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Parâmetros dos solos voltados para modelagem de fluxos subterrâneos relacionados aos processos de voçorocamento: bacia do rio Bananal, SP/RJ. Thiago Aurealino Mulato ([email protected]) Aluno de graduação em Geografia-UFRJ Bolsista: CNPq - PIBIC Paulo Jorge Vaitsman Leal – Doutorando PPGG André de Souza Avelar – Prof. Adjunto Depto. Geografia Ana Luiza Coelho Netto – Profa. Titular Depto. Geografia, Pesquisadora 1B-CNPq Financiamento: CNPq (Universal, PRONEX e CT-Hidro), FAPERJ e FUJB/UFRJ Laboratório de Geo-Hidroecologia – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Departamento de Geografia. Av. Athos da Silveira Ramos, 274 – Edifício do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, Cidade Universitária – Ilha do Fundão – CEP 21.941-916 – Rio de Janeiro/RJ – Brasil RESUMO O presente trabalho está associado a uma tese de doutorado que investiga a rede de fluxos em cabeceira de drenagem de primeira ordem, na bacia do rio Bananal (RJ/SP), aonde o voçorocamento se expandiu entre 1985 e 2001, e hoje se encontra estabilizado (Rocha-Leão, 2005). Tem como objetivo principal mensurar os parâmetros dos solos que contribuem para a modelagem de fluxos subterrâneos e seus processos erosivos correlatos ('piping' e voçorocamento), tal como vem sendo abordado pelo programa de pesquisas do Laboratório de Geo-Hidroecologia da UFRJ. Pretende-se criar subsídios para o entendimento da modelagem de fluxos subterrâneos, utilizando o conhecimento do comportamento hidrológico de solos segundo diferentes metodologias de análise granulométrica, comparando estes resultados com os encontrados nos testes de condutividade hidráulica realizados em campo. Amostras de solo foram coletadas durante sondagens para instalação de aparelhos de monitoramento hidrológico e foram analisadas granulometricamente segundo o método da ABNT (norma técnica NBR 7181/84). Algumas amostras foram analisadas por outra metodologia referente a granulometria floculada, que compreende um método modificado sem uso de defloculante no processo de sedimentação, como descrito por Moraes Silva (2000). Em campo foram mensurados valores de condutividade hidráulica através do "slug test" de injeção (Hvorslev, 1951), através dos piezômetros previamente instalados. Na modelagem de processos hidrológicos, os parâmetros referentes ao solo são determinantes nas análises geradas pelo modelo, portanto é necessário considerar não somente a granulométria dos solos, como também a estrutura que o mesmo possui em campo, assim como os valores de condutividade hidráulica referente aos pontos de monitoramento. Os resultados das análises granulométricas mostram que não há significativa variação entre os solos desta cabeceira de drenagem. Além disso, os resultados dos ensaios de condutividade hidráulica também mostraram-se muito similares, com ordem de grandeza de valores entre 10-2 a 10-4cm/s. PALAVRAS-CHAVE: Análise Textural, Condutividade Hidráulica e Água Subterrânea.

Parâmetros dos solos voltados para modelagem de fluxos ... · (norma técnica NBR 7181/84). Algumas amostras foram analisadas por outra metodologia referente a granulometria floculada,

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Parâmetros dos solos voltados para modelagem de fluxos subterrâneos

relacionados aos processos de voçorocamento: bacia do rio Bananal, SP/RJ.

Thiago Aurealino Mulato ([email protected]) Aluno de graduação em Geografia-UFRJ Bolsista: CNPq - PIBIC

Paulo Jorge Vaitsman Leal – Doutorando PPGG André de Souza Avelar – Prof. Adjunto Depto. Geografia

Ana Luiza Coelho Netto – Profa. Titular Depto. Geografia, Pesquisadora 1B-CNPq Financiamento: CNPq (Universal, PRONEX e CT-Hidro), FAPERJ e FUJB/UFRJ

Laboratório de Geo-Hidroecologia – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Departamento de Geografia. Av. Athos da Silveira Ramos, 274 – Edifício do Centro de Ciências Matemáticas e

da Natureza, Cidade Universitária – Ilha do Fundão – CEP 21.941-916 – Rio de Janeiro/RJ – Brasil

