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Parâmetros Curriculares Nacionais_2000

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Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) 2000 – Ensino Médio

PARTE I – Bases Legais

APRESENTAÇÃO

Conhecimento escolar por meio da:1.  contextualização e não compartimentalização dos saberes;

2.  interdisciplinaridade;

3.  raciocínio e capacidade de aprender.

O NOVO ENSINO MÉDIO

O novo ensino médio leva em consideração dois aspectos:

1. Econômico: decorrente do fator econômico caracterizado pela ruptura tecnológica

chamada terceira revolução técnico-industrial, na qual os avanços da microeletrônica

têm um papel preponderante, e, a partir década de 80, se acentuaram no País.

Em virtude disso, devem ser observadas as seguintes orientações:

  A formação do aluno tem, como alvo principal, a aquisição de conhecimentos básicos; a

preparação científica; e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias, relativas às

áreas de atuação.

  Privilegia-se a formação geral, em oposição à formação específica; o desenvolvimento

de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a

capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de memorização.

2. Social: decorrente do crescimento das matrículas no Ensino Médio público no Brasil.Essas se concentram nas redes públicas estaduais e no período noturno. Os estudos

desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP),

quando da avaliação dos concluintes do Ensino Médio em nove Estados, revelam que

54% dos alunos são originários de famílias com renda mensal de até seis salários

mínimos; e, na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, mais de 50% destes têm

renda familiar de até três salários mínimos.

Em virtude disso, devem ser observadas as seguintes orientações:

  As mudanças estruturais decorrentes da chamada “revolução do conhecimento” 

alteraram o modo de organização do trabalho e as relações sociais.  A expansão do ensino médio público objetiva um padrão de qualidade correspondente

às novas exigências da sociedade; além de considerar as desigualdades regionais e

padronizar uma proposta de ensino qualificado para todos os estados da Federação.

O PROCESSO DE TRABALHO

Propõe-se, tendo em vista os elementos acima destacados, a reorganização curricular em áreas

de conhecimento, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento dos conteúdos, numa

perspectiva de interdisciplinaridade e contextualização.

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A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL E A REFORMA CURICULAR DO ENSINO

MÉDIO

O Ensino Médio agora é Educação Básica. Ou seja, a Constituição confere a esse nível de ensino

o estatuto de direito de todo cidadão.

Isso significa que o Ensino Médio passa a integrar a etapa do processo educacional que a Naçãoconsidera básica para o exercício da cidadania, base para o acesso às atividades produtivas, para

o prosseguimento nos níveis mais elevados e complexos de educação e para o desenvolvimento

pessoal,

Desse modo, considera-se importante nessa etapa da escolaridade:

• a formação da pessoa, de maneira a desenvolver valores e competências necessárias à

integração de seu projeto individual ao projeto da sociedade em que se situa;

• o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o

desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

• a preparação e orientação básica para a sua integração ao mundo do trabalho, com as

competências que garantam seu aprimoramento profissional e permitam acompanhar as

mudanças que caracterizam a produção no nosso tempo;

• o desenvolvimento das competências para continuar aprendendo, de forma autônoma e

crítica, em níveis mais complexos de estudos.

O PAPEL DA EDUCAÇÂO NA SOCIEDADE TECNOLÓGICA

Considerar a crescente presença da ciência e da tecnologia nas atividades produtivas e nas

relações sociais, por exemplo, que, como consequência, estabelece um ciclo permanente de

mudanças, provocando rupturas rápidas.

Para tal, é importante destacar, tendo em vista tais reflexões, as considerações oriundas da

Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, incorporadas nas determinações da

Lei nº 9.394/96:

  a educação deve cumprir um triplo papel: econômico, científico e cultural;

  a educação deve ser estruturada em quatro alicerces: aprender a conhecer, aprender a

fazer, aprender a viver e aprender a ser.

A REFORMA CURRICULAR E A ORGANIZAÇÂO DO ENSINO MÉDIO

Há de se considerar os três domínios da ação humana: a vida em sociedade, a atividade

produtiva e a experiência subjetiva, a partir dos quais a UNESCO apontou quatro premissas, a

saber:

• Aprender a conhecer 

1.  Despertar o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir.

2.  Adquirir autonomia na capacidade de discernir.

3.  Desenvolver um interesse para a educação permanente.

• Aprender a fazer 

1.  Privilegiar a aplicação da teoria na prática.

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2.  Enriquecer a vivência da ciência na tecnologia e destas no social.

