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7/24/2019 Parâmetros Curriculares Nacionais_2000
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Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) 2000 – Ensino Médio
PARTE I – Bases Legais
APRESENTAÇÃO
Conhecimento escolar por meio da:1. contextualização e não compartimentalização dos saberes;
2. interdisciplinaridade;
3. raciocínio e capacidade de aprender.
O NOVO ENSINO MÉDIO
O novo ensino médio leva em consideração dois aspectos:
1. Econômico: decorrente do fator econômico caracterizado pela ruptura tecnológica
chamada terceira revolução técnico-industrial, na qual os avanços da microeletrônica
têm um papel preponderante, e, a partir década de 80, se acentuaram no País.
Em virtude disso, devem ser observadas as seguintes orientações:
A formação do aluno tem, como alvo principal, a aquisição de conhecimentos básicos; a
preparação científica; e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias, relativas às
áreas de atuação.
Privilegia-se a formação geral, em oposição à formação específica; o desenvolvimento
de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a
capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de memorização.
2. Social: decorrente do crescimento das matrículas no Ensino Médio público no Brasil.Essas se concentram nas redes públicas estaduais e no período noturno. Os estudos
desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP),
quando da avaliação dos concluintes do Ensino Médio em nove Estados, revelam que
54% dos alunos são originários de famílias com renda mensal de até seis salários
mínimos; e, na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, mais de 50% destes têm
renda familiar de até três salários mínimos.
Em virtude disso, devem ser observadas as seguintes orientações:
As mudanças estruturais decorrentes da chamada “revolução do conhecimento”
alteraram o modo de organização do trabalho e as relações sociais. A expansão do ensino médio público objetiva um padrão de qualidade correspondente
às novas exigências da sociedade; além de considerar as desigualdades regionais e
padronizar uma proposta de ensino qualificado para todos os estados da Federação.
O PROCESSO DE TRABALHO
Propõe-se, tendo em vista os elementos acima destacados, a reorganização curricular em áreas
de conhecimento, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento dos conteúdos, numa
perspectiva de interdisciplinaridade e contextualização.
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A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL E A REFORMA CURICULAR DO ENSINO
MÉDIO
O Ensino Médio agora é Educação Básica. Ou seja, a Constituição confere a esse nível de ensino
o estatuto de direito de todo cidadão.
Isso significa que o Ensino Médio passa a integrar a etapa do processo educacional que a Naçãoconsidera básica para o exercício da cidadania, base para o acesso às atividades produtivas, para
o prosseguimento nos níveis mais elevados e complexos de educação e para o desenvolvimento
pessoal,
Desse modo, considera-se importante nessa etapa da escolaridade:
• a formação da pessoa, de maneira a desenvolver valores e competências necessárias à
integração de seu projeto individual ao projeto da sociedade em que se situa;
• o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
• a preparação e orientação básica para a sua integração ao mundo do trabalho, com as
competências que garantam seu aprimoramento profissional e permitam acompanhar as
mudanças que caracterizam a produção no nosso tempo;
• o desenvolvimento das competências para continuar aprendendo, de forma autônoma e
crítica, em níveis mais complexos de estudos.
O PAPEL DA EDUCAÇÂO NA SOCIEDADE TECNOLÓGICA
Considerar a crescente presença da ciência e da tecnologia nas atividades produtivas e nas
relações sociais, por exemplo, que, como consequência, estabelece um ciclo permanente de
mudanças, provocando rupturas rápidas.
Para tal, é importante destacar, tendo em vista tais reflexões, as considerações oriundas da
Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, incorporadas nas determinações da
Lei nº 9.394/96:
a educação deve cumprir um triplo papel: econômico, científico e cultural;
a educação deve ser estruturada em quatro alicerces: aprender a conhecer, aprender a
fazer, aprender a viver e aprender a ser.
A REFORMA CURRICULAR E A ORGANIZAÇÂO DO ENSINO MÉDIO
Há de se considerar os três domínios da ação humana: a vida em sociedade, a atividade
produtiva e a experiência subjetiva, a partir dos quais a UNESCO apontou quatro premissas, a
saber:
• Aprender a conhecer
1. Despertar o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir.
2. Adquirir autonomia na capacidade de discernir.
3. Desenvolver um interesse para a educação permanente.
• Aprender a fazer
1. Privilegiar a aplicação da teoria na prática.
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2. Enriquecer a vivência da ciência na tecnologia e destas no social.