RESUMO O presente trabalho está associado a uma tese de doutorado que investiga a rede de fluxos em cabeceira de drenagem de primeira ordem, na bacia do rio Bananal (RJ/SP), aonde o voçorocamento se expandiu entre 1985 e 2001, e hoje se encontra estabilizado (Rocha-Leão, 2005). Tem como objetivo principal mensurar os parâmetros dos solos que contribuem para a modelagem de fluxos subterrâneos e seus processos erosivos correlatos ('piping' e voçorocamento), tal como vem sendo abordado pelo programa de pesquisas do Laboratório de Geo-Hidroecologia da UFRJ. Pretende-se criar subsídios para o entendimento da modelagem de fluxos subterrâneos, utilizando o conhecimento do comportamento hidrológico de solos segundo diferentes metodologias de análise granulométrica, comparando estes resultados com os encontrados nos testes de condutividade hidráulica realizados em campo. Amostras de solo foram coletadas durante sondagens para instalação de aparelhos de monitoramento hidrológico e foram analisadas granulometricamente segundo o método da ABNT (norma técnica NBR 7181/84). Algumas amostras foram analisadas por outra metodologia referente a granulometria floculada, que compreende um método modificado sem uso de defloculante no processo de sedimentação, como descrito por Moraes Silva (2000). Em campo foram mensurados valores de condutividade hidráulica através do "slug test" de injeção (Hvorslev, 1951), através dos piezômetros previamente instalados. Na modelagem de processos hidrológicos, os parâmetros referentes ao solo são determinantes nas análises geradas pelo modelo, portanto é necessário considerar não somente a granulométria dos solos, como também a estrutura que o mesmo possui em campo, assim como os valores de condutividade hidráulica referente aos pontos de monitoramento. Os resultados das análises granulométricas mostram que não há significativa variação entre os solos desta cabeceira de drenagem. Além disso, os resultados dos ensaios de condutividade hidráulica também mostraram-se muito similares, com ordem de grandeza de valores entre 10-2 a 10-4cm/s.

PALAVRAS-CHAVE: Análise Textural, Condutividade Hidráulica e Água Subterrânea.

ABSTRACT This work is associated with a doctoral thesis that investigates the network of headwater streams in the Bananal river basin (RJ / SP), where the erosion process (Gully) expanded between 1985 and 2001, and today is stabilized (Rocha-Leão, 2005). The main goal is to measure the parameters of the soil that contributes to the modeling of groundwater flow and erosion processes related ('piping' and Gully erosion) as has been approached by the Laboratory of Geo-Hydroecology of UFRJ. It is intended to create benefits for the understanding of groundwater flow modeling, using the knowledge of the hydrological behavior of soils by different methods of analysis, comparing these results with those found in tests of hydraulic conductivity made in the field. Soil samples were collected during surveys for installation of equipment for monitoring water and grain size were analyzed by the ABNT (technical standard NBR 7181/84) method. Some samples were analyzed by another method for flocular size, which includes a modified method without using deflocculant in the process of sedimentation, as described by Moraes Silva (2000). In the field were measured values of hydraulic conductivity through the "Slug test" injection (Hvorslev, 1951), through the previously installed piezometer. In the modeling of hydrological processes, the parameters for the soil are decisive in the analysis generated by the model, so it is necessary to consider not only the grain size, but also the structure that it has in the field, as well as the values of hydraulic conductivity related to points of monitoring. The results of granulometric analysis show that there is significant variation between the soils of headwater drainage. Furthermore, the results of tests of hydraulic conductivity also showed to be very similar, with the scale of values between 10-2 to 10-4cm /s. KEYWORDS: Textural Analysis, Hydraulic Conductivity and Groundwater. INTRODUÇÃO

Algumas bacias que drenam a vertente direita (serra da Bocaina) do médio vale do rio Paraíba

do Sul vem expandindo suas respectivas redes de canais, especialmente nos vales de cabeceiras de

drenagem. Isto decorre do crescimento regressivo de canais incisos por ativação de mecanismos

erosivos associados a descargas críticas de água subterrânea em faces de exfiltração (Coelho Netto et

al., 1988). Este tipo de canal erosivo, resultante da ação de água subterrânea, foi denominado por

Pichler (1953) de voçoroca. Na bacia do rio Piracema, principal tributário do rio do Bananal, afluente

à direita do rio Paraíba do Sul, Cambra (1998) verificou que 83% das voçorocas (n=117) estão

topograficamente ajustadas à rede regional de canais. Significa, portanto, que é no domínio das

cabeceiras de drenagem, aonde crescem estes canais de ordem hierárquica inferior, que ocorre a

principal integração dos processos de encostas com os processos fluviais (Coelho Netto, 2003).