• Aprender a viver 

1.  Viver juntos, desenvolvendo o conhecimento do outro e a percepção das

interdependências.

• Aprender a ser

1.  Favorecer o desenvolvimento total da pessoa.

2.  Exercitar a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação, para

desenvolver os seus talentos e permanecer, tanto quanto possível, dono do seu próprio

destino.

3.  Aprender a selecionar conteúdos significativos.

AS TRÊS ÁREAS

A reforma curricular do Ensino Médio estabelece a divisão do conhecimento escolar em áreas,

uma vez que entende os conhecimentos cada vez mais imbricados aos conhecedores, seja no

campo técnico-científico, seja no âmbito do cotidiano da vida social.

Daí, a organização em três áreas – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza,

Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias

• Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 

A linguagem é considerada a capacidade humana de articular significados coletivos em sistemas

arbitrários de representação, ou seja, é a produção de sentido.

Entre as linguagens, consideram-se também as artes, incluindo a literatura, como expressão

criadora e geradora de significação.

As linguagens podem ser verbais, icônicas, corporais, sonoras e formais, dentre outras. Apesar

dos meios diversos, toda linguagem se estrutura de forma semelhante: através de um conjunto

de elementos (léxico) e de relações estabelecidas entre eles (regras).

A prioridade é para a Língua Portuguesa, como língua materna geradora de significação e

integradora da organização do mundo e da própria interioridade.

É relevante também considerar as relações com as práticas sociais e produtivas e a inserção do

aluno como cidadão em um mundo letrado e simbólico.

• Interdisciplinaridade e Contextualização

Na proposta de reforma curricular do Ensino Médio, a interdisciplinaridade   deve ser

compreendida a partir de uma abordagem relacional, em que se propõe que, por meio da prática

escolar, sejam estabelecidas interconexões e passagens entre os conhecimentos através de

relações de complementaridade, convergência ou divergência.

A aprendizagem significativa pressupõe a existência de um referencial que permita aos alunos

identificar e se identificar com as questões propostas em relação com a realidade que o

circunda.

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• A parte diversificada do currículo 

É representada pela formulação de uma matriz curricular básica, que desenvolva a Base Nacional

Comum, considerando as demandas regionais do ponto de vista sociocultural, econômico e

político.

PARTE II – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

APRESENTAÇÃO 

As diretrizes têm como referência criar uma escola média com identidade, que atenda às

expectativas de formação escolar dos alunos para o mundo contemporâneo.

A reflexão sobre as Bases legais que antecedem essa parte específica é de fundamental

importância, e cabe ressaltar que a natureza desse material é indicativa e interpretativa e

propõe a interatividade, o diálogo, a construção de significados na, pela e com a linguagem.

O SENTIDO DE APRENDIZADO NA ÁREA

Propõe-se a sistematização de um conjunto de disposições e atitudes:

1. 

pesquisar;

2. 

selecionar informações;

3. 

analisar;

4. 

sintetizar;

5. 

argumentar;

6. 

negociar significados;

7. 

cooperar.

Por ser uma área básica para as disposições anteriores, a linguagem e seu caráter

transdisciplinar exigem do professor essa postura didática focada nos itens acima.

Para os PCNs a linguagem é a capacidade humana de articular significados coletivos e

compartilhá-los, sendo seu principal aspecto a produção de sentidos.

Considerando que não há linguagem no vazio, seu grande objetivo é a INTERAÇÃO, ou seja, a

comunicação com um outro dentro de um espaço social.

Nos sistemas de linguagem, podem ser delimitadas a linguagem verbal e não verbal, e seus

cruzamentos verbo-visuais, áudio-visuais, áudio-verbo-visuais, gestuais etc.

O caráter dialógico das linguagens impõe uma visão muito além do ato comunicativo superficial

e imediato. No mundo contemporâneo em que vivemos, marcado pelo excesso comunicativo e

informativo imediato, a reflexão sobre as linguagens e seus sistemas e sobre os processos e

procedimentos comunicativos é uma garantia de participação na vida social.

Assim, a proposta aqui em questão visa definir os limites necessários para que os alunos

prossigam seus estudos e participem da vida social.

  Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de

organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão,

comunicação e informação.

  Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos das linguagens, relacionando

textos com seus contextos, de acordo com as condições de produção e recepção.

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  Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas

manifestações específicas.

  Respeitar e preservar as diferentes manifestações da linguagem utilizadas por

diferentes grupos sociais, em suas esferas de socialização; usufruir do patrimônio

cultural nacional e internacional, com suas diferentes visões de mundo; e construir

categorias de diferenciação, apreciação e criação.  Utilizar-se das linguagens como meio de expressão, informação e comunicação em

situações intersubjetivas, que exijam graus de distanciamento e reflexão sobre os

contextos e estatutos de interlocutores.

  Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significação

e integradora da organização de mundo e da própria identidade.

  Conhecer e usar línguas estrangeiras modernas como instrumento de acesso a

informações e a outras culturas e grupos sociais.

  Entender os princípios das tecnologias da comunicação e da informação, associá-las aos

conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte e aos problemas que se

propõem a solucionar.  Entender o impacto da tecnologia da comunicação e da informação na vida cotidiana,

nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento.

  Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em

outros contextos relevantes para a vida social.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

REPRESENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO

1. 

Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suasmanifestações.

2. 

Utilizar das linguagens como meio em situações relacionais, que exijam distanciamento

e reflexão sobre os contextos de produção e circulação.

3. 

Compreender e utilizar a Língua Portuguesa como língua materna e geradora de

sentidos, organizadora do mundo e da própria identidade.

4. 

Aplicar as tecnologias em contextos relevantes para a vida social.

INVESTIGAÇÃO E COMPREENSÃO

1. 

Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos da linguagem, relacionando os

textos com seus contextos de produção/recepção (intenção, época, local,interlocutores, tecnologias disponíveis).

2.  Recuperar as formar instituídas no imaginário coletivo (temporal e espacialmente).

3.  Articular as semelhanças e diferenças entre diferentes linguagens. 

CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL

1.  Considerar a linguagem e suas manifestações como fontes de legitimação de acordos e

condutas sociais no espaço social, histórico e cultural.

2.  Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meio de

construção de sentido subjetivo e de visão de mundo.

3. 

Respeitar e preservar as manifestações da linguagem utilizadas em diferentes grupos econtextos sociais, aprendendo a diferenciar, apreciar e criar essas diversas linguagens.

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CONHECIMENTOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

  Refletir sobre o uso da língua na vida e na sociedade.

  Evitar a dicotomização língua/literatura.

 

Realizar um diagnóstico daquilo o que o aluno domina ou não quanto aos conteúdos deEnsino Fundamental no que se refere à Língua portuguesa, sobretudo a língua escrita.

  Priorizar o ensino da língua materna como um saber linguístico focado na comunicação

 –  a língua compreendida como linguagem que constrói e “desconstrói” significados

sociais.

  Considerar a língua no contexto social vivido – dialógica.

  Pressupor uma visão sobre o que é linguagem verbal.

  Priorizar o caráter sociointeracionista da linguagem verbal como opção metodológica,

sendo a verificação do saber linguístico do aluno o ponto de partida para o professor.

  Considerar o texto como a unidade básica da linguagem verbal, compreendido como

fala e o discurso que se produz.  Ressaltar o aluno como um produtor de textos.

  Basear o processo de ensino/aprendizagem da Língua Portuguesa em propostas

interativas.

  Deslocar os conteúdos tradicionais de ensino de língua, nomenclatura gramatical e

história da literatura para segundo plano.

  Estudar a gramática como uma estratégia para compreensão/ interpretação/produção

de textos e a literatura integrar-se à leitura.

  Relacionar as disciplinas da área de Ciências Humanas e suas Tecnologias para pensar

os discursos com contextos sócio-históricos, ideologias, simulacros e em suas

intertextualidades.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS EM LÍNGUA PORTUGUESA

  Considerar a Língua Portuguesa como fonte de legitimação de acordos e condutas

sociais e como representação simbólica de experiências humanas manifestas na forma

de sentir, pensar e agir na vida social.

  Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos/contextos,

mediante a natureza, função, organização, estrutura, de acordo com as condições de

produção/recepção (intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e

propagação de ideias e escolhas).  Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes manifestações da linguagem

verbal.

  Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significação

e organizadora do mundo e da própria identidade.