• Aprender a viver
1. Viver juntos, desenvolvendo o conhecimento do outro e a percepção das
interdependências.
• Aprender a ser
1. Favorecer o desenvolvimento total da pessoa.
2. Exercitar a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação, para
desenvolver os seus talentos e permanecer, tanto quanto possível, dono do seu próprio
destino.
3. Aprender a selecionar conteúdos significativos.
AS TRÊS ÁREAS
A reforma curricular do Ensino Médio estabelece a divisão do conhecimento escolar em áreas,
uma vez que entende os conhecimentos cada vez mais imbricados aos conhecedores, seja no
campo técnico-científico, seja no âmbito do cotidiano da vida social.
Daí, a organização em três áreas – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias
• Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
A linguagem é considerada a capacidade humana de articular significados coletivos em sistemas
arbitrários de representação, ou seja, é a produção de sentido.
Entre as linguagens, consideram-se também as artes, incluindo a literatura, como expressão
criadora e geradora de significação.
As linguagens podem ser verbais, icônicas, corporais, sonoras e formais, dentre outras. Apesar
dos meios diversos, toda linguagem se estrutura de forma semelhante: através de um conjunto
de elementos (léxico) e de relações estabelecidas entre eles (regras).
A prioridade é para a Língua Portuguesa, como língua materna geradora de significação e
integradora da organização do mundo e da própria interioridade.
É relevante também considerar as relações com as práticas sociais e produtivas e a inserção do
aluno como cidadão em um mundo letrado e simbólico.
• Interdisciplinaridade e Contextualização
Na proposta de reforma curricular do Ensino Médio, a interdisciplinaridade deve ser
compreendida a partir de uma abordagem relacional, em que se propõe que, por meio da prática
escolar, sejam estabelecidas interconexões e passagens entre os conhecimentos através de
relações de complementaridade, convergência ou divergência.
A aprendizagem significativa pressupõe a existência de um referencial que permita aos alunos
identificar e se identificar com as questões propostas em relação com a realidade que o
circunda.
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• A parte diversificada do currículo
É representada pela formulação de uma matriz curricular básica, que desenvolva a Base Nacional
Comum, considerando as demandas regionais do ponto de vista sociocultural, econômico e
político.
PARTE II – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
APRESENTAÇÃO
As diretrizes têm como referência criar uma escola média com identidade, que atenda às
expectativas de formação escolar dos alunos para o mundo contemporâneo.
A reflexão sobre as Bases legais que antecedem essa parte específica é de fundamental
importância, e cabe ressaltar que a natureza desse material é indicativa e interpretativa e
propõe a interatividade, o diálogo, a construção de significados na, pela e com a linguagem.
O SENTIDO DE APRENDIZADO NA ÁREA
Propõe-se a sistematização de um conjunto de disposições e atitudes:
1.
pesquisar;
2.
selecionar informações;
3.
analisar;
4.
sintetizar;
5.
argumentar;
6.
negociar significados;
7.
cooperar.
Por ser uma área básica para as disposições anteriores, a linguagem e seu caráter
transdisciplinar exigem do professor essa postura didática focada nos itens acima.
Para os PCNs a linguagem é a capacidade humana de articular significados coletivos e
compartilhá-los, sendo seu principal aspecto a produção de sentidos.
Considerando que não há linguagem no vazio, seu grande objetivo é a INTERAÇÃO, ou seja, a
comunicação com um outro dentro de um espaço social.
Nos sistemas de linguagem, podem ser delimitadas a linguagem verbal e não verbal, e seus
cruzamentos verbo-visuais, áudio-visuais, áudio-verbo-visuais, gestuais etc.
O caráter dialógico das linguagens impõe uma visão muito além do ato comunicativo superficial
e imediato. No mundo contemporâneo em que vivemos, marcado pelo excesso comunicativo e
informativo imediato, a reflexão sobre as linguagens e seus sistemas e sobre os processos e
procedimentos comunicativos é uma garantia de participação na vida social.
Assim, a proposta aqui em questão visa definir os limites necessários para que os alunos
prossigam seus estudos e participem da vida social.
Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de
organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão,
comunicação e informação.
Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos das linguagens, relacionando
textos com seus contextos, de acordo com as condições de produção e recepção.
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Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas
manifestações específicas.
Respeitar e preservar as diferentes manifestações da linguagem utilizadas por
diferentes grupos sociais, em suas esferas de socialização; usufruir do patrimônio
cultural nacional e internacional, com suas diferentes visões de mundo; e construir
categorias de diferenciação, apreciação e criação. Utilizar-se das linguagens como meio de expressão, informação e comunicação em
situações intersubjetivas, que exijam graus de distanciamento e reflexão sobre os
contextos e estatutos de interlocutores.
Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significação
e integradora da organização de mundo e da própria identidade.
Conhecer e usar línguas estrangeiras modernas como instrumento de acesso a
informações e a outras culturas e grupos sociais.
Entender os princípios das tecnologias da comunicação e da informação, associá-las aos
conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte e aos problemas que se
propõem a solucionar. Entender o impacto da tecnologia da comunicação e da informação na vida cotidiana,
nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento.
Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em
outros contextos relevantes para a vida social.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
REPRESENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO
1.
Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suasmanifestações.
2.
Utilizar das linguagens como meio em situações relacionais, que exijam distanciamento
e reflexão sobre os contextos de produção e circulação.
3.
Compreender e utilizar a Língua Portuguesa como língua materna e geradora de
sentidos, organizadora do mundo e da própria identidade.
4.
Aplicar as tecnologias em contextos relevantes para a vida social.
INVESTIGAÇÃO E COMPREENSÃO
1.
Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos da linguagem, relacionando os
textos com seus contextos de produção/recepção (intenção, época, local,interlocutores, tecnologias disponíveis).
2. Recuperar as formar instituídas no imaginário coletivo (temporal e espacialmente).
3. Articular as semelhanças e diferenças entre diferentes linguagens.
CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL
1. Considerar a linguagem e suas manifestações como fontes de legitimação de acordos e
condutas sociais no espaço social, histórico e cultural.
2. Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meio de
construção de sentido subjetivo e de visão de mundo.
3.
Respeitar e preservar as manifestações da linguagem utilizadas em diferentes grupos econtextos sociais, aprendendo a diferenciar, apreciar e criar essas diversas linguagens.
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CONHECIMENTOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Refletir sobre o uso da língua na vida e na sociedade.
Evitar a dicotomização língua/literatura.
Realizar um diagnóstico daquilo o que o aluno domina ou não quanto aos conteúdos deEnsino Fundamental no que se refere à Língua portuguesa, sobretudo a língua escrita.
Priorizar o ensino da língua materna como um saber linguístico focado na comunicação
– a língua compreendida como linguagem que constrói e “desconstrói” significados
sociais.
Considerar a língua no contexto social vivido – dialógica.
Pressupor uma visão sobre o que é linguagem verbal.
Priorizar o caráter sociointeracionista da linguagem verbal como opção metodológica,
sendo a verificação do saber linguístico do aluno o ponto de partida para o professor.
Considerar o texto como a unidade básica da linguagem verbal, compreendido como
fala e o discurso que se produz. Ressaltar o aluno como um produtor de textos.
Basear o processo de ensino/aprendizagem da Língua Portuguesa em propostas
interativas.
Deslocar os conteúdos tradicionais de ensino de língua, nomenclatura gramatical e
história da literatura para segundo plano.
Estudar a gramática como uma estratégia para compreensão/ interpretação/produção
de textos e a literatura integrar-se à leitura.
Relacionar as disciplinas da área de Ciências Humanas e suas Tecnologias para pensar
os discursos com contextos sócio-históricos, ideologias, simulacros e em suas
intertextualidades.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS EM LÍNGUA PORTUGUESA
Considerar a Língua Portuguesa como fonte de legitimação de acordos e condutas
sociais e como representação simbólica de experiências humanas manifestas na forma
de sentir, pensar e agir na vida social.
Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos/contextos,
mediante a natureza, função, organização, estrutura, de acordo com as condições de
produção/recepção (intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e
propagação de ideias e escolhas). Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes manifestações da linguagem
verbal.
Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significação
e organizadora do mundo e da própria identidade.