A evolução da rede de canais, no entanto, não apresenta um comportamento espacialmente

uniforme, especialmente no dominio de colinas rebaixadas. Ou seja, os canais crescem e bifurcam

irregularmente no espaço e no tempo, de tal modo que hoje se observa uma paisagem aonde às

cabeceiras de drenagem apresentam-se em diferentes estágios evolutivos. Enquanto muitas cabeceiras

ainda estocam espessos pacotes de sedimentos, acumulados no ciclo de instabilidade erosivo-

deposicional entre 10.000 e 8.000 anos atrás (Dietrich et al., 1991; Coelho Netto et al., 1994), outras já

foram erodidas pelo avanço das voçorocas. Uma parte destas voçorocas está em processo ativo de

crescimento vertical e regressivo, outra parte já se encontra estabilizada por ajuste de declive com o

canal coletor adjacente (Gilbert, 1877) e/ou rebaixamento do nível d’água subterrâneo e/ou redução da

descarga do fluxo d’água subterrânea no fundo do canal (Rocha-Leão, 2005).

Avelar e Coelho Netto (1992a e 1992b) verificaram o paralelismo entre a orientação dos eixos

de vales de cabeceiras e a orientação das fraturas locais e, através de uma extensa rede de piezômetros

e poços, observaram a ocorrência de fluxos d´água artesianos ao longo do eixo de um vale de cabeceira

suspenso que acompanha o fraturamento subjacente. Os autores associaram a exfiltração destes fluxos

artesianos à iniciação de canais e origem dos vales de cabeceiras de drenagem. Mais recentemente,

Fonseca et al. (2006) confirmaram a ocorrência de artesianismo no fundo de um vale de cabeceira

ajustado topograficamente ao rio Bananal, e sob voçorocamento ativo. Todos estes autores detectaram

um atraso da ordem de 2 a 4 meses nas resposta das cargas de pressão em relação às chuvas

precipitadas sobre a bacia do rio Bananal, confirmando que estes fluxos artesianos em fraturas não são

regulados por aqüífero local e sim regional.

Alguns trabalhos relevantes discutem a relação entre o crescimento de canais e suas respectivas

áreas de contribuição e gradiente topográfico. Os trabalhos clássicos de Horton (1945) e Dunne (1980)

apontam que os canais crescem regressivamente até uma distância crítica do divisor, a partir de onde a

concentração dos fluxos d´água da área de contribuição não atingiria uma descarga crítica, limitando

trabalho erosivo. Montgomery e Dietrich (1990) ponderam que o tamanho da área de contribuição

varia inversamente com o gradiente topográfico. No entanto, no ambiente de colinas da bacia do rio

Piracema, o desenvolvimento de alguns canais nem sempre é controlado pelo tamanho e/ou gradiente

topográfico das suas respectivas áreas de contribuição.

O presente trabalho focaliza a caracterização textural dos materiais do regolito, e direciona

atenção especial para as amostras mais profundas para relacioná-las com medidas in situ de

condutividade hidráulica, como suporte aos estudos voltados a modelagem da “Rede de fluxos de água

subterrânea entre cabeceiras de vales adjacentes e implicações no crescimento da rede de canais:

médio vale do rio Paraíba do Sul”, tese de doutorado de Paulo V. Leal.

MATERIAL E MÉTODO

Área de estudo: a bacia do rio Piracema

A área de estudo (~4 km2) está localizada na fazenda Bela Vista, a 12km da cidade de Bananal

(SP),e, é formada pelo anfiteatro da Bela Vista (0,25 km2) e pelas sub-bacias com relação de

vizinhança direta. Toda a drenagem da área converge para o rio Piracema, que possui 132 km2 de área

de bacia, e é o principal afluente do rio do Bananal (518km2 de área de bacia).

