros #uesitos, in$ormaões

para saer se a educa!o est' $ormando cidad!os capa)es, inseridos no mundo atual, isto é, se a escola

est' ministrando um ensino de #ualidade. 1 resultado $oi astante desolador. 1 aio apro"eitamento e a

#ueda do n*"el de aprendi)agem aumentam à medida #ue as séries a"anam e isso "em se con$irmando

desde as a"aliaões $eitas a partir de ;<<=. Em alguns casos, menos de um aluno conseguia dominar os

conte>dos m*nimos da série em #ue esta"a.

:ore o aspecto #ualidade, constatou/se, por eemplo, #ue alunos da ?.ª e da 8.ª séries do ;.@ grau e da

>ltima série do A.@ grau oti"eram sucesso em perguntas diretas, em tetos elementares. + situa!o

complicou/se #uando $oi preciso dedu)ir, analisar criticamente, relacionar, completar ou estaelecer signi$icado. N!o %ou"e 2interpreta!o e racioc*nio3, re"elou a an'lise do Programa das Naões 9nidas

para o 7esen"ol"imento BPnud $eita por especialistas da 1rgani)a!o das Naões 9nidas B1N9,

c%amados pelo MEC para a"aliar o $raco desempen%o dos alunos, constatado no >ltimo :istema de

 +"alia!o do Ensino 'sico B:ae.

Esta entidade sugeriu mudanas. + t*tulo de eemplo, citaremos as mudanas no ensino de portugu-sD 21

modelo de ensino de portugu-s de"e ir além dos li"ros did'ticos, o aluno de"e ter contato com tetos

di$erenciados, desde os liter'rios aos mais comuns, contato com 6ornais, re"istas e até mesmo com

manuais de instru!o. Nos testes, os alunos mostraram di$iculdade em consultar um *ndice de re"ista

cient*$ica e em responder #uestões em #ue a resposta se encontra"a dispersa em par'gra$os anteriores.

Essas oser"aões, sore o #ue seria o ensino de #ualidade, de"em ser"ir ao pro$essor para repensar 

sua pr'tica pedag&gica, pois, #uem n!o sae procurar a in$orma!o em situa!o "ariada ter' sérios

prolemas pro$issionais no $uturo. Considerar #ue o mercado de traal%o est' passando por 

trans$ormaões muito r'pidas e a pes#uisa arangente permite uma amplia!o de con%ecimento #ue

a6udar' o aluno a adaptar/se às di$erentes e inusitadas ocupaões.

* Supervisora de ensino aposentada.

(Publicado em juno!"###$