O Anfiteatro da Bela Vista é formado por uma concavidade principal, a qual é alimentada por

concavidades menores. O fundo da concavidade principal está preenchido por um pacote aluvio-

coluvionar espesso, que vem sendo dissecado pelo avanço remontante da voçoroca da Bela Vista, que

tem aproximadamente 450 metros de comprimento, 40 metros de largura média e profundidades

superiores a 15 metros. A localização regional da área de estudo pode ser vista na figura 1A.

Na figura 2 estão destacados quatro vales de cabeceira de drenagem, vizinhos ao Anfiteatro da

Bela Vista (V1). A cabeceira V2 está topograficamente suspensa em relação ao Anfiteatro da Bela

Vista, possui fundo plano e não é canalizada. As cabeceiras V3, V4 e V5 estão rebaixadas em relação

ao Anfiteatro da Bela Vista, sendo que a cabeceira V3 possui fundo aplainado e divisor topográfico

comum à cabeceira V4 muito rebaixado.

A bacia do rio do Bananal apresenta duas unidades fisiográficas distintas, que podem ser

observadas também na bacia do rio Piracema (figura 1B): uma, o compartimento montanhoso da Serra

da Bocaina, com desnivelamentos topográficos acima dos 600 metros, encostas íngremes e fundos de

vale estreitos; outra, o compartimento de colinas, com fundos de vales largos e ligeiramente inclinados

com desnivelamentos abaixo dos 500 metros (Fernandes, 1990). A área de estudo (figura 2) está

localizada no compartimento colinoso.

A área de estudo drena um substrato geológico de rochas gnáissicas da unidade

metassedimentar São João (Sillimanita-granada-muscovita-biotita gnaisse com intercalações de níveis

ou lentes de rochas calciossilicáticas, gondito, mármores e de sillimanita-muscovita-biotita xisto)

descritas por Almeida et al. (1991 e 1993).

Figura 1 – A- Localização regional da bacia do rio do Bananal (em laranja) e do rio Piracema

Análise Textural e Condutividade Hidráulica

As sondagens foram feitas com um trado mecânico e as amostras foram colhidas nas

profundidades que apresentaram mudança textural. As análises granulométricas foram realizadas no

laboratório de caracterização da COPPE-Geotecnia, através da metodologia da ABNT (NBR 7181/84).

Foram ainda realizadas análises através de uma metodologia adaptada sem o uso de defloculante e

aparelho dispersor (Rodriguez, 2005).

(Fotografias referentes aos ensaios conduzidos em laboratório)

Figura 2 - Mapa da área de estudo, mostrando a localização dos piezômetros (os destacados em amarelo são os que foram usados nos testes de condutividade hidráulica).

Os testes de condutividade hidráulica do tipo “slug test” de injeção, foram conduzidos em

campo, seguindo a metodologia do Hvorslev (1951), em piezômetros previamente instalados. Os testes

consistem na medição do nível de água dentro do aparelho, na injeção de água limpa nos piezômetros e

na observação do tempo que o nível da água dentro do piezômetro leva para descer. Para facilitar a

leitura do nível da água dentro do piezômetro, um tubo de PVC do mesmo diâmetro do piezômetro,

com um tubo transparente acoplado e uma fita métrica foi usado (Figura 3). Para o cálculo da

condutividade hidráulica (K), foi utilizada a seguinte fórmula:

Figura 3 – Ensaios de condutividade hidráulica (slug test – injeção) realizados em campo.

As amostras mais profundas de cada sondagem foram selecionadas para serem analisadas

segundo as duas metodologias (com e sem defloculante e aparelho dispersor), por serem nessas

profundidades que os piezômetros foram instalados. Portanto, quando se faz o “slug test” é a camada

de solo na profundidade da ponta do piezômetro que se analisa. Os resultados foram então comparados

com os valores de condutividade estabelecidos para cada tipo de material (tabela1).

Tabela 1 – Valores de condutividade hidráulica (Freeze & Cherry, 1979)

Sendo:

Qc – a vazão da condição de fluxo constante

F – Fator forma → 2∏L/ln [(L/D)+1+(L/D)2]

Hc – Carga constante

K=Qc/ (F x Hc)

Material K (cm/s) Cascalho 10-1 a 100 Areia Lavada 10-4 a 1 Areia siltosa 10-5 a 10-1 Silte 10-7 a 10-3 Argila 10-10 a 10-6

RESULTADOS E DISCUSSÕES

D1 - domínio de fundo de vale (alúvio-coluvio).

D2 - domínio dos divisores de drenagem

D3 - domínio de encostas - concavidades superiores (colúvios)

De acordo com a caracterização textural do regolito nas diferentes estações piezométricas,

foram estabelecidos diferentes domínios de acordo com as características

Com os resultados da análise granulométrica foram desenvolvidos gráficos em ambiente Excel

para uma melhor análise dos mesmos, que posteriormente foram agrupados em diferentes domínios de

acordo com suas características texturais.

Domínio dos divisores de drenagem: camadas alternadas mais arenosas ou mais sílticas, com

menores teores de argila em E33 e E24 (saprolito no biotita-gnaisse da Unidade São João);

Domínio de fundo de vale (alúvio-coluvio): predomínio de sedimentos finos no metro superior

do solo; em profundidade prevalece a fração areia (alúvio-colúvio, incoeso);

Domínio de encostas - concavidades superiores (colúvios): camadas alternadas no perfil; tende

a apresentar maiores teores de argila nos perfis.

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0,9-1,202,3-2,5

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4,7-4,96,8-78-8,28,8-9

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7-7,48,4-8,69,4-9,6

12,6-18-18,2

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11,7511,95

Pro

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did

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P edregulho

Areia

S ilte

Argila

Referente às amostras mais profundas, foi feita a classificação destas segundo o triângulo

textural proposto por Trefethen (1950) como pode ser observado abaixo:

Nesta classificação as amostras correspondem às profundidades em que foram realizados os

ensaios de campo para avaliar a condutividade hidráulica saturada. Predominando materiais areno-

siltosos e areno-argilo-siltosos.

Os resultados dos testes de condutividade mostraram valores muito próximos para as estações

E29, E30, E34, E35 e E36 (Ksat=10-4). As estações E24 e E38 apresentaram valores de condutividade

maiores (Ksat=10-2) onde a figura 4 permite uma localização espacial das estações onde foram

conduzidos os testes de condutividade hidráulica.

100 80 60 40 20 0Areia (%)

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Silte (%)

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) Areia

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Legenda:E30 Cd

E30 Sd

E29 Cd

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E27 Cd

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E35 Cd

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E33 Cd

E33 Sd

E2 Cd

E2 Sd

E4 Cd

E4 Sd

E6 Cd

E6 Sd

E11 Cd

E11 Sd

E12 Cd

E12 Sd

Classificação das amostras segundo o triângulo textural proposto por

Trefethen (1950).

100 80 60 40 20 0Areia (%)

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) Areia

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Legenda:E30 Cd

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) Areia

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Classificação das amostras segundo o triângulo textural proposto por

Trefethen (1950).

Figura 4 – MDT com as estações piezométricas

CONCLUSÕES

Ficou constatado que a porção argilosa desses solos encontra-se totalmente, agregada entre si,

ou com partículas siltosas e arenosas. Deve-se chamar a atenção para o fato de a maioria das amostras

selecionadas serem arenosas, e por esse motivo não mudarem de classe, quando o método de análise

foi alterado. No entanto, pode-se perceber que mesmo quando a amostra se apresentou argilosa (E29),

a metodologia modificada mostrou que o conteúdo de argila estava todo agregado, principalmente à

fração arenosa.

Os valores de condutividade hidráulica encontrados, mostram que a caracterização

granulométrica dos solos feita com a metodologia modificada (sem uso de defloculante e aparelho

disperssor) expressa melhor o comportamento hidrológico dos pacotes sedimentares, já que os valores

encontrados tem condutividade de areias lavadas a areias siltosas.

Futuramente, ensaios de condutividade serão realizados nos outros piezômetros, para entender

o comportamento hidrológico dos solos presentes na área de estudo, pois o entendimento dessas

características é fundamental para a construção de um modelo conceitual que possibilite uma

modelagem hidrológica que represente a realidade de forma satisfatória.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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estratigráfica de parte do Complexo Paraíba do Sul na Região de Bananal - S.P. Atas do 2o Simp.

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Sul e as rochas granitóides na região de Bananal (SP) e Rio Claro (RJ): uma proposta de formalização

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